Revolução Francesa - História
Revolução Francesa - História
Revolução Francesa - História
Neste artigo com o resumo da Revolução Francesa, você encontrará todos os tópicos abaixo,
com explicações e exemplos detalhados.
Ela espalhou pelo mundo os ideias de “igualdade, fraternidade e liberdade”. Este era o seu
lema, representado por uma imagem da Marianne, uma mulher erguendo a bandeira da
França, personificando as ideias revolucionárias. Esse lema está presente até os dias de hoje, e
inspirou acontecimentos marcantes da história da humanidade durante a Idade Moderna.
Mas isto é um grande paradoxo, pois os revolucionários não aplicam esses três valores àqueles
que discordam de seus métodos. Foram aproximadamente 18.000 assassinatos em 10 anos.
Grande parte das mortes aconteceram na segunda das três fases da revolução, mas a forte
oposição aos que discordam sempre foi uma marca desse movimento. Há outras causas e
características importantes que veremos adiante, detalhando essas fases e seus
acontecimentos! Também entenderemos melhor o contexto em que tudo isso surgiu.
4. Popularização do Iluminismo
Nós estamos falando de um contexto que foi antecedido pelo fim da Idade Média e se sucedeu
ao Renascimento. Na época feudal, a ciência havia começado a ser desenvolvida dentro dos
mosteiros, trazendo grandes revelações à humanidade. Essas pesquisas eram feitas com muito
cuidado, pois o intuito não era buscar um progresso a todo custo, mas entender a criação de
Deus. Além disso, as ferramentas ainda estavam sendo desenvolvidas.
Porém, certos religiosos desobedeciam a Igreja e davam maus exemplos. Isso gerou uma
resistência à religião como um todo. Em um ato generalizado, a sociedade tendeu a se
desvincular da religião e valorizar somente a ciência e a razão puras. Assim, houve uma
popularização da racionalidade voltada para combater a religião, retomando (renascendo) os
valores pagãos da Grécia e Roma Antiga.
Nesse contexto, surge ainda o Iluminismo, uma ideologia que retirava os aspectos místicos do
renascimento e defendia somente a autoridade da razão. Ela era vista como a maior de todas
as formas de se obter conhecimento, inspirados pelo método científico.
Exaltava-se a liberdade (a todo custo), o constitucionalismo (todos os princípios devem estar
na lei para valer) e a defesa da separação da Igreja e do Estado (proibição de mencionar
assuntos de credo na esfera pública).
6. Desigualdade Social
A divisão social, naquela época, trouxe uma desigualdade social muito aparente por causa do
modo como o rei conduzia as coisas. Ele desvalorizava o Terceiro estamento, enquanto ao
Primeiro e Segundo foram dados privilégios. Estes dois estavam isentos de pagar impostos,
diferentemente do restante da população.
O Terceiro Estado era constituído por diferentes grupos, como a burguesia e os camponeses.
Os camponeses ficavam cada vez mais pobres à medida que a aristocracia (nobreza) francesa
vivia com muito luxo.
A nobreza não gerava riqueza econômica significativa, apenas consumiam os recursos. Para a
burguesia, os privilégios da aristocracia do país eram um obstáculo para a evolução de seus
negócios. A burguesia acabara de ganhar destaque, pois estamos em um contexto com menos
princípios para limitar o comércio. Por exemplo, não há mais uma moral religiosa que fale
sobre os excessos de lucro ou sobre o tipo de mercadoria que seja ético vender.
Além disso, no início os burgueses eram apoiados pelo rei, pois eram vistos como um aliado
para enriquecimento. Porém, logo a burguesia viu que o rei iria controlar tudo, então se
revoltou contra ele também.
7. Crise Econômica
A desigualdade social se intensificou ainda mais com a crise que existia na França. A crise
econômica francesa era resultado dos elevados gastos do país. Esses gastos foram agravados
pelo envolvimento da França em conflitos no exterior. A existência de privilégios para os
Primeiro e Segundo Estados no país também contribuía para a crise.
A crise econômica na França fez com que o custo de vida aumentasse, a demanda de
empregos fosse reduzida, e os impostos cobrados pela nobreza aumentassem. Essa crise já era
o suficiente para levar os camponeses à fome. Além disso, entre 1788 e 1789, a França passou
por um inverno rigoroso, que prejudicou as colheitas e fez com que a alimentação tivesse um
custo ainda maior para todos. Inúmeras tentativas de reformulação tinham sido sugeridas, mas
não avançaram porque o Primeiro e Segundo Estados haviam se mostrado resistentes às
chances de reformas que pudessem acabar com alguns de seus privilégios.
Assim sendo, em 1789, a França se encontrava uma condução crítica. A crise econômica era
grave e a pobreza e a fome levaram a população a um estado de quase rebelião.
8. Revolução Americana
Por fim, temos também um contexto em que havia acontecido a primeira grande revolução
política da Idade Moderna. No dia 4 de julho de 1776, a Revolução Americana ou
Independência dos Estados Unidos foi declarada. Nesse processo, vemos uma ex-colônia que
ganhou autonomia e relevância diante de todo o mundo, aderindo aos valores burgueses e
rompendo com o regime monárquico. Não por coincidência, ele também foi inspirada pelos
valores Iluministas.
É pela soma desses fatores que a República ganhou destaque e se tornou um ideal de
perfeição para muitas nações.
No entanto, o Terceiro Estado propôs uma alteração no funcionamento dos Estados Gerais. A
proposta era de que o voto não fosse mais por Estado, mas sim individual. Dessa forma, todos
os membros de todos os Estados teriam direito ao voto. Também esta era uma proposta que
parecia a melhor chance dos burgueses, porque eles sabiam que, convencendo os camponeses
e artesãos, eles somariam mais votos e venceriam. O rei da França não aceitou a proposta.
Diante desse cenário, o Terceiro Estado rompeu com os Estados Gerais e fundou a Assembleia
Nacional Constituinte. Ela tinha o objetivo de elaborar uma Constituição que traria mudanças
para a França, fazendo com que ela se tornasse uma monarquia constitucional. Quando Luís
XVI tentou fechar a Constituinte à força, a população parisiense se rebelou. Os burgueses já
tinham mais força econômica que o próprio Estado. Além disso, a burguesia havia convencido
o restante da população, que estava ávida por qualquer solução contra aquele que havia
desvalorizado seu setor.
Então, no dia 12 de julho de 1789, a população francesa tomou as ruas de Paris. No dia 13,
uma Comuna foi criada por operários para governar Paris. Também foi formada uma Guarda
Nacional, um tipo de milícia popular.
Esse período corresponde aos anos em que foi redigida uma Constituição para a França e ao
período da Assembleia Legislativa.
A queda da Bastilha fez com que a revolução se espalhasse por toda a França, e os camponeses
foram ao ataque, com medo de que a nobreza francesa tomasse alguma atitude e os
deixassem sem alimento.
Conhecida como Grande Medo, essa investida aconteceu entre julho e agosto de 1789 e ficou
marcada por saqueamentos e ataques contra propriedades da nobreza, seguidos de, em
muitos casos, assassinato do proprietário do local. O fim de alguns impostos e o maior acesso
aos alimentos eram os principais motivos da luta dos camponeses. À medida que a população
se tornava radical, muitas mudanças ocorreram na França. Todos os privilégios feudais foram
banidos.
Logo a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi anunciada. Este documento
determinava (em teoria) que todos eram iguais perante a lei. Mas os fatos apontam que isso
só era praticado para aqueles que concordassem com o método revolucionário. Esta
declaração pode ser considerada a mais importante de toda a Revolução Francesa e inspirou
as cartilhas internacionais que temos até hoje. Com base no constitucionalismo, os direitos
que já existiam como valores, passam a ser legislativos e fiscalizados. Por fim, a radicalização
do povo fez com que a burguesia e a classe média tomassem um posicionamento conservador,
com o objetivo de reter o ímpeto da população.
13. A França se torna Monarquia Constitucional
Os Primeiro e Segundo Estados começaram a fugir da França, indo para países como a Áustria
e Prússia. O rei Luís XVI também tentou fugir do país, mas foi reconhecido e trazido de volta ao
Palácio de Tulherias. Durante esse período, os revolucionários atacaram também os privilégios
do clero através da Constituição Civil do Clero, em 1790. O objetivo era submeter a Igreja à
autoridade do Estado, sendo controlada por ele. Isso contribuiu para que o clero aderisse à
Contrarrevolução, pois viu que não lhe restaria nenhuma autonomia. Os revolucionários
tinham ódio à fé Cristã e queriam mudá-la por dentro.
Além disso, nesse período a Assembleia Legislativa declarou guerra com muitas outras nações
da Europa. A Revolução Francesa era uma ameaça a todos os países absolutistas e muitos
deles conspiraram para invadir a França. Assim, a Assembleia Legislativa se antecipou e
declarou guerra contra a Áustria e a Prússia. Essa declaração fez com que a Revolução
Francesa se radicalizasse ainda mais, dando início ao período chamado TERROR.
O clima de guerra empurrou a sociedade francesa para o lado dos jacobinos e dos sans-
culottes (“sem culotes”, ou seja, os pobres que não tinham culote nas calças, como era a dos
nobres). Como resultado disso, os sans-culottes organizaram-se, derrubaram a Monarquia
Francesa e instauraram a República.
Liderados por Maximilien Robespierre, os jacobinos impuseram seus ideais a todos, por meio
do Comitê de Salvação Pública. Fizeram com que sua organização fosse valer até mesmo acima
da Convenção, a instituição mais importante do país. Veja só a que ponto os revolucionários
chegaram: 16 religiosas carmelitas foram condenadas à guilhotina (máquina de cortar cabeças)
porque se recusaram a assinar o manifesto revolucionário. Elas continuaram no convento
rezando e foram mortas por isso. Isso aconteceu no dia 17 de julho de 1794 e há um filme
chamado “O diálogo das Carmelitas” que documenta esse fato. Mas isso não foi só com elas.
Todos os que eram padres, camponeses, membros da corte, da nobreza e qualquer um que
discordasse da causa (até mesmo entre os revolucionários), era morto só por ter uma posição
diferente. A partir daí, a morte por guilhotina se generalizou e começou a pior das fases da
Revolução Francesa: O terror jacobino.
A postura dos jacobinos gerou um desconforto por parte dos grupos mais conservadores, que
decidiram reagir com o apoio da alta burguesia francesa. Eles articularam um golpe chamado
Reação Termidoriana, que aconteceu em 1794. A partir dessa data, os girondinos tomaram
uma série de medidas que reverteram as decisões jacobinas. Em 1795, a Convenção foi
substituída pelo Diretório. Com a Reação Termidoriana vários jacobinos, incluindo
Robespierre, foram também guilhotinados.
Além do mais, houve tentativas de golpe por parte de jacobinos para retomar o poder e até de
monarquistas para voltar tudo ao início.
18. Como terminou a Revolução Francesa?
Em meio ao contexto do Diretório, surge o apoio da população à Napoleão Bonaparte, general
que liderava os exércitos franceses.
Ele era visto como uma figura que agradava um pouco a cada grupo, porque combinava
aspectos dos girondinos (que eram revolucionários burgueses moderados) e a não propagação
do ódio à nobreza e ao clero, embora não os favorecesse. Assim, Napoleão organizou um golpe
para tomar o poder da França em 1799, em um evento conhecido como Golpe do 18 de
Brumário.
Iniciou-se, então, o Período Napoleônico, que ocorreu de 1799 a 1815. Esse governo foi
dividido em três fases (Consulado (1799-1804), Império Napoleônico (1804-1815) e Governo
dos Cem Dias (20/03/1815 a 08/07/1815).
Em cada momento Napoleão tendia a uma forma de governo, aparentando uma figura
controversa. Porém, conseguiu manter certa estabilidade social, como não se via desde antes
da revolução, e isso foi o suficiente para se manter no poder. No fim das contas, ele só foi
tirado do governo com a derrota na Batalha de Waterloo. Isso porque ele havia expandido sua
influência militar, política e autoritária por toda a Europa, ditando como os países deveriam
reger sua economia e criando guerras.