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Autismo

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Autismo: saiba tudo sobre os diferentes tipos e como identificar

Com certeza você já ouviu falar sobre autismo. Isso porque, segundo a


Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje essa condição atinge 1 em cada
160 crianças no mundo e 2 milhões de pessoas só no Brasil.
Mesmo assim, o autismo ainda é visto pelas pessoas como um tabu. Além
disso, as pessoas tendem a ter uma visão errada do que é esse transtorno e
quais são as características de uma pessoa autista.
Por isso, é preciso esclarecer as principais dúvidas sobre esse tema tão
importante e prevalente para a nossa sociedade. Continue com a gente até o
final e descubra muito mais sobre o autismo!?
O que é o autismo (TEA)?
O autismo é considerado um transtorno mental de desenvolvimento que causa
problemas na: 
 Linguagem;
 Dificuldades de comunicação;
 Interação social;
 Comportamento das pessoas.
Nem todo mundo sabe, mas quando se fala em autismo, refere-se não a uma
condição uniforme, isto é, que se apresenta de forma semelhante em todas as
crianças com o quadro.
Por tal motivo, o autismo recebe o nome completo de transtorno do espectro
do autismo (TEA), desde 2013, no lançamento da quinta edição do Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).
Ou seja, há uma complexidade muito grande relativa aos sinais e sintomas do
transtorno. Confira quais são alguns deles por área afetada (vamos ver esse
aspecto com mais profundidade adiante no artigo):
Comunicação e interação social:
 Dificuldade para iniciar uma conversa ou falar sobre as emoções próprias; 
 Dificuldade para compreender gestos, expressões e outras mensagens não
verbais típicas de comunicação entre pessoas;
 Ajustes na fala e comportamento de acordo com o contexto não são simples
para quem sofre de autismo, causando dificuldades para estabelecer amizades
e obter oportunidades de trabalho, por exemplo.
Comportamentos:
 Falas ou movimentos estereotipados ou repetitivos (agitar as mãos ou estalar
os dedos repetidamente, repetir frases, alinhar brinquedos);
 Necessidade muito grande de ter uma rotina rigidamente controlada, sendo que
pequenas alterações causam muito sofrimento;
 Fixação grande por determinado tema (p. ex., preocupação com aspiradores de
pó, dinossauros, futebol – buscando de uma forma obsessiva conhecimento e
sobre minúcias desses assuntos);
 Reação extremada em relação a estímulos sensoriais (aversão ou apatia
intensas por um determinado estímulo – cheiro, toque, som).
A ciência e especialistas podem avaliar e estudar melhor os graus de autismo a
partir dessa consideração dos sintomas dentro dos espectros. 
Para reforçar, isso quer dizer que cada condição de autismo deve ser analisada
por especialistas em saúde mental  devido sua grande individualidade.
O autismo tem cura?
O autismo não tem cura, ou seja, uma criança diagnosticada com autismo,
seguirá autista durante todas as fases da sua vida.
A diferença está no desempenho dessas pessoas, que, com acompanhamento
médico e psicológico, podem desenvolver mais suas habilidades sociais.
Por isso, quando o diagnóstico e tratamento começam cedo, mais eficiente é a
resposta e o dia a dia dessa pessoa se torna mais fácil.
Em geral, o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) se dá entre
os 3 primeiros anos de idade.
Diferente de um transtorno conversivo, por exemplo, que tem um aparecimento
agudo, o Transtorno do Espectro Autista normalmente é identificado por meio
de pequenos detalhes do dia a dia da criança, que fazem com que se procure
ajuda especializada.
Quais são as causas do autismo?
Não existe uma causa única e determinada para o autismo na infância.
Até os anos 80, o autismo era considerado um transtorno adquirido por
influência de fatores do ambiente.
O que se sabe hoje, porém, é que o autismo é resultado de uma série de
alterações no funcionamento normal do cérebro. Ou seja, a comunidade
médica acredita que fatores genéticos representam cerca de 90% das causas
do autismo, enquanto fatores ambientais só são responsáveis por 10%.
Mas, apesar da genética ter o maior papel nessas causas, nenhuma alteração
genética específica foi apontada. Pelo contrário, é provável que existam muitas
mutações genéticas que podem causar o autismo.
Quais os principais sintomas do autismo (TEA)?
Todas as pessoas que têm autismo apresentam sinais e sintomas em
comum como por exemplo:
 Dificuldades de comunicação;
 Comportamentos repetitivos interação;
 Comportamento social.
Mas, vale lembrar que os sinais e sintomas de autismo (TEA) vão afetar
cada pessoa de maneira e intensidade diferentes. 
Ou seja, isso depende de fatores como:
 Grau de comprometimento;
 Associação ou não com deficiência intelectual;
 Presença ou não de fala.
Além disso, algumas pessoas autistas podem ter dificuldades de aprendizado
em diversas fases da vida como, por exemplo:
 Na escola;
 No trabalho;
 Em atividades do dia a dia consideradas simples como tomar banho ou comer
sozinho.
Enquanto muitos podem levar uma vida relativamente “normal”, outros autistas
podem precisar de ajuda profissional durante toda a vida por conta dos sinais e
sintomas do TEA.
Autismo infantil: como identificar os primeiros sinais?
Os primeiros sinais de autismo geralmente surgem quando a criança tem entre
2 e 3 anos de idade. Isso porque esse é o momento em que ela inicia uma
maior interação e comunicação com as pessoas e o ambiente.Por isso, veja
algumas características que podem te ajudar a identificar se uma criança pode
apresentar o Transtorno de Espectro Autista:
Sinais e sintomas do autismo na interação social
 Não olhar nos olhos mesmo quando alguém fala com ela;
 Risos e gargalhadas fora de hora, como por exemplo durante um velório ou
um casamento;
 Não gostar de carinho ou afeto e por isso não se deixa abraçar ou beijar;
 Dificuldade em relacionar-se com outras crianças;
 Repetir sempre as mesmas coisas, sons e palavras; brincar sempre com os
mesmos brinquedos.
Sinais e sintomas do autismo na comunicação e linguagem
 A criança autista sabe falar, mas prefere não se comunicar;
 Repete uma pergunta várias vezes seguidas sem se importar se está
chateando os outros;
 Tem sempre a mesma expressão no rosto e não entende gestos e expressões
faciais dos outros;
 Quando fala, a comunicação é monótona.
Sinais e sintomas do autismo no comportamento e personalidade
 Não tem medo de situações perigosas, como por exemplo atravessar a rua
sem olhar para os carros (esse sintoma deve ser diferenciado de um quadro de
mania dentro do transtorno bipolar);
 Olha sempre na mesma direção como se estivesse parado no tempo;
 Fica se balançando para frente e para trás por vários minutos ou horas ou
torcer as mãos ou os dedos constantemente;
 Dificuldade a se adaptar a uma nova rotina ficando agitado;
 Fica extremamente agitado quando está em público ou em ambientes
barulhentos.
Adolescentes e adultos autistas: quais os sintomas?
O autismo em adultos e adolescentes pode ser mais leve por dois motivos
principais: ou os sinais e sintomas do TEA passaram despercebidos durante a
infância ou devido a melhora por meio de tratamentos especializados.
Características comuns em jovens autistas
 Ausência de amigos: geralmente o contato com pessoas se limita ao círculo
familiar, colégio ou relações virtuais pela internet;
 Evita sair de casa: tanto para atividades habituais, como utilizar transportes e
serviços públicos ou para atividades de lazer, preferindo sempre atividades
solitárias e sedentárias;
 Falta de autonomia: principalmente para trabalhar;
 Costumam ter sintomas de depressão e ansiedade;
 Têm dificuldade de interação social, e interesse apenas em atividades
específicas.
Quais os tipos de autismo?
Segundo a classificação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC), existem alguns tipos de autismo. Cada um representa uma
intensidade e jeitos diferentes de como o autismo se manifesta. Por isso,
conheça quais são elas e suas diferenças:
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento
Pessoas que são diagnosticadas com o Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento, são aquelas que têm um grau de autismo um pouco maior
do que a Síndrome de Asperger.
A pessoa pode ter diversos e diferentes sintomas, mas os mais comuns são:
interação social prejudicada e problemas na fala.
Transtorno Autista
O transtorno autista abrange todas as crianças e adultos que apresentam
sinais e sintomas mais graves do que os manifestados na Síndrome de
Asperger e no Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.
Nesse tipo de autismo, a capacidade social, cognitiva e linguística é bastante
afetada, além de terem muitos comportamentos repetitivos.
Esse grau do espectro autista normalmente é diagnosticado antes dos três
anos de idade e ele pode ser identificado por meio de alguns sinais como:
 Atraso no desenvolvimento da linguagem;
 Falta de contato visual;
 Balançar ou bater as mãos, chamado de Stimming.
Por que o autismo é mais comum em meninos?
Isso ocorre porque a genética masculina é diferente da feminina.
Entre as principais diferenças está que as meninas carregam duas cópias do
cromossomo sexual X e os meninos só uma (o outro cromossomo sexual é
representado pelo Y).
Assim, postula-se dentro do ciência que o cromossomo sexual X seria um fator
de proteção para o desenvolvimento do transtorno do espectro autista.
Todos nós temos em nosso material genético genes que expressam
determinados tipos de proteínas. 
Estas, estão relacionadas a alguns transtornos mentais e também doenças
físicas.
Por conta das inúmeras variações entre os genes dos meninos e das meninas,
os córtex dos cérebros (parte onde ficam os corpos celulares dos neurônios) de
homens são mais finos que os das mulheres.
Além disso, uma diferença marcante entre rapazes e moças é que aqueles têm
uma quantidade de testosterona maior que estas.
Essa discrepância existe desde a vida fetal, o que pode tornar os meninos mais
suscetíveis ao desenvolvimento de sintomas como:
 Menor contato visual;
 Menos interesses;
 Ter relações sociais mais precárias.
Níveis do Autismo
Além desses tipos de transtornos, o autismo também apresenta três diferentes
níveis (desde o mais leve até o mais grave):
Nível 1
O autismo nível 1 é o mais leve. Isso porque, nele as crianças apresentam
dificuldades para se relacionar com outras pessoas e podem não querer
interagir com os outros.
Em geral, têm dificuldades para trocar de atividades e problemas na hora de
planejar e organizar as coisas.
Nível 2
No autismo nível 2, as crianças podem ter um nível um pouco mais grave de
deficiência nas relações sociais e na comunicação verbal e não verbal.
Além disso, são mais inflexíveis. Podem também ter comportamentos
repetitivos e dificuldade com mudança.
Mudar o foco de suas ações também é custoso para pessoas no nível médio.
Nível 3
No nível 3, ficam os déficits mais graves em relação à comunicação verbal e
não verbal. A habilidade social também se estabelece com muito custo.
Comportamentos como a dificuldade para lidar com mudança e ações
repetitivas, se tornam ainda piores.
Lidar com a mudança se torna ainda mais difícil.
Tratamento do autismo
O principal objetivo do tratamento do autista é reduzir os sintomas a partir do
aprendizado e desenvolvimento. Ou seja, isso melhora as habilidades sociais e
comunicação dessas pessoas.
Não existe um único tratamento, pois cada autista tem a sua própria dificuldade
e grau de resposta às atividades.
Por isso, apenas um especialista poder dizer quais são as melhores práticas
para cada pessoa.
Veja algumas possibilidades de tratamento:
1) Fonoaudiologia
A fonoaudiologia é um dos tratamentos mais importantes. Isso porque se
concentra nas habilidades de linguagem e comunicação das pessoas.
Esse profissional pode ajudar a pessoa a melhorar sua comunicação social e o
uso funcional da linguagem.
2) Ludoterapia
A Ludoterapia é indispensável para crianças diagnosticadas com autismo. Ou
seja, por meio de brinquedos e jogos que atraem o interesse da criança,
o terapeuta trabalha a interação social e o contato visual.
3) Grupos de habilidades sociais
Os grupos de habilidade sociais são reuniões entre pessoas que têm autismo,
do grau mais leve até o mais grave, para praticar interações comuns no dia a
dia.
4) Análise Aplicada do Comportamento (ABA)
A ABA é uma análise comportamental da criança por meio dos princípios da
teoria do aprendizado.
Isso tem o objetivo de amenizar certos comportamentos e estimular outros,
como por exemplo o modo como a criança lida com os lugares diferentes.
5) Medicação
Não existe uma medicação direcionada propriamente ao tratamento do
autismo.
Mas tem remédios que podem ajudar a melhorar alguns problemas que
aparecem em pessoas com autismo, como por exemplo:
 Agressividade;
 Ansiedade;
 hiperatividade;
 Impulsividade;
 Irritabilidade,
 Alterações de humor.
Para pais, amigos e familiares
Por causa de todas essas dificuldades de comunicação, interação social e
alterações comportamentais, o autismo não afeta só a pessoa que tem o
transtorno e sim, impacta a rotina de toda a família.
Os cuidados para uma criança autista e os desafios que os pais têm que
enfrentar podem ser muito exaustivos física e emocionalmente.
Por isso, separamos algumas dicas que podem ser muito úteis para conviver
melhor:
Construa uma rede de apoio
Tomar decisões sobre a educação e o tratamento do seu filho autista não é
uma tarefa fácil.
Por isso, é muito importante o suporte de uma equipe de
profissionais qualificada e de confiança como, por exemplo:
 Psicólogo;
 Psiquiatra;
 Pediatra;
 Nutricionista;
 Neuropsicólogo.
Outra dica valiosa é procurar o apoio de outras pessoas que passam pelo
mesmo que você. Mas, se ainda sim você está se sentindo mal, procure
a terapia. Você não precisa passar por isso sozinho.
Tire um tempo para si mesmo
Lidar com os desafios do autismo pode ser difícil. Por isso, tire um tempo só
para você e relaxar um pouco fazendo atividades que podem te dar prazer
como, por exemplo:
 Realizar exercícios físicos;
 Ler;
 Viajar;
 Conhecer novas pessoas;
 Meditar.
Isso evita que seus relacionamentos pessoais e familiares não sejam afetados
por essa rotina estressante.
Símbolo do autismo
Alguns dos principais símbolos do autismo são:
 Cor azul (escolhida para representar os meninos);
 Laço;
 Fita;
 Quebra-cabeças;
 Símbolo do infinito colorido (conota as diferenças do chamado espectro do
autismo).
Vejamos mais sobre os significados desses símbolos.
O quebra cabeça é um símbolo bem comum do autismo. Esse símbolo
representa toda a complexidade que envolve o TEA e a dificuldade que eles
têm para se encaixar na sociedade.
Além disso, a fita é um símbolo que mostra que é possível alguém com
autismo viver a vida de forma plena e funcional. 
Nesse sentido, o símbolo do laço é usado para demonstrar os locais especiais
reservados para aqueles que possuem autismo.
Dia mundial de conscientização do autismo
A ONU instituiu o dia 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do
Autismo, ou apenas Dia do Autismo, com objetivo de alertar e ampliar o
debate sobre a doença.
O primeiro evento ocorreu em 2008 e desde então, vêm se provando uma
excelente ferramenta de quebra de preconceitos e de falta de informação.
Autismo na mídia
Falar sobre o autismo também é uma responsabilidade da mídia, que tem
como principal papel informar e trazer mensagens positivas e estimulantes para
quem convive com esse transtorno por perto.
Filmes sobre autismo, documentários, relatos e casos de superação, sempre
são uma boa pedida para quem quer ter ainda mais conhecimento sobre o
tema.
Filmes como Tudo que eu Quero (2017) e clássicos como Gilbert Grape –
Aprendiz de Sonhador (1993), com Leonardo DiCaprio, trazem para as telas o
tema sobre os espectros do autismo, relatando a vida de seus personagens.
Além disso, pessoas famosas como Lionel Messi, jogador de futebol argentino,
a cantora, Courtney Love, o nadador Michael Phelps, e o cineasta Tim Burton,
são sinônimos de pessoas com certo grau de autismo que conseguiram
sucesso e bom desempenho na carreira mesmo com os sinais e sintomas do
espectro.

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