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Qualificação para o trabalho

de estudo
GUIA

Arco Ocupacional:
Comunicação
e Marketing Social

Fotógrafo Social
Operador de Câmera de Vídeo
de estudo
Qualificação para o trabalho
GUIA
Arco Ocupacional:
Comunicação
e Marketing Social

Fotógrafo Social
Operador de Câmera de Vídeo

Salvador, 2009
GUIA DE ESTUDO – QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO
Arco Ocupacional Comunicação e Marketing Social

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva

Secretaria Geral da Presidência da Republica


Ministro Chefe – Luiz Soares Dulci

Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à


Fome
Patrus Ananias

Ministro da Educação
Fernando Haddad

Ministro do Trabalho e Emprego


Carlos Lupi

Secretaria Geral da Presidência da República


Ministro Chefe – Luiz Soares Dulci

Secretaria Executiva
Secretária Executiva – Iraneth Monteiro

Secretaria Nacional da Juventude


Secretário – Luiz Roberto de Souza Cury

Secretaria Nacional Adjunta


Regina Célia Reyes Novaes

Coordenação Nacional do Programa


Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem

Coordenação Nacional
Maria José Vieira Feres

Assessoria do Projovem

Articulação com os Municípios


Gilva Alves Guimarães

Administração e Planejamento
Mauricio Dutra Garcia

Gestão da Informação
Rosangela Rita Guimarães Dias Vieira

Gestão Orçamentária Financeira


Sergio Jamal Gotti

Gestão Pedagógica
Renata Maria Braga Santos
Márcia Seroa Motta Brandão

Supervisão e Avaliação
Tereza Cristina Silva Cotta
GUIA DE ESTUDO – QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO
Arco Ocupacional Comunicação e Marketing Social
Caros participantes
do Projovem!
CIPÓ PRODUÇÕES

C
Projeto editorial e gráfico
hegamos ao fim da primeira etapa deste processo de
Coordenação
Nena Oliveira Qualificação para o Trabalho. Nos meses passados, vocês
Produção de Conteúdo
tomaram conhecimento e debaterem aspectos de trabalho que
Sandra Loureiro estão presentes em quase todas as ocupações, dentro da Formação
Edição Técnica Geral (FTG). Estudaram conceitos, conteúdos e técnicas
Nena Oliveira
relacionadas aos temas: Mobilidade e Trabalho; Atividades Econômicas
Revisão na Cidade; Organização do Trabalho, Comunicação, Tecnologia e
Eneida Santana
Trabalho; Gestão e Planejamento; Organização da Produção; Outras
Projeto Gráfico e Ilustrações
Taiane Oliveira
Possibilidades de Trabalho.
Enfatizamos sua participação em muitas atividades, na escola e fora
dela. Vocês não só resolveram as coisas no papel, mas também exercitaram
os conhecimentos, movimentaram-se na cidade, buscaram informações,
fizeram contatos e conversaram sobre o que estudaram. Teoria e prática
IDESH
Produção Gráfica andaram juntas. Parabéns pelos estudos que concluíram!
Após terem feito essa travessia, é chegada à hora de
acrescentarmos conhecimentos que os fortaleçam na formação
para o mundo do trabalho. Agora, tem inicio uma nova fase da
Qualificação para o Trabalho, na qual serão tratados os temas
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS
CIPÓ – Comunicação Interativa específicos dos Arcos Ocupacionais.
(fotos gentilmente cedidas)
SXC – Banco de Imagens
Cada Arco Ocupacional é composto por ocupações e foi
Wikipédia , a enciclopédia livre construído com conteúdos que possibilitarão a vocês diversidade na
iniciação profissional, abrindo espaço de atuação nessas ocupações.
Estas formações não os tornarão um especialista em cada uma
delas, mas vocês conhecerão muito mais amplamente o trabalho
desenvolvido no conjunto das ocupações.
As variedades de conteúdos certamente aumentarão as
possibilidades de obtenção de trabalho e emprego.
Desejamos a vocês bom trabalho nesta fase de seus estudos.
Abraços e boa sorte a todos.

Equipe Projovem Trabalhador


Apresentação Meios de comunicação podem ser aparatos ou processos que permitem a comunicação entre
sujeitos. Quando definimos meios de comunicação como aparatos, falamos da televisão, do
rádio, do computador, do telefone. Já como processos, nos referimos mais especificamente às
linguagens ou formatos que definem os conteúdos a serem veiculados. Assim, o computador ou
TV, por exemplo, seriam aparelhos pelos quais o processo comunicacional aconteceria.
Já um jornal, um blog, um chat, um site, um vídeo ou fotografia (embora possam ser materiais)
seriam os meios conceituais, com uma linguagem e formatos específicos para que sejam
reconhecidos.

Neste Guia de Estudo vamos estudar os meios de comunicação em diferentes dimensões: como
aparatos ou aparelhos, máquinas, entendendo seu funcionamento. Também, apresentaremos
formas de usar os meios de comunicação como linguagem e meio para veicular um conteúdo,
uma mensagem. Mostraremos como utilizar as linguagens para desenvolver produtos de
comunicação para cada finalidade.

Você vai encontrar conteúdos e atividades para desenvolver a formação nas áreas de
Comunicação e Marketing, articulando com as linguagens de Fotografia e Vídeo, entendendo

A
suas especificidades, linguagens, conceitos, aplicações e as possibilidades e limites de atuação
profissional. Ao longo do Guia de Estudos, você encontrará referências interessantes para
intensificação da presença e da ação das tecnologias da informação e da comunicação
enriquecer e complementar sua formação, como filmes e bibliografias. Essas referências são
nas vidas de todos é inegável, impactando nas relações entre as pessoas e das
sugestões para ampliar os limites das atividades propostas. Ao final, você encontrará todas as
pessoas com o mundo, causando mudanças comportamentais e de valores. Com
referências reunidas.
o desenvolvimento dessas tecnologias, ocorreu um grande aumento no fluxo de
Este é um material que possibilitará conhecimentos básicos acerca das áreas de formação
difusão e transmissão de dados. Embora várias partes do planeta ainda estejam
oferecidas. A partir desses conhecimentos, você poderá aprofundar mais os seus estudos,
excluídas desse contexto tecnológico, inclusive populações no Brasil, é cada vez maior o número
qualificando cada vez mais a sua atuação e ampliando as oportunidades de trabalho. Lembre-
de pessoas que precisam lidar com uma nova configuração social, comunicacional e produtiva
se de que o processo de aprendizagem é constante e que sempre temos novos aprendizados
decorrente dos avanços tecnológicos.
para elaborar. É importante não esquecer que outras instâncias de formação precisam continuar
sendo valorizadas e podem e devem estar incluídas em seu projeto de vida, pois abrirão novos
Há alguns anos, era impensável o acesso do cidadão comum a tecnologias mais avançadas
caminhos para o seu crescimento pessoal e profissional. Depende em grande parte do seu
como um telefone celular que oferece diversos recursos ou câmeras fotográficas digitais
interesse e esforço buscar novas formas de aprender e dar continuidade ao que foi iniciado com
com qualidade profissional e grande capacidade de armazenamento de imagens. Além disso,
este curso.
ocorreu a popularização dos computadores e de recursos como a internet, uma rede mundial
de computadores interligados, que oferece informação, conhecimento, comercialização de
Aproveite bem esse material e essa formação.
produtos, comunicação por mensagens ou conversações em tempo real, acesso a imagens,
Prepare-se para o futuro e pense com cuidado em seu projeto de vida.
vídeos e músicas, além de permitir que cada um de nós possa criar as mais diversas páginas
pessoais, falando de todos os assuntos. Essas máquinas e seus recursos permitiram que as pessoas
estabelecessem uma outra relação com a comunicação, ampliando o acesso à informação, ao
conhecimento e possibilitando a expressão de ideias e de diferentes visões de mundo.
BONS ESTUDOS!

Vivemos, também, na sociedade da imagem. Sabe-se que o ser humano sempre procurou
expressar-se através de imagens, desde os tempos das cavernas, retratando suas culturas,
histórias e valores. Nunca, porém, tantas imagens puderam ser veiculadas e vistas por um
número tão grande de pessoas, e isso se dá graças à explosão e ao acesso às tecnologias de
informação e comunicação. A imagem é uma poderosa força de expressão e transmissão de
ideias. Os meios de comunicação, sobretudo as TVs e jornais, e também a publicidade, lançam
mão amplamente do uso estratégico das imagens para transmitir crenças e atitudes. Todos já
ouvimos aquele ditado “uma imagem vale mais que mil palavras”, o que significa dizer que uma
imagem carrega em si inúmeras mensagens combinadas e saber escolher a imagem certa para
as ideias certas, é algo bastante estratégico.
Sumário
5.7 A prática
1 COMUNICAÇÃO 5.8 Articulação da fotografia com outras mídias
5.9 Tratamento de Imagens – o uso do Adobe Photoshop
3.1 Conceito de comunicação 5.10 Cuidados com as fotografias – organização e armaze-
3.2 O processo da comunicação namento de fotos analógicas e digitais
3.3 Funções da Comunicação 5.11 Fazendo orçamentos e propostas de trabalho
3.4 Comunicação e Linguagem
3.5 Teoria da Imagem
3.6 Publicidade e Marketing
4 FOTOGRAFIA

6.1 Introdução: pequeno histórico do cinema e do


MARKETING E PUBLICIDADE vídeo
2
6.2 A linguagem Audiovisual
6.3 A Formação em Vídeo e o Mundo do Trabalho
4.1 As mudanças sociais, tecnológicas e culturais da nova So-
(habilidades e conhecimentos)
ciedade da Informação e Comunicação? Quais as demandas
6.4 O que é uma câmera de vídeo?
dessa nova Sociedade?
• Tipos de câmeras e suas funções (câmeras amado-
ras, semi-profissionais e profissionais)
• Formatos de vídeo
MUNDO DO TRABALHO 6.5 Os tipos ou gêneros audiovisuais
4 6.6 A prática
5.1 Histórico da Fotografia 6.7 As etapas da produção em vídeo
5.2 A Linguagem Fotográfica
5.3 A Formação em Fotografia e o Mundo do Trab-
alho (habilidades e conhecimentos
6 O VÍDEO
5.4 A Câmera Fotográfica
5.5 O Manejo da Câmera fotográfica 4.1 As mudanças sociais, tecnológicas e culturais da nova
5.6 O uso do flash – introdução Sociedade da Informação e Comunicação? Quais as demandas
dessa nova Sociedade?
1
COMUNICAÇÃO

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1:
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como ela se organiza. Adotou costumes e modos de viver e se relacionar, construiu
conhecimentos, absorveu a cultura, desenvolveu hábitos, valores e crenças. Foi
a comunicação que possibilitou as trocas necessárias para que você se tornasse
um membro da sociedade. Essas trocas, que implicam em um conhecimento geral
acumulado, não acontecem apenas no âmbito da escola, mas em grande parte nos
movimentos da vida. Um bom uso da comunicação é essencial para os processos de
comunicação

educação que experimentamos na escola e em outros espaços de aprendizagem,


mas, às vezes, esquecemos de como a comunicação está presente em cada momento
da vida. Assim, pode-se dizer que a comunicação é parte da essência da vida. É uma
necessidade básica do ser humano e está diretamente relacionada aos processos que
formam as sociedades.

DE
ATIVIDA
Em pequenos grupos, discutam sobre a importância da comunicação.
Questões orientadoras:

É possível viver sem comunicação?


O que poderia acontecer se, de um momento para o outro, perdêssemos a ca-
pacidade ou possibilidade de nos comunicar? Vocês imaginam de que maneiras isso
poderia ocorrer?
Criem uma pequena história em que um personagem perde essa capacidade ou pos-
sibilidade e, em seguida, a recupera. Falem, por meios da história, sobre o que ele
sentiu ao passar pelas duas experiências: perder e recuperar.
1.1. Conceito de comunicação

E xistem muitas definições para Comunicação. Cada teórico define de uma forma
diferente, a partir de uma visão ou característica que é ressaltada. Sugestão
de filme
A definição mais simples é aquela que apresenta a comunicação como troca de infor-
mações. Não deixa de ser verdadeira, porém não contempla todas as dimensões e
possibilidades da comunicação. O Náufrago (título original Cast Away). USA, 2000. Gênero: Drama. Duração: 2 horas e
23 min. 20th Century Fox e Dream Works. Direção: Robert Zemeckis. Filme estrelado
Na verdade, se observarmos com atenção, veremos que a comunicação está presente em por Tom Hanks.
todos os atos humanos. A comunicação é parte dos processos da vida, é uma necessidade Sinopse: Conta a história de um mensageiro de empresa de correios americana que,
humana que permite o desenvolvimento do sujeito e das relações sociais. É um processo após um acidente aéreo, vai parar sozinho em uma ilha deserta, vivendo durante
contínuo e constante, que está envolvido no relacionamento e na troca de ideias, emoções, quatro anos sem nenhum contato humano.
sentimentos, informações, conhecimentos e experiências entre as pessoas, modificando e
construindo as sociedades, ou seja, os processos de comunicação humana são complexos.
Os animais também possuem sistemas de comunicação, mas estes se diferenciam dos
sistemas de comunicação humana, pois o ser humano tem a capacidade de criar múltiplas e
diferentes formas de interpretação, compreensão e representação de ideias e sentimentos,
1.3. O processo da comunicação
como a arte e a religião, por exemplo.
Não sabemos como aconteceu o início da comunicação humana. Os homens primiti-
vos podem ter começado a se comunicar como os animais, utilizando gritos e grunhi-
dos, podem ter utilizado gestos e movimentos corporais ou combinado tudo isso. A
1.2. A comunicação e a vida história demonstra que, com o tempo, os processos de comunicação foram ficando
mais complexos e, com o aparecimento da linguagem falada, foram sendo criados
Pense em como você se tornou o que é atualmente. Pense em sua família, seu bairro, sistemas de comunicação baseados em símbolos e signos, que serviam para repre-
sua escola, seus amigos. Foi através da convivência e das experiências de vida que sentar tudo, desde objetos até sentimentos.
acontecem através dos processos de comunicação que você conheceu a sociedade e
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ca m eo s tó
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co inc rna pr ico tes ma
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e imateriais.
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A re de s f es d
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LINHA DO TEMPO

pe me ca up sa to s
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A rav ciê do 200 s.
an evo és nci a Id m
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iço en is en é e-s
a r ta , a n to o p e q
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criadas para representar o desenvolvimento cultural


gr is

representar e designar objetos e elementos materiais


ad ad ho odo te
ua os mo re nh

conhecimentos e informações. Muitas foram as formas


estão relacionados com o surgimento da representação

sistemas com grande número de símbolos e signos para


se desenvolveu entre os sujeitos, através de gerações, e
l e pe s gi a

cação. Esses sistemas, embora elaborados a partir da fala,


le la ap str

humano. À medida que o tempo passava, eram elaborados


vo a r ie a d

escrita, que tem maiores possibilidades de perpetuação dos


Em

A partir desse período, um longo processo de aprendizagem

foram criados sistemas cada vez mais complexos de comuni-


u qu ns, o
um to m e
m d rn ilh ol
pi eso os o d ar og
c p p e es ia

os sumérios.
re to o rim 4
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ap re rá âm e 00 t . de .
ch er se fic io o 0a i r
id am feiç nta o e s, n s sis .C,
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re og ad oar r a uti a A tem apó
pr ra as am re liz n
es m d a a t a sa
en át e h es lida va igui s fo Ida
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va , o ró sis . E qu de ia d
um u gli te m en . C do as
a i seja fos ma seg as fi ham pel Cav
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ia. ad ra e id ur va na

também criaram suas escritas ideo-


a s co scr a, o as q -se s,
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ím si ita s e ue sis
d , g

menos na mesma época, outros povos


bo e c íp t te

gramáticas como os maias, os chineses e


lo rad ria ci ent ma

Em diferentes partes do planeta, mais ou


, o a nd os a
u um o va
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sím arê ad ara 1.
bo nci a a m, 700
lo a d ssi cri an
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de comunicação.

pr cu po do a
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muitos ainda preservam estas formas

am de i in e 7
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e corporal como base de suas culturas e

um pen ven 00a


índios brasileiros, têm a comunicação oral
Muitos povos, como alguns africanos e os
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a i de tad .C.,
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pr nv ro ion tip m a
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sa çã zi a ra sc . J an
e p o m r m co fia rito trab á ex eir
as ar uit mu me sà alh ist as m
sa co as ni câ m o, iam a
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XI fia unic tog do ipa
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fo in i es m le v t p n n ío ss a n s e
o a fo e e s n c t ra r n X, foi erm m oso te tre o do tem Mu mu per os m o e m as u õe ent do.
ul ogr om A fo stro rinc ra mu exp po a lo e fi am out o e rta utra rta. I
X ne p no r , a e n t s r a o e s o r a ilh m n
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é a a s u r ã o a lo fo ho e, de te X, en no uer r a c ess poi itid ede ara 5 m ual mu
o d r a t el e S das o er ea s q s e s na ent imp a o a c u
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a o da o su o y a f â n l o l o o e m r sé tel are ala m p rme ul arec lvid de ant nd nút per de, ram s de e. A do
da o ct ie ra vi 5, nr liz ra nt bo bo ad el ção hu se o p f u c
sé p vo an m ua i ar sa ai d to
v ira nçã pa soc pa ção 1 83 h He rea elég sta sím sím istr pap ica nen não a l d e. O te a ez, ou erio o o a en Gr ara . Q u-se ssim is t as e m a re m
e m a o a t in e g n n s v t N s ª s a p t
Na inv de i pri nsã nic to. Em sep ssem do te a d sses re ou mu avia as a fin fo . E ira orn os i
fo i de a 2 et p ido rno oi a , m is a en om o-a
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a an r ó e
m m ex
u J fo vés e em . E ram fit c o h nci
o n a o No tele 876 ime se t er. P o s n
f pó aN U t t te qu u a as n o . F e a m c d
gr na p di co o t já tra cam sist rse e ma de nã istâ o m 1 pr io laz a ph os Ne an q id d a
e utra a a a a A rati m Mo u eio ue s d e ela rád e A r ad a rt as rap cta s us
o par ciad p e u go m q ga p o ias t h o e ne oa
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0
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5 Phone
6 9
7 8

A televisão é, atualmente, o principal


Quando o cinema foi apresentado ao
meio de comunicação presente nas
público, pensava-se que seria uma moda
famílias brasileiras e em muitas partes
passageira. Ninguém imaginava que essa
do mundo.
invenção se tornaria tão presente na vida
de todos, gerando uma grande indústria
de diversão, informação e conhecimen-
tos. Os séculos XIX e XX são marcados por
mudanças muito rápidas nos processos
de comunicação humana, decorrentes
dos avanços tecnológicos modernos.
Comunicação e Marketing Social

2. PEQUENA HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO formação e um significado que deve ser compreendido pelos interlocutores.
Código: conjunto de sinais, signos e regras de combinação compreendidos por to-
dos os participantes do processo comunicativo em questão.
Como falamos anteriormente, o ser humano, desde o início dos tempos, buscava for Meio: veículo através do qual se transmite a mensagem. Pode ser a voz, o papel;
mas de se comunicar, cada vez de maneira mais eficiente. Existem muitos indícios pode ser um meio mecânico, como a TV, o rádio ou o computador.
que demonstram esse fato. Realidade ou contexto: situação em que é transmitida a mensagem e seus objetivos.

ATIVID
A DE

Faça uma enquete entre seus amigos, parentes e vizinhos e veja quantos deles têm
computador e internet em casa. Pergunte, também, se eles acham que esses recur-
sos são importantes ou não para a vida de cada um e por quê. Traga os resultados de
sua pesquisa para compartilhar com o grupo e discutam esses resultados a partir das
questões abaixo:

Qual a importância do computador?


E qual a importância da internet em nossas vidas?
Esses recursos são importantes da mesma maneira para todas as pessoas?

Sugestão
de filme
3.1. O Ruído

Piratas do Vale do Silício (título original Pirates of Silicon Valley, USA). 1999. Gênero: Há ainda um elemento, que não costumamos pensar como integrante dos processos
Drama. Duração: 95 min. Dirigido por Martyn Burke. Filme produzido para a televisão comunicacionais, mas é de grande importância: o ruído. O ruído é tudo que interfere
pela TNT. na comunicação, prejudicando-a. Pode acontecer pelos mais diferentes motivos e
Sinopse: É um filme baseado no livro Fire in the Valley: The Making of The Personal pode distorcer ou mesmo impedir a comunicação. Normalmente é um som fora de
Computer, de Paul Freiberger e Michael Swaine. O filme documenta o nascimento da contexto, um emissor ou receptor fora de sintonia, falta de empatia ou habilidade
era da informática e da criação dos microcomputadores (PCs), revolucionando as co- para colocar-se no lugar do outro, falta de envolvimento ou de atenção dos inter-
municações, retratando a participação dos fundadores da Microsoft e da Apple. O locutores. Às vezes, os ruídos podem ser diminuídos quando há um esforço entre os
filme começa no início da década de 1970 e termina em 1985. interlocutores para melhorar o entendimento, buscando escutar o outro, dialogar e
encontrar soluções em comum, que favoreçam a todos os envolvidos em uma deter-
minada situação.
DE
ATIVIDA
Escolham uma das atividades abaixo e vamos em frente:
3. COMO ACONTECEM OS ATOS COMUNICATIVOS Tomando como referência o jogo Imagem e Ação, cada participante vai fazer um
desenho e pedir que o grupo diga o que é.
Para que a comunicação aconteça, são necessários alguns elementos básicos: Jogo de Mímica (podem ser mímicas sobre filmes, profissões etc).
Telefone sem Fio: em círculo, uma pessoa escolhe uma frase e fala para o vizinho,
Emissor e receptor (ou interlocutores): aqueles que emitem e recebem as mensagens. ao ouvido, até chegar ao último do círculo. Ao final, a última pessoa fala a frase em
Conteúdo e Mensagem: os sinais transmitidos que, combinados, formam uma in- voz alta.
DE
ATIVIDA
Agora vamos realizar um debate sobre ruídos na comunicação, a partir das seguintes
questões: Você sabe o que é uma legenda? Uma legenda é uma frase que complementa ou bus-
O que são ruídos comunicacionais? ca explicar melhor o sentido de uma imagem. Geralmente encontramos em jornais e
É possível diminuir os ruídos na comunicação? Como e por quê? revistas abaixo de uma fotografia ou ilustração.
Que problemas podem ocorrer decorrentes de dificuldades de comunicação? Ex- Também chamamos de legenda os textos que aparecem como tradução em filmes
emplifique, sugerindo soluções. estrangeiros.

Individualmente, pesquisem e escolham uma imagem (em jornais, revistas ou na in-


ternet). Pode ser uma fotografia ou desenho.

Cada um apresenta a imagem para o grupo, sem explicar de onde foi retirada. Os
Sugestão participantes vão tentar dizer o que cada imagem representa ou transmite. À medida
de filme que cada imagem for sendo apresentada e explicada pelo grupo, aquele que apre-
senta diz qual foi a explicação mais aproximada do contexto original. Em seguida, os
participantes vão criar legendas para as imagens, escrevendo em um papel. Cada um
Bicho de Sete Cabeças (Brasil, 2000). Gênero: Drama. Duração: 80 min. Direção: Lais vai ler sua legenda e a que for considerada mais interessante pelo grupo, será escol-
Bodanzky. Columbia Pictures. Elenco: Rodrigo Santoro, Othon Bastos, Cássia Kiss, hida para compor a imagem. Ao final será formado um painel com as imagens e as
Jairo Mattos. legendas criadas pelo grupo.
Sinopse: Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro) possuem
um relacionamento difícil, com um vazio entre eles aumentando cada vez mais. Seu
Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação
entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que
suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas. Baseado em
história real, adaptado do romance “Canto dos Malditos’’, de Austregésilo Carrano. 4. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Este filme, além de discutir questões sobre juventude e drogas, fala sobre as
dificuldades de comunicação entre pais e filhos e entre a escola e os jovens. A capacidade comunicativa que têm os seres humanos de usar qualquer sistema de
sinais significativos, expressando seus pensamentos, sentimentos, ideias e experiên-
cias é chamada de linguagem. Como vimos, a comunicação pode acontecer por meio
de códigos verbais ou não-verbais, ou através da combinação das duas formas. Desse
modo, desenhos, imagens, gestos, sons, cores, cheiros, palavras são formas de lin-
guagem. As manifestações artísticas como a música, o teatro, a dança, a mímica, a
3.2. Verbal e Não-verbal pintura, a escultura, a fotografia e o cinema também são formas de linguagem. O
código é um conjunto de sinais ou signos que são previamente estabelecidos para
Existem duas formas básicas de comunicação: a verbal e a não-verbal. que a comunicação se efetive. Por exemplo, quando conversamos com alguém uti-
lizamos vários códigos: a fala, os gestos, as expressões faciais, alguns sons de ênfase,
A comunicação verbal é realizada através de palavras, pode ser escrita ou falada. negação, afirmação.
Pode assumir a forma de um diálogo ou de uma palestra, quando oral; de uma carta,
livro, revista, jornal, impresso etc, quando escrita.
A comunicação não-verbal quando é corporal inclui gestos e expressões faciais.
Quando pictórica ou por imagens, ocorre por meio de desenhos, figuras, fotografias, 4.1. Diferenças entre linguagem, língua e fala
pinturas.
Há ainda a comunicação mista, combinando a comunicação verbal e a não-verbal. Há diferença entre linguagem e fala, que, embora relacionadas, não são iguais. A fala
é uma entre outras formas de linguagem que podemos usar para nos comunicarmos.
Também língua e fala não são iguais. A língua é um dos códigos que usam as palavras
faladas ou escritas como forma de comunicação. Além de ser formada por palavras, a
língua possui um sistema, algumas “leis” que ajudam na organização, na combinação
das palavras.
Comunicação e Marketing Social

4.2. Funções da linguagem e da comunicação tinue, mas estabelece-se um prolongamento de diálogo sem um conteúdo efetivo.
Metalinguística: o código está em destaque quando ocorre essa função. É o texto
Quando utilizamos uma forma de linguagem temos uma intenção. Nem sempre nos falando de si mesmo, como, por exemplo, filmes que contam histórias sobre o cine-
damos conta dessa intenção. Quando estamos mais apropriados de determinados ma. Um exemplo interessante de metalinguagem é o dicionário, um livro que explica
conhecimentos, principalmente quando trabalhamos com linguagens visuais e au- os próprios elementos dos quais é composto: as palavras. Outro exemplo é a legenda
diovisuais, com a publicidade e com a informação, esta intenção se torna mais clara que pode acompanhas imagens, com o intuito de explicá-las como um código traduz-
para nós. indo outro: as palavras traduzindo a imagem.

Um teórico russo, estu- É importante assinalar que as funções frequentemente acontecem simultaneamente.
dioso da língua e de seus Muitas vezes em nossos processos comunicativos precisamos utilizar mais de uma
processos, chamado Ro- função ao mesmo tempo para alcançar nossos objetivos, mesmo que alguma função
man Jakobson elaborou prevaleça sobre as demais.
seis funções básicas da
linguagem. Esse estudo
foi desenvolvido nos
anos 1920, mas ainda são
hoje, importantes refer-
ências para o entendi- UM EXEMPLO:
mento do funcionamen-
to da linguagem humana. Ao realizar um filme-documentário sobre uma mulher que dedicou grande parte de
Essas funções são: sua vida a militar em um grupo que reivindica o direito à terra, o diretor, ao entrevistá-
la, a princípio, busca as informações objetivas, pois trata-se de um documentário. O
Referencial: ocorre depoimento da mulher, porém, é carregado de emotividade e fala de suas experiên-
quando o objeto (ou cias pessoais. Segue-se um trecho dessa entrevista:
referente) é colocado
em primeiro plano. Por Diretor (voz em off) – Fale sobre sua experiência. Como você entrou no movimento?
isso é chamada refer-
encial, pois destaca o Mulher – Bem, veja só. Eu entrei assim, pensando em resolver um problema que era
conteúdo do texto. O el- meu, mas não era só meu, sabe? Essa história da gente não ter terra para plantar,
emento predominante a para viver. Eu sou da roça, sabe? Meu pai, minha mãe, meus avós, são todos da roça,
ser comunicado é a infor- é o que eu sei fazer, mas acabei sem terra nenhuma, nem um pedacinho. Tinha que
mação. A função referencial acontece principalmente em textos jornalísticos, cientí- plantar na dos outros, trabalhar para os outros. Uma tristeza, pois não dava para
ficos e em filmes-documentários. nada. E tem um monte de gente assim, nessa situação, entende?
Emotiva ou expressiva: ocorre quando o emissor está em destaque, expressando
seus sentimentos e emoções. O “eu” é o foco da mensagem, ao expressar opiniões, Observe que a mulher acessa várias funções para dar seu depoimento. Primeiramente,
emoções e sentimentos do emissor da mensagem. a função fática, quando testa o canal de comunicação: “Bem, veja só” e, ao final, quan-
Conativa ou apelativa: ocorre quando o objetivo da mensagem é influenciar o re- do diz: “E tem um monte de gente assim, nessa situação, entende?”, ou quando repete
ceptor. É muito usada pela publicidade, em frases como “Aproveite as ofertas!”, por ao final de algumas frases “...sabe?”, buscando o prolongamento do diálogo.
exemplo. O foco desta função é o destinatário (o público), fazendo-o mudar de pos-
tura, opinião ou levando-o a consumir um produto ou “ideia”. Ao dizer “...veja só.”, chamando a atenção do destinatário, utiliza a função apelativa
Poética: ocorre na linguagem literária. Um poema é um texto que exemplifica essa ou conativa.
função, mas está presente em textos literários em prosa. É a forma como se diz a
mensagem que faz a diferença, usando-se figuras de linguagens e metáforas. Tanto a Ao mesmo tempo, lança mão da função referencial, narrando fatos sobre sua situa-
forma como o conteúdo possuem significância. ção e da função emotiva, ao se colocar emocionalmente no depoimento, falando dos
Fática: a função fática é um teste do canal da comunicação. Não tem como principal seus ancestrais e da sua tristeza por sua situação e a de outras pessoas. Percebemos,
objetivo trocar informações e, sim, criar as condições para a comunicação acontecer então, que acessamos muitos níveis de emoções e conhecimentos nos processos de
com sucesso. Um exemplo são os cumprimentos diários como “Bom dia!”, “Tudo comunicação.
bem?” que podem ou não iniciar conversações. Pode ser que a conversação con-
Comunicação e Marketing Social

A COMUNICAÇÃO 5. TEORIA DA IMAGEM

Excita Ensina Vende DistraiEntusiasma 5.1. Conceito de imagem


Dá status Constrói mitos Destrói reputações Orienta
Desorienta Faz rir Faz chorar Inspira Narcotiza Imagem significa a representação visual de um objeto, de uma realidade ou mesmo
de algo abstrato, um sentimento, uma ideia.
Reduz a solidão Produz até incomunicação Podemos considerar a imagem tanto sob o ponto de vista da produção, gerada pelo
ser humano, quanto do ponto de vista da recepção. Para a imagem acontecer é pre-
(BORDENAVE, Juan E. Diaz. Além dos meios e mensagens, 2002, p.)
ciso que seja não apenas produzida, mas também percebida.
As imagens podem ser geradas a partir de muitas origens. Existem as imagens produ-
zidas manualmente, de forma direta, como a pintura ou o desenho. Temos também
aquelas que são mediadas por aparelhos: a câmera fotográfica, a câmera de filma-
gem e o computador.
ATIVID
A DE Sabemos que, atualmente, as imagens, mesmo produzidas manualmente, podem
passar por um tratamento através de programas de computador. Todas as formas de
produção de imagem, porém, dependem de uma técnica para que sejam produzidas.
Agora vamos dividir a turma em grupos. Cada grupo vai receber a ideia de um
É preciso que nos apropriemos das técnicas específicas de produção, por meio do
produto ou serviço para ser anunciado. Por exemplo: panelas, perfume, calças jeans,
domínio das habilidades, dos procedimentos de realização e dos conceitos próprios
carro, televisão, celular, viagem ou mesmo um curso universitário, de línguas ou de
de cada linguagem de representação de imagens.
informática. Cada um dos grupos vai elaborar um anúncio publicitário e usar qualquer
uma das funções da linguagem para fazer o anúncio. Serão distribuídos cartolinas,
lápis coloridos, canetas hidrográficas, tesoura, cola e revistas para recortar.
Ao apresentarem seus anúncios, deverão dizer qual a função de linguagem utiliza- 5.2. Classificação das imagens quanto às suas
da, porque foi escolhida essa função, qual o público-alvo e que sentimentos querem características
estimular para provocar o interesse pelo produto ou ideia.
a) Móveis ou dinâmicas: o cinema, o vídeo, a televisão.
b) Estáticas ou fixas: pinturas, fotografias, cartazes, ilustrações.

As imagens podem ser acompanhadas de texto, como na televisão, cinema ou mes-


Sugestão mo um cartaz.
de filme

Cinema Paradiso (título original Nuovo Cinema Paradiso). Itália, 1998. Gênero: Dra-
5.3. A percepção e interpretação das imagens
ma. Duração: 2:03. Direção: Giuseppe Tornatore. Atores: Antonella Attili, Enzo Can-
As imagens são percebidas pelo ser humano a partir de duas dimensões. A dimensão
navale, Isa Danieli, Leo Gullotta, Marco Leonardi.
física, visual, que acontece com a percepção dos componentes estruturantes da ima-
Sinopse: Um cineasta de sucesso retorna à sua cidade-natal quando é avisado da
gem: contorno, a forma, o fundo, as cores. A outra dimensão é simbólica, subjetiva
morte de um grande amigo de seu passado, que o ajudou a se apaixonar pelo cinema.
ou cultural.
Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Esse filme mistura as memórias do protagonista com a história do cinema. Um bom
A imagem tem o poder de transmitir mensagens que podem ser comuns a muitas
exemplo para a compreensão da metalinguagem.
pessoas, ao mesmo tempo, mesmo àquelas pessoas pertencentes a culturas, línguas
e povos diferentes, pois podem conter o que chamamos de arquétipo, que são ima-
gens que estão presentes no inconsciente há milênios, fazendo parte do repertório
da humanidade. Um exemplo é a imagem de uma pomba ou pássaro branco, que
muitos povos costumam relacionar com a paz, com a alma ou espírito, pois tem suas
raízes no simbolismo cristão, presente há séculos em diferentes culturas humanas.
Os produtos culturais que são veiculados pelos meios de comunicação de massa,
como a publicidade, as novelas, os jornais e revistas utilizam muito essas imagens
arquetípicas, para transmitir ao máximo de pessoas suas mensagens.

Vivemos em uma sociedade da imagem. Cada vez mais somos conectados com o
mundo através delas. Cada imagem, seja publicitária, institucional, educativa, esfor-
ça-se por convencer os sujeitos de ideias, concepções e valores, buscando alcançar
os seus objetivos, por isso se torna tão importante perceber porque uma imagem é
veiculada de determinada forma, entender a mensagem subliminar para fazermos
nossas escolhas de forma crítica.

Mensagem subliminar: ao usar este artifício, as


imagens e palavras são apresentadas de forma muito DE
rápida ou abstrata para as pessoas reconhecê-las e ATIVIDA
processá-las inconscientemente, ou seja, de forma Vamos voltar ao exemplo da pomba. Visualizemos a imagem: a pomba está sozinha
induzida, sem escolha ou crítica. no centro da imagem. Ela é branca, está voando e, por trás dela, um belo fundo azul.
O que pensamos ao ver essa imagem? Com o que nos conectamos? Qual a nossa in-
terpretação dessa imagem?
O educador, após descrever a imagem para a turma e mostrá-la apontando seus
5.4. Denotação e Conotação elementos, vai iniciar uma discussão em que os participantes irão falar de suas im-
pressões, analisando as semelhanças e diferenças de percepção e interpretação, sob
Para analisar ou ler uma imagem devemos observar dois níveis fundamentais, a deno- o ponto de vista dos conceitos sobre teoria da imagem, descritos no texto. É impor-
tação e a conotação. O nível denotativo está relacionado com a análise dos compo- tante analisar os motivos pelos quais cada participante se aproxima ou se distancia
nentes da imagem, as formas, as cores, o espaço. O nível conotativo refere-se ao sim- em relação à interpretação, buscando entender como a imagem pode transmitir de-
bolismo da imagem, as mensagens ocultas que estão presentes. A leitura conotativa terminadas mensagens sem o reforço da palavra e como estão mais ou menos co-
inclui a denotativa, pois é observando o que é representado e como é representado nectadas com nosso repertório cultural.
que faremos a interpretação da mensagem subjetiva.

a) Denotação: refere-se à interpretação objetiva dos signos. Quando lemos a palavra


pomba ou vemos uma imagem de uma pomba, nos remetemos ao animal, uma ave,
um pássaro. Dessa forma, estamos fazendo uma leitura denotativa.
b) Conotação: quando fazemos outras relações ao vermos a imagem ou lermos a Sugestão
palavra. Assim, a palavra ou imagem pomba pode ser interpretada como símbolo de filme
da paz, pois esse pássaro representa culturalmente a possibilidade de uma leitura
metafórica, além da interpretação objetiva.
Mera Coincidência (título original Wag the Dog). USA, 1997. Gênero: Comédia. Duração:
Assim, a denotação e a conotação fazem parte do processo de interpretação das 1:37. Warner Home Vídeo. Direção: Barry Levinson. Estrelado por Dustin Hoffman.
mensagens, que podem ser verbais ou não-verbais. Sinopse: O presidente dos Estados Unidos (Michael Belson), a poucos dias antes
da eleição, se vê envolvido em um escândalo sexual e, diante deste quadro, não vê
muita chance de ser reeleito. Assim, um dos seus assessores entra em contato com
um produtor de Hollywood (Dustin Hoffman) para que este “invente” uma guerra
na Albânia, principalmente forjando imagens que seriam veiculadas na televisão. O
objetivo é transmitir a ideia que presidente poderia ajudar a terminar a guerra, tor-
nando-se mais popular, além de desviar a atenção pública para outro fato bem mais
apropriado para interesses eleitoreiros.
Aproveite esse filme para refletir e discutir sobre o poder da imagem na sociedade
contemporânea.
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MARKETING E PUBLICIDADE
Comunicação e Marketing Social
MARKETING E PUBLICIDADE

O item produto diz respeito a uma análise das possibilidades de venda de deter-
minado produto ou serviço, analisando-se o mercado passado e presente, custos de
produção, concorrência no mercado, observando-se a sua viabilidade. Digamos que
o produto já tem uma oferta grande em determinado local, então não valerá à pena
concorrer por um mercado saturado.

O item preço vai cruzar o custo de produção com outros custos, como custos de
distribuição, de venda, de impostos, de propaganda, determinando se o custo final
permite uma lucratividade razoável.

O Ponto de venda corresponde ao local onde será colocado o produto para o con-
sumidor e quais as implicações relacionadas com outros itens, como a relação com os
custos, por exemplo, quando temos que pagar aluguel de um espaço ou o salário de
um vendedor; pagar o transporte do produto.

Promoção é tudo aquilo que se refere às técnicas de comunicação para a divulga-


ção e promoção das qualidades, vantagens e benefícios dos produtos ou serviços
que estão à venda.

2. PUBLICIDADE

P ara começarmos a entender o que significa Publicidade e Marketing, é importante O significado da palavra publicidade tem origem na expressão latina publicus, que
entender o que são essas duas categorias separadamente, porém compreendendo quer dizer público. Podemos entender como algo que é do conhecimento de todos.
como cada uma se relaciona com a outra. Também podemos falar de publicidade usando o termo propaganda. Esse termo,
para alguns, gerou por muito tempo uma conotação negativa, devido ao sentido de
doutrinação religiosa ou política que adquiriu historicamente. Isso se deveu ao fato
de, em 1597, ao fundar a Congregação da Propaganda, com o objetivo de difundir a fé
1. MARKETING católica, o Papa Clemente VII ter estabelecido uma relação do termo com o conceito
de doutrinação. Ao longo do tempo, porém, este termo adquiriu outros significados
e atualmente está intimamente ligado às atividades publicitárias.
Marketing é uma palavra da língua inglesa que significa, de forma geral, “realizar
ações de mercado”. Mercado é uma palavra muito conhecida por todos e nos lembra
sempre compra e venda. E é exatamente disso que falamos: de como acontecem os
processos de comprar e vender algum produto. Só que não se trata simplesmente de 2.1. Objetivos e Áreas
um processo direto de compra e venda. É um contexto amplo, diversificado e com-
plexo em que estão articulados vários processos, técnicas e operações, buscando De acordo com o publicitário espanhol Clemente Ferrer Rosello, os objetivos da
melhorar as relações mercadológicas que vão desde a concepção de um produto ou publicidade são:
de um serviço, passando por sua produção, até as formas de venda e consumo. As-
sim publicidade está contida no contexto do Marketing. a) Informar sobre a aparição de novos produtos e serviços
b) Fazer o público conhecer novas características de um produto
Existe uma teoria americana chamada Teoria dos Quatro Ps, que se refere a quatro c) Criação ou desenvolvimento da imagem de um produto ou marca
palavras, em inglês, que traduziriam os princípios do Marketing: product, price, point d) Penetração dos produtos, marcas e serviços em determinadas áreas do mercado
of sale e promotion, que significam respectivamente produto, preço, ponto de venda e) Desenvolver nas pessoas o desejo de consumir os novos produtos, tentando-as
e promoção. Esta teoria foi formulada no sentido de organizar cada passo do pro- convencer da necessidade de tal ato
cesso mercadológico.
Precisamos lembrar ainda que propaganda comunica, o vendedor é quem vende. A
propaganda não cria necessidades no consumidor, cria desejos. Assim, a partir dessa
observação podemos determinar que os três objetivos da propaganda são:

Informar que o produto/serviço existe, aonde e como encontrá–lo, para que serve;
Persuadir o consumidor a preferir o produto do cliente ao invés do produto con-
corrente através da emoção ou da comparação, com ou sem metáfora. É a imagem
criada a partir do conhecimento do segmento, do alvo e do posicionamento do cli-
ente;
Lembrar que o produto existe.

E não esqueçam que apesar da informação, da persuasão e da lembrança, a propa-


ganda é uma ferramenta que não serve para nada se o produto for ruim, se o preço
for inadequado ao seu público e se o consumidor não puder encontrá–lo facilmente.

Ao desenvolver suas ações, a publicidade se insere em contextos profissionais espe-


cíficos, envolvendo diversos atores:

Anunciantes: podem ser de qualquer setor da sociedade – empresas privadas, in-


stituições públicas, organizações não-governamentais, instituições religiosas, sindi-
catos.
Agências de publicidade: que criam, planejam e desenvolvem as campanhas pub-
licitárias e os produtos de comunicação; também realizam consultorias e articulam
com meios de comunicação para veicular as campanhas.
Meios de Comunicação: os veículos impressos ((jornais, revistas, outdoors) e ele-
trônicos (televisão, rádio, computadores – através de sites, blogs, propaganda em
e-mails, celulares)
Fornecedores: produtoras, designers, ilustradores, modelos, fotógrafos, atores, gráficas.

2.2. Uma campanha publicitária

Uma campanha publicitária depende de uma série de elementos e fatores. Em outras


partes desse Guia, estudamos sobre os processos de comunicação, seus componen-
tes e as funções da comunicação. Vamos ver agora como esses conceitos se aplicam
aos processos publicitários.

Já vimos quais os objetivos da publicidade. Em resumo, se trata de fazer um produto


ou serviço conhecido, enaltecer suas características positivas, estimular no consumi-
dor uma identificação.

A campanha publicitária é uma estratégia de comunicação em que o emissor (o


anunciante) busca passar para o receptor (o consumidor), uma mensagem (as peças
publicitárias). Para isso, utiliza um código (a linguagem publicitária, que pode incluir
texto e/ou imagem) que vai compor as peças publicitárias de acordo com o formato
exigido, ou seja, o meio (o jornal, a revista, o cartaz, a TV, o outdoor, o site).
Mesmo em diferentes meios, as mensagens têm por objetivo ser decodificadas (re-
conhecidas e entendidas) pela maior parte das pessoas, embora levando-se em conta
o receptor (consumidor/público-alvo), que pode ser específico de uma área ou setor
Comunicação e Marketing Social

da sociedade. O receptor (consumidor/público-alvo) formará uma opinião, uma ideia,


um conceito sobre o produto ou serviço que está sendo anunciado, dando uma res-
posta, no sentido de repassar para outros a mensagem e/ou consumir esse produto
ou serviço.

imagem Mesmo um bom produto ou serviço anunciado por uma boa campanha publicitária
não está livre de ruídos (interferências na comunicação), que podem acontecer na
forma de outros estímulos e mensagens, vindos de outras origens e mesmo de out-
ros anunciantes.

2.3. Briefing ou planejamento estratégico de criação

Para a criação de qualquer peça de comunicação é preciso um planejamento


detalhado, que segue um procedimento padrão para que o processo se desenvolva
de forma objetiva e alcance os melhores resultados. Esse procedimento é aplicável a
todos os tipos de anúncio: em jornais, em revistas, em TV, em rádio, em outdoor, em
folders etc.

O briefing é um documento estratégico para a criação do anúncio. Envolve uma


pesquisa sobre o produto, o contexto onde vai ser anunciado e as características do
consumidor em vários aspectos, tudo isso articulado com os desejos e aspirações
do cliente que encomendou a campanha. Pode-se dizer que é um ponto de partida
fundamental para o desenvolvimento de um anúncio publicitário. Sem ele, torna-se
muito mais difícil pensar a elaboração do anúncio em suas várias dimensões, que
incluem o produto, a mensagem, os elementos visuais, a linguagem dos meios onde
será veiculado e o consumidor final. (achei repetitivo, na verdade sugiro retirar os
dois parágrafos anteriores)

Um briefing tecnicamente correto possui as seguintes características:


Identifica claramente o objetivo do produto
Identifica claramente o público-alvo
É objetivo, direto e claro
É simples, em termos de linguagem, evitando comentários desnecessários
Não deve tentar direcionar a criação, evitando dizer como fazer o anúncio, mas sim
apresentar o desafio.

2.4. A criação de peças de comunicação

São muitas as possibilidades de peças de comunicação. Vamos apresentar alguns


exemplos principais. Ao mesmo tempo, vamos demonstrar quais as características
e os requisitos fundamentais para que a peça de comunicação, também chamada de
anúncio, seja eficiente e possa alcançar seus objetivos. Independente de formatos,
os anúncios são compostos dos mesmos elementos básicos

O anúncio precisa ser acessível ao público-alvo a que se destina. Precisa ser


entendido na forma e conteúdo. Para isso, precisamos lançar mão de recursos como
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clareza e objetividade. 2.5. Peças publicitárias - Mídia Impressa


O anúncio precisa falar de perto aos interesses do consumidor, nos diversos
papéis sociais que ele assume, em termos pessoais, sociais, profissionais, familiares, “Também conhecida como mídia offline, a mídia impressa é um meio de comunicação,
observando-se em que âmbito ou âmbitos, o produto ou serviço está situado. o qual refere-se particularmente aos materiais, de caráter publicitário ou jornalístico,
O anúncio tem como principal finalidade atrair a atenção do consumidor para as que são impressos em gráficas, birôs de impressão, ou em locais específicos.
vantagens do produto ou do serviço. Para que isso aconteça, deve haver, explicita-
mente ou implicitamente, um compromisso de que esse produto ou serviço de fato O meio impresso pode ser veiculado em veículos de comunicação, como jornais; re-
tem condições de oferecer um benefício, uma melhora em algum aspecto da vida ou vistas; tablóides; informativos; anuários; etc, ou em peças avulsas, como folhetos;
a resolução de um problema. mala-diretas; folders; flyers; panfletos; cartazes; encartes; etc.
Busca colocar em destaque um ponto curioso ou original do produto ou serviço,
diferenciando-o de outros similares no mercado. Estes materiais ainda podem ser feitos em diversos papéis, plásticos, adesivos, vari-
ando-se em tamanho, cor, acabamento, e efeito.”
O ponto de partida para um anúncio é o conceito-chave. É preciso conhecer bem o (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
produto, procurando saber para que serve, do que é feito, qual a sua utilidade, qual
seu custo de produção. Esse conceito-chave vai se tornar a essência da mensagem. Conheça algumas dessas peças.
Através dele é que se pensará em como dizer ao consumidor porque é importante
adquirir o produto ou buscar o serviço.

promoção
Hamburger
+
Refresco

R$2,00

O anúncio para revista ou jornal


Para criar um anúncio, o primeiro passo é escolher a melhor ideia. Aquela que vai
transmitir o conceito-chave, aquilo que vai despertar o interesse ou curiosidade do
público-alvo. O conceito-chave precisa ser transmitido tanto pelo título, que vai enca-
beçar o anúncio, como pela imagem (ilustração ou fotografia); os dois precisam estar
bem casados.

O cartaz
O cartaz é uma mídia interessante para divulgar eventos, informar dados e repassar
conteúdos educativos porque, ao ser fixado em um local, pode ser visto por muitas
pessoas ao mesmo tempo. Além disso, o local escolhido para sua colocação já pode
prever que público-alvo terá acesso a seu conteúdo. Se colocamos um cartaz em uma
escola, por exemplo, sabemos que principalmente professores e alunos terão acesso
a seu conteúdo. Um bom cartaz, normalmente, tem pouco texto e utiliza uma ima-
gem expressiva e significativa.
Comunicação e Marketing Social

Folder é um impresso gráfico semelhante a um folheto com dobras. Pode ter ilust-
rações, fotos, ser colorido ou preto e branco. Embora parecido com um folheto, o
folder é um impresso que possui no mínimo uma dobra, enquanto o folheto não é
dobrado: é uma folha única, embora possa ter imagens.

A IMAGEM
É o complemento da ideia central do anúncio. É a imagem que auxilia na compreensão
e na clareza do título. Pense que a imagem é o título dito através da linguagem não-
verbal.

Cada vez mais, a publicidade vem se utilizando da capacidade que a fotografia ou


ilustração (desenho) tem de comunicar de forma rápida o que se pretende, com
uma grande capacidade de impactar o consumidor. Os textos vêm diminuindo a cada
dia, e a imagem ganhando lugar de destaque em anúncios de revista e jornal, em
cartazes, e também na mídia eletrônica, principalmente voltada para web (banners,
pop-ups etc). Assim, o fotógrafo vem ganhando cada dia mais destaque, como
profissional de de relevância em todo o processo, ao transformar a idéia do criativo
em imagem.

DICAS PARA ELABORAÇÃO DE TEXTOS PUBLICITÁRIOS:

1. Seja objetivo. Vá ao ponto que interessa. Afinal, o espaço é limitado e


precisa ser aproveitado com as informações essenciais.
2. Para que a leitura seja facilitada, não utilize frases muito longas. Use
sentenças diretas, curtas e simples.
3. Quando se dirigir diretamente ao consumidor, o melhor é escrever para
uma pessoa, um receptor, para que cada um se sinta como centro das
atenções da mensagem enviada. Por exemplo: “Se eu fosse você, só usava
Valisére.” (propaganda de roupa íntima para mulheres, estrelada por um
costureiro de alta moda)

DE
ATIVIDA
Vamos dividir a turma em grupos. Cada grupo vai escolher um produto ou serviço,
criar um nome para o mesmo e desenvolver uma campanha de publicidade, pensan-
do em diversas peças de comunicação impressa (anúncio para jornal, cartaz, folder,
folheto). Essas peças devem manter uma identidade visual entre elas e o processo
de criação deve seguir os procedimentos estudados. As peças serão confeccionadas
utilizando-se recursos diversos: desenhos, fotos tiradas da internet ou de revistas,
letras desenhadas ou recortadas e coladas.

Material: lápis preto e de cor, canetas hidrográficas, papel ofício, papel colorido,
O folder e o folheto cartolinas e duplex, cola e tesouras, revistas velhas.
Comunicação e Marketing Social

Lembrem-se: PARA REFLETIR:


Fazer um briefing, buscando levantar todas as informações sobre o produto, o
público-alvo e os objetivos da campanha. Utilizar o roteiro de briefing apresentado
anteriormente. O Consumo e a Sociedade Atual
Observar as características dos meios que serão utilizados.
Dividir tarefas. Cada membro do grupo ficará com a tarefa com qual mais se identi- Durante todo o tempo que tratamos de publicidade, propaganda, marketing, falamos também do
fique e/ou tenha habilidade para desenvolver. consumidor: aquele a quem são destinadas as mensagens de compra e venda de produtos e serviços.
Quem é esse sujeito? Como o mundo contemporâneo encara o consumo? Entendemos o que significa
consumir no mundo contemporâneo? Que responsabilidades temos, enquanto cidadãos, em relação ao
consumo?
2.6. Peças publicitárias - Mídia Eletrônica
O consumo é um direito de todos. As relações com o consumo sempre existiram. O consumo faz parte
“A mídia eletrônica refere-se ao conjunto de meios de comunicação que necessita
da vida. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, todos têm necessidades que precisam ser
de recursos eletrônicos ou eletromecânicos para que o usuário final (audiência ou
supridas e desejos que, ao serem satisfeitos, embelezam, trazem mais conforto e diversificam a vida.
público) tenha acesso aos conteúdos - de vídeo ou áudio, gravados ou transmitidos
À medida que a sociedade se torna mais técnica e desenvolvida, produzindo cada vez mais bens, as
em tempo real. necessidades vitais e básicas das pessoas aumentam. Cada vez temos necessidade de mais objetos
e mais conforto em nossas vidas. Um dos grandes problemas gerados por esse desenvolvimento é
A maior parte das novas mídias é digital, embora a mídia eletrônica também possa o impacto causado na natureza, ao explorar sem limites os recursos naturais para o crescimento da
ter formato analógico. Qualquer equipamento usado no processo de comunicação produção, comprometemos seriamente nossa qualidade de vida.
eletrônico (televisão, rádio, telefone, computador pessoal, videogame) pode ser in-
cluído na categoria mídia eletrônica.” (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre) É imprescindível que, ao consumir, nos eduquemos para que nossas necessidades e nossos desejos não
transformem consumo em consumismo, adquirindo produtos e serviços mesmo que não tenhamos real
Vamos tratar aqui de três mídias eletrônicas principais: o rádio, a televisão e o com- necessidade. A desinformação pode nos fazer mais vulneráveis aos apelos do consumo indiscriminado
putador. O rádio e a TV são as mídias mais antigas. A TV tem um caráter mais unidire- e a realidade do mundo contemporâneo exige que o cidadão tenha conhecimento dos seus direitos
cional, ou seja, ainda hoje, apesar de buscar uma maior participação do público, ainda e deveres como consumidor. Segundo o Guia do Professor - Educação para o Consumo, da Fundação
está muito situada dentro da lógica unidirecional do emissor-receptor embora já se Procon de São Paulo (Maria Cecília de A.V.G. Thomazelli, 2004), alguns passos e reflexões podem
comeve a estabelecer uma interatividade, tanto através do telefone, quanto ao aliar ser considerados nesse processo de educação para o consumo. Espera-se dos consumidores, neste
o computador a esse meio. O rádio, desde o início, é uma mídia mais participativa, processo, o desempenho de suas responsabilidades que são:
buscando constantemente a interação com o público, através de cartas lidas ao vivo,
diálogos ao telefone, enquetes de opinião. Ter consciência crítica, distinguir necessidade e desejo, exigir qualidade.
Comparar preços.
O computador trouxe uma nova relação dos meios de comunicação com o público. Saber agir de forma consciente e segura.
A partir dos diferentes formatos que são encontrados em seu ambiente, o computa- Ter responsabilidade social, agir de forma consciente e equilibrada, lembrando as consequências das
dor não só permite a interação com seus conteúdos – acessando, participando e ações junto a outros grupos sociais, particularmente os menos favorecidos.
modificando - como a interação entre um número incontável de pessoas conectadas. Ter responsabilidade ecológica, consciência do efeito que suas ações podem causar ao meio ambiente
E isso, tanto para a comunicação em web, no próprio meio, quanto apoiando outros e no desgaste dos recursos naturais.
meios ao possibilitar, por exemplo, a interação com a televisão, como citado acima. Ter solidariedade, promover ações conjuntas de grupos de cidadãos. É da força, credibilidade e
influência do consumidor que vêm a consideração dos seus interesses nas políticas que o afetam.
DE
ATIVIDA
O rádio Vamos agora retomar os grupos divididos na atividade anterior. Vocês agora, a
partir do produto escolhido anteriormente e levando em consideração as peças de
comunicação criadas para mídia impressa, vai complementar a sua campanha de
propaganda, criando peças para veiculação em rádio.

Sugestão
de filme

cação baseado na fala


O rádio é um meio de comuni Uma Onda no Ar. Duração: 92 minutos. Gênero: Drama Direção: Helvécio RattonBrasil
mensagem enviada por
e na audição e, portanto, a 2002.
égias que explorem a
esse meio precisa de estrat
o poder de criar imagens Sinopse: Jorge, Brau, Roque e Zequiel são quatro jovens amigos que vivem em uma
imaginação do público. É o.
s que é o forte desse veícul favela de Belo Horizonte e sonham em criar uma rádio que seja a voz do local onde
através da palavra e dos son nci o
criação de um anú
Os pontos de partida para a vivem. Eles conseguem transformar seu sonho em realidade ao criar a Rádio Favela,
os me sm os que aqueles descritos
radiofônico vão ser que logo conquista os moradores locais por dar voz aos excluídos, mesmo operando
de anúncios impressos:
anteriormente para a criação na ilegalidade. O sucesso da rádio comunitária repercute fora da favela, trazendo
er o público-alvo e,
conhecer o produto, conhec
meio onde será também inimigos para o grupo, que acaba enfrentando a repressão policial para a
evidentemente, conhecero
veiculado o anúncio. extinção da rádio.

A televisão
É um dos meios mais rápidos e eficientes e pode ser considerado como uma das
maiores fontes de informações dos brasileiros, pois é o meio de comunicação que
está praticamente em todos os lares do país.
Anúncios para TV geram um impacto incomparável perante o público, com uma
grande capacidade de gerar emoções. Ao anunciar neste meio, os anunciantes saem
ganhando em diversos aspectos como a empatia com o telespectador, a velocidade
de comunicação, além da possibilidade de uma comunicação regionalizada. Soma-se
O primeiro aspecto que precisa ser observado é a linguagem radiofônica, que precisa a isso a grande penetração do meio nos domicílios.
ser ágil e dinâmica. Como não há imagem para preencher os vazios, não se pode de-
ixar “espaços em branco”. Além disso, o rádio, sendo um veículo tradicionalmente Para o anunciante, porém, também existem algumas desvantagens:
muito popular, utiliza uma linguagem simples, direta e coloquial, próxima do ouvinte.
É um veículo caro em termos de produção e também para se anunciar.
Os formatos de anúncios próprios do rádio É um veículo rápido, efêmero. Muitas imagens e eventos se sucedem com
Spot: texto ou diálogo, com uma ou mais vozes, enriquecido por efeitos sonoros. velocidade. É preciso que a mensagem seja repetida várias vezes para causar efeito.
Jingle: uma pequena canção que passa a mensagem do anúncio.
Texto: mensagem comercial lida por um locutor.
Texto-foguete: mensagem comercial muito rápida, utilizando um slogan ou
frase de efeito.
Os formatos de produção e apresentação na TV

Os comerciais de TV seguem padrões técnicos estabelecidos pelas próprias redes de


televisão. Em termos de tempo, os comerciais precisam ter 15, 30 ou 60 segundos de
duração.

Conheça alguns formatos de produção:

Videoteipes (VTs)
Filmes
Animações
Slides (imagens fixas)

Os procedimentos de criação de um comercial:


Para criar e produzir anúncios para TV, é preciso seguir alguns passos:

Criar um argumento que será desenvolvido posteriormente. Neste primeiro


DE
ATIVIDA
momento, a ideia de conceito-chave, relacionado com as características do produto,
que foi apresentado anteriormente, pode ajudar.
Elaborar uma sinopse. A sinopse é o resumo da ideia. Neste passo seguimos, Após ler o texto “O Consumo e a Sociedade Atual” e assistir ao documentário sugerido
também, o que foi detalhado anteriormente em relação à criação de uma campanha, abaixo, vamos iniciar um debate para refletir sobre nossos hábitos de consumo - se
no que se refere às características do produto (finalidade, vantagens) e perfil do são críticos e conscientes ou não - e o que pode ser feito por cada um de nós e
consumidor. na relação com o outro para mudar e melhorar nossos padrões de consumo. Agora
Elaborar o roteiro. A partir da sinopse vai ser desenvolvido o roteiro detalhado vamos criar e confeccionar coletivamente um painel com imagens e pequenos textos
para a gravação da imagem e do som. representando os resultados das nossas discussões e reflexões.
Vejam algumas questões orientadoras:
O storyboard ou fotoboard é um layout da gravação que vai ser apresentado em Qual a diferença entre consumo e consumismo?
forma de desenho (storyboard) ou em forma de fotografia (fotoboard). Ao longo do O que você acha que faz as pessoas consumirem coisas das quais não têm
documento, estarão marcadas as locuções, os diálogos, os efeitos visuais e sonoros. necessidade?
Posteriormente, neste Guia de Estudo, iremos detalhar o processo de argumento, O consumismo exagerado está causando problemas para o nosso planeta? Você
roteiro, sinopse e storyboard de uma produção em vídeo. saberia dizer quais?

O computador
Sugestão
O computador, através da internet, é atualmente um dos maiores veículos de de filme
mensagens, com milhões de usuários em todo o mundo, por isso se tornou forte
meio de promoção comercial e de compra e venda de produtos e serviços.
A História das Coisas. Direção: Louis Fox. Texto e narração: Annie Leonard. Gênero:
Com o computador acontece o que chamamos de convergência de mídias. Significa Documentário/filme/animação. Língua Inglesa. Duração: 21 min.
que encontramos todas as mídias na internet: o rádio, o jornal, a TV, unindo som, Sinopse: O documentário fala sobre a extração e produção de um produto até a
imagem, texto, comunicação direta e indireta. Acessamos sites especializados nos venda, consumo e descarte, demonstrando que todos os produtos em nossa vida
mais diversos produtos e serviços e recebemos mensagens anunciando promoções. afetam muitas comunidades, a maior parte delas longe de nossos olhos. A História
Podemos comprar e vender. Algumas mensagens são fixas como fotografias e outras das Coisas é um documentário direto, baseado nos subterrâneos de nossos padrões
são animadas, com movimentos e som. de consumo. Revela as conexões entre diversos problemas ambientais e sociais e é
um alerta pela urgência em criarmos um mundo mais sustentável e justo.
Ao abrir determinadas páginas, o potencial consumidor, sobretudo a criança e o Pode ser encontrado no www.youtube.com ou no site http://sununga.com.br/HDC/
adolescente, pode ter sua atenção capturada por inúmeras estratégias. Existem até index.php para download livre através da licença Creative Commons 3.0
joguinhos para desvendar charadas ou ganhar brindes relacionados à promoção de
produtos e serviços, enfim um campo vasto para a publicidade e a propaganda.
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MUNDO DO TRABALHO

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1.2. Sociedade pós-industrial e trabalho


mundo do trabalho

Como vimos anteriormente, na parte em que apresentamos uma pequena história


da comunicação, o início do século XX foi marcado por um acelerado crescimento
das tecnologias de informação e comunicação. Foi o período em que se firmaram a
fotografia e o cinema, e logo em seguida apareceu o rádio, seguido da televisão. Por
fim, surgiu o computador, revolucionando o mundo.

Essa época é caracterizada por processos de industrialização acelerada. Essa


industrialização caminhou de mãos dadas com essas mudanças tecnológicas,
marcando o surgimento de um novo tipo de sociedade. Em termos tecnológicos,
saímos do pré-industrialismo agrícola (século XVIII), passamos pelo industrialismo
(século XIX), até o pós-industrialismo (séculos XX e XXI).

Na sociedade pré-industrial o ponto forte era a força física, para vencer as forças da
natureza. Na sociedade industrial, quando houve o predomínio da racionalização para
promover o desenvolvimento técnico das máquinas e condicionar o homem para usá-
las, a vida era um luta contra a natureza fabricada. Essa natureza fabricada impunha
uma nova forma de produzir, que dependia de uma adaptação ao funcionamento de
máquinas que visavam a repetição, a eficiência e a produção em série.

Já a vida na sociedade pós-industrial é um jogo entre pessoas, onde o que vale não é a
força muscular, nem o condicionamento para simplesmente apertar botão ou mexer
em máquinas repetitivas, mas a informação e o conhecimento sempre em modificação.
1. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA
COMUNICAÇÃO Assim, em relação ao trabalho, a sociedade contemporânea, pós-industrial, é
caracterizada por mudanças econômicas e produtivas que transformaram os tipos
de ocupações predominantes e passamos a ter um crescimento no setor de serviços.

1.1. As Tecnologias e a formação para a vida e para o


Mundo do Trabalho 1.3. Serviços profissionais

A tecnologia está tão ligada aos processos humanos que é impossível apontar
um só setor em que ela não esteja presente. Tecnologia significa a criação de
procedimentos e artefatos para solucionar problemas, resolver as questões que com
No mundo contemporâneo, novas oportunidades de empregos de prestação de
serviços? têm sido criadas para satisfazer novas necessidades, graças às inovações
tecnológicas, muitas delas ligadas à informação e comunicação. Prestação de
as quais? a humanidade se depara em sua trajetória no planeta. Está intimamente serviços? Qual devemos usar, serviço
ligada às nossas vidas e disseminada em tudo o que diz respeito às nossas necessidades ou serviços? resume-se certamente em
e modos de vida. Sobretudo, as TICs - Tecnologias da Informação e da Comunicação - trabalhar com informações e novas formas
que são as que, de forma mais evidente, aparecem em nossos cotidianos permeando de conhecimento.
todas as nossas relações sociais.
Nem todas as partes do mundo apresentam
Temos até dificuldade de imaginar nossas vidas sem essas tecnologias, que atuam as mesmas condições de desenvolvimento
influenciando comportamentos e valores, modificando atitudes, definindo novos tecnológico, sendo que em muitos lugares
rumos para a educação e o trabalho, criando tendências e redefinindo conceitos ainda prevalecem forças produtivas agrícolas,
sociais. Por esse motivo, muitos autores, estudiosos do assunto, chamam a nossa extrativistas, sem muita mecanização. Há
sociedade, em vigência nos séculos XX e XXI, de Sociedade da Informação e muitos também países que, ainda hoje, abrigam as
concordam que as mudanças nas relações sociais nasceram não apenas das mudanças indústrias do 1º mundo, de diferentes setores
econômicas, culturais e políticas, como também do mundo em constante mudança produtivos, que se utilizam de sua mão-de-
tecnológica no qual estamos vivendo. obra barata, flexibilidades de legislação e
fontes baratas de energia para gerar um
grande acúmulo de capital.
Comunicação e Marketing Social

Nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento, o setor mais forte é o de serviços, 2.1. Formação
que se constitui em um trabalho que um sujeito presta a outros em alguma função
especializada. Em alguns países, entre eles, o Brasil, com o aumento do poder
e visão
aquisitivo das pessoas e o crescimento da tecnologia que é aplicada em muitas áreas crítica
como lazer, estética, turismo, comunicação, entretenimento, educação, saúde,
aumentando a quantidade de benefícios que podem ser oferecidos ao consumidor, As tecnologias da in-
cresce a necessidade de pessoas que possuam o conhecimento para lidar com a formação e da comu-
gestão desses setores, prestando serviços especializados. nicação são as prin-
cipais responsáveis
Com a multiplicação dessas atividades, muitos trabalhadores acabam mudando de por esse movimento
outros setores de emprego para o setor de serviços, como acontece na área industrial, de globalização, so-
onde os empregos estão diminuindo com o processo de automação. bretudo a internet,
E o que são serviços? Serviços profissionais tendem a ser baseados em pessoas, em que não tem limites
vez de equipamentos. Têm ênfase no “processo” (como o serviço é prestado) em para praticamente
vez de no “produto” (o que é fornecido). nenhum tipo de in-
terlocução nem de
Alguns tipos de serviços são essencialmente autônomos: consultores das mais diversas acesso às mais dife-
áreas, professores que dão cursos diversos, advogados, arquitetos, contadores, rentes fontes de in-
auditores, cuidadores de crianças e idosos, inspetores de segurança, guias turísticos, formação. Esta nova
esteticistas, alguns serviços na área de assistência técnica a computadores, serviços sociedade troca in-
nas áreas de fotografia e audiovisual, serviços em design gráfico. formações em um
ritmo vertiginoso,
Outros são prestados a partir de um local fixo, que são lojas de serviços. Exemplos: espalhando novas
serviços bancários, operadores de excursões de lazer, empresas de aluguel de carros, formas de ver o
escolas, hotéis. mundo, novos hábi-
tos, novos desejos, novas formas de relacionamento entre as pessoas, modificando
Temos também os serviços de massa: redes nacionais de estradas, aeroportos, os processos culturais e causando impactos no âmbito pessoal, social e no mundo do
serviços de telecomunicações, emissoras de televisão, atendimento em um serviço trabalho.
público, atendimento de telemarketing, entre outros.
Os processos de vendas, embora estejam relacionados com um produto, também são Dessa forma, o mundo contemporâneo demanda uma formação que se adapte
considerados serviços, pois o foco está centrado no desempenho e não na produção. às novas exigências dessa sociedade. Contudo, essa adaptação não significa
conformismo. Não se deve deixar de lado uma formação crítica, que possibilite o
crescimento das pessoas e permita uma inserção qualificada no mundo do trabalho.
Uma formação que além de abordar conteúdos de formação técnica ou tecnológica,
contemple uma formação pessoal e social, no sentido de preparar um cidadão
preocupado também com direitos e deveres enquanto ser humano e profissional.
2. A globalização e a formação do Não podemos pensar em uma formação que busque apenas uma adaptação para
novo cidadão o mercado, esquecendo que o sujeito é formado por várias dimensões: social,
política, cultural, psicológica, biológica, pois corremos o risco de nos tornar uma
Uma das características desse mundo atual é ser globalizado. O que significa “ser massa humana sem brilho, sem desejos e sem aspirações de um mundo mais justo e
globalizado”? Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece solidário. É preciso pensar que outras perspectivas são importantes.
uma comunicação entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo,
as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e
comerciais e disseminam aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.
2.2. As TICs como aliadas

Saber ler o mundo, entendendo o porquê dos acontecimentos é fundamental


para termos uma compreensão das nossas reais necessidades e, assim, poder
fazer escolhas conscientes. Para isso, as tecnologias podem nos auxiliar bastante.
Precisamos utilizá-las a nosso favor, como fonte de informação, conhecimento,
discussão, de crítica.

O acesso às tecnologias de informação e comunicação, sobretudo a internet,


possibilita uma participação no mundo antes nunca vista. Podemos estar inseridos
em uma dimensão do mundo produtivo tradicional, como um emprego. Também
podemos ser autônomos, produzindo por conta própria e utilizando a tecnologia
como meio de produção e difusão de nossos trabalhos autorais.

A internet e outras tecnologias podem e devem ser nossos aliados nesses processos.
Além disso, as tecnologias podem ser um meio de falar das nossas idéias, passando pela
discussão crítica e a defesa dos nossos direitos enquanto cidadãos e trabalhadores.

Sugestão
de filme

Tempos Modernos. (Modern Times EUA, 1936). Gênero: Drama/ Comédia/ Romance.
Direção: Charles Chaplin. Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard , Henry Bergman,
Tiny Sandford , Chester Conklin. Duração: 87 min.

Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, em uma fábrica, que inventou uma
“máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço e produzir mais, é levado à
loucura pela repetição e pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo
período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado.
Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise social
generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava
uma marcha de operários em protesto.
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FOTOGRAFIA

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Aristóteles (384-322 a.C.), ao observar um eclipse parcial, constatou que raios de luz
solar, ao atravessarem um pequeno orifício, projetavam na parede de um quarto
escuro, uma imagem vinda do exterior. Esta percepção das imagens produzidas pela
luz em um local escuro recebeu o nome de câmara escura, e é onde se encontram os
princípios básicos da câmera fotográfica.

1825 - Considera-se como primeira fotografia a imagem impressa em uma placa de


estanho, coberta por uma substância chamada betume da Judéia, pelo francês Joseph
FOTOGRAFIA

Nicéphore Niépce. Ele chamava o processo de heliografia e demorava oito horas para
gravar uma imagem. (legenda imagem: foto mais antiga tirada por Nicéphore)

Em 1835, Jacques Daguerre desenvolveu um processo usando sais de prata numa


placa de cobre. Esse processo foi denominado daguerreótipo, para homenagear seu
inventor. (legenda imagem 2: A primeira fotografia tirada de Abraham Lincoln (16°
Presidente dos Estados Unidos da América) foi por um daguerreótipo. Foto de 1846
por Matthew B. Brady. )

Este sistema se espalhou pela Europa e outros países e foram muito usadas para
realizar retratos. Era possível fotografar paisagens com daguerreótipos, mas como
as câmeras eram praticamente caixas escuras, com uma lente simples, sem recursos,
não poderia haver nenhum movimento, pois não seria captado ou ficaria borrado.

Alguns artistas da época, que experimentavam a fotografia, usavam esses “defeitos”

E sta é uma formação que contempla tanto as competências gerais da área de


Comunicação, quanto as competências específicas da habilitação técnica, que
devem ser desenvolvidas em um processo formativo flexível, atendendo às diversas
como recurso, mas não se aplicava à fotografia mais comercial. Essas fotografias não
podiam ser copiadas, eram exemplares únicos. As câmeras dessa época eram bem
grandes, pois o daguerreótipo era do tamanho da foto que fosse tirada.
possibilidades de atuação na área. Ao mesmo tempo, a formação precisa contemplar
o caráter subjetivo da fotografia, não desprezando a sensibilidade e a criatividade. William Fox Talbot, mais ou menos na mesma época, desenvolveu um outro processo
denominado calotipo, usando folhas de papel cobertas com cloreto de prata. Esta
A imagem retratada, ao mesmo tempo em que apreende o real, reflete o ponto de outra forma de produzir imagens fotográficas é muito parecida com o processo
vista do seu autor, assim, nesta formação, o sujeito, ao desenvolver as habilidades das fotografias analógicas atuais, pois também produz um negativo (no filme) que
técnicas em fotografia, não busca apenas o resultado de um simples “clique”. É pode ser reutilizado para produzir várias imagens positivas (a fotografia revelada em
preciso exercitar um trabalho intelectual e crítico e, além de sentir e produzir por meio papel). (legenda imagem: imagem produzida com calotipo) Tem outra imagem nos
da criatividade e da sensibilidade, não se pode perder de vista a identidade, a cultura arquivos, escolha ou use as duas, se desejar...
e a formação para a vida, que resultará em uma atuação profissional diferenciada, em
que o sujeito buscará sempre uma nova forma de atuar, procurando oportunidades A fotografia nasceu preta e branca e só depois de alguns anos foram iniciadas
e alternativas. experiências com fotos coloridas.

Em 1901 com a introdução da câmera portátil Brownie-Kodak e, com os processos de


1. Histórico da Fotografia industrialização de produção e revelação de filmes, a fotografia tornou-se uma atividade
de massa, cada vez mais popular no mundo todo. George Eastman, o criador das
1.1. Linha do tempo câmeras portáteis Kodak, cunhou a frase publicitária para vender o seu novo produto:
“Você pressiona o botão, nós fazemos o resto”. (legenda imagem: câmera Brownie)
O final do século XIX é considerado como marco histórico do início da fotografia, mas
tudo começou muitos séculos antes.

Desde a Antiguidade já eram conhecidos princípios ópticos que, mais tarde,


contribuiriam com o aparecimento da fotografia. Ainda na Grécia antiga, o filósofo
Comunicação e Marketing Social

1.2. A fotografia no Brasil

No início do século XX (ou fim do séc XIX?), a fotografia também chegou logo ao Brasil
pelas mãos de estrangeiros. Nesta época ficou restrita a alguns poucos fotógrafos.
(legenda imagem 1: Marc Ferrez: O Corcovado - Rio de Janeiro, século XIX)
1.3. A fotografia hoje
(legenda imagem 2: Alberto Henschel: Retratos de uma negra e um negro,
Pernambuco, c. 1870.) Atualmente, os equipamentos digitais estão dominando o mundo da fotografia.
Poucas pessoas se dedicam a fazer fotos com filmes, para depois revelar em
Nos anos 1920, com a chegada da Kodak no Brasil, começou uma nova época para a laboratórios com químicos, pois os sensores eletrônicos estão cada vez mais capazes
fotografia. Neste período, começaram a ser produzidos papéis fotográficos preto & de oferecer resultados que se comparam aos processos químicos tradicionais.
branco no Brasil.
A fotografia digital é também mais barata e prática: podemos tirar um número
Na década de 1940 dá-se o ápice do Fotoclubismo, movimento que reunia pessoas enorme de fotos, sem gastar um pedacinho de filme, só armazenando na memória
interessadas na prática da fotografia como uma forma de expressão artística. da câmera. Se não gostarmos de uma fotografia, apagamos e fazemos outra. Para
revelar, escolhemos aquelas que mais gostamos. Antes de escolher se queremos
Em 1948, A partir do pioneirismo publicitário de Chico Albuquerque, que fez fotos revelar ou não, podemos ver todas as fotografias tiradas, na própria câmera ou em
para a primeira campanha publicitária usando a fotografia, despontam novos autores um computador.
como Bob Wolfenson, Marcio Scavone, Arnaldo Pappalardo, Claudio Elisabetsky,
J.R.Duran, Ella Durst. Podemos, também, guardar em uma pasta no computador, em um álbum virtual e
compartilhar com quem quisermos, pelos diversos recursos virtuais disponíveis. Se
Nos anos 1950 o Fotojornalismo é impulsionado pelas revistas O Cruzeiro e pelo souber mexer em programas de edição de fotografias, como o Photoshop ou outros
Jornal do Brasil, que passam a dar destaque para a fotografia em suas páginas. mais simples, podemos ainda modificar e melhorar quase tudo em uma fotografia.
Até os anos 1940, os jornais no Brasil não costumavam colocar muitas fotos em suas
páginas, mas a partir dos anos 1950 houve o crescimento do mercado editorial no As novas tecnologias trouxeram um novo mundo para a imagem com infinitas
Sul do país, com o aparecimento de muitas revistas de notícias e variedades, que possibilidades. A fotografia ganhou muitos recursos que trazem qualidade em
impulsionaram o fotojornalismo. aplicações mais profissionais que podem ser feitas por pessoas que há algum tempo
não teriam essa possibilidade. As câmeras, computadores, softwares ainda são um
Em 1965, a Kodak fabrica a primeira câmera portátil brasileira. Além de produzir pouco caros, mas com o passar do tempo, os equipamentos necessários para o
câmeras portáteis e baratas, fomenta o mercado de filmes e revelação, tornando a trabalho fotográfico vão barateando.
fotografia uma atividade do cotidiano das pessoas.
Em setores como design gráfico, web design, publicidade, fotografia social, já é
Durante muitos anos, a partir do invento da câmera portátil, não aconteceram grandes possível realizar trabalhos de excelente qualidade com custo relativamente baixo.
mudanças. Depois de um tempo, em torno da metade do século XX, o filme colorido Esses trabalhos vão desde “clicar” as fotos de um evento, a “tratar” estas fotos
se tornou o padrão, as câmeras, de várias marcas, sobretudo as de origem japonesa, melhorando a sua apresentação, como também aplicar em materiais gráficos ou em
tornaram-se mais sofisticadas, com o foco automático e a exposição automática e páginas na web.
foram criadas lentes poderosas, capazes de fotografar a longas distâncias.
Outra novidade, que amplia as possibilidades de trabalho com as fotografias, é o
A fotografia analógica alcançou um nível altíssimo de qualidade, tanto em termos de tratamento das fotos analógicas, que podem ser digitalizadas e “tratadas” com os
equipamentos de captação das imagens, o que equivale falar das lentes, como em programas de edição de imagens. Esse é um recurso que tem sido bastante utilizado
relação a procedimentos de reprodução, com a invenção de muitos tipos de papéis para resgatar fotos antigas, que estavam se estragando com o tempo.
foscos, brilhantes, granulados, lisos - com uma capacidade de reproduzir os mais A fotografia digital traz muitas vantagens, principalmente, vantagens econômicas,
ínfimos detalhes. porém a fotografia analógica, que precisa de filmes, químicos, papéis e quartos
escuros, é ainda um processo mágico de registrar e revelar o mundo.
Comunicação e Marketing Social

ATIVID banheiras plásticas próprias para revelação. O processo de retirada do papel


A DE fotográfico para revelação precisa acontecer no quarto escuro.
Essa atividade é muito estimulante e interessante para quem está se iniciando na
fotografia, pois apenas experimentando o controle da luz, pode-se observar o
Experiências com a “caixa mágica”: os princípios da fotografia. processo de impressão de imagens no papel fotográfico. Após revelar as fotos,
vamos realizar uma pequena exposição?
Essa atividade consiste em construir uma câmera artesanal, na qual serão
experimentados os princípios que originaram o processo fotográfico. As câmeras Visite o http://pinhole.nafoto.net/, um blog dedicado à exposição de fotografias
artesanais são simplesmente caixas, ou outros recipientes, como latas, que são pinhole, e veja o que é possível fazer com esse recurso tão simples.
vedados, deixando-se apenas um pequeno furo para a entrada de luz e um pedaço de
papel fotográfico ou filme no lado oposto para a projeção da imagem. Essas câmeras
são também chamadas de pinhole.
As fotos devem ser realizadas durante o dia, para garantir melhores resultados.
A “câmera de lata” deve ser colocada sobre uma superfície estável, ou mesmo o
chão, para não deixar as fotos tremidas. Agora vamos pensar em um tema para 2.Fotografia-habilidadeseconhecimentos
fotohgrafar, como por exemplo: “personagens da cidade”, “trabalhadores de rua”,
“mulheres” etc. O trabalho do fotógrafo acontece em segmentos bastante diversificados, podendo
um mesmo profissional atuar em diversos setores, tais como: fotografia publicitária,
Veja aqui como é simples o princípio de uma máquina fotográfica de pinhole: raios fotojornalismo, fotografia de eventos sociais, retratos para books, fotografia de
de luz de um objeto passam por um pequeno buraco para formar uma imagem. moda, científica, documental, entre muitas outras.
(podemos usar essa imagem ou refazer)
Seja qual for o setor, a fotografia digital é a forma mais comum de registro de imagens
Construindo a sua máquina Pinhole, ou melhor, sua “Câmera de Lata” na atualidade, exigindo um preparo especial para a utilização de recursos tecnológicos
(ver fotos referência, lata 1, 2 etc, mas não são free...) novos e muito mais sofisticados do que os da fotografia convencional (analógica),
Você vai precisar de: requerendo um domínio técnico especial, como por exemplo, a possibilidade que
passou a existir de melhorar e modificar fotografias, através do tratamento de
1 lata de leite (corpo e tampa de alumínio) imagens, o que requer conhecimentos específicos de um software de edição.
1 lata de refrigerante
1 prego e 1 agulha As habilidades de um técnico em fotografia, que possa atender tanto às áreas de
martelo, tesoura e lixa produção de fotos quanto de tratamento de imagens, precisam contemplar os
fita isolante• tinta spray na cor preta seguintes pontos:
papel fotográfico• revelador e fixador fotográfico.
Conhecimento dos princípios da comunicação: familiarização com a linguagem
1. Pegue uma lata de refrigerante e corte da lateral um retângulo. Lixe a lata de leite fotográfica publicitária, social, artística e jornalística.
e o retângulo da lata de refrigerante por dentro. Pinte-os com a tinta spray. Organização de elementos dentro de uma linguagem visual, compreendendo os
2. Fure com um prego a lata de leite e o retângulo com a agulha. espaços e sendo capaz de utilizar efeitos de luz, sombra e cor.
Cole o retângulo na lata com uma fita isolante, alinhando os furos. Conhecimento e manuseio técnico dos diversos tipos de câmeras fotográficas
3. Em um quarto totalmente escuro, coloque o papel fotográfico no lado oposto ao e acessórios, conhecendo seus recursos e reconhecendo os materiais sensíveis
furo e tampe a lata. Ainda no quarto escuro, cole um pedaço da fita na frente do furo. utilizados, além dos efeitos da iluminação.
4. Posicione a lata em local iluminado e tire a fita, deixando o furo aberto de 05 a 30 Organizar arquivos de documentação eletrônica de imagens.
segundos (checar) (o tempo varia de acordo com a luminosidade). Tratar e preparar imagens, obtidas através de câmeras digitais ou por meio de
escaneamento, utilizando software apropriado.
Condições de iluminação Tempo de exposição (checar) Produzir e utilizar as imagens, respeitando os princípios éticos e a legislação
Luz do sol 5 minutos pertinente.
Luz do dia à sombra 10 minutos Elaboração de projetos e propostas de trabalho, sendo capaz de organizar seu
Lâmpada incandescente 60W De 2 a 3 horas portfólio e apresentar orçamentos.

5. Agora, é só revelar. Para revelar você vai precisar de alguns produtos químicos E então, vamos entrar no mundo da fotografia?
(revelador e fixador, comprados em casas de material fotográfico) e pequenas
3. A LINGUAGEM FOTOGRÁFICA Comunicação e Marketing Social

A linguagem da fotografia é a linguagem do ver, rebatedor. Se a distância entre a fonte de luz (flash ou
perceber, registrar e revelar o mundo. O fotógrafo fala lâmpada) e o objeto a ser fotografado for menor que 2,4
através das imagens que registra. A foto não é apenas captar metros, pode-se cobrir o refletor com um lenço ou papel
os objetos, pessoas, paisagens, mas expressa uma forma de vegetal. Isso reduzirá a luminosidade produzida pelo flash e
ver o mundo, uma comunicação do fotógrafo com o outro suavizará sua luz.
que vê.
Podemos fazer fotos apenas com nossa intuição.
Usando nossa sensibilidade e sentimentos, apurando a nossa Luz Vertical
percepção e criatividade. Tudo isso é muito importante, mas Acontece principalmente com a luz natural que
não é suficiente. ocorre próximo ao meio-dia quando o sol está bem acima
Precisamos entender como a fotografia funciona, da cabeça da pessoa ou acima do objeto. A luz na vertical
compreender quais são os elementos que podemos combinar produz sombras marcantes abaixo das sobrancelhas e
para criar novas imagens. Aprender, através da pesquisa e do nariz. Para corrigi-las, caso não sejam desejadas, use refle-
estudo, como podemos usar criativamente equipamentos e tores ou mesmo o flash, em outros ângulos para compen-
fundamentos fotográficos. sar as sombras. Pode ser usada como um efeito dramático
nas fotografias.
Fiquem sempre atentos aos efeitos causados pela luz,
3.1. ELEMENTOS DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA pois ao invés de corrigi-los, ao conhecê-los e dominá-los,
podemos tirar partido deles, produzindo imagens fantásticas.
a) Iluminação
A base de todo processo fotográfico é a luz. É a luz Luz Frontal
que tem a propriedade de impressionar o olho humano, Incide sobre objetos e sobre o rosto de pessoas
produzindo na retina uma imagem. O mesmo acontece com produzindo sombras tão marcantes como a iluminação
a formação da imagem na câmera fotográfica. vertical. Essa iluminação também poderá fazer com que a
A iluminação é um jogo de sombras e luzes que pessoa feche os olhos. A foto sairá melhor se o fotógrafo
compõe as imagens fotográficas. A iluminação pode criar mudar a cena de posição a fim de que a fonte de luz
diferentes “climas” na fotografia. Com a iluminação, o ilumine um lado do objeto ou pessoa. Como a luz vertical,
fotógrafo cria cenários, transmite sentimentos e sensações. pode ser usada de forma dramática.
Conta histórias.

As fontes de luz Luz Posterior


Para a fotografia é importante conhecer as fontes de Iluminação que vem por trás da pessoa ou objeto (o
luz disponíveis. De um lado, as naturais, principalmente o sol, assunto) a ser fotografado. Se a luz estiver muito forte,
e de outro, as fontes artificiais: lâmpadas de vários tipos e o produzirá uma sombra escura na parte frontal do objeto e o
flash. Temos que aprender a usar todas as fontes possíveis, assunto fotografado aparecerá como uma silhueta. O uso
sabendo tirar partido de cada situação específica. Outro de refletor ou flash irá melhorar a fotografia, criando uma
ponto essencial é saber como cada ângulo de iluminação compensação. Se a luz for fraca, produzirá apenas uma
modifica a fotografia. sombra leve sobre a parte frontal do assunto.
Os ângulos da luz podem ser laterais, verticais, fron- Para fotografar um assunto que recebe iluminação
tais e posteriores. posterior deve-se usar um protetor de lente (parasol) para
proteger a lente da iluminação direta, caso contrário a luz
Luz Lateral iluminará diretamente a lente produzindo listas e manchas
É a luz que ilumina apenas um lado do objeto. Desta brilhantes na foto (flare).
forma o outro lado ficará no escuro. Para iluminar indireta-
mente essa área escura, a pessoa ou o objeto fotografado
pode ficar próximo a uma parede clara ou pode-se usar um
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da luz, da granulação da imagem.


b) Planos
Os planos dependem de cortes e enquadramentos. O enquadramento é o recorte i) Aberrações ou deformações
que damos à fotografia, o que iremos considerar como nosso “quadro”. A posição Efeitos provocados por reações óticas ou químicas que a técnica fotográfica nos
da câmera em relação a um tema também pode fornecer diferentes ângulos de visão. permite usar. Algumas deformações são provocadas nas proporções das formas dos
O ângulo normal é aquele que é obtido quando o fotógrafo aponta a câmera para a elementos da foto.
frente, na altura do seu olhar. Mas existem outros ângulos possíveis:
Outras aberrações podem ser causadas por meio da mudança dos tons, das cores.
Planjêe: câmera alta, ângulo de tomada de cima para baixo. Essas deformações são efeitos que o fotógrafo utiliza para alterar a realidade das
Contra Planjêe: câmera baixa, ângulo de tomada de baixo para cima. fotos.
Câmera “insólita”: 90º com o teto, de cima para baixo, irá achatar o motivo.
Plano aberto: visão geral da imagem, em ângulo aberto. j) Perspectiva
Plano médio: na fotografia de pessoas, cortar da cintura para baixo. Ilusão tridimensional provocada pela organização das linhas numa superfície
Plano americano: na fotografia de pessoas, cortar da coxa para baixo. bidimensional (a fotografia).
Plano insólito: ângulo inusitado, diferente de todos os classificados; são aqueles
planos que fogem do convencional. k) Composição e Equilíbrio
Close ou Plano de detalhe: fotografia tirada de bem perto. Podemos considerar Refere-se à disposição dos elementos na fotografia. Como os objetos, pessoas,
como as fotografias em Primeiro ou Primeiríssimo Plano. Dependendo da proximidade, assuntos vão ser combinados e dialogarão na imagem.
pode criar formas abstratas
(sugiro colocar ilustrações para exemplificar cada plano)

c) Foco
Refere-se à nitidez da imagem. Pode ser diferencial e de profundidade de campo.
Podemos também usar o desfoque, tirando o foco da imagem ou de determinados
elementos, criando um efeito. Dentro dos limites técnicos, é possível controlar não
só a localização do foco, como também quantos elementos ficarão nítidos.
4. A Câmera Fotográfica
d) Movimento
São os efeitos técnicos e a captura dos movimentos e das ações dos sujeitos. Também
Que pode a câmara fotográfica?
podemos entender como o registro da inércia, da captura de uma cena estática,
parada. Não pode nada.
Conta só o que viu
e) Forma Não pode mudar o que viu.
A organização dos objetos no espaço vai determinar a forma ou formas representadas Não tem responsabilidade no que viu.
na fotografia. É a maneira como os objetos e sujeitos ocupam o espaço. A câmara, entretanto,
ajuda a ver e rever, a multi-ver
f) Ângulo
Resultado da posição da máquina. Podemos alterar o sentido e a interpretação de O real nu, cru, triste, sujo.
uma fotografia, através do ângulo escolhido. Desvenda, espalha, universaliza.
A imagem que ela captou e distribui.
g) Cor Obriga a sentir,
Nas fotografias abrange os cinzas e as demais cores. A criticamente, julgar,
A querer bem ou protestar,
h) Textura
Impressão visual que sugere a idéia de substância, densidade e tato. Um objeto pode A desejar mudança...
apresentar textura lisa, porosa, fina ou grossa, dependendo do ângulo, dos cortes,
(Carlos Drummond de Andrade, poema “A Câmara Viajante”)
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As câmeras automáticas possuem uma fotocélula que regula automaticamente


As câmeras (ou câmaras) fotográficas são câmeras escuras, como a “caixa mágica” a abertura do diafragma ou a velocidade do obturador ou ambos, porém alguns
que vocês viram anteriormente, que no lugar do orifício possuem uma lente e um modelos podem oferecer também o controle manual de abertura e velocidade. Tem
diafragma por onde passa a luz. E na face oposta possuem um material sensível a um pouco mais de recursos que as câmeras simples, embora algumas limitações
essa luz: o filme, quando a câmera é analógica, e um sistema de captação de pixels, impedem sua utilização sob determinadas condições de luz. Deve-se ter os mesmos
quando digital. De qualquer forma, este é o princípio de todas as câmeras fotográficas cuidados indicados para o uso de uma câmera simples.
atuais, desde as mais simples até as mais sofisticadas.
Ajustável ou manual
A diferença entre elas está na complexidade de recursos e na eficiência com que
realizam o trabalho de fazer com que a luz, controlada, realize este trabalho, que é Este tipo de equipamento permite um
sempre o mesmo: produzir uma imagem, seja ela armazenada na memória, impressa controle maior sobre o resultado das
em um filme ou digital. fotografias, pois possui o ajuste manual
da luz, da abertura, da velocidade. Por
permitirem o ajuste manual, estas câmeras
4.1. A Câmera analógica possibilitam efeitos nas fotografias tais
como desfocar o fundo, tirar fotos sem
A câmera analógica utiliza o filme negativo para produzir as fotos, posteriormente flash em ambientes internos ou com
reveladas em papel fotográfico. A maioria das câmeras analógicas são também pouca iluminação, utilizar diversas fontes
conhecidas como 35mm, pois usam esse tipo de filme. de luz ao mesmo tempo, fazer múltiplas
Esse tipo de câmera pode ser: exposições sobre um único fotograma e
muitos outros recursos.
Simples: quase não possuem controles. Nelas o foco é fixo, ou seja, tudo o que estiver
a mais de 1,20 metros de distância estará em foco. O visor na maioria das vezes é Essas câmeras são do tipo reflex, ou seja,
direto, não sendo no mesmo lugar da lente, o que significa que aquilo que estamos a imagem que vemos no visor é exatamente
vendo pode não ser exatamente o que vai ser registrado no filme. aquela que será impressa no negativo, pois o visor está
Elas também não possuem controles de abertura do diafragma e velocidade, e no mesmo lugar da lente. São as câmeras mais usadas
geralmente temos a opção de escolher apenas se a foto será tirada sob o sol, dia pelos fotógrafos profissionais.
nublado ou com uso de flash. As câmeras simples têm baixa velocidade do obturador
(1/30 a 1/50 de segundo). Existem dois tipos de câmeras reflex: as mono-reflex
(SLR – Single Lens Reflex – uma única lente) e as bi-reflex
Também não aceitam vários tipos de filme. Algumas permitem escolher entre ISO 100 (TLR – Two Lens Reflex – duas lentes). As câmeras SLR permitem
ou 400. Possuem a vantagem de serem mais leves, compactas e baratas. As câmeras ainda a troca das objetivas. O fotógrafo pode contar com o uso de variadas lentes,
simples precisam ser manuseadas com atenção para alguns detalhes, para que sejam desde grande angulares até teleobjetivas, ampliando as possibilidades em relação a
bem aproveitadas: distâncias, ângulos e efeitos.

Segurar a câmera com bastante firmeza, para evitar fotos tremidas.


Enquadrar bem o assunto, deixando uma distância entre o assunto e as bordas, Existem filmes em formatos e sensibilidades diferentes. Além disso, dependendo do
pois é fácil cortar a fotografia com estas câmeras. tipo de fotografia que desejamos fazer, podemos utilizar filmes preto & branco ou
Observar a distância entre a câmera e o assunto, pois o foco é limitado em 1,20m. coloridos, ou ainda negativos ou positivos.
Se houver uma distância muito grande, a fotografia sairá desfocada.
Estar atento às condições de luz para não tirar fotos escuras. Usar o flash quando Os quatro formatos mais comuns de filmes são:
necessário como, por exemplo, dentro de casa, pois as câmeras simples não
funcionam com luz ambiente muito fraca, a menos que seja possível utilizar filmes Cartucho – 110 ou 126 mm
mais sensíveis, como de ASA 400. Fotos contra o sol e na sombra não devem ser Bobina - 35mm
tiradas com câmeras simples, mas se forem necessárias, use o flash. Rolo - 120mm ou 6 x 6cm
Chapa - 10,7 x 12,6cm
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A sensibilidade do filme é indicada por um número ASA ou ISO. Quanto maior 8MP em seus sensores de imagem. Estas câmeras oferecem também vários controles
esse número, mais sensível (ou mais rápido) é o filme e vice-versa. A medida de de criatividade.
sensibilidade do filme também tem uma característica idêntica as do obturador e No mais alto nível encontramos as câmeras que são direcionadas aos fotógrafos
diafragma, ou seja, o número seguinte corresponde ao dobro do anterior - ISO 100, amadores mais avançados e aos profissionais. Estas câmeras têm de 6MP a 20MP
200, 400, 800, 1600 (veremos o obturador e o diafragma adiante). Assim, um filme de ou mais. Muitas estão baseadas em modelos de 35mm e aceitam as mesmas lentes
ISO 100 precisará do dobro da luz exigida por um ISO 200, e a metade da necessária das câmeras de filme tradicional. Estas câmeras têm a mais elevada definição, as
para um ISO 50. melhores características e os preços mais elevados.
As câmeras digitais obedecem basicamente os mesmos modelos das câmeras
As câmeras digitais não utilizam filme, mas possuem o mesmo sistema de convencionais, isto é, podem ser compactas, compactas com zoom, câmeras reflex,
sensibilidade (ISO) quando se regula a câmera para realizar a captação câmeras de médio formato e câmeras de grande formato.
da imagem.
Digitais e Analógicas
O filme em negativo apresenta a imagem invertida. Em filmes preto
& branco o que é claro aparece escuro e o que é escuro aparece São muito parecidas com as câmeras convencionais em termos de funcionamento:
claro. Nos filmes coloridos há uma inversão das cores, ambas têm uma lente, uma abertura e um obturador. A lente traz a luz da cena em
aparecendo a cor complementar. Por exemplo, o que foco para dentro da câmera. A abertura é um buraco que pode ser diminuído ou
é verde aparece vermelho, o que é amarelo aparece aumentado para controlar a quantidade de luz que entra na câmera. O obturador é
azul. um dispositivo que pode ser aberto ou fechado para controlar o tempo em que a luz
entra na câmera. Os fundamentos da fotografia analógica, luz, composição, planos,
N o filme positivo a imagem é fiel à original, própria para se aplicam também às fotografias digitais.
projeção ou impressão gráfica; são chamados cromos ou
slides. De maneira idêntica aos negativos, os filmes positivos podem A maior diferença entre as câmeras tradicionais de filme e as câmeras digitais é como
ser coloridos ou preto & branco. capturam a imagem. No lugar do filme, as câmeras digitais usam um dispositivo
em estado sólido chamado de sensor de imagem, geralmente um dispositivo CCD
Em relação á quantidade de luz requerida pelo filme, corremos dois riscos: (“charge-coupled device” ou “dispositivo de carga acoplada”), um sensor para
Subexposição: Condição que se nota quando o filme é atingido por pouca luz, captação de imagens.
resultando negativos claros e cópias escuras. Na superfície do sensor de imagem está uma grade que contem centenas de milhares
Superexposição: Ocorre quando o filme é atingido por muita luz resultando negativos ou de milhões de diodos fotossensíveis chamados photosites, photoelements ou
escuros e cópias claras. Um erro comum que causa superexposição é colocar na pixels. Cada photosite captura um único pixel da futura fotografia. Esta informação,
máquina um filme ASA400 e a regular para ASA100. Como um filme 400 precisa de captada analogicamente, é digitalizada (pelo que se chama um “shift register”) e
menos luz que o 100, ocorrerá superexposição. armazenada num meio magnético (disquete, Smart Cards, Memory Stick ™ ou
CD). Posteriormente você pode transferir as fotos para um computador
O filme 35 mm é pequeno, barato, e as câmaras que usam este formato são as mais (conectando a câmera, com um cabo apropriado, à porta RS-232 ou
comuns no mercado. O filme 35 mm é o mais usado na atualidade. à porta USB) ou imprimi-las diretamente (tendo a impressora
adequada).
4.2. Câmera Digital
A quantidade de detalhes que a câmera pode
Digamos que você queira tirar uma foto e enviá-la por e-mail para um amigo. Para isso, capturar é chamada de resolução e é medida em
precisará que a imagem seja representada em uma linguagem que o computador pixels. Quanto mais pixels uma câmera possui,
reconheça: bits e bytes. Essa imagem enviada pelo computador é uma imagem mais detalhes ela pode capturar e fotos maiores
digital. Uma imagem digital é uma longa seqüência que representada por minúsculos podem ser ampliadas sem granulação ou perda
pontos, os pixels, formam a imagem. de nitidez. Veja abaixo algumas resoluções:

As câmeras podem variar de acordo com o nível de complexidade que apresentam: 256 x 256 - encontrada em câmeras muito
baratas, essa resolução é tão baixa que a qualidade
As câmeras digitais mais simples são as do tipo “aponte e dispare”, inteiramente da foto quase sempre é ruim. Isso corresponde a um
automáticas e com resoluções de 3 a 5 milhões de pixels até 7.2 megapixels. total de 65 mil pixels.
No nível seguinte estão câmeras semi-profissionais. São aquelas que têm 5MP a 640 x 480 - essa resolução é ideal para fotos enviadas
por e-mail ou publicação de fotos em sites.
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1216 x 912 - este é um tamanho de imagem “megapixel”: 1.109.000 pixels totais. trocar a objetiva para alterar a distância focal, e uma só zoom pode fazer o trabalho
Bom para fotos impressas. de várias objetivas de distância focal fixa, as várias necessárias para substituí-la.
1600 x 1200 - com quase 2 milhões de pixels, essa é uma alta resolução. Pode-se Objetivas Macro – As objetivas macro são utilizadas para fotografar objetos a uma
imprimir uma foto de 10 cm x 13 cm tirada com essa resolução com a mesma qualidade pequena distância, como o detalhe de uma flor, ou fotos de insetos minúsculos. Sua
obtida em um laboratório fotográfico. utilização é muito específica.
2240 x 1680 - encontrada em câmeras de 4 megapixels, permite fotos impressas Profundidade de Campo
ainda maiores, com boa qualidade para impressões de até 40 cm x 51 cm.
4064 x 2704 - uma câmera digital top de linha com 11,1 ou mais megapixels tira A extensão da zona nítida disponível quando se tira uma fotografia está subordinada
fotos com esta resolução. Nessa configuração, podem-se criar fotos impressas de 35 à distância de focalização, ao tamanho da abertura e à distância focal da objetiva
cm x 23 cm sem perder qualidade de imagem. utilizada.
Quando se focaliza uma objetiva em um ponto razoavelmente distante, observa-
Como foi dito anteriormente, as câmeras, tanto analógicas como digitais, apresentam se uma zona, estendendo-se tanto para frente quanto para trás desse ponto, que
os mesmos componentes, funcionando basicamente da mesma forma. Algumas também aparece no fim com razoável nitidez: essa zona é chamada de “profundidade
câmeras digitais permitem o uso do modo manual, ampliando as possibilidades. A de campo”.
seguir vamos conhecer esses componentes e seu funcionamento. Outra forma de controlar a profundidade de campo é através da abertura do
diafragma: quando esta é total, a objetiva apresenta uma pequena profundidade de
a) As Lentes campo. Diminuindo a abertura do diafragma, aumenta a área focada.
Muitas vezes, para facilitar a composição de uma foto, os fotógrafos selecionam
A distância focal é uma média óptica que determina o grau de ampliação da imagem uma abertura capaz de proporcionar a profundidade de campo desejada, neste caso
formada e a área abrangida pela objetiva. Quanto maior a distância focal, maior a específico, e com base na abertura escolhida, procuram a velocidade do obturador
ampliação da imagem e menor a porção de cena coberta. Todas as objetivas são necessária a uma exposição correta.
classificadas na parte frontal e de acordo com a distância focal podem ser: angulares,
normais e teles. b) O Obturador
Normal - O nome de normal foi atribuído a estas objetivas em virtude do ângulo de Em algumas câmaras, é possível estabelecer o tempo que o obturador permanecerá
visão coberto por elas, que se aproxima muito do ângulo de visão humana, cerca de aberto durante a exposição. Isso faz com que ele controle a quantidade de luz que
45 graus. Além disso, o tamanho relativo dos objetos e até a área de nitidez efetiva chega até o filme; quanto menos tempo, menos luz. Esse tempo durante o qual o
se assemelham muito à nossa visão. A distância focal normal é aproximadamente obturador permite a passagem de luz é conhecido como velocidade de obturação, e
igual à diagonal do negativo da câmera. No caso da câmera de 35 mm, a diagonal do pode variar de segundos a frações de segundo. É comum os profissionais chamarem-
filme mede 43 mm aproximadamente. Portanto são consideradas normais as que no apenas de velocidade.
têm distância focal entre 40 e 58 mm.
A velocidade é indicada por números compreendidos, geralmente, entre 1 a 4000. Para
Angular – Todas as objetivas com distância focal inferior à da normal são consideradas calcular-se o tempo de obturação, basta dividir um segundo pelo número marcado
grande angulares, ou seja, nas câmaras de 35 mm a distância focal inferior a 40 mm. na escala de velocidade da câmera. Assim, o número 1 corresponderá a um segundo,
Esta denominação deve-se ao ângulo maior que as normais, podendo chegar a mais o 2 a meio segundo e o 4000 a ¼ de milésimo de segundo. Nesta mesma escala, é
de l80 graus. comum encontrar-se também a letra B, que deixa o obturador aberto enquanto o
disparador estiver sendo pressionado, o que permite um tempo indefinido, quanto
Teleobjetiva – São objetivas com distância focal superior a das normais. Produzem tempo o fotógrafo desejar.
imagens maiores e abrangem ângulos menores, de acordo com sua distância focal.
Para as câmeras de 35 mm as teles mais comuns são: 85 mm, l05 mm, l35 m, l50 mm, Aplicações da Velocidade
200 mm, 300 mm, 400 mm, 500 mm, 1000 mm e l200 mm. A imagem ampliada de
objetos distantes faz com que pareçam próximos. As altas velocidades, acima de l/125s, são utilizadas para congelar o movimento.
Se o objeto a ser fotografado está se movendo, é necessário usar uma velocidade
Objetivas Zoom - As zoom são objetivas com distância focal variável, que compreendem de obturação adequada: quanto mais rápido o movimento, maior terá que ser a
todas as distâncias focais existentes entre dois extremos. Uma 70 – 210 mm, por velocidade da câmera.
exemplo, possui todas as distâncias focais desde 70 mm até 210 mm. Existe uma Além disso, a velocidade pode ser usada para evitar fotos tremidas: quanto mais
grande variedade delas, algumas são, ao mesmo tempo, angulares e teles, como uma baixa a velocidade, maior a possibilidade de o fotógrafo tremer.
28 – 135 mm, ou 28 – 200 mm. Comumente, para fotos à luz do dia, em exteriores, usa-se 1/125s ou 1/250s.

A importância das zoom está na versatilidade e economia. O fotógrafo não precisa


4.3
.O
Fl a
sh

As velocidades baixas são geralmente usadas para fotografar objetos estáticos, ou


quando as condições de iluminação não são muito boas. É conveniente a utilização
de um tripé para fixar a câmera ao se utilizar velocidades abaixo de 1/30. O uso do flash
Todas as câmeras modernas possuem obturador, mas em alguns modelos a
velocidade é fixa, permitindo a passagem de uma quantidade de luz pré-estabelecida. O flash é usado
Nesses casos, a luz pode ser controlada por uma abertura variável, conhecida como em muitas situações,
diafragma. mas a principal delas
é fornecer luz para a
c) O Diafragma realização de fotos em
condições de iluminação
O diafragma também faz parte do conjunto de disparo, e é encontrado tanto nas insuficiente, à noite ou em
câmeras de velocidade fixa quanto regulável. Seu funcionamento é extremamente ambientes internos.
simples: através de uma regulagem na câmera, o fotógrafo pode aumentar ou Os flashes podem ser
diminuir a abertura, deixando passar, respectivamente, maior ou menor quantidade manuais ou automáticos. No
de luz. O tamanho da abertura do diafragma é dado por um número que se primeiro, a intensidade do disp-
convencionou chamar de f. Assim, f 2 significa diafragma número 2. O número f aro é sempre a mesma. Em mode-
tem uma característica engraçada: ele é inversamente proporcional ao tamanho da los que dispõem de uma chave que
abertura. Isso quer dizer que quanto maior o número f, menor é a abertura que ele oferece opção de carga total e meia
indica, e vice-versa. Os números mais comuns, em escala crescente, são; f 32, f 22, f carga e, às vezes, um quarto de carga,
16, f 11, f 8, f 5.6, f 4, f 2. 8, f 2, f 1.4, e f 1.2 . É preciso cuidado para não se enganar, o f é possível regular a quantidade de lumi-
32 é a menor abertura e o f 1.2 é a maior. nosidade. Os automáticos possuem uma
célula fotossensível que controla a inten-
Relação Obturador e Diafragma sidade do disparo, fornecendo apenas a luz
necessária para cada exposição. Com o flash
Em câmaras ajustáveis, onde há regulagens manuais de obturação e diafragma, automático, o fotógrafo não precisa se preo-
ambos os controles são usados simultaneamente, agindo um em função do outro, cupar com as regulagens exigidas pelos flashes
em variadas combinações. Isso permite ao fotógrafo registrar imagens em condições de funcionamento manual.
diversas de iluminação.
• Modelos
Quanto maiores forem as escalas de velocidade e abertura, mais ampla a faixa Os modelos mais usados pelos fotógrafos são os ele-
de condições de luz poderá ser coberta pelo equipamento. Tanto a abertura quanto trônicos, alimentados por pilhas; são os mais práticos.
a velocidade variam proporcionalmente, o que facilita muito o seu uso conjunto: Em seguida, os mais usados são os que utilizam uma
tomando-se como ponto de partida a menor abertura da escala de diafragma de uma bateria, muito potentes, porém maiores e menos cômo-
câmera qualquer, f 22, por exemplo, à medida que avançamos, cada abertura deixará dos. Existem também os especiais para estúdio.
passar exatamente o dobro da luz de sua precedente e a metade da subseqüente.
Dessa forma, f 5.6 permite a passagem do dobro da luz que passa por f 8 e metade Flash Eletrônico
da luz admitida por f 4.
O flash eletrônico portátil é conectado à câmera através
• Com a velocidade é do mesmo modo. Como as variações de velocidade e abertura de um suporte conhecido como sapata de sincronismo, que
são equivalentes, o fotógrafo pode escolher livremente o par que quiser, sem sustenta o flash e faz a ligação com a câmera, para sincronizar o
nenhuma dificuldade, priorizando um ou outro controle: uma foto que pede abertura disparo com a abertura do obturador, por isso o nome sincronismo.
f 8 com 1/250s poderá ser feita com f 5.6, bastando para isso, que seja usada 1/500s; Outra maneira utilizada é acoplar o flash à câmera por meio de um
também é possível fazê-la em l/125s, usando f 11, ou qualquer outra combinação suporte especial, um acessório que pode acompanhá-lo, mantendo-o
proporcional, dependendo da fotometragem da luz ambiente. ao lado esquerdo do corpo da câmera. Nesse caso, a ligação com o
sistema de sincronismo é obtida através de um cabo (cabo de sincronismo)
d) O Fotômetro conectado a um plug existente na câmera.
Atualmente, os modelos computadorizados são muito usados. Esses
Para saber com segurança a exposição exata de cada foto que se pretende fazer, flashes permitem muitos recursos para correção de problemas de
iluminação e para fotografias criativas.
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Sugestão
de filme
Algumas dicas para usar o flash

Preste atenção quando houver vidros, espelhos ou pessoas usando óculos, pois o A Janela da Alma. (País de Origem: Brasil, 2002) Gênero: Documentário. Tempo
flash produzirá brilhos indesejáveis, se estiver apontado diretamente para essas de Duração: 73 min. Estúdio/Distrib.: Europa Filmes. Direção: João Jardim / Walter
superfícies. Procure um ângulo em que o flash não rebata diretamente nas superfícies Carvalho
e peça às pessoas com óculos para virar um pouco a cabeça ou tirar os óculos. Sinopse: Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia
discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como
O flash pode provocar reflexos vermelhos nos olhos de pessoas e animais. Para evitar percebem o mundo. O escritor e prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto
este reflexo no olho, acenda todas as luzes do aposento, pois a maior luminosidade Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar,
ajudará a diminuir o tamanho da pupila. Em algumas câmeras é possível acionar um o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy,
dispositivo que elimina o vermelho nos olhos. entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos
à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre
Com câmeras simples, fotografe dentro dos limites de distância estabelecidos, ou a a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens
pessoa ou objeto, que estiver muito longe do flash, ficará subexposto e muito escuro e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade, ¬
na fotografia. se é que ela é a mesma para todos.

Qualquer pessoa ou objeto que estiver além do limite da faixa de distância do flash,
quer dizer, muito próximo do flash, ficará superexposto e muito claro na fotografia.

Em fotografias de grupos, as pessoas que estiverem em diferentes distâncias da


câmera receberão quantidades diferentes de luz do flash - algumas ficam muito DE
claras, outras muito escuras. Procure colocar todas as pessoas aproximadamente à ATIVIDA
mesma distância do flash.
ATIVIDADE I
Após a exibição do documentário, vamos realizar uma discussão, tomando como
5. O MANEJO DA CÂMERA FOTOGRÁFICA referência as seguintes temáticas abordadas no filme:
- o fotógrafo cego
“O poder de síntese da fotografia é fabuloso. - relação entre o olhar e o significado, o sentido
Ou seja, sintetiza tantas coisas ao mesmo tempo: - quanto nosso olho vê; o que é acuidade visual
a cultura da pessoa que está fotografando, a ideologia, - pontos de vista – cada um tem o seu. Olhar pessoal x realidade
o momento histórico que a pessoa que está fotografando está vivendo, - o que é a janela da alma?
porque ela está sendo influenciada pelo ontem e agora.” - ver x escutar
- ver com outros sentidos
(Sebastião Salgado – fotógrafo) - deficiências visuais x o olhar
- cegos de informação: o Mito da Caverna de Platão*
Agora que já conhecemos um pouco da linguagem fotográfica e seus elementos - foco e detalhes
principais e equipamentos, vamos experimentar alguns exercícios de manuseio - enquadramentos
das câmeras. Nestes exercícios, os componentes do trabalho fotográfico serão - ver com olhos da mente: a imaginação
desenvolvidos no processo de produção, através da prática. A avaliação de cada - o olhar do outro sobre nós
exercício será feita observando erros e acertos e realizando novos exercícios. Vamos - o visual x o emocional
trabalhar com os seguintes fundamentos da fotografia: - a imagem usada pra vender
- o olhar condicionado
Enquadramentos
Ângulos * O Mito da Caverna, também chamada de Alegoria da Caverna, foi escrito pelo
Composição filósofo Platão, e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII). Trata-se da
Iluminação exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos
aprisiona através da luz da verdade. Alguns ainda chamam de Os prisioneiros da
Caverna ou menos comumente de A Parábola da Caverna.

(Fonte: Wikipedia, a enciclopédia livre)


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ATIVIDADE II culturas. Viveu na Bahia e foi um dos grandes documentaristas da afrodescendência.


Experimentações com fotografia analógica: primeiros exercícios com a câmera. Sebastião Salgado – Fotógrafo brasileiro. Fotografia artística; trabalha sobretudo
Vamos precisar de câmeras analógicas portáteis, que serão usadas em duplas, e com retratos e paisagens.
filmes 35mm coloridos, com 36 poses, ISO 400.
Obs.: O sugerido é a experimentação com câmeras analógicas. É importante poder * Façam uma visita à Fundação Pierre Verger, localizada na mesma casa em que viveu
realizar essa prática e vivenciar todo o processo. Porém, se for impossível conseguir durante anos. Será fascinante conhecer a obra desse fotógrafo francês apaixonado
o equipamento necessário, sugerimos realizar o exercício com câmeras digitais, pela África e Brasil, e especialmente pela Bahia. “A Fundação Pierre Verger foi criada
podendo ao menos vivenciar parte da experiência. em 1988 por Pierre Verger, com o objetivo de preservar e divulgar a obra do fotógrafo
Vamos realizar um estudo sobre algum fotógrafo profissional (sugestões abaixo). O e destacar a importância das culturas africanas e afro-brasileiras”. Na Fundação,
educador lhes mostrará os trabalhos dos profissionais apontando suas características vocês encontrarão todo o acervo pessoal de Verger, reunido em décadas de viagens
e estilos. e pesquisas. São dezenas de artigos, livros, 62 mil negativos fotográficos, gravações
Em seguida, em duplas, vocês irão pesquisar e preparar uma apresentação em sonoras, filmes em película e vídeo e muito mais.
PowerPoint sobre um fotógrafo e seu trabalho. Nesta apresentação, farão suas Endereço: Ladeira da Vila América, 18 - Engenho Velho de Brotas. Salvador/BA |
análises sobre o fotógrafo: o que pensam sobre suas fotografias, como é o uso da Telefone: (71) 3403-8409 / 8411 | Site: http://www.pierreverger.org/
cor, o tema das fotografias, enquadramentos, composições, ângulos e iluminação.
Com base nas apresentações realizadas, será feita a escolha coletiva do tema a ser
trabalhado fotograficamente pela turma.
Então, finalmente, vamos colocar a mão na massa. As duplas serão orientadas pelo
5.1. A prática com câmera digital
educador e cada uma fará as saídas para fotografar, dividindo um filme de 36 poses.
A revelação do filme acontecerá em casa fotográfica.
Agora que já experimentamos os fundamentos com a câmera portátil analógica,
vamos começar a praticar com a câmera digital. Vamos realizar fotos em diferentes
Agora vamos analisar em grupo o resultado do trabalho das duplas. Cada dupla
situações. Precisamos estar atentos para tentar experimentar o maior número de
deverá separar suas melhores fotos. Dentre as melhores, a turma deve escolher ao
recursos, procurando aprender cada vez mais como fazer a melhor foto para cada
menos uma de cada dupla para compor uma exposição. Nesta análise, vamos também
situação, sem esquecer da criatividade e inventividade.
separar as imagens que apresentarem ”erros”, tais como desfoque, erro de paralaxe,
imagens super ou subexpostas e tremidas. Todos estes erros serão discutidos com
toda a turma e nesta análise procurarão descobrir, juntos, o que causou esse “erro”. Fotografando eventos

As apresentações (tanto sobre os fotógrafos, quanto os trabalhos de cada dupla) Fotografar eventos é uma atividade que exige muita atenção e agilidade. São
deverão ser feitas em PowerPoint, projetando as imagens para que todos possam situações em que acontecem momentos únicos. Por exemplo, em um jogo de futebol,
ver com facilidade. “aquele” gol nunca será repetido e em um casamento o beijo dos noivos, ao final da
cerimônia, só acontece uma vez. Se o fotógrafo perder esses momentos, não vai ser
A turma pode pesquisar as biografias e trabalhos dos fotógrafos na internet e também possível parar tudo, pedindo que a cena se repita.
em bibliotecas, buscando livros com fotografias dos profissionais.
É claro que o fotógrafo tem que pensar em maneiras de contornar essas dificuldades.
Se possível, em um casamento, tirar os noivos por uns momentos do assédio dos
Sugestão de nomes de fotógrafos como referência para a Atividade II. convidados e tirar algumas fotografias, dirigindo as poses. Esta pode ser uma boa
Todos podem ser facilmente encontrados na internet: ideia para conseguir as melhores imagens, mas o momento real captado, espontâneo,
Adenor Gondim – Fotógrafo baiano. Fotografias de eventos e retratos. será sempre único.
Bob Wolfenson – Fotógrafo brasileiro. Fotografia de moda e publicidade
Christian Cravo – Fotógrafo baiano. Fotografias artísticas e retratos. Em eventos como casamentos ou aniversários, é muito comum a fotografia de
Flávio Damm – Fotógrafo brasileiro. Fotografia de esportes e de instantâneos. Flávio grupos. Ao fotografá-los, você perceberá que é necessário prestar muita atenção à
Damm fotografa apenas em preto-e-branco e com câmeras convencionais. iluminação e ao enquadramento, para ninguém ficar de fora ou com os pés cortados.
Gustavo Pedro – Fotógrafo brasileiro. Fotografia da natureza. Em interiores, provavelmente será preciso usar um bom flash. Em exteriores, à noite,
Henri Cartier-Breson - Fotógrafo francês. Considerado o “pai” do fotojornalismo. também. Se for à luz do dia, observar bem o ângulo da luminosidade, para que uma
Retratou muitos povos diferentes ao redor do mundo. parte do grupo não fique no escuro.
Mario Cravo – Fotógrafo baiano. Fotografias artísticas e retratos.
Pierre Verger* – Fotógrafo francês. Viajou o mundo registrando pessoas, costumes e Peças de teatro, espetáculos de dança e música são outros eventos em que a
fotografia tem que ser muito rápida e o fotógrafo muito atento. Nestas situações,
DE
ATIVIDA
podemos usar o flash, mas também é possível aproveitar a iluminação do espetáculo,
realizando trabalhos bem mais interessantes. O ideal é poder assistir ao ensaio dos ATIVIDADE II
eventos ou a uma apresentação antes de fotografar, para ver como é a iluminação 1. Vamos pesquisar exemplos de fotografias e de fotógrafos que trabalham com
e quando podem ser feitas imagens com ou sem o flash, planejar os melhores eventos. Podem ser encontrados na internet ou podemos usar álbuns de família, de
momentos a serem fotografados etc. casamento, de aniversário, com um conjunto interessante de imagens produzidas
Algumas Dicas por esses profissionais. Esses álbuns podem ser em forma de livro (com fotos
 Em fotos de teatro, o fotógrafo deve estar atento à representação dos atores, impressas) ou álbuns virtuais. Vamos analisar em grupos e discutir acertos e erros.
buscando as melhores expressões que passem a emoção da cena. Depois apresentar as conclusões para toda turma.
 Nos espetáculos de dança, a atenção está centrada no movimento. Precisamos 2. Agora vamos descobrir, em duplas ou trios, os eventos que estão acontecendo
usar velocidades altas para captar as movimentações. O mesmo acontece com os na cidade, na comunidade ou previstos em família e escolher um para fotografar.
esportes. Precisaremos organizar um cronograma para o uso das câmeras digitais disponíveis.
 Em shows de música, o efeito causado pela iluminação sobre os músicos precisa ser 3. À medida que forem fotografando os eventos, vocês vão descarregar as câmeras
bem aproveitado. Deve-se esperar atentamente para capturar as expressões de um no computador, criando pastas nomeadas com seus álbuns: “Casamento de Maria e
cantor ou cantora em seus melhores momentos. João, por Fernando ” ou “Aniversário de Juliana, por Adriana”.
Observem que a organização de arquivos é fundamental para o fotógrafo guardar
seu acervo!
Fotografando objetos 4. Quando todos já tiverem fotografado seus eventos e montado suas pastas, vamos
tratar as fotos e compor álbuns virtuais. Para isso, podem criar fotoclips, usando os
Fotografias de objetos são muito usadas na publicidade, quando se promove um recursos do PowerPoint.
produto qualquer, mas também é possível fazer composições artísticas. Esse tipo 5. Para finalizar, todos exibirão seus álbuns virtuais, analisando-os coletivamente
de fotografia é muito bom para testar diversos tipos de iluminação, com objetos de e falando sobre como foi realizar as fotografias dos eventos: as dificuldades, as
volumes, cores e texturas diferentes. O fotógrafo deve também explorar diferentes estratégias etc.
ângulos e fundos variados.
ATIVIDADE II
Após pesquisar fotografias de paisagens, duas propostas de ensaios:
Fotografando paisagens 1. Experimentar fotografar em ambientes diversos como praias, espaços urbanos
e matas. Tentar exercitar a criatividade, buscando ângulos e enquadramentos
Podemos pensar que fotografar paisagens é algo que não depende muito do inusitados.
fotógrafo, afinal não dá para pedir à árvore que chegue mais para a direita nem que 2.Testar a luz natural em diversas horas do dia para comparar as diferenças entre as
as águas de um rio se movam mais lentamente. A fotografia de paisagens, contudo, fotos.
tem muitos segredos interessantes. 3. Após realizar os dois ensaios fotográficos, montar duas apresentações em
Um ângulo bem estudado ou um momento do dia com uma luz especial pode resultar PowerPoint: uma com o exercício de ângulos, mostrando as experimentações
em fotografias inesperadas. Em paisagens, o importante é tirar partido do claro/ realizadas com esse fundamento. Outra com fotos demonstrando o comparativo
escuro. Dessa forma, podemos criar “climas”. Observem: entre as imagens registradas em um mesmo local, a partir do mesmo ângulo e
Quando fazemos fotos com muito contraste de luz, imprimimos uma atmosfera enquadramento, mas em horas diferentes do dia. Analisar em grupo os diferentes
dramática. efeitos captados.
Em uma fotografia clara, sem muitos contrastes, podemos passar a impressão de
alegria e exuberância. ATIVIDADE III
Outro recurso é a atenção a detalhes que compõem uma paisagem, colocando o 1. Fotografar em estúdio (ambiente interno), objetos diversos, buscando experimentar
foco principal em um ponto que se quer destacar. Por exemplo, em uma cena onde composições, enquadramentos, texturas e ângulos de iluminação.
há um rio, árvores, pedras, plantas, colocar o rio como centro da imagem pode fazer 2. Montar um portfólio com as fotografias no computador, colocando legendas de
com que os outros elementos sejam secundários. Tudo vai depender do ângulo e do como as fotografias foram realizadas (objetos usados, texturas, ângulos e formas de
enquadramento. iluminação).
Dê uma atenção especial para a linha do horizonte: o horizonte alto realça o solo. 3. Analisar em grupo os resultados.
Um horizonte baixo valoriza o céu. Montar um mini-estúdio fotográfico em casa não é muito difícil
e podemos usar recursos bem simples. Pesquise, monte o seu e deixe a criatividade
tomar conta de você.
Comunicação e Marketing Social

Fotografando pessoas estudo de contrastes de tons.


Estudo sobre balanceamento de brancos e filtros utilizados como recursos da
O retrato de pessoas envolve uma série de questões delicadas, pois, diferentemente fotografia.
de fotografias de objetos ou paisagens, interagimos com outro ser humano na Entendimento da escala de cores.
elaboração da imagem. Tratamento digital: descarregar, selecionar e tratar imagens. Preparo de imagens
para impressão em laboratório e para exibição na Internet.
Um primeiro ponto a ser observado é que o fotógrafo precisa deixar o fotografado Conceito da imagem digital: pixel, resolução e formação da imagem.
à vontade. A maioria das pessoas fica tímida frente a uma câmera, mas podemos Fotografando reportagens (Fotojornalismo)
diminuir a tensão conversando com nosso modelo e aguardando um pouco, dando o O fotojornalismo tem na informação sua matéria-prima. É a abordagem do fotógrafo,
tempo necessário para que relaxe. porém, que vai dar ênfase a essa ou aquela questão que aparece na foto. Os meios
impressos de comunicação como jornais e revistas ou os meios eletrônicos, que
Outros pontos importantes são a iluminação, o plano e o ângulo da fotografia. também apresentam formatos jornalísticos, não dispensam o uso da fotografia como
Podemos mudar totalmente a ideia de uma foto a partir da escolha da iluminação, um grande suporte da informação que vai ser transmitida.
de um plano e de um ângulo. É claro que, em todas as fotografias, esses elementos A fotografia jornalística assume muitas formas e gêneros, transitando por várias
mudam os resultados, mas com seres vivos temos a reação ao que é proposto. Para categorias. A diferença é que, quando se destina ao fotojornalismo, a imagem está,
lembrar alguns detalhes sobre esses elementos essenciais do processo fotográfico, é na maioria das vezes, ligada a um texto.
interessante retomar os estudos realizados anteriormente neste Guia. Conheça algumas categorias:
Podemos fazer retratos com luz natural ou artificial e em ambientes internos ou Fotografia social: fotografia política, de economia e negócios e as fotografias de
externos. Ainda é possível, em um ambiente interno aproveitar uma luz natural, vinda fatos relacionados a acontecimentos da cidade, do estado e do país.
de uma janela, criando belos efeitos. Podemos também usar fontes de luz inusitadas, Fotografia esportiva: eventos esportivos – jogos e competições.
como velas ou uma lâmpada comum, colocadas de forma estratégica em relação ao Fotografia cultural: registros de eventos artísticos – shows, peças de teatro,
modelo. espetáculos de dança, exposições -, eventos sociais e fotografias de obras de arte e
de artistas para divulgação.
O uso do flash, bem aplicado, pode resolver muitos problemas, principalmente Fotografia policial: categoria associada a imagens de ação e/ou repressão policial,
quando fotografamos pessoas em eventos, como aniversários e casamentos. crimes e mortes. Este tipo de fotografia, muitas vezes, recebe destaque nas
publicações, o que provoca variadas reações.
Uma das características fortes do fotojornalismo é a fotografia P&B, que vem desde
ATIVID as suas origens. Atualmente, porém, é mais comum a fotografia colorida, tanto em
ADE impressos como na internet.

ATIVIDADE I ATIVIDADE II
1. Primeiro você vai desenvolver estudos, individualmente ou em grupo, referentes 1. O seu educador trará para a atividade uma série de fotografias retiradas de jornais
à fotografia de retrato, moda e fotografia publicitária (peça ao seu educador e revistas e pequenos textos e legendas que acompanham essas imagens. Os textos
referências, mostrando fotografias em publicações e em sites especializados). e legendas devem estar separados das imagens e embaralhados. A turma vai tentar
2. Em seguida, cada um desenvolverá um projeto. Para isso deverá sortear um colega remontar os textos, legendas e imagens de forma que façam sentido.
e montar um personagem para ele como seu modelo. Pode ser um personagem para 2. Após a primeira parte da atividade, vocês deverão sair a campo e realizar uma
uma fotografia de álbum de família ou um modelo para revista de moda, ou ainda um fotografia com o objetivo de registrar algum fato interessante ocorrido.
modelo que está apresentando um produto para uma campanha publicitária. 3. Após realizar a fotografia, vamos preparar um pequeno texto jornalístico e uma
3. Quando o briefing estiver pronto, apresentando qual personagem o modelo estará legenda para a foto.
representando, vamos montar um pequeno estúdio (na sala) para fotografá-lo. 4. Depois vamos juntar todas as matérias e montar um “jornal-mural” ou um “varal
Deverá ser feita uma produção do local a ser fotografado, ambientando de acordo de notícias”, uma primeira exposição. Deverá ficar exposta em um local de maior
com a temática. circulação. É importante permitir que outras pessoas conheçam nosso trabalho!
4. Todos deverão ser fotógrafos e modelos, elaborando seus projetos e trocando de
lugar no estúdio.

Esse exercício permitirá uma série de estudos importantes:


Estudo e controle da iluminação e recursos construídos - velas, lanternas, luminárias,
flashes - para utilização das luzes em estúdio com modelos.
Utilização de recurso como transformação digital da imagem em sépia e P&B e
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6. ARTICULAÇÃO DA FOTOGRAFIA COM OUTRAS 7.1. Conhecendo o Photoshop

MÍDIAS O Photoshop é dotado de um menu completo, onde o usuário pode acessar uma
tarefa correspondente ao recurso que esteja utilizando. Por exemplo, quando desejar
6.1. Impressos: a fotografia pode ser usada para fins diversos, através de materiais duplicar uma imagem, clique no menu Imagem, Duplicar, e quando desejar salvar um
impressos. Pode ilustrar uma notícia de jornal ou de uma revista, pode compor arquivo clique em Arquivo, Salvar, assim por diante.
um cartaz para anunciar um evento ou promover uma campanha educativa. Pode Paletas
ser usada em folders e folhetos informativos. A fotografia é um poderoso meio de
apresentação de ideias, atraindo rapidamente a atenção das pessoas. No Photoshop existem onze paletas divididas em quatro grupos. Elas ficam disponíveis
no canto direito da área de trabalho. As paletas são pequenas janelas que ajudam o
Para que a fotografia cause um bom efeito em um impresso, precisamos seguir usuário a aprimorar suas imagens, fornecendo informações adicionais ou uma lista
algumas regras básicas: com as possibilidades de modificação.
Barra de Status
A foto precisa ter boa resolução, compatível com a ampliação que será necessária
para usar no material gráfico. A barra de Status traz informações importantes sobre os recursos e ferramentas que
Para utilizar fotos em impressos, com qualidade, é necessário no mínimo, 200 dpi estão sendo utilizadas, além de ser uma fonte valiosa de informações e dicas para o
(dots per inch, ou pontos por polegada). Abaixo dessa resolução, a foto impressa usuário.
pode ficar muito pixelizada, com aquele efeito serrilhado na borda dos componentes
da imagem. Teclas de atalho para as funções básicas (Tai, refazer tabela, tirar essa cara de Word...)
O formato de arquivo TIF combinado com resolução de 300 dpi é recomendado para Teclas Função
impressões em jato de tinta doméstica, tanto de fotografias como para impressos.
No caso de impressos profissionais, utilize os parâmetros indicados pela gráfica. Ctrl + N Criar um novo arquivo
6.2. Internet: O uso de imagens digitais na Internet é muito mais simples, porém deve- Ctrl + O Abre um arquivo existente
se tomar cuidado para que não sejam enviados arquivos muito grandes, pesados. O Ctrl + S Salva o arquivo atual
ideal é o uso de arquivos JPEG em baixa resolução, que são compactos e mantém Shift + Ctrl + S Abre a caixa de diálogo Salvar como
qualidade suficiente. Na WEB, podemos utilizar as fotografias para os mais diversos Ctrl e + Amplia a área de visualização
fins: para sites de publicidade e vendas online, jornalismo, páginas pessoais (blogs, Ctrl e - Reduz a área de visualização
Orkut, álbuns digitais para lazer e portfólios de divulgação do trabalho fotográfico). Ctrl + P Imprime o arquivo atual
Ctrl + Q Fecha o Programa Photoshop
Shift + Ctrl + W Fecha todas imagens

Caixa de ferramentas
7. TRATAMENTO DE IMAGENS – o uso do Adobe
Todas as ferramentas do Photoshop estão agrupadas em um só lugar, na caixa de
Photoshop ferramentas. Podemos selecionar uma ferramenta através de um clique do mouse,
ou utilizando uma tecla de atalho. Escolher a ferramenta correta para trabalhar
O Adobe Photoshop é um programa de edição de imagens que permite alterar a cor,
é fundamental para se alcançar o resultado desejado. A caixa de ferramentas do
aplicar efeitos, retocar e corrigir imagens. Existem várias versões desse software,
Photoshop vem com diversos recursos para auxiliar o usuário na edição de imagens.
que é considerado o melhor do mercado para tratamento de imagens. Atualmente,
Você pode clicar na parte superior da caixa e arrastá-la para qualquer lugar em sua
nas últimas versões, o aprimoramento na utilização das ferramentas possibilita criar
área de trabalho. Mesmo quando posicionada sobre as paletas, a caixa de ferramentas
efeitos como sombreamentos, brilhos, relevos, transparências etc.
ficará em segundo plano quando uma paleta for selecionada.
No Photoshop, os recursos do programa podem ser facilmente agrupados e
escondidos, deixando a área de trabalho livre, facilitando o trabalho do usuário em
O Photoshop é um programa com muitos recursos para o tratamento de imagens
localizar o recurso que necessita.
e suas aplicações são melhores entendidas e assimiladas através do trabalho prático
e constante, realizando sempre novos exercícios.
O Photoshop é um software proprietário, quer dizer, é necessário comprar uma
licença para ter o direito de uso. É, atualmente, o software mais usado para essa
finalidade.
Comunicação e Marketing Social

Outro editor de imagens com muitos recursos e também bastante utilizado é o 3) Crie sistemas de organização das fotos que facilitem encontrá-las posteriormente.
Corel Photo Paint.
Existem outros editores de imagem mais simples. Alguns vêm com as próprias Para isso, pode ser útil renomear arquivos, em pastas agrupadas por tema. Todas
câmeras. O mais comum e conhecido é o Editor de Imagens do Windows, que é mesmo essas ações têm que ser feitas antes do backup, pois você pode ter a mesma foto
muito simples, permitindo apenas comandos básicos como redimensionamento da com nome diferente no backup, o que não é prático – por exemplo, a mesma imagem
imagem, cortes, alguns efeitos de textura e de balanços de cor e luminosidade. como “Aniversário_Maria_0712.jpg” e “DSC_1098.jpg”.
Há muitos outros editores de imagens, inclusive softwares livres que podem ser
baixados gratuitamente na internet. Pesquise e escolha o seu. 4) Quando se faz o tratamento das fotos, é melhor fazer o backup da foto original, e
não apenas da foto tratada. Você pode querer, por exemplo, trazer as cores de volta
a uma foto que foi convertida para P&B (preto e branco).
5) Procure armazenar as cópias de backup em lugares diversos, em mais de um
CD ou DVD, ou em pastas virtuais na internet. Por exemplo, se usamos mais de um
8. CUIDADOS COM AS FOTOGRAFIAS computador, devemos ter pastas com os trabalhos em todos. CDs e DVDs não são
eternos. Além disso, estão sujeitos a extravio, riscos na superfície ou outros acidentes
Organização e armazenamento de fotos analógicas e digitais 6) Para o caso de backup realizado em CD ou DVD, use discos de qualidade.
7) Computadores utilizados por múltiplos usuários são inseguros.
8.1. Fotografias analógicas 8) Assegure-se de que o antivírus e firewall do seu computador estão atualizados.

Como vocês já sabem, as fotografias analógicas são aquelas que são reproduzidas
a partir de filmes negativos e papel fotográfico. A melhor forma de armazenar
os negativos é em folhas próprias para esse fim, em papel vegetal ou manteiga,
catalogadas e arquivadas em pastas protetoras. É importante usar algum 9. FAZENDO ORÇAMENTOS E PROPOSTAS DE
revestimento azul transparente para proteger da incidência da luz (pode ser a própria
pasta protetora) e guardar negativos em local seco e fresco, em arquivos de metal
TRABALHO
ou caixas.
Algumas questões fundamentais
As fotografias também precisam ficar dentro de pastas, protegidas da luz e da
umidade, e cada pasta deve estar marcada com uma etiqueta assinalando as 9.1. O cliente deve dizer exatamente o que deseja que seja fotografado. Não basta
fotografias de um determinado assunto e a data de sua realização. A melhor ordem saber que as fotografias serão de produtos ou pessoas, mas que tipo de produtos e
para organizar esses assuntos é a ordem alfabética. quem são as pessoas.

9.2. Nunca se deve aceitar um orçamento sem uma combinação precisa de quais e
8.2. Fotografias digitais quantas fotografias estão sendo solicitadas. É necessário determinar as quantidades
de maneira exata. Isso influencia diretamente no volume do trabalho (e, portanto, no
No arquivo de fotografias digitais, as fotografias devem ser gravadas em CDs. valor) tanto durante a produção das fotos como no tratamento das imagens.
Se possível, a gravação deve ser realizada em DVD (devido à melhor definição da
imagem e capacidade de abrigar um número maior de imagens). As fotografias 9.3. É necessário combinar os prazos de produção e entrega do material, fixando
gravadas precisam conter indicação do dia, mês e ano e indexadas com palavras- datas. Assim você sabe quando e por quanto tempo irá trabalhar. É igualmente
chave dos assuntos fotografados. No computador, as fotografias digitais precisam importante que o cliente tenha tranquilidade sobre quando receberá o trabalho.
estar arquivadas em pastas, com o mesmo sistema de catalogação do CD, para Cumprir prazos é muito importante para a sua imagem como bom profissional.
permitir a sua busca de forma rápida.
9.4. É necessário especificar claramente de que forma o cliente quer a entrega do
As fotografias analógicas também podem ser transformadas em digitais, por meio de material. Se será em CD + provas impressas, ou apenas CD ou impressões e em que
digitalização em scanners ou fazendo foto digital da foto analógica. quantidades, ou DVD, ou todas as possibilidades. Além disso, em caso de arquivos, é
Dicas para armazenar e arquivar fotos: necessário definir tamanho, resolução, modo e espaço de cor. De nada adianta falar
em “arquivo em alta resolução” se não informar o tamanho do arquivo. Por exemplo:
1) Nunca tenha apenas o original do arquivo da foto, seja qual for o meio utilizado 20x30cm de tamanho com 300dpi de resolução.
2) Faça sempre backup de suas fotos.
Comunicação e Marketing Social

9.5. Uma das formas de remuneração dos fotógrafos é o uso de suas imagens em
mídia. Se a foto será usada apenas em um cartaz, será um preço, mas se for revista,
jornal, site, folder, banner e catálogo, será outro valor. Quanto mais utilizações
diferentes forem feitas das fotos, mais o fotógrafo terá trabalho adequando arquivos
a formatos, modos de cor e resoluções diferentes.

9.6. E ainda temos o tipo de uso em relação ao espaço geográfico. Se a fotografia será
exibida em veículo de abrangência nacional será um preço, se regional, será outro.

imagem
9.7. Sempre pergunte tudo antes de elaborar sua proposta de trabalho e orçamento.

9.8. Faça uma pesquisa de mercado, converse com outros fotógrafos acerca dos
valores que estão sendo cobrados, para não pedir muito acima da média nem
muito abaixo. É sempre importante estar alinhado com as tabelas praticadas pelos
profissionais da sua área. Isso demonstra respeito à classe e ao trabalho que você
realiza.

9.9. Uma dica final e muito importante: orçamento, só por escrito.


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PRODUÇÃO EM VÍDEO
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Comunicação e Marketing Social

É possível fazer inúmeras cópias de um filme, permitindo que a mesma obra aconteça

IMAGEM
em diferentes lugares ao mesmo tempo, para um número ilimitado de pessoas.
Este sistema de cópias permitiu que houvesse uma rápida expansão do cinema
no mercado mundial, transformando-se em um dos mais expressivos produtos da
indústria cultural. O cinema, através da ilusão de realidade e a reprodução de cópias,
se tornou uma força comercial e de difusão de ideias.

Quando começa essa expansão pelo mundo, os filmes eram curtos e nem contavam
histórias. Geralmente tinham como temática o que chamavam de “vista”. No Brasil
eram chamados filmes “naturais”. Eram pequenos documentários, mostrando
paisagens, eventos e pessoas. Neste período, os “caçadores de imagens” ganham o
mundo, buscando registrar os acontecimentos. Em 1896, apareceu o filme Coroação
VÍdeo

do czar Nicolau II, filmado em Moscou e considerado o primeiro filme reportagem.


Contando Histórias

Com o passar do tempo, começaram a se estruturar os passos fundamentais para


concretização da linguagem cinematográfica que passou a ter como principal projeto
contar histórias. A revolução do cinema aconteceu quando foram descobertas as
estruturas narrativas e a relação com o espaço e o tempo.

Por exemplo, em um dos filmes do início do século, vemos uma estrada e um carro. O

E m 28 de dezembro de 1895, em Paris, França, aconteceu a primeira exibição


pública de um filme cinematográfico, realizada pelos irmãos Luniére. O primeiro
filme projetado apresentava um trem que corria em direção à platéia. Mesmo preto
carro bate em uma casa e derruba a parede. No quadro seguinte, uma família está à
mesa, quando o carro irrompe na sala, atravessando a parede. A impressão que dá é
de que voltamos no tempo, pois o acidente é o mesmo nas duas cenas. Não se tinha
e branco e sem som, parecia tão real que algumas pessoas, assustadas com aquela ainda a ideia de montar as cenas de forma que o acidente pudesse ser visto em um
imagem em movimento, fugiram do recinto. momento único, de dentro e de fora.
(legenda: projeção com cinematographo)
Um outro fator para a evolução da linguagem foi o movimento da câmera. No início
Louis Lumière, um dos inventores do Cinematógrapho, entretanto, não acreditava a câmera era estática. Filmava a partir de um único ponto. Primeiramente a câmera
que sua invenção tivesse futuro como espetáculo. Acreditava que o público até se deslocou tendo como base um trem, um barco ou qualquer veículo sobre o qual
parecia se divertir com as imagens em movimento, mas logo se cansaria. Mal sabia estava posta. Este movimento é chamado de travelling ou “carrinho”. Depois,
ele que este invento seria o precursor da maior máquina de contar histórias de todos passou a se deslocar girando sobre seu pescoço horizontalmente, para a direita, para
os tempos. (legenda: Auguste Lumière (esquerda) e Louis Lumière (direita)) a esquerda ou verticalmente, movimento conhecido como panorâmico.

Esse filme do trem foi a primeira tentativa bem-sucedida de colocar imagens em Atualmente, temos uma infinidade de possibilidades de movimento e de recursos,
movimento, mas muitos cientistas, ao longo da história se preocuparam com a inclusive as lentes, que evoluíram tecnicamente, permitindo fazer deslocamentos
projeção de imagens. Temos notícia de que já no século XVII o jesuíta Kirchner usava para a frente e para trás, por meio do “zoom”. Com as câmeras ficando mais leves,
uma lanterna mágica para projetar imagens que, no entanto, eram paradas. se tornou possível colocar a câmera no ombro do fotógrafo, o que se passou a se
chamar de “câmera na mão”.
No século XIX, o inglês Muybridge monta um equipamento fotográfico, com 24
câmeras, para registrar e analisar o galope de um cavalo, montando uma sequência David W. Griffith (1875-1948), nascido nos Estados Unidos, é considerado o criador
dos movimentos do animal. A partir dessas e de outras experiências o cinema da linguagem cinematográfica. É o primeiro a utilizar dramaticamente o close, o
se implantou em grande parte do mundo e se tornou uma arte dominante e com suspense e os movimentos de câmera. Com Nascimento de Uma Nação (The Birth
uma característica muito especial (que divide com a fotografia): a possibilidade de of a Nation - 1915), realiza o primeiro longa-metragem americano, considerado como
multiplicação. marco do início da indústria cinematográfica de Hollywood.

(legenda: Le galop de Daisy-Muybridge, 1878. Experiência de Eadweard Muybridge. A partir dessa época, a produção de filmes se concentra em Hollywood. A década de
Animação disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Muybridge_race_ 20 consolida a indústria cinematográfica americana e os grandes gêneros – western,
horse_animated.gif) policial, musical e, principalmente, a comédia. O primeiro grande sucesso mundial
Comunicação e Marketing Social

do cinema americano foi Charles Chaplin (1889-1977), com suas comédias dramáticas de distribuição é apontada como a principal causa do fracasso da Vera Cruz. (legenda:
mudas e, posteriormente, alguns filmes falados. Entre seus principais filmes estão O Cartaz do filme O Cangaceiro)
Garoto (Kid, The - 1921), Em Busca do Ouro (The Gold Rush - 1925), Luzes da Cidade
(City Lights - 1931), Tempos Modernos (Modern Times - 1936) e O Grande Ditador (The Por volta dos anos 50, começa a surgir um novo cinema no Brasil, com uma estética e
Great Dictator - 1940). (legenda foto acima: O Garoto – 1921 – ou ligar ao texto) temáticas nacionais, lançando as bases para o que se passou a conhecer como Cinema
(legenda: Chaplin em filme de 1916, onde Carlitos rouba o chapéu de um policial.) Novo. É quando aparecem cineastas com Nelson Pereira dos Santos (Rio 40 graus –
1955), Alex Viany (Agulha no Palheiro -1953), e Roberto Santos (O Grande Momento
No início, o cinema era mudo. Para tornar o espetáculo mais compreensível, eram - 1958), inspirados no neo-realismo italiano. Paralelamente, destaca-se o cinema de
colocadas legendas explicativas, que iam contando a história. A trilha musical também Anselmo Duarte, premiado em Cannes, em 1962, com O Pagador de Promessas, e dos
não integrava o filme dessa época. Geralmente, havia um músico acompanhando a diretores Walther Hugo Khouri, Roberto Farias (Assalto ao Trem Pagador - 1962) e
história em um piano, às vezes, mesmo uma banda. A música ia sendo tocada de Luís Sérgio Person (São Paulo S.A. – 1965).
acordo com o clima necessário à história, suspense, romance etc.

Com o advento do som, os Estados Unidos revolucionam a produção cinematográfica Precursores do Cinema novo
mundial. Os anos 30 consolidam os grandes estúdios e consagram astros e estrelas em
Hollywood. O gênero musical ganha destaque, surge o gênero policial, primeiramente Em Salvador, “Bahia de todos os santos” (1960), de Trigueirinho Neto, e “Barravento”
na França, mas se firmando nos Estados Unidos, e há um crescimento das produções (1961), de Glauber Rocha, desencadeiam um novo ciclo regional, que atrai cineastas
de filmes terror. de outros estados em busca da temática nordestina: entre outros, “O pagador de
promessas” (1962), de Anselmo Duarte, premiado com a Palma de Ouro no Festival
de Cannes, apesar de criticado pelos novos cineastas como um filme “tradicional”.
O Cinema Brasileiro (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

A partir de 1945, com o fim da 2ª Guerra, há um renascimento das produções A partir dos anos 1960, surgem cineastas que buscam cada vez mais romper com
nacionais, sobretudo na Europa – os chamados cinemas novos. No Brasil acontece a a linguagem cinematográfica americana. Glauber Rocha (1939-1981) é um desses
era dos filmes musicais e das comédias, conhecidas como “chanchadas” e um estúdio grandes nomes do cinema brasileiro. Nascido em Vitória da Conquista, Bahia, inicia
chamado Atlântida produz muitos filmes. sua carreira em Salvador, como crítico de cinema e documentarista, realizando O Pátio
(1959) e Uma Cruz na Praça (1960). Com Barravento (1961), é premiado no Festival
Nem Sansão nem Dalila é um filme brasileiro, produzido pela Atllântida, estrelado por de Karlovy Vary, na Tchecoslováquia. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra
Oscarito, dirigido por Carlos Manga. em Transe (1967) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969) ganham
Sinopse: Barbeiro Horácio, que depois de sofrer um insólito acidente vai parar prêmios no exterior e projetam o Cinema Novo. Seus últimos filmes foram Cabeças
no Reino de Gaza, muitos anos antes de Cristo. Lá ele conhece Sansão cuja força Cortadas (1970), filmado na Espanha, e A Idade da Terra (1980).
descomunal vinha de uma “milagrosa” peruca. Ao trocar a tal peruca de Sansão por
um isqueiro, Horácio transforma-se num homem forte e poderoso, passando a reinar
em Gaza como um ditador bonachão.
Curiosidades: Paródia ao filme homônimo de Cecil B. de Mille, “Sansão e Dalila”, de
inspiração bíblica. O filmem brasileiro é uma crítica ao autoritarismo e ao populismo
político, de Getúlio Vargas, que, no ano anterior ao das filmagens (1953), era presidente
do Brasil o “populista”. (Tai, vamos criar aqui um padrão para Sinopse)

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

A Companhia Vera Cruz surge em São Paulo, em 1949. Suas produções são diferentes
da Atlântida. Rejeitando as “chanchadas”, realiza filmes como Floradas na Serra
(1954), do italiano Luciano Salce, Tico-tico no Fubá (1952), de Adolfo Celli, e O Canto
do Mar (1953), de Alberto Cavalcanti. O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, faz
sucesso internacional, sendo premiado no Festival Internacional de Cannes como
melhor filme de aventura. O filme iniciou o ciclo de filmes sobre o cangaço. Amácio
Mazzaropi foi um dos atores mais famosos da Companhia. A ausência de um esquema
DEUS E O DIABO À MEIA-NOITE LAMARCA CENTRAL DO BRASIL
NA TERRA DO SOL LEVAREI SUA ALMA
GLAUBER ROCHA, 1963 JOSÉ MOJICA, 1964 SÉRGIO RESENDE, 1964 WALTER SALLES JR, 1998
SINOPSE SINOPSE SINOPSE SINOPSE

O Sertanejo Manoel e sua mulher Rosa levam O cruel e sádico coveiro Zé do Caixão, temido e A história começa em dezembro de 1970, Dora é uma mulher que trabalha na Estação
uma vida sofrida no interior do país, uma terra odiado pelos moradores de uma cidadezinha do quando o ex-capitão do exército brasileiro e Central do Brasil escrevendo cartas para
desolada e marcada pela seca. No entanto, interior está obcecado em conseguir gerar o grande atirador Carlos Lamarca e seu grupo pessoas analfabetas, uma de suas clientes, Ana
Manoel tem um plano: usar o lucro obtido na filho perfeito, aquele que possa dar rebelde auto-denominado “revolucionários” aparece com o filho pedindo que escreva uma
partilha do gado com o coronel para comprar continuidade ao seu sangue. A sua mulher não negociam com o Regime Militar, a soltura de carta para o seu marido dizendo que Josué quer
um pedaço de terra. Quando leva o gado para a consegue engravidar e ele acredita que a presos políticos em troca da vida do visitá-lo um dia, porém Ana morre atropelada
cidade, alguns animais morrem no percurso. namorada do seu melhor amigo é a mulher ideal seqüestrado, embaixador da Suíça, mantido por por um ônibus na saída da estação e, Josué de
Chegado o momento da partilha, o coronel diz que procura. Violada por Zé do Caixão, a moça eles em cativeiro. Trinta presos são soltos e a apenas 9 anos, sem ter para onde ir se vê
que não vai dar nada ao sertanejo, porque o quer cometer suicídio para regressar do mundo “repressão” aumenta a perseguição aos forçado a ter que morar na estação. Com pena
gado que morreu era dele, ao passo que o que dos mortos e levar a alma daquele que a violou. guerrilheiros, comandadas por um general do do garoto, Dora decide ajudá-lo e levá-lo até seu
chegou vivo era seu. Manoel se irrita, mata o A saga de Zé do Caixão continuará em Esta noite Exército e o delegado civil Flores (referência ao pai que mora no Sertão Nordestino. No meio
coronel e foge para casa. Ele e sua esposa encarnarei no teu cadáver. delegado da vida real Fleury), que se apresenta desta viagem pelo Brasil eles encontram
resolvem ir embora, deixando tudo para trás. como o matador de Marighella e outros obstáculos e descobertas enquanto o Filme
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre) “subversivos” e não hesita em torturar seus revela como é a vida de pessoas que migram
Manoel decide juntar-se a um grupo religioso prisioneiros para obter informações. Lamarca pelo País na tentativa de conseguir melhor
liderado por um santo (Sebastião) que lutava vai então para a Bahia, acompanhado da amante qualidade de vida ou poder reaver seus parentes
contra os grandes latifundiários e em busca do Com a intensificação do Regime Militar no Brasil, e também militante Clara, para se encontrar deixados para trás. Ao longo da historia se
paraíso após a morte. Os latifundiários decidem o cinema brasileiro passa por uma fase de com os aliados da guerrilha Zequinha e seus descobre algo que pode levar todos aonde
contratar Antônio das Mortes para perseguir e decadência, produzindo, sobretudo, um gênero irmãos. Enquanto espera para se encontrar com pretendem ir: a esperança.
matar o grupo. chamado de pornochanchada, que eram os demais guerrilheiros para organizarem um
comédias de teor erótico. levante rural, Lamarca lembra de momentos do (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre) Nos anos de 1970 e 1980 a produção seu passado.
cinematográfica brasileira passou por altos e
baixos, sofrendo com a falta de incentivos (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre) A retomada foi também um período em que
No final da década de 60, jovens diretores financeiros, com a extinção da Lei Sarney e da floresceu o documentário. Muitos filmes desse
ligados de início ao Cinema Novo, buscam uma Embrafilme. gênero foram produzidos a partir dos anos 1990:
nova linguagem e novas formas de contar Nos anos seguintes a produção não pára de Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho;
histórias com personalidade brasileira. O filme Nos anos 1990 há uma retomada da produção, crescer e filmes brasileiros recomeçam a correr Ônibus 174 (2000), de José Padilha e Felipe
O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério através do Programa Banespa de Incentivo à o mundo e a participar de Festivais e a ganhar Lacerda; A Pessoa é Para o que Nasce (2004), de
Sganzerla, e Matou a Família e Foi ao Cinema Indústria Cinematográfica e do Prêmio Resgate prêmios. Órgão de fomento ao cinema nacional Roberto Berliner, para citar alguns bem
(1969), de Júlio Bressane, são os precursores Cinema Brasileiro, instituído pelo Ministério da e editais culturais, governamentais e de conhecidos.
dessa corrente underground que, apesar de Cultura. Diretores recebem financiamentos para empresas privadas são criados para apoiar a
buscar uma linguagem nacional, alinham-se com a produção, finalização e comercialização dos produção nacional. Muitos filmes são (Confira as sinopses dos filmes Edifício Master e
o movimento mundial de contracultura, filmes. As produções começam a aparecer: Alma produzidos. Alguns se tornaram bastantes Ônibus 174 na página x)
aproximando-se do movimento musical do Corsária (1993), de Carlos Reichenbach, Lamarca conhecidos: Central do Brasil (1998), de Walter
Tropicalismo. Dois autores, em São Paulo, são (1994), de Sérgio Rezende, Vagas para Moças de Salles Jr., Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laiz
considerados personalidades do cinema Fino Trato (1993), de Paulo Thiago, A Terceira Bodansky, Cidade de Deus (2002), de Fernando
marginal: Ozualdo Candeias (A Margem - 1967) e Margem do Rio (1994), de Nelson Pereira dos Meirelles, Carandiru (2003), de Hector Babenco,
o diretor, ator e roteirista José Mojica Marins Santos, entre outros. Deus é Brasileiro (2003), de Cacá Diegues,
(No Auge do Desespero - 1955, À Meia-Noite Diários de Motocicleta (2004), Walter Salles, só
Levarei sua Alma -1964), mais conhecido como para citar alguns.
Zé do Caixão.
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1.2 O Vídeo A linguagem audiovisual permite viajar por universos intergalácticos ou penetrar em
realidades de dimensões microscópicas, experimentando, através do movimento
O vídeo tem uma história que segue a evolução do registro de imagens e sua difusão, e do som, essas realidades recriadas. Mesmo as situações mais abstratas e que
acompanhando a própria história do cinema. O vídeo pode ser considerado uma julgamos desprovidas de imagens podem ser representadas por meio de algum tipo
forma de dinamização do produto cinematográfico em termos de acessibilidade do de construção audiovisual.
público, criando uma nova relação com o entretenimento fílmico. Com o aparecimento
do vídeo doméstico, tornou-se possível o acesso a filmes por meio do aluguel em Um bom exemplo do poder da linguagem audiovisual, de envolver o espectador em
locadoras, a preços baixos. Toda a família assiste aos filmes pagando apenas o preço uma atmosfera de realidade a partir de um contexto abstrato, é o filme animado
da locação. Fantasia (Fantasia, EUA, 1940). Walt Disney Pictures. Gênero: Animação. Duração: 02
horas. Direção: James Algar, Samuel Armstrong, Ford Beebe, Norman Ferguson, Bill
Por outro lado, temos as tecnologias de produção que surgiram a partir de novos Tytla,, Wilfred Jackson, Bill Roberts e outros.
formatos, mais compactos e simples. As câmeras de vídeo, cada vez mais populares
e baratas, permitem que muitas pessoas possam realizar suas próprias produções Sinopse do filme animado Fantasia, da Walt Disney Pictures, 1940
domésticas e mesmo profissionais. Este filme, através da imagem, dá vida a grandes obras da música erudita, que são
representadas com visuais extremamente criativos e originais. A animação permite
No início da história do vídeo, tínhamos as fitas VHS e as fitas Betacam, reproduzidas em materializar na tela as sensações provocadas pelas músicas, traduzindo
videocassetes. O formato VHS é uma fita com ½ polegada de largura, caixa com 18,7X10 essas sensações como elementos da natureza ou por seres
cm. O formato Betacam é uma fita com ½ polegada de largura, caixas com diversos mitológicos.
formatos de acordo com os tempos de gravação (com 10x16cm ou 15X25,5 cm).
A base de um filme é o movimento, tanto
Atualmente o formato MiniDV, gravação de sinal de forma digital em fita, e o formato o movimento dos componentes
DVD, que é um disco de plástico com informação digital gravada, no formato MPEG2, da imagem, como os
são bastantes comuns. Há ainda o formato DVCAM, que possui gravação similar à movimentos que a
MiniDV, e o MiniDVD, pequenos discos com informação digital gravada opticamente. câmera pode fazer. O o
Em termos de acesso do público, o DVD é o formato doméstico usual atualmente, Como sabemos, o V ÍDE e m víde
e
com aparelhagens que reproduzem e também gravam os filmes. cinema começou O EM ntos r m ação , estilo o
AÇÃnhecime o s s
a existir através da M r i o s à f ormato proces e
OR co s á f
eces rais de pas d , estilo ão,
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captura das imagens em A F ilidades e ico s n
ge eta matos roduç
movimento. Somente um Hab o s técn oções ema; for ré-p edição.
tempo depois, o som foi e ú d à s n c i n t e s l ; p
ont o e ren sua oà olve
incorporado à película. Os c troduçã vídeo ra dife udiovi troduçã desenv ao
2. A LINGUAGEM AUDIOVISUAL in ra pa a
são: cas pa oteiros ital no avação diovisu ermite tor e
; in al m
i r ig r au p re
Além do movimento dos técn utivo; e r a d ução; g o com q ue ista, di
elementos da cena, a câmera prod los; a ós-prod ormaçã écnicas , roteir
Eu creio na imagem… u p f t fista
precisa captar a expressão veíc ução e dessa s e g r a
a a e
Na imagem todo-poderosa. e as emoções, recriando uma prod ropost artístic mo cin
Que constrói o movimento. Cria o ritmo. “verdade”, seja no cinema, seja A p es rc o
Que revela a alma. b i l i dad al atua s.
no vídeo ou na televisão. Mesmo ha ssion a
o fi o r r elat
quando falamos de documentários, pr reas c
(Vinicius de Moraes (1913-1980) Poeta e Compositor - O Cinema de Meus Olhos) á
reportagens jornalísticas, estamos em falando
de uma obra que transforma o que existe no mundo
real para uma realidade construída, que inclui, por exemplo,
A linguagem audiovisual é sintética porque funde o áudio e o visual para criar novas o próprio espectador. Aquele que vê e ouve interpreta a obra de
maneiras de comunicação. É uma forma de linguagem que precisa ser percebida acordo com suas referências. Ao mesmo tempo, para que a obra audiovisual aconteça
simultaneamente pelo olho e pelo ouvido. A linguagem audiovisual estimula a é necessária a utilização de diversos elementos fundamentais, que constituem a
participação do sujeito para que este se sinta imerso em uma realidade recriada. linguagem audiovisual e que chamamos de gramática do audiovisual.
O movimento e o som são os elementos fundamentais do audiovisual, que situam
o espectador/ouvinte no tempo e no espaço, provocando sensações, emoções e
experimentações sensoriais.
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2.1 A câmera de vídeo b. Câmeras semiprofissionais


As filmadoras semiprofissionais apresentam o popular formato DV de gravação,
A câmera de vídeo é um dispositivo dotado de mecanismos que capturam imagens componente digital para alta qualidade e muitas soluções de edição. No formato
em tempo real, registrando movimentos. DVCAM, essas filmadoras usam uma fita DVCAM ou uma miniDV, que corre em uma
velocidade mais alta do que no formato DV amador, o que significa mais informação
Antigamente, as câmeras faziam apenas o registro analógico. Só recentemente o na fita a cada segundo de gravação. Essas câmeras oferecem vídeo e captura de
sistema digital entrou em uso. As fitas passaram a conviver com discos óticos, discos imagem estática (registra um quadro da filmagem, como uma fotografia).
rígidos e memórias.
Legenda:Fitas DV (da esquerda para a direita: DVCAM-L, DVCPRO-M, MiniDV))
O avanço tecnológico transformou as grandes câmeras em equipamentos portáteis. Com recentes aperfeiçoamentos técnicos, as câmeras semiprofissionais operam com
As primeiras câmeras de vídeo que podiam ser adquiridas para uso do consumidor mais eficiência, sendo mais sensíveis à luz, obtendo imagens de excelente qualidade.
comum eram volumosas e precisavam ser carregadas no ombro durante a gravação. Muitas possuem um sistema de motores que corrige o ângulo da lente centenas de
O sistema digital melhorou a qualidade do áudio e do vídeo em comparação com as vezes por segundo, eliminando as variações a cada minuto causadas pelo movimento
melhores câmeras analógicas. Além disso, uma câmera de vídeo atual pode ser bem da mão.
menor e leve. Algumas cabem na palma da mão.
c. Câmeras profissionais
As câmeras de vídeo são compostas basicamente por três partes: lentes, o imager e o As câmeras profissionais geralmente são usadas para fazer cinema ou para alguns
gravador. A lente focaliza e capta a luz. O imager é o olho da filmadora que converte programas de TV. São as que têm as resoluções mais altas (essas câmeras podem
as imagens capturadas em sinais de vídeo. O gravador codifica os sinais de vídeo para capturar vídeo em resoluções de até 4096 x 2304 pixels a 30 quadros por segundo),
que possam ser armazenados. As lentes da câmera de vídeo oferecem controle de com uma qualidade de imagem impressionante.
todas as principais funções óticas como abertura, a velocidade e o foco do obturador.

As câmeras de vídeo mais acessíveis em termos de preço possuem qualidades 2.2 O manuseio da Câmera
interessantes, como facilidade de manipulação, baixo preço e a mobilidade. Estas
câmeras oferecem muitas opções de operação, mas faltam ainda muitos recursos. “O cineasta não deve
Ainda assim, para os principiantes, as facilidades para a gravação são importantes. fazer só filme, ele deve
Essas câmeras, tipo handycam, possuem um qualidades que permitem que sejam se interrogar sobre a
usadas em diversas situações: eventos sociais – como casamentos e aniversários – sociedade em que vive.”
mas também podem ser usadas para produzir filmes, documentários, gravação de
espetáculos e produção de filmes acadêmicos. (legenda: Câmera dv handycam) (Jean-Jacques Beineix
cineasta, produtor e roteirista do cinema francês).
Depois, em um computador pessoal, com uma configuração relativamente simples,
podem ser executadas edições de vídeo digital com softwares disponíveis no
mercado. São elementos
do audiovisual:
enquadramentos,
Tipos de câmeras e suas funções planos,
movimentos
a. Câmeras amadoras e ângulos de
Existem no mercado diversas câmeras que, embora consideradas amadoras, têm um câmera. Para
excelente desempenho, oferecendo muitos recursos. Estas câmeras podem gravar realizar produtos
fotos e vídeos e sua memória é do tipo flash integrada, que pode ter até 32GB ou, audiovisuais é preciso
ainda, pode gravar em mídia Memory Stick PRO. conhecer bem os elementos que compõem
essa forma de expressão. Esses elementos
As imagens armazenadas na memória interna podem ser transferidas para o mídia estão também divididos em aspectos visuais e
Memory Stick para fácil transferência para impressoras ou computadores compatíveis. sonoros. Alguns são específicos da linguagem.
Podem ser armazenadas horas de vídeo HD (modo LP HD) ou imagens em definição Outros são referências de outros campos
padrão (modo LP SD) na memória flash. Muitas realizam Gravação de Alta Definição. do conhecimento, que ajudarão na criação e
Em algumas, é possível gravar DVDs direto da câmera, usando o software apropriado.
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realização das produções. Um filme é dividido ainda em sequências, cenas e planos. Travelling - A câmera sai do eixo do tripé e “passeia” livremente. É um movimento muito
importante, pois também coloca o espectador no espaço narrativo, como se estivesse andando
a. Planos na cena.
Corresponde a cada tomada de cena, ou seja, a uma parte do filme compreendida Dolly - A câmera anda em linha reta em cima de um “Dolly”, que é um tipo de “carrinho”, que
entre dois cortes, o que significa dizer que o plano é um segmento contínuo da suaviza esse movimento.
imagem. No plano é importante observar o enquadramento, o recorte da imagem, a Câmera na mão - A câmera anda junto com o cameraman e deixa evidente o movimento e o
nitidez da imagem, os movimentos que são feitos na cena e pela câmera. balanço do seu andar.
Cada enquadramento feito pela câmera tem um nome específico. Abaixo, estão os Chicote - Movimento rápido de câmera terminando em um quadro fixo. Pode ser uma pan, tilt
principais tipos de plano/enquadramento: ou travelling.
Grande Plano Geral: enquadramento amplo, captando uma grande porção de Steadycam - Equipamento com compensação hidráulica que suaviza o movimento do
espaço. A figura humana geralmente se perde. cameraman quando este se movimenta.
Plano Geral: permite situar as figuras no cenário (pessoas, veículos, grupos de Grua - Guindaste mecânico que movimenta a câmera para cima, para baixo, podendo
pessoas se deslocando em uma cena). No Plano Geral a pessoa aparece de corpo transportar ou não o cameraman. Pode ter controle manual ou remoto. É usado em produções
inteiro. mais profissionais.
Plano de Conjunto: é usado para mostrar um grupo de pessoas em um cenário, que Zoom - Não é um movimento de câmera, e sim, um movimento da lente da câmera de
não é mostrado na totalidade. aproximação (Zoom in) ou afastamento (Zoom out) do objeto.
Plano Americano: enquadra a pessoa do joelho para cima.
Plano Médio: enquadra a pessoa da cintura para cima. É muito usado no
telejornalismo. 2.3 A parte sonora do audiovisual
Plano Médio Fechado: concentra ainda mais na pessoa.
Primeiro Plano: mostra a cabeça da pessoa e parte dos ombros. Podemos dividir a parte sonora em três elementos: a palavra, a música e os ruídos.
Primeiríssimo Plano: é o close-up extremo. A tela é completamente tomada pela
face da pessoa filmada. a. A palavra
Plano de Detalhe: como o próprio nome diz, é usado para captar uma pequena A palavra falada é um código que concretiza o sentido da maioria das produções. É essencial
porção de um objeto, corpo ou lugar. nos diálogos de ficção, nas entrevistas, nos documentários. É a palavra que vai direcionar o teor
e o conteúdo das produções. É preciso muita atenção ao uso da palavra para cada construção
b. A posição da Câmera de audiovisual: a entonação, a clareza, o volume, a expressão. Para cada gênero audiovisual,
Outro elemento decisivo para a produção em audiovisual é a posição da câmera em determinadas características no uso da palavra devem ser observadas.
relação ao ângulo:
A câmera alta ou plongée “olha” de cima para baixo para aquele que é observado. A palavra escrita também desempenha papel primordial na constituição do audiovisual, pois
Este ângulo pode enfatizar características como a fraqueza, a modéstia da é a partir do texto escrito que vai se desenvolver a parte falada. Além disso, a fala pode ser
personagem, ou criar um clima de intimidação e perigo. complementada por legendas, títulos ou textos explicativos complementares.
A câmera baixa ou contra-plongée causa o efeito contrário. “Olhando” de baixo
para cima, o assunto parece maior, mais alongado, poderoso ou superior. b. A Música
A câmera subjetiva é aquela em que se dá a impressão de que a imagem do filme A música é responsável por criar “climas” em um audiovisual. Quando assistimos a um filme de
está sendo vista pelos olhos da personagem. suspense, observamos que é comum uma trilha sonora muito característica, que nos coloca em
A câmera pode ainda focalizar por cima do ombro de uma personagem, enquadrando expectativa. Este elemento, a princípio extranarrativo, pode se tornar peça-chave, que pontua o
uma outra pessoa que está à frente. aparecimento de uma personagem ou marca determinados acontecimentos, de forma explícita
Os movimentos de câmera precisam ser bem conhecidos, pois vão dinamizar os ou implícita.
planos e criar diversos significados nas cenas. As movimentações vão ajudar a definir Um exemplo do uso da música associada diretamente a uma personagem acontece em novelas
o movimento da narrativa. de televisão, em que temos os temas dos vilões, dos namorados etc. Em filmes musicais, a trilha
sonora muitas vezes se torna o diálogo, compondo diretamente a narrativa.
c. Movimentos da Narrativa
Panorâmica Horizontal (Pan) - A câmera está fixa no tripé e se move no eixo c. Os ruídos
horizontal. Se assemelha ao movimento da cabeça do espectador girando para Os ruídos incorporam veracidade ao audiovisual. Se realizamos um filme em que uma pessoa
avaliar o entorno. Coloca o espectador no espaço narrativo. parece dirigir um carro, a cena ficará mais realista se houver uma sonoplastia que reproduza esse
Panorâmica Vertical (Tilt Up / Tilt Down) - A câmera está fixa no tripé e se move no som, contribuindo para parecer que de fato a pessoa está em um veículo em movimento.
eixo vertical.
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2.4 A captação de som e a iluminação transmitir ideias e sentimentos variados. É importante refletirr também acerca da
necessidade de pensar com cuidado sobre o “recorte” de mundo que queremos
Captação de som mostrar com a nossa câmera.
Após esses exercícios com a câmera vamos testar o nosso aprendizado. O material
Um outro fator importante quando estiver gravando um vídeo é a captação do som. gravado deverá ser analisado e os pontos que se mostrarem mais problemáticos nas
A grande maioria das câmeras para amadores possui um microfone embutido. Use imagens produzidas revisados.
este microfone apenas quando não houver outra alternativa.
ATIVIDADE II
Por ser construído para uso em situações muito genéricas, o microfone embutido Som: seguindo o trabalho de aprendizado técnico da câmera, devem ser discutidos os
capta todo tipo de som, até os indesejáveis. Na gravação de um diálogo feita com processos de captação de áudio nas câmeras disponíveis. Além de também estudar
este tipo de microfone é até possível ouvir e entender o que as pessoas estão os diferentes usos e funções do microfone “Boom”, do “sorvete” e do microfone de
falando, porém o ruído de toda a sala também é captado, atrapalhando a audição. lapela.
O ventilador ligado, o ar condicionado, alguém andando, são exemplos de sons Luz: para trabalhar os princípios de uma iluminação básica, trabalhar a técnica das
que não percebemos no nosso dia-a-dia, pois o cérebro consegue inibir este tipo de três luzes: ataque, compensação e contra-luz. Discutir, através de trechos de filmes,
informação, filtrando o som que chega até ele. Mas os equipamentos não possuem a utilização expressiva da luz. Observar trabalhos onde a importância dramática da
esse “filtro”, então todo o som é captado, prejudicando o entendimento. relação entre sombra e luz, claro e escuro são relevantes.

Para evitar esses problemas, é possível usar microfones externos que se conectam
à câmera. Cada um deles tem um tipo de direcionalidade, que é a capacidade de
registrar o áudio oriundo de diversas direções. A direcionalidade pode ser de dois
tipos: omnidirecional (a sensibilidade da captação do som é a mesma em todas as Sugestão
direções) e o unidirecional ou cardióide (a sensibilidade da captação do som é maior de filme
quando o som vem da frente do microfone, e é menor quando o som vem de trás e
dos lados).
Iluminação Para estudar movimentos de câmera e planos
Vidas Secas (Brasil, 1963). Gênero: drama. Direção: Nelson Pereira dos Santos.
Existem, basicamente, três fontes de luz fundamentais: a luz principal (ataque), a Cidade de Deus. (Brasil, 2002) Gênero: drama. Direção: Fernando Meireles.
luz secundária (compensação) ou de enchimento e a contra-luz. Muitos trabalhos Orgulho e Preconceito. (EUA, Pride & Prejudice, 2005). Gênero: drama. Direção:
podem ser feitos apenas com a luz principal sem qualquer problema. Outros, mais Joe Wright.
sofisticados, precisam de mais fontes. Cada fonte de luz tem uma função específica, Central do Brasil. (Brasil, 1998). Gênero: drama. Direção: Walter Salles.
dependendo do que se queira fazer.

ATIVID Para trabalhar os princípios de iluminação


A DE Blade Runner, o caçador de andróides (Blade Runner, EUA, 1982). Gênero: ficção
científica. Direção: Ridley Scott.
ATIVIDADE I A Lista de Schindler (Schindler’s List, EUA, 1994). Gênero: drama. Direção: Steven
Em equipes, vamos preparar uma lista com o que pensam que é necessário para Spielberg.
que se estabeleça uma relação entre uma peça audiovisual e o espectador: músicas, Nosferatu (Nosferatu, Alemanha, 1922). Gênero: terror. Direção: Friedrich Murnau.
cenários, interpretação dos atores, figurino, enquadramentos, movimentos de O segredo do abismo (The Abyss, EUA, 1989). Gênero: ficção científica. Direção:
câmera, montagem. A partir dessa lista, vamos tentar “desvendar a gramática do James Cameron.
vídeo”, pelas noções de “recorte de mundo” e enquadramento, através de exercícios Sin City (Sin City, EUA, 2005). Gênero: animação/ policial. Direção: Frank Miller e
práticos com a câmera e de trechos de filmes/vídeos que serão exibidos em sala de Robert Rodriguez.
aula como exemplos. Deus e o diabo na terra do Sol. (Brasil, 1964). Gênero: drama. Direção: Glauber
Neste exemplos serão apresentados e analisados os principais e mais comuns modos Rocha.
de enquadrar uma cena: plano geral, plano médio, plano americano, primeiro plano, Iluminados (Brasil, 2007). Gênero: Documentário. Direção: Cristina Leal.
close-up e detalhes e os principais controles e comandos de operação de uma câmera
de vídeo: foco, profundidade de campo, diafragma e velocidade.
Em seguida, vamos realizar exercícios com enquadramentos diferentes, buscando
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3. AS ETAPAS DA PRODUÇÃO EM VÍDEO 3.3 Pós-produção

Esta etapa envolve basicamente a edição e suas sub-etapas de construção do


“O bom cineasta já começa a dirigir quando põe palavras no papel.” material, transformando o material bruto em produto final. A primeira coisa que se
(Joseph Mankiewicz, cineasta – 1909 - 1993) faz é a captura dos takes gravados. O que acontece depois é escolher as melhores
cenas e unir o som com a imagem de maneira síncrona. É adicionada a trilha-sonora e
Para elaborar um vídeo, para qualquer finalidade, é preciso um planejamento, os efeitos especiais, tanto sonoros quanto visuais.
pensando em cada etapa necessária para sua realização. O primeiro passo é pensar
em um projeto. Se é um documentário, um evento ou uma ficção, qualquer formato
vai demandar pensar em como, quando, onde, com quem e a que custo a produção 3.4 Roteiro Técnico
será realizada.
Modelo Padrão - O roteiro técnico com a decupagem das cenas

3.1 Pré-produção

1. Escaleta - idéias iniciais/ brainstorm Número da cena: Descrição da cena: interna/externa


2. Argumento - tentando organizar as idéias/ pesquisa local - dia/noite
3. Roteiro - guia a ser seguido para desenvolvimento do vídeo
VÌDEO ÁUDIO
4. Roteiro técnico - cenas e planos de filmagem
5. Cronograma - o que e quando será filmado
6. Lista de produção - objetos e materiais para a produção e para as cenas Indicações musicais: título ou tipo de
música, indicação de volume (se está no
Indicações de câmera: número
primeiro plano, no segundo plano ou só
do plano, enquadramento,
3.2 Produção como fundo).
movimentação da câmera.

O roteiro foi preparado, a câmera está pronta e então chegou o momento de começar Indicações de sonoplastia: tipo de efeito
Definição sumária da ação no plano:
a filmar. Alguns cuidados com a produção: sonoro, sons ambientes (se estão em
conduta da personagem, aparência,
Se vão ser feitas cenas externas, verificar a incidência do sol em vários momentos do dia. primeiro plano, segundo plano ou ao
roupas etc.
Seja um ambiente interno ou externo, analisar se a eletricidade no local suporta os fundo).
equipamentos. Indicação de transição para a próxima
Observar os ruídos do ambiente, que podem interferir nas gravações. Nome dos personagens e/ou locutores,
tomada
Em alguns lugares é preciso pedir permissão para gravar. atitudes durante a fala.
As pessoas entrevistadas e/ou filmadas precisam autorizar a exibição pública de Texto dos diálogos e locuções.
suas imagens e vozes no produto audiovisual. Para isso, é preciso que assinem um
“termo de cessão de uso de imagem”.
Baseado no exemplo dado no livro Vídeo: da emoção à razão: laboratório/SEPAC – Serviço Pastoral
Verificar as condições de acesso ao local.
de Comunicação – São Paulo:Paulinas, 2007 (Coleção pastoral da comunicação: teoria prática. Série
Verificar como são as condições de banheiros e de locais para alimentação, levando
Manuais. p. 69.
em consideração toda a equipe.
Durante uma gravação, é preciso ter um controle do que foi gravado, do que será
gravado, etc. O roteiro, feito na primeira etapa, já vem com as marcações das cenas
que devem ser filmadas. Por exemplo, no dia 1 será gravada a cena 18, a cena 27 e a
cena 30, pois se passam dentro do mesmo cenário. Para se gravar a cena 18, o diretor
decide que irá usar 4 planos diferentes (decididos no roteiro técnico). A gravação de
cada plano pode e deve ser feita várias vezes para que se possa depois saber qual foi
a que ficou melhor. Cada plano repetido recebe o nome de Take ou tomada.
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Exemplo de roteiro técnico Porque fazer um roteiro técnico


Com o roteiro você pode experimentar se suas ideias funcionarão
Você pode perceber qual a quantidade de cenas suficientes para você contar sua
Cena 1 – interior – quarto das crianças Marcelo e Regina – Noite história e ter uma ideia de quanto tempo levará para realizá-las.
Quais os efeitos e recursos que ajudarão a construir a cena.
VÌDEO ÁUDIO Mostrar as idéias com mais clareza para o restante
da equipe.
Técnico: barulho da rua entrando pela • Ver se está faltando alguma coisa para
1. Plano médio ?
janela durante toda a cena. concretizar a cena e como será
PA GEM
U
Regina entra no quarto, repentina-
a produção. DEC
Marcelo: “O que foi? Que susto!” R EM nas
do
mente, correndo, e Marcelo, que
O mesmo se aplica ao storyboard. FALA c e
das em, que
é
U
brinca com um carrinho, dá um pulo. UVI téc n i c a
ma g gem
JÁ O
Técnico: som ambiente até o final da cena. Não é algo obrigatório. O próprio
e l e ç ão e r i o r à fil decupa
e s ant ,e a o.
roteiro técnico pode dar conta do que
e s s o d upagem roteiro o gravad
2. Plano de detalhe for necessário para o entendimento da roc e a dec do rut
m p t ento rial b
cena, mas pode ajudar à compreensão É u ual. Exis etalham no mate
ovis o d agem,
A câmera focaliza os olhos de Regina que audi urante
através da visualização das cenas, quando d a film
está apavorada.
as idéias para os planos e ângulos não feita da após
za
reali
estiverem muito claras para a equipe apenas
3. Plano Geral
com a descrição do roteiro.
Regina muito agitada, arregala Regina: “Acho que vi um fantasma!”
os olhos e agita as mão.

4. Plano Geral
Marcelo: “Há,há,há, que bobagem,
Marcelo levanta do chão, rindo muito.
fantasmas não existem!”. 4. AS DIVERSAS PRODUÇÕES AUDIOVISUAIS
5. Close up
4.1 Como filmar eventos
Regina olha em direção à porta, com (casamentos, aniversários, encontros, seminários etc)
expressão de medo, meio sem querer
virar a cabeça totalmente. Começa a
Para registrar algum evento social, casamento, batizado, festas de fim de ano, é
chorar com as mãos no rosto.
preciso estar atento para alguns pontos:
6. Close up Antes de sair para a filmagem de um evento tenha um check-list dos equipamentos
e material a ser levado, tais como: câmera, cabos, iluminadores, flashes, lâmpadas,
Câmera no rosto de Marcelo, que pára tripé, fita reserva, carregador de bateria e ferramentas. Se possível, leve equipamento
de rir e faz uma expressão de pena. reserva, principalmente baterias e cabos.
7. Plano médio Procure chegar sempre com antecedência ao evento, para quando o evento
Marcelo: “Venha comigo, eu cuido de começar você já estar pronto. Seja pontual.
Marcelo pega na mão de Regina e sai você”. Planeje um roteiro de trabalho já pensando na edição. Pense sempre em qual é o
levando-a pela mão objetivo de cada trabalho e qual é o seu público-alvo.
Segure bem a câmera durante as filmagens sem tripé para não ter uma desagradável
8. Plano geral surpresa quando assistir às gravações.
Técnico: música ambiente vai aumentando, Evite abusar de zoom in e zoom out ou de travellings rápidos e excessivos.
Regina e Marcelo de costas para a
câmera se dirigem à porta. A câmera
tomando o primeiro plano da cena, Procure não ficar em evidência. Seja discreto ao filmar.
enquanto Regina e Marcelo saem do Seja criativo e faça cenas de diferentes ângulos. Mas leve sempre em consideração
os acompanha em travelling até saírem
quarto em direção ao outro cômodo. o caráter do evento, formal, informal etc.
do quarto.
Não se deixe seduzir pela comida e pela bebida, você foi contratado para trabalhar
Técnico: fade in da cena. Corta para a e não para a festa. E evite levar pessoas a mais para os eventos, a não ser que precise
próxima cena na sala. de um assistente.
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Ao terminar o evento faça um novo check-list do material para não perder nada. Se b. Visualização: Nem sempre a abordagem baseada em entrevistas traz uma discussão
gravar em fita, coloque logo uma etiqueta com as informações do evento, assim que crítica. Por isso é importante a visualização do problema: determinar, a partir da
tirar da câmera. pesquisa, que cenas podem trazer ao espectador informações para que também ele
Na hora de editar, se for colocar algum fundo musical, procure um áudio que possa ter uma opinião, para além dos depoimentos.
combine com o evento. De preferência em acordo com o cliente.
A abertura e o final do vídeo são os pontos-chave. Trabalhe bastante esses c. Tratamento do tema/planejamento: Em seguida, vem a etapa que se chama de
momentos na edição. tratamento do tema, que equivale ao roteiro de um filme de ficção. O tratamento
Para entregar o vídeo ao cliente, faça um estojo (capa) criativo e bonito. é um esboço do conteúdo e da forma como vai ser produzido, é o planejamento
do documentário: o que será filmado, quem será filmado e entrevistado, quais as
locações, quais os eventos, as possíveis tomadas (cenas) que serão feitas. No
4.2 Como filmar espetáculos documentário não temos um roteiro fechado, porque muitas situações vão acontecer
(peças de teatro, shows de música, espetáculos de dança) de acordo com a resposta das pessoas aos estímulos dados durante as entrevistas ou
vão depender da forma como determinados eventos serão registrados.
A filmagem de espetáculos é muito parecida com a de eventos, em termos de
organização e postura na hora de filmar. Um detalhe importante neste tipo de d. Pré-produção: após o planejamento, organiza-se a pré-produção. Nessa etapa,
filmagem é garantir que realmente seja possível filmar o espetáculo. Se você não foi levantam-se as necessidades e orçamento para realização do documentário: gastos
expressamente contratado para essa tarefa, é aconselhável se informar primeiro ou com equipamentos, com materiais de consumo, com fitas de gravação, transporte,
pedir autorização. alimentação, hospedagem, pagamentos de cachês (se houver). É necessário que
se elabore um cronograma para organizar as ações do documentário: filmagens,
A filmagem de espetáculos funciona melhor quando usamos mais de uma câmera, entrevistas, edição, finalização.
posicionando-as em lugares estratégicos: no centro, pegando um plano geral, em um e. Produção: finalmente, depois de muita preparação, vão acontecer as filmagens
tripé; em uma das laterais, também fixa em um tripé; e uma na mão, pegando closes, ou gravações. O responsável pela produção precisa acompanhar todas as ações,
detalhes e ângulos diferenciados para depois fazer a edição. Se não for possível procurando ver se tudo está dando certo. A produção precisa, durante as gravações,
posicionar três câmeras, pode-se usar uma câmera fixa, no centro, e uma na mão, verificar as condições do local e tomar as providências necessárias para prevenir
para detalhes e closes. No caso de só haver uma câmera, a única opção, para captar problemas, como vimos anteriormente.
a totalidade do espetáculo, sem riscos, é a câmera fixa central.
f. Pós-Produção: ao término das gravações, inicia-se o processo de pós produção.
Aqui vale a mesma observação feita anteriormente na capítulo de fotografia: O ideal Nessa etapa o audiovisual será montado, editado, sonorizado e serão incluídos todos
é poder assistir ao ensaio ou a uma apresentação antes de filmar. os elementos complementares, como legendas, fichas técnicas, animações.
Para a edição é preciso partir do material bruto, tudo que foi gravado. Enquanto se
assiste ao material bruto, já vão sendo feitas marcações das cenas para o produto
final. Esse processo é chamado decupagem (recorte) das fitas.
4.3 Como realizar um documentário

Quando nosso projeto é realizar um filme documentário, o planejamento é bem


diferente de filmagem de eventos e espetáculos. O documentário também tem uma Sugestão
estrutura diferente dos filmes de ficção. O começo do documentário parte de uma de filme
pergunta, uma questão que vai criar a temática que será abordada. O documentário
segue alguns passos básicos de acordo com as etapas de pré-produção, produção e
pós-produção. SUGESTÃO DE FILMES-DOCUMENTÁRIOS
• Nós que Aqui Estamos por vós Esperamos (Brasil, 1998). Gênero: documentário.
Etapas Duração: 01 h 13 min. Estúdio: Riofilme. Direção: Marcelo Masagão.
a. Pesquisa: um documentário vai depender de uma boa pesquisa. A pesquisa é muito Sinopse: um filme-memória sobre o século XX, a partir de recortes biográficos reais e
importante, sobretudo quando se trata de documentário tipo denúncia ou com ficcionais de pequenos e grandes personagens que viveram neste século. Feito com
uma temática de relevância social, como questões ambientais ou ligadas a direitos pouquíssimos recursos, o filme mostra um trabalho que mistura cenas filmadas e
humanos, por exemplo. Uma pesquisa bem feita é uma obrigação ética nesses casos. imagens de arquivo.
As entrevistas, feitas com os envolvidos em qualquer lado da questão são relevantes. • Edifício Master (Brasil, 2002). Gênero: documentário. Duração: 01 h 50 min. Estúdio:
Cada um vai colocar seu ponto de vista, mas pode se configurar apenas como os Videofilmes. Distribuidora: Riofilme. Direção: Eduardo Coutinho.
envolvidos falando sobre o problema. Assim, é preciso pensar em como o espectador Sinopse: Durante sete dias, uma equipe de cinema filmou o cotidiano dos moradores
pode visualizar melhor e de forma mais abrangente a questão focalizada.
do Edifício Master, situado em Copacabana, a um quarteirão da praia. O prédio tem
12 andares e 23 apartamentos por andar. Ao todo são 276 apartamentos conjugados,
onde moram cerca de 500 pessoas. Eduardo Coutinho e sua equipe entrevistaram 37
moradores e conseguiram extrair histórias íntimas e reveladoras de suas vidas.
• Ônibus 174 (Brasil, 2002). Gênero: documentário. Duração: 02 h 13 min. Estúdio:
Riofilme. Direção: José Padilha.
Sinopse: Uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivo, entrevistas
e documentos oficiais, sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de
Janeiro. O incidente, que aconteceu em 12 de junho de 2000, foi filmado e transmitido
ao vivo por quatro horas, paralisando o país. No filme a história do seqüestro é
contada paralelamente à história de vida do seqüestrador, intercalando imagens
da ocorrência policial feitas pela televisão. É revelado como um típico menino de
rua carioca transforma-se em bandido e as duas narrativas dialogam, formando um

imagem
discurso que transcende a ambas e mostrando ao espectador porque o Brasil é um
país é tão violento.
• A Pessoa é Para o que Nasce (Brasil, 2005). Gênero: documentário. Duração: 90
min. Distribuidora: Copacabana Filmes. Direção: Roberto Berliner.
Sinopse: O documentário acompanha a trajetória das três irmãs cegas Regina, Maria
e Conceição. Nascidas numa família de camponeses sem-terra, desde muito cedo as
três irmãs aprenderam a cantar em feiras e nas ruas em troca de esmolas. O filme
mostra também as transformações que o contato com o cinema provocou em suas
vidas, transformando-as em celebridades. É um filme interessante para discutir
questões éticas relacionadas com o registro e exibição de vidas de pessoas pelos
filmes documentários.
• Olhar Estrangeiro (Brasil, 2006). Gênero: documentário. Duração: 01 h e 10 min.
Estúdio: Taigá Filmes / Limite / Okeanos. Distribuidora: Riofilme Direção: Lúcia Murat.
Sinopse: A visão que o cinema mundial tem sobre o Brasil, através de entrevistas com
diretores, roteiristas e atores.
• Pro Dia Nascer Feliz (Brasil, 2007). Gênero documentário. Duração: 01 h 28 min.
Estúdio: Ravina Filmes / Fogo Azul Filmes. Distribuidora: João Jardim. Direção: João
Jardim.
Sinopse: As situações que o adolescente brasileiro enfrenta na escola, envolvendo
preconceito, precariedade, violência e esperança. Adolescentes de 3 estados, de
classes sociais distintas, falam de suas vidas na escola, seus projetos e inquietações
• Três Irmão de Sangue (Brasil, 2007). Gênero: documentário. Duração: 01 h 42
min. Estúdio: No Ar Comunicação. Distribuidora: Filmes do Estação. Direção: Ângela
Patrícia Reiniger.
Sinopse: A vida dos irmãos Betinho, Henfil e Chico Mário, mostrando como seus
atos se envolveram com a história cultural, política e social do Brasil na 2ª metade do
século XX.
• Mestre Bimba: a capoeira iluminada (Brasil, 2007). Gênero: documentário. Duração:
01 h 18 min. Estúdio:Lumen Produções / Publytape Comunicação. Distribuidora:
Riofilme. Direção: Luiz Fernando Goulart.
Sinopse: A história de Manuel dos Reis Machado, o mestre Bimba, um homem de
origem humilde que se tornou um grande jogador e educador da capoeira.
(Fonte de Informações: www.adorocinema.com)
e tempo acontece a história, qual o perfil das personagens e o contexto sociocultural.
4.4 Como realizar uma vídeo-reportagem Em seguida, a sinopse será desenvolvida em um roteiro. Este roteiro é destinado à
equipe que vai produzir o audiovisual. Nele, estarão todas as informações para que
O objetivo das reportagens é levar o fato ao público. As vídeo-reportagens se suas ideias e proposições sejam conhecidas: descrição geral das cenas, os cenários,
assemelham aos documentários, embora, normalmente, sejam mais sintéticas. Para os diálogos dos personagens, o contexto dramático das cenas. O roteiro vai definir
realizar uma reportagem, o repórter deverá conhecer bem sobre o que irá falar, os parâmetros de trabalho para cada pessoa da equipe. Por exemplo, para os
buscando informações sobre o tema que será apresentado. O texto não deve ser produtores, cenógrafos e figurinistas vai definir a pesquisa das locações necessárias
muito extenso e a linguagem precisa ser clara e objetiva. A reportagem deve ser para as cenas, a produção dos cenários, a composição dos personagens (acessórios,
transmitida por alguém que possua boa dicção e saiba utilizar a entonação, dando figurinos).
“vida” ao texto. Ao concretizar o roteiro geral da idéia, é preciso desenvolver um roteiro que
estruture o audiovisual cena a cena, pensando nas imagens que o público verá,
Nas vídeo-reportagens, a entrevista é elemento fundamental. Os repórteres com um esquema que demonstre como acontecerá cada momento, considerando
entrevistam as pessoas para obter as declarações que vão validar as informações aspectos de conteúdo e aspectos técnicos como planos e indicação do áudio (música,
levantadas inicialmente. Para se preparar para a entrevista, o repórter recebe uma ruídos, falas). Este detalhamento das cenas é a decupagem do roteiro técnico. Este
pauta com as informações básicas sobre a matéria que será feita. A pauta sugere roteiro também pode ser apresentado em forma de storyboard, em que cada cena é
que pontos podem ser trabalhados e as fontes para serem entrevistadas. O repórter desenhada, como uma história em quadrinhos.
elabora uma série de perguntas que serão feitas ao entevistado, mas deve ficar atento
para as situações que podem ocorrer inesperadamente ao longo da entrevista, para
aproveitar rumos interessantes que possam surgir. DE
ATIVIDA
Tanto a vídeo-reportagem como o documentário têm como principal objetivo contar
uma história com começo, meio e fim, buscando as causas e conseqüências de ATIVIDADE I
um tema. Um fator que é relevante no que se refere às diferenças entre a vídeo- Para realizar essa atividade, leve para a sala de aula um objeto com o qual se
reportagem e o documentário é que o primeiro se preocupa em responder às identifique. Em roda (com a câmera no meio, gravando) cada participante tentará
perguntas feitas a partir de uma pauta e se propõe a deixar o telespectador com a explicar porque o colega que está em frente levou aquele determinado objeto, e
sensação de que o assunto foi explorado ao máximo. O segundo se compromete a depois o dono do objeto apresentará os reais motivos. Ao final, vamos realizar uma
levantar questionamentos, inquietações que estimulem a reflexão do espectador, discussão sobre diferentes maneiras de se ver e conhecer o outro.
que pode não acontecer de imediato, mas futuramente, relacionando com outras No dia seguinte, será exibido o que foi gravado durante as apresentações com os
questões, outras vivências, outras experiências. objetos. Agora é hora de discutir com a turma sobre a nossa imagem na tela, de como
nos vemos representados.
Em seguida, vamos fazer um exercício de imaginação: em roda, de olhos
4.5 Como realizar uma peça publicitária fechados, ou vendados, um dos participantes começa a contar uma história que será
interrompida e o colega ao lado é quem dará continuidade (a câmera também está
Um filme publicitário se destina a anunciar um produto ou um serviço. Esse tipo de no meio, gravando)
audiovisual é geralmente muito curto e objetivo, embora, para passar a mensagem No terceiro dia, o material gravado será assistido por todos.
use de artifícios, como frases de efeito, slogans e truques de animação. Esse tema já A partir do material gravado com a história inventada coletivamente, vamos nos
foi visto anteriormente neste guia. Volte à página xx , capítulo xxxxxxxxxxxxx para dividir em grupos e roteirizar algumas cenas, adaptando-as para realizar mini-vídeos
relembrar. de ficção.

4.6 Você como autor: um vídeo de ficção ATIVIDADE II


Agora vamos elaborar vinhetas. O objetivo é desenvolver, em grupos, roteiros,
Se você tem uma boa ideia original pode pensar em contar uma história, através gravar e editar pequenas peças audiovisuais - no máximo 2 minutos – com estética e
de um filme de ficção. Para realizar o seu projeto, será necessário lançar mão de temas bastante livres, mas que de alguma forma se relacionem com a identidade de
todas as etapas de produção detalhadas anteriormente. Como vimos, ao falar de cada um e com a identidade do grupo. Antes de começarem a pensar nos roteiros,
documentários, seguimos uma sequência de preparação e realização para concretizar o educador irá apresentar uma série de vinhetas para que a turma se familiarize com
a idéia em audiovisual. Para o filme de ficção, essas etapas não serão muito diferentes. o formato e ampliem seu repertório. Os produtos vistos devem ser discutidos em
O primeiro passo é realizar uma sinopse, ou seja, um panorama geral da idéia, do grupo.
argumento, que você quer desenvolver, mostrando para o roteirista em que espaço Após cada grupo elaborar os roteiros, devem apresentá-los para que sejam discutidos
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por todos. Em seguida, vamos realizar uma reunião de produção para cada proposta 3. Finalização, colocando trilha sonora e adicionando os caracteres: legendas,
apresentada, e começar a gravar as vinhetas. Em cada um dos grupos, os componentes créditos, títulos.
se revezam nas funções de produtor, câmera, operador de áudio, atuação e direção.
Esse também pode ser um bom momento para você O educador irá apresentar os princípios básicos da edição não-linear, através de uma
descobrir qual a função que mais lhe agrada. aula com auxílio do data show. Após a aula, deverá demonstrar para a turma, no
computador, como se edita um pequeno vídeo no Final Cut, no Adobe Premier ou em
outro programa de edição mais simples. Se houverem máquinas disponíveis, agora
é a hora de colocar a mão na massa e começar a utilizar os programas em grupos de
três por computador.

VÍDEO
6. Fazendo orçamentos e propostas
O E M
MAÇÃ entos vídeo de trabalhos
A FORdes e conhecim o r m a ç ão em e
Habilid
a
c e s s á rios à f matos, estilo
s ne for esso Os procedimentos para orçamentos e propostas de trabalho são parecidos com
ú d o s técnico es gerais de as do proc e
t e õ p estilos
Os con ução às noç cinema; eta a t o s , aqueles listados para trabalhos fotográficos, porém, o produto a ser realizado implica
trod e form ão,
são: in para vídeo a diferentes p r é - produç em outros materiais, procedimentos e equipamentos, tornando-se um serviço um
al; o.
s
técnica ; roteiros p
ar
o a u diovisu ução à ediçã pouco mais caro e com algumas especificidades:
produt
ivo ital n introd nvolve
a e ra dig o; gravação; iovisual dese ao
s; çã d
veículo e pós-produ ação com au e permitem r e 1. O cliente deve dizer exatamente o que quer que seja filmado.
ão rm qu to
produç osta dessa fo e técnicas t e ir is t a, dire 2. Combine com o cliente o tempo de duração do vídeo. Isto influencia diretamente
A prop as a, ro
d e s artístic o cinegrafist no volume de trabalho, tanto durante a produção como na edição das imagens.
a com
habilid a l atuar
3. Inclua em seu orçamento verba de produção e de materiais de consumo.
s s io n
profi latas. 4. É necessário combinar os prazos de produção e entrega do material, fixando datas,
á r e a s corre assim você sabe quando e por quanto tempo irá trabalhar. É igualmente importante
em
que o cliente tenha tranquilidade sobre quando receberá o trabalho.
5. É necessário especificar claramente de que forma o cliente quer a entrega do
material. Quem ficará encarregado das cópias?
6. Sempre pergunte tudo antes de elaborar sua proposta de trabalho e o orçamento.
7. Faça uma pesquisa no mercado sobre os valores que estão sendo praticados, para
não pedir muito acima, nem muito abaixo.
5. Os Programas de Edição 8. Caso o cliente não conheça seu trabalho, leve um DVD, com suas melhores produções.
9. Uma dica final: orçamento só por escrito.
Atualmente a edição de vídeos é feita em computadores, usando um processo
conhecido como não-linear. São encontrados no mercado softwares e hardwares
que facilitam muito a ação de editar o audiovisual.

Na edição não-linear, através dos softwares, vão ser realizados a geração de efeitos
e de caracteres, a inserção de animações e o tratamento do áudio. Esse processo
de edição é chamado não-linear por permitir que qualquer parte da gravação seja
acessada de modo aleatório, sem uma ordem pré-estabelecida, já que as imagens
estão gravadas em forma de sinais digitais.

Para realizar a edição são seguidos três passos principais:


1. A transferência do material gravado para o computador (a captura).
2. A edição propriamente dita, que consiste em organizar as imagens de acordo com
o que se pretende mostrar como produto final.
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