Tese Eliseu Versao Final
Tese Eliseu Versao Final
Tese Eliseu Versao Final
Dissertação de Mestrado
em Contabilidade e Finanças
Porto – 2017
Porto – 2017
O processo de Bolonha, também ele um indutor de mudança, colocou novos desafios aos
Docentes e Discentes, pois o número de horas de contacto decresceu e com isso a
necessidade de trabalho fora de aulas por parte dos alunos também aumentou
substancialmente.
Palavras-chave
ii
Abstract
The constant evolution in our society, the new challenges that have been placed on Higher
Education Institutions (HEIs), the training of more capable students and with more valued
and necessary skills for employers induce the need to look for alternatives that are
complementary to the Traditional teaching methods.
The process of Bologna also an inducer of change posed new challenges to Teachers and
Students, as the number of contact hours decreased and with this the need for out-of-class
work by students also increased substantially.
Teachers were confronted with the need to adapt to change and new teaching methods
emerged. From these teaching methods, which emerged, we will address in the present
research, the method used in the Business Simulation Project (PSE) course of the ISCAP,
as an alternative / complement to the method which is still the only one used in many
countries, in the case of Angola, a country with strong links to Portugal.
The present research aims to highlight and contribute to the improvement of higher
education in accounting and management in the process of reinforcement in the
acquisition of skills that the students of the degrees of the department of economic
sciences and management of the Institute Metropolitan Polytechnic Metropolitan of
Angola (IMETRO), Must have reached the end of their training process.
The main objective of our research is to demonstrate the usefulness of this method of
teaching in an Angolan HEI, the Metropolitan Polytechnic Institute of Angola
(IMETRO).
Key words
iii
Dedicatória
Dedico este trabalho à minha família (Esposa e Filha), e aos meus pais. Em especial à
minha filha, que todas as vezes não tinha resposta para lhe dar a ela sobre esta ausência
de dois anos, em busca de uma formação diferente e acreditar num amanhã melhor para
ela. Gostaria de escrever muito mas guardo a emoção do reencontro.
iv
Agradecimentos
Agradeço a Deus pela proteção ao longo desta jornada, num país distante e diferente, por
colocar no meu caminho pessoas preciosas.
A minha gratidão ao Doutor Rui Bertuzi da Silva, orientador desta dissertação, pela sua
forma de ser desde o nosso primeiro encontro, pelos conselhos e críticas, mas sobretudo
pelo estímulo e ajuda na concretização deste trabalho.
v
Lista de abreviaturas
Sigla Designação
CC – Contabilistas Certificados
UC – Unidade Curricular
vi
Índice
Resumo..............................................................................................................................................ii
Abstract ............................................................................................................................................iii
Dedicatória .......................................................................................................................................iv
Agradecimentos ................................................................................................................................v
Lista de abreviaturas ........................................................................................................................vi
Índice de tabelas ............................................................................................................................... ix
Índice de ilustrações..........................................................................................................................x
Introdução ........................................................................................................................................ 1
Introdução .................................................................................................................................... 2
Enquadramento e justificação do tema ....................................................................................... 2
Apresentação da problemática em estudo ................................................................................... 3
Motivações académicas ............................................................................................................... 4
Pressupostos da investigação....................................................................................................... 6
Objetivos e questões de investigação .......................................................................................... 6
Estrutura do trabalho ................................................................................................................... 7
Capitulo I – Enquadramento Teórico .............................................................................................. 9
1.1 O Ensino Superior da Contabilidade assente na transmissão de competências ................. 11
1.2 As principais metodologias no ensino/aprendizagem da Contabilidade ............................ 13
1.3 As competências e o modelo de ensino .............................................................................. 15
1.4 A caracterização do ensino da contabilidade em Portugal e Angola ................................. 18
1.4.1 O Ensino Superior em Portugal........................................................................................ 18
1.4.2 O Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto................................... 20
1.5 O Ensino Superior em Angola ............................................................................................ 21
1.5.1 O Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola............................................. 23
1.5.2 O Sistema de Graduação e Ensino/Aprendizagem do Imetro ......................................... 25
1.5.3 Síntese ............................................................................................................................... 26
Capitulo II – Novas Abordagens no processo de Ensino Superior da Contabilidade e Gestão
baseada na resolução de problemas ............................................................................................... 27
2.1 As Simulações Empresariais ............................................................................................... 29
2.2 A Simulação Empresarial do ISCAP .................................................................................. 30
2.3 A Organização da unidade curricular de Simulação Empresarial no ISCAP .................... 33
2.4 O Modelo de avaliação em Simulação Empresarial no ISCAP ......................................... 35
2.5 Síntese .................................................................................................................................. 37
vii
Capitulo III – Metodologia ............................................................................................................ 38
3.1 Enquadramento metodológico............................................................................................. 39
3.2 Pressupostos e questões de investigação............................................................................. 39
3.3 Métodos e técnicas de recolha de informações ................................................................... 41
3.4 Metodologia qualitativa ....................................................................................................... 41
3.5 Metodologia quantitativa ..................................................................................................... 43
3.6 Análise documental ............................................................................................................. 44
3.7 Estudo de caso ..................................................................................................................... 44
3.8 Caracterização da população e da amostra ......................................................................... 45
3.9 Síntese .................................................................................................................................. 48
Capítulo IV – Apresentação e análise dos resultados ................................................................... 49
4.1Análise dos dados ................................................................................................................. 50
4.1.1. Competências intelectuais ............................................................................................... 51
4.1.2. Competências interpessoais............................................................................................. 57
4.1.3 Competências de comunicação ........................................................................................ 62
4.1.4 Competências ao nível do conhecimento geral do negócio e o da compreensão do
sistema de informação de apoio à decisão ................................................................................ 66
4.1.5 Competências comportamentais e éticas desenvolvidas nas unidades curriculares de
Projeto de Simulação Empresarial ............................................................................................ 72
4.1.6 Análise à primeira questão aberta específica ao questionário do ISCAP ....................... 77
4.1.7 Análise à primeira questão aberta específica ao questionário do IMETRO ................... 78
4.2 Modelo de avaliação ............................................................................................................ 79
4.3 Metodologia tradicional versus Metodologia adotada em PSE.......................................... 80
4.4 Síntese .................................................................................................................................. 82
Capitulo V – Conclusão ................................................................................................................. 83
5.1 Limitações do estudo ........................................................................................................... 86
5.2 Contribuições do estudo ...................................................................................................... 86
5.3 Recomendações para projetos futuros de investigação ...................................................... 87
Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 88
Apêndices ......................................................................................................................................... 1
viii
Índice de tabelas
ix
Índice de ilustrações
Ilustração 1 - Mercado em Simulação Empresarial no ISCAP .................................................... 34
Ilustração 2 - Caracterização da amostra dos alunos do ISCAP................................................... 50
Ilustração 3 – Caracterização da amostra dos alunos do IMETRO .............................................. 51
Ilustração 4 - Capacidade de Investigação .................................................................................... 52
Ilustração 5 - Capacidade de análise crítica .................................................................................. 53
Ilustração 6 - Capacidade para identificação e resolução de problemas ...................................... 54
Ilustração 7 - Capacidade de síntese para tomada de decisão ...................................................... 55
Ilustração 8 - Capacidade de gerar novas ideias (Criatividade) ................................................... 56
Ilustração 9 - Capacidade de aprendizagem e atualização de conhecimentos ............................. 56
Ilustração 10 - Respeito pelas hierarquias ..................................................................................... 57
Ilustração 11 - Aptidão para trabalhar com outros........................................................................ 58
Ilustração 12 - Capacidade de organização do trabalho ............................................................... 59
Ilustração 13 - Capacidade para delegar tarefas............................................................................ 60
Ilustração 14 - Capacidade de desenvolvimento de competências de liderança .......................... 60
Ilustração 15 - Capacidade de gestão de conflitos entre os colegas de grupo.............................. 61
Ilustração 16 - Aptidão para apresentar, discutir e defender os seus pontos de vistas ................ 62
Ilustração 17 - Capacidade para procurar, organizar e reportar a informação ............................. 63
Ilustração 18 - Capacidade para comunicar oralmente (a grandes plateias) ................................ 64
Ilustração 19 - Competências de relacionamento e de interação .................................................. 64
Ilustração 20 - Capacidade de motivar o compromisso de todos para alcançar os objetivos da
organização .................................................................................................................................... 65
Ilustração 21 - Capacidades de pesquisar, processar e analisar informações de múltiplas fontes
........................................................................................................................................................ 66
Ilustração 22 - Conhecimento das tarefas internas básicas das organizações .............................. 67
Ilustração 23 - Conhecimento do ambiente das organizações ...................................................... 68
Ilustração 24 - Capacidade de exercício de funções num contexto de globalização ................... 69
Ilustração 25 - Capacidade de desenvolver um negócio em diferentes contextos ....................... 70
Ilustração 26 - Capacidade de reporte no que respeita ao conteúdo, estrutura e conceitos para
apoio à gestão ................................................................................................................................. 70
Ilustração 27 - Compreensão dos sistemas de informação: ao nível de conceitos e princípios de
conceção e utilização ..................................................................................................................... 71
Ilustração 28 - Gestão do Tempo .................................................................................................. 73
Ilustração 29 - Cumprimento dos prazos definidos ...................................................................... 74
Ilustração 30 - Trabalho sob pressão ............................................................................................. 75
Ilustração 31 - Respeito pelas opiniões dos colegas de trabalho .................................................. 75
Ilustração 32 - Ética na profissão .................................................................................................. 76
Ilustração 33 - Ética no relacionamento com os outros ................................................................ 77
Ilustração34 – Respostas à primeira questão aberta colocada aos alunos no IMETRO .............. 78
x
Introdução
1
Introdução
Neste ponto, procede-se à apresentação da visão geral do trabalho começando pelo
enquadramento e a justificação do tema, e a apresentação de objetivos, questões de
investigação, a metodologia de investigação utilizada e por último à estrutura da
dissertação.
Este estudo tem como objeto a análise às metodologias pedagógicas utilizadas nas
unidades curriculares de Projeto de Simulação Empresarial (PSE) I e II, que se substituem
ao estágio profissional e que pretendem dotar os estudantes de competências que lhes
confiram a necessária técnica e prática ao desempenho das suas funções ao nível
profissional, tal como acontece com os estudantes do curso superior de ciências
económicas e de gestão do IMETRO.
Assim, resolvemos estudar o modelo adotado em PSE, com objetivo de analisar o seu
potencial como complemento do modelo tradicional adotado no IMETRO, ao nível do
reforço das competências dos futuros profissionais.
2
A unidade curricular que é o objeto de estudo apresenta-se como uma solução para a
problemática de “formar verdadeiras competências” e responde a um dos pilares
educacionais propostos a nível global o “aprender a aprender”, Silva (2016) Bastos
(2011),Sá (2016),Arantes (2009).
Estas unidades curriculares continuam a ser uma resposta às necessidades dos alunos e
dos empregadores, estando em permanente atualização para serem uma mais-valia no
currículo dos alunos que optem pela sua frequência.
3
Vesco (2000) defende que devem ser as IES, que são os principais centros de formação
de profissionais, a ter a preocupação de manter a sua formação curricular em contínua
sintonia com as reais necessidades do mercado de trabalho.
Arantes (2009) por sua vez argumenta que o professor terá que deixar de ser mero
reprodutor de ideias e terá que conduzir os estudantes num processo formativo em que
lhes é dada mais autonomia e exigida maior capacidade criativa e crítica.
O presente trabalho justifica-se por ser um tema muito importante que merece uma
reflexão ao nível das IES em Angola, uma vez que não existem pesquisas aprofundadas
sobre este tema em Angola.
Motivações académicas
A evolução constante da sociedade, os novos desafios que têm vindo a ser colocados nas
IES, para a formação de estudantes capazes e com competências, nos últimos anos no
ensino dos cursos das ciências económicas e de gestão em Angola, são as bases da
motivação da presente investigação.
4
Desde os anos de 2002 que o país vai tendo a necessidade de ter quadros qualificados e
capazes para o crescimento e desenvolvimento de Angola, algo que ainda precisa
melhorar com a qualidade do ensino superior, a utilização de metodologias assente no
“saber fazer” e “aprender a aprender” tal como é feito no ISCAP com a inclusão destas
unidades curriculares do Projeto de Simulação Empresarial, chamou a minha atenção no
sentido de desenvolver este tema e sugerir a implementar desta metodologia numa IES
em Angola, em particular no IMETRO para o reforço na aquisição de competências e
obtenção de conhecimento da realidade empresarial.
"um fator interno que dá início, dirige e integra o comportamento de uma pessoa".
Essa perspetiva que relaciona a motivação com uma energia interna é também
defendida por outros teóricos.
5
Com efeito, a motivação é tida como um elemento fundamental no uso de recursos do
individuo, de modo a se alcançar um objetivo.
Pressupostos da investigação
As alterações ocorridas na última década, nomeadamente o processo de Bolonha que
pretendia aproximar os docentes e os discentes, originou a adaptação dos seus planos
curriculares nas diversas IES.
Para dar resposta a esta questão procuraremos aplicar questionários aos estudantes do
ISCAP e IMETRO, bem como entrevistas aos respetivos docentes das duas escolas, aos
primeiros envolvidos nas unidades curriculares de Projeto de Simulação
6
Empresarial.Deste modo, tendo em consideração o objetivo geral de investigação os
objetivos específicos são apresentados resumidamente no quadro abaixo:
Estrutura do trabalho
O presente trabalho será estruturado em cinco capítulos principais. Inicialmente proceder-
se-á à introdução e uma abordagem da visão geral do estudo, descrevendo a justificativa,
a motivação e a importância do estudo, o objetivo geral e os objetivos específicos a
alcançar, o enquadramento metodológico e por fim a estrutura do trabalho.
7
No terceiro capítulo (III) abordaremos sobre a metodologia de investigação utilizada onde
se procederá sobre os pressupostos e questões de investigação, bem como o
enquadramento e a fundamentação das metodologias, o modelo de análise e explicação
das técnicas de recolha e análise de dados aplicados para encontrar as melhores soluções
na obtenção dos resultados.
E por último no capítulo cinco (V) teremos as principais conclusões retiradas dos
resultados obtidos do estudo empírico, bem como as principais limitações do estudo e as
eventuais sugestões para projetos futuros de investigação.
8
Capitulo I – Enquadramento Teórico
9
A Contabilidade tem mudado nos últimos anos em função da evolução da sociedade,
surgindo novas leis, novas obrigações fiscais e alteração dos normativos contabilísticos.
Arantes (2009) citando Kraemer (2005) afirma que o Ensino Superior deve estar adaptado
às exigências atuais onde as oportunidades e os desafios se apresentam em constante
mudança, e desse modo possibilitar que o ensino seja apropriado à realidade atual. Esta
ideia é corroborada por Cosenza (2011) que refere o seguinte:
Atualmente o ensino da contabilidade, tem sofrido várias mudanças causadas pelas novas
diretrizes curriculares e pelas exigências do mercado de trabalho (Hofer et al.,2005).
Para Silva (2016), os novos desafios que têm vindo a ser colocados aos profissionais da
área da contabilidade têm de ser acompanhados pelo aumento das suas competências e
do domínio de outras áreas do saber, que antes não eram necessárias.
Por sua vez Reis et al. (2003) dizem-nos que a contabilidade geral é uma ferramenta que
capacita o aluno para a adquisição de conhecimentos básicos essenciais para
especialização em contabilidade e na aquisição de informações úteis para o exercício da
profissão. Assim, as empresas vão criar expetativas sobre os alunos acerca da capacidade
de aplicação ou de tradução prática dos conhecimentos adquiridos durante a formação
académica.
10
Deste modo é criada a necessidade por parte dos profissionais de contabilidade possuírem
uma diversidade de capacidades incluindo a consciência crítica, criativa, participativa e
formação sólida que permita obter e aprender conteúdos de análise e interpretação da
realidade, criando uma ligação entre a teoria e a prática (IFAC,2003;Pinto et al.,2011)
Nas secções que se seguem iremos abordar teoricamente os conceitos base que sustentam
a presente investigação.
11
Por sua vez, Prugh & Lüthje (2006, citados por Silva e Silva ,2016) mencionam o
fortalecimento do grupo de trabalho como uma competência a ser reforçada.
Segundo Adler & Milne (1997) argumentam que a aprendizagem ativa desenvolve
competências, além da competência técnica, e promove a aprendizagem ao longo da vida.
No entanto Bastos (2011), diz que a definição do que deve ser o contabilista e do que este
deve saber para desempenhar a profissão, de forma cabal, a sua profissão assim que
termina o seu percurso de formação superior, é muito ambígua.
Arantes (2009) citando Burnier (2001) evoca seis princípios fundamentais para a
aquisição de competências:
Sexto - Devem ser planeadas atividades que propiciem a investigação, que deve
estar integrada no ensino/aprendizagem.
Para Silva e Silva (2013) argumentam que algumas organizações a nível do mundo
que têm o objetivo de regulamentar a profissão de contabilidade. Sendo uma das
organizações mais importantes o IFAC.
Esta organização segundo estes autores indicam as diretrizes para a educação dos futuros
profissionais:
1) competências intelectuais;
2) competências técnicas e funcionais;
12
3) competências pessoais;
4) competências interpessoais e de comunicação e competências de gestão;
5) organização e educação.
Para Lin, Xiong e Liu (2005) argumentam que estudos realizados na China evidenciam
que os alunos têm de melhorar a comunicação oral e escrita.
Para Silva (2016) o ambiente dinâmico em que os contabilistas trabalham tem exigido
uma reorientação do ensino da contabilidade, sendo que estas exigências surgem de
diversos utentes da informação financeira que têm necessariamente interesses distintos
na mesma.
Por sua vez, Etxeberria e Pike citado por Silva, Aleixo e Teixeira (2011), afirmam que:
Os autores Silva, Aleixo e Teixeira (2011) referem que tal só é possível com a
participação ativa do estudante no processo de aprendizagem e com o recurso a novas
metodologias de ensino que possam desenvolver todas estas competências de ordem
diversa.
13
Para Albrecht e Sack (2000), chamam a atenção para o facto de os líderes e profissionais
da contabilidade consideram que o ensino, da forma que se encontra estruturado, está
desatualizado e a necessitar, urgentemente de ser remodelado e repensado.
Para Alves et al. (2013) referem que os estudantes têm uma motivação mais elevada
quando frequentam unidades curriculares onde a metodologia de ensino é focada na
aprendizagem.
Para Silva (2006), ensino pautado pela transmissão de conhecimento tem proporcionado
pouca relevância aos alunos, pois estes memorizam os conteúdos o que facilmente pode
ser esquecido e sem a produção de valor para o aprendiz.
14
Assim surgiram autores casos de Hansen (2006) que afirma que devem ser adotadas
metodologias que permitam aos estudantes reforçar competências como: reforço do
pensamento crítico, o trabalho em grupo, a capacidade de análise e comunicação,
aplicação e integração de conhecimentos, análise e resolução de problemas, sem descurar
a melhoria contínua ao longo da vida.
Saber escolher o método a ser utilizado é de fundamental importância para que o aluno
obtenha sucesso.
Assim, Marion (1998) defende que, uma vez que todas as pessoas são diferentes o
professor deve adotar uma metodologia que permita a compreensão de todos os alunos.
Acresce a este facto a necessidade do professor variar os métodos de ensino de acordo
com o conhecimento dos seus alunos.
Por forma a mudar as metodologias tradicionais vão sendo combinadas com o uso de
outros modelos orientados para uma aprendizagem autónoma do estudante, com a
participação do docente como facilitador do processo de ensino (Suárez & Ramos, 2011).
Assim, é preciso que as IES tomem o trabalho como princípio educativo, além de
promover a articulação entre teoria e prática
Segundo os autores Cardoso, Riccio & Albuquerque (2009, p. 366) realçam que:
Para Fleury & Fleury (2004, p. 30), competência pode ser definida como:
15
Le Boterf (1995, p.16) diz-nos que:
Ott, Cunha, Cornachione Jr. & Luca (2011) justificam que as mudanças no mercado
exigem mais qualificação profissional, novas competências e conhecimentos, habilidades
e atitudes a um novo perfil do profissional de contabilidade, que esteja mais preparado
para enfrentar a atual realidade das organizações. As IES vêm-se aproximando
progressivamente do mundo empresarial.
Pires, Ott & Damacena, 2010, defendem que as IES devem formar os seus alunos para
serem profissionais dotados de competências necessárias capazes de suprir as novas
exigências do mercado. Já Ropé & Tanguy (2003) dizem que as IES têm vindo a
aproximar-se do mundo das empresas por meio de todo tipo de cooperação e também via
revisões na forma de pensar e dos conteúdos programáticos, de organizar as suas
metodologias e forma de avaliar.
Por sua vez Schlindwein (2007) realça o papel do moderno técnico da contabilidade, que
precisa desenvolver diferentes competências tais como: iniciativa, coragem, ética, visão
de futuro, negociação, agilidade, segurança para solucionar problemas, dinâmica,
flexibilidade, capacidade de inovar e criar, sobretudo na sua área de atuação.
16
Segundo Ott et al. (2011), a American Institute of Certified Public Accountants (AICPA)
desenvolveu a Core Competency Framework (AICPA, 2010), que propõe um modelo de
competências padrão que devem ser desenvolvidas pelos profissionais. No contexto da
convergência aos padrões internacionais, entre as organizações reguladoras da profissão,
o International Education Standard 3 (IFAC, 2010) também descreveu um conjunto de
competências que os profissionais devem deter. A tabela seguinte resume as
competências definidas por estas duas entidades:
17
Tabela 2 - Competências em âmbito internacional
Competências Descrição
Competências Correspondem às competências técnicas, capacidade de
funcionais execução, análise crítica, avaliação e fornecimento de
American dados, desenvolvimento, análise e implementação de
Institute of sistemas de informação contabilísticos e de controlo de
Certified gestão;
Public Competências São a comunicação, os comportamentos e atitudes que
Accountants Pessoais contribuem para a formação como os indivíduos que se
(AICPA, relacionam com os demais e facilidade de aprendizagem
individual;
Competências São o conhecimento e compreensão sobre o ambiente
2010)
relacionadas aos interno e externo dos negócios e das organizações.
negócios
Os estudantes devem ser preparados para tomar as decisões com base na informação
disponível e apoiados em tecnologias de informação eficazes.
18
O ensino superior português organiza-se num sistema binário, de acordo com o artigo 11º
da Lei de Bases do Sistema Educativo, compreende, o ensino universitário e o ensino
politécnico1:
Bolonha veio alterar as estruturas curriculares no sentido de lhes conferir uma maior
versatilidade de aquisição de saberes parcelares e isolados pelos estudantes (ECTS) e
introduziu também unidades curriculares de índole prática laboratorial ou simulada.
19
mobilidade de cidadãos, bem como a competitividade internacional do ensino superior
europeu.
O ISCAP é uma escola de ensino superior politécnico que tem por missão específica a
formação, a investigação, a criação e difusão da cultura e do saber e a prestação de
serviços na área das ciências empresariais.
O Decreto-Lei n.º 327/ 76, de 6 de Maio. É assim que nasce a atual designação de
Institutos Superiores de Contabilidade e Administração, com o estatuto de “escolas
superiores, dotadas de personalidade jurídica e autonomia administrativa e pedagógica”,
habilitadas a conferir “os graus de bacharelato, licenciatura e doutoramento”.
20
Bacharelato e Estudos Superiores Especializados, graus que a Lei de Bases do Sistema
Educativo qualifica expressamente como próprios do Ensino Superior Politécnico.
Já com novas instalações, inauguradas oficialmente em 1996, o ISCAP recebe nos finais
desta década o Mestrado em Contabilidade e Administração, organizado pela
Universidade do Minho, e em parceria com o Instituto Politécnico do Porto. Apesar de
inauguradas em 1996, a mudança para o novo edifício processa-se um ano antes, em
Novembro.
O ensino superior foi implantado em Angola (então colónia portuguesa) somente no ano
de 1962, com a criação dos Estudos Gerais Universitários de Angola. A Igreja Católica
tinha, porém, criado em 1958 o seu Seminário, com estudos superiores em Luanda e no
Huambo. À criação dos Estudos Gerais Universitários de Angola seguiu-se a criação de
cursos nas cidades de Luanda (medicina, ciências e engenharias), Huambo (agronomia e
veterinária) e Lubango (geografia e pedagogia), Carvalho (2003).
21
“No período colonial, o acesso ao ensino superior destinava-se somente a quem integrava
as camadas superiores da hierarquia social, podendo mesmo dizer-se que, nos primeiros
anos de implantação em Angola, era difícil que alguém pertencente às camadas médias
da hierarquia social tivesse acesso ao ensino superior. O local de nascimento, o local de
residência e a posição social determinavam claramente o acesso a este nível de ensino,
que reproduzia para as gerações seguintes a estratificação social da Angola colonial”
(Nabais e Sánchez,2013).
Para Silva e Mendes (2015) afirmam que a existência da Universidade Agostinho Neto
(UAN) em Angola marcou até ao ano 1992 uma situação de monopólio estatal. Esse
monopólio deixou de vigorar em 1992, com a autorização para a criação da Universidade
Católica de Angola.
22
Atualmente compete ao Ministério do Ensino Superior (MES) de acordo com as diretrizes
do Executivo, a formulação, da Política Nacional para o Subsistema de Ensino Superior,
a coordenação da sua implementação, a conceção e o fomento de programas que visam
assegurar o pleno funcionamento do Subsistema do Ensino Superior.
De acordo com artigo 36.º da lei de bases do sistema de educação o subsistema do ensino
superior prossegue objetivos que visam:
Para Day (2001, p.150), “os sistemas de avaliação são importantes para promover o
desenvolvimento das instituições educativas, encontrando-se implícitos os aspetos
relacionados com os currículos, as necessidades dos alunos, bem como as exigências
políticas quanto ao processo de formação dos cidadãos”.
23
Análise do contexto nacional e identificação dos desafios específicos relacionados com a
educação de nível superior. Nesta fase, um estudo de viabilidade, com base na demanda
nacional por serviços de ensino, bem como uma estratégia de implantação, foram
elaborados para governar o Projeto. Concluiu-se que o período de implantação, de
expansão e consolidação do Projeto académico do IMETRO, à luz das políticas do Estado
e do governo deveria durar numa primeira fase dez anos.
Cabe aqui destacar que a conceção do Projeto coincidirá com a divulgação do novo plano
diretor de expansão e urbanização da cidade de Luanda. Do ponto de vista das
sensibilidades académicas que guiavam os objetivos do Projeto, identificou-se como
desafio para a educação de futuro em Angola o crescimento e organização metropolitana
das nossas cidades, vindo, por isto, a Universidade a designar-se como Instituto Superior
Politécnico Metropolitano de Angola. À então Direção Nacional do Ensino Superior, do
Ministério da Educação de Angola, mais tarde Secretaria de Estado para o Ensino
Superior.
O IMETRO tem como meta inspirar seus estudantes por meio do ensino, bem como criar
uma ótima, excitante e encorajadora atmosfera de aprendizagem.
Ser referência nacional e internacional em termos de serviços de formação; A preferência
dos que privilegiem o conhecimento intelectual e científico, e ambicionam a excelência
e a competência profissional; Ser uma instituição superior indispensável no alargamento
das soluções científicas e tecnológicas necessárias ao desenvolvimento de Angola.
24
desafios nas áreas económica, contabilística, financeira e bancária de um mundo em
plenas mutações que só com a implementação do Projeto de Simulação Empresarial é
possível elencar estas competências aos estudantes do DCEG.
Torna-se imprescindível que os planos curriculares sejam bem definidos para o ensino da
contabilidade, bem como as bibliografias atualizadas e professores qualificados dentre
outros fatores necessários para o ensino de qualidade (Hofer et al.,2005)
Todos os cursos numa determinada área do conhecimento (por exemplo, gestão) possuem
um núcleo curricular comum, constituído pelas disciplinas obrigatórias da licenciatura
correspondente, que compreende 3 a 4 anos de disciplinas obrigatórias (dependendo do
curso), mais um ano de disciplina de especialização (núcleo complementar, com
disciplinas obrigatórias e opcionais), e prática laboratorial.
Deste modo, ao optar por um determinado curso, o estudante do IMETRO tem duas
opções para a escolha da habilitação: Bacharelato, Licenciatura.
25
(especialização, Lato Sensu), promovidos pelo IMETRO, cursando apenas aqueles
módulos muitos específicos.
1.5.3 Síntese
Ao procedermos ao enquadramento teórico, observamos que com a dinâmica e a evolução
do ensino da contabilidade as IES estão adaptando os seus planos curriculares à realidade
empresarial, esforçando-se em utilizar metodologias de ensino voltados para auxílio do
aluno a “aprender a aprender” desenvolvendo assim competências importantes para
execução e crescimento das suas carreiras, destacando-se as simulações empresariais,
cuja utilização de um método ativo de desenvolvimento de competências durante o
processo de ensino e aprendizagem tal como abordaremos no capitulo seguinte.
No entanto das IES estudadas e abordadas, apresentam identidades próprias que detêm
características de organização e funcionamento do ensino superior influenciadas pelas
Leis de cada país.
No próximo capítulo serão descritas as novas abordagens no processo de ensino superior
da contabilidade e da gestão suportados na resolução de problemas.
26
Capitulo II – Novas Abordagens no processo de Ensino Superior da
Contabilidade e Gestão baseada na resolução de problemas
27
As várias transformações que a sociedade vem sofrendo tem originado vários avanços nas
metodologias de ensino nas IES, embora seja ainda frequente a utilização de modelos de
ensino em que o docente ainda é o principal ator com a utilização do método tradicional.
Para Estanqueiro (1992), citado por Silva, Aleixo e Teixeira (2011) um bom processo de
aprendizagem passa por relacionar as matérias novas, com os conhecimentos adquiridos,
até porque, tudo o que é significativo permanece mais tempo na memória e pode ser
recordado com facilidade”.
Segundo os autores Silva, Aleixo e Teixeira (2011) que consideram que são as IES que
têm um papel fundamental nas mudanças dos paradigmas do ensino e da aprendizagem.
Os mesmos autores defendem que (Silva, Aleixo e Teixeira (2011, p. 7):
Para González et al. (2011), o espaço europeu de ensino superior está a impulsionar a
difusão de metodologias de ensino baseadas nas competências.
Assim, as IES, devem transmitir competências que permitam fazer face às exigências da
realidade empresarial atual, através da implementação de novas metodologias de
aprendizagem que passam pela utilização de tecnologias de informação e comunicação.
28
Em países como Portugal e Angola, com fortes ligações culturais entre si, os seus planos
curriculares continuam a assentar no modelo de transmissão de conteúdos onde o docente
ainda é encarado como o detentor do saber e do método de ensino.
2.1 As Simulações Empresariais
Segundo Silva (2016), a investigação em torno das unidades curriculares de simulação
empresarial tem vindo a ser intensificada nos últimos anos, com vários professores,
alunos e investigadores a optarem por esta temática para realizarem os seus estudos.
Para Serra (2004) refere que as unidades curriculares devem incluir, entre outras, soluções
que permitam a auto-aprendizagem, que incentivam a aprendizagem acompanhada, a
aprendizagem em grupo e o uso das novas tecnologias.
Por outro lado, Silva e Silva (2013, p. 11) argumentam que a “Simulação Empresarial
possibilita a prática e o treino da tomada de decisões. Ainda que erradas, as decisões dos
alunos são sempre importantes no processo de aprendizagem e de preparação para o
mundo dos negócios”.
Para os autores o trabalho em equipa é uma das competências que os alunos mais
necessitam de assimilar, pois o mercado de trabalho assim exige.
Os simuladores foram desenvolvidos a partir dos chamados jogos de guerra, sendo o jogo
de xadrez, com quase 3000 anos, o primeiro representante desta modalidade de jogo
(Koller, 1969).
Por sua vez os autores Silva, Aleixo e Teixeira (2013, p. 8) definem simulação
empresarial como:
“As unidades curriculares de simulação empresarial, quebra o tradicional
método expositivo utilizado nas aulas teóricas para a exposição de conceitos e
conteúdos e do método participativo para a reflexão e resolução de exercícios
utilizado nas aulas práticas, para uma metodologia alinhada com a alteração do
paradigma do ensino centrando-se na aprendizagem participativa dos alunos
onde o docente orienta, acompanha e incentiva as atividades desenvolvidas pelos
estudantes”.
29
• Trabalhar fenómenos complexos;
• Trabalhar grandes volumes de informação;
• Trabalhar variadíssimos fenómenos;
• Simular o trabalho em tempo real; e
• Trabalhar a interação entre os alunos.
Para Gold e Pray (1997) as simulações de negócio devem permitir aos estudantes visões
do funcionamento do “mundo real”, pelo que é importante que os programas sejam
estruturados de forma a aprender e desenvolver os elementos essenciais e características
do mundo dos negócios.
Freis (1985) indica que os jogos de empresas são considerados um modelo específico de
simulação, visto que a simulação é uma técnica que pretende adotar modelos
representativos e simplificados da realidade complexa e suas dependências, visando obter
determinados resultados, que seriam inviáveis de serem obtidos no ambiente real.
Arantes (2009) afirma que estas simulações, ao contrário dos modelos de ensino de
carácter teórico, excessivamente expositivos, confrontam o estudante com a necessidade
de tomada de decisão, de pro-ação e de se tornar um elemento chave da sua própria
aprendizagem.
2.2 A Simulação Empresarial do ISCAP3
A funcionar no ISCAP/IPP desde o ano letivo de 2002/2003, a Simulação Empresarial, é
para além de uma unidade curricular, um Projeto cujo sucesso assenta na aplicação de
uma metodologia de ensino inovadora que associa docentes e estudantes, sendo estes,
parte ativa no processo de aprendizagem. Esta unidade curricular, com este modelo de
ensino, a funcionar 14 anos no ISCAP com resultados muito positivos, mas que pode e
devem ser melhorados. Tal como no mundo empresarial, é um processo sempre em
evolução para aproximar o ISCAP das empresas e para ajudar os estudantes a desenvolver
competências que de outra forma dificilmente seriam desenvolvidas.
Esta UC tem uma carga horária de 180 horas, distribuídas por dois semestres (90 horas
por semestre), tal como preconizado no regulamento da OCC e no protocolo estabelecido
entre a OCC e o ISCAP. Inicialmente a SE I enquadrava-se no 2.º semestre do 2.º ano
3Informação adaptada do projeto para estruturação e implementação das unidades curriculares de Simulação
Empresarial (atualmente designadas de Projeto de Simulação Empresarial), Setembro de 2002,ISCAP
30
curricular e a SE II no 1.º semestre do 3.º ano curricular, sendo mais tarde, passaram
ambas, a ser enquadradas no 3.º ano curricular, no 1.º e 2.º semestre, respetivamente.
Este novo enquadramento revela-se mais acertado, uma vez que as UC têm precedências
como sejam, as unidades curriculares de contabilidade e são unidades curriculares de
consolidação e aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo de todo o percurso
académico.
Estas UC utilizam software profissional e meios afetos com caráter de exclusividade tais
como: laboratórios, secretariado próprio e sala de apoio aos alunos fora das sessões
calendarizadas.
31
“No ISCAP-IPP, foram utilizados sistemas de informação integrados, conhecidos
como ERP (Enterprise Resource Planning) possibilitando uma melhor integração
dos alunos em atividades que são desenvolvidas normalmente em empresas de
maior dimensão”.
No entanto estes autores realçam a utilização da tecnologia que é sempre uma mais-valia
no ensino simulado, desde que essa mesma tecnologia seja utilizada como um facilitador
e não como um fim.
O arranque das sessões de PSE são marcadas pela formação das empresas. Os alunos são
agrupados em empresas de três estudantes e distribuídos em turmas de acordo com os
horários disponíveis. Os alunos têm de cumprir o calendário das sessões, que é definido
no início de cada semestre.
32
Para Silva e Silva (2013, p.12) consideram que uma das vantagens da utilização do
calendário real é o de criar rotinas e responsabilidade aos alunos sobre o exercício das
funções no futuro.
Nas UC de PSE pretende-se ainda que os estudantes, futuros profissionais, sejam capazes
de:
• Adquirir/aperfeiçoar capacidades de trabalho em grupo;
• Trabalhar sob pressão;
• Ter capacidade de gestão do tempo e do stress;
• Ativar a capacidade de tomada de decisões de gestão;
• Consolidar atitudes éticas e profissionais;
• Melhorar a comunicação oral e escrita;
• Adquirir conhecimento relativo à utilização de software integrado de gestão
Os autores Silva (2016) & Sá (2016) afirmaram que em Portugal, a oferta deste tipo de
unidades curriculares surgiu nos finais da década de 90, por imposição da Ordem dos
Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), atual Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC)
que em 2003 previa no seu regulamento de inscrição a obrigatoriedade de os candidatos
a contabilistas, para além dos conhecimentos teóricos resultantes do seu curso superior
também deviam adquirir algum conhecimento prático, quer através de estágios ou em
ambiente simulado.
2.3 A Organização da unidade curricular de Simulação Empresarial no ISCAP
A organização desta UC é um aspeto muito relevante neste projeto. Segundo o que
podemos encontrar no sítio do ISCAP o PSE é organizado do seguinte modo:
“A partir de grupos de três alunos, são formadas empresas virtuais, cada uma
integrada numa entre as quatro classes de atividades comerciais mais correntes,
com uma dimensão média correspondendo a um quadro de pessoal de 35
trabalhadores, impondo-se a cada uma a transação de um mínimo de três
mercadorias e um serviço, enquadrados em catálogo de formato eletrónico,
competindo aos formandos a execução de todas as tarefas inerentes à criação das
empresas e à gestão do desenvolvimento da sua atividade”, in sítio do ISCAP:
https://www.iscap.ipp.pt/site/php/s_empresarial.php acedido em 17 de março de
2017.
33
Tabela 3 - Classificação das Empresas em Simulação Empresarial
Aos alunos é incutida desde o início a gestão por processos, características da gestão pela
qualidade, dando aos alunos o contacto com esta lógica fundamental nas empresas
atualmente.
Ao corpo docente, o sucesso da equipa resulta da sua estabilidade, onde a maioria dos
docentes da unidade curricular se mantêm há vários anos
Como síntese apresentamos a seguinte tabela resumo das atividades desenvolvidas nas
UC de PSE:
34
Tabela 4 - Atividades desenvolvidas em Simulação Empresarial
Área da Contabilidade Área da Gestão
Criação de empresas e respetivos registos Realização do plano económico e financeiro
contabilísticos de abertura de atividade anual
Elaboração de documentos tais como: guias de Gestão da tesouraria da empresa, negociando e
remessa, faturas a clientes, notas de encomenda a controlando prazos de recebimento e de
fornecedores e guias de entrada pagamento
Compras de matérias-primas, mercadorias e prestação Avaliação da decisão de investimento e
de serviços e Gestão de stocks Avaliação da decisão de financiamento de médio
e longo prazo
Contratos de trabalho, de seguros de vida, de acidentes Contratação de aplicações financeiras, para
de trabalho, de viaturas rentabilização dos excessos de tesouraria
Fichas de empregado, processamento de salários e Controlo financeiro face ao orçamento inicial
procedimentos referentes à Segurança Social
Classificação dos fluxos para elaboração da Análise económica e financeira no âmbito dos
Demonstração dos Fluxos de Caixa relatórios e contas (intercalar e anual)
Repartição dos custos pelas respetivas funções, para Negociação de instrumentos de financiamento
elaboração da DRF para cobrir défices de tesouraria
Procedimentos fiscais e registo contabilístico dos Contratos de Leasing e de financiamento
diferentes impostos, nomeadamente, IVA, IRC, IRS e bancário a curto (livrança), médio e longo prazo
Imposto de Selo
Aumentos de Capital, Criação de Reservas e Aplicações financeiras em ações e obrigações
Distribuição de lucros
Prestação de Contas e Elaboração do Dossier Fiscal Subscrição de unidades de participação de fundos
de investimento
Apresentação e discussão da situação económica e financeira da empresa, que se realiza na assembleia -
geral de cada empresa para apreciação dos resultados alcançados no exercício económico
Fontes: Caderno de Apoio as Sessões (Guia de Tarefas) 2016-2017 e adaptação dos autores (Silva
(2016), Bastos (2011), Sá (2016), Arantes (2009).
35
✓ Sub-domínios de competência objeto de apreciação: cargas de trabalho;
diversidade de tarefas; volume de documentos por tarefa; oportunidade de
execução das tarefas; comportamentos; nível de conhecimento (relatórios e
apresentação de conclusões); grau de cumprimento de objetivos de gestão da
empresa; qualidade de interpretação, execução e organização;
✓ Natureza: formativa, orientada para ajudar o estudante a aprender;
✓ Base instrumental de suporte: em formato eletrónico;
✓ Personalização do mérito: discriminando a ponderação dos fatores avaliativos
em função da co-responsabilidade de outros agentes com que o estudante
interage;
✓ Retroação: em cada sessão, segundo os critérios pré-definidos, cada estudante
é imediatamente informado da pontuação eletronicamente atribuída em função
dos diversos fatores comportamentais. (Adaptação do RIFA-SE citados por
Arantes, 2009; Bastos ,2011)
36
é atribuída individualmente aos respetivos membros depois de multiplicada pela nota
individual expressa em percentagem 4.
37
Capitulo III – Metodologia
38
Neste capítulo, pretende-se clarificar a metodologia de investigação aplicada ao estudo,
tendo em consideração a revisão da literatura efetuada. Desta forma, em primeiro lugar,
serão definidas as questões de investigação e a amostra selecionada, de seguida serão
enunciadas as técnicas e métodos utilizadas na pesquisa e sua caracterização.
Outra das fontes de dados utilizada foi a recolha documental sobre o PSE. Assim, foram
analisados documentos internos (nomeadamente o RIFASE 2016/2017) bem como outros
documentos utilizadas nas sessões de PSE.
Segundo Marconi e Lakatos (1999) no método de recolha de dados por inquérito, por
questionário e a entrevista, podem ser constituídas uma série de questões ordenadas e
respondidas por escrito não sendo necessária a presença de um entrevistador.
O estudo exploratório é o que melhor caracteriza o presente estudo uma vez que
pretendemos identificar e avaliar as competências transmitidas nas UC de PSE aos
estudantes que as frequentam.
39
O objetivo principal deste trabalho é o de validar a aquisição de competências por parte
dos estudantes do ISCAP pela frequência nas unidades curriculares de PSE do curso de
licenciatura em contabilidade e administração. Além do objetivo enunciado foram ainda
definidos três objetivos específicos conforme podemos constatar na tabela seguinte:
Para Aferir quais as competências mais valorizadas e a sua relação com as competências
definidas nas unidades curriculares de PSE;
40
Este terceiro objetivo específico será analisado através da aplicação dos questionários aos
estudantes com perguntas qualitativas que dá a oportunidade de resposta não linear, bem
como as entrevistas feitas aos docentes do ISCAP/IMETRO. Para identificar quais os
métodos de ensino aplicados nestas unidades curriculares e as opiniões sobre esta
metodologia bem como ideias de melhoramento do Projeto de Simulação Empresarial.
Para Yin (2009) e Flick (2005) a combinação das metodologias, quantitativa e qualitativa,
são mais-valia e não as classificam como rivais mas sim como complementares. Muitos
são os autores que defendem a utilização dos dois métodos para compreender, explicar
ou procurar a realidade do estudo em profundidade (Serrano,2004).
41
“Apresentar um maior interesse no próprio processo de investigação e não
apenas nos resultados, o investigador desempenha um papel fundamental na
recolha de dados o plano de investigação é flexível pois, o investigador estuda
sistemas dinâmicos. É uma investigação que produz dados descritivos a partir de
documentos, entrevistas e da observação, tal descrição tem de ser profunda e
rigorosa.” Sousa e Baptista (2001, p. 55).
Com a autorização dos entrevistados foi utilizado um gravador do telefone, o que ajudou
para a transcrição verdadeira das respostas obtidas. Foi também utilizado as letras C e E
para proteger a identificação pessoal dos entrevistados.
42
Tabela 7 – Entrevistados e a duração das entrevistas
Para Stake (1999) o investigador que utiliza dados qualitativos tem nas entrevistas um
instrumento que permite captar realidades múltiplas.
Para Marconi e Lakatos (2003), a entrevista proporciona uma maior oportunidade para
avaliar atitudes, condutas e podendo o investigador observar em simultâneo as reações
dos entrevistados, dando oportunidade de recolha de outras informações.
No entanto Bell (1997), considera existir vantagens na entrevista, pois permite explorar
ideias, testar respostas, investigar motivos e sentimentos. Já Bardin (2007) argumenta que
esta técnica permite a descrição objetiva, sistemática do conteúdo da informação e
comunicação dos dados recolhidos através da apresentação das questões do guião das
entrevistas.
Como síntese podemos dizer que escolhemos esta técnica para ir de encontro aos
objetivos definidos, pelas vantagens que o mesmo apresenta e por nos parecer a mais
adequada para a recolha dos dados em questão.
Para este trabalho será efetuada uma análise quantitativa com vista a validar a
metodologia e a identificar as principais competências que os estudantes que frequentam
43
o PSE I e II devem ter, chegados ao final da sua formação por meio de um inquérito por
questionário em ambas IES (ISCAP/IMETRO).
Para Pimentel (2001) a análise de documentos é útil para efetuarmos uma análise e
interpretação da informação nela contida tendo em conta os objetivos do estudo. Assim,
realizou-se uma análise documental das informações contidas nos cadernos de apoios da
respetiva UC bem como de alguns trabalhos feitos na área de investigação tais como:
regulamentos, teses, dissertações e artigos publicados sobre a temática estudada.
Vários autores como Stake (1999), Yin (1993,2005) entre outros autores afirmam que um
caso pode ser algo bem definido ou concreto, como um indivíduo, um grupo ou uma
organização, mas também pode ser algo menos definido ou definido num plano mais
abstrato como, decisões, programas, processos de implementação ou mudanças
organizacionais.
Para Dooley (2002) o estudo de caso tem a sua vantagem na aplicabilidade das situações
humanas, a contextos contemporâneos de vida real.
Segundo Yin (2009) existem estudos de caso que podem ser holísticos, mas também
existem outros estudos de caso que não o são, dependendo do desenho do projeto de
estudo de caso. Para o autor a necessidade de realizar estudos de caso surge da
necessidade de estudar fenómenos sociais complexos. Já Stake (1999) argumenta que a
finalidade dos estudos de caso é tornar compreensível o caso, através da sua
particularização.
44
utiliza múltiplas perspetivas para clarificar significados, na medida em que observações
adicionais podem ser úteis na revisão da interpretação do investigador.
Segundo Dooley (2002) os estudos de casos são complexos porque envolvem geralmente
múltiplas fontes de dados, podem incluir vários casos dentro de um estudo, e produzem
grande volume de dados para análise.
Foram utilizadas questões de escala do tipo Likert, que consiste num conjunto de itens
apresentados em forma de afirmações ou juízos perante os quais se pede a reação dos
indivíduos, o investigador entrega a escala ao indivíduo. No entanto o inquirido marca,
com relação a cada afirmação, a categoria que melhor descreve sua reação ou resposta
(Sampieri, Collado & Lucio, 2006).
A terceira parte corresponde às questões de resposta fechada, tendo todas elas por base a
escala de Likert, em que as opções de resposta correspondem respetivamente a 1=
“representa discordo totalmente”, 2=“representa discordo”, 3=“representa neutralidade”,
4=“representa concordo” e 5=“representa concordo totalmente”.
Foi realizado inicialmente um pré teste para examinar quais as competências mais
valorizadas pelas partes interessadas (Estudantes) neste processo onde tivemos 46
respostas do IMETRO e 7 respostas do ISCAP. Depois de inquiridos e consultados os
estudantes definimos as principais competências que iriam fazer parte do questionário
final. Além deste pré teste a definição primária das competências resultou da pesquisa
efetuada junto de alguns autores, que estudam este fenómeno a nível mundial, bem como
do defendido pelas principais organizações mundiais reguladoras da profissão de
contabilista. Entre os diferentes autores salientamos dois artigos que serviram de base ao
desenvolvimento do questionário inicial. Esses artigos descreveram as competências mais
importantes e mais trabalhadas nas aulas de PSE (Silva, R., & Silva, P. (2016) e Silva, P.,
Mesquita, A., & Bertuzi, R. (2016)).
45
Tabela 8 – Competências intelectuais
Competências intelectuais
Capacidade de Investigação
46
Tabela 11 – Competências ao nível do conhecimento geral do negócio e o da compreensão do
sistema de informação de apoio à decisão
Competências ao nível do conhecimento geral do negócio e o da compreensão do sistema
de informação de apoio à decisão
Capacidade de reporte no que respeita ao conteúdo, estrutura e conceitos para apoio à gestão
Gestão do tempo
Ética na profissão
Considera que o trabalho desenvolvido nas unidades curriculares de Projeto de Simulação Empresarial
lhe possibilitaram o desenvolvimento de competências não trabalhadas em outras unidades curriculares,
onde se aplica a metodologia tradicional de ensino
Caso pretenda pode de seguida acrescentar mais algum dado que ache relevante para a presente
investigação
Caso não sinta que lhe foram transmitidas estas competências acha que a implementação de uma
metodologia assente no " Saber fazer" e " aprender a aprender" aqui no IMETRO ajudaria na transmissão
destas competências
Caso pretenda pode de seguida acrescentar mais algum dado que ache relevante para a presente
investigação.
Realçamos que o inquérito por questionário para o ISCAP foi aplicado em Abril a Maio
de 2017 tendo a maioria dos estudantes de PSE I e II respondido num total de 215
possíveis foram obtidas 208 respostas. No caso do IMETRO e com as dificuldades de
aplicação a distância, foram enviados por correio eletrónico os pedidos e a rede social
(Facebook) conseguindo obter-se 126 respostas.
3.9 Síntese
Neste capítulo foi abordado o enquadramento e o desenho da metodologia de investigação
usada e desenvolvida ao longo do presente trabalho. No entanto a metodologia aplicada
é de índole qualitativa e quantitativa. Foram aplicadas ainda diversas técnicas de
investigação tais como: entrevistas, análise documental e de conteúdo, bem como a
análise estatística.
No capítulo a seguir será feita a análise e discussão dos resultados obtidos com a aplicação
dessas técnicas de investigação.
48
Capítulo IV – Apresentação e análise dos resultados
49
Neste capítulo da investigação serão analisados os resultados obtidos tendo em
consideração os objetivos formulados e expostos anteriormente.
“ (…) Penso que sim, exemplo disso são o facto de termo sempre uma grande influência
de alunos em detrimento do estágio e ter alunos externos a fazer a UC de PSE porque
além de precisar para aceder a OCC poderia tratar por optar em outras UC ou em outros
lugares, nos moldes diferentes ou optar por estágios. Vem cá fazer o PSE muitas vezes
recomendado pela OCC (…)” (E1)
“ (…) Completamente, ver a PSE como uma UC que neste momento dá aos alunos que a
frequentam, uma equivalência a um estágio curricular que no final quando do acesso a
OCC, dão uma equivalência de estágio profissional de 600 horas (…)” (E2)
50
“ (…) Acho que é uma mais – valia, alias a PSE já foi obrigatória, agora é opcional
agora temos mais ou menos o mesmo número de alunos quando era obrigatório, a
maioria continua a optar por PSE (…)” (E3)
“ (…) É sem dúvida, no início ela foi criada naquele momento porque era uma exigência
ou havendo um estágio em condições, o teria uma UC que teria de prover os estudantes
de conteúdos programáticos pedido pela OCC. Agora não creio que seja uma imposição,
isso já passou em termos de tempo, creio não tenho a certeza que a PSE, é necessário
tem que existir nas escolas deve existir num ambiente simulado (…)” (E5)
“(…) Repare que a UC não é obrigatória ela quase que se diz que é obrigatória pois
todos os alunos querem aceder a OCC e se fazer a UC têm mais possibilidades. A OCC
exige que os alunos devem ter o PSE, estou convencido que se a OCC não exigisse
também teríamos um bom número de alunos bastante razoável. O PSE é extremamente
importante na preparação dos técnicos para as empresas (…) ” (C1)
51
Ilustração 4 - Capacidade de Investigação
De uma maneira geral podemos verificar que a maioria dos inquiridos, em ambas as
instituições, atribuíram muita importância a esta competência com percentagens de
resposta consideráveis. Os alunos do ISCAP, embora valorizando menos esta
competência quando comparados aos alunos do IMETRO, admitem que adquirem esta
competência nas UC de PSE com uma percentagem de 53,37% nas opções
Concordo/Concordo Totalmente. Por outro lado, 41,35% demonstraram neutralidade no
que respeita a esta competência. Podemos então inferir que os alunos não sentem a
transmissão desta competência mas os docentes e monitores de PSE transmitiram uma
opinião contrária. Segundo estes, é transmitido aos alunos esta competência e dão alguns
exemplos da sua aplicação, como provam os seguintes extratos:
“(…) Eles aqui como são avaliados todos dias têm de se preparar todos dias com as
tarefas de avaliação é mais trabalhoso, mas mesmo assim penso ser motivadora porque
eles sentem que retiram alguns proveitos e aprendem alguma coisa para o mundo do
trabalho(…)” (E1)
“(…)Aqui os alunos todas aulas são avaliados em tarefas. Logo isso implica que os
professores estejam constantemente a avaliar essas tarefas para também dar o feedback
e dizer onde erraram para poderem compreender os erros e corrigir em próximas
execuções, em termos de modelos de avaliação é exatamente complexa e efetivamente é
muito mais complicada (…)” (E2)
“(…)O que faz com que eles façam as tarefas e que vão percebendo do que estavam nas
tarefas e como têm tarefas repetidas todos os meses. Acabam por fazê-las mais do que
uma vez, a primeira vez pode ter erros mais como procuram os erros acabam depois por
melhorar. (…)” (E3)
52
Não obstante os alunos do IMETRO, não terem contacto com a metodologia usada em
PSE, valorizaram em 68,25% as opções “Concordo/Totalmente” no que respeita à
transmissão desta competência na metodologia de ensino tradicional.
“ (…) Mas penso que eles vão evoluindo ao longo da frequência na unidade curricular
PSE pelo trabalho desenvolvido vão adquirindo competências e experiência (…) ” (E1).
“ (…) Os alunos ao olharem para a tabela de avaliação conseguem ver onde erraram e
fazer a correção e pelo menos vejam e podem ver o que fazer para solucionar (…) ” (E2).
“ (…) Damos as coisas do dia-a-dia das empresas não tentamos fazer coisas difíceis que
nas empresas nunca são aplicadas, tentamos aqui preparar as pessoas para o mercado
de trabalho para chegar a uma empresa e começar a trabalhar e fazer, tratar das coisas
(…) ” (C1).
53
Ilustração 6 - Capacidade para identificação e resolução de problemas
“ (…) Portanto, claramente é uma metodologia que só dará a ganhar a quem está do
outro lado aos alunos em termos de experiência e conhecimentos (…) ” (E2).
“ (…) PSE como é uma cadeira mais prática, no fundo eles saem daqui mais preparados
para o mundo real o que acontecia antes é que eles davam a teoria toda, e depois
chegavam lá fora, era a primeira vez que viam, uma fatura, um cheque, um contrato e
portanto agora quando eles chegam lá fora já tiveram o contacto com tudo isso, pelo
menos já viram o que é uma fatura e já nada é novo para eles (…) ” (E3).
“ (…) Sempre com objetivo de procura que os alunos ponha em prática aquilo que
aprenderam durante o curso e que na altura não lhes foi dito, digamos que não se
aperceberam da importância destas matérias e agora a polas em prática, nós
procuramos que as aulas sejam o dia-a-dia das empresas a polas em prática eles se
apercebem da importância das matérias que deram. E portanto, tem imensas e varias
tarefas que os ocupe em cada uma das sessões para dar a ideia e a impressão do que é o
dia-a-dia de uma empresa, tendo esse foco sempre e sempre em ter atenção de
acompanhar a realidade do que se passa lá fora (…) ” (C1).
54
Ilustração 7 - Capacidade de síntese para tomada de decisão
“ (…) Ela esta exatamente aí no feedback que os alunos recebem no facto de ver onde
erraram, ainda que o professor não diga vocês erraram aqui, os alunos ao olharem para
a tabela de avaliação conseguem ver onde erraram e fazer a correção e pelo menos vejam
e podem ver o que fazer para solucionar (…)” (E2).
“ (…) Eles vão tomando responsabilidade da obrigatoriedade das tarefas todos meses, e
aqui eles vão trabalhar na prática e vão se preparar para gerir empresas e lidar com
aspetos contabilísticos e fiscais de uma empresa fora de PSE a um conjunto da parte
fiscal, organização de arquivos, comunicação e trabalho de equipa que não tem em
outras unidades, é importante esta UC porque prepara de uma forma diferente para o
trabalho. (…) ” (E4).
“ (…) Para que os alunos tenham contacto com a realidade e saiam daqui quase que com
o comboio apanhado se não chegam lá fora tudo é estranho, a ideia e o grande objetivo
é sempre isso, e para além disso há a parte prática em que os alunos têm que se colocar
a par daquilo que se passa na empresa em termos de pressão de trabalho. E portanto,
tem imensas e varias tarefas que os ocupe em cada uma das sessões para dar a ideia e a
impressão do que é o dia-a-dia de uma empresa (…) ” (C1).
Sobre a “capacidade de gerar novas ideias (criatividade) ” estamos perante uma ligeira
divergência com os resultados anteriores em que os alunos optaram pela neutralidade em
maioria com 46,63%. Já os resultados do IMETRO continuam em linha com os anteriores
55
e valorizam em 66,67% as opções “Concordo” e “Concordo/Totalmente”, conforme a
ilustração seguinte:
“ (…) Vem do secundário, e o básico os alunos estão mais dependente de nós, parecendo
que não o objetivo de Bolonha era torna os alunos mais independentes, faze-los trabalhar
fora mas eles acabam mesmo tornar-se mais dependente de nós (…) ” (E3).
“ (…) Agora não podemos só ficar pelo ensino tradicional não chega é preciso
fundamentar, temos de criar as bases para que depois possam vir para PSE e já terem
outra bagagem. Claro que o ensino aqui, dos dois este se calhar é o que mais se aproxima
da realidade pós empresarial e acaba por ser importante (…) ” (E4).
56
“ (…) Devem existir breves flash se assim quisermos dizer ao longo do percurso de
qualquer estudante de conceitos teóricos mas depois de aprendermos ou não a parte
teórica devemos ir lá fora e ver o que na prática se faz e compara o que nos foi dito
teoricamente porque ele esta em todo lado. Devemos ver para mim a PSE não é trabalhar
com software o que está em causa é a metodologia e o processo de aprendizagem e
avaliação isto é o que está em causa. Podemos fazer o que estamos a fazer com qualquer
software porque hoje em dia temos as tecnologias e precisamos dela (…) ” (E5).
“ (…) É evidente que um tipo de aula não pode existir sem o outro, não tinha sentido
virmos para aqui se não existissem aulas expositivas teóricas digamos assim, nem tinha
sido contrário. Agora se os alunos mesmo assim tiverem só aulas expositivas e não aulas
práticas eles vão ter uma adaptação muito mais difícil depois quando chegarem ao
mercado de trabalho, aqui já lidaram com a situação pratica principalmente com aquelas
situações que vão lidar mais em primeiro lugar quando chegarem lá fora no mercado de
trabalho, a ideia é que eles se sintam muito mais a vontade para progredirem nas suas
carreiras profissionais (…) ” (C1).
“ (…) Acrescentam valores aos alunos que participam neste processo por isso acho que
é reconhecido (…) ” (E1).
57
como queremos, nós sabemos que existem grupos que as coisas não funcionam bem as
pessoas não se dá, mas mesmo esses acredito que há situações motivadoras (…) ” (E2).
“ (…) Porque vocês não vão escolher com quem trabalhar no mercado de trabalho, pois
vocês vão ter de se esforça para ter um bom ambiente de trabalho (…) ” (E5).
Os resultados para esta competência são ainda mais reveladores da importância dada
pelos alunos, com respostas a totalizarem 84,62% nas opções “Concordo” e “Concordo/
Totalmente”. Esta situação foi semelhante ao que aconteceu no IMETRO com 73,02%.
Podemos acrescentar que sem dúvida esta é uma competência que tem grande impacto e
é muito valorizada por parte dos alunos, que sentem que lhes é transmitida ao longo das
aulas. Segundo que os restantes entrevistados acrescentam através das respostas dadas
que os estudantes trabalham diariamente esta competência sendo um trabalho contínuo,
como podemos constatar nos seguintes extratos:
“ (…) Ao nível de competências, há aqui uma competência que eles desenvolvem que
dificilmente desenvolveriam em outra UC que é a competência de trabalho em grupo.
Portanto é uma das competências como trabalham em grupo são obrigados a trabalhar
com outras pessoas que muitas vezes nem se conhecem outras se conhecem, acho que é
uma mais-valia para os estudantes acho que é bom para eles trabalhar com outras
pessoas pois eles não vão escolher as pessoas que vão trabalhar (…) ” (E3).
“ (…) Portanto já sabem que vão dar muito trabalho que é muito estressante e muita
avaliação e no final percebem que é motivador e trabalhar em grupo não é fácil e existe
sempre choque entre grupos a ideia que tenho é que gostam muito (…) ” (E4).
“ (…) Para mim um grupo tem de funcionar bem nestes termos como: liderança, relações
interpessoais, gestão de grupo em termos do vosso próprio comportamento perante os
colegas em determinadas organizações vocês devem ter determinados comportamentos
se calhar com determinados comportamentos fossem despedidos em determinadas
organizações, eu defendo que vocês não devem escolher grupos (…) ” (E5).
58
Ilustração 12 - Capacidade de organização do trabalho
Esta competência apresenta resultados relativamente diferentes das restantes com uma
percentagem elevada de respostas nas opções “Concordo /Totalmente” 84,13% ISCAP,
Para o IMETRO mas distribuídos com 68,25% nas opções “Concordo”. De notar que
estes resultados vêm na sequência dos resultados obtidos na aptidão para trabalhar com
outros confirmando o grau de exigência na transmissão de conhecimentos desta
metodologia que eles consideram benéfica no futuro para eles como justificam:
“ (…) O grupo de alunos que nós chamamos de empresas tem tarefas que são avaliados
continuamente num trabalho desenvolvido nas aulas, acho que aqui é realmente uma
avaliação continua diferente de outras UC (…) ” (E1).
“ (…) Os alunos sem se aperceber muito acabam por aprender uns com os outros,
portanto a partilha de ideias, trabalhos de grupo tudo isso é motivador para permitir aos
alunos dá uma sensação ou feedback que os alunos dão aos professores em querer
trabalhar mais é cansativo 3 horas, e mesmo assim continuam a trabalhar, mesmo tendo
muitas tarefas, e ainda assim existe motivação para fazer e continuar a tirar maior
proveito (…) ” (E2).
“ (…) Existe outra parte que não é gerida na aula, no geral se levarem as aulas certinhas
e forem organizados podem cumprir com as tarefas acho que não devem aumentar a
carga horaria, acho que esta UC já tem carga horaria mais que a outra UC (…)” (E4).
59
Ilustração 13 - Capacidade para delegar tarefas
Esta competência apresenta resultados com uma percentagem elevada de respostas nas
opções “Concordo /Totalmente” 69,23% ISCAP e uma percentagem significativa na
opção “neutralidade” 28,37%, Para o IMETRO mas distribuídos com 69,84% nas opções
“Concordo”. De notar que estes resultados vêm na sequência dos anteriores resultados
obtidos confirmando o grau de exigência na transmissão de conhecimentos desta
metodologia que eles consideram benéfica no futuro sendo que ninguém pode fazer tudo,
por isso há a necessidade de distribuir tarefas pelos membros do grupo o que tem de ser
feito de forma organizada e eficaz como justificam:
“ (…) O tempo para serem mesmo um gestor e conhecer os processos numa primeira fase
devem partir de uma forma partilhada, porque acho que era necessário houver mudanças
mas também fazer uma avaliação por par e vocês são grupos de três (3) neste momento
acho que avaliação de trabalho em grupo e a componente grupal em termos de avaliação
é muito importante na vossa avaliação e vossa nota final, o que resulta do grupo deveria
para mim dever-se-iam ver uma avaliação de par em vocês avaliarem-se para não
chegarmos ao extremo em que temos que esta muito atento, em que alguém no grupo que
faça IVA apuramento, reconciliação bancária isto ou aquilo, alguém que não participa
muito no grupo o que vai acontecer em vossa performance de grupo as coisas não vão
evoluir (…) ” (E5).
60
trabalho de grupo no método tradicional, diferente do método ativo de aprendizagem que
é utilizado em PSE como justificam as respostas na entrevista:
“ (…) Portanto, claramente é uma metodologia que só dará a ganhar a quem está do
outro lado aos alunos em termos de experiência e conhecimentos (…) ” (E2).
“ (…) O que resulta do grupo deveria para mim dever-se-iam ver uma avaliação de par
em vocês avaliarem-se para não chegarmos ao extremo em que temos que esta muito
atenta, para mim um grupo tem de funcionar bem nestes termos como: liderança,
relações interpessoais, gestão de grupo em termos do vosso próprio comportamento
perante os colegas em determinadas organizações (…) ” (E5).
Para esta competência tal como a anterior apresenta resultados elevados nas opções “
Concordo/Totalmente” 70,2%, sendo que para opção “ neutralidade" também apresenta
uma percentagem significativa 23,56%. Para o IMETRO ela apresenta um gráfico mais
distribuído mas a opção “Concordo/Totalmente” 66,66% tal como afirma:
“ (…) Portanto a partilha de ideias, trabalhos de grupo tudo isso é motivador, claro que
coisas não correm como queremos, nós sabemos que existem grupos que as coisas não
funcionam bem as pessoas não se dá, mas mesmo esses acredito que há situações
motivadoras, não temos muitas desistência (…) ” (E2).
“ (…) Pois quando começam a trabalhar começam a ver os problemas que se calhar não
existia, acabam por aprender a trabalhar em grupo e a confiar no trabalho dos colegas
(…) ” (E3).
“ (…) Portanto já sabem que vão dar muito trabalho que é muito estressante e muita
avaliação e no final percebem que é motivador e trabalhar em grupo não é fácil e existe
sempre choque entre grupos a ideia que tenho é que gostam muito (…) ” (E4).
61
4.1.3 Competências de comunicação
Relativamente às competências de comunicação iremos começar por apresentar a
ilustração relativa à “aptidão para apresentar, discutir e defender os seus pontos de vistas”.
Ilustração 16 - Aptidão para apresentar, discutir e defender os seus pontos de vistas
“ (…) Tem relatório a meio do semestre é dado o feedback do relatório os alunos acabam
por ter um intercâmbio com o professor que acaba por fazer com que eles acabam por
melhorar fazemos um relatório intercalar, acabamos por avaliar este relatório objetivo
é no final melhorarem o intercalar, eles tem sempre vários apoios ao longo do semestre
que lhes permitem melhorar a nota (…) ” (E3).
“ (…) Ter alguém que nos oriente no trabalho e nós depois termos de olhar para as coisas
e tentar percebê-los ou seja, efetivamente passa a execução e não ficar só a ouvir. Para
permitir aos alunos dá uma sensação ou feedback que os alunos dão aos professores em
querer trabalhar mais é cansativo 3 horas, e mesmo assim continuam a trabalhar, mesmo
tendo muitas tarefas, e ainda assim existe motivação para fazer e continuar a tirar maior
proveito, é uma questão de irmos vendo (…) ” (E2).
“ (…) Essa nossa PSE acaba por trazer muitas vantagens a eles porque desenvolvem
muitas competências que não tem em outras UC e acabam por ter um feedback a
comunicação, a apresentação (…) ” (E4).
“ (…) Em que nos coloquemos os nossos estudantes a olhar para as coisas e pensar ora
bem, eu já falei disso ora aonde lembrar e tentar fazer com autonomia algo na prática
nem que não consiga fazer na totalidade ir buscar o que aprendeu em termos teóricos, O
anterior coordenador dizia algo que ainda hoje digo nos temos que fazer tudo ou até
meter eles no colo que o aluno se sinta bem e participe das aulas e que realmente esteja
bem para num ambiente confortável para fazer bem as coisas aprender as coisas com
motivação e gosto, só assim é que nos vamos desenvolver determinadas técnicas. (…) ”
(E5).
62
Passando para a análise da competência seguinte, também esta apresenta uma elevada
percentagem de respostas nas opções “Concordo” e “Concordo/Totalmente” com 69,84%
para os alunos do ISCAP, em muito motivada pela necessidade de procura de informação
para a realização de várias tarefas. Para os alunos do IMETRO as percentagens de
resposta nas opções “Concordo” e “Concordo/Totalmente” foram também muito elevadas
67,79%.
Mais uma vez os testemunhos recolhidos estão em linha com os resultados apresentados
para os alunos:
“ (…) Preparar a documentação e sessões (Tarefas) tudo que têm a ver com a resolução
de problemas essencialmente fora das aulas organizamos tudo que é anterior a aula, a
documentação que passa nas aulas, mas acredito que efetivamente que esta mais do que
comprovado que uma metodologia assente não na mera transmissão do conhecimento
funciona muito melhor na aquisição não só de conhecimentos mas de outras
competências que não só competências relacionadas com o conhecimentos
contabilísticos (…) ” (E2).
“ (…) Agora não podemos só ficar pelo ensino tradicional não chega é preciso
fundamentar, temos de criar as bases para que depois possam vir para PSE e já terem
outra bagagem. PSE acaba por trazer muitas vantagens a eles porque desenvolvem
muitas competências que não tem em outras UC e acabam por ter um feedback a
comunicação, esse feedback ajuda-nos a evoluir nestas componentes. Existe outra parte
que não é gerida na aula, no geral se levarem as aulas certinhas e forem organizados
podem cumprir com as tarefas (…) ” (E4).
Uma das competências mais importantes e que é trabalhada nas UCs de PSE é a
capacidade para comunicar oralmente. O gráfico seguinte mostra-nos resultados
divergentes entre as duas instituições.
63
Ilustração 18 - Capacidade para comunicar oralmente (a grandes plateias)
“ (…) PSE acaba por trazer muitas vantagens a eles porque desenvolvem muitas
competências que não tem em outras UC e acabam por ter um feedback a comunicação
(…) ” (E4).
“ (…) Pois quando começam a trabalhar começam a ver os problemas que se calhar não
existia, acabam por aprender a trabalhar em grupo e a confiar no trabalho dos colegas,
acho que é uma mais-valia para os estudantes acho que é bom para eles trabalhar com
outras pessoas pois eles não vão escolher as pessoas que vão trabalhar (…) ” (E3).
64
“ (…) Trabalhar em grupo não é fácil e existe sempre choque entre grupos (…) ” (E4).
“ (…) O grupo de alunos que nós chamamos de empresas têm tarefas que são avaliadas
continuamente num trabalho desenvolvido nas aulas, acho que aqui é realmente uma
avaliação contínua diferente de outras UC (…) ” (E1).
“ (…) Ao nível de competências, há aqui uma competência que eles desenvolvem que
dificilmente desenvolveriam em outra UC que é a competência de trabalho em grupo.
Aprendem a se organizar, uma parte muito importante na simulação, em ter organização
da empresa. E tivemos alunos que fizeram o PSE e vieram cá fala connosco e disseram,
mesmo que os nossos arquivos são iguais aos dá empresa onde eles trabalham (…) ”
(E3).
“ (…) Aqui há um conjunto de avaliação que são componentes de mais – valia para eles
pontualidade, assiduidade, esse feedback ajuda-nos a evoluir nestas componentes. Com
os prazos já não precisam estar a lembrar eles vão tomando responsabilidade da
obrigatoriedade das tarefas (…) ” (E4).
“ (…) Um gestor e conhecer os processos numa primeira fase devem partir de uma forma
partilhada (…) ” (E5).
65
Ilustração 21 - Capacidades de pesquisar, processar e analisar informações de múltiplas fontes
“ (…) Requer do aluno muito mais trabalho do aluno do que em outra unidade curricular
que é avaliado pontualmente mesmo que avaliado varias vezes ao longo do semestre, eles
aqui como são avaliados todos dias têm de se preparar todos dias com as tarefas de
avaliação é mas trabalhoso, mas mesmo assim penso ser motivadora porque eles sentem
que retiram alguns proveitos e aprendem alguma coisa para o mundo do trabalho (…) ”
(E1).
“ (…) Acredito que efetivamente que esta mais do que comprovado que uma metodologia
assente não na mera transmissão do conhecimento funciona muito melhor na aquisição
não só de conhecimentos mas de outras competências que não só competências
relacionadas com o conhecimentos contabilísticos, mas conhecimentos de base (…) ”
(E2).
“ (…) PSE como é uma cadeira mais prática, no fundo eles saem daqui mais preparados
para o mundo real o que acontecia antes é que eles davam a teoria toda, e depois
chegavam lá fora, era a primeira vez que viam, pois a contabilidade está sempre em
atualização e mudança constante, poderão ter dúvidas mais já não será a primeira vez
que vejam (…) ” (E3).
66
Ilustração 22 - Conhecimento das tarefas internas básicas das organizações
Esta competência apresenta uma percentagem elevada de 57,69% nas opções “Concordo”
e “Concordo/Totalmente” e uma percentagem ainda maior para os alunos do IMETRO
com 65,88% nessas mesmas opções. Os entrevistados além de concordarem com os
alunos nas suas respostas, reforçam-nas com exemplos de tarefas e da avaliação, que
servem para os alunos acompanharem o seu progresso:
“ (…) O que faz com que eles façam as tarefas e que vão percebendo do que estavam nas
tarefas e como tem tarefas repetidas todos os meses. Acabam por fazê-las mais do que
uma vez, a primeira vez pode ter erros mais como procuram os erros acabam depois por
melhorar. Isso também faz que como eles vão se a percebendo das avaliações que vão
tendo, faz quer fazer bem as coisas para ter (…) ” (E3).
“ (…) Essa nossa PSE acaba por trazer muitas vantagens a eles porque desenvolvem
muitas competências que não tem em outras UC e acabam por ter um feedback a
comunicação, a apresentação (…) ” (E4).
“ (…) Eu acredito que as avaliações devem ter o feedback ao aluno para ele saber onde
errou, se é que errou o que fez , o que não fez e porque que não fez, nós professores
devemos entender isso e vocês tem que entender no sentido que só não fez porque não
teve tempo ou não percebeu (…) ” (E5).
“ (…) Aqui os alunos fazem também relatório obviamente faz mais do que um, mas as
aulas são acompanhadas, têm dúvidas elas são retiradas ao longo das sessões, e nós
durante as sessões recolhemos elementos para avaliação. Imagina que na próxima sessão
ou daqui a duas sessões vamos dar declarações do IVA duas sessões antes nós avisamos
que vamos fazer apuramento, declarações e apuramento do IVA para que o aluno têm
interesse e vai para casa, para saber como isso se faz depois de fazer as sessões nos
intervimos e avaliamos as sessões e ver o feedback por parte dos alunos que nós tivemos
mas depois explicamos que isso esta mal feito isto não está correto, façam isso assim ou
assim e chegamos ao fim e vermos que não sabe isso nem que for para dar uma aula, os
alunos são acompanhados (…) ” (C1)
67
Ilustração 23 - Conhecimento do ambiente das organizações
Tal como a competência anterior, esta apresenta uma percentagem elevada nas opções
“Concordo” e “Concordo/Totalmente” com 62,5% nas respostas dos alunos do ISCAP e
pelos alunos do IMETRO em 65,08%. Mais uma vez os entrevistados mencionam o
acompanhamento dos alunos para mostrarem que esta competência é transmitida ao longo
das sessões, como podemos constatar nos seguintes extratos:
“ (…) Eles aqui como são avaliados todos dias têm de se preparar todos dias com as
tarefas de avaliação é mas trabalhoso, mas mesmo assim penso ser motivadora porque
eles sentem que retiram alguns proveitos e aprendem alguma coisa para o mundo do
trabalho (…) ” (E1).
“ (…) As vezes até inconscientemente não saem daqui com a noção que aprenderam,
muitas deles depois vem dizer que as coisas que aprenderam foi um fator de mais-valia
no mercado de trabalho. A potencialidade é enorme (…) ” (E2).
“ (…) Acabam por aprender a trabalhar em grupo e a confiar no trabalho dos colegas.
Aprende a se organizar, uma parte muito importante na simulação, em ter organização
da empresa (…) ” (E3).
“ (…) Dos dois este se calhar é o que mais se aproxima da realidade pós empresarial e
acaba por ser importante. Eu acho que sim, porque de alguma forma trabalham em grupo
e vão tendo informação a medida que fazem as tarefas vão tendo feedback do que estão
a fazer regra geral depois de terminar eles gostam muito a maior parte dos alunos vejam
de forma diferente e tem um carinho especial pelo PSE (…) ” (E4).
“ (…) Para mim um grupo tem de funcionar bem nestes termos como: liderança, relações
interpessoais, gestão de grupo em termos do vosso próprio comportamento perante os
colegas em determinadas organizações vocês devem ter determinados comportamentos
se calhar com determinados comportamentos fossem despedidos em determinadas
organizações (…) ” (E5).
68
Ilustração 24 - Capacidade de exercício de funções num contexto de globalização
“ (…) Eu acho que a PSE como é uma cadeira mais prática, no fundo eles saem daqui
mais preparados para o mundo real o que acontecia antes é que eles davam a teoria toda,
e depois chegavam lá fora, era a primeira vez que viam, uma fatura, um cheque, um
contrato e portanto agora quando eles chegam lá fora já tiveram o contacto com tudo
isso, pelo menos já viram o que é uma fatura e já nada é novo para eles. Também é o que
se diz com as declarações do IVA todos esses documentos que eles já preenchem aqui
obviamente poderão ter dúvidas quando chegarem lá fora, pois a contabilidade está
sempre em atualização e mudança constante, poderão ter dúvidas mais já não será a
primeira vez que vejam, nós aqui focamos um pouco de tudo portanto quando os alunos
chegam lá num gabinete de contabilidade já não precisam de ensinamentos outra vez, é
completamente diferente (…) ” (E3).
“ (…) E aqui eles vão trabalhar na prática e vão se preparar para gerir empresas e lidar
com aspetos contabilísticos e fiscais de uma empresa fora de PSE a um conjunto da parte
fiscal, organização de arquivos, comunicação e trabalho de equipa que não tem em
outras unidades, é importante esta UC porque prepara de uma forma diferente para o
trabalho (…) ” (E4).
“ (…) É uma UC que esta sempre a evoluir acompanhando a realidade lá fora e que os
alunos digam que valeu a pena, atualizamos na hora se sair um decreto-lei nós trazemos
já cá para dentro e estamos acompanhar. Nem sempre os alunos tiram maior proveito
disto, as vezes alguns que já trabalham colhem aqui e levam para as empresas portanto
a este enriquecimento (…) ” (C1).
69
Sobre a competência “Capacidade de desenvolver um negócio em diferentes contextos”
os resultados sofrem uma mudança no padrão de respostas dos alunos do ISCAP, como
prova a ilustração seguinte:
Nesta competência a opção “Neutralidade” com 42,31% foi a mais escolhida para os
alunos do ISCAP. Já os alunos do IMETRO são convergentes com as obtidas até ao
momento, com as opções “Concordo” e “Concordo/Totalmente” a receberem 65,08% das
respostas.
As respostas dos entrevistados provam que nem sempre os estudantes se apercebem que
estão a desenvolver esta competência. É normal que assim seja, pois os alunos estão a
frequentar UCs e não estão a praticar num mercado real. Pese a existência desta limitação
é possível desenvolver a competência de forma menos vincada. Destacamos duas
respostas extraídas das entrevistas realizadas:
“ (…) Sim, penso que sim, muitas vezes sem se aperceberem. Mas penso que eles vão
evoluindo ao longo da frequência na unidade curricular PSE pelo trabalho desenvolvido
vão adquirindo competências e experiência (…) ” (E1).
“ (…) É necessário tem que existir nas escolas deve existir num ambiente simulado, mas
na escola deve existir a prática onde vocês vão absorver os vossos conhecimentos
teóricos e os vão aplicar na prática simulada (…) ” (E5).
70
Fonte: Elaboração própria
“ (…) Eu acho que sim, eu acho que qualquer nos estamos a trabalhar durante o semestre
sem termos a mínima noção de como estamos, sem receber um feedback, como está a ser
a nossa avaliação acaba sendo desmotivadora e a que como vamos dando feedback tem
apresentação do tema, a apresentação é boa ou não avaliações de trabalhos, tem
relatório a meio do semestre é dado o feedback do relatório os alunos acabam por ter
um intercambio com o professor que acaba por fazer com que eles acabam por melhorar
fazemos um relatório intercalar, acabamos por avaliar este relatório objetivo é no final
melhorarem o intercalar, eles tem sempre vários apoios ao longo do semestre que lhes
permitem melhorar (…) ” (E3).
“ (…) Devem existir breves flash se assim quisermos dizer ao longo do percurso de
qualquer estudante de conceitos teóricos mas depois de aprendermos ou não a parte
teórica devemos ir lá fora e ver o que na prática se faz e compara o que nos foi dito
teoricamente porque ele esta em todo lado, em que nos coloquemos os nossos estudantes
a olhar para as coisas e pensar ora bem, eu já falei disso ora aonde lembrar e tentar
fazer com autonomia algo na prática nem que não consiga fazer na totalidade ir buscar
o que aprendeu em termos teóricos (…) ” (E5).
Nesta competência, pese a maioria das respostas se situarem nas opções “Concordo” e
“Concordo/Totalmente” com 53,85%, é uma das menos percecionada pelos alunos do
ISCAP. Curiosamente os alunos do IMETRO sentem a aquisição desta competência com
uma percentagem de resposta de 62,70% nas opções “Concordo” e
“Concordo/Totalmente”. Estes resultados são um pouco surpreendentes porque os alunos
do IMETRO não têm prática com nenhum sistema de informação da área da gestão. Por
parte dos docentes as respostas demonstram que a transmissão da competência surge com
a prática e não da preocupação de explicar o sistema de informação em concreto, daí
71
podemos inferir que as respostas dos alunos do ISCAP convergem com a opinião dos
docentes. Analisemos duas respostas muito importantes:
“ (…) Ela está exatamente aí no feedback que os alunos recebem no facto de ver onde
erraram, ainda que o professor não diga vocês erraram aqui, os alunos ao olharem para
a tabela de avaliação conseguem ver onde erraram e fazer a correção e pelo menos vejam
e podem ver o que fazer para solucionar (…) ” (E1).
“ (…) Costumo a dizer aos meus alunos sempre não olhe para o guião, nem o número de
tarefas, mas eu prefiro que vocês façam duas ou três tarefas mas que vocês percebam
depois o resto veremos, para mim a PSE não é trabalhar com software o que está em
causa é a metodologia e o processo de aprendizagem e avaliação isto é o que está em
causa. Podemos fazer o que estamos a fazer com qualquer software porque hoje em dia
temos as tecnologias e precisamos dela (…) ” (E5).
Passando para o último grupo de competências investigadas, iremos começar por analisar
a “Gestão do tempo”.
72
Ilustração 28 - Gestão do Tempo
“ (…) Acho que eles precisariam de muito mais tempo, as 6horas semanais que os alunos
tem de PSE, se calhar são bastante insuficiente mas isso é uma questão que muito
dificilmente será resolvida porque implicaria aumentar a carga horária do curso ou
diminuir a carga horária de outra UC. Por isso seria uma conjugação difícil de
conseguir, mas penso que os alunos teriam muito a ganhar se aumenta-se a carga horária
de PSE (…) ” (E1).
“ (…) Deveria ser mais ligeiramente elevada, está unidade curricular se calhar 6 horas
por semana ou uma distribuição de mais dias ou então efetivamente aos dois dias da
semana com 4 horas, para permitir aos alunos dá uma sensação ou feedback que os
alunos dão aos professores em querer trabalhar mais é cansativo 3 horas, e mesmo assim
continuam a trabalhar, mesmo tendo muitas tarefas, e ainda assim existe motivação para
fazer e continuar a tirar maior proveito (…) ” (E2).
“ (…)Está bem definida eles os alunos acham que antes de fazer o PSE acham que é
muita carga horária depois de estar a fazer PSE não acham que é muito, porque em todas
aulas temos de os mandar embora porque todas aulas tem mais coisas, acho que não
deveria ser aumentada a carga horário, aumentar mais dias ainda pode ser, mais acho
que é cansativo(…) ” (E3).
“ (…) No limite era ideal eles trabalharem e respeitarem o horário normal de uma
empresa, a ideia aqui é transmitir a informação e o conhecimento executar um conjunto
de tarefas e depois tem um conjunto de tarefas (Trabalho) que deve ser feito fora da aula
para completar a aula, em termos de trabalho os alunos não necessitam só trabalhar nas
3 horas de aulas, existe outra parte que não é gerida na aula, no geral se levarem as
aulas certinhas e forem organizados podem cumprir com as tarefas acho que não devem
aumentar a carga horaria, acho que esta UC já tem carga horaria mais que as outras
UC (…) ” (E4).
“ (…) Eu defendo que o PSE deveria esta tal como está no 3º ano estou a fala do PSE I
e II, deveríamos ter um semestre só para tal e seria o ultimo semestre do ano que já não
tivesse esporadicamente, teriam duas unidades curriculares que tivéssemos uma carga
73
horaria de 8 horas e não de 3 mais 3, estivessem como numa empresa horário definido e
conseguiríamos fazer outras coisas que era o que estava inicialmente previsto (…) ” (E5).
Os entrevistados por sua vez são da opinião que é fundamental que os alunos cumpram
os prazos e por isso mesmo têm de ser avaliados de acordo com as datas definidas. Caso
não cumpram os prazos são penalizados na avaliação. Os extratos seguintes ajudam a
percecionar a análise efetuada:
“ (…) Eles aqui como são avaliados todos dias têm de se preparar todos dias com as
tarefas de avaliação é mas trabalhoso (…) ” (E1).
“ (…) Aqui não os alunos todas aulas são avaliados em tarefas. Logo isso implica que os
professores estejam constantemente a avaliar essas tarefas, os alunos ao olharem para a
tabela de avaliação conseguem ver onde erraram e fazer a correção e pelo menos vejam
e podem ver o que fazer para solucionar (…) ” (E2).
“ (…) O que faz com que eles façam as tarefas e que vão percebendo do que estavam nas
tarefas e como tem tarefas repetidas todos os meses. Acabam por fazê-las mais do que
uma vez, a primeira vez pode ter erros mais como procuram os erros acabam depois por
melhorar. Isso também faz que como eles vão se a percebendo das avaliações que vão
tendo, faz quer fazer bem as coisas para ter (…) ” (E3).
“ (…) Com os prazos já não precisamos estar a lembrar eles vão tomando
responsabilidade da obrigatoriedade das tarefas todos meses (…) ” (E4).
A competência “Trabalho sob pressão” é uma das mais importantes de se analisar. Assim
começaremos por analisar a ilustração seguinte.
74
Ilustração 30 - Trabalho sob pressão
Após análise da ilustração podemos verificar que tanto os alunos do ISCAP como os do
IMETRO sentem que a competência do trabalho sob pressão lhes é transmitida no seu
curso. Os alunos do ISCAP e do IMETRO valorizaram as opções “Concordo” e
“Concordo/Totalmente” com uma percentagem de 77,89% e 65,87% respetivamente.
Os entrevistados partilham de que o trabalho sobre pressão é fundamental e muito útil
para os estudantes. Os seguintes extratos são disso reveladores:
“ (…) No PSE é o mais próximo que conheço de uma avaliação contínua porque no PSE
todas sessões os alunos são avaliados quanto mais não seja pela sua presença ou não do
aluno na aula, essa presença ou não é parte constituinte da avaliação. Se o aluno não
estiver presente não tem avaliação naquela aula, isso faz parte da avaliação contínua,
enquanto nas restantes UC daquilo que conheço não existe uma UC que tenha um
completo rigor e consideração se o aluno esteve ou não, não há ponderação exata para
aquela aula (…) ” (E1).
“ (…) No limite era ideal eles trabalharem e respeitarem o horário normal de uma
empresa, a ideia aqui é transmitir a informação e o conhecimento executar um conjunto
de tarefas e depois tem um conjunto de tarefas (Trabalho) que deve ser feito fora da aula
para completar a aula, em termos de trabalho (…) ” (E4).
“ (…) Os alunos tenham contacto com a realidade e saiam daqui quase que com o
comboio apanhado se não chegam lá fora tudo é estranho, a ideia e o grande objetivo é
sempre isso, e para além disso há a parte prática em que os alunos têm que se colocar a
par daquilo que se passa na empresa em termos de pressão de trabalho (…) ” (C1).
75
Esta competência concentra a maior parte dos resultados nas opções “Concordo” e
“Concordo/Totalmente” com uma percentagem de resposta de 86,53% para os alunos do
ISCAP e para os alunos do IMETRO com uma percentagem de 76,20% para as mesmas
opções de resposta. O respeito pelos colegas e do trabalho em grupo os entrevistados não
têm dúvidas em afirmar que é uma competência trabalhada todos os dias pelos alunos,
como podemos ver:
“ (…) Aqui os alunos sabem onde erraram e poderem corrigir, a forma como as próprias
aulas desenvolvem, o facto de trabalhar em grupo, os alunos sem se aperceber muito
acabam por aprender uns com os outros, portanto a partilha de ideias, trabalhos de
grupo tudo isso é motivador (…) ” (E2).
“ (…) Ao nível de competências, há aqui uma competência que eles desenvolvem que
dificilmente desenvolveriam em outra UC que é a competência de trabalho em grupo.
Portanto é uma das competências como trabalham em grupo são obrigados a trabalhar
com outras pessoas que muitas vezes nem se conhecem outras se conhecem (…) ” (E3).
“ (…) No final percebem que é motivador e trabalhar em grupo não é fácil e existe sempre
choque entre grupos a ideia que tenho é que gostam muito (…) ” (E4).
“ (…) Eu defendo que vocês não devem escolher grupos, porque vocês não vão escolher
com quem trabalhar no mercado de trabalho, pois vocês vão ter de se esforçar para ter
um bom ambiente (…) ” (E5).
No que respeita à competência da “Ética na profissão” foi sem dúvida a que é mais sentida
a sua assimilação por parte dos alunos, como podemos constatar na ilustração seguinte:
76
Ilustração 33 - Ética no relacionamento com os outros
Após análise da ilustração anterior, verificamos que as respostas nas opções “Concordo”
e “Concordo/Totalmente” que os alunos do ISCAP e do IMETRO deram, obtiveram
percentagens de resposta de 83,65% e 75,39% respetivamente para esta competência, ou
seja foi a par competência anterior uma das competências que os alunos sentiram a sua
transmissão. Por forma a reforçar estas conclusões apresentamos dois extratos das
entrevistas realizadas:
“ (…) Claro que coisas não correm como queremos, nós sabemos que existem grupos
que as coisas não funcionam bem as pessoas não se dá, mas mesmo esses acredito que
há situações motivadoras (…) ” (E2).
“ (…) Acabam por aprender a trabalhar em grupo e a confiar no trabalho dos colegas
(…) ” (E3).
77
que responderam negativamente. Das várias respostas recolhidas transcrevemos algumas
que nos pareceram as mais elucidativas dos resultados obtidos:
“Esta UC é muito útil pela forma alternativa ao ensino tradicional, no entanto, a
quantidade de tarefas em relação ao tempo disponível não permite grande espírito crítico
sobre o que se faz, não há muito tempo para pensar mas apenas para fazer”.
“Um pouco, mas só na prática em contacto do mundo real (numa empresa) é que vou ter
melhor essa preparação”
“Deviam perder mais tempo a ensinar as partes chaves deste processo para melhor
sairmos preparados para o mercado de trabalho”.
“Novos sistemas de trabalho (Programas de gestão)”.
“Depois de feitas as tarefas, as mesmas deveriam ser corrigidas”.
“É pouco tempo para realizar as tarefas de forma ponderada”
As afirmações recolhidas conferem com a opinião do coordenador do PSE que na sua
entrevista descrever a frequência dos alunos em PSE da seguinte forma:
“Já começamos a ver alunos que preferem fazer PSE do que a formação profissional, o
que nos deixa digamos mais alegres e confiantes, sem dúvida ela é motivadora acho que
sim, aliás os alunos são os primeiros a dizer que sim, alguns dizem que trabalham mais
aqui do que nas próprias empresas dia-a-dia”.
Na sequência dos resultados verificados para o ISCAP parece-nos premente analisar a opinião
dos alunos do IMETRO, através de uma questão aberta que formulamos e adaptamos à realidade
Angolana. Essa análise será referida de seguida.
78
Fonte: Elaboração própria
Á análise feita a ilustração nº34 constatamos que a maioria das respostas dos alunos do
IMETRO concentrou-se na opção “Concordo/Totalmente” com 86,51%, onde reafirmam
a necessidade da implementação no IMETRO de uma metodologia complementar assente
na transmissão e aplicação do conhecimento, tal como é feito pelo ISCAP. Esta posição
foi sustentada e reforçada pelas seguintes afirmações feitas pelos alunos do IMETRO:
“Creio que a instituição devia apostar mais em dar estágios curriculares para os alunos
finalistas para que possas conciliar a teoria da prática, pois assim, estarão a lançar
quadros qualificados para o mercado de negócios”.
“Mais Estágios para os alunos ou ter uma cadeira como esta que vi neste questionário
para o Imetro”.
“Creio que para melhor compreensão de todos os pontos que se refere-se a organização
precisa-se apostar mais em estágio ou este programa que o questionário apresenta”.
“Atualmente o Imetro não tem um programa curricular fixo para os cursos estão sempre
a acrescentar as cadeiras é uma boa iniciativa implementar isso aqui falta de
profissionalismo por parte dos funcionários do Imetro”.
“Acho que o Imetro deveria implementar uma cadeira mais prática para nós os alunos”.
“Acho que deveriam ter mais aulas práticas para completar a teoria isso sim o Imetro
deve apostar em bons métodos de ensino”.
Estas constatações foram reforçadas com a opinião do docente do IMETRO que nos disse
o seguinte:
79
obvio de não ser uma metodologia perfeita e estar longe disso, o PSE é o mais próximo
que conheço de uma avaliação continua porque no PSE todas sessões os alunos são
avaliados quanto mais não seja pela sua presença ou não do aluno na aula. O grupo de
alunos que nós chamamos de empresas tem tarefas que são avaliados continuamente num
trabalho desenvolvido nas aulas, acho que aqui é realmente uma avaliação contínua
diferente de outras UC (…)” (E1).
“(…) A nossa avaliação é contínua, contínua não em dois ou três momentos, mas sim ao
longo das sessões, o que faz com que eles façam as tarefas e que vão percebendo do que
estavam nas tarefas e como tem tarefas repetidas todos os meses. Isso também faz que
como eles vão se a percebendo das avaliações que vão tendo. Na UC de PSE os alunos
na primeira aula tem 20 valores, depois vão perdendo esta avaliação porque vão tendo
penalizações no trabalho que vão desempenhado ex.: tem uma sessão100% avaliação e
isso corre mal e ai terão 70 % de avaliações vão perdendo um bocadinho das notas ao
longo das sessões, eles vão tendo mais ou menos noção do que tem e andam a fazer (…)”
(E3).
“(…) Neste momento como está a ser feito o processo de avaliação em PSE eu só crítica,
e tenho a certeza que depende de professor para professor mas nós estamos a avaliar
momentos vocês entregam determinados documentos e determinadas tarefas que vão
fazendo e nós vamos avaliando dependendo dos professores que vão dando o feedback
todas as sessões, eu acredito que as avaliações devem ter o feedback ao aluno para ele
saber onde errou, se é que errou o que fez, o que não fez e porque que não fez, nós
professor devemos entender isso e vocês tem que entender no sentido que só não fez
porque não teve tempo ou não percebeu. Esta forma de avaliação para mim não é a
verdadeira avaliação que foi concebida neste PSE no entanto avaliação de um método
ativo é muito difícil de fazer, não quer dizer que a anterior era perfeita. (…) ” (E5).
“(…) Traz, eu até diria mais, o ideal é que isso não tivesse avaliação e o aluno viesse
aqui com interesse de aprender e saber ganha ferramentas ou então ter um certo a
vontade com determinada ferramentas para chegar lá fora e poder argumentar e poder
executar, avaliação em PSE é uma das mais difíceis que nos temos aqui nas UCs em
termos de curso, porque o aluno tem uma componente de avaliação que é dado em
conjunto com outros colegas porque cada turma é dividido em grupo de três (3) alunos
e estes três (3) alunos formam uma empresa. Ora a nota é uma parte da avaliação dada
a empresa no trabalho conjunto dos três (3) e a outra parte dada individualmente, só
aqui já é uma grande dificuldade porque no trabalho que é feito pelos três (3) podemos
cometer injustiças se não estivermos atentos a situação (…)” (C1).
80
complementar à metodologia tradicional neste processo. Como prova destas conclusões
apresentamos os seguintes comentários, justificativos das nossas conclusões:
“(…) Para o transmitir conhecimento, se calhar a metodologia mais tradicional de
exposição dependendo das matérias poderá ser mais eficaz para aquisição de
competências. Não tenho dúvidas a metodologia adotada em PSE é de longe a melhor,
se for e pensarmos única e exclusivamente na transmissão de conhecimentos teóricos, se
calhar a metodologia adotada em PSE não é a melhor, para nós em PSE pressupomos
que os conhecimentos teóricos já foram adquiridos não dedicamos muito tempo na
transmissão de conhecimento, dedicamos sim em por em prática os conhecimentos que
supostamente já foram adquiridos nas outras UCs anteriores (…) ” (E1).
“ (…) Eu acho que a PSE como é uma cadeira mais prática, no fundo eles saem daqui
mais preparados para o mundo real o que acontecia antes é que eles davam a teoria toda,
e depois chegavam lá fora, era a primeira vez que viam, uma fatura, um cheque, um
contrato e portanto agora quando eles chegam lá fora já tiveram o contacto com tudo
isso, pelo menos já viram o que é uma fatura e já nada é novo para eles. Ao nível de
competências, há aqui uma competência que eles desenvolvem que dificilmente
desenvolveriam em outra UC que é a competência de trabalho em grupo. (…) ” (E3).
“ (…) Acho que eles completam-se as duas, acho que deve ter um ensino tradicional e
este da simulação empresarial mais inovador, é por isso que este ensino é mais pelo fim
do semestre, tem de haver mais uma parte teórica inicial. Agora não podemos só ficar
pelo ensino tradicional não chega é preciso fundamentar, temos de criar as bases para
que depois possam vir para PSE e já terem outra bagagem. (…) ” (E4).
“ (…) Nos não podemos dissociar o prático e a teoria, a teoria é importante, nos temos
de ter bases, mas eu considero que devem existir mentes, num curso de formação seja no
superior, secundário seja em qualquer nível, devem existir breves flash se assim
quisermos dizer ao longo do percurso de qualquer estudante dever conceitos teóricos
mas depois de aprendermos ou não a parte teórica devemos ir lá fora e ver o que na
prática se faz e compara o que nos foi dito teoricamente porque ele esta em todo lado.
(…) ” (E5).
Tal como sucedido para outras questões também aqui o Coordenador teve um contributo
elucidativo, que segundo a sua opinião as duas metodologias abordadas não são
concorrentes mas sim complementares, e quando usadas em simultâneo os alunos saem
muito beneficiados. De seguida apresentamos o comentário transmitido pelo
Coordenador:
“ (…) Ora bem são as duas muito importantes, nós não poderíamos dar aqui PSE estas
aulas tal como nós as damos, se não tivessem anteriormente estas aulas expositivas da
matéria não era possível, portanto é importante que elas recolham os conhecimentos
teóricos, tragam para aqui algum à vontade que não é fácil, a boa vontade destes
conhecimentos e para depois aqui podermos aplicar, agora uma coisa é aprendermos
conceitos teóricos e outra coisa depois aplicarmos em prática e dai a grande importância
desta UC que é a aplicação prática daquilo que se aprendeu no curso, é evidente que um
tipo de aula não pode existir sem o outro, não tinha sentido virmos para aqui se não
existissem aulas expositivas teóricas digamos assim, nem tinha sido contrário. (…) ”
(C1).
81
“ (…) O método de ensino construtivista, o método construtivista coloca o aluno no
centro do processo de aprendizado, desempenhando um papel ativo ao buscar
conhecimento na medida em que interesses e questionamentos surgem. Nesse caso, cada
estudante tem seu próprio tempo de aprendizado e o currículo é extremamente flexível,
contando com a participação dos alunos inclusive em sua estruturação. Os estudantes
são imersos em situações bastante próximas da realidade com o objetivo de fazer
questionamentos, argumentar, chegar a conclusões por conta própria e encontrar as
devidas soluções para os problemas (…) ” (E6).
Das entrevistas feitas constatamos que as duas metodologias não devem ser dadas de
forma isolada, pois uma é complemento da outra. No final com os resultados obtidos nos
inquéritos aos alunos do ISCAP, confirmaram que adquirem as competências
questionadas mas mesmo assim, sugeriram alguns pontos a melhorar. Segundo eles as
UCs de PSE variam muito em termos de aprendizagem em função da sua metodologia de
avaliação e funcionamento.
82
Capitulo V – Conclusão
83
Neste capítulo apresentam-se as principais conclusões retiradas da análise aos resultados
obtidos efetuada no estudo empírico na presente investigação, com o objetivo de
responder às questões de investigação formuladas no início. Serão ainda abordadas as
contribuições e as limitações da presente investigação e por último, faremos referência a
algumas sugestões para projetos investigação futuros.
84
Os resultados obtidos demonstram que a simulação empresarial é um caso de sucesso no
ISCAP comprovado por uma grande participação dos estudantes que frequentam estas
UCs, e analisando as respostas recolhidas nos inquéritos, transmitem a opinião que valeu
a pena optarem pela frequência das UCs de PSE, pois adquiriram as competências
questionadas. As entrevistas reforçaram os resultados revelados pelos estudantes e
constaram que houve uma evolução por parte dos estudantes desde o início até ao final
da frequência nos dois semestres (PSE I e II).
Apesar dos resultados referidos, é de realçar que estas UCs são reconhecidas pela Ordem
dos Contabilistas Certificados (OCC), sendo uma alternativa ao estágio profissional
exigido aos candidatos a Contabilista Certificado (CC), como confirmado pelo
coordenador destas UCs. Esta situação nem sempre foi desse modo, pois anteriormente
a frequência de PSE era obrigatória para todos os alunos, tendo sofrido uma alteração
fruto de uma revisão curricular. Hoje a frequência é opcional e mesmo assim os alunos
optam pela sua frequência em elevado número em detrimento do estágio profissional.
Este facto é revelador do sucesso desta UC no ISCAP, muito por força da metodologia
utilizada, que assenta no ensino baseado na resolução de problemas práticos do dia a dia
das empresas, facto muito valorizado pelos alunos, que consideram ser uma mais-valia
para a sua aprendizagem e aquisição de competências, com vista à sua inserção no
mercado de trabalho.
As UCs de cariz prático e assentes nesta metodologia têm como objetivo a transmissão
de competências e conhecimentos das várias situações aproximando-se da realidade das
empresas. Os estudantes e professores reconhecem e validam a importância deste modelo
de ensino.
As IES são chamadas a refletir e a organizar os seus planos curriculares para a realidade
empresarial e suas constantes transformações, capacitando os seus docentes e formandos
a estarem aptos para dar resposta a estas situações que vão ocorrendo no dia a dia.
Tal como descreve Arantes (2009): “cada IES é um caso, inserido num determinado
contexto e ambiente, pelo que as metodologias de ensino/aprendizagem devem ser
adaptadas a esse mesmo contexto e ambiente”. Por esse facto, procuramos estudar as duas
realidades completamente distintas (ISCAP e IMETRO), apesar de terem muitas
influências culturais e históricas dos respetivos países. Ambas as IES têm as suas
particularidades mas apenas uma delas utiliza as duas metodologias – o ISCAP - enquanto
a outra uma apenas utiliza a metodologia tradicional – o IMETRO. A aplicação e
85
implementação desta metodologia assente na transmissão do conhecimento e obtenção de
competências utilizada em PSE, seria um fator de reforço de competências para os
estudantes do IMETRO, tal como os resultados evidenciaram e as respostas dos
estudantes do IMETRO atestaram a necessidade dessa implementação na sua instituição.
A inclusão das unidades curriculares de PSE com tarefas complexas e reais, é uma mais-
valia para os estudantes que são colocados à prova para resolução de problemas diários
das empresas que eles gerem e são acompanhados pelos docentes ao longo das sessões,
em que têm necessidade de se organizarem e gerirem o tempo (das sessões) que é uma
competência muito importante para execução do plano delineado para cada aula.
Com este estudo concluímos que durante as entrevistas os resultados obtidos, fruto das
várias afirmações recolhidas, demonstraram que as competências pessoais são uma das
mais requeridas pelas empresas, e uma das competências que os estudantes adquirem ao
frequentarem as UCs de PSE no ISCAP.
Uma vez que se trata de um estudo de caso limita que se possa generalizar os resultados
obtidos, pois apenas estudamos uma realidade em concreto.
Por último, sugere-se que se façam estudos mais aprofundados sobre as metodologias
adotadas em Angola, para que possam ser introduzidas melhorias nos planos curriculares,
com a introdução de metodologias alternativas à utilizada – a metodologia tradicional.
87
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95
Apêndices
Apêndice 1 - Questionário dos estudantes do ISCAP
Apêndice 2 - Questionário dos estudantes do IMETRO
Apêndice 3 - Entrevista com o Coordenador
• Qual a sua área de formação, o seu nível académico e a função que desempenha?
• O tempo de experiência profissional?
• Qual dos métodos de ensino utilizados têm demonstrado maior envolvimento dos
estudantes no processo de ensino/aprendizagem?
• Se Sim, Tais métodos têm mostrado resultados satisfatórios?
• Quais os critérios têm utilizado para avaliar a aprendizagem dos alunos nas
unidades curriculares?
• Acha que a carga horária estabelecida pela instituição tem sido suficiente para
ministrar as aulas?
• Que temas os alunos têm considerado mais difíceis. E quais as principais
dificuldades que tem constatado por parte destes?
• Após ministrada a aula qual é a sua perceção sobre a motivação dos alunos em
aprenderem?
• Quais os aspetos que acha que deveriam ser melhorados no programa estabelecido
pela instituição no ensino geral?
• Será a implementação da metodologia do Projeto de Simulação Empresarial no
Imetro um fator de vantagem para o desenvolvimento de competências aos
estudantes e docentes?
• Que competências devem ser trabalhadas aos estudantes do Imetro nas Disciplinas
ministradas?