Livro Das Aguas WWF Brasil - Cleaned
Livro Das Aguas WWF Brasil - Cleaned
Livro Das Aguas WWF Brasil - Cleaned
C A D E R N O S D E E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L
L I V R O D A S Á G U A S
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EXPEDIENTE
Coordenação – WWF-Brasil
Larissa Costa – Programa de Educação Ambiental e Samuel Roiphe Barrêto – Programa Água para a Vida
Pesquisa
Albina Cusmanich Ayala, Eliane Santos, Luciana Nocetti Croitor, Maria Ficaris, Vinicius Madazio e Instituto Supereco
Revisão Técnico-pedagógica
Anita Pereira do Amaral, Elite Ribeiro Valotto, Mônica Osório Simons e CEAG
Colaboração
Anderson Falcão, Mariana Antunes Valente e Waldemar Gadelha Neto – WWF-Brasil
Revisão
Vicente Emygdio Alves
Ilustrações
Ronaldo Coutinho
Editoração Eletrônica
Via Impressa Projetos Editoriais Ltda
CTP/Impressão
Laborprint Gráfica e Editora
WWF-Brasil.
72 p. 28 cm.
Bibliografia.
ISBN - 85-86440-18-3
2
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
C A D E R N O S D E E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L
L I V R O D A S Á G U A S
Textos Realização
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Educação Ambiental pelas águas do Brasil
O WWF-Brasil tem a grande satisfação de apresentar os Cadernos de Educação Ambiental
Água para Vida, Água para Todos. Com eles, queremos convidá-lo a embarcar conosco numa
importante missão.
Os Cadernos de Educação Ambiental Água para Vida, Água para Todos são um material educativo
que objetiva envolver as pessoas com o cuidado das águas do Brasil. O primeiro dos dois volu-
mes da publicação, o Livro das Águas, traz um conjunto de informações sobre a situação das
águas no país e visa estimular a pesquisa, a vontade de conhecer e de participar no seu cuidado
e gestão. O segundo, um Guia de Atividades, sugere uma série de ações e práticas para sensibi-
lizar, construir conhecimentos, despertar a criatividade ao lidar com questões ambientais e cha-
mar pessoas e grupos à ação pelo meio ambiente.
Sugerimos que o Livro das Águas e o Guia de Atividades andem sempre de mãos dadas, pois
a interação entre eles certamente enriquece e amplia as possibilidades de uso do material. Não
deixe de visitar as páginas centrais dos dois volumes, lá você vai encontrar dados e curiosida-
des, orientações e sugestões para o seu uso. Vai encontrar ainda, indicações de conexões entre
o Livro das Águas e o Guia que podem ajudar bastante no planejamento e aprofundamento do
trabalho com o tema.
As publicações se destinam a todos que se interessem e queiram se aventurar pelo tema das
águas, do meio ambiente e da educação ambiental. O material é muito versátil e pode ser adap-
tado por educadores, professor, monitores, recreacionistas, gestores sociais, líderes comunitários
e outros, no desenvolvimento de atividades de educação ambiental e mobilização social com
vários públicos. Por meio de uma linguagem simples e interessante, quase uma conversa, ele nos
convida a olhar no espelho das águas e buscar nossa imagem refletida. Seja no trabalho, na
faculdade, no condomínio ou na comunidade, basta querer inovar e recriar as atividades de acor-
do com a sua realidade local.
Quando utilizados no espaço da escola, os Cadernos de Educação Ambiental Água para Vida,
Água para Todos podem ser uma ótima oportunidade de trabalhar questões ambientais. Eles são
um instrumento pedagógico muito favorável à construção de processos transversais em Educa-
ção Ambiental. Que tal sua escola adotar a conservação da água como tema gerador? Vale lem-
brar que o desenvolvimento destas atividades poderá ser melhor se trabalhado de forma integra-
da ao Projeto Pedagógico da escola e se forem fruto de um esforço conjunto de professores,
coordenadores e supervisores pedagógicos e o diretor da escola juntamente com toda a comuni-
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
dade escolar. Ao trazer para dentro do seu espaço as questões do mundo real, discutindo
problemas e assumindo responsabilidades na mudança, a escola realiza seu importante
papel na construção social.
A água, bem fundamental para a vida, influencia nossa história, cultura, formas de viver e
cotidiano. Ela está dentro de nós, como 70% do nosso corpo, e em toda parte. É um reflexo
do que somos. Sem ela a vida se esvai e nosso lindo Planeta Azul pode até mudar de cor.
O Brasil é o país mais rico do mundo em recursos hídricos. Conta com 13,7% da água
doce disponível do planeta, além de abrigar enorme biodiversidade como o Pantanal –
a maior área úmida continental do mundo – e a Várzea Amazônica, a mais extensa floresta
alagada da Terra. Apesar da privilegiada situação quanto à quantidade e à qualidade de
suas águas, nossos recursos hídricos não vêm sendo utilizados de forma correta e res-
ponsável. Super exploração, despreocupação com os mananciais, má distribuição, polui-
ção, desmatamento e desperdício são fatores que demonstram a falta de cuidado com
este valioso bem. O mau uso põe em risco a vida de todos os seres vivos e afeta direta-
mente as diversas atividades humanas.
A Missão Água para a Vida, Água para Todos é um desafio para resgatar nossa ligação
com a Terra, rever nossas ações individuais e coletivas e compartilhar reflexões com outras
pessoas sobre como vamos cuidar das águas do Brasil. Leia, use, adapte e reinvente estes
Cadernos. Eles são apenas um ponto de partida desta importante missão.
Denise Hamú
Secretária Geral
WWF-Brasil
Larissa Costa
Programa de Educação Ambiental
WWF-Brasil
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Sumário
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
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1 Espelho d´água
A ONU – Organização das Nações Unidas escolheu o período de 2005 a 2015 como
a Década Internacional da Água, com o lema: “Água, fonte de Vida”. O ano de 2003 também foi
um marco para o tema, sendo considerado o Ano Internacional da Água Doce. É um convite para
parar e refletir sobre de que água estamos falando. Reflexo, água e reflexão se misturam, para
tentarmos entender por que tanto se discute sobre o assunto.
Falamos de um elemento natural, cuja falta impede a vida na Terra; de um bem universal e de
direito de todos; de um elemento sem cor, sem cheiro e sem sabor, mas que pode inspirar artistas,
músicos e poetas; de um meio de purificação e renovação da alma como acreditam os índios e os
sacerdotes; do fluído do útero materno que germina as sementes de nossas vidas e de um bem
econômico que garante o desenvolvimento e o progresso.
Há muitas definições para a água. Convidamos cada um a se debruçar sobre um lago, sobre um
rio ou uma fonte. Que imagem nós vemos refletida? Reflexo, do latim reflectere, significa “voltar
para trás”, uma tomada de consciência. Como cada um vê e sente o elemento água em sua vida
e de que forma se relaciona com ele?
O tema da campanha da ong WWF-Brasil e de nossa missão Água para a Vida, Água para
Todos é um desafio para resgatar nossa ligação com a Terra, rever nossas ações individuais e
coletivas e compartilhar reflexões com os demais integrantes do Planeta Azul.
A superfície da Terra é dominada, em 75%, pelas águas. Os 25% restantes são terras emersas, ou
seja, acima da água. Tamanha abundância de água cria condições essenciais para a vida e
mantém o equilíbrio da natureza.
Quem pensa que tanta água está disponível para o consumo humano está enganado, pois somen-
te 2,7% é de água doce e grande parte está congelada ou embaixo da superfície do solo.
Fontes: www.rededasaguas.org.br
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Instituto Supereco
O problema se agrava, quando a quantidade de água doce, de
que também necessita a própria natureza, tem múltiplos usos,
sendo utilizada, ao mesmo tempo, por todos os habitantes do
planeta e muitas vezes de forma pouco sustentável.
A água faz parte do
Só a agricultura consome 70% da água doce mundial. A irriga- patrimônio do planeta.
ção sem tecnologia gera grandes desperdícios e, consideran- Cada continente, cada
do-se a pecuária, os pastos e a água para os rebanhos, o con- povo, cada nação,
sumo é ainda maior. Essas atividades, juntas, também geram cada região, cada
outros impactos, como a remoção de grandes áreas de vege-
cidade, cada cidadão,
tação e das matas ciliares, que protegem os rios e o solo, e
causam a poluição das águas pelo despejo dos agrotóxicos. é plenamente
responsável aos olhos
Estaríamos em melhor situação, se houvesse bom uso e boa de todos.
gestão dos recursos hídricos. Afinal, o pior hábito é o desper-
dício e o desconhecimento. Muitos ainda pensam: “Tem muita Artigo 1 da Declaração Universal
dos Direitos da Água
água, então, para que economizar?”
Agricultura
Indústria
Uso doméstico
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1 Espelho d´água
As informações a seguir podem colaborar com a atividade Água é Vida do Guia de Atividades.
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Crédito: www.hado.net
Fonte: Heat, R. Hidrologia Básica das Águas Subterrâneas. United States Geological Survey Water
Sup Paper 2220. wwwcetesb.sp.gov.br
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1 Espelho d´água
Gráfico 1. Valores dos volumes de água consumida no mundo de 1900 até 2000
nos diferentes setores.
Km 3 5000
Uso urbano
Uso industrial
Uso agrícola 4000
3000
Os recursos naturais
de transformação da 2000
água em água potável
são lentos, frágeis
e muito limitados. 1000
Assim sendo, a água
deve ser manipulada
com racionalidade, 0
precaução e
1900 1920 1940 1960 1980 2000
parcimônia.
Artigo 3 da Declaração Universal Fonte: Aurelir Nobre Barreto – engenheiro agrônomo M. Sc. Irrigação e Drenagem,
dos Direitos da Água. pesquisador da Embrapa Algodão
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
O ciclo natural da água não tem barreiras, o que aumenta nossa responsabili-
dade com o fluido da vida. Qualquer ação danosa para a água, em nível local,
Você já pensou
pode trazer problemas para milhares de pessoas em nível regional e mundial.
que as mesmas
É como jogar uma gota de tinta em um copo d´água. Ela se espalha rapida-
moléculas de água
mente, mudando a configuração de toda a água do copo.
que os dinossauros
beberam ou que
De onde vem e para onde vai a água que usamos? banharam Cleópatra
podem estar dentro
A água que chega até nós, ou que é utilizada de alguma forma, também retorna de você neste
para a natureza. Captada de um córrego, rio, lago ou reservatório e levada até instante?
uma ETA– Estação de Tratamento de Água para se tornar potável, fica armaze-
nada em reservatórios, de onde será distribuída por meio das redes adutoras
para as nossas torneiras.
Agora vamos conhecer um pouco de nossa história e mergulhar nos demais Fernão Cardim, século XVI
capítulos do Livro das Águas.
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1 Espelho d´água
Quando os europeus chegaram ao Brasil ficaram extasiados com a formosura das terras e a
abundância das águas. Observavam os índios, que já utilizavam a floresta, a água para beber,
para a higiene geral, ou para os rituais e práticas simbólicas. Foram aprendendo com eles o
“melhor jeito” de sobreviver num clima tropical.
Além de utilizar os rios para atividades domésticas, os desbravadores fizeram deles verdadeiras
trilhas de orientação. A navegação facilitou o acesso ao interior das terras brasileiras, permitido a
fixação de moradias em novas áreas. Ao longo de rios e córregos foi se povoando o Nordeste com
o aproveitamento das águas para a produção de cana e açúcar para exportação. Em Minas Ge-
rais, o Regimento das Águas concedia aos garimpeiros o uso das águas para trabalhar na mine-
ração. No Vale do Paraíba e no interior de São Paulo, as águas da Mata Atlântica garantiram boas
lavouras de café e pastos verdejantes para a criação do gado leiteiro. Foi nesse contexto que o
Brasil foi se desenvolvendo.
Na construção das vilas, povoados e cidades, geralmente escolhiam-se áreas elevadas, sendo
que os fundos das casas eram voltados aos rios, despejando neles lixo e esgoto, desde o início
da urbanização.
Com o passar do tempo, as necessidades básicas passaram a ganhar outras proporções. A água
tornou-se via de transporte, força motriz de moinhos e energia. De lá para cá, a água tornou-se
uma grande ferramenta econômica para a urbanização e a industrialização, mas é nesse caminho
de progresso que também estão as raízes da degradação ambiental do Brasil.
www.sabesp.com.br
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Fonte: www.unb.br/ig/glossario
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Nota: Tabela estruturada a partir de informações obtidas em entrevistas fornecidas até a impressão do material.
O trabalho de pesquisa contou com o apoio de diversos profissionais e instituições envolvidas com a questão da água em suas regiões.
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2 Fontes de água
...”Não agüento mais morar aqui. Tem tanto esgoto, que nem garrafa jogada na água afunda!”, diz a alagoana Maria, que
há dois anos habita as margens da Represa Billings, o maior manancial da RMSP – Região Metropolitana de São Paulo.
Indignada com tanto lixo espalhado, restos de entulho, esgoto a céu aberto e um monte de gente empilhada nas casas,
engolindo árvores e nascentes da represa, ela pensa em voltar com os filhos para União dos Palmares (AL).
Do outro lado da cidade, outra Maria fica indignada: “O que você tem a ver com isso, se eu pago pela água?”. Desta
vez é Maria Paula, moradora de um bairro nobre de São Paulo, irritada porque Seu Artur lhe chamou atenção pelo fato
de ter ficado três dias seguidos lavando a calçada com a mangueira. Seu Artur é mais um, entre tantos paulistanos,
afetados pelo racionamento de água. Faz três meses que não chove e a água que chega à casa de seu Artur e de
Dona Maria Paula vem do Sistema Cantareira, responsável por abastecer quase 55% da população da RMSP.
Outros 3,8 milhões de paulistanos, que vivem das águas da represa da Guarapiranga, estão no mesmo barco.
A Guarapiranga produz menos água do que lhe é retirada. Apesar de, no total, os mananciais do Sistema Guarapiranga
somarem 10,3 mil litros por segundo, as Estações de Tratamento Alto do Boa Vista e Teodoro Ramos operam com vazão
média de 12,5 mil litros por segundo. Ou seja, quase 2 mil litros por segundo são retirados a mais do que se deveria.
Do lado de cá, na própria Guarapiranga vivem cerca de 650 mil pessoas, a maioria em loteamentos clandestinos e favelas
que também produzem esgoto. Darivan, morador antigo da Guarapiranga, madrugou para chegar ao trabalho. Justo hoje,
seu Marlow, marido de D. Maria Paula, que, por sua vez, é vizinha de seu Artur, lhe pede para lavar a sua BMW com a
mesma mangueira que D. Maria lavou a calçada há três dias. Dá para ficar indignado, mas é ordem do patrão.
História inspirada em dados reais da situação de escassez de água enfrentada por São Paulo, com dados extraídos
dos editoriais da Folha de São Paulo e Estadão, ano 2003.
As práticas sugeridas pela OMS podem se transformar em idéias para incrementar a Missão
Água para a Vida, Água para Todos, do Guia de Atividades, a ser desenvolvida na sua região.
Conheça e anote algumas dicas e práticas de preservação e recuperação dos mananciais. Algumas
podem ser feitas individualmente, outras requerem um grupo mobilizado com o apoio de instituições e
todas devem ser lembradas nos momentos de decisão, como eleições, orçamentos participativos e
criação de comitês gestores.
• planejar os usos múltiplos da água, respeitando limites, capacidades e qualidade para cada tipo de
uso;
• estabelecer planos de saneamento, tratamento de esgotos domésticos e industriais, para atender as
particularidades de cada bacia hidrográfica e seus recursos hídricos;
• elaborar, implementar e respeitar os planos diretores para uso ordenado do solo;
• ter cuidados no uso do solo e da água, inclusive no destino final das embalagens de agrotóxicos;
• estabelecer penalidades para as ações que desrespeitam as leis de proteção dos mananciais;
• adotar novas idéias sugeridas pela sua comunidade.
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
19
3 O sorriso de um rio
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Os rios são muito mais do que espaços que contêm água. Eles abrigam uma
rica biodiversidade de fauna e de flora e nos oferecem múltiplos benefícios.
Para acelerar o “progresso”, muitos rios foram modificados e encontraram pela
frente desmatamentos, queimadas, atividades extrativistas, agrotóxicos, cons-
truções de estradas e obras hidráulicas, moradias irregulares e muito lixo. Em
alguns casos, não é possível mais reconhecer a sua forma e qualidade origi-
nal. Grandes rios ligados à história da humanidade estão quase por morrer, em
alguns trechos: o Nilo, no Egito, o Ganges, na Índia, o Amarelo, na China, o
Tietê, no Brasil.
21
3 O sorriso de um rio
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Rio Tietê
Com cerca de 1100 km de extensão, quase um terço da área total do Estado de São Paulo, o rio Tietê tem sua
nascente junto ao Município de Salesópolis, na Serra do Mar. É um rio que corre em direção contrária à do
Oceano, lançando suas águas no rio Paraná, em Itapura, perto do Mato Grosso. Obras hidráulicas e constru-
ções de barragens ligaram seus 400 km contínuos de franca navegabilidade aos 600 km navegáveis do alto do
rio Paraná, criando a hidrovia Tietê-Paraná. Como parte da história de colonização de nosso país, o rio deu
origem a vários povoados, quando os bandeirantes penetraram em suas margens em busca de ouro e pedras
preciosas. São Paulo teve a energia necessária para garantir o seu desenvolvimento com o rio Tietê e hoje ele
faz parte da estrada que expande a fronteira econômica do Brasil com o Cone Sul. Banhos e competições
esportivas, em suas águas limpas, são atividades de uma época distante.
Em 1976, o ministro das Minas e Energia prometia à revista Veja fazer uma pescaria no Tietê até o final do
governo Geisel. Em 1992, 13 anos após o mandato do presidente Ernesto Geisel, um abaixo-assinado, único na
história do País, reuniu mais de 1 milhão de assinaturas pedindo a despoluição do rio. Iniciou-se o projeto Tietê,
que já investiu mais de 1,1 bilhão de reais, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Mesmo
com todo esse investimento ainda não podemos e nem poderemos por muitos anos pescar no rio. A primeira
etapa do projeto Tietê ampliou a coleta de esgotos na Região Metropolitana de São Paulo de 70% para 79% e
o tratamento passou de 24% para 65%, até 2001.
A segunda etapa está orçada em 400 milhões de dólares e deve ampliar a coleta de esgoto para 82% dos
moradores até final de 2006. A previsão é que, só depois da terceira etapa, o volume de esgoto despejado no
Tietê seja zerado.
Fonte:CEIVASF
23
4 De bem com a vida
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Ano 2000. *Distritos=municípios e povoados
Fonte:
Ministério da Saúde/Funasa/CENEPI
SIM – Sistema de Informações sobre
Mortalidade. Período: 1998
Mortalidade proporcional:
percentual dos óbitos informados.
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4 De bem com a vida
O censo realizado pelo IBGE, em 2000, registra quase 170 milhões de brasileiros habitando 5507
distritos (municípios e povoados). Destes, cerca de 59% não possuem rede coletora de esgoto.
Assim, podemos imaginar por que quase 7% das mortes, em 1998, de crianças menores de cinco
anos, foram causadas por diarréia aguda.
Segundo dados da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, o Brasil teve, de 2001
até julho de 2003, relatadas e identificadas, cerca de 780 mil internações devido a várias doenças
causadas pela água, gastando quase 152 milhões de reais. Das regiões do País, a Bahia teve o
maior índice de internações, com 124.484 casos, seguida de Pernambuco, com 75.889 casos.
Gastroenterite Pela ingestão de alimento ou água contaminada. Rota vírus Diarréia, vômitos, levando à desidrata-
viral ção grave.
Hepatite A Pela ingestão de água e alimentos contamina- Vírus de hepatite A Febre, mal-estar geral, falta de apetite,
dos ou diretamente de uma pessoa para outra. icterícia.
O consumo de frutos do mar está particular-
mente associado com a transmissão, uma vez
que esses organismos concentram o vírus por
filtrarem grandes volumes de água contamina-
da. A transmissão através de transfusões, uso
compartilhado de seringas e agulhas contamina-
das também pode acontecer.
Desinteria Associada à higiene: quando há insuficiência de Bactéria shigella Fezes com sangue e pus, vômitos e
bacilar água para a higiene básica. cólicas.
Esquistossomose Com base na água: quando a doença é transmiti- Schistossoma mansoni, Na fase aguda: coceiras e dermatites,
da por algum animal que vive na água, ou que um verme parasita febre, tosse, diarréia, enjôos, vômitos
passa parte de seu ciclo de vida em outros animais e emagrecimento. Na fase crônica, ge-
aquáticos, podendo causar infecção por meio do ralmente assintomática, diarréia alterna-
contato da larva com a pele da pessoa ou pela se com períodos de prisão de ventre, a
ingestão da água contaminada. doença pode evoluir para um quadro
mais grave com aumento do fígado e
cirrose, aumento do baço, hemorragias
provocadas por rompimento de veias
do esôfago, e ascite ou barriga d’água,
isto é, o abdômen fica dilatado.
Dengue Associada a vetores desenvolvidos na água: Vírus Flaviviridae, Febre, prostração, dor de cabeça e do-
quando as infecções são transmitidas por insetos transmitido pela picada res musculares generalizadas. erupções
que usam a água para procriar ou que picam nas de um mosquito, o na pele (parecidas com rubéola), cocei-
regiões próximas da água. Aedes aegypti ra principalmente em palmas e plan-
tas, náuseas, vômitos, dor abdominal,
diarréia, tonturas ao sentar-se ou
levantar-se.
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
O soro caseiro é a maneira mais rápida de evitar a desidratação em crianças com diarréia - uma doença que mata pela perda de água, de
sal e de potássio. Esta terapia salva, pelo menos, um milhão de crianças por ano no mundo. Poderia salvar mais, se as mães preparassem
o soro de maneira correta e hidratassem a criança logo no primeiro dia e aos primeiros sintomas da doença, sem deixar de levá-la a um
posto de saúde. A receita do soro caseiro deve ser feita com as colheres de medida oficiais, distribuídas pela UNICEF, pela Pastoral da
Criança, em igrejas e postos de saúde. Ao fazer a receita com as colheres comuns, existe o perigo de errar a quantidade de sal, o que pode
provocar convulsões numa criança desidratada. Toda colher-medida traz o modo de fazer o soro na sua superfície, mas poderemos ser
solidários e responsáveis, orientando as mães de forma prática. Dica de consulta: www.pastoraldacrianca.org.br
27
4 De bem com a vida
Quando o meio ambiente fica doente
Várias organizações nacionais e internacionais, governamentais e não governamentais têm alertado so-
bre a crise social da água. Elas colocam como desafio e responsabilidade de todos a melhoria dos
serviços de acesso à água de boa qualidade e de saneamento. Para que esta meta seja atingida é
necessário conhecer, com clareza, a realidade de cada região do país.
No Brasil, a quantidade e qualidade de informações sobre o estado de seus corpos de água, principal-
mente pelas suas dimensões continentais, diferenças geográficas regionais e grandeza dos problemas
de poluição e pobreza, ainda são muito pequenas.
No capítulo Águas sem fronteiras , você verá que um de seus princípios é desenvolver uma
tecnologia de redes de monitoramento da qualidade de água, acompanhando, de forma contínua, suas
modificações. Para tanto a ação dos governos, universidades e pesquisadores é muito importante, mas
cada brasileiro também pode dar uma contribuição:
• promover ações de educação ambiental e de educação para a saúde, no seu ambiente de estudo,
trabalho e lazer, para a conservação da água e a melhoria das condições de higiene das pessoas;
• identificar, informar e mobilizar as autoridades e instituições sobre a realidade da água de sua região;
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Que tal você promover um chat sobre a situação das águas na sua região, convidando especialistas e
interessados em debater o tema? Esta idéia está desenvolvida, passo a passo, na atividade Animando
um Chat Aquático, do Guia de Atividades.
Você consegue levantar dados da sua escola ou comunidade para comparar e analisar com os dados da tabela
abaixo?
Abastecimento de água
Regiões Nº de Escolas Rede Poço Cacimba, Fonte, Rio Água
do Ensino Fundamental Pública Artesiano Cisterna e Poço Igarapé e Riacho Inexistente
Esgoto sanitário
Regiões N de Escolas
º
Rede Esgoto Esgoto
do Ensino Fundamental Pública Fossa Inexistente
Destinação do lixo
Regiões N de Escolas
º
Coleta Reutiliza Queima Recicla Joga em
do Ensino Fundamental Periódica outra área
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5 A última gota
O mundo não Olhar a imensidão do Planeta Azul dá uma sensação de grandeza, de que a
foi presenteado água é algo que nunca vai faltar. Pensando bem, a quantidade de água no
pelos nossos planeta, de fato, não se altera porque seu ciclo natural se responsabiliza pela
sua manutenção.
antepassados,
mas emprestado
Não podemos dizer o mesmo dos seres humanos, que se multiplicam rapida-
por nossos filhos. mente e agrupam-se em espaços, cada vez mais urbanizados. Cada um, dos
mais de 6 bilhões que vivem atualmente, precisando de milhares de gotas
Provérbio africano
d´água para satisfazer as suas necessidades básicas. Multiplicando todos os
habitantes por milhares de gotas dá como resultado um grande consumo de
água; somando as atitudes e comportamentos do desperdício à poluição, che-
gamos a uma relação desigual entre natureza e seres humanos.
Segundo a ONU – Organização das Nações Unidas, a metade dos 12.500 km3
de água doce disponíveis no planeta já está sendo utilizada e, nos próximos
vinte anos, é esperado que a média mundial de água disponível, por habitante,
diminua um terço. Imaginem duas em cada três pessoas vivendo uma situa-
ção crítica de escassez de água.
Filmes que nos transportam ao futuro falam desse cenário, mas a crise já é
antiga. Em 1967, israelenses e árabes já guerreavam por causa do desvio de
bacias hidrográficas para o abastecimento de água e, hoje, no Oriente Médio e
algumas regiões na África, na Ásia, na China e na Índia, a disponibilidade de
água para o consumo é quase insustentável.
Um país de contrastes
Fonte: UNESCO/ IHP Regional Office of Latin América and the Caribbean, 2002
30
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
13,7% do total mundial, garantida pela água dos rios, em especial de três Distribuição dos Recursos
grandes bacias, Amazônica, São Francisco e Paraná; pelo rico volume de
chuvas tropicais; e pela maior reserva de água doce subterrânea do mun-
Hídricos por população em %
do, o aqüífero Guarani, cujo tamanho é igual ao território da Inglaterra, do total no Brasil
França e Espanha juntas e que cruza a fronteira de sete Estados brasilei-
68,50
ros, avançando pelos territórios argentino, paraguaio e uruguaio.
42,65
tes por km2. A região sudeste, com mais de 100 habitantes por km2, é
abastecida pela Bacia do Atlântico Sudeste que detém somente 2,5% de
descarga dos rios. Há ainda muitos brasileiros vivendo na seca, como no
28,91
semi-árido do nordeste, com baixa disponibilidade de água e rios não
contínuos. Castigadas pela pobreza, é comum vermos mulheres e crian-
ças nordestinas, assim como as mulheres indianas na Ásia, andarem
quilômetros e quilômetros em busca de água para as suas famílias.
15,70
15,5
O IPA – Índice de Pobreza e de Água vem sendo utilizado para caracte-
rizar o estado de desenvolvimento de uma região. O índice demonstra
6,50
que não é só a quantidade de recursos disponíveis que determina o
6,98
6,41
6
nível de pobreza de um país, mas também a sua eficácia. Os critérios
3,30
avaliados são: recursos disponíveis, acesso, capacidade, uso da água
e impactos ambientais. Assim, mesmo ocupando uma boa posição na
economia mundial, o Brasil alcançou a 50a colocação no IPA no estudo Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
do CEH – Centro para Ecologia Humana e CMA – Conselho Mundial da Recursos Hídricos
Água, envolvendo 147 países. Tal resultado pode ser atribuído à forma População
ineficiente do uso doméstico, industrial e agrícola, agravado pelo cres- Fonte: SIH/Aneel, 1996, IBGE, 1996
cimento populacional e pela falta de redes gerais e oficiais de abasteci-
mento de água para cerca de 12,10% de distritos, municípios e povoa- Falta de rede geral
dos brasileiros. (IBGE, 2000).
de abastecimento de água
A diferença entre ricos e po- no Brasil (por regiões)
bres também aparece nas so-
luções alternativas utilizadas
Como garantir água pelas regiões que mais care-
para todos, se a sua cem de rede geral de abas-
distribuição ocorre de tecimento de água. No nor-
maneira desigual no deste, as principais fontes
Planeta? alternativas de água utiliza-
Algumas regiões das são chafarizes, açudes,
são privilegiadas, bicas, minas, cisternas, en-
umas vivem quanto, no sul, são os poços
em regime de artesianos particulares. Vale
racionamento, lembrar que, quanto mais po- 44,8% Nordeste
outras em completa ços construirmos, mais esta- 31,5% Sul
escassez. Em geral, há remos provocando o rebaixa- 9,0% Sudeste
muita água boa onde mento dos lençóis freáticos, 8,0% Norte
mora quase ninguém e tornando-se mais difícil 6,7% Centro-Oeste
pouca água saudável alcançá-los.
em áreas densamente Fonte: adaptado do IBGE, Diretoria
povoadas. de Pesquisas, Departamento de População
e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional
de Saneamento Básico 2000.
31
5 A última gota
32
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Instituto Supereco
acordos para trazê-la de lugares distantes, com a construção de aquedutos,
exploração ou transposição de rios. No Brasil, a transposição das águas do rio
São Francisco tem gerado inúmeras discussões. Ao mesmo tempo, empresas
ganham espaço e direito para explorar fontes de água e ampliar seus serviços
de saneamento básico. Você já percebeu a expansão do negócio da água?
Qual a quantidade de marcas de água que existem nas prateleiras dos super-
mercados? Quantas lojas vendem garrafões de água potável para as nossas
A água não é somente
casas e escritórios? A água, um bem de primeira necessidade, está sendo herança de nossos
tratada como um bem econômico, sujeito à livre negociação. predecessores;
ela é, sobretudo,
A água como mercadoria vem sendo debatida por movimentos ambientalistas e um empréstimo aos
humanitários preocupados com os impactos sobre as diversas espécies de nossos sucessores.
seres vivos e seus ecossistemas, bem como a dificuldade de acesso à água Sua proteção constitui
para as populações mais pobres. Os grupos alertam para o caso de as empre- uma necessidade
sas se apossarem de águas subterrâneas, podendo vendê-las como água mine- vital, assim como
ral, enquanto para o abastecimento da população utilizam-se as águas superfi-
a obrigação moral
ciais, mais sujeitas à contaminação. Outra justificativa é que as águas do subsolo
se renovam mais lentamente que as águas de rios e lagos. A mesma reflexão se
do homem para
faz na execução de grandes obras de transposição, que resolverão os proble- com as gerações
mas por algum tempo, mas afetarão milhares de seres vivos. presentes e futuras.
33
5 A última gota
Apesar de a lei no 9.433, no Brasil, declarar a água como um bem de domínio público e proibir sua
privatização, ainda existem lacunas relacionadas à água subterrânea e conflitos no que diz respei-
to ao Marco Regulatório do setor de saneamento ambiental. Tais problemas podem gerar situa-
ções em que o interesse econômico se sobreponha às necessidades da população e da natureza.
Um exemplo de conflito que merece destaque foi a disputa entre vários setores do Governo Fede-
ral, Estaduais, Municipais e a sociedade civil organizada no caso da transposição das águas do
Rio São Francisco.
• atender necessidades básicas: água boa e suficiente e condições sanitárias para todos;
• garantir suprimento alimentar: especialmente para os pobres e os mais vulneráveis pelo uso da
água;
• proteger os ecossistemas: garantindo sua integridade via gerenciamento sustentável dos re-
cursos hídricos;
• promover a cooperação pacífica entre os Estados envolvidos e seus diferentes usos da água,
pelo gerenciamento sustentável do nível de base dos rios;
• gerenciar riscos: oferecendo segurança a partir de ações que evitem as doenças transmitidas
pela água;
• valorar a água: gerenciar a água a partir de seus diferentes valores (econômicos, sociais,
ambientais, culturais); cobrar o uso para recuperar os custos de fornecimento, levando em
conta a eqüidade e as necessidades dos pobres;
• gerenciar a água: envolvendo o público e os interesses de todos;
• garantir a integração entre água e indústria: implantando indústrias mais limpas com respeito
à qualidade da água e às necessidades de outros usuários;
• garantir a integração entre água e energia: permitindo que a água desempenhe seu papel-
chave na produção de energia para suprir o crescimento de demanda desta;
• garantir a base do conhecimento sobre a água, tornando-o universalmente disponível;
• promover a integração entre água e cidades: reconhecendo os desafios distintos de um mundo
crescentemente urbanizado, onde o interesse econômico se sobrepõe às necessidades
da população e da natureza.
34
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Na produção responsável, cada indústria preocupa-se com o uso dos recursos naturais, garantin-
do a existência deles para as gerações futuras e a continuidade de uso das matérias-primas na
sua produção.
No consumo responsável, cada pessoa preocupa-se com seu consumo pessoal, em ser solidário
e respeitar as comunidades, fazer a sua parte, somando a sua ação com a de outras pessoas. As
escolas têm um papel fundamental na formação de consumidores responsáveis. Um barco, um
galpão, uma sala de aula ou um quintal de um sítio são espaços nos quais educadores e alunos
podem compartilhar seus interesses e reconhecer aqueles que respeitam seu ambiente e seus
valores. Esta idéia precisa ultrapassar os muros das escolas e ser difundida em todos os lugares.
• Educar as pessoas.
Vamos fazer uma comparação entre o nosso corpo e a água. No ser humano, o sistema circulatório
tem várias veias e artérias que conduzem o sangue por todo o corpo, transportando oxigênio e
nutrientes essenciais à vida de todos os órgãos. Neste ciclo, o sangue é constantemente renova-
do, mas a sua quantidade permanece a mesma. A rede hidrográfica também é responsável por
transportar as condições de vida a todos os seres, sendo a água renovada naturalmente pelo seu
ciclo. Sangue e água podem ter um mesmo e triste final, se o sistema circulatório for entupido pelo
colesterol ou poluído pelas gorduras, tendo sua fluidez alterada, assim como nossos rios são
degradados pelo assoreamento, pelo lançamento de poluentes ou pelos solos impermeabiliza-
dos. A quantidade de sangue pode ser afetada, se a pessoa tiver uma hemorragia, assim como
quando retiramos grandes volumes de água de um rio para diversos fins, numa velocidade e
quantidade maiores do que a capacidade de renovação natural das águas superficiais. Em ambos
os casos, o sistema entra em colapso pelos impactos causados. Pessoas e rios podem morrer.
Toda e qualquer ação humana que afete, direta ou indiretamente, no todo ou em parte,
o meio ambiente pode ser definida como impacto ambiental.. No caso da água, o primeiro e mais
significativo impacto é a visão de propriedade que o ser humano estabeleceu: Somos donos da
água e ponto final. Vemos a água como uma mercadoria ou como um bem sempre disponível,
esquecendo-se de sua função principal na natureza. Por essa razão ou por falta de conhecimento,
simplesmente nos permitimos usá-la e poluí-la de diversas formas e acima do seu limite.
Limite! Esta é uma palavra conhecida de todos. Sabemos exatamente quando alguém passa dos
limites... Esgota a nossa paciência...Ou quando esgotamos todas as nossas possibilidades até ir
ao “fundo do poço”. Esta é uma expressão que começa a fazer parte do cenário da água.
Vejamos alguns impactos que afetam diretamente a quantidade e qualidade das águas doces.
Desmatamento
A vegetação tem influência direta sobre a distribuição de água no planeta, atuando no regime das
chuvas, na umidade do solo e no volume dos rios. É como se tivéssemos uma balança a ser
equilibrada. Quando a chuva cai em uma região arborizada, escoa lateralmente pelos troncos e
folhas das árvores e alcança o solo de forma suavizada, diminuindo o impacto da gota ao cair no
chão. Uma parte desta água é evaporada ou absorvida antes
de chegar ao solo. A transpiração das plantas ajuda a controlar
a circulação de quase metade de toda a chuva que cai sobre a
terra. A camada orgânica da superfície do solo, que funciona
Fazemos um convite, como uma esponja, retém a outra parte da água e isso contri-
para que cada um na bui para que ela mantenha a sua umidade. Assim, a água su-
sua região procure perficial que será levada para os rios é lançada aos poucos,
identificar que tipo de evitando as enchentes durante as estações úmidas. Durante
impactos podem fazer as secas, a água armazenada será fornecida ao meio ambien-
a última gota do poço te através do seu fluxo natural.
secar. As descobertas
podem surgir com A capacidade das plantas de reter água e de restituí-la à at-
as sugestões do Guia mosfera condiciona o regime hídrico em escala regional e glo-
de Atividades, bal. É possível imaginar as conseqüências sobre o clima de
em especial, um desmatamento em grande escala?
a realização das
atividades de Se o clima pode ficar ruim, a água pode ficar pior. Quando
investigação e busca retiramos a cobertura vegetal de um lugar, deixamos o solo
de conhecimento. desprotegido. A capacidade do terreno de reter a água da chu-
va é diminuída e esta passa a escorrer muito rápido, arrastan-
36
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Vamos comparar
o comportamento
da água da chuva
quando cai sobre
as árvores ou sobre
a grama, sobre uma
calçada ou sobre um
solo desmatado?
Interceptação Vegetal
37
6 No fundo do poço
38
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
É sempre bom analisar uma situação de fora para dentro. O maior impacto que Você se lembra da
os cursos d´água recebem vem de fora e não do que está dentro deles. Veja o última enchente
exemplo da urbanização, que traz uma série de efeitos em cascata: o aumento que aconteceu em
da demanda por impermeabilização do solo; o despejo ilegal e acúmulo de sua região? Como
lixo e efluentes domésticos nos córregos, causando mau cheiro e problemas isso afetou a vida
de saúde pública; a modificação da forma dos rios para perderem suas curvas das pessoas?
e ganharem a forma reta que vemos hoje, geralmente com ruas ou avenidas
marginais, para facilitar o transporte, e o colapso das frágeis estruturas de
saneamento e fornecimento de água de boa qualidade.
Para esconder ou tampar os córregos que viraram canais de esgoto a céu aber-
to, canalizamos os cursos d´água, modificando o seu entorno e o fluxo do canal.
Ao impermeabilizarmos o solo com uma camada artificial, como o asfalto, redu-
zimos a sua capacidade de infiltração da água. Em ambos os casos, temos no
final um aumento da quantidade e da velocidade do escoamento da água das
chuvas. Os cursos d´água canalizados transbordam, juntam-se ao lixo que im-
pede o escoamento das águas nos bueiros, as águas chegam com maior rapi-
dez às calhas dos rios e temos, como resultado, as freqüentes enchentes. Algu-
mas delas já se tornaram históricas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, entre outros.
Despejo de efluentes
O que acontece, num aquário, quando damos alimento demais aos peixes? No
começo, os bichos ficam felizes com tanta comida, mas, depois de algum
tempo, a digestão começa a ficar difícil, a barriga estufa e pronto: era uma vez
alguns peixes famintos.
Você já imaginou que os rios podem ter essa mesma sensação? A diferença é que,
ao invés de um saboroso alimento, os rios estão estufados de tanto lixo e esgoto.
gens dos rios, passaram a jogar mais efluentes – água com resíduos domés-
ticos e industriais – do que, normalmente, as águas conseguem degradar.
O sistema público de redes coletoras de esgoto ainda é insuficiente para
atender a maior parte da população brasileira e o esgoto coletado, em al-
gumas regiões, ainda carece de tratamento adequado, como pode ser ob- Rio Pinheiros (SP)
servado no capítulo De Bem com a Vida.
39
6 No fundo do poço
A consciência de que a água é um recurso limitado e uma das principais matérias-primas na produ-
ção industrial, somada a uma legislação ambiental mais rígida e mais aplicada, tem levado muitas
indústrias a se comprometerem com a qualidade da água antes de despejarem seus efluentes nos
rios. Entretanto, ainda há muitas que se esquecem da importância dos cuidados com a água, ou são
responsáveis por acidentes, como o lançamento de poluentes nos ambientes aquáticos. Vazamen-
tos de óleos, vindos até mesmo dos postos de gasolina nos grandes centros urbanos, ou lançamen-
tos de metais pesados são exemplos da falta de cuidado. O Paraíba do Sul, entre tantos rios
brasileiros, foi uma das vítimas da contaminação por resíduos tóxicos de uma indústria de papel
localizada em Minas Gerais. Várias cidades do Estado do Rio de Janeiro ficaram sem água e os
pescadores tiveram suas atividades prejudicadas pela contaminação dos peixes.
Além da qualidade, os produtos tóxicos podem afetar também a quantidade de água disponível
para os usos essenciais. Em alguns casos, a extensão dos rios que atravessam as cidades
recebe tantos efluentes domésticos, industriais e lixo, que o rio chega a morrer nesses trechos.
Metais pesados
Diferem de outros
agentes tóxicos porque
não são sintetizados
nem destruídos pelo
homem. Sua presença,
muitas vezes, está
associada à localização
geográfica, na água
ou no solo, e pode ser
controlada limitando-se
o uso de produtos
agrícolas e proibindo a
produção de alimentos
em solos contaminados. Quantas
Todas as formas de garrafas você
vida são afetadas pelos consegue
metais, dependendo contar neste
manguezal ?
Foto: Delba Baraldi
da dose e da forma
química. Muitos metais
são essenciais para Poluição difusa
o crescimento de todos
Diferente da poluição causada pelos efluentes, que pode vir do ralo, da
os tipos de organismos,
cozinha, do banheiro, a poluição difusa vem de tudo que está no ambi-
das bactérias ente, de todo o tipo de resíduo não orgânico. Uma embalagem de
ao ser humano, mas agrotóxico esquecida no chão, a graxa ou o óleo de um automóvel, o
sempre em baixas combustível vazando dos postos de gasolina, as garrafas de plástico
concentrações, já se jogadas por aí, os papéis e outros tipos de lixo que se acumulam nas
a quantidade for grande ruas, as partículas de poeira e de outros materiais que contaminam o ar
podem danificar e refletem na formação da chuva ácida, entre tantas outras formas de
os sistemas biológicos. poluição causadas pela presença do ser humano, contribuem para for-
mar a poluição difusa num determinado ambiente. Tudo o que acaba
Fonte: sendo levado para dentro de uma represa ou manancial, pela ação do
www.mundodoquimico.hpg.ig.com.br
vento, da chuva ou de outro agente, afeta a qualidade da água.
40
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Todos estes
impactos
ambientais podem
afetar o cotidiano
das pessoas?
Aumentar o risco
WWF/Canon-Diego M. Garces
de doenças?
Causar o
racionamento pela
falta d´água?
Aumentar do custo
econômico do
tratamento da água
para o consumo?
Reduzir o potencial
da pesca? Causar a
Toda ação produz uma reação. Aí começa um efeito-cascata: um saco de
perda de vidas
lixo jogado na rua é levado para um bueiro, vai para um córrego, que
humanas e de bens
encontra um rio, que deságua no mar. No encontro das marés, o lixo pode
carregados pelas
voltar para um rio, que talvez seja o manancial da sua cidade. E pronto: um
enchentes?
banho ou um copo d´água, sem tratamento, pode terminar em diarréia. São
Resultar na
milhares de sacos de lixo e outros impactos produzidos ao mesmo tempo.
proibição
dos banhos nas
Mas nem sempre o feitiço vira contra o feiticeiro. Quem recebe o produto
praias poluídas?
de nossas ações pode não ter as mesmas condições de enfrentar a situa-
ção. Você já pensou nisso? Conhecendo algumas soluções, do capítulo
Janelas do Futuro, podemos mudar este cenário e encher novamen-
te o poço com água.
41
7 Águas sem fronteiras: a gestão depende de cada um
Cada pessoa tem um jeito de organizar seu modo de viver. Programa a maneira de cuidar da
família, do trabalho ou do lazer, direcionando as atividades de acordo com o tempo, o espaço, as
limitações e os recursos. Conforme vai amadurecendo e interagindo com outras pessoas em
lugares, como a escola ou o trabalho, percebe que o seu jeito de levar a vida pode afetar a vida
dos outros. Quando forma uma família, faz parte de um grupo de amigos ou de colegas de
trabalho, passa a trocar idéias, muitas vezes, vivenciando situações de conflito onde é preciso
conversar e negociar soluções.
O que esta reflexão tem a ver com a Água? Tendo como espelho o cotidiano, podemos pensar
sobre os desafios e dificuldades encontradas no gerenciamento da Água. O primeiro deles tem a
ver com o fato de as discussões sobre o assunto terem ficado restritas, durante muito tempo, a
um grupo de cientistas e técnicos de universidades preocupados com a degradação dos rios e
com o agravamento dos conflitos de uso da água. A sociedade praticamente ignorou a questão
até surgirem movimentos organizados para discutir a forma de os governos gerenciarem os recur-
sos naturais. Estes grupos, além de exigirem um controle mais eficaz das questões ambientais,
passaram a estimular a participação da sociedade na resolução desses conflitos. Um segundo
desafio refere-se a problemas, como a escassez, a degradação da qualidade e o uso ineficiente
da água, que vêm se tornando insustentáveis. Mas o maior desafio de todos no processo de
gestão dos recursos hídricos sempre esteve na própria água: como administrar um recurso que
não estabelece fronteiras, que circula por todo o Planeta e do qual várias pessoas se beneficiam,
com diferentes usos, ao mesmo tempo?
A falta de visão do todo resultou num enfoque de gestão voltado à recuperação, à conservação, à
proteção ou ao controle de rios ou cursos d’água, de forma isolada. Um olhar muito limitado, pois
a água não existe sozinha no ambiente, ela faz parte de um conjunto, como elemento que liga tudo
e no qual todos se conectam para a vida. Graças ao avanço do conhecimento e à sensibilização das
pessoas, o enfoque para a gestão da água foi sendo ampliado, passando a abranger as áreas de
captação e incorporando a proteção dos recursos, como o solo, a flora, a fauna, os minerais e o
relevo, elementos estes que influem na produção e na descarga de água. Esta nova forma de
gestão, chamada de gestão por bacias hidrográficas, co-relaciona as atividades naturais e humanas
que influem na qualidade e na preservação dos recursos hídricos em uma determinada região.
A gestão da água
impõe um equilíbrio
entre os imperativos
de sua proteção
e as necessidades
de ordem econômica,
sanitária e social.
42
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Para explorar mais este assunto veja as atividades Quem sou eu neste pedaço, Qual a sua
gota de contribuição e Fazendo chover, do Guia de Atividades.
Uma bacia hidrográfica é uma área de grande superfície, formada por um conjunto de terras, por
onde corre um rio principal e seus afluentes, incluindo cabeceiras ou nascentes, divisores de
água, cursos d´água principais, afluentes, subafluentes, entre outros. Geralmente a água escoa
dos pontos mais altos para os mais baixos e a formação da bacia acontece pelo desgaste que a
água realiza no relevo de determinada área, podendo resultar em diversas formas: vales – depres-
sões nas montanhas, planícies mais ou menos largas, maior ou menor quantidade de nascentes.
O CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hídricos e a ANA – Agência Nacional de Águas propu-
seram a definição de 12 principais regiões hidrográficas brasileiras. Olhando o mapa, localize
de qual região hidrográfica você faz parte e pode atuar?
As 12 Regiões
Hidrográficas Brasileiras
Amazonas
Tocantins-Araguaia
Atlântico NE Ocidental
Parnaíba
Atlântico NE Oriental
São Francisco
Atlântico Leste
Atlântico Sudeste
Paraná
Paraguai
Uruguai
Atlântico Sul
É importante saber que a adoção de bacia hidrográfica, como unidade de gestão dos recursos
hídricos,, define um espaço geográfico de atuação que ajuda a promover o planejamento regional,
controlar o aproveitamento dos usos da água na região, a proteger e conservar as fontes de
captação nas partes altas da bacia e discutir com diferentes pessoas e setores as soluções para
os conflitos. Vale destacar também que a Bacia Hidrográfica está relacionada ao espaço físico e
não político, ou seja, geralmente ultrapassa a fronteira dos municípios, Estados e, mesmo, países.
43
7 Águas sem fronteiras: a gestão depende de cada um
A utilização da água
implica respeito à lei.
Sua proteção constitui
uma obrigação jurídica
para todo homem
ou grupo social que
a utiliza. Esta questão
não deve ser ignorada
nem pelo homem
nem pelo Estado.
Fonte: www.mma.gov.br
No Ministério do Meio Ambiente, a coordenação geral dos recursos hídricos encontra-se dividida em 3
estruturas:
SRH - Secretaria Nacional de Recursos Hídricos: responsável por formular a Política Nacional de Recur-
sos Hídricos, integrando a gestão da água com a gestão ambiental do País. A Política Nacional trata do
conjunto de intenções, decisões, recomendações e determinações do governo, considerando o aproveita-
mento múltiplo, o controle e a conservação dos recursos hídricos. Ela se concretiza por meio de planos e
programas governamentais, cabendo a cada Estado ou município elaborar seus planos específicos.Em
2005, o Plano Nacional de Recursos Hídricos, que definirá as estratégias de conservação e gestão das
águas nos próximos vinte anos, começou a ser elaborado.
ANA - Agência Nacional de Águas:: responsável pela execução e implementação Política Nacional de
Recursos Hídricos e pela implementação do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, disciplinando a
utilização dos rios, mediando conflitos e fiscalizando a utilização dos recursos hídricos no país, de forma
a evitar a poluição e o desperdício para garantir a boa qualidade da água.
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos:: é composto por representantes dos Ministérios e
Secretarias da Presidência da República, dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de organiza-
ções civis e dos usuários dos setores da agricultura, das indústrias, das concessionárias de energia
elétrica, da pesca, do lazer e turismo, da prestação de serviço público de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, e das hidrovias. Ele promove a articulação entre os planejamentos nacional, regi-
onais, estaduais e dos setores usuários, acompanha a execução do Plano Nacional dos Recursos Hídricos
e determina as providências para o cumprimento de suas metas por meio de Resoluções e Moções.
Antes da nova Lei das Águas no Brasil, instituída em 1997, os Comitês de Bacia eram fóruns de discus-
são dos problemas ligados aos recursos hídricos. Com a proposta de cobrança do uso da água prevista
44
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Hoje não existe mais razão para ficar parado, só cobrando mais atuação dos governantes. É por
meio dos Comitês de Bacia que a sociedade pode dar sua contribuição para conservar e usar as
águas da sua região. Eles são verdadeiras assembléias nas quais é possível deliberar e articular
a atuação das entidades locais na resolução dos conflitos existentes na Bacia. Os Comitês são
compostos por vários representantes que partilham o uso da água: a União, no caso dos rios
federais, ou seja, que atravessam mais de um estado, os Estados, os municípios situados na
Bacia, usuários das águas, entidades civis (ONGs, Universidades, Associações entre outras) que
atuam na área.
45
7 Águas sem fronteiras: a gestão depende de cada um
Compete à União e aos Estados legislar sobre as águas e organizar, a partir das bacias hidrográficas,
um sistema de administração de recursos hídricos que atenda as necessidades regionais. Cada
Constituição Estadual precisa tratar de políticas, diretrizes e critérios de gerenciamento de recur-
sos hídricos, ficando subordinada à legislação federal sobre as águas e o meio ambiente.
A nova lei definiu as bacias hidrográficas como unidades de planejamento para a gestão das
águas, estabelecendo que os Comitês de Bacias Hidrográficas, contando com a participação dos
usuários, das prefeituras, da sociedade civil organizada e dos demais níveis do governo (estaduais
e federal), devem tratar de seus conflitos em cada região.
Como a gestão deixou de ser centralizada, o Estado abre mão de uma parte de seus poderes e
compartilha, junto com os diversos segmentos da sociedade, uma participação ativa nas deci-
sões e na gestão das águas. O Poder Público, a sociedade civil organizada e os usuários da
água, que certamente conhecem os conflitos, integram os Comitês e atuam, em conjunto, na
busca de melhores soluções para sua realidade.
Pela legislação atual, a forma de atuação direta da sociedade ocorre com a sua participação no
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, nos Comitês de Bacia Hidrográfica e nos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos. A lei define ainda que as Agências de Bacia e os Comitês de
Bacia operacionalizam a cobrança pelo uso da água, sendo os recursos arrecadados destinados
a financiar os investimentos, conforme as prioridades decididas pelos Comitês de Bacia.
46
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Cobrança da água traz a idéia de mais uma despesa a pagar entre tantas outras que já temos,
incluindo a conta d´água. Então, por que cobrar a água? É preciso entender, em primeiro lugar que
o que se tem cobrado, hoje, não é o uso, mas o serviço de captação, tratamento e distribuição da
água. Segundo, que sem a cobrança, quem se beneficia são aqueles que usam mal ou poluem as
águas, prejudicando a todos sem ter que responder por isso. A principal razão é que usamos a
água como um bem infinito, não reconhecendo que ela tem um valor econômico e que este recurso
se tornará muito caro para as futuras gerações. Agindo desta maneira, estamos pensando no hoje,
mas não no amanhã.
Quem usa muito ou polui a água, hoje divide o custo com toda a sociedade que paga, de forma
injusta, por tal atitude. O mesmo ocorre com o tratamento dos resíduos sólidos. A cobrança tem
como objetivo regular essa situação desigual e ser uma poupança para o futuro. É uma tentativa
de reverter o processo de degradação das águas por meio de um instrumento que possa ser
também educativo, no qual aprende-se que poluir sai mais caro do que prevenir.
Quando todos os usuários perceberem o valor da água, incluindo os gastos necessários para
obter água potável e tratar o que poluem, ficarão motivados a melhorar seu uso, evitando a degra-
dação e o desperdício de milhões de gotas que escoam pelos ralos todos os dias.
Já existe um certo consenso de que aqueles que captam a água da natureza para fins econômicos
ou a devolvem em forma de esgoto deverão pagar. É o conceito do usuário-pagador e do poluidor-
pagador. Estão incluídos neste grupo não só os setores industriais e agropecuários, mas também as
companhias de abastecimento de água públicas, mistas ou privadas. Mesmo pagando pelo uso da
água, os responsáveis pelo lançamento de poluentes e esgotos deverão cumprir as normas e pa-
drões legais para o controle de poluição das águas. Discussões, nos comitês, indicam que empre-
sas e agricultores que devolverem a água limpa aos rios poderão obter redução no valor da taxa.
47
7 Águas sem fronteiras: a gestão depende de cada um
Se todos somos
co-responsáveis pelo
desenvolvimento
e qualidade de vida,
podemos colaborar e
até mesmo influenciar
as tomadas de decisão
para que os recursos
arrecadados com
a cobrança sejam
direcionados para
reduzir as
desigualdades sociais
do país tais como:
melhorar o acesso
e qualidade de água
para todos; investir
nos métodos de
conservação da água,
incluindo a proteção
das florestas para
o controle do regime
hídrico regional;
priorizar, investir
e retomar as A cobrança pelo uso da água já vem sendo aplicada em algu-
esquecidas obras de mas bacias hidrográficas. Na região Sudeste, o CEIVAP –
saneamento básico, Comitê para a Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba
entre outros. Mais um do Sul já iniciou a cobrança. Os usuários dos empreendi-
motivo para que mentos instalados na bacia tiveram que declarar à ANA –
o sistema de cobrança Agência Nacional de Águas a quantidade de água que cap-
seja concebido com tam, consomem e devolvem aos rios sob a forma de efluentes,
a participação de todas em metros cúbicos por mês. No “exercício de cobrança”,
as partes envolvidas, promovido pelo Consórcio dos rios Piracicaba, Capivari e
discutindo a definição Jundiaí, no Estado de São Paulo, por exemplo, os consorci-
do modelo de ados pagam R$ 0,01 por m3, de forma voluntária.
cobrança. Conforme
orientações legais, A grande discussão é o valor da cobrança para o consu-
a fixação das tarifas em midor residencial. Neste caso, o cálculo do valor não é
cada região da bacia fácil. Os gráficos dos capítulos De Bem com a Vida
hidrográfica deverá demonstram a situação do abastecimento de água e da
considerar o tipo de rede coletora de esgotos no Brasil. Como cobrar de brasi-
uso, a disponibilidade leiros excluídos destes direitos ? No mínimo, a cobrança
hídrica do local, deve ser socialmente justa e incluir meios de proteger a
as obras hidráulicas, população empobrecida. Hoje, o consumo abaixo de de-
a vazão captada terminado valor, por mês, é isento pelas Companhias de
e o seu regime de Abastecimento de Água e de Esgoto, como forma de ga-
variação, o consumo rantir que as pessoas menos favorecidas tenham acesso
efetivo e a finalidade à água de boa qualidade.
do consumo.
48
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
O papel de cada um
O papel do Estado: com a Constituição de 1988 e a nova Lei das Águas (no
9.433/97), cabe ao Estado definir diretrizes e apoiar técnica, administrativa e
financeiramente a gestão dos recursos hídricos, por meio da Secretaria Naci-
onal de Recursos Hídricos e da ANA – Agência Nacional de Águas.
49
8 Janelas do futuro
Este capítulo pode colaborar com o desenvolvimento das atividades Faça uma Gota Feliz,
Grupos de Ação: Faça Parte desta Turma, Mutirão: Com as Mãos na Massa e Caia nesta Rede,
do Guia de Atividades
Atividades.
ETA
Muitas vezes, a água bruta, captada dos mananciais, tem gosto ruim, cor escura, odor ou partícu-
las, além de não ser totalmente potável. Seu destino será uma ETA -Estação de Tratamento de
Água, onde passará por vários processos: remoção do material grosseiro (pedras, folhas e ga-
lhos), clarificação, filtragem e desinfecção, que matará os microorganismos causadores de doen-
ças. A água, transformada em potável, é, então, armazenada em reservatórios e depois distribu-
ída por meio de redes de distribuição. Quem pensa que hoje já paga pela quantidade de água que
consome se engana. O valor cobrado em nossas contas mensais corresponde, por enquanto,
somente ao custo necessário para captar, tratar e distribuir a água que recebemos em casa.
50
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
ETE
Sanitário seco
Fotos: SABESP. Odair M. Faria
não seja a água. Os famosos lixões – áreas onde o lixo é jogado a céu aberto – não ofere-
cem nenhuma segurança. Os aterros sanitários são o locais mais indicados para receber
o lixo e devem observar, em sua construção e localização, os recursos hídricos existentes
como os mananciais subterrâneos e superficiais.
O solo do aterro deve ter uma base devidamente compactada e impermeabilizada pela
própria argila ou mantas de polietileno – um tipo de plástico, prevendo os caminhos ade-
quados para a saída do chorume – líquido gerado pela decomposição do lixo e um dos
principais poluentes da água - e as formas de tratá-lo. Os gases gerados no aterro deverão
ser coletados pelas tubulações e ter um destino adequado para não poluir o ar. A cobertura
com terra a cada disposição de camadas de lixo, o gerenciamento do posicionamento das
células de lixo, coordenado com as movimentações de caminhões e pás carregadeiras,
juntamente com todas as medidas ambientais já citadas, garantem a eficácia do aterro.
Tanto trabalho só poderá ser eficiente, se houver lugar para implantarmos novos aterros, quando
os antigos não tiverem mais espaço para o lixo. Voltamos ao início da questão: há espaços e
locais adequados para tanto lixo? Seria bom refletir sobre como está a situação da sua região e
começar a pensar em ações, num ciclo integrado de gerenciamento do lixo.
A água da máquina de lavar roupa ou do tanque, que já contém detergente, pode ser reutilizada
para lavar a rua, a calçada, o banheiro. Ou, ainda, um equipamento pode ser instalado para
captar a água da chuva e reaproveitá-la para atividades domésticas. O PURA – Programa de
Uso Racional da Água, da SABESP/SP, desenvolve ações para Redução de Perdas, Reuso
e Uso Racional da Água, além de oferecer dicas práticas de economia, e combate ao
desperdício. Algumas indústrias já adotam tecnologias para a recirculação e reuso da água,
diminuindo o consumo anual.
53
8 Janelas do futuro
No Brasil, o projeto Um Milhão de Cisternas Rurais – P1MC, promovido pela ASA – Articulação no
Semi-Árido Brasileiro e pela ANA – Agência Nacional de Águas, envolvendo cerca de 800 entida-
des, busca superar as carências de água potável de um milhão de famílias rurais no semi-árido do
Nordeste a partir da construção de cisternas, que são pequenos reservatórios de água, protegidos
contra a entrada de animais e sujeira, e que procuram manter a temperatura e a qualidade da água.
A água da chuva captada de calhas e tubulações do telhado, da varanda ou de uma laje é
armazenada e passa por um processo de decantação e filtragem no qual folhas e outras impure-
zas mais grosseiras são separadas. A manutenção é simples, mas exige disciplina. As áreas de
captação têm que ser limpas; as calhas têm que ser mantidas em boas condições; a água não
pode ser retirada com baldes colocados no chão para evitar contaminação. As cisternas têm que
ficar cobertas para evitar dengue e a água usada para algumas atividades necessita ser fervida,
entre outras medidas.
Em cerca de 90% dos casos, a quantidade de água armazenada vinda de um telhado abastece, nos
períodos críticos de seca, quem mora debaixo dele. Outros sistemas de captação da água da chuva
superficial e no subsolo, como caldeirões, caxios e cacimbas, aproveitam o subsolo cristalino de
grande parte da região semi-árida do Nordeste. Fontes de água como estas contribuem para au-
mentar a produção e diminuir o êxodo rural, mas é necessário que estas tecnologias alternativas
sejam aceitas e haja vontade política para implementá-las. Ongs, trabalhadores e comunidades
precisam mobilizar os governantes para construir um modelo de desenvolvimento sustentável ade-
quado para suas regiões, sem ilusões de grandes projetos de irrigação.
Dessalinização da água
Existem várias tecnologias para retirar o sal da água do mar, como a osmose reversa e a técnica
desenvolvida pelo cientista francês Laurent Pannier, que segue o princípio da simbiose. Esta
última faz evaporar a água do mar a altas temperaturas. O vapor resultante fica livre do sal, das
impurezas e dos micróbios. Resfriado por um choque térmico, o vapor é rapidamente recuperado
e a água fica com pureza e qualidade semelhantes às da água da chuva. Em Dubai, cidade dos
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ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Biorremediação
www.ecocentro.org
Crescendo nas margens dos cursos d´água, as matas ciliares têm um papel
fundamental para conservação dos rios. Elas evitam a erosão e mantêm a
água livre de sedimentos e de lixo; ajudam a regularizar os fluxos d´água;
garantem certa estabilidade na temperatura da água por meio do
sombreamento; barram pragas e doenças agrícolas; além de fornecerem
abrigo, alimento e água para muitas espécies de seres vivos. Recompor Ecossistema vivo
estas matas é muito importante, mas requer grande investimento em reflores-
tamento. Além da recuperação das matas ciliares é importante desenvolver o
manejo integrado de águas e florestas como uma política pública. Por isso, o
WWF-Brasil e diversos parceiros desenvolveram o Projeto Águas e Florestas,
que teve por objetivo mostrar o papel das florestas na conservação da bacia
hidrográfica. Para tanto, buscou integrar e implementar programas e ativida-
des de instituições públicas e privadas voltadas para a recuperação de águas
e florestas na Bacia do Paraíba do Sul, contribuindo para a gestão dos seus
recursos naturais, promovendo a conservação da biodiversidade e o desen-
volvimento regional sustentável. O Paraíba do Sul foi escolhido por ser uma
bacia prioritária e deverá ser exemplo para outras no Brasil.
Para que essa iniciativa ganhe escala e se torne uma política pública, foi
apresentado ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos, um documen-
to que propõe a criação de uma Resolução com diretrizes aos comitês
de bacias para integração das políticas e ações de gerenciamento e
manejo de recursos hídricos e florestais. Para atender e promover os
usos múltiplos da água é preciso garantir a saúde dos ecossistemas de
água doce. Assim,a adoção dessas medidas constituirá significativo
avanço para a conservação ambiental.
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8 Janelas do futuro
www.ecocentro.org
Aquecedor solar de baixo custo
56
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Para elaborar um plano de gestão de uma determinada área é preciso considerar o local
como um sistema integrado e não isolado. Ao analisar uma região litorânea, por exemplo,
não há como separar a terra do mar, o mangue da praia, os rios de água doce da água
salgada, as atividades comerciais das atividades de populações tradicionais. Também é
preciso planejar a utilização dos recursos naturais de maneira eficiente e renovável; desenvol-
ver técnicas de manejo que permitam manter a dependência estratégica que a água e
biodiversidade possuem; valorizar a identidade social e ambiental local, entre outros aspec-
tos. Um plano de manejo adequado para o litoral deve considerar o sistema como um todo e,
portanto, planejá-lo deve ser um trabalho conjunto que envolva pescadores, agentes de turis-
mo, indústrias, agricultores, governantes, associações de moradores, a fim de discutir para
cada ambiente atividades e medidas mais indicadas para a conservação local, como a pesca
periódica e monitorada ou o turismo controlado.
57
9 Ciranda d’água
A capacidade do ser humano de criar e inventar contribuiu para mu-
dar e enriquecer a história da humanidade. Das invenções, a roda
d´água acabou se transformando numa grande ferramenta para abas-
tecimento, irrigação e geração de energia. Movendo moinhos para
transformar a mandioca em farinha, bombeando água nos engenhos
de café, ela atravessou a história e está presente até hoje na vida de
muitos brasileiros, pessoas que continuam a ver a água movimentar-
se em rodamoinhos, subir e descer pelas engrenagens, borbulhar,
bombear, bater e fazer a roda girar.
A água é a seiva de
nosso planeta. A água conquista pela sua inquietação de não ficar parada, de sempre
Ela é condição ter algum lugar para ir, de poder ser vista em todos os lugares e formas
essencial de vida possíveis. Consegue, de um jeito mágico, transformar-se a si mesma
de todo vegetal, em todas as coisas e transforma todas as coisas em si mesma. Indo de
animal ou ser um lado para outro, doce ou salgada, circula no Planeta, encontrando,
humano. Sem ela em cada lugar, pessoas com um jeito diferente de ser. A visão da água
não poderíamos pode mudar conforme o conhecimento, a cultura, o modo de vida ou as
raízes de cada um. É como se tivesse várias faces, dependendo de
conceber como são
quem a vê. Agora mesmo, você e tantas outras pessoas podem estar
a atmosfera, o clima, pensando na água de uma forma diferente da nossa.
a vegetação, a cultura
ou a agricultura. Alguns retratam a água do ponto de vista biológico, como fonte de vida
e solvente universal, elemento fundamental da fotossíntese, respiração,
Artigo 2 da Declaração Universal digestão, circulação, regulagem térmica e reprodução, responsável pelo
dos Direitos da Água
transporte, absorção de nutrientes e eliminação de resíduos.
58
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
A roda muda de sentido e o mesmo acontece com a gente. Abrin- Pedra e Areia
do o nosso universo de inspirações, a cada descoberta que fizer- Lenine e Dudu Falcão
mos, poderemos obter um novo olhar sobre a água:
Olha! Que brisa é essa,
...percebendo que entre tantos brasileiros muitos são pescado- Que atravessa a imensidão do mar?
res, jangadeiros, ribeirinhos, pantaneiros, lavadeiras, portuários, Rezo, paguei promessa
surfistas, barqueiros, velejadores, remadores, nadadores. Como E fui a pé daqui até Dakar.
a água é companheira inseparável, vivem a vida e o ritmo da Praia, pedra e areia,
Boto e sereia, os olhos de Iemanjá
água. Para os pantaneiros que se distanciam dos entremeios dos
Água! Mágoa do mundo,
rios, a alimentação, o lazer e até mesmo o imaginário começam a
Por um segundo
se empobrecer. A mudança na relação simbólica e nos benefícios Achei que estava lá.
que a água traz no dia-a-dia também é refletida nos ribeirinhos Olha! Que luz é essa,
transferidos para outras áreas. Eles demonstram a relação vivida Que abre um caminho
com o rio como meio de sustento, mas também com uma noção Pelo chão do mar.
estética do ambiente e de sentido para a vida. Longe do rio, eles Lua, onde começa,
se sentem longe da natureza e de si próprios; Onde termina o tempo de sonhar?
“Eu tava na beira da praia
...encontrando apelidos para nossos córregos e rios, como cari- Ouvindo as pancadas
nhosamente já chamamos de “Velho Chico” o rio São Francisco; Das ondas do mar”.
59
9 Ciranda d’água
Águas d
Tom Jo
e Março
Água bim
Arrigo Barnabé e Arnaldo Antunes
É pau, é
pedra,
É um re é
Da nuvem até o chão, sto de to o fim do camin
Do chão até o bueiro, É um ca co, é um ho
co de vid po
Do bueiro até o rio. É a noit ro, é a v uco sozinho
e, é a m ida, é o
São as or so
Do rio até a cachoeira. águas d te, é o laço é o l
Da cachoeira até a represa. É a prom e março anzol
essa de fechand
vida no oo
Da represa até a caixa d’água. teu cora verão
Da caixa d’água até o cano. ção
Do cano até a torneira.
Da torneira até o filtro
s
Do filtro até o copo. Lagoa dos Pato ça
ga
Do copo até a boca. Kledir Ramil e Fo
Tietes do
Da boca até a barriga. Tie tê
lagoa Almir Sater
Da barriga até a bexiga. Lá no fundo da -Rita Lee
ud ade boa
Da bexiga até a privada. Dorme uma sa
e se u sereno Tietes do T
Da privada até o esgoto. Longe dess ietê
o pe qu en o e vazio ficou Futuristas
Do esgoto até o rio. Coraçã aquarianos
iç as velas
ou
Do rio até outro rio. Sei que a vida gador
Paulistas n
ativos, uni-
s belas sou nave Nosso dest vos!
Do outro rio a outro rio. Mas em noite ino é sobre
Apesar dos viver
Outro rio outro rio. esgotos,
Toda água é a mesma água. Das fábrica
s,
Cada água é uma água só. Dos político
s,
Cada água é uma outra água. Dos escroto
s!
Toda água é mesmo água e só.
60
ÁGUA PARA A VIDA, ÁGUA PARA TODOS
Todo dia
Arnaldo Antunes
61
10 Unindo os pingos d’água
Com tantas informações, dá vontade de sair por aí em busca de uma mudança na realidade.
Por onde andarmos veremos muita coisa, ouviremos muita gente, mas perceberemos que
muito ainda há por fazer. Como não podemos resolver tudo de uma só vez, o melhor é começar
em nosso espaço, em nosso dia-a-dia, como propõe a atividade Fazendo Chover, do Guia
de Atividades.
A questão é que para que a nossa vontade se concretize precisamos da ajuda de outras pesso-
as em torno da mesma causa, unidas pelo mesmo objetivo, num processo de mobilização.
Mais uma vez a água nos serve como exemplo. Quando dois sacos plásticos estão molhados e
se encontram, ficam tão grudados que é difícil separá-los. Isso acontece por causa das propri-
edades das moléculas da água, que, ao se fundirem, dificilmente se soltam. Pessoas podem se
unir como fazem os pingos d´água, com interesses comuns e coletivos, para mudar o que as
incomoda no cotidiano.
A mobilização requer mudanças no modo de ver e sentir o que nos cerca. Cuidar do nosso corpo,
de nossa casa, da água e do planeta não pode ser uma obrigação. O processo deve ser espon-
tâneo e fazer sentido para a pessoa.
Por essa razão, despertar a emoção das pessoas é uma das chaves do sucesso da mobilização.
Para sensibilizá-las, precisamos criar um clima de entusiasmo a partir de técnicas lúdicas, desper-
tando sonhos, sentimentos, reflexões e conhecimentos sobre a realidade das coisas à sua volta.
O Guia de Atividades pode nos auxiliar nesta etapa.
Cuidar adequadamente das águas não deve ser apenas um fim, mas sobretudo um meio de
vivermos num mundo melhor. A água merece ser tratada com a mesma emoção que envolve as
pessoas a cuidar, de modo espontâneo, generoso e atencioso, dos seres que mais amam na vida.
Juntamente com a sensibilização, precisamos estabelecer uma boa comunicação com o público a
ser mobilizado. Mobilizar para quem? Mobilizar para quê?
Comunicar os objetivos do que se deseja, de um jeito atraente e fácil, contribui para o engajamento
das pessoas. Algumas sugestões podem auxiliar este processo:
Fonte:
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/
63
10 Unindo os pingos d’água
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www.cirandadoamor.com (Rede Paulista de Educação Ambiental)
(Dança Regional Ciranda do Amor – folclore, músicas, jogos) www.recursoshidricos.sp.gov.br
www.cnrh-srh.gov.br (Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento)
(Conselho Nacional de Recursos Hídricos) www.rededasaguas.org.br
www.comiteitajai.org.br (Rede das Águas. Informações sobre água)
(Comitê do Itajaí) www.renovacao.com.br
www.comitepsm.sp.gov.br (Colégio Renovação – absoluto em educação. Projetos pedagógicos sobre água)
(Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul) www.riolagos.com.br
www.conservation.org.br (Consórcio Intermunicipal Lagos São João)
(Conservação Internacional do Brasil) www.riosvivos.org.br
www.crea-rj.org.br (Rios Vivos)
(Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do www.rodagua.com.br
Rio de Janeiro) (Projeto Roda D’Água. Programa de educação ambiental integrado aos currículos
www.cunolatina.com.br nacionais do ensino básico)
(Cuno University) www.sabesp.com.br
www.eco21.com.br (Companhia de Abastecimento de Água e Coleta de Esgotos de São Paulo)
(Eco 21 – Revista de Ecologia do Século 21) www.sema.rs.gov.br
www.ecoar.org.br (Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(Instituto Ecoar para Cidadania) do Rio Grande do Sul)
www.ecodata.org.br www.senac.br
(Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação) (Centro de Educação Ambienal do SENAC)
http://educar.sc.usp.br www.sosmatatlantica.org.br
(Programa Educ@ar) (Fundação SOS Mata Atlântica)
www.5elementos.org.br www.supereco.org.br
(Instituto 5 elementos) (Instituto Supereco)
www.epal.pt www.unesco.org
(EPAL - Empresa Portuguesa das Águas Livres) (Unesco)
www.estadao.com.br/ciencia www.uniagua.org.br
(Jornal O Estado de S. Paulo) (Universidade da Água)
www.folhadomeio.com.br www.unilivre.org.br
(Notícias Ambientais) (Universidade Livre do Meio Ambiente)
www.funasa.gov.br www.viaecologica.com.br
(Fundação Nacional da Saúde) (Notícias ambientais)
www.hidro.ufrj.br www.vidagua.org.br
(Laboratório de Hidrologia e Estudos do Meio Ambiente) (Instituto Ambiental Vidágua)
www.ibama.gov.br www.vitaecivilis.org.br
(IBAMA/MMA) (Vitae Civilis – Instituto para o Desenvolvimento,
www.ibge.gov.br Meio Ambiente e Paz)
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) www.waterweb.org
www.idrc.ca (“Water Web Consortium” – Informações sobre a água)
(International Development Research Centre) www.wateryear2003.org
www.iesb.org.br (International Year of Freshwater)
(Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia) www.who.int/en
www.ipam.org.br (OMS - Organização Mundial de Saúde)
(Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) www.wwf.org.br/agua
www.irpaa.org.br (WWF Brasil)
(Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – Convivência www.wwiuma.org.br
com o Semiárido) (Worldwatch Institute)
www.isa.org.br www.ybytucatu.com.br
(Instituto Socioambiental) (Comunicação Biorregional e Comunicação Alternativa)
www.mamiraua.org.br
(Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá)
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Agradecimentos
Às pessoas que nos ajudaram... Michel Rodrigues
Mickela da Silva Souza
Abrahão Malulei Neto Miguel Scarcello
Adilson P. de S. Pereira Monica Riccitelli
Alcides Farias Noé Rafael da Silva
Álvaro Menezes Odair M. Faria
Ana Cristina Ghisleni Odo Primavesi
Ana Rita Pereira Alves Ozório Fonseca
Ana Terra Patrícia Otero
Anderson Falcão Priscila Melleiro Piagentini
Augusto de Araújo Almeida Netto Rebecca Abers
Breno Antonio dos Reis Renata Sanches
Carlos Gonçalves de Oliveira Sobrinho Renato Cunha
Cláudio Serricchio Ricardo Braga
Cristiane Santiago Ricardo Mendonça
Daniela Mendes Roberto Napoleão de Araújo
Demetrios Christofidis Rodrigo Vizeu Amorim
Edgar Montanarim Ronaldo de Luca F. Gonçalves
Edila Ferreira Moura Rosa Maria Formiga
Eduardo Cardoso Rosana Garjulli
Eduardo Teixeira Sandra Bittencourt
Émerson Espíndula Ségio Augusto Ribeiro
Fátima Ferreira da Silva Sérgio Colares
Francisca Britto Solimar Mendonça
Francisco Ribeiro Corrêa Stefane Henrique Monteiro dos Santos
Glodovir Augusto Zolet Sylvia Leitão
Guilherme Tavares Tânia Dias
Helena Alves Terezinha Onofre
Heloísa Dias Terezinha Silva
Henrique Pinheiro Thaumaturgo Peres
Ildisneya Velasco Dambros Ubirajara Santos
Inácio Amorim Valdaglênia Farias
Ivan Gonçalves Vânia Teixeira
Jânio Fagundes Borges Vera Rodrigues
João Batista Padilha Fernandes Virgínia Calaes Arbex
João Gonçalves
João Lúcio Farias de Oliveira Às instituições que contribuíram
Jorge Mendes
José Aldimiro Marques 5 Elementos - Instituto de educação e Pesquisa Ambiental
José Luis Lima de Oliveira Agência Nacional da Águas
José Oeiras Águas do Amazonas
Laura de Aquino Palma Associação Mico Leão Dourado
Leandro Ferreira Centro de Educação Ambiental de Guarulhos
Leila Heizer Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul
Leonice Lutufo Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
Lucinda Assis Companhia Energética de São Paulo
Lucio Cadaval Bedê Companhia de Abastecimento e Esgotamento Sanitário de Brasília
Luis Roberto Camargos Dávila Companhia de Abastecimento e Esgotos de Manaus
Luiz Firmino M. Pereira Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará
Luiz Meneses Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
Luiz Paulo de Souza Pinto Companhia de Saneamento da Capital
Magali Medeiros Companhia de Saneamento de Minas Gerais
Manfredo Pires Companhia de Saneamento do Acre
Manoel Imbiriba Junior Companhia de Saneamento do Paraná
Marcelo Cavalcanti Companhia de Saneamento do Tocantins
Marcelo Moris Companhia Espírito Santense de Saneamento
Marcia Hirota Companhia Estadual de Águas e Esgotos
Márcio Borcosky Companhia Pernambucana de Saneamento
Márcio Borges Niemeyer Conservação Internacional do Brasil
Marcos André Lima da Cunha Consórcio dos Rios Santa Maria da Vitória e Jucu
Maria Josete Brasil Lopes Barros Departamento de Águas e Energia Elétrica
Maria Tavares Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre (RS)
Mariana Ramos Empresa Baiana de Águas e Saneamento
Mario Barroso Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Mario Borges Niemeyer Fotolab
Marlene Fugiwara Fundação Nacional de Saúde
Marlene Teixeira da Silva Instituto de Meio Ambiente do Acre
Marly de Oliveira Bonelli Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado - IPEC
Masaru Emoto Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás
Mauro Ricardo Machado Costa Secretaria Nacional de Recursos Hídricos
Michael Becker Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém
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