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CAOCrim Informativo Maio 2018 - 1

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Boletim Criminal

Comentado – n°001
maio 2018

CAO-Crim
Boletim Criminal Comentado n° 001

Subprocuradoria-Geral de Justiça de Políticas Criminais e Institucionais

Mário Luiz Sarrubbo

Coordenador do CAO Criminal:


Arthur Pinto de Lemos Júnior

Assessores:
Fernanda Narezi Pimentel Rosa
Paulo José de Palma
Ricardo José Gasques de Almeida Silvares
Rogério Sanches Cunha

1 Analista de Promotoria:
Ana Karenina Saura Rodrigues
Boletim Criminal
Comentado – n°001
maio 2018

Sumário

Sumário ................................................................................................................................................... 2
STF/STJ: decisões de interesse institucional COMENTADAS PELO CAOCRIM ...................................... 3
Direito Processual Penal......................................................................................................................... 3
1-Prisão em flagrante por Guardas Municipais....................................................................................... 3
2-Embriaguez ao volante com morte. Análise da voluntariedade na pronúncia.................................... 4
3-Tráfico de Drogas. Busca ilegal e prisão em flagrante ......................................................................... 5
4-Crimes Fiscais. Compartilhamento de dados da Receita com MP. Licitude da prova ......................... 5
Direito Penal .......................................................................................................................................... 7
1-Depositário judicial e o crime de peculato .......................................................................................... 7
ESTUDOS DO CAOCRIM .......................................................................................................................... 9
Prerrogativa de foro: reflexos práticos ................................................................................................... 9
Lei 13.654/18: inconstitucionalidade formal ........................................................................................ 10
STF/STJ: notícias de interesse institucional ......................................................................................... 16

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STF/STJ: decisões de interesse institucional COMENTADAS PELO CAOCRIM

DIREITO PROCESSUAL PENAL:

1 – Tema: PRISÃO EM FLAGRANTE POR GUARDAS MUNICIPAIS

O STJ, no RHC 94061, da relatoria do Min. REYNALDO SOARES DA FONSECA, no dia 19/4/2018, julgou
legal prisão em flagrante efetuada por Guardas Municipais.

Ementa

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ALEGADA INCOMPETÊNCIA DOS


GUARDAS MUNICIPAIS PARA EFETUAR PRISÃO EM FLAGRANTE. PERMISSIVO DO ART. 301 DO CPP.
INOCORRÊNCIA. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO. RISCO DE REITERAÇÃO. QUANTIDADE E
QUALIDADE DA DROGA. NECESSIDADE DE GARANTIR A ORDEM PÚBLICA. AUSÊNCIA DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. MEDIDAS CAUTELARES DO ART. 319 DO CPP. INVIABILIDADE. COAÇÃO
ILEGAL NÃO DEMONSTRADA. RECURSO IMPROVIDO.

1. Nos termos do artigo 301 do Código de Processo Penal, qualquer pessoa pode prender quem esteja
em flagrante delito, de modo que inexiste óbice à realização do referido procedimento por guardas
municipais, não havendo, portanto, que se falar em prova ilícita no caso em tela. Precedentes.

COMENTÁRIOS DO CAOCrim:

A Corte, em decisões pretéritas, já tinha pacificado esse entendimento:

Prisão em flagrante – Guarda municipal. Apreensão de coisas. Legalidade. Delito permanente – “A


guarda municipal, a teor do disposto no parágrafo 8º do art. 144, da CF, tem como tarefa precípua a
proteção do patrimônio do município, limitação que não exclui nem retira de seus integrantes a
condição de agentes da autoridade, legitimados, dentro do princípio da auto-defesa da sociedade, a
fazer cessar eventual prática criminosa, prendendo quem se encontra em flagrante delito, como de
resto facultado a qualquer do provo pela norma do art. 301 do CPP. Nestas circunstâncias, se a lei
autoriza a prisão em flagrante, evidentemente que faculta – também – a apreensão de coisas, objeto
do crime. Apenas o auto de prisão em flagrante e o termo de apreensão serão lavrados pela autoridade
policial” (STJ – Rel. Fernando Gonçalves – RJ 255/127).

“A Quinta Turma deste Sodalício expõe que pode a Guarda Municipal, inobstante sua atribuição
constitucional (art. 144, § 8º, CF), bem como qualquer do povo, prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito (art. 301, CPP)” (STJ – HC n° 194392-SP, Rel. Adilson Vieira Macabu, j.
16.02.2012, DJe 15.03.2012).

Como fundamento adicional, lembramos da Lei n° nº 13.022, de 8 agosto de 2014, que dispõe sobre o
Estatuto Geral das Guardas Municipais, onde conferiu a esse órgão, dentre outras atribuições, a de

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“encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração, preservando o


local do crime, quando possível e sempre que necessário” (art. 5°, inc. XIV).

Sítio para pesquise sobre este tema na base de Acórdãos do STJ: Legalidade ou não de prisão em
flagrante efetuada por guardas municipais

2 – Tema: EMBRIAGUEZ AO VOLANTE COM RESULTADO MORTE. ANÁLISE DA VOLUNTARIEDADE NO


MOMENTO DA PRONÚNCIA.

O STJ, no REsp 1.689.173-SC, de relatoria do Min. Rogerio Schietti Cruz, por maioria, julgado em
21/11/2017, decidiu que na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz togado cabe apreciar a existência
de dolo eventual ou culpa consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica,
ocasiona acidente de trânsito com resultado morte. Observou-se que o legislador criou um
procedimento bifásico para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, em que a primeira fase se
encerra com uma avaliação técnica, empreendida por um juiz togado, o qual se socorre da dogmática
penal e da prova dos autos, e mediante devida fundamentação, portanto, não se pode desprezar esse
"filtro de proteção para o acusado" e submetê-lo ao julgamento popular sem que se façam presentes
as condições necessárias e suficientes para tanto. Note-se que a primeira etapa do procedimento
bifásico do Tribunal do Júri tem o objetivo principal de avaliar a suficiência ou não de razões (justa
causa) para levar o acusado ao seu juízo natural. O juízo da acusação (iudicium accusationis) funciona
como um filtro pelo qual somente passam as acusações fundadas, viáveis, plausíveis e idôneas a serem
objeto de decisão pelo juízo da causa (iudicium causae). Deste modo, não é consentâneo, aos objetivos
a que representa na dinâmica do procedimento bifásico do Tribunal do Júri, a decisão de pronúncia
relegar a juízes leigos, com a cômoda invocação da questionável regra do in dubio pro societate, a
tarefa de decidir sobre a ocorrência de um estado anímico cuja verificação demanda complexo e
técnico exame de conceitos jurídico-penais.

COMENTÁRIOS DO CAOCrim:

Nesta decisão, o STJ autorizou o juiz togado, no encerramento da primeira fase do júri, enfrentar,
desde logo, o animus do agente. Não negou a possibilidade de existir dolo eventual na conduta do
motorista embriagado que mata alguém. No mesmo sentido vem decidindo o STF:

TRIBUNAL DO JÚRI. PRONÚNCIA POR HOMICÍDIO QUALIFICADO A TÍTULO DE DOLO EVENTUAL.


DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. EMBRIAGUEZ
ALCOÓLICA. ACTIO LIBERA IN CAUSA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ELEMENTO VOLITIVO – “O
homicídio na forma culposa na direção de veículo automotor (art. 302, caput, do CTB) prevalece se a
capitulação atribuída ao fato como homicídio doloso decorre de mera presunção ante a embriaguez
alcoólica eventual. A embriaguez alcoólica que conduz à responsabilização a título doloso é apenas a
preordenada, comprovando-se que o agente se embebedou para praticar o ilícito ou assumir o risco
de produzi-lo. In casu, do exame da descrição dos fatos empregada nas razões de decidir da sentença
e do acórdão do TJ/SP, não restou demonstrado que o paciente tenha ingerido bebidas alcoólicas no

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afã de produzir o resultado morte” (STF – HC n° 107801-SP, Rel. Cármen Lúcia, j. 08]6.09.2011, DJe
13.10.2011).

HABEAS CORPUS. CRIMES DE HOMICÍDIO E LESÃO CORPORAL. ATROPELAMENTO. DOLO EVENTUAL.


COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI – “Como se sabe, para a decisão de pronúncia basta um juízo de
probabilidade em relação à autoria delitiva. Nessa fase, não deve o Juiz revelar um convencimento
absoluto quanto à autoria, pois a competência para julgamento dos crimes contra a vida é do Tribunal
do Júri. Na presente hipótese, depreende-se da decisão de pronúncia, a existência de indícios
suficientes de autoria em relação aos crimes dolosos de homicídio e lesão corporal, visto que diversas
testemunhas afirmaram que o paciente dirigia seu veículo em alta velocidade e, após o atropelamento,
aparentava estar alcoolizado. No caso em tela, de acordo com o que consta da denúncia, o paciente
aceitou o risco de produzir o resultado típico no momento em que resolveu dirigir seu automóvel em
velocidade excessiva, sob o efeito de bebida alcoólica e substância entorpecente” (STF – HC n° 97252-
SP, Rel. Ellen Gracie, j. 23.06.2009, DJe 04.09.2009).

3 – Tema: TRÁFICO DE DROGAS, BUSCA ILEGAL E PRISÃO EM FLAGRANTE

No RHC 83.501-SP, de relatoria do Min. Nefi Cordeiro, julgado no dia 06/03/2018, o STJ, por
unanimidade, decidiu que a existência de notícias anônimas somada à fuga do suspeito, por si sós, sem
prévia investigação, não configuram fundadas razões para autorizar o ingresso policial no domicílio do
agente sem o seu consentimento ou determinação judicial. No caso, os policiais se dirigiram ao local
apontado na comunicação anônima e depararam com um indivíduo que prontamente se evadiu. No
imóvel, encontraram a recorrente e drogas variadas (132 pedras de crack, 84 papelotes de cocaína e
26 trouxas de maconha).

COMENTÁRIOS DO CAOCrim:

O STJ considerou a busca ilegal porque os policiais não efetuaram nenhuma diligência prévia para
verificar a veracidade das informações transmitidas anonimamente. Considerou-se insuficiente o fato
de que um indivíduo empreendeu fuga ao ver os policiais, que, em atendimento ao dispositivo
constitucional que garante a inviolabilidade domiciliar, deveriam ter tomado o cuidado de angariar
elementos concretos da prática de crime no imóvel antes de invadi-lo, sendo que a prisão em flagrante
que se seguiu à entrada ilegal não é capaz de sanar o vício.

4 – Tema: CRIMES FISCAIS. COMPARTILHAMENTO DE DADOS DA RECEITA COM O MP. LICITUDE DA


PROVA

No HC 422.473-SP, de relatoria do Min. Sebastião Reis Júnior, por unanimidade, julgado em


20/03/2018, o STJ decidiu ser possível a utilização de dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal,
em regular procedimento administrativo fiscal, para fins de instrução processual penal.

COMENTÁRIOS DO CAOCrim:

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O STF, recentemente, já tinha apreciada tema semelhante, mais precisamente, no RE 601.314-SP, de


relatoria do Min. Edson Fachin (DJe 16/09/2016). Nele, após reconhecer a repercussão geral da
matéria, a Corte Suprema assentou a constitucionalidade do art. 6º da Lei Complementar n. 105/2001,
que autoriza o fornecimento de informações sobre movimentações financeiras diretamente ao Fisco,
sem autorização judicial. Temos reiteradas decisões do STF afirmando que deve ser estendida a
compreensão fixada no julgamento do RE 601.314-SP à esfera criminal, sendo legítimos "[...] os meios
de obtenção da prova material e sua utilização no processo Administrativo fiscal, mostra-se lícita sua
utilização para fins da persecução criminal. Sobretudo, quando se observa que a omissão da
informação revelou a efetiva supressão de tributos, demonstrando a materialidade exigida para
configuração do crime previsto no art. 12, inciso I, da Lei n. 8.137/1990, não existindo qualquer abuso
por parte da Administração Fiscal em encaminhar as informações ao Parquet" (ARE n. 953.058-SP,
Ministro Gilmar Mendes). Com isso, o entendimento de que é incabível o uso da chamada prova
emprestada do procedimento fiscal em processo penal, tendo em vista que a sua obtenção (a quebra
do sigilo bancário) não conta com autorização judicial, contraria a jurisprudência consolidada do
próprio STF.

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DIREITO PENAL:

1 – Tema: DEPOSITÁRIO JUDICIAL E O CRIME DE PECULATO

O STJ, no HC 402.949-SP da relatoria da Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgou no dia 13/3/2018,
por unanimidade, no sentido de que o depositário judicial que vende os bens em seu poder não comete
o crime de peculato. Na linha do entendimento da Corte, o depositário judicial não ocupa cargo criado
por lei, não recebe vencimento, tampouco tem vínculo estatutário. Trata-se de uma pessoa que,
embora tenha de exercer uma função no interesse público do processo judicial, é estranha aos quadros
da justiça e, pois, sem ocupar qualquer cargo público, exerce um encargo por designação do juiz
(munus público). Não ocupa, de igual modo, emprego público e nem função pública. É, na verdade, um
auxiliar do juízo que fica com o encargo de cuidar de bem litigioso. Não se satisfaz, em tal caso, a figura
típica do art. 312 do Código Penal, porque não há funcionário público, para fins penais, nos termos do
art. 327 do Código Penal.

COMENTÁRIOS DO CAOCrim:

Reza o art. 327, caput, do CP:

Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

Ensina-nos o Direito Administrativo que a Administração Pública, para exercer suas funções, lança mão
dos agentes públicos, gênero de que são espécies:

a) os funcionários públicos, titulares de cargo público efetivo, regidos por normas do Direito
Administrativo;

b) os empregados públicos, jungidos ao regime da CLT;

c) os servidores ocupantes de cargo em comissão, providos sem concurso e regidos também pelo
Direito Administrativo; e, por fim,

d) os servidores temporários, contratados sem concurso, por tempo determinado, para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público, nos exatos termos do disposto no art. 37,
IX, da CF.

Contudo, ao considerar o que seja funcionário público para fins penais, nosso Código Penal nos dá um
conceito unitário, sem atender aos ensinamentos do Direito Administrativo, tomando a expressão no
sentido amplo.

Dessa forma, para os efeitos penais, considera-se funcionário público não apenas o servidor
legalmente investido em cargo público, mas também o que exerce emprego público, ou, de qualquer
modo, uma função pública, ainda que de forma transitória, v.g., o jurado, os mesários eleitorais etc..

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Porém, não se pode confundir função pública com encargo público (munus publicum), hipótese esta
não abrangida pela expressão “funcionário público”.

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ESTUDOS DO CAOCRIM

RESTRIÇÃO DA PRERROGATIVA DE FORO: reflexos práticos.

O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de questão de ordem na Ação Penal 937, debateu o foro
por prerrogativa de função dos Congressistas, decidindo, por ampla maioria:

1) limitar a prerrogativa de foro aos crimes cometidos em razão do ofício e que digam respeito ao
desempenho da função parlamentar;

2) a jurisdição do foro deve se perpetuar caso tenha havido o encerramento da instrução processual.
Uma vez publicado o despacho para que as partes apresentem suas manifestações finais, a
competência do Tribunal deve ser prorrogada para que sejam preservadas a efetividade e a
racionalidade da prestação jurisdicional.

Em seu voto, o Min. Luís Roberto Barroso liderou a tese vencedora, sustentando, em resumo, que o
sistema atual do foro por prerrogativa, abrangendo qualquer espécie de infração penal, cometida
antes ou durante o mandato, é altamente disfuncional, muitas vezes impedindo a efetividade da justiça
criminal, criando situações de impunidade que contrariam princípios constitucionais como os da
equidade, da moralidade e da probidade administrativa, abalando, portanto, valores republicanos
estruturais.

Para o Ministro, essa situação só pode ser modificada pela interpretação restritiva da regra do foro
por prerrogativa de função, aplicado apenas para crimes funcionais.

O foro por prerrogativa de função é concebido para conferir a devida proteção ao exercício funcional,
não para dificultar a persecução penal decorrente da prática de crimes. Por isso, há de se fazer
presente o nexo de causalidade entre o exercício funcional e a conduta criminosa.

A proposta de redução é harmoniosa com restrições interpretativas que o próprio STF vem impondo
até mesmo à imunidade material dos parlamentares. Se, portanto, o tribunal admite a restrição da
imunidade dita absoluta, com mais razão deve se permitir interpretar restritivamente a imunidade
relativa, especialmente diante dos efeitos deletérios que sua aplicação incondicional tem causado.

Confirmadas as teses acima apresentadas, crimes não funcionais cometidos por Deputados Federais e
Senadores, a partir de agora, serão processados no primeiro grau das Justiças estadual, federal ou
eleitoral, a depender da infração cometida.

Sendo, portanto, real a possibilidade de parlamentares federais serem investigados e processados no


primeiro grau por crimes comuns, deve ser alertado:

a) que na AP 937, o STF discutiu apenas a restrição do foro para os parlamentares federais,
preferindo, mesmo provocado pelo Min. Dias Toffoli, não alargar o debate para todos os casos de
autoridades com foro no nosso ordenamento. A tendência será, de fato, a simetria.

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b) que a referida decisão (QO na AP 937) não repercutiu o campo das imunidades dos Congressistas.
Logo, continuam imunes à prisão provisória, com exceção da prisão em flagrante por crime
inafiançável.

c) que o STF, na ADI 5526, conferindo interpretação conforme, decidiu ser possível a aplicação de
medidas cautelares (arts. 312 a 319 do CPP) em face dos parlamentares federais, mas que tal medida
deve ser submetida à deliberação da respectiva Casa Legislativa em vinte e quatro horas, seguindo
a regra relativa à apreciação da prisão em flagrante (art. 53, § 2º, da CF).

d) no julgamento das ADIs 5823, 5824 e 5825, ainda não encerrado, o STF, por 5 votos a 4, decidiu que
a análise da prisão dos parlamentares é prerrogativa do Congresso Nacional, não de seus membros,
razão por que não se estende aos parlamentares estaduais, distritais ou municipais. A imunidade
contra a prisão de que a trata a Constituição Federal é de reprodução vedada nas constituições
estaduais.

e) diante da restrição de foro decidida pelo STF, as seguintes súmulas do mesmo Tribunal merecem
releitura:

Súmula 721 e Súmula Vinculante 45:

A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função
estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.

Súmula 704:

Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por
continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados.

LEI 13.654/18: inconstitucionalidade formal.

Passo a passo do PLS 149/15 no Senado, Casa onde ocorreu vício legislativo insanável.

1 - Data: 24/03/2015

Tipo: Texto inicial - PLS 149/2015 PDF

Observação: Altera o Código Penal para prever aumento de pena para o crime de roubo praticado
com o emprego de arma de fogo ou de explosivo ou artefato análogo que cause perigo comum.

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Obs: percebe-se que, na redação inicial, havia previsão de revogação do inc. I do §2o. do art. 157 do
CP, mais precisamente o art. 3o. do PLS.

2 – Data: 09/07/2015

Tipo: Relatório Legislativo PDF

Local: Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Ação Legislativa:

Recebido, às 11h15min, o Relatório do Senador Antonio Anastasia, com voto pela aprovação do
Projeto. Matéria pronta para a Pauta na Comissão.

Obs: no relatório inicial da CCJ também existe previsão de revogação do inc. I do §2 o. do art. 157 do
CP.

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3 – Data: 08/11/2017

Tipo: Texto final da Comissão - Projeto de Lei PDF

Local: Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Observação: Altera o Código Penal para prever aumento de pena para o crime de roubo praticado
com o emprego de arma de fogo ou de explosivo ou artefato análogo que cause perigo comum.

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Obs: no texto final da CCJ, eliminam o art. 3o do PLS, que revogava a causa de aumento do inc. I, §2o.,
do art. 157 do CP.

4 – Data: 08/11/2017

Tipo: P.S 141/2017 - CCJ PDF

Local: Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

Ação Legislativa: Na 49ª Reunião Ordinária, realizada nesta data, durante a discussão da matéria, o
Senador Antonio Anastasia reformula o relatório, acolhendo a Emenda n° 1 de autoria da Senadora
Simone Tebet. A Comissão aprova o Projeto e a Emenda n° 1-CCJ. Anexei o Texto Final do PLS n° 149,
de 2015. Anexei o Ofício nº 183/2017- PRESIDÊNCIA/CCJ, que comunica a decisão da Comissão em
caráter terminativo, para ciência do Plenário e publicação no Diário do Senado Federal, art. 91, § 2º
c/c art. 92 do RISF (fl. 16).

Obs: emenda da Senadora Simone Tibet, sem qualquer relação com a supressão do art. 3o. do PLS,
que revogava a majorante do roubo com emprego de arma. O texto, assim, aprovado. Decisão da
Comissão em caráter terminativo, para ciência do Plenário e publicação no Diário do Senado Federal,
art. 91, § 2º c/c art. 92 do RISF.

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5 – Data: 20/11/2017

Tipo: Texto final revisado pela CORELE

Local: Plenário do Senado Federal

Ação Legislativa: Juntado texto final revisado (fls. 19 e 20).

Observação: Juntado texto final revisado.

Obs: nessa etapa, de revisão de redação, volta o artigo (2o), revogando a majorante do emprego de
arma no delito de roubo, sem a correta deliberação da Casa iniciadora (Senado).

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Diante do vício (insanável) constatado, o CAOCrim solicitou ao Exmo. PGJ que recomendasse aos
órgãos de execução, sem caráter normativo, que provoquem o judiciário no sentido de declarar, no
controle difuso incidental, a inconstitucionalidade formal da supressão do inciso I, do §2o., do art. 157,
do CP, por afronta ao devido processo legislativo, já que não aprovada pelo Congresso Nacional (AVISO
162/18, publicado no Diário Oficial do dia 4/5/2018).

O CAOCrim também confeccionou modelo de COTA DE OFERECIMENTO DE DENÚNCIA, na linha do


citado aviso do PGJ. Na manifestação introdutória, foi sugerido ao órgão de execução, diante de um
caso envolvendo roubo com emprego de arma imprópria (branca), requerer ao juiz da causa a
declaração da inconstitucionalidade formal da supressão do inc. I, do §2o, do art. 157, do CP.

A declaração pelo judiciário tem efeito repristinatório automático do paragrafo indevidamente


suprimido. É que o ato normativo inconstitucional é nulo. Quando é declarada a inconstitucionalidade
de um ato normativo, os atos revogados por aquele serão automaticamente restabelecidos, já que não
revogados validamente. Esta é a essência do chamado efeito repristinatório, que não se confunde,
apesar da similitude semântica, com a repristinação. O efeito repristinatório será aplicado de forma
automática na declaração de inconstitucionalidade de ato normativo.

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STF/STJ: Notícias de interesse institucional

Notícias STF

26 de abril de 2018

STF declara inconstitucional norma que proibia prorrogação de interceptações telefônicas durante
plantão judiciário

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Ministro aplica princípio da insignificância e absolve mulher acusada de furtar par de sapatos

Clique aqui para ler a íntegra da notícia

Inquérito sobre dirigentes da CBF é enviado ao Rio de Janeiro

Clique aqui para ler a íntegra da notícia

30 de abril de 2018

Ministro absolve condenada por tentativa de furto de duas peças de queijo

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2 de maio de 2018

Íntegra do voto do ministro Celso de Mello que rejeitou embargos apresentados pela defesa do ex-
presidente Lula na 2ª Turma

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Defesa de Lula aponta desrespeito à decisão sobre envio de termos de colaborações à Justiça Federal
de SP

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Dez ministros votam pela restrição do alcance do foro para parlamentares federais

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maio 2018

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3 de maio de 2018

Ministro nega liminar à defesa de Lula sobre suspensão de ação penal e envio de termos de
colaboração para SP

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Ministro Dias Toffoli reajusta voto sobre alcance do foro por prerrogativa de função

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STF conclui julgamento e restringe prerrogativa de foro a parlamentares federais

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4 de maio de 2018

Ministro determina baixa de processos contra parlamentares federais aplicando novo entendimento
do STF

Clique aqui para ler a íntegra da notícia

Processo contra militar acusado de estelionato será remetido à Justiça Comum

Clique aqui para ler a íntegra da notícia

Notícias STJ

27 de abril de 2018

Ação contra advogado português acusado de matar brasileira será transferida para Portugal

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Liminar suspende ação penal da Operação Sevandija até decisão sobre competência

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maio 2018

30 de abril de 2018

Reincidência impede insignificância em tentativa de furto de suplemento alimentar

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STJ vai definir possibilidade de prisão domiciliar sem prévia observância de parâmetros definidos pelo
STF

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Ministro estabelece competência do STJ para decidir sobre extradição do empresário Raul Schmidt

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2 de maio de 2018

Recebida denúncia contra conselheira de Sergipe acusada de desvio de verbas públicas para campanha
eleitoral

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4 de maio de 2018

Artesanato também se enquadra nos casos previstos para remição de pena na Lei de Execução Penal

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