Design de Sobrancelhas: Jessica Gabriele Da Silva Marques
Design de Sobrancelhas: Jessica Gabriele Da Silva Marques
Design de Sobrancelhas: Jessica Gabriele Da Silva Marques
SOBRANCELHAS
Introdução
Nos seres humanos, os pelos exercem basicamente função de proteção
mecânica e térmica. Contudo, os pelos que compõem as sobrancelhas
apresentam também a importante função de dar expressividade à face. O
profissional designer de sobrancelhas precisa compreender o mecanismo
e os efeitos da remoção dos pelos, além de saber indicar os métodos de
correção e/ou tratamento adequados a cada cliente.
Neste capítulo, você vai estudar sobre a anatomia dos pelos e a fi-
siologia do ciclo de crescimento. Você também conhecerá os processos
que podem afetar o crescimento dos pelos e alterar a estrutura das
sobrancelhas.
Haste do pelo
Crista epidérmica
Terminação
nervosa livre
Papila dérmica
Traumas nas papilas dérmicas podem impedir o crescimento de novos pelos. Além disso,
o crescimento dos fios é influenciado por outros fatores, como interferências sistêmicas,
nutricionais, emocionais e, especialmente, hormonais (androgênios) (RIVITTI, 2014).
16 Anatomia da pele e estrutura dos pelos
Os pelos contêm melanina no córtex e na medula. A coloração dos pelos varia conforme
a quantidade de melanina presente nessas estruturas. Elder (2011) explica que a melanina
é produzida nos melanócitos e é incorporada às futuras células do pelo por meio
do processo de fagocitose da porção distal dos prolongamentos dendríticos. Pelos
brancos não possuem pigmento cortical e, de acordo com Tortora e Derrickson (2016),
esse fenômeno ocorre devido a um declínio na síntese de melanina e ao acúmulo de
bolhas de ar na haste do pelo.
Acrotríquio
Infundíbulo
Glândula sebácea
Istmo
Segmento inferior
Cutícula
Córtex Camada de Huxley Bainha interna da raiz
Camada de Henle
Bainha externa da raiz
Medula
Membrana basal hialina
Matriz do pelo
Melanócitos
Células germinativas
Bulbo
Papila
Você já nasceu com todos os seus folículos pilosos presentes, e com praticamente todos
em fase anágena. Porém, na fase adulta, apenas 85 a 90% dos seus pelos encontram-se
nessa fase, considerando que o ciclo de crescimento de seus pelos esteja saudável.
A haste dos pelos geralmente encontra-se com diâmetro reduzido em pessoas mais
velhas. No entanto, em sobrancelhas, ouvidos e narinas dos homens e na região
supralabial e mentoniana de mulheres, o diâmetro é aumentado (ELDER, 2011). Assim,
mulheres maduras comumente apresentam sobrancelhas ralas e falhadas, enquanto
homens apresentam sobrancelhas com pelos grosseiros e compridos. Tal fato pode
gerar insatisfação com a imagem pessoal do ponto de vista estético, levando ambos
à procura de procedimentos para solucionar o problema. O design de sobrancelhas,
para homens, é o mais indicado, apresentando caráter contínuo, uma vez que os pelos
voltam a crescer. Para as mulheres, recomenda-se a micropigmentação, que molda o
desenho das sobrancelhas por meio da implantação subepidérmica de pigmentos.
A micropigmentação tem duração semipermanente, tendo que ser realizada ao menos
uma vez a cada dois anos.
Anatomia da pele e estrutura dos pelos 23
A utilização de fichas de anamnese pode ser muito útil para auxiliar o profissional a
identificar a causa das alopecias. Na ficha, são registrados, além dos dados cadastrais,
informações relevantes ao histórico do cliente em relação aos cuidados com as so-
brancelhas e questões norteadoras para desvendar possíveis quadros patológicos.
Podem ser realizadas perguntas como: Há quanto tempo você remove os pelos de
suas sobrancelhas? Qual o método utilizado? Você faz uso de algum medicamento
regular? Há histórico de alopecias em sua família?
https://goo.gl/XaspZq
https://goo.gl/CvPsUh
Alopecias cicatriciais
Você já deve ter ouvido falar que o hábito de remover os pelos repetidamente
ao longo dos anos, seja com pinça, cera ou linha, pode promover o afinamento
progressivo das sobrancelhas. De fato, isso pode acontecer.
A alopecia traumática é também conhecida como alopecia mecânica,
alopecia induzida por pressão, alopecia de tração ou alopecia pós-operatória.
Ocorre por algum tipo de ação mecânica, que pode resultar em quadros de
alopecia temporária ou até mesmo definitiva (nesse caso, cicatricial).
Diferentes situações podem causar alopecias traumáticas, entre elas queima-
duras, incisões cirúrgicas, infecções e, inclusive, sucessiva retirada mecânica dos
pelos, como no caso das sobrancelhas (HIGINO et al., 2012). Para todos esses
casos, o tratamento poderá ser eficaz ou não, de acordo com o comprometimento
da lesão do folículo. Assim, folículos com traumas leves e em estágios iniciais
terão resposta eficaz ao tratamento. Entretanto, folículos que já apresentam
fibrose cicatricial possivelmente não apresentarão resultado algum.
Toda vez que um tecido sofre trauma, ele é induzido à regeneração. Quando a re-
generação ocorre por segunda intenção, isto é, quando a lesão é maior do que a
capacidade de o tecido se regenerar de forma sadia, ocorre a substituição de células
parenquimais por tecido fibroso. Como o tecido fibroso não apresenta as mesmas
características do tecido original, este perde suas funções específicas. Assim, quando
o folículo apresenta-se fibrosado, como no caso de queimaduras graves, por exemplo,
não haverá possibilidades de regenerá-lo.
28 Anatomia da pele e estrutura dos pelos
https://goo.gl/GmZ377
Anatomia da pele e estrutura dos pelos 29
ELDER, D. E. (Ed.). Histopatologia da pele. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
HABIF, T. P. Dermatologia clínica: guia colorido para diagnóstico e tratamento. 5. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
HIGINO, K. S. et al. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 69, n. 1/2, p. 14-20, jan./fev.
2012. Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_ma-
teria=4958>. Acesso em: 21 jun. 2018.
KUMAR, S.; WAHID, A.; ANOOP, KV. Physiology and anatomy of hair in drug abusing
cases. International Journal of Medical Toxicology and Forensic Medicine, Teerã, v. 2, n. 4,
p. 153-159, Autumn/2012. Disponível em: <http://journals.sbmu.ac.ir/ijmtfm/article/
viewFile/IJMTFM-3765/pdf>. Acesso em: 21 jun. 2018.
RIVITTI, E. A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018.
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