Escola de Missiologia Fundamentos Bíblicos Da Missão PDF
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DOUTOR DA LEI:
Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
(Lc 10,25)
A mensagem do Reino, que
questiona a prática da Torá
controlada pelas autoridades do
Templo, está diretamente ligada à
morte de Jesus
Jesus põe fim à prática sacrificial do Templo
Para Jesus, o Templo perdeu seu significado salvífico.
Tornou-se um lugar de assassinato (cf. Mt 23,35), de
prestígio e espetáculo (cf. Lc 4,9), de mentira
(Mt 23,26ss.). Diante da inoperância salvífica do culto,
do Templo e da Lei para a redenção de Israel, Jesus o
enviado do Pai, propõe, segundo a leitura teológica da
comunidade cristã, com a sua morte, uma nova prática
salvífica, um novo e último sacrifício redentor à todos.
Na Última Ceia, na Cruz e na Ressureição, Jesus de Nazaré
instaura uma “Nova e Eterna Aliança” com Deus, que é
renovada na Celebração Eucarística, Ceia e Sacrifício,
memória de sua Morte e Ressureição. “Eis que o véu do
Templo se rasgou” (Mt 27,51), agora o Templo novo é o Corpo
de Cristo (cf. Jo 2,21). Contudo, cabe-nos uma pergunta: hoje
quem é esse Corpo de Cristo? O Corpo de Cristo é a sua
Igreja. “Não sabeis que sois um templo de Deus e que o
Espírito de Deus habita em vós? A purificação do Templo se
tornou, na morte de Jesus, despojamento radical de seus
seguidores.
Para Israel letrado, a Nova Aliança que propõe Jesus de
Nazaré significa uma ruptura com a Antiga Aliança.
Para a classe sacerdotal, para os escribas e doutores da
Lei, Jesus e as comunidades missionárias rompem com
os sinais das alianças do Antigo Testamento, com o
Templo e suas prescrições, com o sábado e, mais tarde,
com a necessidade salvífica da circuncisão. Quem
rompe com os sinais, rompe com o conteúdo
representado por eles.
Para Jesus e para as primeiras comunidades,
os novos sinais da Cruz, do Batismo e do
Domingo, como nova Páscoa, não significam
uma simples ruptura; significam ruptura em
continuidade e, a rigor, realização da Antiga
Aliança.
As estações importantes da história da
salvação, que são o núcleo do anúncio
missionário pós-pascal, são marcadas pelas
antigas alianças (Noé, Abraão, Moisés), pela
Nova Aliança (Jesus Cristo).
A redenção, no horizonte do Reino, está não
em tábuas de pedras, mas nos corações e
significa: humanização de Deus pela Encarnação
e divinização da humanidade pela redenção,
“Quem se une ao Senhor constitui com Ele um
só Pneuma” (1Cor 6,17).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática missionária deve ser compreendida da seguinte
forma: De graça recebemos e de graça partilhamos. “Somos
servos inúteis, fizemos apenas o que deveríamos fazer” (Lc
17,10). A graça não substitui o esforço pessoal. A lei de Cristo, a
Torá do Messias, a ética do Reino, que está em seu testamento, o
Novo Testamento, é levado as nações por testemunhas que no
despojamento e na doação de sua vida experimentam a presença
do Reino (Lc 24,48).
CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS EVANGELHOS
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. 9ª. ed. São Paulo: Paulus,
2013.