COMO DESMAMAR O PACIENTE DA VENTILAÇÃO MECÂNICA PROLONGADA - SECAD - HTML
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DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
PROLONGADA?
Rosane S. Goldwasser
OBJETIVOS
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
▪ definir ventilação mecânica (VM) prolongada;
ESQUEMA CONCEITUAL
INTRODUÇÃO
Retirar o paciente da VM pode ser mais difícil do que mantê-
lo. O processo de retirada do suporte ventilatório ocupa ao
redor de 40% do tempo total de VM, e 11% a 20% dos
pacientes não conseguem retornar para a ventilação
espontânea e permanecem em assistência ventilatória
prolongada.1,2
Alguns autores descrevem o desmame da VM como uma
“área da penumbra da terapia intensiva”3 e que, mesmo em
mãos especializadas, pode ser considerada uma mistura de
arte e ciência.4
Postergar a retirada da VM se correlaciona com
complicações como pneumonia associada a VM (PAV),
lesões laringotraqueais, repercussões hemodinâmicas,
trombose venosa profunda, atrofia muscular, lesão pulmonar
produzida pela VM (VILI) — de ventilator induced lung injury —
, assincronias paciente-ventilador, delirium e úlceras de
pressão, com aumento da morbidade e da mortalidade e
piora da qualidade de vida.5–8
Essas complicações variam com a gravidade da doença, o
tempo de permanência em prótese ventilatória e as técnicas
ventilatórias. São pacientes que permanecem longo tempo
na unidade de terapia intensiva (UTI) e que requerem
aumento dos recursos profissionais.
Pacientes com assistência ventilatória prolongada
consomem 37% dos recursos da UTI, e os custos podem
chegar a US$ 2.000 por dia.9 Além disso, aumentam a
necessidade de leitos de UTI disponíveis para o sistema de
saúde.10
Na pandemia pelo SARS-CoV-2, observou-se longo tempo de
permanência na VM e na UTI nos pacientes que evoluíram
com a forma grave de acometimento pulmonar, o que
contribuiu para a mortalidade nessa população. A idade mais
avançada, o escore SOFA na admissão, o desenvolvimento
de PAV, complicações renais e cardiovasculares foram
fatores de risco independentes para a ventilação prolongada
nos pacientes com COVID-19.11
QUADRO 1
COMPONENTES DA ESTRATÉGIA PARA O DESMAME DA VENTILAÇÃO
MECÂNICA
Componentes Considerações
Estabilidade Ausência de sinais de má
hemodinâmica perfusão tecidual,
insuficiência coronariana, ou
de dependência de
vasopressores por
insuficiência circulatória,
ausência de arritmias com
repercussão hemodinâmica.
Sedação Ausência de agitação ou
intensa sonolência, avaliadas
pelo grau de sedação
utilizando a escala do
serviço.
Troca gasosa PaO2 > 60mmHg com FiO2 <
0,4 e PEEP < 5cmH2O.
Reversibilidade/controle Da doença que causou ou
contribuiu para a
descompensação
respiratória.
COMPONENTES DA ESTRATÉGIA PARA O DESMAME DA VENTILAÇÃO
MECÂNICA
Autonomia das vias Avaliada pela tosse eficaz, no
aéreas caso de tubo traqueal, ou pela
presença de traqueostomia e
tosse assistida.
Tobin ou índice de Razão entre a FR e o VC <
respiração rápida e 105irpm/L.15
superficial
Equilíbrio hidreletrolítico e Avaliação clínica ou por
acidobásico métodos invasivos de
monitoração hemodinâmica
(PVC, POAP), eletrólitos
séricos normais, ausência de
acidose ou alcalose
metabólica.
Glasgow escore Avaliação do nível de
consciência pela escala de
coma de Glasgow ≥ 9.
Interrupção Uma vez avaliados os
elementos anteriores, a
equipe deve definir ou não
pela interrupção da VM. A
resposta deverá ser sim ou
não.
Avaliação Caso a resposta seja
negativa e o paciente
COMPONENTES DA ESTRATÉGIA PARA O DESMAME DA VENTILAÇÃO
MECÂNICA
permaneça em VM, a equipe
deverá definir a periodicidade
da nova avaliação.
PaO2: pressão de oxigênio no sangue arterial; FiO2: fração
inspirada de oxigênio; PEEP: pressão positiva no final da
expiração; FR: frequência respiratória; VC: volume corrente;
PVC: pressão venosa central; POAP: pressão ocluída da artéria
pulmonar ou pressão capilar pulmonar; VM: ventilação
mecânica. // Fonte: Adaptado de Goldwasser e David (2007).14
No entanto, algumas questões controversas ainda
preocupam, principalmente naqueles pacientes que não têm
sucesso no TRE, são reintubados e permanecem em VM.
Uma força-tarefa de especialistas em conferência de
consenso internacional buscou responder algumas questões
sobre a epidemiologia do desmame difícil da VM, a
fisiopatologia da falência do desmame e como esses
pacientes devem ser conduzidos pela equipe
multidisciplinar. Foram definidos seis estágios de cuidados
do paciente a partir do início da VM desde quando o paciente
é admitido com insuficiência respiratória aguda (IRA) até o
desfecho, que pode ser a extubação ou a permanência na VM
(Figura 3).16
FIGURA 3: Representação esquemática dos diferentes
estágios do paciente em VM. IRA: insuficiência respiratória
aguda; TRE: teste de respiração espontânea. // Fonte:
Adaptada de Boles e colaboradores (2007).16
• taquipneia;
• taquicardia;
• hipoxemia;
• acidose respiratória;
• arritmias.
▪ subjetivos:
• agitação;
• sudorese;
• diminuição do sensório.
QUADRO 2
CAUSAS MODIFICÁVEIS E NÃO MODIFICÁVEIS RELACIONADAS À
VENTILAÇÃO MECÂNICA PROLONGADA
Fatores não modificáveis
CAUSAS MODIFICÁVEIS E NÃO MODIFICÁVEIS RELACIONADAS À
VENTILAÇÃO MECÂNICA PROLONGADA
▪ DPOC
▪ Insuficiência cardíaca
▪ Doença neuromuscular
Fatores modificáveis
▪ Atraso em identificar quem está apto a realizar um
TRE
▪ Desnutrição com perda de massa e força muscular
▪ Delirium
▪ Sedação excessiva
▪ Assincronia com a VM
momento da extubação
DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; TRE: teste de
respiração espontânea; VM: ventilação mecânica. // Fonte:
Adaptado de Boles e colaboradores (2007).16
ATIVIDADES
A) V — F — V — F
B) V — V — V — F
C) F — F — F — V
D) F — V — F — V
C) Febre.
A) DPOC.
C) Insuficiência cardíaca.
D) Doença neuromuscular.
SOBRECARGA RESPIRATÓRIA
O sucesso do desmame dependerá da capacidade da bomba
muscular respiratória de tolerar a carga colocada sobre ela.
Essa carga respiratória é função da resistência e da
complacência da bomba ventilatória. A melhora da mecânica
ventilatória pode alertar o médico para a possibilidade de
desmame do paciente, sendo que, muitas vezes, essa
melhora não é detectada pela equipe multiprofissional.21
Esse conceito foi adotado por um modelo de desmame da
VM orientado por programa computacional (protocolo
automático de desmame). Nesse programa, os níveis de
pressão de suporte ventilatório (PSV) são automaticamente
ajustados por um algoritmo no qual a pressão de suporte é
mantida no menor nível necessário para manter um volume
corrente (VC) ≤ 8mL/kg (com pressão de platô de no máximo
30cmH2O) e uma frequência respiratória (FR) que mantenha
o conforto do paciente (zona de conforto).21
A redução da complacência pulmonar pode ser secundária a
pneumonia, edema pulmonar cardiogênico e não
cardiogênico — por exemplo, síndrome da angústia
respiratória aguda (SARA) —, fibrose pulmonar, hemorragia
pulmonar ou outras doenças que causem infiltrações
pulmonares difusas.
SOBRECARGA CARDIOVASCULAR
Pacientes com disfunção miocárdica podem responder mal
quando submetidos ao TRE. A ventilação a pressão positiva
diminui o retorno venoso e a pós-carga do ventrículo
esquerdo e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Quando
restituída a ventilação espontânea, esses pacientes
desenvolvem aumento da WOB e falha do desmame. Efeito
semelhante da ventilação por pressão positiva pode ser visto
com a aplicação de VNI nos pacientes com edema pulmonar
cardiogênico.24
A presença de PEEP intrínseca (hiperinsuflação dinâmica)
induz o cor pulmonale, diminui o enchimento do ventrículo
direito e o débito cardíaco e contribui para a falência do
desmame.25 A hiperinflação dinâmica é geralmente tratada
aumentando o tempo expiratório e colocando-se uma PEEP
extrínseca enquanto broncodilatadores, e a causa do
problema é resolvida.
INCOMPETÊNCIA NEUROMUSCULAR
A atividade neuromuscular deve estar preservada para
atender à demanda metabólica. Para isso, deve haver a
integridade em toda a cadeia que participa desse fenômeno,
começando a partir da geração do estímulo respiratório no
sistema nervoso central (SNC), a rede de transmissão
neuromuscular, a transmissão intacta para neurônios
motores respiratórios espinhais, músculos respiratórios até
junções neuromusculares. A interrupção de qualquer parte
dessa transmissão pode contribuir para a falha no desmame
da VM. Doenças do SNC, da junção neuromuscular, do
neurônio motor ou do próprio músculo respiratório devem ser
identificadas e tratadas.
Situações clínicas como extensos acidentes
vasculares hemorrágicos ou isquêmicos,
complicações graves de neurocirurgias e
encefalites podem causar completa ausência do
estímulo respiratório central (drive), mesmo em
situações de hipercapnia ou hipoxemia e a
impossibilidade de desmame da VM. O drive
respiratório central pode estar prejudicado por
alcalose metabólica, pela própria VM e pelo uso de
agentes sedativos ou hipnóticos.
DISFUNÇÃO PSICOLÓGICA
Pacientes em VM prolongada apresentam sofrimento
evidente associado a quadros de depressão.
A prevalência de ansiedade durante a UTI é relatada como
sendo de 30 a 75%, e o processo de desmame pode aumentar
esse sintoma. Dor, medo, interrupção do sono, tensão,
inabilidade de se comunicar, perda do controle, pesadelos e
solidão contribuem para a ansiedade.37
A fragmentação do sono e a ausência de qualidade do sono
durante a permanência na UTI podem estar relacionadas ao
ruído no ambiente, mas também ao fato de o paciente estar
em VM com suporte pressórico sem a ventilação de
retaguarda.38,39
Várias estratégias têm sido relatadas para reduzir a
ansiedade durante a VM, como melhoria do sono
minimizando ruídos, intervenções leves e de enfermagem à
noite e o uso de técnicas de relaxamento, como o
biofeedback. A presença de suporte psicológico e, por vezes,
o uso de medicamentos devem compor um conjunto de
terapias para esse paciente.
DISFUNÇÃO NUTRICIONAL
As alterações funcionais da mecânica ventilatória
provocadas pela obesidade incluem a redução da
complacência do sistema respiratório, o efeito mecânico
direto provocado pela má distribuição da gordura corporal, a
posição diafragmática anormal, levando ao aumento da
pressão intra-abdominal, a redução da capacidade residual
funcional, formando áreas de atelectasia e shunt, e a redução
da capacidade pulmonar total e o aumento no WOB. Essas
alterações estarão exacerbadas principalmente naqueles
pacientes que apresentam doenças pulmonares ou
disfunção cardíaca concomitantes.
Esse aumento no WOB que se manifesta por taquipneia pode
ter impacto no tempo de VM e de desmame, embora, na
revisão do banco de dados do ARDS NET, a duração da VM
tenha sido semelhante nos grupos obeso versus normal (IMC
18,5 x 24,9kg/m2).40,41
Pacientes intubados e ventilados com COVID-19 e
IMC maior ou igual a 30kg/m2 apresentaram menor
chance de extubação do que aqueles com IMC <
30kg/m2.12
QUADRO 3
ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS QUE IMPACTAM NO DESMAME DA
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Fisiopatologia Mecanismo
Sobrecarga Assincronia paciente-ventilador
respiratória Alteração da mecânica ventilatória
ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS QUE IMPACTAM NO DESMAME DA
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Aumento da carga resistiva do tubo
traqueal durante o TRE
Problemas pós-extubação
Sobrecarga Disfunção cardíaca prévia
cardiovascular Disfunção cardíaca pela doença
atual: aumento da demanda
metabólica, hiperinsuflação
dinâmica, cor pulmonale
Neuromuscular Depressão central do drive
ventilatório
Disfunção da condução
neuromuscular
Mioneuropatias
Neuropatia da Imobilização prolongada
doença crítica Uso de corticosteroides
Uso de BNM
Neuropsicológica Ansiedade
Depressão
Delirium
Alterações Obesidade
nutricionais Desnutrição muscular
Sarcopenia
TRE: teste de respiração espontânea; BNM: bloqueador
neuromuscular. // Fonte: Adaptado de Boles e colaboradores
(2007).16
COVID-19 E A DIFICULDADE DO DESMAME
Muitos pacientes infectados com COVID-19 podem
apresentar despertar difícil da VM em razão de delirium. O
delirium pode ser uma manifestação decorrente de invasão
direta do SNC, indução de mediadores inflamatórios do SNC,
um efeito secundário de falha de outro sistema de órgãos,
um efeito de estratégias sedativas, tempo prolongado de VM
ou fatores ambientais, incluindo isolamento social.42 Em
pacientes que necessitam de suporte de VM, esse quadro
pode se agravar, dificultando o desmame e prolongando o
tempo de VM.
As taxas de delirium entre as populações de UTI
mecanicamente ventiladas foram de 70 a 75%, e a duração
do delirium tem se mostrado, também, um preditor
independente de longa permanência na UTI. Nesses
pacientes, é mandatório o rastreio ativo de delirium, por meio
do uso de ferramentas de avaliação como a escala
Confusion Assessment Method in an Intensive Care Unit
(CAM-ICU).
Um conjunto de ações farmacológicas e não farmacológicas
pode ser usado para o enfrentamento do delirium. A Figura 6
mostra uma série de potenciais fatores que contribuem para
o delirium no paciente ventilado com COVID-19 e possíveis
métodos de enfrentamento.
FIGURA 6: Potenciais fatores que contribuem para o delirium
(em vermelho) e como intervir (em branco). // Fonte:
Adaptada de Kotfis e colaboradores (2020).42
TABELA 1
FÁRMACOS UTILIZADOS PARA O CONTROLE DO DELIRIUM NOS
PACIENTES COM COVID-19 EM VENTILAÇÃO MECÂNICA
Fármaco Dose
Dexmedetomidina 0,2 a 1,4mcg/kg/min
FÁRMACOS UTILIZADOS PARA O CONTROLE DO DELIRIUM NOS
PACIENTES COM COVID-19 EM VENTILAÇÃO MECÂNICA
Haloperidol 5mg IV em bolo. Repetir a cada 30
min
Quetiapina 12,5 a 100mg VO/SNE, até a cada 8
horas (dose máxima entre 300 e
400mg);
Risperidona 0,5 a 2mg VO/SNE, a cada 12 horas
IV: intravenoso; VO: via oral; SNE: sonda nasoenteral. // Fonte:
Adaptada de Malbouisson e colaboradores (2021). 43
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
A) Pneumonia em regressão.
B) Hipertensão intracraniana.
C) Asma responsiva.
D) Sepse controlada.
A) V — V — F — V
B) V — F — V — F
C) F — F — V — V
D) F — V — F — F
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
A) Hipoxêmicos.
B) Pronados.
C) Portadores de DPOC.
D) Neurocríticos.
▪ PaO2: 57mmHg;
▪ PaCO2: 62mmHg.
ATIVIDADES
ATIVIDADES
RESPOSTA DO PACIENTE
O paciente não tolerou o TRE e retornou para a ventilação.
ATIVIDADES
C) Usar SIMV.
ATIVIDADES
CONCLUSÃO
Os pacientes com VM prolongada têm maior risco de
desenvolver complicações durante a internação, como a
PAV, a trombose venosa profunda, osteoporose, úlceras de
pressão, constipação intestinal e alterações da pressão
arterial com hipotensão postural. Todos esses aspectos
devem ser revisados diariamente durante a ronda e a tomada
de decisão.
A falha em três TRE ou tempo de ventilação superior a sete
dias, a partir da data que estiver apto ao desmame,
caracteriza a VM prolongada ou desmame prolongado.
Esses pacientes são doentes críticos crônicos, uma
condição adaptativa que também tem repercussões sociais,
com sofrimento do paciente e de sua família, com longa
permanência em leitos de UTI, custo e mortalidade
aumentados.
Uma equipe multiprofissional deve ser mobilizada para
trabalhar com esse paciente, e centros especializados de
reabilitação podem apresentar resultados mais favoráveis.
ATIVIDADES: RESPOSTAS
Atividade 1 // Resposta: B
Comentário: Para realizar o TRE não é preciso testes
laboratoriais sofisticados nem a avaliação renal, nem a
comprovação hemodinâmica de saturação venosa, nem o
teste do lactato. Somente a gasometria simples para avaliar
a troca gasosa.
Atividade 2 // Resposta: B
Comentário: A agitação é considerada um sintoma subjetivo
de intolerância ao TRE.
Atividade 3 // Resposta: A
Comentário: Deve-se negativar ou zerar o balanço hídrico
antes de extubar o paciente.
Atividade 4 // Resposta: D
Comentário: O desmame difícil acontece quando o paciente
falha no TRE por duas vezes seguidas em 48 horas ou ainda
dentro de sete dias do primeiro TRE, enquanto o desmame
prolongado é definido como a falha em mais de três TRE e/ou
permanência por mais de sete dias em VM após o primeiro
TRE.
Atividade 5 // Resposta: B
Comentário: A miopatia do paciente crítico é frequentemente
uma complicação de longa permanência na VM pelo desuso
da musculatura. O uso de bloqueadores neuromusculares e
corticoide contribui para esse dano, que é reversível,
portanto, modificável. Os demais itens não se modificam.
Atividade 6 // Resposta: B
Comentário: Pacientes com disfunção miocárdica podem
responder mal quando submetidos ao TRE.
Atividade 7 // Resposta: B
Comentário: Pneumonia em regressão, asma responsiva e
sepse controlada são doenças em regressão ou controladas.
Pacientes com hipertensão craniana estão ainda com o
quadro grave, não podendo interromper a sedação.
Atividade 8 // Resposta: A
Comentário: A disfunção da condução neuromuscular é parte
dos mecanismos neuromusculares.
Atividade 9 // Resposta: B
Comentário: Um conjunto de ações farmacológicas e não
farmacológicas pode ser utilizado para o enfrentamento do
delirium em pacientes com COVID-19.
Atividade 10 // Resposta: C
Comentário: A indicação clássica para a VNI é a DPOC. Está
nas diretrizes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira
(AMIB).
Atividade 11 // Resposta: C
Comentário: Considerando o peso predito e a ventilação
protetora pulmonar, o VC que deve ser escolhido será de 6
mL/kg, o que corresponde a 480mL. O modo ventilatório
(SIMV) não se utiliza por se correlacionar com maior tempo
de VM. O item B não se posiciona quanto ao VC, o que deixa
essa opção incompleta.
Atividade 12 // Resposta: A
Comentário: Reverter a doença pulmonar crônica não é
possível porque se trata de doença já instalada. Diminuir a
PaCO2 abaixo de 60 não é preciso, porque os pacientes com
doença pulmonar crônica podem conviver com mais altos
níveis de CO2. O índice de Tobin deve ser < 105.
Atividade 13 // Resposta: B
Comentário: Tenta-se evitar sedação e bloqueio
neuromuscular nesses pacientes para não aumentar o tempo
de ventilação. Uso de SIMV não é mais utilizado na prática
clínica por aumentar o tempo de ventilação. A adaptação de
cateter nasal de alto fluxo não se aplica, porque o paciente
deve ser reintubado e ventilado. Tentar VNI preventiva já é
conduta conceituada pelas Diretrizes Brasileiras de
Ventilação Mecânica.
Atividade 14 // Resposta: D
Comentário: O desmame do Sr. João Paulo está na categoria
de desmame prolongado. A DPOC não é fator modificável,
porque trata-se de doença crônica já instalada. A sobrecarga
cardiovascular é uma causa modificável.