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Nutricao Clinica

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Curso online de

Nutrição Clínica
Não é necessário se cadastrar ou fazer provas.
Você estuda e se certifica por isso.
Bom aprendizado!

Todos os direitos reservados


Conteúdo Programático

Conteúdo
1. Conceitos Básicos de Nutrição Clínica
CARGA HORÁRIA NO CERTIFICADO: 120 HORAS
2. Avaliação Nutricional

3. Calculando IMC

4 . Te ra p i a N u t r i c i o n a l

5. Nutrição Esportiva

6. Transtornos Alimentares

7. O Aparelho Digestivo

8. Como Realizar uma Avaliação Nutricional

9. Orientação Nutricional para as Crianças

10.Orientação Nutricional para Adolescentes

11.Orientação Nutricional para Idosos

12.Orientação Nutricional para Gestantes

13.Quatro Recomendações e uma Regra de Ouro

14.21 Alimentos que deixam o Corpo mais Saudável

15.Considerações Finais
“O médico do
futuro não vai mais
tratar o corpo do
ser humano com
remédios, mas vai
curar e prevenir
doenças com a
nutrição.”
Thomas Edison

Arte: Thomas Edison (empresário norte-americano)


Capítulo 1

Conceitos Básicos de Nutrição Clínica


Nutrição Clínica

A Nutrição Clínica é uma área da nutrição que analisa, examina e elabora uma grade alimentar balanceada para pessoas
enfermas e para pessoas comuns, sejam elas crianças, adultos, gestantes ou idosos.

As características bioquímicas e fisiológicas são as mais observadas nos alimentos, mas a nutrição vai muito além disso: é
influenciada pelo meio em que vivemos, pelos costumes e hábitos, pela economia envolvida e por fatores psicológicos.

Os alimentos contêm uma diversidade enorme de nutrientes, os quais são explorados e estudados, para o melhor desempenho
do corpo. Os nutrientes estão divididos em seis grupos: proteínas, carboidratos, lipídios, líquidos, minerais e vitaminas.
Proteínas

As proteínas são moléculas orgânicas compostas de aminoácidos que auxiliam no


crescimento e na reparação de tecidos, ajudam na produção de enzimas, hormônios,
neurotransmissores e anticorpos, na reposição do gasto energético das células e no
transporte de substâncias para o corpo. É fato que excesso de alimentos com proteínas
podem sobrecarregar o fígado e os rins além de entupir as artérias devido ao acúmulo de
gordura, o que provoca ainda o aumento do colesterol. Outra desvantagem em só comer
proteína é que o aumento do consumo faz o corpo perder muita água, além de fazer mal
para o coração. Além do mais, sem a falta do carboidrato, a pessoa poderá sentir fraqueza
e falta de energia. Quem pratica esporte ou musculação deve ingerir mais proteína, pois o
organismo irá utilizar o alimento para construir e reparar o tecido muscular, e
consequentemente, o atleta ganhará mais massa magra. Por isso, é importante incluir
alimentos com proteína na dieta de atletas. Ou seja, quem quer ganhar músculo mais
rapidamente deve incluir proteínas à sua dieta. Os resultados, com certeza, irão aparecer
mais rapidamente. Os alimentos de origem animal que contêm proteína são considerados
de alto valor biológico, ou seja, são absorvidos e utilizados pelo organismo de forma mais
fácil e eficiente, facilitando, assim, a construção de tecido muscular.
Carboidratos

Os carboidratos são alimentos que fornecem energia ao


organismo. Dentro deste grupo energético estão os cereais (arroz,
trigo, milho, aveia, etc), os tubérculos (batatas, mandioca,
mandioquinha, etc) e os açúcares (mel, frutose, etc).

De forma geral, os carboidratos desempenham um papel


extremamente importante em nosso organismo, pois é através
deles que nossas células obtêm energia para realizar suas
funções metabólicas.
Vitaminas Lipídios

As vitaminas são substâncias que o organismo não tem condições de Os lipídios, também chamados de gorduras, são biomoléculas
produzir e, por isso, precisam fazer parte da dieta alimentar. Suas orgânicas compostas, principalmente, por moléculas de
principais fontes são as frutas, verduras e legumes, mas elas também são hidrogênio, oxigênio, carbono. Fazem parte ainda da composição
encontradas na carne, no leite, nos ovos e cereais. As vitaminas dos lipídios outros elementos como, por exemplo, o fósforo. Os
desempenham diversas funções no desenvolvimento e no metabolismo lipídios possuem quatro funções básicas nos organismos: o
orgânico. No entanto, não são usadas nem como energia, nem como fornecimento de energia para as células. Porém, estas preferem
material de reposição celular. Funcionam como aditivos - são utilizar primeiramente a energia fornecida pelos glicídios; alguns
indispensáveis ao mecanismo de produção de energia e outros, mas tipos de lipídios participam da composição das membranas
em quantidades pequenas. A falta delas, porém, pode causar várias celulares, nos animais endodérmicos, atuam como isolantes
doenças, como o raquitismo (enfraquecimento dos ossos pela falta da térmicos, auxiliam na facilitação de determinadas reações
vitamina D) ou o escorbuto (falta de vitamina C), que matou tripulações químicas que ocorrem no organismo dos seres vivos. Possuem
inteiras até dois séculos atrás, quando os marinheiros enfrentavam esta função os seguintes lipídios: hormônios sexuais, vitaminas
viagens longas comendo apenas pães e conservas. A Ciência conhece lipossolúveis (vitaminas A, K, D e E) e as prostaglandinas.
aproximadamente uma dúzia de vitaminas, sendo que as principais são
designadas por letras. Essas vitaminas podem ser encontradas em muitos
alimentos, especialmente os de origem vegetal.
Minerais Potássio (K)

Eles ocupam parte considerável dos rótulos: cálcio, fósforo, potássio, Os alimentos ricos em potássio são importantes principalmente
enxofre, sódio, magnésio, ferro, cobre, zinco, selênio e por aí vai. Como para evitar a fraqueza muscular e as cãibras durante o exercício
o corpo não produz os sais minerais, é preciso consumir alimentos que físico intenso. Além disso, ingerir alimentos ricos em potássio é
sejam boas fontes de cada um deles. A carência desses nutrientes pode uma forma de complementar o tratamento para hipertensão
causar doenças como anemia, alterações ósseas e alterações porque ajuda a regular a pressão arterial.
musculares, entre outras.
Entre as principais funções dos sais minerais, estão: O potássio encontra-se principalmente em alimentos de origem
a. Atuar na formação e manutenção dos ossos do corpo; vegetal, como as frutas e vegetais, e a quantidade adequada de
b. Regular as reações das enzimas; ingestão de potássio para adultos é de 4700 mg por dia, que é
c. Participar da composição de algumas moléculas orgânicas; facilmente alcançada através da alimentação.
d. Agir na manutenção do equilíbrio osmótico e do sistema nervoso.
Sódio (Na) Líquidos

O sódio é um mineral e normalmente é Os líquidos são essenciais para a vida de todos os seres vivos. Para as pessoas,
encontrado na natureza com um outro elemento é recomendada uma ingestão de 2.000 a 3.000 ml por dia, ou seja, de dois a
químico, o cloreto. O cloreto de sódio é o famoso três litros diários e uma excreção urinária de 500 ml por dia, no mínimo.
sal de cozinha e ele possui 40% de sódio em cada
grama. A principal função do sódio é equilibrar a Em algumas situações, o corpo precisa de mais líquidos que o necessário:
quantidade de água no organismo, juntamente • Quando o corpo está com mais de 37º centígrados é preciso tomar de 150 a
com o potássio. 200 ml para cada grau acima.
• Aumento de transpiração.
A deficiência de Sódio causa alterações no suco • Aumento de temperatura ambiente ou corporal.
gástrico, na bile, no pâncreas e no suor, causando • Aumento na atividade física e no sistema respiratório.
dores de cabeça, tontura e fraqueza, gerando • Se houver perda de fluidos corporais maior que o habitual (vômitos,
halitose, popularmente denominada mau hálito. diarreias, desidratação).
Funções dos Nutrientes

As funções dos nutrientes são três: fornecer energia ao organismo; ajudar no desenvolvimento e no crescimento de células; e manter em equilíbrio o
bom funcionamento do organismo. Existem doze vertentes para uma alimentação saudável, de acordo com pesquisas e estudos norte-americanos, no
livro Nutrição para Saúde, Condicionamento Físico e Desempenho Esportivo, de Melvin H. Williams.

1. Equilibrar a alimentação com atividade física para manter ou reduzir o peso.


2. Escolher uma dieta balanceada que consista de uma ampla variedade de alimentos.
3. Escolher uma dieta com baixo índice de gordura total, gordura saturada e colesterol.
4. Escolher uma dieta abundante em produtos integrais, com cereais, legumes, frutas e vegetais, pois são ricos em carboidratos complexos e fibras.
5. Escolher uma dieta moderada em açúcares.
6. Escolher uma dieta moderada em sal e sódio.
7. Consumir bebidas alcoólicas com moderação. Grávidas não devem consumir álcool de maneira alguma.
8. Ingerir moderadamente proteínas. Obter boa parte da proteína diária de fontes vegetais.
9. Escolher uma dieta com nível adequado de Cálcio e Ferro.
10. Crianças e adultos suscetíveis a cáries dentárias devem obter flúor necessário.
11. Evitar o consumo diário de suplementos nutricionais além das quantidades recomendadas pela RDA (Recomendações Nutricionais Diárias).
12. Diminuir o consumo de alimentos com aditivos duvidosos.
Ta b e l a d e I n g e s t ã o D i á r i a R e c o m e n d a d a p a r a A d u l t o s

Nutriente Unidade Nutriente Unidade

Proteína 50g Cálcio 1.000 mg/d

Vitamina A 600 mcg ER/d Ferro 14 mg/d

Vitamina D 5 mcg/d Magnésio 260 mg/d

Vitamina C 45 mg/d Zinco 7 mg/d

Vitamina E 10 mg/d Iodo 130 mcg/d

Vitamina B6 1,3 mg/d Ferro 14 mg/d

Vitamina K 65 mcg/d Selênio 34 mcg/d

Fonte: Anvisa
Arte: Nutrientes
Composição Corporal

O corpo é 96% formado de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, compostos esses que são as bases para qualquer combinação de
gordura, proteína e vitamina. Os outros 4% restantes são os minerais Cálcio, Ferro, Fósforo, Potássio, Sódio, Cloreto e Magnésio, necessários
para o bom funcionamento do organismo.

Cada um desses componentes marca presença em porcentagem no corpo. Em um homem adulto com peso médio de 70 kg, deve conter:

• Menos de 1% de carboidratos ou 500 g;


• 4% de minerais, ou 2.700 g;
• 15% de gorduras, ou 10.400 g;
• 20% de proteínas ou 13.600 g;
• 60% de água, ou 40.800 g.

O corpo também se divide em tipos de gordura, composição óssea e presença de água.


Dieta Normal: Pessoas não enfermas e que não apresentam sintomas ou
quadro clínico específicos para alguma restrição fazem uso da dieta
normal. Trata-se de uma alimentação comum, de cinco a seis refeições
diárias e balanceadas.

Dietoterapia
Dieta Pastosa: Esta dieta é usada em pacientes que já não podem ou
Dietoterapia consiste no uso dos alimentos não conseguem mastigar alimentos, devido a doenças ou traumas, ou
para tratar e prevenir doenças, para melhor que têm problemas com a deglutição. Também é utilizada no pós-
desempenho e desenvolvimento do organismo. cirúrgico.
Para a saúde do corpo, algumas dietas foram
criadas, cada uma com características próprias e
para cada tipo de enfermidade. Dieta Líquida: Trabalha também com pacientes com dificuldades de
mastigação e deglutição, com o diferencial que é recomendada para
diabéticos. Está dividida em duas categorias:

• Clara: chás, sucos, caldos.


• Completa: vitaminas, sucos densos, mingau.
Dieta Hipoproteica: Aqui as proteínas não são muito bem-vindas, pois
esta dieta é recomendada para pacientes com insuficiência renal e cirrose
Dieta Branda: Nesta dieta é preciso substituir alimentos
hepática. As proteínas podem atrapalhar os remédios e forçam mais os
duros e resistentes por moles e macios, pois ela é usada como
rins. Então, os alimentos aconselhados são cereais, vegetais e muito
transição para a dieta normal. Por exemplo, o pão de forma
líquido.
fica no lugar do pão francês.

Dieta Hiposódica: Trabalha com a ausência de sódio, ou seja,


Dieta Hipoglicídica: Mais consumida por diabéticos, esta dieta tem
sem a utilização do sal. É recomendada para pessoas com
pouca concentração de glicídios, mas não necessariamente de
pressão alta, problemas cardíacos e com retenção de líquido.
carboidratos. A sacarose, a glicose e o amido são exemplos de glicídios.

Dieta Hipercalórica: Dieta composta basicamente de


carboidratos, ricos em energia.
Dieta Hipolipídica: Pouca gordura é a base desta dieta. É aconselhada
para pacientes obesos e com problemas de colesterol.
Dieta Hiperproteica: As proteínas formam a base desta dieta
e ela é encaminhada para pacientes que sofreram traumas
graves, como queimaduras, pois as proteínas ajudam na
Dieta Hiperlipídica: Ao contrário da dieta hipolipídica, a hiperlipídica é
renovação das células.
concentrada em gorduras, para pacientes com problemas de desnutrição
aguda. A presença de gorduras não implica na presença de carboidratos.
Capítulo 2

Avaliação Nutricional

O que é Objetivos

A avaliação nutricional serve para a. Identificar pessoas (adultos ou crianças) com desnutrição ou em risco nutricional.
medir e analisar a quantidade de b. Estabelecer a quantidade de cada nutriente para cada indivíduo.
nutrientes que um paciente tem e c. Recomendar a maneira mais adequada para atingir o equilíbrio nutricional.
precisa para manter uma vida saudável. d. Avaliar os resultados da terapia nutricional.
Arte: Avaliação Nutricional
Tipos de Avaliação Nutricional

Avaliação Nutricional
Avaliação Nutricional Subjetiva Subjetiva Complementar

A Avaliação Nutricional Subjetiva obtém informações Esta avaliação está dividida em História e Exame Físico.
que apontam as dificuldades na ingestão e no metabolismo
de nutrientes, confirma se há doenças crônicas no A História fala sobre o paciente – se ele é fumante, se gosta de
organismo do paciente e mostra se há problemas com a bebida alcoólica e quanto, o comportamento alimentar
mastigação e com a deglutição. É preciso fazer também um (distúrbios, alergias), a presença de doenças genéticas (diabetes,
exame físico, onde é observada a existência de obesidade, obesidade), o uso de medicamentos e os hábitos no preparo e na
de desnutrição e de deficiência de certas vitaminas e define conservação de alimentos.
qual procedimento é mais adequado para garantir a
nutrição apropriada para o paciente. O Exame Físico tem seus olhos virados para cabelos, lábios, pele,
olhos e língua, pois eles estão em constante renovação de células,
evidenciando o funcionamento do corpo (se bom ou se ruim).
O exemplo abaixo expõe a perda de peso do paciente nos últimos seis meses e, de
acordo com essa informação, ele é dividido nas categorias A, B ou C.
Avaliação Nutricional
Subjetiva Global (SGA)
Categoria A – Considerada normal, pois a diminuição no peso do paciente é inferior a 5%.
Mesmo se o paciente perder mais que 10% no período de tratamento, mas ganhar peso
Neste tipo de avaliação é realizada uma no último mês é classificado como perda mínima de peso.
conversa com o paciente ou é estudado o
caso dele para o preenchimento da ficha de Categoria B - Aqui existe uma desnutrição de leve a moderada, com perda de peso entre
Avaliação nutricional. 5% e 10%. Nesse procedimento, existe um declínio repentino e maior que 10% do peso,
mas há um restabelecimento claro.
Aqui a prática do exame físico é utilizada e
existem algumas etapas pelas quais o Categoria C – Analisada como desnutrição grave, pois a perda de peso está acima de 10%.
paciente tem que passar e ser classificado. Fica nítida a diminuição na massa corpórea e não há uma recuperação no peso. Essa
Há três tipos de classificação para se dividir diminuição é contínua.
o paciente: categoria A, categoria B e
categoria C. Se o paciente estiver incapacitado de responder as perguntas, um familiar ou uma pessoa
próxima pode respondê-las, contanto que saiba o histórico desse paciente.
Etapa 2 – Ingestão alimentar
Etapas da SGA
Após o cálculo, a quantidade de alimentos ingeridos durante a avaliação precisa ser
observada, uma vez que se o paciente estiver fazendo alguma dieta por conta
própria, poderá alterar nas conclusões dos médicos.
Etapa 1 - Procedimento

Uma das etapas é fazer um cálculo relativo à


Etapa 3 – Sistemas gastrintestinais
alteração de peso do paciente nos seis
últimos meses. O peso não pode ser medido
Em seguida, o sistema digestivo é avaliado. Diarreia, anorexia, vômitos e náuseas
com base na diminuição ou no aumento de
devem ser notados e/ou perguntados para o paciente se estão acontecendo.
líquido do corpo. A perda de massa é que
tem que ser considerada e analisada.
Se não houver nenhum desses sintomas ou aparecer algum no máximo duas vezes
na semana, o paciente está normal. Se houver sintomas mais vezes ao longo dos
sete dias, existe aí uma desnutrição de leve a moderada. Agora, se os sintomas são
persistentes e contínuos, o paciente pode estar em estado grave.
Etapa 4 – Capacidade funcional Etapa 6 – Perda de massa muscular

A capacidade funcional é a próxima etapa a ser avaliada. Ela consiste em A perda de peso nas avaliações em geral são mais comuns nos
analisar o grau de dificuldade que um paciente tem em fazer exercícios braços e no tronco, mas na SGA todo o corpo é analisado. Os
simples, como levantar de um sofá e abrir a porta. Nesse teste, a força dos músculos da região temporal (rosto), da clavícula, dos ombros, da
músculos e a condição do sistema respiratório são analisadas. Para ser escápula (região dos ombros), das costelas inferiores, das mãos,
medida a força, pede-se que o paciente aperte os dedos do examinador quadríceps (coxas), da região interna das coxas e da panturrilha
com força por alguns segundos. Já para avaliar o sistema respiratório, é são examinados.
colocada uma faixa de papel de 10 cm na frente da boca do paciente e
pede-se para ele assoprar. Quanto mais longe o papel for, melhor o
sistema respiratório está. Etapa 7 - Edema

O edema é o acúmulo anormal de líquido numa dada área do


Etapa 5 – Exame físico corpo. Se houve aparecimento de um edema no paciente, dar
maior atenção àquele que for resultado de desnutrição. Mas,
Nesta etapa, os detalhes do corpo físico são observados. É preciso notar, antes de classificá-lo, é preciso excluir todas as outras
em pacientes do sexo masculino e com ingestão indevida de nutrientes, se possibilidades que possam ter causado aquele edema. Os
a diminuição de gordura ocorre antes da diminuição de massa muscular. tornozelos são analisados junto com a região sacral. Em pacientes
Os olhos são examinados em seguida. Percebe-se se há pele flácida das com atividade física reduzida, é importante a análise do sacro. A
bochechas e em volta delas, um pequeno armazenamento de gordura ascite (armazenamento de líquido na região abdominal) também é
abaixo dos olhos (chamado de “bolsa”) e se esta área está escura. uma característica para a comprovação de desnutrição.
Altura

A medição da altura geralmente não é feita em pacientes


hospitalizados e não fornece uma informação precisa. É dividida
em dois métodos, direto e indireto.
Avaliação Nutricional Objetiva
O método direto é para pacientes que podem se mover com
facilidade e se levantar sem grandes dificuldades. Uma fita
A Avaliação Nutricional Objetiva usa a Antropometria
métrica é pregada na parede, verticalmente, e posiciona-se o
para examinar o peso do paciente. Antropometria é
paciente sem calçados, com os pés e as pernas juntos e as costas
classificada como a ciência que estuda a medida do
esticadas. Os braços devem ficar soltos naturalmente ao lado do
tamanho corporal, utilizando a altura e o peso.
corpo.

O método indireto é direcionado para pacientes com problemas


na coluna, cadeirantes e com parte do corpo sem movimento ou
com dificuldade de locomoção.
O método indireto se divide em três procedimentos:

Altura recumbente – O paciente é deitado de costas e tem sua cabeça alinhada com o corpo, de modo que o teto seja seu único campo de visão.
O lado direito do corpo é medido e o lençol leva marcas no topo da cabeça e na base dos pés. Depois é só retirar o paciente e fazer a medição
entre as marcas do lençol.

Altura do joelho - Deitar o paciente de costas e dobrar o joelho esquerdo para cima, de modo que o pé pise inteiramente no leito, e tirar a
medida entre a planta do pé e a parte de trás do joelho. Depois, jogar essa medida na fórmula abaixo.

Homens: [64.19 – (0.04 x idade)] + (2.02 x altura do joelho em cm)


Mulheres: [84.88 – (0.24 x idade)] + (1.83 x altura do joelho em cm)
Por exemplo, uma mulher de 20 anos, com medida aproximada de 40 cm:
[84.88 – (0.24 x 20)] + (1.83 x 40) = 153, 28.

A partir desse resultado, o profissional precisa consultar uma tabela, para poder definir o peso ideal do paciente.

Extensão dos braços – Mais usado para cadeirantes e para idosos que sofreram modificação na altura ao longo da vida. Este procedimento não é
recomendado para pacientes que recebem tratamento por meio venoso. Os braços do paciente devem ser esticados ao lado do corpo, na altura
dos ombros, em forma de cruz, e mede-se de um dedo médio de um braço ao dedo médio de outro braço com uma fita métrica. Esta medida é a
altura do paciente. Em certos casos, é retirada a medida de apenas um braço, então multiplica-se esse número por dois.
cb = circunferência do braço (cm)
cp = circunferência da panturrilha (cm) pse = prega subescapular (mm)
aj = altura do joelho (cm)
Peso

A medição do peso tem que ser precisa, pois esse número é essencial para saber o estado nutricional do paciente e para se calcular o
quanto de cada nutriente ele precisa.

Como existem pacientes acamados e em ambulatórios (com grande dificuldade de locomoção) são usadas maca calibrada e maca-balança.
Em pacientes que sofreram traumas e não podem ser movidos é feita uma estimativa do peso em quilos através de uma fórmula. Mas ela só
pode ser aplicada em pacientes que não apresentem desequilíbrio hídrico.

Homens: (1.73 x cb) + (0.98 x cp) + (0.37 x pse) + (1.16 x aj) – 81.69 Mulheres: (0.98 x cb) + (1.27 x cp) + (o.4 x pse) + (0.87 x aj) – 62.35

Homem de 20 anos, com 30 cm de circunferência do braço, 40 cm de circunferência da panturrilha, 45 cm de altura do joelho e 20 mm de


prega subescapular: (1.73 x 30) + (0.98 x 40) + (0.37 x 20) + (1.16 x 45) – 81.69 = 69,01

Assim que o profissional adquire esse número, ele consulta uma tabela padronizada e consegue definir as necessidades nutricionais para
esse paciente. O peso ainda está subdividido em dois métodos: peso usual e peso ideal. O peso usual é usado em pacientes em que a
medição do peso é muito complicada, como em patologias agudas. O peso ideal é a classificação do peso do paciente para saber se ele está
em condições normais e é calculado multiplicando-se o Índice de Massa Corporal pela altura elevada ao quadrado (peso (kg) x altura²).
Capítulo 3

Calculando IMC

Lambert Adolphe Jacques Quetelet foi o estudioso que criou o Índice


de Massa Corporal (IMC), também chamado de Índice de Quetelet.
Este índice calcula quanto de gordura corporal uma pessoa contém, de Por exemplo, uma pessoa de
acordo com seu peso atual e sua altura. Para calcular o IMC, utilize a 1,70m e 65 kg possui um IMC de:
seguinte fórmula:
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estipula faixas de IMC para decidir se a pessoa está com o peso normal, ou abaixo do peso,
ou acima do peso. Para saber qual é a situação, depois de calcular o IMC, você deverá encontrar o índice na tabela abaixo:
Abaixo do peso

Estar abaixo do peso é uma condição em que a pessoa pesa Estar abaixo do peso pode causar:
menos do que é considerado adequado para aquela altura,
idade e sexo. Uma pessoa nestas condições pode estar com • Unhas e cabelos secos e quebradiços
alguma doença que a está emagrecendo ou sua nutrição não está • Pele seca
boa o suficiente. Normalmente, estas pessoas podem ter • Incapacidade de se concentrar
deficiências de nutrientes como vitaminas, sais minerais, • Esquecimento
proteínas, gorduras ou sob o risco de estar com anorexia. • Exaustão
• Irritabilidade
Ao perder muito peso em um curto período de tempo, é preciso • Perda de apetite
investigar a causa do emagrecimento. A melhor maneira é • Dor nas articulações
procurando um médico para a realização de exames. No caso dos • Vertigem
transtornos alimentares, como bulimia e anorexia nervosa, ainda é • Sensação de desmaio
indicado o acompanhamento terapêutico. O estresse e a • Dores de cabeça
ansiedade também podem afetar a perda de peso, sendo
indicadores de que o corpo precisa de tratamento.
Para ter um ganho de peso saudável, não se deve comer somente muitos alimentos calóricos e sim priorizar alguns alimentos com boa quantidade
calórica, mas ricos em nutrientes benéficos e com pouca quantidade de gordura saturada (de origem animal) e gordura trans (de industrializados).

Confira algumas estratégias interessantes que podem ajudar o indivíduo nesse processo:

• Alimentos ricos em proteína são grandes aliados: dê preferência às carnes magras (alcatra, filé mignon, maminha, fraldinha), frango e
principalmente peixes e ovos, além de leite e queijos brancos como ricota e minas.

• Consumir gorduras boas: amendoim, nozes, amêndoa, avelã, castanhas, azeite de oliva, linhaça e abacate.

• Aumentar o consumo de pães, bolos, massas, mandioca, batata, milho e cereais (arroz, farinha de trigo, fubá, aveia), lembrando sempre de optar
pelas versões integrais.

• Evitar alimentos nas versões diet e light, baixo teor de gorduras, calorias reduzidas, etc.
Peso Normal

Estar dentro da faixa de peso normal significa ter um peso considerado adequado para sua altura, idade e sexo, de acordo com as
faixas do IMC - momento de fazer a manutenção do peso. Para manter o peso é importante manter uma dieta balanceada (não basta
alimentos corretos, mas também quantidades corretas) para o seu organismo. Devem ser avaliados peso, idade, composição corporal,
presença de doenças e/ou comorbidades.

Pontos importantes para manter o peso:


• Não existe alimento 100% bom ou 100% ruim. É importante variar ao máximo o cardápio e não eliminar completamente nenhum tipo
de alimento. O equilíbrio entre a quantidade e a frequência com a qual a pessoa consome refeições mais calóricas é a garantia do seu
sucesso.
• Estabelecer uma rotina alimentar.
• Analisar os rótulos dos alimentos. Muitas vezes, os alimentos light contêm uma pequena diferença na quantidade calórica, que nem
compensa a troca.
• Praticar atividades físicas de forma regular.
• Descansar e dormir o suficiente.
• Aumentar a ingestão de líquidos no dia.
Sobrepreso Obesidade (grau 1)

O sobrepeso é uma condição em que a pessoa pesa mais do que O tratamento é realizado através de dieta apropriada com avaliação
é considerado adequado para aquela altura, idade e sexo. O médica em conjunto com a prática de exercícios, desde que o paciente
sedentarismo e os maus hábitos alimentares levam ao aumento seja avaliado e liberado pelo médico. Além disso, é preciso que o
dessa parcela de indivíduos com sobrepeso a cada ano. Essa faixa, paciente realize as atividades com o acompanhamento de um
se analisada junto com outras medidas e índices, pode demonstrar profissional de educação física. Em alguns casos avaliados pelo
um risco maior de doenças como diabetes tipo 2, dislipidemia médico, pode-se fazer o uso de remédios para emagrecer para ajudar
(com colesterol HDL baixo e triglicérides altos), ácido úrico no controle do peso.
aumentado, hipertensão, entre outras.
A cirurgia bariátrica também pode ser destinada ao tratamento da
O tratamento para o sobrepeso depende de sua causa. Contudo, obesidade grau 1, que é acompanhada de outras doenças cuja
manter hábitos alimentares saudáveis e praticar atividades físicas obesidade é um agravante ou doenças associadas ao excesso de
são bons aliados contra o excesso de peso. Em casos mais graves, gordura corporal. Neste grau de obesidade, os outros meios do
a cirurgia bariátrica pode ser uma alternativa. Dependendo da controle de peso são priorizados e a bariátrica só passa a ser
causa do excesso de peso, pode ser necessária a consulta com o considerada quando as alternativas primárias são comprovadamente
psicólogo ou psiquiatra. Os remédios para emagrecer, quando ineficazes. Pacientes que têm IMC abaixo de 35, sem doenças
bem indicados e sempre com acompanhamento médico, podem associadas, devem sem dúvidas tentar o tratamento clínico antes, com
ser úteis dependendo do caso. chances de conseguir resultados razoáveis.
Obesidade (grau 2) Obesidade (grau 3)

Os riscos associados à obesidade de grau II são mais acentuados. Entre as patologias associadas à obesidade grau 3, estão os distúrbios
Entre eles, estão a esteatose hepática, doenças articulares, hormonais, cardiopatias, morte súbita, dermatites, osteoporose,
hipertensão, diabetes mellitus, síndrome metabólica, cânceres, hipertensão, hepatopatias e insuficiência venosa. Porém, segundo a
infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade de grau III é a
lembrando que estes dois últimos são as principais causas de principal causa de morte evitável do mundo. A associação de
morte no Brasil e no mundo. O tratamento desse quadro é dado reeducação alimentar e atividade física têm melhores resultados a
através de mudanças no estilo de vida, associado ao tratamento curto e médio prazo, porém, muitas vezes, em pacientes com
multiprofissional com nutricionista, psicólogo e médico. No caso da obesidade grau III, a atividade física acaba sendo bastante restrita,
obesidade grau II, o uso de medicações para a perda de peso dependendo do grau de excesso de peso e das artropatias associadas.
também é um método que pode ser proposto diante de avaliação
e acompanhamento médico. Nesses casos, esses pacientes podem optar por fazer a cirurgia de
redução de estômago para controlar o peso e sair da obesidade.
Já a cirurgia bariátrica costuma ser indicada para obesidade grau II Existem quatro técnicas diferentes de cirurgia bariátrica para
quando não há resultados no tratamento convencional nos últimos obesidade reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM):
dois anos e quando está associada a outras comorbidades, ou seja, Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical, Bypass Gástrico e
outras doenças que podem vir associadas ao excesso de peso, que Derivação Bileopancreática. A escolha da cirurgia dependerá do
levam a redução da expectativa e da qualidade de vida. quadro do paciente, do grau de obesidade e das doenças
relacionadas.
Capítulo 4

Terapia Nutricional
A classificação de tempo é feita em precoce, intermediário e tardio.
Para começar a terapia nutricional é preciso que o paciente em
questão esteja com suas funções vitais estáveis, como o Precoce - Dentro das primeiras 36 horas que o paciente deu entrada para
sistema respiratório e sistema cardiovascular, que as internação e, em caso de cirurgia ou de algum ato traumático, dentro de 48
quantidades de ácido e de base estejam normais e que haja horas.
recuperação no equilíbrio hidroeletrolítico. Ou seja, a porção
de líquido que é ingerida tem que estar de acordo com a Intermediário - Entre 36 e 72 horas que o paciente deu entrada no
quantidade expelida. Em adultos bem nutridos, a terapia hospital para internação.
começa entre sete e dez dias de internação e para desnutridos
ou hipermetabólicos, entre zero e dois dias de internação. Tardio - Após as 72 horas a partir do momento de internação do paciente.

A terapia nutricional é usada durante um tempo estabelecido Há casos em que a terapia nutricional não é recomendada, como em
por um profissional da área. choque, doenças terminais e negação da família para esse procedimento.
Terapia Nutrição Enteral (TNE)

Nutrição enteral é o nome que se dá a um tipo de tratamento O Ministério da Saúde define nutrição enteral como todo e qualquer
destinado a indivíduos que não podem ou não conseguem se “alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes,
alimentar totalmente pela boca, a despeito de contarem com a na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada,
integridade do aparelho digestivo. Assim, esses pacientes recebem especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral,
a alimentação por meio de um tubo ou sonda flexível. industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para
substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes
Essa via alternativa de alimentação pode ser introduzida pelo nariz desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em
e posicionada no estômago (a sonda nasogástrica) ou no intestino regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou
delgado (a sonda nasoentérica). Também pode ser acoplada direto manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.”
no abdômen com uma punção ou pequeno corte e direcionada ao
estômago (gastrostomia) ou ao intestino (jejunostomia). Por conta Tal terapia é muito comum em hospitais, principalmente nas unidades
disso, os alimentos são administrados em forma líquida para de pacientes críticos ou que tenham passado por cirurgia, mas
fornecer todos os nutrientes de modo similar ao que se obteria também é disponibilizada nas unidades clínicas. Hoje, muitos
pelo consumo de comida — tanto em qualidade como em pacientes recebem alta do hospital e continuam com a nutrição
quantidade. A nutrição enteral visa, portanto, oferecer tudo de que enteral em casa. Essa opção tem a finalidade de proporcionar maior
uma pessoa necessita diariamente: carboidratos, proteínas, conforto e convívio familiar. Tudo para auxiliar na recuperação.
gorduras, vitaminas, minerais e água.
A dieta usada na nutrição enteral pode ser industrializada ou não.
As fórmulas de nutrição enteral que não são industrializadas são
chamadas de artesanais, pois são aquelas preparadas O manejo da dieta enteral em casa não é fácil, principalmente
manualmente pelo próprio paciente ou cuidador por meio da quando em uso de nutrição enteral artesanal e, por isso, o
liquidificação de alimentos in natura. Entretanto, muitos são os paciente ou cuidador pode acabar desistindo dessa terapia,
problemas relacionados a esse preparo, tais como contaminações agravando o quadro clínico e nutricional. É importante
microbiológicas, falta de estabilidade, incerteza sobre a lembrar que quando a nutrição enteral está de acordo com as
composição de nutrientes e sua absorção. As fórmulas de nutrição necessidades do paciente e atende aos critérios de segurança
enteral industrializadas levam vantagem na medida em que alimentar tende a ocorrer uma redução no risco de
apresentam estabilidade, composição nutricional e osmolaridade complicações, internações e mortalidade.
definidas e controle microbiológico. Isso permite que seu uso seja
feito com maior segurança.
Nutrição Parenteral (NP)

Ao contrário da alimentação enteral, a nutrição parenteral é realizada Basicamente, uma dieta parenteral é composta por glicose,
por meio de inserção de cateter venoso dos membros superiores ou gorduras e proteínas, além de água, eletrólitos, sais minerais e
central, com introdução do cateter na cava, jugular ou femural. vitaminas – que ajudam a manter a estabilidade do organismo.

Em casos de enfermidades nos quais a alimentação oral ou por meio de A decisão pela nutrição parenteral ou enteral é sempre tomada
sonda não é possível, as equipes de saúde recomendam a nutrição pela equipe multidisciplinar responsável, que leva em conta
parenteral. Ela também é indicada quando alguma região do trato diversos fatores, como as condições clínicas, tipo de doença,
gastrointestinal interrompe a digestão ou a absorção de nutrientes está acessibilidade do sistema venoso, entre outros. Em alguns casos,
prejudicada, assim como em diagnósticos de pancreatite, ressecção as dietas também são indicadas de maneira conjunta.
intestinal, entre outras patologias.
É importante lembrar que para administrar a dieta parenteral é
A nutrição parenteral contém boa parte dos nutrientes necessários para fundamental que o paciente esteja com a circulação sanguínea
o paciente, prontos para serem utilizados pelo organismo. Esta é mais normalizada.
uma diferença com relação à dieta enteral, que passa pelo processo de
digestão e absorção.
Capítulo 5

Nutrição Esportiva Muitos atletas são diagnosticados com desnutrição, que é a pouca ou
a excessiva ingestão de nutrientes. Isso altera diretamente o
desempenho do atleta e prejudica a sua saúde. Às vezes, isso pode
Esporte e alimentação adequada sempre andam juntos, mas não é ser um sintoma de um transtorno alimentar, mas essa não é a única
somente essa dupla que faz um atleta. A tecnologia, a genética, o resposta.
equilíbrio mental e o condicionamento físico também são fatores
expressivos para o esportista. A maioria dos atletas não sabe se alimentar, mesmo com as
orientações de um profissional da área qualificado. Eles têm receio da
O condicionamento físico trabalha a força, a potência, a velocidade, a quantidade dos nutrientes e acabam por chegar a conclusões
resistência aeróbica e as habilidades neurais e musculares específicas equivocadas, consumindo menos do que precisam e mais do que não
de cada modalidade do esporte. precisam.

Para atingir um melhor desempenho, o atleta precisa estar no seu Quando o atleta não pode arcar com um nutricionista, o treinador ou
peso ideal, com foco na habilidade e na característica do seu esporte. o preparador é o responsável por dar as informações sobre a
O excesso da gordura corporal afeta o funcionamento da biomecânica alimentação adequada, mas muitos treinadores admitem que não
do corpo, mas o consumo de carboidratos no decorrer do exercício têm formação nem conhecimento claros sobre estado e necessidades
pode ajudar na concentração de glicose no sangue, evitando a fadiga nutricionais. Os preparadores apenas se baseiam no que comiam na
psicológica e fornecendo Ferro para garantir o oxigênio dos músculos. época em que eram atletas.
Suplemento alimentar

De acordo com o Dietary Supplement Health and Education Act (DSHEA), suplemento alimentar é um composto, adicionado na dieta, que contenha
vitaminas, carboidratos, proteínas, minerais, fibras ou uma combinação entre eles. Não é considerado suplemento alimentar aquele produto que
substitua uma refeição ou algum item dela. Suas funções principais são auxiliar algum nutriente que está em baixa quantidade no organismo e/ou
suprir a ausência dele. As especificações quanto ao uso dos suplementos alimentares, de acordo com Nutrição para Saúde, Condicionamento Físico e
Desempenho Esportivo, de Melvin H. Williams e o DSHEA, são:

a. Nenhum corpo científico de especialistas em nutrição recomenda o uso rotineiro de suplementos nutricionais.
b. A nutrição é apenas um dos fatores que influenciam a saúde, o bem-estar e a resistência a doenças.
c. Indivíduos que fazem uso de suplementos nutricionais para garantir a saúde talvez estejam desprezando o exercício físico e dieta saudável.
d. O alimento é mais do que a soma de seus nutrientes. Embora possamos ser capazes de identificar constituintes específicos do alimento que
podem conferir certos benefícios à saúde, o consumo isolado desses nutrientes não substitui outras substâncias benéficas que podem estar
presentes no alimento.
e. Tomar suplemento nutricional isolado em grandes doses pode acarretar efeitos prejudiciais à saúde e ao estado nutricional.
f. Os suplementos nutricionais variam tremendamente em qualidade.
g. Os suplementos nutricionais podem transmitir uma falsa sensação de segurança a alguns indivíduos, que podem usá-los para substituir uma dieta
saudável, convencidos de estarem, dessa forma, se alimentando de maneira certa.
Competição e Treinamento
É durante o treinamento que o atleta gasta muita energia e aperfeiçoa
O atleta que participa de competições precisa de mais carboidratos do seus movimentos, melhorando-os para a competição. Então, a
que um atleta que só treina. Os exercícios são mais intensos e duram ingestão de nutrientes adequada deve ter uma atenção redobrada.
mais horas. Para isso, os carboidratos ajudam na oxigenação dos
músculos, evitando cãibras, e auxiliando nos exercícios repetitivos e Durante o treinamento, o corpo passa por um período de adaptação
que forcem mais os músculos e tendões. crescente e um ajuste para ter um melhor funcionamento do
organismo e atender àquilo que o atleta busca: ótimo desempenho.
As proteínas não são fontes de energia e não devem ser consumidas
em excesso para atletas que competem. Minerais e vitaminas são mais Alguns cuidados devem ser tomados por um atleta e seu treinador
importantes para exercícios intensos e somente eles já melhoram o antes de uma competição ou de um treinamento, como não iniciar os
funcionamento regular do metabolismo. exercícios com o estômago completamente vazio, prestar atenção em
desordem no trato gastrointestinal, manter os músculos alimentados
Os líquidos não podem ser esquecidos, pois são essenciais para a principalmente com carboidratos (para evitar cãibras e fadiga
execução dos exercícios, dado que o corpo produz muito mais suor e muscular), manter o corpo hidratado antes, durante e depois da
secreções durantes atividades físicas e, se essas perdas não forem atividade física, evitar alimentos que causem azia, flatulência e acidez
repostas, o corpo pode se desidratar e não responder de maneira ágil estomacal, e comer porção leve e pequena (para não pesar no
e equilibrada. estômago, mas que seja nutritiva).
Viagens e Alimentação
Café da manhã

Um dos problemas que o atleta encontra é quando precisa viajar para • Muffin, sem manteiga.

competições fora do estado ou do país de origem. Muitas vezes, não • Panquecas com farinha integral.

consegue encontrar uma fruta ou um tipo de pão que está incluso na sua • Torrada.

dieta porque não existem lojas nem mercados no local da competição • Cereais integrais e aveia.

que o venda. Fast-foods são os lugares mais buscados para se encontrar • Leite desnatado.

os nutrientes necessários para a alimentação adequada, pois apresentam • Suco de laranja.

muitas variedades de alimentos. Porém, os alimentos contêm gordura


excessiva e devem ser evitados. Almoço ou Jantar
• Sanduíche com pouca gordura e sem maionese ou molho.
Algumas lojas de fast-food apresentam uma tabela com todos os valores • Batata assada.
nutricionais de cada lanche ou sanduíche, podendo qualquer • Massas.
consumidor, atleta ou não, saber e escolher a melhor opção para a sua • Arroz.
dieta. O mais aconselhado nessas lojas é pedir o molho à parte, pois é • Sopas.
nele que estão as maiores concentrações de gorduras. A carne (boi, peixe • Tostadas de frango.
ou frango), os vegetais e os laticínios presentes nessas refeições não • Pães integrais.
contêm gordura em proporções absurdas. Acompanhe as sugestões de • Saladas.
alimentos a serem consumidos para uma dieta saudável: • Suco de laranja.
Capítulo 6

Transtornos Alimentares
O Transtorno Alimentar é um transtorno mental que apresenta comportamentos alimentares que influenciam de modo
negativo a saúde física e mental do sujeito. São patologias descritas pelo CID 10 (Classificação Internacional de Doenças),
DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) , OMS (Organização Mundial da Saúde).

Entre os principais estão:


• Anorexia Nervosa
• Bulimia Nervosa
• Transtorno de compulsão alimentar
Anorexia Nervosa

A Anorexia Nervosa caracteriza-se por uma rejeição alimentar que geralmente se inicia
com uma dieta – em busca de uma alimentação saudável, seguida por uma diminuição
Tratamento
na ingestão de gorduras e carboidratos, que diminui o número de refeições chegando à
dietas extremamente rígidas até jejum. Os principais sintomas físicos são peso abaixo
do normal (IMC menor ou igual 17,5 CID-10), medo exagerado em engordar, distorção
O primeiro passo é hidratar organismo.
da imagem corporal, amenorreia (mulheres) por 3 meses, baixa de libido (homens),
A Assistência de um bom psicólogo, um
prática de métodos para emagrecer constantes.
nutricionista e terapias, além de
medicamentos, faz parte das indicações
Apresenta, como sintomas psíquicos, o perfeccionismo, controle, rigidez, introversão,
de tratamentos para a anorexia
retração social, pensamentos obsessivos. Muitas vezes, relações paradoxais são
nervosa. A participação e apoio da
notadas, como paixão pela comida, por cozinhar, servir outras pessoas, comida como
família é fundamental para um bom
enfeite para sentir o cheiro, etc. Existe dois tipos de manifestação deste quadro clínico:
resultado.
a Anorexia Nervosa Restritiva, que se caracteriza por uma baixa significativa na
ingestão de calorias e exercícios em excesso, e a Anorexia Nervosa Purgativa, onde
além das características citadas anteriormente, o indivíduo utiliza de outros artifícios
como a indução ao vômito, uso indiscriminado de laxantes e diuréticos.
Bulimia Nervosa

A Bulimia Nervosa caracteriza-se por uma ingestão exagerada e rápida de


alimentos, acompanhado por um sentimento de perda de controle, seguidos
Tratamento
por comportamentos compensatórios que são frequentemente empregados
para o controle do peso. Os principais sintomas físicos são excessiva
preocupação com o peso ou forma corporal, medo exagerado em engordar,
A participação da família também é
pode apresentar distorção da imagem corporal, compulsão alimentar, uso de
indispensável. O paciente precisa sentir que
métodos compensatórios, vômitos induzidos, uso de medicamentos
não está sozinho e que sua família não sente
(diuréticos, laxantes, inibidores de apetite, drogas), dietas rígidas.
vergonha da situação e quer ajudá-lo a sair
dessa vitorioso. Os especialistas indicados são
Apresenta, como sintomas psíquicos, instabilidade de humor, impulsividade,
clínico, psicólogos, psiquiatras e nutricionistas,
baixa tolerância à frustração, dificuldade de lidar com limites e regras,
além de terapias individuais de grupo ou com a
sintomas depressivos, ansiedade, sintomas depressivos, culpa por comer
família. A terapia cognitivo comportamental
demais. Existe dois tipos de manifestação deste quadro clínico: a Bulimia
costuma ser muito recomendada.
Nervosa Purgatória, caracterizada pelo uso de autoindução aos vômitos, uso
desmedido de medicamentos; e a sem purgação, utilizando de jejuns e
exercício físico em excesso.
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)

O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) caracteriza-se por grande


quantidade de ingestão de alimentos, normalmente por um curto período de tempo,
acompanhado por um sentimento de perda de controle. Seguidos de sentimento de
culpa, sofrimento psíquico sem comportamentos compensatórios.
Tratamento

Os principais sintomas físicos de episódios de compulsão alimentar são: comer


rápido, comer sem fome, comer até ficar cheio, comer sozinho, não há mecanismo Para um tratamento com bons resultados

de comunicação. também é o diagnóstico precoce. Um


clínico, psicólogo e nutricionista são um

Apresenta como sintomas psíquicos instabilidade de humor, impulsividade, baixa dos especialistas indicados como recursos

tolerância à frustração, dificuldade de lidar com limites e regras, sintomas terapêuticos; e assim como os demais, a

depressivos, ansiedade, sintomas depressivos, (repetido) culpa por comer demais, interação familiar é primordial.

funcionamento compulsivo em outros aspectos


O que pode causar um transtorno alimentar

Pessoas com depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo estão propensas a um distúrbio alimentar.

Fatores de risco:
• Culto excessivo ao corpo
• Maus hábitos alimentares
• Distorção da imagem corporal
• Autoestima baixa
• Sentimento de culpa
• Questões hormonais
• Distúrbios emocionais

Tudo isso está ligado às seguintes condições: saúde psicológica, sociocultural, biológica e genética.
Capítulo 7

O Aparelho Digestivo
O corpo humano é uma máquina, a qual todos os processos estão interligados e, por isso, dependem uns dos outros. No
momento em que um alimento é colocado na boca, o processo digestivo já começa.

A digestão é um procedimento pelo qual todos os alimentos passam, sejam sólidos, líquidos ou pastosos, pois é nele que
as cadeias mais complexas que compõem os alimentos são quebradas para que o organismo possa absorvê-las melhor.
Esquema do Aparelho Digestivo

Esôfago

Fígado
Estômago

Cólon

Intestino Delgado
Intestino Grosso

Reto

Ânus
Sistema Digestivo

É comum relacionar os problemas nessa região diretamente ao O caminho que o alimento percorre pelo corpo até sua
estômago ou ao intestino, mas o sistema responsável pela digestão eliminação é literalmente longo: para atravessar a extensão de
conta com diversos órgãos que trabalham de forma conjunta para cerca de 9 metros de aparelho digestivo leva de 18 a 30 horas,
extrair o máximo de nutrientes dos alimentos, garantindo a absorção sendo 6 delas apenas no estômago.
de todos os nutrientes importantes para nosso organismo.
A importância desse sistema é vital para o organismo. Sem a
O sistema digestivo começa pela boca, passando pela Faringe, absorção correta dos nutrientes, a saúde fica seriamente
Esôfago, Estômago, Intestinos Delgado e Grosso e por fim, o reto. comprometida, por esse motivo qualquer anormalidade no seu
Ainda conta com diversos anexos como: glândulas salivares, funcionamento é sinal de alerta. Enfermidades no sistema
pâncreas, fígado, vesícula biliar, dentes e língua – coadjuvantes nos gastrointestinal podem comprometer a nutrição adequada,
processos de ingestão, processamento, extração de nutrientes ou levando a situações que necessitam de cuidados especiais.
eliminação de dejetos.
Processo Físico ou Mecânico Processo Químico

Quando o alimento está sendo mastigado, acontecem as quebras em No estômago, o suco gástrico começa a reagir com os nutrientes dos
porções menores desse alimento, com a ajuda da salivação, alimentos, tornando-os solúveis e mais simples, para tornar possível a
amolecendo-os e umedecendo-os. absorção pelas paredes do intestino. Água, açúcares simples, sais,
vitaminas e minerais não precisam ser dissolvidos nem terem seus
A mastigação é uma etapa muito importante para o resto da nutrientes quebrados, pois eles são de fácil absorção pelo organismo na
digestão. Quanto mais moído estiver o alimento, melhor será o sua forma original.
funcionamento do processo, pois fica mais fácil de quebrar cadeias e
de absorver nutrientes. Já os carboidratos, gorduras, ácidos graxos e proteínas têm que passar
por esse processo porque são formados por complexas cadeias que o
Pessoas que comem muito rápido e mal mastigam a comida, às corpo não consegue absorver se não forem quebradas. As gorduras são
vezes, apresentam dores estomacais, mal-estar, problemas as últimas a deixarem o estômago, ou seja, precisam de mais tempo
digestivos e têm dificuldade na excreção do que não foi absorvido para serem digeridas, em torno de 4hs. As proteínas ficam cerca de 2hs
pelo organismo. Assim que o alimento chega ao estômago, já moído no estômago e os carboidratos não ultrapassam 1h para a digestão. Por
e em pasta, é misturado aos sucos digestivos (ácido gástrico) e se isso, quando se come somente massa numa refeição, como macarrão, a
iniciam movimentos ritmados ao longo do sistema digestivo. Esses fome parece vir mais rapidamente que o habitual, pois massa é
movimentos têm o nome de peristaltismo. basicamente composta por carboidratos.
Metabolismo
O batimento cardíaco, os pensamentos, o mexer dos olhos, a respiração
e todas as outras funções que o corpo faz involuntariamente são
O metabolismo é um conjunto de ações e reações que
abastecidas com a energia advinda do metabolismo.
ocorrem no organismo, as quais provocam alterações físicas
e químicas nos nutrientes absorvidos durante a digestão.
Para essas funções diárias e automáticas, o metabolismo ganha o nome
de basal (TMB) ou taxa metabólica de repouso (TMR), que é a
Duas funções englobam o metabolismo: anabolismo e
quantidade de energia necessária somente para essas atividades. Alguns
catabolismo.
autores denominam este processo com o nome de Gasto Energético de
Repouso (GER).
1. Anabolismo – A construção de novas substâncias a partir
da quebra de nutrientes é chamada de anabolismo.
Cada indivíduo precisa de uma quantidade diária específica, mas em
média o metabolismo basal para mulheres é entre 1.200kcal e 1.400kcal
2. Catabolismo – No momento em que os nutrientes e
e para homens, entre 1.600kcal e 1.800kcal.
cadeias químicas são quebradas, há uma liberação de
energia. Esse procedimento é chamado de catabolismo.
Além do sexo, outros fatores modificam a atividade do metabolismo,
como idade, frequência de exercícios físicos, hábitos alimentares,
O organismo precisa de energia, e é através do metabolismo
ambiente de vivência e histórico genético. Algumas doenças também
que ela é absorvida. Mas não é somente para atividades
influem no funcionamento do metabolismo, como obesidade, diabetes,
físicas que ela serve.
colesterol, hipotireoidismo e hipertireoidismo.
O órgão ou tecido onde os hormônios atuam são chamados
Hormônios de tecidos-alvo ou órgãos-alvo. Esses locais possuem receptores
que reconhecem hormônios específicos, respondendo apenas a
Hormônios são tradicionalmente definidos como substâncias
essas substâncias. Essa característica é extremamente
produzidas por glândulas endócrinas que são liberadas na corrente
importante para impedir que um hormônio afete a ação de
sanguínea e atuam sobre tecidos-alvo, ligando-se a receptores
outro órgão ou tecido.
específicos. Eles são responsáveis pelas mais variadas funções,
atuando desde o crescimento de uma pessoa até a regulação da sua
O principal regulador da secreção dos diferentes hormônios no
capacidade reprodutiva, seu comportamento e seu metabolismo. Os
corpo humano é o mecanismo de feedeback, que pode ser
hormônios estão ligados a respostas fisiológicas, morfológicas e
positivo ou negativo, sendo esse último o responsável pela
bioquímicas, portanto.
secreção da maioria dos hormônios. No feedback negativo, a
resposta do sistema ocorre para reverter a direção de uma
Os hormônios são lançados na corrente sanguínea e atuam como
mudança. Para entender esse mecanismo, basta pensar na
sinalizadores químicos. Alguns hormônios atuam bem próximo do local
queda de glicose. Esse estímulo faz com que as células da ilhota
onde foram produzidos; outros, no entanto, percorrem longos trechos
de Langerhans que produzem glucagon liberem esse hormônio,
para alcançar o órgão no qual exercerá seu papel.
estimulando o fígado a liberar glicose e, assim, aumentar a sua
concentração no sangue.
Alguns dos principais hormônios do corpo humano

• Hipotálamo: responsável por produzir a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH). A ocitocina é promove a contração do útero
no parto e estimula a ejeção do leite. Já o ADH garante a reabsorção de água pelos néfrons.

• Hipófise: produz vários hormônios, como o tireoestimulante (TSH), o do crescimento (GH) e a prolactina. O TSH estimula a tireoide
a produzir seus hormônios. O GH estimula o crescimento dos ossos. Já a prolactina estimula as glândulas mamárias a produzir
leite.

• Tireoide: produz a tiroxina (T4), triiodotironina (T3) e calcitonina. Os hormônios T3 e T4 atuam no metabolismo, e a calcitonina
inibe a perda de cálcio nos ossos.

• Paratireoide: produz o paratormônio, que é responsável por manter os níveis de cálcio no sangue adequados ao estimular a
retirada desse mineral dos ossos.

• Pâncreas: produz a insulina e o glucagon, dois hormônios relacionados com o controle da quantidade de açúcar no sangue.
Capítulo 8

Como Realizar uma Avaliação Nutricional


O nutricionista investiga e controla a relação do homem com Para a avaliação do consumo alimentar, utiliza-se:
o alimento para preservar sua saúde. Ele planeja, administra 1. Inquérito alimentar: ficha que possui dados sobre a alimentação do
e coordena programas de alimentação e nutrição em paciente. Costuma ser preenchida pelo nutricionista durante a primeira
empresas, escolas, hospitais, hotéis, restaurantes consulta.
comerciais, spa’s ou abrigos infantis e de idosos, entre 2. Registro de três dias: ficha que o paciente leva para casa, a fim de anotar
outros grupos. Define cardápios, sugerindo pratos variados tudo o que consumiu durante três dias pré-estabelecidos. Dessa forma, o
e equilibrados, que supram as necessidades nutricionais dos nutricionista consegue acompanhar a sua alimentação.
clientes, pacientes ou hóspedes. Orienta e prescreve
dietas individuais ou de grupo para diabéticos, hipertensos, Para a avaliação antropométrica, são necessários os seguintes dados:
obesos e pacientes de doenças renais, hepáticas ou 1. Peso;
qualquer outra cujo tratamento exija acompanhamento 2. Altura;
alimentar específico. 3. Percentual de gordura e;
4. Circunferências do paciente.
Condução da Avaliação

Existem muitas maneiras de se conduzir uma avaliação nutricional. A ordem de execução pode variar.

O importante é abranger aspectos e procedimentos, como:


1. Anamnese nutricional e clínica.
2. Exame físico para identificar distúrbios nutricionais através de avaliação clínica.
3. Análise dos exames laboratoriais (bioquímicos).
4. Antropometria para confrontar as medidas antropométricas com os protocolos adequados ao perfil do paciente.
5. Avaliação da composição corporal com os dados antropométricos e bioquímicos.

O conjunto da análise de cada um desses procedimentos permite gerar como resultado, a avaliação nutricional de uma pessoa.
A execução das etapas e o registro dos dados vão compor o atendimento nutricional. A grande maioria dos nutricionistas utilizam
Softwares que auxiliam nessas etapas e no registro dos dados do atendimento nutricional.
1. Anamnese nutricional e clínica

Anamnese Nutricional é a entrevista clínica realizada com o paciente para obter dados para a
avaliação nutricional. São coletadas informações de seus hábitos alimentares, histórico de
doenças pessoais e de familiares e qual a queixa principal do paciente. O termo anamnese
refere-se a recordatório, assim a entrevista inicial deve conduzir o paciente a relembrar fatos
de sua história pessoal. A partir desse relato é possível coletar dados clínicos e nutricionais
relevantes ao diagnóstico do estado de saúde do paciente. Um questionário complementa o a
coleta de dados obtidos na entrevista e uma Ficha de Anamnese é utilizada para registrar
esses dados. É importante dispor de uma ficha de anamnese, impressa ou através de
software, para anotar os dados coletados durante a entrevista.
Dentre os elementos que compõe a Anamnese nutricional, estão:

Identificação do paciente: Dados pessoais como nome completo, data de nascimento para cálculo da idade, sexo, etnia, local de nascimento,
estado civil, histórico profissional, e documentos RG, CPF.

Motivação ou queixa principal: Breve descrição da queixa que motivou a pessoa a procurar ajuda profissional.

Histórico médico atual: Obter dados detalhados sobre a queixa principal, se for aumento de peso, por exemplo, quando iniciou, fatos pessoais
que possam estar relacionados, mudanças de hábitos, etc.
Se há relato de doença ou distúrbio nutricional, anote sintomas, quando começou e evolução do quadro.

Histórico médico anterior: Ocorrências médicas anteriores, mesmo aparentemente não relacionadas com o quadro atual, podem ajudar na
análise e diagnóstico nutricional.

Histórico familiar: O histórico familiar traz importantes informações sobre potenciais riscos de doenças hereditárias, mesmo quando não
manifestada no quadro atual do paciente.

Questionário nutricional: Em complemento a entrevista pode-se solicitar ao paciente que responda à perguntas fechadas através de respostas
objetivas para coletar dados específicos. Alguns exemplos, são sobre uso de medicamentos, quantidade e frequência de consumo de álcool,
tabaco e outras substâncias, possui animais domésticos, tipo e frequência de atividade física, etc.
2. Exame Físico Nutricional 3. Análise dos Exames Laboratoriais

A análise dos biomarcadores através dos exames laboratoriais ou bioquímicos é


O exame físico tem por objetivo
importante para diagnosticar e avaliar riscos a saúde e acompanhar a saúde do paciente.
mapear sinais clínicos que possam
Ao analisar os resultados dos exames laboratoriais é necessário considerar as condições
identificar distúrbios nutricionais.
clínicas e nutricionais, equilíbrio hídrico e presença de quadro inflamatório. Para o
objetivo de avaliação nutricional os exames mais frequentemente analisados são:
Os procedimentos para realizar o exame
físico variam em função da idade, sexo e
• Proteínas: realizado por meio de dosagem sérica (quantidade da substância no
condições do paciente.
sangue) para pré-albumina, albumina, proteína transportadora de retinol, etc.
• Vitaminas, minerais e oligoementos (microminerais): Antes mesmo dos sinais
De forma geral, o exame físico nutricional
clínicos, a análise das dosagens bioquímicas podem diagnosticar riscos para anemia e
avalia pressão arterial, presença de edemas,
deficiências de zinco plasmático, de vitaminas C, D e do complexo B, Fósforo, Cálcio, etc.
principalmente em mãos, braços, pernas,
• Colesterol (perfil lipídico): para avaliação de riscos cardiovasculares
tornozelos e pés. Além de alterações na pele,
analisar Colesterol total, LDL-C, HDL-C e Triglicerídeos
mucosas e cabelo.
• Glicemia (metabolismo glicídico): para identificar intolerância a glicose e risco de
diabetes.
VALORES DE REFERÊNCIA, ÍNDICE E PONTO DE CORTE

4. Antropometria Os padrões de referência correspondem aos valores estatisticamente considerados


normais para os grupos das faixas etárias, mais o grupo gestantes.

Para análise dos dados antropométricos O índice é obtido a partir da razão entre medidas antropométricas, por exemplo,
utilizam-se padrões de referência diferentes peso e altura ou peso e idade ou IMC. O valor de um índice pode ser comparado
para crianças, adolescentes, adultos e idosos com os valores padrões de referência para verificar se está dentro da normalidade,
de acordo com as faixas estarias abaixo: abaixo ou acima deste.

Crianças: até 10 anos. O ponto de corte é o valor limite inferior e superior do intervalo considera normal.
Adolescentes: 11 a 20 anos. Os índices utilizados para avaliação antropométrica seguem recomendações do
Adultos: 21 a 60 anos. Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
idosos: a partir de 61 anos. • Peso/idade, altura/idade e peso/altura para crianças.
• IMC para adolescente, adultos e idosos.
• IMC por semana de gestação para gestantes.
• Cintura/quadril para adultos.
Há também as medidas em milímetros das dobras cutâneas que
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS permitem mensurar, com ótima aproximação, o percentual de
gordura do corpo. As medidas das dobras cutâneas são obtidas
Para a avaliação do estado nutricional são utilizadas as medidas de: com o uso de instrumento específico, chamado adipomêtro,
• Peso também conhecido por compasso de dobras cutâneas.
• Altura
• Circunferências de abdômen e de braço As medidas mais comumente utilizadas referem-se a:
• Tríceps
Em complemento alguns protocolos também utilizam as medidas de: • Bíceps
• Pescoço • Subescapular
• Tórax • Supra-ilíaca
• Cintura para cálculo da massa de gordura intra-abdominal e
também gordura total Outras medidas de dobra cutânea também podem ser utilizadas:
• Quadril • Axilar média
• Coxa • Torácica
• Panturrilha • Abdominal
• Antebraço e punho • Coxa
• Panturrilha Medial
De posse dessas medidas e por meio de padrões de referências BIOIMPEDÂNCIA
que ponderam sexo, idade entre outros fatores, o Nutricionista
pode estimar: Por fim, a bioimpedância, ou impedância bioelétrica, é outra
forma de obter os valores de percentual de gordura e a
• Massa corporal total (peso). composição corporal.
• Massa corporal gordurosa (dobras cutâneas).
• Massa corporal proteica (circunferências abdômen e braço). Em função das propriedades condutoras e dielétricas dos tecidos
biológicos quando submetidos a correntes de frequências
A antropometria é um método simples de fácil aplicação, não distintas é possível calcular as quantidades e percentuais de
invasivo e é muito confiável para a avaliação nutricional quando água, tecidos gorduroso e massa magra.
executado com a técnica correta.
5. Composição Corporal

A avaliação da composição corporal, como vimos até aqui, é obtida a partir dos dados antropométricos e bioquímicos.

Diretamente relacionada ao estado nutricional e à saúde, a avaliação da composição corporal é um importante indicador em
qualquer fase da vida.

São inúmeros os métodos de avaliação da composição corporal, com diferentes princípios e modelos corporais. Todos os
métodos possuem indicações específicas e limitações. Cabe ao profissional escolher o método mais adequado às
características e condições de saúde do paciente.

Após todos os dados anteriormente levantados, o nutricionista poderá realizar a orientação da avaliação nutricional.
Capítulo 9

Orientação Nutricional para as Crianças


1. Estimule o consumo de frutas, verduras e legumes;
2. Verifique sempre a existência de condições alimentares pouco saudáveis;
3. Oriente a mãe para uma alimentação mais adequada de acordo com recomendações para crianças sadias;
4. Para as crianças entre 6 e 18 meses, oriente sobre a suplementação de ferro;
5. Oriente a mãe sobre vacinação, cuidados gerais, higiene e estimulação de acordo com a idade da criança;
6. Verifique e estimule a prática de uma atividade física regular, principalmente entre crianças acima de 4 anos;
7. Registre sempre as informações sobre o estado nutricional da criança na Caderneta de Saúde da Criança e não se esqueça de apresentar a avaliação
do crescimento da criança à mãe ou responsável;
8. Parabenize a mãe ou responsável quando o crescimento da criança e sua alimentação estiverem adequados;
9. Oriente adequadamente no caso de identificação de risco nutricional;
10.Reforce as recomendações alimentares de acordo com a idade da criança, em especial se houver uma mudança de faixa etária que exija novas
condutas, até a data do próximo atendimento. Valorize também as referências favoráveis à nutrição e saúde presentes na cultura alimentar familiar.
11. Faça uma lista com os alimentos saudáveis e indicados para a criança.
Arte: Orientação Nutricional para as Crianças
Capítulo 10

Orientação Nutricional para Adolescentes


1. Estimule o consumo de frutas, verduras e legumes;
2. Verifique a presença de condições alimentares pouco saudáveis;
3. Oriente o adolescente e/ ou responsável para uma alimentação mais adequada de acordo com as recomendações, segundo seu estágio de
maturação sexual;
4. Investigue dislipidemias e ofereça orientações pertinentes ao resultado do lipidograma;
5. Oriente o adolescente e/ou responsável sobre vacinação e hábitos de saúde (tabagismo, alcoolismo, drogas, orientação sexual, etc.);
6. Verifique e estimule a prática de uma atividade física regular sob orientação;
7. Parabenize o adolescente e/ou responsável que apresentar crescimento satisfatório e práticas alimentares adequadas;
8. No caso de baixo peso: investigue possíveis causas com atenção especial para o consumo insuficiente, alto gasto energético (excesso de atividade
física), sinais de transtornos alimentares (indução de vômitos, uso de laxantes ou medicamentos para emagrecer, preocupação excessiva com a
imagem corporal, entre outros);
9. Oriente corretamente o adolescente e/ou responsável quanto à prática alimentar, visando ao ganho de peso e a garantia do crescimento saudável;
10. Registre as informações sobre o estado nutricional do adolescente na Caderneta de Saúde do Adolescente ou em formulários apropriados.
Arte: Orientação Nutricional para Adolescentes
Capítulo 11

Orientação Nutricional para Idosos


Orientação dividida em 10 passos, tendo como base artigo do Ministério da Saúde.

1º passo: faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições!

Aprecie a sua refeição, sente confortavelmente à mesa, de preferência em companhia de outras pessoas. Coma devagar, mastigando bem os
alimentos. Saboreie refeições variadas dando preferência a alimentos saudáveis típicos da sua região e disponíveis na sua comunidade. Caso você
tenha dificuldade de mastigar, os alimentos sólidos, como carnes, frutas, verduras e legumes, podem ser picados, ralados, amassados, desfiados,
moídos ou batidos no liquidificador. Não deixe de comer esses alimentos. Escolha os alimentos mais saudáveis, conforme as orientações e a
composição nutricional nos rótulos. Caso tenha dificuldade na leitura ou para entender a informação, peça ajuda.
2º passo: inclua diariamente seis porções do grupo dos cereais 3º passo: coma diariamente pelo menos três porções de
(arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos como a batata, legumes e verduras como parte das refeições e três porções
raízes como mandioca/ macaxeira/ aipim, nas refeições. dê ou mais de frutas nas sobremesas e lanches.
preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma
mais natural. Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas, minerais e
fibras, e devem estar presentes diariamente em todas as
Alimentos como cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), de refeições e lanches, pois evitam a prisão de ventre, contribuem
preferência integrais; tubérculos como as batatas, e raízes como a para proteger a saúde e diminuir o risco de várias doenças. Varie
mandioca/macaxeira/aipim, são as mais importantes fontes de os tipos de frutas, legumes e verduras consumidos durante a
energia e devem ser o principal componente da maioria das semana. Compre os alimentos da época (estação) e esteja atento
refeições, pois são ricos em carboidratos. Distribua as seis porções para a qualidade e o estado de conservação deles. Procure
desses alimentos nas principais refeições diárias (café da manhã, combinar verduras e legumes de maneira que o prato fique
almoço e jantar) e nos lanches entre elas. Nas refeições principais, colorido, garantindo, assim, diferentes nutrientes. Sucos naturais
preencha metade do seu prato com esses alimentos. Se utilizar de fruta feitos na hora são os melhores; a polpa congelada perde
biscoitos para os lanches, leia os rótulos: escolha os tipos e as marcas alguns nutrientes, mas ainda é uma opção melhor que os sucos
com menores quantidades de gordura total, gordura saturada, artificiais, em pó ou em caixinha.
gordura trans e sódio. Esses ingredientes, se consumidos em excesso,
são prejudiciais à sua saúde.
4º passo: coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, 5º passo: consuma diariamente três porções de leite e
cinco vezes por semana. esse prato brasileiro é uma combinação derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos.
completa de proteínas e bom para a saúde. retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes
da preparação torna esses alimentos mais saudáveis!
Coloque no prato uma parte de feijão para duas partes de arroz
cozidos. Varie os tipos de feijões usados – preto, da colônia, Leite e derivados são as principais fontes de cálcio na
manteiguinha, carioquinha, verde, de corda, branco e outros – e as alimentação e você pode escolher os desnatados ou
formas de preparo. Use também outros tipos de leguminosas – soja, semidesnatados. Carnes, aves, peixes e ovos também fazem
grão de bico, ervilha seca, lentilha, fava. As sementes – de abóbora, parte de uma alimentação nutritiva e contribuem para a saúde.
de girassol, gergelim e outras – e as castanhas – do Brasil, de caju, Todos são fontes de proteínas, vitaminas e minerais. Procure
amendoim, nozes, nozes-pecan, amêndoas e outras – são fontes de comer peixe fresco pelo menos duas vezes por semana; tanto os
proteínas e de gorduras de boa qualidade. de água doce como salgada são saudáveis. Coma pelo menos
uma vez por semana vísceras e miúdos, como o fígado bovino,
moela, coração de galinha, entre outros.
7º passo: evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos

6º passo: consuma, no máximo, uma porção por dia de doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra

óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina. da alimentação. coma-os, no máximo, duas vezes por semana.

Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carnes Consuma no máximo uma porção do grupo dos açúcares e doces por dia.

com gordura aparente, embutidos – salsicha, linguiça, salame, Valorize o sabor natural dos alimentos e das bebidas evitando ou reduzindo

presunto e mortadela –, queijos amarelos, frituras e o açúcar adicionado a eles. Diminua o consumo de refrigerantes e de sucos

salgadinhos, para, no máximo, uma vez por semana. • Use industrializados. Prefira bolos, pães e biscoitos doces preparados em casa,

pequenas quantidades de óleo vegetal quando cozinhar – com pouca quantidade de gordura e açúcar, sem cobertura ou recheio.

canola, girassol, milho, algodão e soja. Uma lata de óleo por


mês é sufi ciente para uma família de quatro pessoas. Use
azeite de oliva para temperar saladas, sem exagerar na 8º passo: beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia.

quantidade. Prepare os alimentos de forma a usar pouca dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições.

quantidade de óleo, como assados, cozidos, ensopados e


grelhados. Evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou A água é muito importante para o bom funcionamento do organismo. O

manteiga. Na hora da compra, dê preferência a margarinas intestino funciona melhor, a boca se mantém mais úmida e o corpo mais

sem gorduras trans (tipo de gordura que faz mal à saúde) ou hidratado. Use água tratada, fervida ou filtrada para beber e preparar

marcas com menor quantidade desse ingrediente (procure no refeições e sucos. Bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos

rótulo essa informação). industrializados não devem substituir a água.


9º passo: diminua a quantidade de sal na comida e retire o 10º passo: torne sua vida mais saudável. pratique pelo menos 30
saleiro da mesa. minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas
e o fumo.
A quantidade de sal utilizada deve ser de, no máximo, uma
colher de chá rasa por pessoa, distribuída em todas refeições do Além da alimentação saudável, a atividade física é importante para manter
dia. Use somente sal iodado. Não use sal para consumo de um peso saudável. Movimente-se! Descubra um tipo de atividade física
animais, que é prejudicial à saúde humana. Evite consumir agradável! O prazer é também fundamental para a saúde. Caminhe,
alimentos industrializados com muito sal (sódio) como dance, brinque com crianças, faça alguns exercícios leves. Aproveite o
hambúrguer, presunto, charque e embutidos (salsicha, linguiça, espaço doméstico e os espaços públicos próximos a sua casa para
salame, mortadela), salgadinhos industrializados, conservas de movimentar-se. Convide os vizinhos e amigos para acompanhá-lo. • Evitar
vegetais, sopas, molhos e temperos prontos. Leia o rótulo dos o fumo e o consumo frequente de bebida alcoólica também ajuda a
alimentos e prefira aqueles com menor quantidade de sódio. diminuir o risco de doenças graves, como câncer e cirrose, e pode
Para temperar e valorizar o sabor natural dos alimentos utilize contribuir para melhorar a qualidade de vida. • Mantenha o seu peso
temperos como cheiro verde, alho, cebola e ervas frescas e dentro de limites saudáveis, de acordo com a tabela do IMC.
secas ou suco de frutas, como limão.
Arte: Orientação Nutricional para Idosos
Capítulo 12

Orientação Nutricional para Gestantes


Orientação também dividida em 10 passos:

1. Realizar pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de três horas sem comer.
Entre as refeições beba água, pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) por dia.

2. Incluir diariamente nas refeições seis porções do grupo de cereais (arroz, milho, pães e alimentos feitos com farinha de trigo e milho), tubérculos como
as batatas e raízes como a mandioca/ macaxeira/aipim. Dando preferência aos alimentos na sua forma mais natural, pois além de serem fontes de
carboidratos, são boas fontes de fibras, vitaminas e minerais.

3. Procurar consumir diariamente pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas
sobremesas e lanches.
4. Comer feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes por semana, pois esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e
excelente para a saúde.

5. Consumir diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele
das aves antes da preparação, tornando esses alimentos mais saudáveis!

6. Diminuir o consumo de gorduras. Consuma, no máximo, uma porção diária de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina. Fique atenta aos rótulos
dos alimentos e prefira aqueles livres de gorduras trans.

7. Evitar refrigerantes e sucos industrializados, biscoitos recheados e outras guloseimas no seu dia a dia.

8. Diminuir a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa. Evitar consumir alimentos industrializados com muito sal (sódio) como
hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos, conservas de vegetais, sopas prontas, molhos e temperos prontos.

9. Para evitar a anemia, consuma diariamente alimentos fontes de ferro como: carnes, vísceras, feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, folhas verde-escuras,
grãos integrais, castanhas e outros. Consuma junto desses alimentos aqueles fontes de vitamina C como: acerola, laranja, caju, limão e outros. Procure
orientação de um profissional de saúde para complementar a sua ingestão de ferro.

10. Manter o seu ganho de peso gestacional dentro de limites saudáveis. Pratique, seguindo orientação de um profissional de saúde, alguma atividade
física e evite as bebidas alcoólicas e o fumo.
Arte: Orientação Nutricional para Gestantes
Capítulo 13

Quatro Recomendações e uma Regra de Ouro

Recomendações imprescindíveis que o nutricionista deverá repassar para seus clientes.

2. Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em


1. Faça de alimentos in natura ou minimamente
pequenas quantidades ao temperar e cozinhar
processados a base de sua alimentação
alimentos e criar preparações culinárias

Alimentos in natura ou minimamente processados, em Desde que utilizados com moderação em preparações
grande variedade e predominantemente de origem culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente
vegetal, são a base de uma alimentação nutricionalmente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para
balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem torná-la
promotora de um sistema alimentar socialmente e nutricionalmente desbalanceada.
ambientalmente sustentável.
4. Evite alimentos ultraprocessados
3. Limite o uso de alimentos processados,
consumindo-os, em pequenas quantidades, como
ingredientes de preparações culinárias ou como Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados –
parte de refeições baseadas em alimentos in como biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote”,
natura ou minimamente processados refrigerantes e “macarrão instantâneo” – são nutricionalmente
desbalanceados. Por conta de sua formulação e
Os ingredientes e métodos usados na fabricação de apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a
alimentos processados – como conservas de legumes, substituir alimentos in natura ou minimamente processados.
compotas de frutas, queijos e pães – alteram de modo Suas formas de produção, distribuição, comercialização e
desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social
quais derivam. e o meio ambiente.
A regra de ouro: indique sempre alimentos in natura ou minimamente processados e
preparações culinárias a alimentos ultraprocessados

Opte por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos recheados; não
troque a “comida feita na hora” (caldos, sopas, saladas, molhos, arroz e feijão, macarronada,
refogados de legumes e verduras, farofas, tortas) por produtos que dispensam preparação
culinária (“sopas de pacote”, “macarrão instantâneo”, pratos congelados prontos para aquecer,
sanduíches, frios e embutidos, maioneses e molhos industrializados, misturas prontas para
tortas) e fique com sobremesas caseiras, dispensando as industrializadas.
Capítulo 14

21 Alimentos que deixam o Corpo mais Saudável

Farelo de aveia Chocolate amargo


Bom para o coração - contém minerais, como cálcio, Bom para o coração - quando consumido com
magnésio, potássio, fósforo e vitaminas do complexo moderação (cerca de 25 gramas por dia), o
B. Também é rico em fibra solúvel, ajuda a reduzir os chocolate amargo contribui para reduzir a
níveis de colesterol e de açúcar no sangue, protege o pressão arterial e o risco de placas de gorduras
organismo contra a formação de coágulos. nos vasos sanguíneos.
Sardinha Abacate
Bom para o coração - assim como o salmão, é um peixe Bom para pele, unhas e cabelo - rico em ômega 9, gordura
rico em ômega 3, um tipo de gordura boa para reduzir a que desinflama a pele e dá brilho e vida a cabelos e unhas.
formação de coágulos. Também contribui para Se consumido a noite, é capaz de estimular o GH,
aumentar os níveis de colesterol bom (HDL) e evitar o hormônio que em adultos aumenta a massa muscular. A
acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos. recomendação é de um abacate por semana.

Frutas cítricas Cavalinha


Bom para o coração - são fontes de vitamina C e de Bom para pele, unhas e cabelo - ótima fonte de silício,
fibras solúveis e insolúveis que trabalham na prevenção nutriente importante para a formação de colágeno, que dá
de doenças do coração, colesterol alto e obesidade. firmeza e sustentação a pele e as unhas. Pode ser
Laranja, mexerica, limão e lima da pérsia são exemplos consumido na forma de chá pela manhã ou no final do dia.
de frutas cítricas
Romã Chia
Bom para pele, unhas e cabelo - é rica em ácido elágico, Bom para pele, unhas e cabelo - apesar de ser um
que tem propriedades antibacterianas e anticancerígenas. alimento de origem vegetal, é excelente fonte de
proteína de boa qualidade, capaz de estimular a
queratina, principal proteína formadora dos fios do
Farinha de uva cabelo. A recomendação são duas colheres de
Bom para pele, unhas e cabelo - aumenta a captação de sobremesa por dia com frutas ou suco.
vitamina C dentro das células da pele impedindo a
destruição do colágeno e prevenindo o envelhecimento.
Ostras
Bom para o cérebro - são fontes de ômega 3, que
Azeite de oliva funciona como uma espécie de matéria-prima para o
Bom para o cérebro - além de blindar o coração, o azeite de desenvolvimento das células cerebrais. Além disso, as
oliva ajuda a reduzir a degeneração do cérebro. Os ostras possuem zinco, que atua na atividade dos
antioxidantes combatem os radicais livres que prejudicam a neurônios, na memória e na concentração.
atividade cerebral.
Oleaginosas
Bom para o cérebro - sementes oleaginosas, como a
castanha-do-pará, as nozes e as avelãs, oferecem boas
Frutas vermelhas
quantidades de ferro, manganês e vitamina E. Outro
Bom para os rins - amoras, mirtilos, framboesas e
mineral importante é o selênio, que ajuda no bom
morango são frutas com grande quantidade de
funcionamento cerebral e na transmissão de mensagens
antioxidantes, além de possuir algumas propriedades
entre os neurônios.
que ajudam a reduzir a inflamação e ajudar o
funcionamento da bexiga.
Folhas verde-escuras
Bom para o cérebro - Uma pesquisa feita nos Estados
Chia e linhaça
Unidos concluiu que consumir uma porção diária de folhas
Bom para os rins - também ricas em ômega 3, a chia e a
escuras, como couve, rúcula e espinafre, pode rejuvenescer
linhaça contribuem para o equilíbrio da ação dos
o cérebro. O estudo foi feito a partir da observação da dieta
hormônios do corpo, principalmente aqueles que
de mais de 900 idosos durante dez anos. Os que comiam os
controlam a parte hídrica do organismo.
vegetais verdes-escuros com mais frequência tiveram um
declínio mental apenas dez anos depois de dos que não
consumiam esses alimentos.
Melancia Água
Bom para os rins - a fruta tem mais de 90% de água em sua Bom para o fígado - A água é o principal impulsionador
composição, o que faz dela uma poderosa aliada para manter o para o funcionamento do fígado. É ela que ajuda o órgão
corpo hidratado. Também estimula os rins e evita a retenção a eliminar as toxinas. A dica é consumir dois litros por dia
urinária. Outros alimentos, como o melão e o pepino, também e, ao ingerir bebida alcoólica, intercalar com goles d'água.
ajudam a manter a hidratação.
Gengibre
Couve Bom para o fígado - Além de filtrar as toxinas, o fígado é
Bom para os rins - por conta da vitamina C e do enxofre, o o responsável por produzir o suco biliar, que atua na
consumo de couve ajuda a eliminar toxinas e ácido úrico, digestão de gorduras. Os nutrientes que estão no
substâncias prejudiciais ao bom funcionamento dos rins gengibre auxiliam na secreção da bile.

Abacaxi Peixes
Bom para o fígado - A bromelina é uma enzima presente na fruta Bom para o fígado - Consumir peixes, principalmente
que auxilia na digestão de alimentos ricos em proteínas, como grelhados, ajuda a proteger o fígado contra o excesso de
carnes e aves. Além disso, o abacaxi contribui para desobstruir o gordura. Tudo isso por causa de seu alto índice de
excesso de gorduras e toxinas acumuladas no fígado. gorduras poli-insaturadas, principalmente o ômega 3.
Capítulo 15

Considerações Finais
A ingestão de nutrientes, propiciada pela alimentação, é essencial As principais mudanças envolvem a substituição de alimentos in natura ou
para a boa saúde. Igualmente importantes para a saúde são os minimamente processados de origem vegetal (arroz, feijão, mandioca,
alimentos específicos que fornecem os nutrientes, as inúmeras batata, legumes e verduras) e preparações culinárias à base desses
possíveis combinações entre eles e suas formas de preparo, as alimentos por produtos industrializados prontos para consumo. Essas
características do modo de comer e as dimensões sociais e transformações, observadas com grande intensidade no Brasil, determinam,
culturais das práticas alimentares. A ciência da nutrição surge entre outras consequências, o desequilíbrio na oferta de nutrientes e a
com a identificação e o isolamento de nutrientes presentes nos ingestão excessiva de calorias, aumentando os índices de obesidade e
alimentos e com os estudos do efeito de nutrientes individuais diabetes. De modo semelhante, evoluem outras doenças crônicas
sobre a incidência de determinadas doenças. Esses estudos relacionadas ao consumo excessivo de calorias e à oferta desequilibrada de
foram fundamentais para a formulação de políticas e ações nutrientes na alimentação, como a hipertensão (pressão alta), doenças do
destinadas a prevenir carências nutricionais específicas (como a coração e certos tipos de câncer. Inicialmente apresentados como doenças
de proteínas, vitaminas e minerais) e doenças cardiovasculares de pessoas com idade mais avançada, muitos desses problemas atingem,
associadas ao consumo excessivo de sódio ou de gorduras de agora, adultos jovens e mesmo adolescentes e crianças. Eis a importância da
origem animal. Padrões de alimentação estão mudando nutrição para o mundo moderno. Sua função é não sugerir uma dieta que
rapidamente na grande maioria dos países e, em particular, terminará algum dia, mas sim começar um estilo de vida que irá perdurar
naqueles economicamente emergentes. para sempre. Sucesso!
“O maior erro que um
homem pode cometer
é sacrificar sua saúde
a qualquer outra
vantagem.”
Arthur Schopenhauer

Arte: Arthur Schopenhauer (filósofo alemão)


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