TCC Fga
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PROJETO DE UM CONTROLADOR
EMBARCADO PARA UM QUADRIROTOR
Brasília, DF
2016
Leonardo Avelino de Lima Jacinto
Brasília, DF
2016
Leonardo Avelino de Lima Jacinto
PROJETO DE UM CONTROLADOR EMBARCADO PARA UM QUADRI-
ROTOR/ Leonardo Avelino de Lima Jacinto. – Brasília, DF, 2016-
51 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
CDU 02:141:005.6
Leonardo Avelino de Lima Jacinto
Brasília, DF
2016
Este trabalho é dedicado à minha mãe, Joselene,
ao meu pai, Almir, aos meus irmãos Lucas
e Luís, e à minha namorada Amanda.
Agradecimentos
Agradeço à minha família, meus pais e irmãos, por sempre acreditarem em mim e
por todo investimento, carinho e suporte ao longo de todas as etapas da minha vida.
Agradeço à minha namorada Amanda, que apesar da distância está sempre me
apoiando, respeitando minhas decisões e me incentivando a sempre optar pelas melhores
escolhas.
Agradeço ao meu tio Marcos, por todos os conselhos desde a infância até a fase
adulta, por todo o apoio que precisei para tomar decisões importantes ao longo das etapas
vividas.
Agradeço aos meus colegas de curso Rafael, Hugo e Paulo, pela amizade e compa-
nheirismo durante a minha jornada universitária.
Agradeço ao professor Evandro pela oportunidade de trabalhar nesse projeto e por
todo o suporte ao longo do processo de aprendizado, e ao professor Sandro, por todos os
conselhos e por sua disponibilidade para ajudar os alunos sempre que há necessidade.
“Success is not the key to happiness.
Hapiness is the key to success.
If you love what you are doing,
you will be successful.”
(Albert Schweitzer)
Resumo
O presente trabalho aborda o projeto de um controlador embarcado para Veículos Aéreos
Não Tripulados (VANTs) do tipo quadrirotor. O objetivo é a implementação de mode-
los de controle de vôo conhecidas, como o controlador PID, em arquiteturas open-source
visando um melhor desempenho através da utilização de técnicas para desenvolvimento
em sistemas embarcados, como o uso de programação concorrente. A implementação será
feita utilizando a placa controladora Pixhawk para total controle de vôo, e também, com
esta operando em conjunto com o microcontrolador Raspberry Pi. Uma comparação dos
resultados obtidos nos dois casos em relação ao desempenho e tempo de processamento
será apresentada, além de uma posterior comparação destes resultados com softwares co-
merciais existentes no mercado. Ao final, será sugerida a melhor configuração de algoritmo
de controle com a arquitetura de hardware em que se obtêm maior velocidade e melhor
desempenho, visando uma melhor estabilidade para usuários que desejam aproveitar ao
máximo os recursos de processamento.
E/S Entrada/Saída
RPi Raspberry Pi
θ Ângulo de arfagem
ψ Ângulo de guinada
φ Ângulo de rolamento
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.1 Objetivo geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.2 Objetivo específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.3 Estrutura do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1 VANT: Veículo Aéreo Não-Tripulado . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2 Quadrirotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.2.1 Técnicas de controle para quadrirotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.2.1.1 Controlador PID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.1.2 Controlador LQR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.2.1.3 Outras técnicas de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3 Arquitetura do quadrirotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3.1 Placa controladora de vôo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.1.1 Softwares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3.2 Sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.3.3 Comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.4 Motores e ESC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.3.4.1 Motores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.3.4.2 ESC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.3.5 Hélices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.3.6 Bateria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.4 Sistemas de tempo real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.1 Etapa 1 - Revisão Bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2 Etapa 2 - Ambiente de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.3 Etapa 3 - Implementação do Modelo de Controle . . . . . . . . . . . 46
3.4 Etapa 4 - Validação do Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.5 Etapa 5 - Análise e Discussão dos Resultados . . . . . . . . . . . . . 46
4 ESTUDO DE CASO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.1 Caso 1: Pixhawk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.2 Caso 2: Pixhawk e Raspberry Pi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.3 Cronograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
25
1 Introdução
Estes veículos aéreos, que são dividos em duas categorias, quadrirotores e VANT
de asa fixa, podem realizar missões de vôo de maneira autônoma atráves de missões
pré-programadas ou podem ser controlados por pilotos através do uso de controles via
rádio. O que possibilita a execução das missões, é o fato de que eles possuem um sistema
computacional que lê o comando dado por um controlador embarcado ou pelo seu piloto
via rádio, e executa o movimento. Os sensores dos VANTs são constantemente lidos para
que a correção de vôo seja feita em tempo real. Esse termo é usado para denominar
sistemas em que o tempo de resposta é pré-determinado, e um não cumprimento do
mesmo acarreta em uma falha catastrófica.
Devido ao grande crescimento de aplicações para o uso de VANTs, é necessário
cada vez mais que técnicas de sistemas embarcados sejam usados nesses sistemas, para
1
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/como-os-drones-vao-mexer-com-a-economia
26 Capítulo 1. Introdução
que haja um aprovetamento ótimo dos recursos dos controladores embarcados. Operações
de leitura de sensores, acionamento de motores, inversão de matrizes para aplicações
de técnicas de controle, além de outras operações, precisam ser executadas ao mesmo
tempo que o VANT captura imagens, por exemplo. Desta forma, os algoritmos de controle
precisam ser implementado de maneira a obter um máximo desempenho, de maneira que
as operações possam ser executadas em paralelo, e que mesmo em situações críticas como
no uso intenso de memória ou de CPU, os deadlines sejam cumpridos para que o veículo
não perca controle de vôo.
A implementação desses algoritmos para ótima qualidade de desempenho a partir
de técnicas de controle conhecidas é o objetivo deste trabalho.
de cada uma das principais partes que compõe este veículo foi elaborada neste capítulo.
Técnicas de controle destes, além de modelos já existentes e uma revisão de sistemas de
tempo-real são também abordadas.
Capítulo 3: Neste capítulo é abordada a metodologia para a execução deste traba-
lho. Lá é descrito passo a passo os métodos que foram utilizados durante o desenvolvimento
deste trabalho, desde a revisão bibliográfica aos testes e análise de resultados.
Capítulo 4: O capítulo 4 trata da descrição dos estudos de caso deste trabalho. O
primeiro trata-se de uma arquitetura de controle utilizando a placa controladora Pixhawk.
Já no segundo caso de estudo, analisa-se a implementação das técnicas de controle uti-
lizando a placa de controle Pixhawk para interação com os dispositivos comunicando-se
com o microcontrolador Raspberry Pi, que possui o controlador embarcado.
29
2 Revisão Bibliográfica
Esta seção apresenta a importância dos drones no cenário mundial atual, bem
como uma revisão de como o drone do tipo quadrirotor - foco deste trabalho - funciona
apresentando as características de cada componente do mesmo. Há também diversas men-
ções a modelos de controle, softwares e hardwares já existentes no mercado ao decorrer
desta seção.
1
http://isnblog.ethz.ch/security/civilian-drones-fixing-an-image-problem
2
https://www.theguardian.com/technology/2016/jan/07/first-passenger-drone-makes-world-debut
30 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica
2.2 Quadrirotor
O quadrirotor, também conhecido como quadrotor ou quadricóptero, é um tipo
de helicoptéro que possui quatro rotores, cada um com uma hélice. Embora seu uso
tenha começado como aeronaves para passageiros no começo do século XX (SA; CORKE,
2012), hoje em dia o mesmo é usado largamente como Veículo Aéreo Não-Tripulado. Estes
veículos estão cada vez mais populares, principalmente devido as avançadas técnicas de
controle desenvolvidas, o que possibilita que eles sejam controlados por computadores em
terra, por controles de rádio, ou até mesmo fazer vôos autônomos sem a necessidade de
3
http://techcrunch.com/2016/06/03/drones-putting-chinas-economy-on-autopilot/
4
https://blog.econocom.com/en/blog/commercial-drones-a-growing-market/
2.2. Quadrirotor 31
um piloto.
Várias são as aplicações dos quadricópteros nos dias de hoje como a sua utilização
na área militar na procura de bombas e identificação de alvos, na área de segurança como
monitoramento de propriedades privadas, rastreamento de veículos nas estradas e também
monitoramento de cargas. O uso também é bastante frequente para análise da atmosfera
para previsão do tempo, detecção de áreas de incêndio e até mesmo para transporte de
objetos (KRAJNIK et al., 2011).
Uma das vantagens do quadrirotor é que este é um veículo simétrico, sendo sim-
ples a sua construção e possui facilidade de manutenção, tudo isso devido ao fato de que
este veículo possui os ângulos constantes em suas hélices, evitando-se assim o sistema de
variação de ângulos destas que são sistemas mais complexos e menos robustos (MUNOZ,
2012). Possui também algumas vantagens que o VANT de asa fixa não tem como deco-
lagem vertical, maior facilidade de manobra e consegue pairar sob o ar. Além disso, o
quadrirotor não precisa de uma área grande para aterrisagem, o que é necessário no caso
do drone de asa fixa.
As lâminas das hélices do quadrirotor são conectadas nos rotores paralelamente
entre si, fixando-as de maneira a obter uma estrutura rígida, permitindo que a única coisa
que possa ser variada seja a velocidade de rotação das mesmas (BRESCIANI, 2008). Ao
variar a velocidade, os rotores geram a propulsão necessária para a estrutura poder voar.
A mecânica do vôo de um quadrirotor é possível graças aos diferentes sentidos de
rotação de seus rotores como poder ser visto na Figura 3. Neste exemplo de configuração,
a rotação das hélices 1 e 3 movem-se no sentido horário, ao passo que as hélices 2 e 4 são
rotacionadas no sentido anti-horário.
deve ler esse sinal e modificar a rotação dos motores com a precisão necessária para que
o movimento seja de acordo com o esperado. O controlador deve estar calibrado para
executar os seus passos no tempo correto e erro minimizado, caso contrário o vôo do
quadricóptero estará comprometido.
Apesar do quadrirotor possuir uma mecânica simples quando comparada com ou-
tros veículos aéreos, seu controle não é tão trivial devido a imprecisão do seu modelo
dinâmico por ser um sistema sub-atuado, e a não-linearidade do seu modelo matemático
(ZULU; JOHN, 2014). Sendo assim, teorias de sistemas de controle são bastante utilizadas
na elaboração dos algoritmos de análise e controle para o quadrirotor.
Existem vários tipos de algoritmos utilizados hoje em dia para o controle do qua-
drirotor, cada um com suas vantagens e desvantagens. Algumas das características mais
importantes que devem ser levadas em consideração para a escolha adequada da técnica
de controle são:
• Robustez
• Adaptação
• Otimização
• Inteligência
• Capacidade de rastreamento
• Rápida convergência/Resposta
• Precisão
• Simplicidade
34 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica
• Rejeição às pertubações
• Sintonização manual
• Ruído
• Vibração/Perda de energia
derivativo, D, faz com que o sistema aumente a velocidade de reação de acordo com a
taxa de variação do erro.
Este controlador deve ser aplicado para cada eixo do sistema de coordenadas. Os
ângulos de Euler são usados como realimentação do sistema que servem como posição
atual, ao passo que as entradas são fornecidas pelo piloto, seja automático ou não. Os
parâmetros de ganho são ajustados de acordo com o tipo de movimento que se deseja, há
algumas técnicas por exemplo, que não utiliza o ganho D para o controle.
representado na Figura 7.
O bloco central possui geralmente uma placa principal controladora de vôo que
contêm um microcontrolador, pinos de E/S e os sensores principais responsáveis pela
Unidade de Medidas Inerciais ou Inertial Measure Unit (IMU). Os sensores principais da
placa são:
• Girômetro
• Acelerômetro
• Barômetro
• GPS
Porém a maioria das arquiteturas para quadricópteros dos dias de hoje incluem
alguns outros sensores auxiliares, como magnetômetro e sonar.
Existem diversas modelos no mercado, que são projetadas já com diversos compo-
nentes integrados como os sensores girômetros, acelerômetros, barômetros e GPS, além
de circuitos de comunicação, antenas e transceptores. Essas placas controladoras são es-
colhidas de acordo com a aplicação do quadrirotor, pois cada uma tem especificação de
hardware e software difrente, resultando em diferentes características de vôo. Existem
aplicações que necessitam, por exemplo, de muita memória para processamento, como
aquelas que usam algoritmos de visão computacional, outras que necessitam de um alta
memória de barramento para acessar múltiplos dispositivos simultâneamente, outras que
possuem componentes de ajuste de ganhos de controle manuais.
Entre as controladoras de vôo existente no mercado, existem as open-source, as
quais qualquer usuário pode fazer o download dos arquivos fontes dos algoritmos de con-
trole e modificá-los da maneira que achar conveniente, e existem também as que são
closed-source, as quais o sistema são propriedade dos seus criadores e os usuários não
podem modificá-los.
(LIM et al., 2012) fez um levantamento das placas controladores de vôo open-
source com base no volume de usuários e quão ativo está o projeto na comunidade. Com
base nisso, ele fez um ranking das mais relevantes que são:
• Openpilot: utiliza licensa GPL - General Public License - e o seu sistema possui um
RTOS modificado do FreeRTOS. Software com interface gŕafica é fornecido para
ajuste de ganhos e recebimento de dados de vôo.
Existem diversos outros modelos porém, que pequenos grupos desenvolvem base-
ados em plataformas open-source como Arduino e adicionam dispositivos necessários de
acordo com a necessidade da aplicação a ser desenvolvida.
2.3.1.1 Softwares
2.3.2 Sensores
Diversos tipos de sensores são empregados na construção de um quadricoptéro
moderno, porém alguns possuem importância vital para um correto funcionamento do
mesmo.
2.3. Arquitetura do quadrirotor 39
2.3.3 Comunicação
Há bastante troca de informação durante o vôo do quadrirotor. Sensores estão
sendo lidos a todo instante, e informações sendo trocada entre os periféricos, portanto
diversos tipos de protocolos são utilizados, dependendo da velocidade necessária. A co-
municação serial entre os dispositivos controladores é uma das mais usadas devido a sua
velocidade e facilidade de configuração.
Já para transmissão de dados a longa distância por conexões sem fio, transmissores
e receptores de radio frequência são utilizados para transmitir sinais de um controle de um
piloto para o microcontrolador do quadrirotor. O piloto envia pulsos PWM ou PPM à uma
determinada frequência ao mexer no controle, que é interpretado atráves do receptores de
sinais de radio contidos na placa principal, que identificam qual o tipo de movimento e
qual a amplitude de acordo com a largura dos pulsos enviados.
40 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica
2.3.4.1 Motores
Motores brushless DC, ou motores de corrente contínua sem escovas são utilizados
em quadrirotores devido a sua maior durabilidade, eficiência e reduzida necessidade de
manutenção quando comparado com os motores de escova (brushed motors).
6
Adaptada de http://www.rcgroups.com/forums/showthread.php?t=1174262
2.3. Arquitetura do quadrirotor 41
Os principais fatores que devem ser conhecidos para a correta escolha do motor
são a tensão, corrente, propulsão, potência, eficiência e velocidade. Portanto deve-se saber
qual o peso da estrutura que irá voar para que os motores possam trabalhar com uma
certa "folga"e não consumam toda a bateria rapidamente. O peso é fundamental para
saber também a propulsão necessária para a escolha do motor. Uma fórmula geralmente
usada para encontrar a propulsão é necessária é multiplicar o peso total da estrutura por
dois, e dividir pelo número de motores (quatro).
Os motores brushless são classificados em Kv, unidade de medida que relaciona
RPM (K) com a tensão necessária (em Volts). Geralmente motores com elevado Kv são
usados em estruturas mais leves, em sistemas que priorizam velocidade ou rápidas acro-
bacias. Motores com Kv menores são geralmente utilizados em estruturas mais pesadas
como quadricópteros que precisam carregar equipamentos de imagem. Os motores tam-
bém são classificados quanto ao número de pólos que pode variar de dois até quatorze
(QUADCOPTERS. . . , 2015). Motores menores que para quadrirotores mais rápidos pos-
suem menor número de pólos ao passo que motores maiores para carregar estruturas
pesadas possuem elevado número de pólos.
Uma combinação adequada do motor com o tamanho das hélices a serem utilizadas
é fundamental, pois isso influenciará na rotação e, consequentemente, na performance do
sistema. É desejável que um motor rápido seja combinado com uma hélice mais curta,
e que um motor mais lento que carregue peso seja combinado com uma hélice de maior
comprimento.
2.3.4.2 ESC
2.3.5 Hélices
As hélices do quadrirotor são componentes vitais do sistema. São necessárias duas
hélices que giram no sentido horário e duas que giram no sentido anti-horário para que
o vôo seja executado. As hélices são geralmente feitas de diversos materiais, como plás-
tico, fibra de carbono, e madeira, e são geralmente classificadas de acordo com o seu
comprimento e o seu passo.
Hélices de comprimento menores são geralmente usadas com motores pequenos
com grande capacidade de rotação (alto Kv), o que ajuda a obter uma boa performance
em velocidade, ao passo que hélices maiores são utilizadas com motores com capacidade
de rotação mais baixa, porém aguentam uma carga mais elevada.
Já o passo da hélice, que é definido como a distância percorrida por uma revolução
completa da hélice, deve ser escolhida tendo conhecimento que um passo menor gera mais
torque, possibilitando uma menor utilização dos motores. Isso quer dizer que os motores
não utilizarão corrente demasiadamente, o que possibilita um maior tempo de vôo. Por
outro lado, uma hélice de passo maior pode se mover mais, porém gera mais torque
consumindo mais energia.
É importante uma boa combinação desses dois parâmetros na escolha da hélice
de acordo com o tipo de aplicação que o quadrirotor irá possuir para garantir uma boa
performance.
2.3.6 Bateria
A bateria é a parte responsável por fornecer energia elétrica para alimentar os
motores do quadricóptero. As baterias do tipo LiPo (polímero de lítio) são as mais usadas
para esse propósito por conseguirem segurar uma maior densidade de energia comparada
com outros tipos.
De modo geral, as baterias são escolhidas de acordo com a necessidade do motor e
a especificação do ESC. O conhecimento da quantidade de corrente que será drenada por
vôo é essencial, pois assim uma escolha correta de capacidade de bateria pode ser feita.
Os quadrirotores utilizam normalmente uma bateria, porém existem aqueles que utilizam
duas para garantir uma melhor segurança caso uma falhe durante a missão, ao preço de
um custo mais elevado e maior dificuldade de montagem da estrutura.
deve ser regulada, tudo isso em um tempo determinado conhecido, caso contrário uma
falha catastŕofica pode acontecer. Esse tipo de sistema não possui tolerância à atrasos,
portanto seu sistema computacional deve ser implementado de maneira que ele possa
cumprir os seus deadlines - que é o intervalo de tempo entre a observação do estímulo e
a reação do mesmo - até mesmo em condições de sobrecarga.
RTOS, ou sistemas operacionais de tempo-real, são usados normalmente usados
para controlar o vôo de um quadrirotor. Esses sistemas possuem como característica prin-
cipal a garantia de que o deadline será cumprido, diferentemente dos sistemas operacionais
usados no dia-à-dia, que não proporciona esta garantia, visando apenas uma performance
média. Geralmente, um RTOS é projetado para possuir melhor desempenho particular na
execução de suas tarefas, para isso, ele conta com um consumo de memória otimizada e um
escalonador, parte principal do núcleo do sistema operacional que atribui a sequência de
execução das tarefas, com políticas aprimoradas. Os sistemas operacionais de tempo-real
possuem também serviços de gerenciamento tarefas, responsáveis por organizar diversas
atividades ocorrendo, seja de maneira paralela ou sequencial, tendo em vista o cumpri-
mento da entrega no tempo estipulado e manipulando estas de maneira a evitar disputa
por recursos e situações de deadlock.
Há ainda outros serviços que um RTOS fornece como temporização de módulos
de E/S (entrada/saída), serviço que controla a comunicação do sistema com recursos
externos, tratamento de interrupções geradas tanto por software quando por hardware,
chamadas do sistema (system calls), necessárias quando os programas precisam que o
sistema execute tarefas relacionadas ao hardware, gerenciamento de recursos de modo
geral, dentre outras.
45
3 Metodologia
Esta seção apresenta a metodologia que foi adotada para o desenvolvimento deste
trabalho seguida do detalhamento de cada etapa do processo. O trabalho foi divido em
cinco etapas que são: revisão bibliográfica, ambiente de desenvolvimento, implementação
do modelo de controle, validação do modelo proposto e análise e discussão dos resultados.
A Figura 10, abaixo, apresenta estas etapas em forma esquemática:
4 Estudo de Caso
Esta seção apresenta a descrição dos estudos de caso realizados. Dois estudos serão
desenvolvidos, sendo que o primeiro trata das técnicas de controle sendo implementadas
diretamente na controladora de vôo Pixhawk, arquitetura que irá efetuar todo o controle de
vôo do quadrirotor incluindo leitura dos sensores, processamento de dados e acionamento
dos atuadores. Já o segundo caso, analisa-se a utilização de um microcontrolador dedicado
para o controle, Raspberry Pi, comunicando-se com a controladora de vôo Pixhawk, que
será responsável pela leitura dos sensores e atuação do VANT. Por fim é apresentado um
cronograma com as datas previstas para entrega de cada uma das etapas.
4.3 Cronograma
O cronograma desse trabalho pode ser visualizado na Tabela 4.3. Para a entrega
do TCC 1 foram realizadas a escolha do tema, revisão bibliográfica e preparação do
ambiente da Raspberry Pi. O motivo de ter-se preparado o ambiente da RPi primeiro,
ainda que a Pixhawk seja mais importante nesse trabalho, foi devido ao fato de que,
inicialmente, somente aquela seria usada para implementar toda o controle do motor
e interação com sensores e demais dispositivos. Entretanto, devido ao curto prazo de
execução deste trabalho, no fim do TCC 1 optou-se por adotar uma arquitetura com
sensores integrados, e com maior suporte quando o assunto é controle de vôo, já que a
Pixhawk foi desenvolvida para este propósito.
Já para o TCC 2, será feita a ambientação da Pixhawk, implementação dos estudos
de caso, verificação dos resultados em softwares de simulação a serem definidos, e por fim,
testes de vôo para validar o trabalho.
Referências
KHATOON, S.; GUPTA, D.; DAS, L. Pid and lqr control for a quadrotor: Modeling and
simulation. 2014 International Conference on Advances in Computing, Communications
and Informatics (ICACCI), Faculty of Engineering Jamia Millia Islamia, New Delhi,
India, 2014. Citado na página 34.
LIM, H. et al. Build your own quadrotor. IEEE ROBOTICS AND AUTOMATION
MAGAZINE, September 2012. Citado na página 37.
SA, I.; CORKE, P. I. System identification, estimation and control for a cost effective
open-source quadcopter. Proceedings - IEEE International Conference on Robotics and
Automation, 2012. Citado na página 30.
ZULU, A.; JOHN, S. A review of control algorithms for autonomous quadrotors. Journal
of Applied Sciences, Lund University, Lund, Sweden, v. 4, p. 547–556, 2014. Citado na
página 33.