Resumo CNPI
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SISTEMA NORMATIVO
CMN: órgão que está no topo do Sistema Financeiro Nacional (SFN), tendo poder sobre todas
as outras instituições, controlando a política de moeda e crédito no Brasil. O CMN não
intervém diretamente, apenas divulga todas as regras do sistema financeiro.
CMN determina regras para funcionamento de todas as outras instituições do SF, umas de
duas principais funções é determinar a meta de inflação a serem seguidas pela BACEN, além de
fazer com que os meios de pagamento estejam de acordo com as necessidades da economia,
utilizar recursos estrangeiros de forma adequada, enviar recursos financeiros para instituições
públicas e privadas, cuidar da liquidez das IFs, autorizar emissão de papel moeda, aprovar
alterações e orçamentos solicitados pela BACEN, regulamentar operações de redesconto,
descontos, comissões e taxas de juros.
Ex de atuação: em 2018, CMN definiu que boletos acima de R$ 10 mil não pudessem mais ser
pagos em espécie, de forma a controlar a lavagem de dinheiro.
Banco Central do Brasil: autarquia federal autônoma, possui autonomia perante a outros
órgãos do poder público. Não está subordinado a nenhum outro órgão, mas opera com a
supervisão do gov federal e está ligado ao Ministério da Economia. Visa garantir a estabilidade
do poder de compra da moeda nacional (manter inflação dentro da meta) e regula o sistema
financeiro – controla instituições que podem ou não funcionar no Brasil, bem como exerce
fiscalização sobre qualquer IF em solo nacional (bancos, corretoras, etc.)
No tocante ao controle da inflação, o BCB define a taxa básica de juros da economia (SELIC),
que é um fator que possui influência sobre a quantidade de dinheiro em circulação na
economia, afetando portanto a inflação (SELIC maior > menos dinheiro em circulação > menos
inflação).
O BCB também atua no mercado de câmbio conforme citado, emite a moeda nacional, além
de prestar serviços informativos para a população.
SISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO:
Banco do Brasil: S.A de Capital Misto, controlada pela União. Principal agente financeiro do
Gov Federal. Possui três funções principais:
Caixa Econômica Federal: Instituição Financeira pública, com patrimônio próprio e autonomia
administrativa, vinculada ao Ministério da Economia.
Conselho de Recursos do SFN: Orgão colegiado de segundo grau. O CRSFN é formado por oito
conselheiros titulares, sendo dois do ministério da economia, um do BCB, um da CVM e quatro
representantes das entidades de classe dos mercados afins, por essas indicadas em lista
tríplice (possui o mesmo número de suplentes, com a mesma proporção). Entidades
representativas para indicação de membros titulares/suplentes: FEBRABAN, ANBIMA,
ANCORD, ABRASCA, OCB/CECO, ABAC, AMEC, IBRACON.
Tem como objetivo julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as sanções
aplicadas pelo BACEN e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas
pelo COAF e demais autoridades competentes.
Principais atividades:
concessões de empréstimos
operações de crédito
pagamentos de cheques
transferências de recursos e ordens de pagamento.
Bancos Múltiplos: Sociedade anônima que visa também promover o encontro entre agentes
superavitários e deficitários. Devem possuir no mínimo duas carteiras, sendo uma delas,
obrigatoriamente, comercial ou de investimento.
Principais operações:
Lei 6.385/76 define que a competência da CVM em relação a CTVMs e DTVMs está limitada às
operações com títulos específicos, tais como ações, debêntures e derivativos, não incluindo
títulos públicos por exemplo, sendo estes fiscalizados pelo BCB.
Risco: grau de incerteza que pode levar uma pessoa ou empresa a perder capital, seja através
de transações financeiras ou investimentos. Riscos sempre existirão em qualquer operação
que envolva dinheiro, cabe ao investidor reconhece-los e minimizá-los. Os riscos financeiros
são divididos em riscos de crédito, liquidez e de mercado. Sobre o risco de mercado (risco
sistemático), que é inerente a todos os ativos de determinado mercado e, portanto, não é
diminuído através da diversificação (exemplos: alta do dólar, variação da Selic, crises diversas,
etc.). O risco específico (não sistemático), é o risco inerente a determinado ativo, como por
exemplo uma crise em determinado setor, ciclos de baixa em setores cíclicos, dentre outras
questões específicas de um segmento. Para este risco específico, o investidor pode se proteger
através da diversificação, formando uma carteira com um bom número de ativos e diminuindo
o risco específico de sua carteira.
Retorno: diz respeito à rentabilidade que uma pessoa tem expectativa de obter através de
seus investimentos. Assim como o risco, o retorno varia bastante de um ativo para outro,
sendo elevados para alguns ativos e praticamente nulo para outros. Para um investidor que
deseje obter resultados satisfatórios, é essencial saber balancear a relação risco x retorno.
Para ter uma rentabilidade maior, você também deverá correr mais riscos, via de regra. No
entanto, a diversificação, tanto em classe de ativos quanto em segmentos setoriais, se mostra
eficaz na diluição do risco de uma carteira de investimentos.
Teoria do Portólio: Teoria desenvolvida por Harry Markowitz que trata da diversificação de
ativos e mostra porque diversificar é fundamental para minimizar riscos. Para formular a
teoria, foram considerados os conceitos de retorno esperado, risco e correlação. O retorno é a
rentabilidade esperada pelo investidor ao realizar determinada alocação, o risco é o desvio
padrão de um ativo da carteira em relação ao seu retorno médio, sendo os ativos mais
arriscados aqueles que variam mais em relação à média. Por fim, a correlação mede como os
ativos se movem de forma conjunta, podendo variar de -1 até 1. Uma correlação de -1 indica
que os dois ativos têm comportamentos opostos (enquanto um se desvaloriza, outro se
valoriza), enquanto uma correlação de 1 indica que os ativos se movem conjuntamente. Se o
valor for próximo de 0, não existe correlação entre os ativos. A grande contribuição da teoria
de Markowitz foi mostrar, via modelos matemáticos, que o retorno de um portfólio não
depende apenas dos riscos e resultados individuais de cada componente da carteira, mas
também da correlação que eles possuem entre si. Ou seja, a forma como os ativos se
comportam em conjunto é tão importante quanto seus riscos e resultados individuais. Sendo
assim, um investidor que fizer uma alocação em dois ativos de correlação negativa como o
BOVA11 e o Dólar por exemplo, estará maximizando sua relação risco x retorno, estando
melhor protegido em momentos de crise, uma vez que enquanto um ativo estará caindo,
normalmente o outro irá subir.
Beta: O Índice Beta, ou Coeficiente Beta, é uma medida utilizada em finanças que relaciona a
sensibilidade de um ativo dentro de uma carteira de investimentos. Além de correlacionar o
investimento dentro de uma carteira, o beta também permite identificar a direção que a
rentabilidade do ativo varia, frente à alterações de um índice do mercado, como o Índice
Bovespa, por exemplo.
CAPM: Capital Asset Pricing Model, ou Modelo de Precificação de Ativos Financeiros, é um
método que procura analisar a relação entre o risco e retorno esperado de um investimento.
Este modelo busca calcular um equilíbrio entre o risco e a rentabilidade e, com isso, atribuir
uma precificação aos ativos com risco de uma carteira de investimentos.
Como taxa livre de risco é utilizada a taxa de um investimento com o menor risco possível,
como um título público. O beta utilizado deve ser o do ativo avaliado, enquanto a
remuneração do mercado é a rentabilidade histórica de determinado benchmark, como o
Ibovespa.
Operações em bolsa: liquidação financeira pela CBLC em D+3 após o pregão. Prazo para os
ativos entrarem em custódia também é D+3, ;
margem de garantia (percentual do valor cheio do ativo negociado, depósito de garantia para
operar alavancado);
taxa de alavancagem: taxa de “juros” cobrada pela corretora pelo empréstimo de curto prazo
ao investidor para operações de alavancagem;
taxas de corretagem: taxas cobradas pelas corretoras quando realizadas operações em bolsa;
taxa de negociação, liquidação e registro: taxas cobradas pela B3 quando realizadas operações
em bolsa;
Tipos de operação: Day trade: compra e venda de valores mobiliários no mesmo dia. IR na
fonte de 1% em caso de resultado positivo (imposto “dedo duro”). Necessário declarar ganhos
e prejuízos e tributação de 20% sobre qualquer ganho;
Swing trade: compra e venda em dias diferentes. Isenção de imposto de vendas até R$ 20
mil/mês, mas necessário declarar as posições;
Índices: Ibovespa: principal índice do mercado brasileiro, é resultado de uma carteira teórica
de ativos. É composto pelas ações e units de companhias listadas na B3 que atendem aos
critérios descritos na sua metodologia, correspondendo a cerca de 80% do número de
negócios e do volume financeiro do nosso mercado de capitais.
IBRX 100: índice que é composto pelas 100 maiores ações do mercado brasileiro em
negociabilidade e representatividade, buscando ser o indicador médio do desempenho destas
ações.
FGV-100: Índice composto pelas 100 ações mais negociadas, excluindo as estatais e bancos. Ou
seja, a carteira teórica é composta apenas por ações de empresas privadas, levando se em
consideração os critérios de qualidade da empresa e de liquidez ou volume financeiro
negociados em Bolsas de Valores. Critérios de qualidade são apurados de acordo com métricas
abaixo:
3- Ações - Conceitos e Operacionalidade
Classes de ações: Ações ordinárias (ON): classe que dá direito a voto em assembleias,
terminam com 3. Ação dos controladores da empresa. Possuem tag along de pelo menos 80%,
conforme definido pela Lei das SA. O direito a voto pode ser definido para as ações PN, se
assim estiver definido no estatuto da empresa.
American Depositary Receipt - ADR: ADR se refere a American Depositary Receipt, que
significa recibo de depósito americano. Ele é emitido nos Estados Unidos, mas lastreado em
empresas ao redor do mundo. Se um investidor estadunidense quiser investir na Volkswagen,
por exemplo, é possível recorrer aos ADRs. Eles são recibos lastreados nas Ações da
companhia, permitindo investir nela de modo indireto.
Dividendos: Parte do lucro realizado por uma empresa ou fundo imobiliário que é dividido aos
seus acionistas ou cotistas, e este será isento de imposto de renda.
Juros s/ capital próprio: Também é uma parte do lucro da empresa distribuído aos seus
acionistas. Mas, diferentemente dos dividendos o JCP é tributado na fonte a alíquota de 15%.
Sendo assim, o valor que você recebe é líquido de imposto de renda. No entanto, existe um
limite contábil no pagamento de JSCP por parte da empresa.
Recompra de ações: Buyback, ou recompra de ações, é uma operação na qual uma empresa
compra de volta suas próprias ações, reduzindo o número de papéis que estão em negociação
no mercado secundário, custodiando os papéis em tesouraria ou os cancelando/tirando de
circulação do mercado. A companhia adquire suas ações na Bolsa de Valores enviando as suas
ordens de compra e venda como qualquer outro investidor. A recompra resulta em uma maior
participação dos acionistas que possuíam os papéis em relação ao período anterior à
recompra.
Diretos dos minoritários: Os sócios minoritários que possuem ações ordinárias (ON) possuem
o direito a um voto por cada ação ON que possuem. Já os minoritários detentores de ações
preferenciais (PN) não possuem o direito a voto, mas têm a preferência no recebimento de
dividendos e juros sobre capital próprio. Ainda que os minoritários detentores de ações ON
possuam direito a voto, este pode ser suprimido pelo voto dos majoritários.
Os sócios minoritários têm também o direito ao recebimento dos lucros das empresas, onde o
valor mínimo de distribuição deve estar previsto em estatuto e, caso não esteja, é estabelecido
o montante de 25% do lucro líquido da companhia.
Tributação em Operações com Ações - PF: No caso de operações de swing trade, é devida a
alíquota de 15% sobre o ganho de capital líquido obtido, admitindo deduções relativas ao
custo e despesas de vendas e compras, considerando o custo médio de compra e o valor da
venda. Na modalidade Day trade a alíquota de recolhimento do imposto de renda é de 20%
sobre os ganhos líquidos, admitidas as mesmas deduções.
No caso de ganho de capital na modalidade de swing trade, é isento o ganho líquido para
pessoa física até o limite de vendas de R$ 20 mil em ações no mês, exceto em ETFs, fundos ou
clubes de investimentos, FIIs ou BDRs.
As perdas incorridas nas operações com mercado à vista, fundos de índices, opções, mercados
futuros e mercados a termo poderão ser compensadas com os ganhos líquidos no próprio mês
os nos meses subsequentes, inclusive em anos seguintes.
As perdas em operações de day trade somente serão compensadas com os ganhos obtidos
nesta mesma modalidade.
Nas operações de venda, tem-se a incidência do imposto de renda retido na fonte apelidado
de “dedo duro” devido ao seu baixo percentual de incidência, sendo 0,005% do valor da venda
em swing trade e 1% sobre o valor para day trade. Basicamente, o imposto serve para apontar
para a Receita Federal que ocorreu uma venda. O valor do imposto retido na fonte deve ser
descontado do imposto efetivamente devido, nas alíquotas de 20% para DT e 15% para ST.
Tributação em Operações com Ações - PJ: Empresas enquadradas no Simples Nacional não
podem participar do capital de outras companhias. Para empresas do Lucro Presumido, o
ganho com ações entra como Receita Financeira, somando-se a base de cálculo sobre o
faturamento. A tributação final será de 15% de IRPJ e 9% de CSLL sobre o ganho com ações,
podendo ainda sofrer um adicional de 10% caso ultrapasse o lucro de 60.000 no trimestre.
Empresas do Lucro Real seguem a mesma regra do Lucro Presumido, com a diferença que o
imposto é apurado mensalmente e o adicional incide sobre o excedente de R$ 20.000/mês,
portanto.
As notas promissórias, também conhecidas como commercial papers, são títulos de curto
prazo emitidos por empresas e sociedades anônimas para captar recursos de capital de giro.
Podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital fechado, pelo prazo máximo de 180
dias e pelas de capital aberto, pelo prazo de até 360 dias. As notas promissórias são mais
padronizadas, tendo prazo mínimo de 30 dias e máximo de 180 para SAs de capital fechado e
360 dias para SAs de capital aberto, além de possuir data certa de vencimento e oferecer
rentabilidade pré ou pós fixada. Tal título também pode ser resgatado antecipadamente,
cumprido o prazo mínimo de 30 dias e com o aval do investidor.
As notas promissórias não possuem garantia real. Por outro lado, as debêntures podem ter
garantia real; flutuante, que não impede a negociação dos bens da empresa, mas tem
privilegio frente aos demais credores após as garantias reais, impostos e valores trabalhistas; e
subordinada aos demais credores da empresa, sendo esta com preferência somente frente ao
crédito dos acionistas ou sem preferência, que não oferece privilégio algum em caso de
liquidação da empresa.