10 - Complexo Gengivite Estomatite Felina - Daniella de Almeida
10 - Complexo Gengivite Estomatite Felina - Daniella de Almeida
10 - Complexo Gengivite Estomatite Felina - Daniella de Almeida
¹Revisão de literatura
Daniella de Almeida Pimenta Marano - pimenta.daniella@hotmail.com - (31)984090882
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas, Medicina Veterinária 10º
período.
RESUMO
As afecções orais são cada vez mais frequentes na rotina da clínica médica veterinária, e vem
atraindo atenção por suas consequências na saúde sistêmica animal. O Complexo Gengivite
Estomatite Felina é uma doença que ocorre com relativa frequência na cavidade oral dos
felinos, sendo caracterizada principalmente por inflamação intensa na junção muco-gengival,
marcada por úlceras e desconforto, com histórico de recidivas e apresentando-se como uma
inflamação de caráter crônico. Objetiva-se com este trabalho revisar o Complexo Gengivite
Estomatite Felina, abordando os principais sinais clínicos e as abordagens realizadas por
médicos veterinários.
INTRODUÇÃO
A clínica médica veterinária recebe com considerável frequência afecções da cavidade oral
em animais de pequeno porte, sendo a doença periodontal a mais frequente e a gengivo-
estomatite a segunda doença de maior casuística em felinos. (HOFMANN-APPOLLO, 2008;
STEUERNAGEL, 2010)
O complexo gengivite-estomatite felina, apresenta outras nomenclaturas como estomatite
linfoplasmocitária, estomatite felina crônica, glossofaringite linfoplasmocítica entre outras
(BAIRD, 2005; COSTA et al., 2007)
É uma enfermidade oral de caráter crônico, que acomete gatos, onde desencadeia uma
inflamação muco-gengival, atingindo ocasionalmente a mucosa palatal, bucal e lingual,
acarretando por vezes ulcerações e proliferação de tecidos moles na cavidade oral (BAIRD, 2005;
LYON, 2005; ADDIE et al., 2003)
A etiologia é usualmente desconhecida, mas para determinados autores a causa pode ser
multifatorial, e certos agentes podem estar relacionados ao desenvolvimento da doença, como
agentes bacterianos, virais, alimentares, ambientais, manejo, estresse ou fatores associados,
como causas genéticas e imunológicas (DOLIESLAGER, 2012; GIOSO, 2007).
Outros consideram a predisposição genética em raças como Persa, Abissínia, Himalaia,
Siamesa e Birmanesa. (HEALEY et al, 2007; LOBPRISE, 2007; HENNET et al., 2011; LUSKIN, 2011).
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O complexo gengivite estomatite é uma afecção oral que também é conhecida por gengivite-
estomatite-faringite linfoplasmocitária felina ou outros termos, dependendo da disposição das
lesões. (APPOLLO et al., 2010)
É caracterizada por uma inflamação gengival intensa, com úlceras e histórico de recidivas,
com reações severas em comparação com o desenvolvimento da doença periodontal.
A intensa inflamação se deve a uma reação imunológica exacerbada à placa bacteriana
calcificada. (HOFMANN-APPOLLO, 2008; SOUZA, 2008; HENNET, 2011)
Acredita-se que a etiologia é multifatorial, e que várias doenças sistêmicas podem acarretar o
complexo, como a FIV (vírus da imunodeficiência felina) FeLV (vírus da leucemia felina),
doenças autoimunes e doença periodontal. (JOHNSON et al., 2008)
A idade média de acometimento é entre 8 e 15 anos de idade e raças com predisposição
genética como a Siamesa, Persa, Abissínia, Himalaia, Birmanesa manifestam de forma mais
agressiva. Não foram relatadas correlações ao sexo.
Os sinais clínicos presentes em gatos acometidos incluem agressividade, anorexia, sialorréia,
desconforto e dor na cavidade oral, pelagem sem brilho, sangramento bucal, disfagia e apatia.
Outros sinais podem ser observados, como depressão, vocalização, isolamento, fuga ao toque,
inapetência, halitose, emagrecimento progressivo e desidratação. (MIHALJEVIS, 2013; HARVEY,
2006; HEALEY, 2007; HOFMANN-APPOLLO, 2010; LYON, 2005; NIZA et al., 2004)
As lesões são, usualmente, simétricas, afetando comumente as margens de pré-molares e
molares, ocorrendo em intensidade inferior a região de caninos e incisivos.(VILELA et al., 2004.
GORREL,2010; JOHNSON et al. 2008)
Lesões de reabsorção dentária podem estar presentes, contribuindo para o agravamento do
quadro. (VENTURINI, 2006; HOFMANN-APPOLLO, 2008; AZEVEDO, 2008)
O sistema imunológico do animal responde à inflamação gengival crônica, independente dos
agentes descritos, por meio da produção de anticorpos, que atraem células fagocíticas,
lesionando as células gengivais. (GERALDO JUNIOR,2010; NILZA et al., 2004)
O diagnóstico é definido a partir da anamnese e exame físico detalhado, investigando idade,
alimentação, evolução dos sintomas, medicações utilizadas, manejo do animal e predisposição
racial. (STEUERNAGEL, 2007; HOFMANN-APPOLLO, 2008)
Exames complementares como hemograma, perfil bioquímico sérico e histopatológico podem
auxiliar no diagnóstico. (SOUZA, 2008)
Estudos realizados tentaram encontrar o tratamento adequado para a enfermidade, e,
atualmente, concebe-se que o protocolo associando o tratamento químico ao cirúrgico tem se
mostrado como o modelo terapêutico mais bem sucedido, mas não totalmente eficaz.
(HOFFMAN APOLLO et al, 2010)
A extração de dentes pré-molares e molares tem evidenciado bons resultados, e existem
protocolos descritos em literatura com abordagens que propõem um tratamento sintomático.
(VILELA et al., 2004)
2
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADDIE, D. D.; RADFORD, A.; YAM, P. S.; TAYLOR, D. J. Cessation of feline calicivirus
shedding coincident with resolution of chronic gingivostomatitis in a cat. Journal of Small
Animal Practice, v. 44, p. 172-176, 2003.
COSTA, P. R. S.; CONCEIÇÃO, L. G.; MORAES, M. P.; TSIOMIS, A. C.; DUARTE, T. S.;
PRADO, R. F. S. et al. Gengivite/estomatite linfocítico-plasmocitária em gatos – relato de
quatro casos. Clínica Veterinária, v. 12, n. 66, p. 28-34, 2007.
GIOSO, M. A. Odontologia para o clínico de pequenos animais. 2. ed. São Paulo: Manole,
2007.
3
HEALEY, K. A. E.; DAWSON, S.; BURROW, R.; CRIPPS, P.; GASKELL, C. J.; HART, C.
A.; PINCHBECK, G. L.; RADFORD, A. D.; GASKELL, R. M. Prevalence of feline chronic
gingivo-stomatitis in first opinion veterinary practice. Journal of Feline Medicine & Surgery,
v. 9, p. 373-381, 2007.
LUSKIN, I. Surgical extractions: The necessity, the logic & technique. In: Proceedings of the
20th European Congress of Veterinary Dentistry, p. 65, 2011.