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Trabalho de Geografia Agraria Melita

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Melita Agostinho Domingos

INFRA-ESTRUTURA E COMÉRCIO AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE

(Licenciatura em Ensino de Geografia)

Universidade Rovuma, Extensão de Niassa

Lichinga, Dezembro

2021
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Melita Agostinho Domingos

INFRA-ESTRUTURA E COMÉRCIO AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de


Geografia Agrária, para fins avaliativos, como
forma de obtenção de conhecimentos da área de
Ensino de Geografia, orientado pelo docente:
Joaquim Miranda Maloa.

Universidade Rovuma, Extensão de Niassa

Lichinga, Dezembro

2021
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Índice
1.Introdução................................................................................................................................4

1.1.Objectivo...............................................................................................................................4

1.1.1.Geral...................................................................................................................................4

1.1.2.Específicos.........................................................................................................................4

1.2.Metodologias.........................................................................................................................4

2.INFRA-ESTRUTURA E COMÉRCIO AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE..........................5

2.1.Infra-estruturas de transporte e a comercialização no sector agrícola..................................5

2.3.Comercialização Agrícola em Moçambique.........................................................................7

2.3.1.Meios de Produção Agrícola..............................................................................................7

2.3.2.Escoamento e Armazenamento..........................................................................................7

2.3.3.Processamento Agrícola.....................................................................................................8

2.3.4.Agro-processamento..........................................................................................................8

3.Comercialização Agrícola em Moçambique............................................................................8

3.1.Mercado Interno....................................................................................................................9

3.2.Características do mercado interno:......................................................................................9

3.2.1.Mercado Externo................................................................................................................9

3.3.Cadeia de valor da comercialização agrícola......................................................................10

3.4.Principais produtos da Comercialização Agrícola..............................................................11

3.4.1.Principais intervenientes da comercialização agrícola....................................................11

4.2.Importância das Infra-estrutura e Comércio Agrícola em Moçambique............................11

5.Conclusão...............................................................................................................................13

7.Referências Bibliográficas.....................................................................................................14
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1.Introdução
O presente trabalho é de carácter avaliativo referente a cadeira de Geografia Agrária e tem
como objectivo abordar sobre Infra-Estrutura e Comércio em Moçambique. No entanto, é
imprescindível referir que a economia de Moçambique é essencialmente agrária. A agricultura
moçambicana é predominantemente de subsistência, caracterizando‐se por baixos níveis de
produção e de produtividade. Obviamente, Moçambique possui um elevado potencial
agrícola, as condições agroclimáticas são ideais, com hectares de terra arável, clima tropical e
subtropical com solos férteis e precipitação abundante e os principais rios oferecem enorme
potencial de irrigação. O sector agrícola é ainda dominado pelo subsector familiar que
representa cerca de 90% da área cultivada.

1.1.Objectivos

1.1.1.Geral
 Falar sobre a Infra-Estrutura e Comércio em Moçambique.

1.1.2.Específicos
 Apresentar a Cadeia de valor da comercialização agrícola;
 Caracterizar a Comercialização Agrícola em Moçambique;
 Descrever a Importância das Infra-estrutura e Comércio Agrícola em Moçambique

1.2.Metodologias
Para a concretização do presente trabalho cingiu-se na pesquisa e leitura de Manuais, Livros
de autores que abordam de forma solida os conteúdos relacionados com temas em estudo, que
estão destacados nas citações e nas respectivas Referências Bibliográficas.
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2.INFRA-ESTRUTURA E COMÉRCIO AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE

Conceitos Básicos

Infra-estrutura

De acordo com BANK, (1994), “A infra-estrutura pode ser entendida como sendo o conjunto
de instalações ou de meios prévios para se pôr em funcionamento uma actividade
económica”.

Agricultura

Segundo GEORGE (2002, p: 23), “agricultura é a arte de cultivar terra e domesticar animais
úteis ao homem”.

 A agricultura tradicional: está particularmente dependente de factores naturais


(clima e solos), e demográficos (mão-de-obra familiar).
 A agricultura moderna, a mecanização é frequente, assim como a irrigação, selecção
de sementes e correcção dos solos.

Comércio

De acordo com BARROS (2007), “a comercialização envolve uma série de actividades, que
começam do processo de produção, onde ocorre a utilização dos recursos produtivos (capital e
trabalho) até ao estágio do consumo final”.

Segundo MIC (2006), “comércio é uma serie de serviços envolvidos em movimentar um


produto do ponto de produção para o ponto de consumo”.

Conforme BARROS (2007), “comercio é o processo através do qual a estrutura de demanda


de bens e serviços económicos ou antecipada ou ampliada e satisfeita através da concepção,
promoção, intercâmbio e distribuição física de tais bens e serviços”.

2.1.Infra-estruturas e a comercialização no sector agrícola


Para GMD (2004), as infra-estruturas no seu conjunto são vitais para o aumento da
produtividade, consequente redução de custos de expansão dos mercados, viabilizando as
actividades económicas e elevando o bem-estar dos agentes económicos.

A rede comercial constitui uma das ferramentas fundamentais na cadeia de valor da


comercialização agrícola, que estabelece a ligação entre as zonas de produção e o mercado,
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sendo a sua expansão uma das prioridades do Governo. As lojas rurais desempenham um
papel fundamental para o desenvolvimento sócio-económico do País, porque assumem uma
grande importância na comercialização dos excedentes agrícolas.

A infra-estrutura, ao criar condições favoráveis para o desenvolvimento de


empresas, indústrias e emprego, ressalta sua importância sobre a actividade
económica ao propiciar melhores condições para a produção. A infra-estrutura
pode apresentar efeitos diretos ou indiretos sobre o emprego, sobre a renda,
sobre critérios de localização de empresas, sobre o capital, sobre o progresso
técnico e outras variáveis econômicas. Dessa forma, esse recurso pode acfetar
o grau de desenvolvimento regional, ao estimular ou restringir as disparidades
regionais, e ao actuar como elemento de decisão na análise de investimentos
públicos ou privados, BENITEZ (1999).

Infra-estrutura de transporte

A infra-estrutura de transporte inclui a malha de transporte rodoviário, férrea, aérea,


fluvial, tubular, entre mais que é usada, assim como os terminais, tais como: aeroportos,
estações de comboio, portos, terminais de autocarros.

A infra-estrutura de transporte inclui a malha de transporte rodoviário, férrea, aérea,


fluvial, tubular, entre mais que é usada, assim como os terminais, tais como: aeroportos,
estações de comboio, portos, terminais de autocarros.

A infra-estrutura de transporte é concebida pelas instalações básicas


que compõem as vias de movimentação e proporcionam o direito permanente
de uso com a possibilidade de obter a sua capacidade de utilização ampliada,
via manutenção ou aprimoramentos dessas instalações. Os custos com a
operacionalização dos veículos de transporte costumam ser inversamente
proporcionais aos investimentos na manutenção das instalações básicas. A
necessidade de manutenção e de construção das novas instalações é
consideravelmente reduzida por um equilíbrio nos investimentos entre os
modais de transporte, disponíveis de acordo com as condições geofísicas
específicas da região. Isto quer dizer que o investimento em outros modais
pode reduzir a necessidade de fazer manutenção de uma determinada infra-
estrutura, dado que existindo vários modais a pressão exercida sobre uma dada
infra-estrutura é menor que reduzindo por outro lado o grau de depreciação
das instalações existentes, OLIVEIRA (2009),

As infra-estruturas de transporte dinamizam a comercialização agrícola, na medida em


que permitem a conexão entre as zonas produtoras e as zonas que demandam os produtos
agrícolas, pois, através destas, novos compradores podem chegar às zonas produtoras, assim
como os próprios produtores têm a possibilidade de chegar às zonas que demandam
(mercados) a um baixo custo de movimentação. Por outro lado, o investimento em
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infraestruturas de transporte ao contribuir para redução dos custos de movimentação, permite


que os agricultores e outros intervenientes tenham uma renda mais alta e os seus produtos
sejam mais competitivos.

De acordo com DFID (2005), “a infra-estrutura de transporte qualitativamente boa


permite que os excedentes agrícolas sejam transferidos das zonas de produção excedentária
para as zonas de produção deficitária, o que por sua vez permite que se mantenha equilíbrio o
equilíbrio entre diversas zonas e se garanta a segurança alimentar em períodos de fome, e
consequentemente se reduza a pobreza”.

Importância Económica das infra-estruturas de transporte

Segundo Martins et al (2005), quando há boa infra-estrutura de transporte a eficiência do


sistema agro-industrial é maior, pois se conseguem menores custos de movimentação interna
e externa de produtos, além de tornar possível a produção em novas áreas. Assim, baixos
custos de movimentação implicam para os transportadores uma redução dos custos de
produção (oferta do serviço de transporte), o que permite que estes possam vender o serviço a
um preço relativamente mais baixo, aumentando o bem-estar da população.

2.3.Comercialização Agrícola em Moçambique


Em Moçambique, a produção agrícola é realizada por pequenos agricultores destinando a sua
produção para o autoconsumo. A mão-de-obra é constituída principalmente pelo agregado
familiar e em tarefas que exijam maior quantidade de trabalho, são utilizados esquemas
tradicionais de entre ajuda.

a) Meios de Produção Agrícola


Os meios de produção são rudimentares (uso da enxada), pratica-se agricultura de sequeiro
como resultado da falta de água, a fraca capacidade financeira faz com os camponeses
utilizem poucos insumos. A consequência imediata deste modo de produção é o fraco
rendimento por hectare, significando um subaproveitamento dos recursos de terra e trabalho.
Em alguns produtos como o tabaco e o algodão existe o sistema de concessões ou
exclusividade zonal, em que os concessionários “apoiam” os camponeses através do sistema
de fomento da agricultura.

b) Escoamento e Armazenamento
Esta é a etapa que segue a colheita e em Moçambique estimam-se quebras em mais de 30% no
processo de pós-colheita, e estas quebras variam de produto para produto, devido a deficiência
8

nos sistemas de conservação. No que concerne ao escoamento, o mau estado de conservação


de grande parte das estradas secundárias, terciárias e vicinais tem sido um grande entrave para
a maioria dos produtores, principalmente os das zonas rurais.

c) Processamento Agrícola
Para produtos com sistema de concessões ou exclusividade zonal (tabaco e algodão), os
concessionários podem ter ou não fábrica ou indústria de transformação, mas, em geral,
tratam do processamento dos produtos agrícolas.

Para produtos em que existe alguma agro-indústria de média e grande dimensão, mas
que a maior parte da produção é realizada por pequenos agricultores mais ou menos dispersos,
a localização da agro-indústria depende neste dos custos de transporte, significando que esta
pode se localizar junto da matéria-prima ou nas zonas urbanas importando a matéria-prima
das zonas produtoras.

Há casos em que a indústria concorre com os comerciantes que exportam a matéria-


prima (caju e milho). Para produtos em que não existe qualquer agro-indústria (leguminosas
em geral, com excepção do feijão bóer em que existe uma fabrica na Zambézia), os produtos
agrícolas são comercializados internamente e exportados em bruto.

2.3.4.Agro-processamento
As indústrias estão estruturadas em dois pilares, nomeadamente, em agro-processamento
industrial, constituído por média e grande indústria e agro-processamento rural, constituído de
micro e pequenas unidades industriais que, na sua maioria, se localizam nas zonas rurais,
aprovisionando-se de matéria-prima local para o seu funcionamento.

3.Comercialização Agrícola em Moçambique


Segundo BARROS (2007), “A actividade da comercialização agrícola tem vindo a merecer
atenção desde do período colonial. A comercialização agrícola em Moçambique é
fundamental no fomento da produção agrícola, geração de renda para os produtores e no
desenvolvimento económico).

A rede comercial moçambicana para produtos agrícolas é constituída maioritariamente


por lojas rurais, comerciantes licenciados e não licenciados, armazenistas, importadores e
exportadores. Muitas vezes, o mesmo comerciante realiza diversos tipos de comércio (a
grosso e a retalho) no mesmo estabelecimento. No campo, a comercialização agrícola é
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principalmente assegurada pelos vendedores ambulantes. Nos produtos em que existe o


sistema de concessionárias ou de exclusividade zonal, estes utilizam a sua rede comercial.

A comercialização agrícola é caracterizada como um processo contínuo e organizado


da canalização da produção agrícola ao longo de um canal ou sistema de comercialização,
onde o produto sofre transformações, diferenciações e agregações de valor.

3.1.Mercado Interno
De acordo com BARROS (2007, p: 45), “Em termos de mercado final, independentemente de
serem ou não transformados ao nível nacional, os produtos agrícolas podem-se agrupar da
seguinte maneira:

 Mercadorias produzidas quase exclusivamente para o mercado externo (tabaco,


algodão);
 Mercadorias produzidas exclusivamente para o mercado interno (arroz, mapira);
 Mercadorias produzidas para o mercado interno e para o mercado externo (milho,
caju, amendoim, feijões, entre outras.).

3.2.Características do mercado interno:


 Baixo poder de compra da população rural e maior poder de compra da população que
vive nas vilas e cidades com emprego formal;
 Baixo grau de uso da moeda pela maior parte da população rural;
 Concorrência entre as importações e produção nacional, onde devido as dificuldades
das vias de acesso e a baixa produtividade agrícola os produtos nacionais tornam-se
menos competitivos relativamente às importações, com agravante baixa qualidade,
falta de padrões e problemas de pesagem e embalagem;
 Assimetria de informação acerca dos preços dos produtos.

3.2.1.Mercado Externo
O mercado externo pode ser dividido em duas áreas: mercado regional (SADC) e o resto do
mundo. A SADC estabeleceu diversos protocolos entre os quais o protocolo comercial que
define prazos para a retirada total de direitos de importação entre os países membros. Existem
na África Austral outros organismos de que Moçambique não faz parte como a SACU e a
COMESA e que aplicam tarifas elevadas para países não membros. Moçambique para além
de ser membro da SADC tem acordos bilaterais com diversos membros da COMESA.
10

Na área agrícola Moçambique exporta para a América e Ásia (amêndoa e castanha de


caju, gergelim, etc.), para a Europa (algodão) e para os países vizinhos, formal e
informalmente, diversos produtos agrícolas (milho, arroz, feijões e amendoim).

3.3.Cadeia de valor da comercialização agrícola


A comercialização agrícola em Moçambique é vista de forma integrada e em toda a cadeia
nomeadamente produção, colheita, escoamento, armazenagem, processamento, distribuição e
consumo. A cadeia de valor da comercialização agrícola é composta pelas seguintes fases:

 Produção agrícola;
 Escoamento e armazenagem;
 Processamento (agro-indústria);
 Comercialização (rede comercial);
 Mercado interno; e
 Mercado externo.

A comercialização agrícola é caracterizada por componentes de cadeia de valor, conforme


ilustra o diagrama a Baixo:
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No período 2006-2012 a comercialização agrícola e em particular do milho, registou um


crescimento significativo, situando-se em média em torno dos 12,1%. O incremento de
produtos comercializados, quer nas culturas de rendimento, quer nas culturas alimentares
resulta das compras realizadas pelos operadores da comercialização agrícola que incluem as
indústrias de agro-processamento. Vários factores influenciaram este comportamento,
nomeadamente, o aumento e diversificação da produção para os mercados, maior
competitividade originada
pelo aumento do número de operadores e intervenção directa do Estado através do ICM na
comercialização agrícola, que resulta da melhoria do ambiente de negócios e das vias de
acesso.

3.4.Principais produtos da Comercialização Agrícola


Actualmente os principais produtos da comercialização agrícola são: milho, arroz, trigo,
mapira, feijão, amendoim, mandioca, soja, girassol, copra, castanha de caju, tabaco, algodão e
gergelim.

Dentre estes produtos, o milho tem constituído a grande preocupação, quer dos
produtores quer da sociedade civil, por ser a cultura mais praticada por milhões de
famílias nas zonas rurais e base da sua alimentação.

3.4.1.Principais intervenientes da comercialização agrícola


De acordo com BARROS (2007), “Em Moçambique são principais intervenientes da
comercialização agrícola o Lojista, Ambulante, Grossista e Retalhista”.

 O lojista ou o proprietário da loja local, que é o primeiro comprador tanto de


produtos alimentares como de culturas de rendimento à maioria dos produtores,
vendendo alimentos e outros bens de consumo básicos aos consumidores.
 O ambulante é um novo agente no mercado que não possui um lugar fixo para o
negócio, deslocando-se a áreas de produção obtendo ali produtos para a posterior
revenda nos centros populacionais.
 O grossista beneficia-se de um monopólio legal no seu distrito e continua a ter
grandes vantagens em relação a todos os outros potenciais competidores.
 O retalhista informal, opera nos mercados municipais ou candongas, vende aos
consumidores em pequenas quantidades e a preços do mercado.
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Duma forma geral os intervenientes da comercialização agrícola são os comerciantes,


produtores privados, pessoas singulares (compradores ambulantes); armazenistas ou
distribuidores; ONG’s e projectos de desenvolvimento.

4.2.Importância das Infra-estrutura e Comércio Agrícola em Moçambique


A comercialização agrícola desempenha um papel importante na economia nacional,
constituindo uma das principais fontes de rendimento das populações das zonas rurais, um
mecanismo de ligação da produção e do mercado entre as zonas rurais e as zonas urbanas e é
um instrumento indutor da produtividade agrícola.

A comercialização agrícola, de um modo geral, constitui uma das maiores fontes de


acumulação de rendimentos monetários para a maior parte da população que tem a agricultura
como principal actividade económica, em particular a população das zonas rurais, facto que
torna a comercialização agrícola importante na promoção do desenvolvimento destas zonas,
pois a comercialização agrícola é um dos potenciais instrumentos impulsionadores do
relacionamento económico entre as zonas rurais e urbanas. Mas, a dinamização deste
relacionamento depende fundamentalmente das infra-estruturas de transporte, pois, sem estas
tanto a movimentação dos bens e equipamentos necessários para o aumento da produção e da
produtividade assim como a dos produtores e consumidores, torna-se difícil.

Segundo SIMA (2002), “em Moçambique, um dos maiores constrangimentos


enfrentados no processo de comercialização agrícola é o mau estado das estradas, pois devido
ao mau estado das estradas, muitos comerciantes não se deslocam às aldeias à procura de
produtos, tendo os produtores que trazer os produtos até as estradas principais. Isto significa
que o estado das estradas eleva os custos de transacção no processo de comercialização
agrícola, ou seja, havendo estradas em péssimo estado de conservação os custos de expansão
dos mercados são altos. Por outro lado, numa situação em que os custos de transacção são
elevados, a distribuição dos ganhos entre os diversos agentes envolvidos no processo de
comercialização é desigual.
13

5.Conclusão
A comercialização agrícola desempenha um papel importante na economia nacional, e em
particular, para a melhoria das condições de vida da população Moçambicana, da qual cerca
de 80% vive da agricultura. A comercialização agrícola, de um modo geral, constitui uma das
maiores fontes de acumulação de rendimentos monetários para a maior parte da população
que tem a agricultura como principal actividade económica, em particular a população das
zonas rurais, facto que torna a comercialização agrícola importante na promoção do
desenvolvimento destas zonas, pois a comercialização agrícola é um dos potenciais
instrumentos impulsionadores do relacionamento económico entre as zonas rurais e urbanas.
Mas, a dinamização deste relacionamento depende fundamentalmente das infra-estruturas de
transporte, pois, sem estas tanto a movimentação dos bens e equipamentos necessários para o
aumento da produção e da produtividade assim como a dos produtores e consumidores, torna-
se difícil.
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7.Referências Bibliográficas
BARROS, Geraldo Santana de Camargo, Economia da comercialização agrícola.
Departamento de Estudos de Economia, Universidade São Paulo-USP, 2007.

BENITEZ, Rogério Martin, A infra-estrutura, sua relação com a produtividade total dos
factores e seu reflexo sobre o produto regional. Planeamento e Políticas Públicas. 1999.

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO, Planificação e Concepção dos


Mercados Rurais. Direcção Nacional do Comércio. Guia Técnico de Mercado Agrícola.
Maputo: Maio de 2006.

SANTANA, José Ricardo et al. Sectores de infra-estrutura: importância económica e


problema informacional na sua regulação. Vol. 10, n. 1, Abr. 2008.

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