Animais Aquaticostexto2018perguntaserespostas
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A entrada do verão faz com que a procura de ambientes aquáticos seja multiplicada,
aumentando a freqüência de banhistas, mergulhadores, praticantes de esportes aquáticos nos
rios e mares. Com isso, a incidência de contatos com animais marinhos e fluviais também
aumenta e o início do ano é marcado por inúmeras notícias de acidentes humanos em jornais,
televisões e sites na Internet. Estes ocorrem por piranhas (em lagos e represas de todos os
estados do Brasil), acidentes por águas-vivas e caravelas que acontecem com maior
freqüência em banhistas de alguns estados, como Santa Catarina e Paraná, mas que são
observados em todos os estados e, recentemente, os acidentes de banhistas pisando em bagres
atirados nas praias por pescadores, que sempre aconteceram, mas receberam destaque no
verão de 2017, pela observação seriada em alguns locais do litoral do estado de São Paulo.
Estes agravos, somados aos acidentes por ouriços-do-mar, são comuns e esperados em todos
os períodos de verão.
Existem estudos e medidas de primeiros socorros e hospitalares para todos os
problemas (alguns têm formas de prevenção, outros não). É importante que a mídia tenha
conhecimento sobre estes fatos e procure a orientação correta, não requisitando opiniões de
pessoas inexperientes e que ao invés de trazerem soluções, podem trazer problemas. Este
press-release reúne uma série de informações importantes para a realização de comentários e
reportagens extraídas de livros e publicações feitas pelo autor e que tem comprovação
científica e traduzem minha experiência de mais de 20 anos de trabalho nesta área (ver mini-
currículo anexado).
Os dados podem ser usados livremente pelos interessados e peço apenas a citação da
fonte quando do uso. Deixo anotado ainda telefones para contato e meu e-mail para situações
de emergência e destaco, que como em todo ano, teremos os surtos de acidentes por águas-
vivas na região Sul, os agravos por caravelas no Nordeste, os acidentes por piranhas nas
represas e lagos de todo país e as pessoas pisarão em bagres e ouriços-do-mar nas praias,
como sempre. Neste verão, no entanto, espero que esta iniciativa possa padronizar as
informações e contribuir para a melhoria da discussão sobre o problema, além de indicar
tratamentos corretos e medidas preventivas para melhoria da saúde da população;
Não há uma regra definitiva. Qualquer pessoa sabe que deve evitar a proximidade de um
tubarão, mas águas-vivas não podem ser vistas e também podem causar graves acidentes. Na
prática, não se deve tocar nenhum animal trazido às praias pelas ondas.
ÁGUAS-VIVAS E CARAVELAS
O acidente deixa linhas avermelhadas muito dolorosas, correspondentes aos tentáculos dos
bichos. A dor é instantânea e violenta. Deve-se retirar os tentáculos ainda aderidos sem usar
as mãos nuas e se fazer compressas de água do mar gelada ou aplicar cold-packs (gelo
artificial) sobre um pano para não entrar em contato direto com a pele. A água doce gelada
piora o quadro! Banhos com vinagre ajudam a inativar o veneno. Caso haja falta de ar ou
batedeiras é importante procurar um hospital.
Nos acidentes por águas-vivas, raramente se vê o animal, que é transparente (a menos que
seja uma caravela, que tem um flutuador arroxeado). Quando acidentes deste tipo acontecem,
a melhor coisa a se fazer é deixar a água, pois pode acontecer de haver um grande número
destes bichos chegando à praia (o mais comum é um animal isolado causando o acidente).
OURIÇOS-DO-MAR
Quais as situações que precipitam acidentes por ouriços-do-mar e quais são as medidas de
primeiros socorros para um acidentado?
Os peixes que mais provocam acidentes são pequenos bagres atirados nas areias e águas
rasas por pescadores amadores e que terem veneno em seus ferrões por mais de 24 horas
após sua morte. Deve-se tomar cuidado ainda com arraias, que permanecem enterradas na
areia e podem provocar acidentes graves através de ferrões presentes na cauda. É importante
se ter em mente que todo acidente por peixe tem a dor aliviada por imersão do local em água
quente (mas nunca quente demais). Nos rios, os mandis e bagres têm o mesmo papel dos
bagres marinhos e os aspectos clínicos do envenenamento são os mesmos. Os acidentes por
arraias podem ser graves e existem muitos peixes traumatizantes, como as piranhas,
pintados, dourados, etc. Acidentes por peixes marinhos e fluviais causam dor e necrose
(feridas) na pele.
Por que em todos os verões surgem notícias de acidentes por piranhas em represas, lagos e
braços de rios em todo o país?
Os acidentes por piranhas são mordidas de machos defendendo os ovos postos pelas fêmeas
na vegetação destes locais com águas paradas ou de pouca correnteza. Isto acontece
invariavelmente todo ano no país, em vários estados. Não são ataques por cardumes e na
grande maioria dos surtos, não há aumento do número das piranhas ou mais de uma
mordida em cada vítima. São mordidas de advertência para proteção dos ovos! Ataques por
cardumes podem acontecer, mas são extremamente raros.
Em que praias aparecem tubarões?
Os acidentes causados por tubarões são raros nas costa brasileira e no mundo todo. Na
região metropolitana de Recife, no entanto, vem ocorrendo dezenas de acidentes nos últimos
anos, provavelmente pela mudança do ecossistema local e do ambiente dos tubarões no local,
que vem se aproximando das praias e vitimando surfistas. Em outros locais do Brasil é muito
pouco provável acontecer um acidente.
Quais os cuidados que um banhista deve ter ao nadar nos rios e lagos?