O Esporte de Alto Rendimento
O Esporte de Alto Rendimento
O Esporte de Alto Rendimento
/2013
http://dx.doi.org/10.5007/2175-8042.2013v25n41p190
RESUMO
1 Especialização em Educação Física Escolar/Faculdade Atlântico Brasil. Professora da Rede Pública de Sergipe.
São Cristóvão/Sergipe, Brasil.
E-mail: daniellewiltshire@hotmail.com.
2 Mestre em Educação Física. Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão/Sergipe, Brasil.
E-mail: cristiano_mezzaroba@yahoo.com.br.
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3 Sacerdote dominicano francês, diretor de um colégio, o qual sua pedagogia era baseada no desporto, mandou
bordar na bandeira do seu colégio o lema “Citius, Altius, Fortius” sendo em 1894 adotado como frase lema
no primeiro congresso olímpico, utilizado desde as primeiras Olimpíadas da Era Moderna em Atenas, 1896.
Informações obtidas em: http://www.cob.org.br/movimento_olimpico/simbolos.asp.
4 Pedagogo e historiador francês, tornou-se amigo do padre Didon, por suas visitas aos colégios, os quais traba-
lhava para que as escolas religiosas incluíssem atividades desportivas em seus currículos. Ele foi considerado
o fundador dos jogos olímpicos da era moderna. Informações obtidas em: http://noticias.bol.uol.com.br/espor-
te/2008/07/28/ult33u73642.jhtm.
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a saúde como “um estado de completo bem- alcançado e faz o atleta sentir-se excluído
-estar físico, mental e social e não apenas a do mundo esportivo que:
ausência de doença ou enfermidade”.
Pensamos que esse conceito de Mais problemáticos que os prejuízos à
saúde são (...) os problemas de ordem
saúde apresenta análises reducionistas do psíquica. Estes se manifestam e se tor-
estudo do ser humano, visto que as doen- nam mais graves, especialmente em
ças decorreriam apenas de determinismos casos onde houve desilusões. (KUNZ,
2000, 13)
biológicos, o foco central seria o indivíduo
e a ausência de doenças seria o marcador
Mas o problema não acaba aqui. A
da saúde – importante destacar que não
saúde psíquica, como Kunz (2000) se refere
desprezamos que são dimensões a serem
pode ser afetada também pela própria cobi-
consideradas no estudo do que se entende
ça por medalhas, pois é através delas que se
por saúde, por doença, mas aqui nos pro- obtêm resultados e consequentemente, isso
pomos a pensar numa compreensão para repercute em atração (positiva ou negativa)
além de aspectos deterministas, em que de patrocínios e recursos para um treina-
apenas um aspecto determina ou configura mento mais adequado e eficiente. Além
práticas sociais e de vida que garantem ou disso, a própria mídia colabora com a não
geram saúde nas pessoas, ou o entendimen- promoção da saúde psíquica, ou seja, quan-
to destas em relação à saúde e às formas do um atleta bastante conhecido está no seu
de se mantê-la ou recuperá-la, ou mesmo auge, há uma certa pressão, principalmente
promovê-la. da mídia, no sentido de fazer uma intensa
Dessa maneira, o aspecto biológico divulgação e todo esse sensacionalismo
não deve ser encarado único e exclusiva- faz com que o atleta se sinta pressionado e
mente de forma reduzida, mas sim de forma obrigado a fazer bons resultados (e com isso,
ampliada, levando em consideração as trazer resultados para o seu país).
diversas variáveis, entre elas: as condições Se levarmos em consideração a
sócio-econômicas, culturais, comporta- variável “família” nesse contexto, provavel-
mente os atletas por passarem meses sem
mentais, ecológicas e políticas de cada
ter contato presencial com suas famílias e
população.
grupos de amigos se sentem fragilizados
A condição comportamental a que
quanto a tal isolamento social, centrando-se
nos referimos aqui é em relação ao atleta
unicamente nas suas equipes e no próprio
de alto rendimento que além de conviver
treinamento, o que acaba por abalá-los
com as intensas pressões de um cotidiano psicologicamente pensando-se no convívio
com altas doses de treinamento físico/ social e no excesso de treinamento.
técnico e com isso, também com as dores Certamente se levarmos em con-
das lesões convivem com a “pressão” por sideração a saúde de uma maneira bem
parte de técnicos e até mesmo da própria ampla, como deve ser tratada, a discussão
torcida que acompanha sua trajetória. Além e o entendimento que devemos ter/fazer
disso, o psicológico dos atletas pode ser deve permitir que os fatores biológicos e
afetado também por fracassos ou desilusões psicológicos de um atleta que pratica es-
no esporte, na qual seu objetivo não foi porte de alto rendimento devem ser levados
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5 O habitus é o princípio gerador e unificador que retraduz as características intrínsecas e relacionais de uma
posição, isto é, em um conjunto unívoco de escolha de pessoas, de bens, de práticas. (PILATTI, 2006).
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perde as brincadeiras, que são próprias da pessoal por causa de um trabalho, no caso
idade, vivenciando uma fase antecipada delas, profissionais que vivem do esporte,
de responsabilidades e de uma vida social em especial, da seleção brasileira de GR.
regrada e diferente das outras crianças que O que se vê diante das entrevistas
não o praticam. realizadas com essas ginastas é a presença
Além disso, as ginastas relatam a do chamado Ethos esportivo que se carac-
disciplina que aprendem a ter em relação teriza por possuir características próprias de
ao ritmo de treinamento, a chamada “super- um atleta de rendimento, ou seja, é como
-dosagem de treinamento” desde novas. se fosse uma identidade esportiva que pos-
Aprendem que a repetição do movimento suem uma cultura que seria ter disciplina,
leva à perfeição e que tudo que elas querem determinação e garra, como os sujeitos da
alcançar depende, apenas, da força de von- pesquisa afirmam, para conseguir atingir
tade delas. Ou seja, tudo para essas atletas qualquer objetivo, seja no esporte ou na
depende do desempenho e da superação dimensão da vida social de cada um.
que elas procuram ter para permanecerem Sobre isso, apoiamo-nos em Vigarello
na seleção brasileira. (2008, p.197), ao considerar que:
A partir daí, é perceptível o quanto
o sacrifício de manter o “corpo ideal”, essa O treinamento pode continuar sendo
uma cultura “curiosa”, surdamente con-
sistematização de controlar o peso é algo
testável: esforço muito egoísta enquanto
naturalizado para elas, sendo um hábito já se deveriam privilegiar outras eficácias.
incorporado pelas ginastas enquanto um É a legitimidade do treinamento: as re-
esporte que exige ter um corpo longilíneo sistências, aos obstáculos escondidos.
A passagem da simples expectativa
e esbelto, fazendo parte, assim, de um “ha-
de força, por exemplo, a um objetivo
bitus esportivo” da ginástica rítmica. mais profundo, mais complexo, o de
um interminável e íntimo desabrochar
É uma educação diferenciada das pes- pessoal. Daí essa constatação de um trei-
soas que não praticam o esporte, sabe? namento físico e um desenvolvimento
(ginasta 7, depoimento) pessoal. Trata-se do jogo com o limite.
repetição para alcançar a perfeição, como alimentação, já que o perfil de uma atleta
elas dizem, porque até mesmo treinando de GR é ter um corpo esbelto e longilíneo
muito, no momento da competição pode-se que transpareça suavidade e leveza em
falhar: movimentos que cada dia mais se exigem
técnica e aperfeiçoamento. Então a própria
É um esporte muito impreciso! Você roupa utilizada por elas exige um corpo ma-
pode fazer lindo, perfeito hoje e amanhã
gro, exige um controle de alimentação até
errar tudinho (ginasta 3, depoimento).
mesmo porque todo dia elas são pesadas,
objetivando-se, assim, um “enquadramento
Por fim, esta categoria ilustra o quan-
corporal” quantitativo e simbólico:
to as atletas são disciplinadas desde cedo
para exercerem sua carreira profissional
É incontestável que a transformação dos
obtendo êxitos e conquistando seu espaço corpos das ginastas depende de muita
dentro do mundo esportivo. dedicação em relação aos treinos, mas
seria ingenuidade pensar que o perfil
atlético se dá somente devido a esse
fator. Para compor o treinamento, além
O sonho das Olimpíadas
da exigência técnica, elas devem con-
trolar o peso corporal. (BOAVENTURA,
A categoria O sonho das Olimpíadas 2008, p.44)
foi criada a partir da evidência que as atletas
fazem em relação a atingir a principal meta Além disso, é perceptível que a GR
que qualquer atleta do alto rendimento ao mesmo tempo que exige da atleta uma
espera alcançar: ir aos Jogos Olímpicos. “magreza” para que seja bonito de se ver,
O sonho de um dia chegar às Olim- exige também cada vez mais funcionalida-
píadas é uma expressão utilizada por todas de. Segundo Gonçalves (2007), isso aconte-
as ginastas entrevistadas aparecendo 16 ce principalmente com bailarinas que, para
vezes nos relatos de entrevistas. nós, também apresenta-se como caracterís-
Esta categoria mostra a expectativa tica da GR, já que o ballet e a GR possuem
que as atletas têm em estar e se manter na características em comum no sentido de
seleção brasileira e seus planos futuros no que percebemos a contradição existente
que diz respeito a sua carreira esportiva. nessas duas práticas que é a beleza versus
O que se vê diante das respostas o sofrimento e que exige um “corpo ideal”
coletadas de cada ginasta é a presença e cada vez mais técnica nessas práticas.
exacerbada do lema do ideal olímpico: Em contraponto elas afirmam que
Citius, Altius, Fortius, que resume a postura precisam sempre emagrecer, mas não
que um atleta precisa ter para alcançar seus possuem acompanhamento de um nu-
objetivos, a superação em busca da medalha tricionista, podendo acarretar sacrifícios
olímpica, a essência que deve possuir em maiores ainda:
qualquer atleta que é a superação de limites
e aprender a transpor as barreiras. O que mais chocou (...) foi ver minha
Nas falas das atletas expressam-se amiga que conheci lá em Joinvile, sabe?
Ter início de bulimia e era horrível,
alguns sacrifícios que alegam terem feito/
sabe, ver ela comendo e vomitando vá-
fazerem, como por exemplo controlar a rias vezes por dia (...) todo dia né e você
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não poder fazer nada, era triste. Prefiro mostrarem apaixonadas pelo esporte que
nem falar (...) (Ginasta 3, depoimento) praticam:
Além disso, as ginastas contam que Quem faz ginástica faz por amor e não
abdicam de famílias, amigos, de sair para por dinheiro entendeu? (Ginasta 5, de-
poimento)
as festas, tudo em prol de um treinamento
de alto nível para a realização de um sonho.
As falas mais acentuadas se referem Por fim, conforme a lógica das gi-
ao sacrifício realizado por elas quando nastas entrevistadas, poderíamos dizer que
retratam as dores e as lesões já sofridas qualquer sacrifício vale a pena para estar e
por causa do esporte. O que se vê diante se manter numa seleção a fim de realizar
disso é uma preocupação em não conse- o maior sonho de qualquer atleta, ou seja,
guir suportar as dores e em consequência atingir sua meta que é participar dos Jogos
não atingir a meta delas que sempre foi o Olímpicos, mesmo com chances irrisórias
sonho de estar nos Jogos Olímpicos. Jamais de medalha. Para elas, portanto, a partici-
ressaltam a preocupação em passar o resto pação já é suficiente para a realização deste
da vida sentindo dores. O importante para grande sonho presente na vida de qualquer
elas são as Olimpíadas. atleta profissional.
Manter-se na seleção brasileira de
GR requer alguns sacrifícios, como: con-
Saúde é só ausência de doença?
trolar a alimentação, abdicar de uma vida
social “normal”, conviver com as dores/
A categoria apresentada foi citada
lesões, mas para elas:
pelas atletas 11 vezes, tendo como discus-
são as questões relativas ao conceito de
Não importa o sacrifício, não importa
as dores, não importa dinheiro, não im- saúde estipulado por elas, abordando os
porta nada na verdade né? Tudo vale fatores sobre as lesões, as dores, os pensa-
a pena pra um dia você chegar numa mentos otimistas e o controle da alimenta-
Olimpíadas sabe? Acho que é a melhor ção, mostrando uma relação controversa no
sensação, entende? Você saber que trei-
nou muito, que se sacrificou muito (...) sentido mais amplo do que seria “saúde”,
que arrebentou sua coluna pra tá ali (...) bem como algumas contradições apontadas
e saber que deu certo sabe? Acho que nos depoimentos dessas atletas pesquisadas.
deve ser a melhor sensação pra qual- As ginastas contam que para elas
quer atleta né? (Ginasta 7, depoimento).
controlar a alimentação é uma exigência
desse esporte, mas não associam a algum
As ginastas entrevistadas comparam
sacrifício, pois acreditam que por controlar
o salário referente a um jogador de futebol
a alimentação elas estão sendo sujeitos
e o salário referente a uma ginasta, que na saudáveis.
verdade elas chamam de “bolsa ajuda”. Fica Neste ponto, percebe-se um discur-
evidente em suas falas que elas não praticam so muito utilizado popularmente no sentido
a GR por causa do capital financeiro que de que uma boa alimentação (restritiva, no
supostamente viria em troca pela prática caso) gera saúde, ou seja, caindo novamente
esportiva e alto rendimento, mas por se numa unicausalidade em relação a um
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elemento tão amplo, diverso e complexo significa, simplesmente, não ter doenças! –
da vida humana, que é a “saúde”. algo que também impera no senso comum.
Pelos depoimentos citados, consta- Isso vem do discurso médico higienista
ta-se que existe uma naturalização das dores que de uma maneira simplista aborda a
e lesões por parte das ginastas que se sentem saúde como sendo única e exclusivamente
“obrigadas” a sentirem dores por praticar ausência de doença. Assim, tratar a saúde
um esporte de rendimento. Isso ocorre por- a partir de um determinante biológico é
que já está implícito em atletas de alto nível algo ingênuo diante de outros aspectos
o chamado ethos esportivo que é como se relevantes como o contexto social ao qual
fosse algo de costume de todos os atletas o sujeito está inserido.
(o famoso ditado “sem dor, sem ganhos!”).
Muitas vezes, as ginastas afirmam Conceituar “saúde” não é tarefa fácil.
Os conceitos aparecem frouxos, não tão
que procuram diminuir a dor por meio do
bem delimitados. (...).a doença está rela-
uso de medicamentos diversos, analgésicos, cionada à história do indivíduo e deste
sprays, pomadas, ataduras, bolsas térmicas, com a sociedade, ela é uma perturba-
equipamentos de proteção, enfim, uma série ção experimentada pelo indivíduo, uma
exceção que o afasta das suas relações
de artimanhas cujo propósito não é cessar a
vitais em que ele estava habitualmente
fonte da dor, mas permitir, mesmo com ela, vivendo. (PALMA, 2001, p.30)
que o treinamento e a máxima performance
continuem. Perguntamo-nos: que saúde é Concordamos com o que afirma Pal-
essa? Que “ausência de doenças” é essa? A ma (2001) pois, ao analisarmos o histórico
simples forma de “lidar”com a dor, mesmo das ginastas entrevistadas percebemos que
que por curtos instantes temporais? além do esforço/desgaste físico realizado
Essas atletas afirmam possuírem por elas, existe todo um contexto, seja so-
lesões principalmente nos membros inferio- cial (quando a ginasta treina em um estado
res, isso ocorre porque na GR são específi- diferente da qual está habituada, longe da
cos exercícios de ponta de pé, flexibilidade família/amigos e com a pressão da respon-
nas pernas e na coluna, por isso as principais sabilidade de representar o país), seja no
lesões delas estão localizadas na coluna, contexto individual (fazendo parte assim do
virilha e tornozelo. Ao fazer uma análise aspecto saudável dessas ginastas).
sobre as lesões é evidente que um torno- De acordo com Kunz (2000, p.13):
zelo machucado, lesões e dores no pé, por
exemplo, impactam na saúde de uma atleta, O treinamento esportivo apresenta
mas essas dores são naturalizadas por elas e elevadas exigências à psique do atleta.
Assim, o treinamento é um processo
o importante seria manter a “saúde mental”
que submete o organismo do despor-
como as entrevistadas relatam. Ou seja, se tista a elevadas cargas físicas e psíqui-
preocupam apenas em atingir o objetivo cas, procurando elevar sua capacidade
proposto por elas enquanto profissionais de trabalho e, com isso, possibilitar
esforços máximos.
do esporte, o que é evidente na categoria
O sonho das Olimpíadas.
Finalizando esta categoria de análi-
Para as ginastas, conforme seus
se, constatamos que as atletas se consideram
depoimentos e entendimentos, ter saúde
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como elas afirmam, trata-se de uma edu- BETTI, M. Esporte na mídia ou esporte da
cação diferenciada das “pessoas normais”. mídia? Motrivivência, Florianópolis,
De acordo com Kunz (1994, p. 25) n.18, p.1-3 2002.
“arrancar resultados cada vez melhores em BIANCHI, P.; HATJE, M. Mídia e esporte:
menos tempo, isto é o ‘princípio da racio- os valores-notícia e suas repercussões
nalidade irracional do esporte’”. Em outras na sociedade contemporânea.
palavras significa ser um ato sacrificante Motrivivência, Florianópolis. n.27,
o esporte de alto nível se pensarmos na p.165-178, 2006.
BOAVENTURA, P. Feminilidade, corpo e
dimensão humana desta prática.
técnica: sobre a produção da beleza na
Concluindo, é de extrema importân-
ginástica rítmica. 2008. 79f. (Monografia
cia alertar os atletas de alto nível quanto aos
de Licenciatura em Educação Física –
riscos que eles correm não com a finalidade
Universidade Federal de Santa Catarina),
de abolir a prática do esporte de rendimento Florianópolis, 2008.
(afinal de contas, o esporte configura-se con- BRACHT, V. Sociologia crítica do esporte:
temporaneamente como um dos fenômenos uma introdução.Vitória: UFES, 1997.
de maior encantamento estético), mas com CAVALCANTI, L.; PORPINO, K. O
a finalidade de conscientizá-los dos male- corpo belo da ginasta: uma análise
fícios à saúde que podem acarretar durante da regulamentação do espaço e do
a prática e até mesmo na continuidade de tempo. Congresso Brasileiro de Ciências
sua vida profissional esportiva. E no caso do Esporte. Anais... XV, CBCE, Recife,
da Educação Física escolar, estudos como 2007. Disponível em: <http://www.
este se apresentam como uma tentativa de cbce.org.br/cd/resumos/093.pdf>.
melhor compreender o fenômeno esporti- Acesso: 02 agosto 2011.
vo e suas múltiplas facetas, ampliando o GONÇALVES, M. Corpos e subjetivações:
olhar simplista em torno do esporte de alto o domínio de si e suas representações
em atletas e bailarinas. 2007. 124f.
rendimento visto muitas vezes como algo
(Dissertação de mestrado em Educação
saudável e que afasta naturalmente o jovem
– Universidade Federal de Santa
das drogas. O habitus esportivo precisa ser
Catarina), Florianópolis, 2007.
compreendido em sua complexidade, e KUNZ, E. Transformação didático-
não apenas da maneira mercadorizada e pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí,
espetacularizada que costumamos ver em 2000.
programas esportivos disseminados pela _____. As dimensões inumanas do esporte
mídia, em especial, a televisiva. de rendimento. Movimento, v.1, n.1,
p.23-28, 1994.
MARIN, E. O espetáculo esportivo
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Dialética do esclarecimento. Rio de Campinas, v.30, n.1, p. 75-89, 1998.
Janeiro: Jorge Zahar, 1985. MEKSENAS, P. Pesquisa social e ação
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: pedagógica: conceitos, métodos e
Ed. 3, 2004. práticas. São Paulo: Ed. Loyola, 2002.
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THE HIGH PERFORMANCE SPORT IS BAD FOR HEALTH? An analysis of the athletes of
the brazilian national rhythmic gymnastics
ABSTRACT
Considering the Brazilian national team athletes in rhythmic gymnastics and sports
training context, we identify and analyze the understandings that these athletes have
in relation to health. What kind of research was a case study, participant observation
and semi-structured interviews. From the data collected, the analyzes summarized in
the following categories: “Habitus sports”, “The dream of the Olympics” and “Health is
not only absence of disease? We see a narrow view of health that, at least for these high
performance athletes, based only on pain control, so a restricted view to the physical,
and psychological and social issues disregarded.