Modelo de Ação de Danos Morais - Software Jurídico Software Jurídico Completo - Advbox
Modelo de Ação de Danos Morais - Software Jurídico Software Jurídico Completo - Advbox
Modelo de Ação de Danos Morais - Software Jurídico Software Jurídico Completo - Advbox
em face de … (nome em negrito do reclamado), … (indicar se é pessoa física ou jurídica), com
CPF/CNPJ de n. …, com sede na Rua …, n. …, … (bairro), CEP: …, … (Município– UF), pelas
razões de fato e de direito que passa a aduzir e no final requer.:
A Autora opta pela realização de audiência conciliatória (CPC/2015, art. 319, inc. VII), razão qual
requer a citação do requerido, por carta (CPC/2015, art. 247, caput) para comparecer à audiência
designada para essa finalidade (CPC/2015, art. 334, caput c/c § 5º).
DOS FATOS
No início do mês Maio deste ano a requerente se dirigiu a loja Hering e Magazine Luiza, para efetuar
umas compras, mas no momento em que precisou efetuar um crediário para parcelamento foi
informado pelo atendente que, por meio de uma consulta no SERASA, serviço de proteção ao crédito,
constatou que o nome da requerente constava no cadastro de inadimplentes, impossibilitando a
aquisição almejada.
Surpresa com a notícia e convicta de não possuir qualquer dívida que justificasse tal restrição de
crédito, a requerente dirigiu-se até o SERASA para retirar um extrato que indicasse seu nome no
cadastro, pois estava certa de que não possuía divida alguma.
Quando retirou o extrato, verificando de que se tratava, não entendeu o porquê de seu nome constar no
referido cadastro, haja vista que este apontamento refere-se à várias contas de energia elétrica de duas
unidades consumidora, onde morou à cinco anos atrás, quê não é de propriedade da autora, e sim, de
propriedade do requerido conforme consta certidão de inteiro teor do imóvel em anexo.
A autora pode se lembrar que morou a cinco anos atrás em uma das quitinetes do requerido, e que
nesta época transferiu a titularidade da unidade consumidora onde residia para seu nome, pois na
época precisava de um comprovante de endereço de titularidade sua, porem quando mudou-se deixou
quitadas as contas de energia elétrica que consumiu durante o período que residiu na quitinete.
No entanto, por surpresa encontra-se a titularidade de duas unidades consumidora em nome da autora
e várias contas em atraso, motivo pelo o qual foi incluso o seu nome no cadastro do SERASA, fazendo
a requerente passar por situação vexatória desnecessária.
Presume-se que o requerido agiu de má-fé, cadastrando mais uma unidade consumidora em nome da
requerente sem o conhecimento da mesma, por negligencia em deixar a permanecer a titularidade da
unidade consumidora em nome da autora, e por omissão com o descumprimento ao dever de adimplir
as contas em aberto no valor de R$ 527,46 (quinhentos e vinte sete reais e quarenta e seis centavos),
valor este insignificante perante a riqueza do requerido, pois este é uma pessoa bem conceituada e
porta de bens de grande valia.
O extrato atualizado demonstra que o nome da requerente está negativado, por consumo de energia
elétrica que a mesma não consumiu, visto que, tal situação configura o dano moral, o suposto débito
não é responsabilidade da requerente adimplir e sim do requerido, pois feriu a honra e dignidade,
trazendo um inigualável constrangimento a Autora.
A requerente vem à presença de Vossa Excelência requerer a aplicação de danos morais e requerer que
o requerido retire o nome da requerente dos Serviços de Proteção ao Crédito – SPC, SERASA,
congêneres e seja regularizado a titularidade das unidades consumidora na Empresa CELG retirando o
nome da requerente das duas unidade consumidora.
DO DIREITO
O certo é que até o presente momento, a requerente permanece com seu nome registrado no cadastro
do SERASA, por conta de um débito que não é obrigação da requerente adimplir, e precisa que seja
retirado para continuar sua vida.
O requerido, atualmente está agindo com manifesta negligência e evidente descaso com a requerente,
pois jamais poderia ter permitido o nome da autora, até a presente data no cadastro dos serviços de
proteção ao crédito.
Sua conduta, sem dúvida, causou danos à imagem, à honra e ao bom nome da requerente que
permanece nos cadastros do SERASA, de modo que encontra-se com uma imagem de mau pagadora,
de forma absolutamente indevida, eis que nada deve.
Desta forma, tendo cadastrado a titularidade de mais uma unidade consumidora em nome da autora e
deixou de adimplir as contas de energia elétrica ocasionado a inclusão do nome da mesma nos
cadastros dos serviços de proteção ao crédito, não pode o requerido se eximir da responsabilidade pela
reparação do dano causado, pelo qual responde.
Neste sentido, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso X, assegura o direito à
indenização pelo dano moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem
das pessoas.
Nesse diapasão, claro é que o requerido, ao cometer imprudente ato, afrontou confessada e
conscientemente o texto constitucional acima transcrito, devendo, por isso, ser condenado à respectiva
indenização pelo dano moral sofrido pela requerente.
Diante do narrado, fica claramente demonstrado o absurdo descaso e negligência por parte do
requerido, que permanece com o nome da requerente até o presente momento inserido no cadastro do
SERASA, fazendo-o passar por um constrangimento lastimável.
A única conclusão a que se pode chegar é a de que a reparabilidade do dano moral puro não mais se
questiona no direito brasileiro, porquanto uma série de dispositivos, constitucionais e
infraconstitucionais, garantem sua tutela legal.
O desiderato da Promovente também está sob a proteção da Lei Substantiva Civil. Eis o teor dos seus
artigos 186 e 927:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Doutrinadores e Tribunais põem-se de acordo quanto à indenização do dano moral para satisfação da
ofensa de atos lesivos à honra, à dignidade, ao nome de quem é atingido e tisnado por abusos, a
exemplo do que aconteceu com a autora.
É de bom alvitre, também, frisar que o dano moral, por sua natureza subjetiva, prescinde de
demonstração, da prova do dano, sendo suficiente, para caracterizá-lo, a ocorrência de seus três
elementos essenciais: o dano, o ato culposo e o nexo causal – todos presentes no caso sub judice.
Diante da possibilidade de reparação do dano puramente moral, resta-nos trilhar o caminho referente
ao quantum da indenização que, se não deve ser exagerado, certamente, não poderá ser arbitrada como
indulgência a quem causou malefício a outrem.
Sob tal prisma, o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, por sua 2ª Câmara Cível, tem assim
decidido:
A indenização por dano moral é arbitrável, mediante estimativa prudencial que leve
em conta a necessidade de, com a quantia, satisfazer a dor da vítima e dissuadir de
novo atentado, o autor da ofensa.(TJ-SP – Apelação Cível nº 198.117 – 2ª Câmara –
em 21.12.93 – Rel. Des. Cezar Peluso – RT nº 706, Ago/11, pág. 67.
Nesse viés, tem-se exortação do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA, onde o dano moral puro
ou objetivo não necessita de prova do efetivo reflexo patrimonial, sendo suficiente a comprovação do
ato ilícito e do nexo de causalidade, bem como presumidos os efeitos nefastos na honra do ofendido.
A indenização por dano moral não tem finalidade de obtenção de lucro ou de qualquer vantagem
financeira, tendo por objetivo, isto sim, o de reparar de forma sensata os danos morais efetivamente
ocasionados pelo ofensor(TJPB – Apelação Cível nº 888.2002.0017 – 1ª Câmara Cível – Rel. Des.
Jorge Ribeiro Nóbrega – jul. 20/06/2002).
DA TUTELA PROVISÓRIA
Dispõe o artigo 294 do Novo Código de Processo Civil, que a Tutela Provisória, pode ser
fundamentada em Urgência ou Evidência, complementando o referido artigo, citemos o artigo 300, do
mesmo Código. Vejamos:
Art. 300. A Tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
Dessa forma, como único meio de resguardar os direitos da requerente, que já se encontra sofrendo
prejuízos e passando por dificuldades de toda ordem, e impedir que suporte lesão de mais difícil
reparação até a prolação da sentença, é necessária o deferimento dos efeitos da tutela provisória no que
se refere o pagamento das contas em aberto, e à exclusão de seu nome dos registros do SPC e
SERASA, com a imposição de multa diária pelo descumprimento da obrigação.
Há nos autos “prova inequívoca” da ilicitude cometida pelo Requerido, fartamente comprovada por
documentos imersos nesta querela.
Acerca do tema em espécie, é do magistério de José Miguel Garcia Medina as seguintes linhas:
“… Sob outro ponto de vista, contudo, essa probabilidade é vista como requisito, no
sentido de que a parte deve demonstrar, no mínimo, que o direito afirmado é
provável (e mais se exigirá, no sentido de se demonstrar que tal direito muito
provavelmente existe, quanto menor for o grau depericulum. “ (MEDINA, José
Miguel Garcia. Novo código de processo civilcomentado … – São Paulo: RT, 2015,
p. 472) (itálicos do texto original)
Com esse mesmo enfoque, sustenta Nélson Nery Júnior, delimitando comparações acerca da
“probabilidade de direito” e o “fumus boni iuris”, esse professa, in verbis:
“4. Requisitos para a concessão da tutela de urgência: fumus boni iuris: Também é
preciso que a parte comprove a existência da plausibilidade do direito por ela
afirmado (fumus boni iuris). Assim, a tutela de urgência visa assegurar a eficácia do
processo de conhecimento ou do processo de execução…” (NERY JÚNIOR, Nélson.
Comentários ao código de processo civil. – São Paulo: RT, 2015, p. 857-858)
(destaques do autor)
No tocante ao periculum na demora da providência judicial, urge demonstrar que a autora necessita de
seu nome para realizar compras, de inteira necessidade.
Diante disso, a autora vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte contrária (CPC/2015, art. 300, § 2º),
independente de caução (CPC/2015, art. 300, § 1º), tutela de urgência antecipatória no sentido de:
Determinar que o Ré possa adimplir o debito e posteriormente exclua, no prazo de cinco (5) dias, o
nome da requerida dos órgãos de restrições, referente a questão ora debatida;
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, com base na farta e suficiente prova documental acostada aos autos, vem a Autora
requerer, sucessivamente:
f) protesta provar o alegado por toda espécie de prova admitida (CF, art. 5º,
inciso LV), nomeadamente pelo depoimento do representante legal da Ré
(CPC/2015, art. 75, inciso VIII), oitiva de testemunhas a serem
arroladas opportuno tempore, juntada posterior de documentos como contraprova,
exibição de documentos, tudo de logo requerido
Nestes termos,
ADVOGADO
OAB n° …. – UF