Fisiopatologia Da Dor - Livro SAESP - Obs 1
Fisiopatologia Da Dor - Livro SAESP - Obs 1
Fisiopatologia Da Dor - Livro SAESP - Obs 1
O que é dor?
Taxinomia da dor
Vocabulário Básico:
• Dor Crônica: Dor que perdura por tempo além do esperado após estímulo
doloroso, perdurando em torno de 3 a 6 meses, mesmo após o dano ter sido cessado
a dor persiste.
• Dor Neuropática: Dor causada por lesão que afeta o sistema nervoso somático
sensitivo.
Tabela 1.: Caracterização da dor de acordo com suas classificações [BARROS, Guilherme
Antônio Moreira de; COLHADO, Orlando Carlos Gomes; GIUBLIN, Mário Luiz. Quadro clínico e
diagnóstico da dor neuropática. Rev. dor, São Paulo , v. 17, supl. 1, p. 15-19, 2016 .]. [3]
Etapas da nocicepção
Fisiopatologia da nocicepção
Inibição
Percepção da dor
A dor não é uma percepção comum; ela não mostra relação de nexo com o estímulo
nociceptivo, podendo ocorrer sem qualquer estímulo nociceptivo óbvio ou ser
desproporcional a ele. Com isso, a percepção da dor pode ser caracterizada como
uma complexa experiência multidimensional, variando na qualidade e intensidade
sensorial e nas características emotivas e motivacionais. [2]
Em resumo:
Dor aguda
A dor aguda é provocada por estímulo nocivo causado por uma lesão, pelo
processo de uma doença ou pela função anormal de um músculo ou víscera. Em
geral, é nociceptiva, servindo para localizar e limitar os danos teciduais. Estão
envolvidos processos fisiológicos como transdução, transmissão, modulação e
percepção. [1]
Dor crônica
A dor crônica persiste além do curso regular de uma doença aguda ou depois
de um período de tempo razoável para a cura. Pode ser nociceptiva, neuropática ou
mista; os mecanismos psicológicos e os fatores ambientais apresentam fator
fundamental. A dor neuropática é paroxística e lancinante; quando associada a perda
do estímulo sensitivo (p.ex., amputação) é chamada de dor de desaferentação. [2]
Não representa apenas um sintoma como a dor aguda, caracteriza-se por um estado
patológico bem definido, é uma disfunção do sistema somatossensorial que persiste
além da solução do seu processo etiológico. Por ser uma doença complexa, ela não
permite a simples aplicação de conceitos fisiopatológicos da dor aguda. [2]
As formas mais comuns de dor crônica são as associadas a transtornos
musculoesqueléticos (primariamente nociceptiva), transtornos viscerais crônicos,
lesões do nervo periférico (primariamente neuropática), raízes neurais ou gânglios das
raízes dorsais, lesões do sistema nervoso central e dor causada pelo câncer (em geral
mista). [1]
Dor nociceptiva
A dor nociceptiva surge quando ocorre uma ativação fisiológica dos receptores
ou da via dolorosa, estando associada a lesões de tecidos musculares, ósseos e
ligamentos; essa dor consiste na dor nociceptiva somática, que bastante intensa, de
caráter cortante e de fácil localização. [11]
Quando a dor atinge órgãos mais internos é chamada de dor nociceptiva visceral, que
tem caráter vago, é persistente e de difícil localização. Independentemente do órgão
de origem, é normalmente sentida na linha média do corpo, ao nível inferior do esterno
ou da zona superior do abdome. A medida que a dor nociceptiva visceral progride, o
diagnóstico ser mais difícil devido ao fato da convergência das fibras aferentes
viscerais com os somáticos, que seguem o mesmo caminho para os neurônio
sensoriais localizados na medula espinhal, o que pode levar uma interpretação
incorreta na zona cerebral. [11]
Dor neuropática
Dor psicogênica
A dor psicogênica pode ser entendida como aquela que surge na ausência de
qualquer processo lesional, ou que permanece após a resolução do processo lesivo.
Tradicionalmente, esta dor é conhecida como sendo uma dor funcional. O processo
mais comum para esta dor, resulta geralmente de uma disfunção neuropsíquica com
ou sem psicopatologia associada (p. ex. depressão, distúrbios de personalidade,
ansiedade). Muitas vezes a dor psicogênica pode também surgir associada à dor
nociceptiva e neuropática podendo alterar a sua apresentação e evolução clínica.
Mesmo sendo psicogênica causa desconforto e sofrimento ao doente, em situações
em que a semiologia não contém especificidade própria. [11]
Dor inflamatória
Referências
1. BUTTERWORTH, John E.; MACKEY, David C.; WASNICK, John D.. Morgan &
Mikhail Anestesiologia Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2016. 1111 p.
5. Klaumann PR, Wouk, AFPF, Sillas, T. Patofisiologia da dor. Arch Vet Sci.
2008;13(1):1-12. doi: 10.5380/avs.v13i1.11532
6. Beverly Bishop, PhD, Pain: Its Physiology and Rationale for Management: Part
I. Neuroanatomical Substrate of Pain, Physical Therapy, Volume 60, Issue 1, 1
January 1980, Pages 13–20.
8. BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A.. Neurociências:
Desvendando o Sistema Nervoso. 4. ed. [S.L]: Artmed, 2017. 1016 p.
10. GUYTON; HALL, John E.. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2017. 1176 p.