Linguística e Semiologia
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Linguística e Semiologia
Izidoro Blikstein
( 2) idem, ib.
( 3) L . Bloomfield — Language — N . Iorque, H o l t , Rinehart, Winston, 1962,
p. 11.
( 4) N . Chomsky — Aspects of the theory of syntax — M.I.T., 1965, p. 3.
( 5) P. C h a k r a v a r t i — The linguistics speculations of the hindus — Calcuta,
Universidade de Calcuta, 1933, pp. 1-2.
Izidoro Blikstein — Hinduísmo, Lingüística e Semiologia 277
(27) Chandogya-Upanichada, 6, 3, 2.
(28) Idem, 6, 4, 1.
(29) F . de Saussure — Curso de Linguistica Geral — S ã o Paulo, Cultrix,
1969, p. 15.
284 A L F A 18/18 (1972-1973), 275-287
"bhuvadayo dhatavah"
["bhu e outras = raízes"] (34)
niyah"
["a ação de honrar, levantar, agir como mestre espiritual,
conhecer, contratar, saldar, pagar = raiz ni-"] (39)
Panini quis explicar que a raiz rii- "conduzir, com as ter-
minações de voz média, pode significar "honrar" (sammãnana),
"levantar" (sanjana), "agir como mestre espiritual (ãcãrya-
karana), "conhecer" (jnana), "contratar" (bhrti), "saldar"
(viganana), "pagar" (vyaya).
Digno de nota é que os gramáticos hindus, e mais parti-
cularmente Bhartrhari, no Vakyapadiya, aludiram a uma espé-
cie de sentimento ou intuição lingüística que permitiria aos i n -
divíduos desenvolver as várias combinações possíveis a partir
de algumas regras básicas! Tal intuição, a pratibhã, seria um
verdadeiro guia a conduzir os falantes de uma língua a desfa-
zer ambigüidades de sentido justamente pelo conhecimento das
regras que regem as combinações de palavras (40). Não h á
quem não pense na competência da gramática gerativa! A
aproximação é tentadora mas perigosa, pois a pratibhã, defini-
da por Chakravarti como inborn ou innate intelligence (41), é
uma noção envolvida pelo caráter mítico-poético do hinduísmo:
pratibhã seria a inteligência que nos vem de outra vida, atra-
vés do samsãra "ciclo das transmigrações da alma".
8 — Por toda essa riqueza do pensamento lingüístico hin-
du, deveríamos aceitar sem restrições a queixa inicial de Cha-
kravarti quanto à negligência dos ocidentais diante de tantas
premonições. Mas não. Não houve negligência e sim, muito
mais, o desenvolvimento de dois mundos e duas culturas para-
lelas; acresce o fato de que o hinduísmo foi conhecido tardia-
mente, com dificuldade de acesso aos documentos. Como bem