TCC Alexandra Final
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TCC Alexandra Final
ESCOLA DE ENFERMAGEM
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
UMA ABORDAGEM SOBRE A FORMAÇÃO ESPECÍFICA DO
ENFERMEIRO
CONSELHEIRO LAFAIETE / MG
2014
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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
UMA ABORDAGEM SOBRE A FORMAÇÃO ESPECÍFICA DO
ENFERMEIRO
Conselheiro Lafaiete / MG
2014
3
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
In Brazil, the Pre-Hospital Care (APH) is an emerging area for practice nurses. Thus, in
order to offer subsidies for construction and planning of training programmes and
training of nurses in APH as well as for a better assistance to the individual affected by
the trauma, aimed to analyze the personal/professional training of nurses to serve on
APH. In this sense, we opted for the integrative review of literature, as methodological
feature. The search for articles was held in the databases of the Virtual Health Library
(VHL): SciELO, Lilacs and Medline using the descriptors nursing training in urgency;
education in nursing; degree in nursing; discipline of prehospital attention; nurse note
pre-hospital (APH); and trauma. 15 articles were captured, where they were read their
abstracts and selected those who attended to the guiding question and the purpose of the
study. In addition, documents were consulted by the Ministry of health and the Federal
Council of nursing. Thus, the final sample was composed of 11 articles, which after
read in its entirety was unable to apprehend the three categories of study analysis: The
training of nurses to work in PHC, and the work of nurses in PHC. As regards
professional training in APH, the results reveal the existence of a deficit in the context
of the curriculum guidelines in training institutions, in order to meet the needs of
integral attention to the emergency room and shortage of programs or training courses
that meet the need for specific training, qualified and adapted to the Brazilian standard.
Points to need for greater attention to the training of nurses to practice in APH, and that
the development of the curriculum is not limited to teaching in a discipline, but
permeates all practices that are within the educational process.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
2. OBJETIVO............................................................................................................. 11
3. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 12
3.1. Trauma: definição e aspectos epidemiológicos ........................................................12
3.2. Atendimento Pré-Hospitalar (APH) ..........................................................................13
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 17
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 20
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 36
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 37
7
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos observa-se uma crescente demanda por serviços de urgência e
emergência, resultante do crescimento do número de acidentes e de atos de violência
urbana. Por conseguinte, esta área passou, então, a ser considerada como uma das mais
problemáticas no Sistema Único de Saúde (SUS) devido à sobrecarga nos serviços e a
insuficiente estruturação dessa rede de atendimento à população (BRASIL, 2006a).
Tudo isso tem provocado forte impacto sobre o SUS e no conjunto da sociedade.
Na área da saúde, o impacto econômico pode ser medido diretamente pelos gastos
realizados com internação hospitalar, assistência em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), e com o prolongamento da permanência hospitalar deste perfil de pacientes. Na
questão social, pode ser verificado pelo aumento no índice dos Anos Potenciais de Vida
Perdidos (APVP) em relação a acidentes e violências nos últimos anos (BRASIL,
2006a).
2. OBJETIVO
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Pela extensão de seus efeitos, o trauma deve ser entendido como uma doença e
não apenas como acidente, tem caráter endêmico na sociedade moderna, não abalando
apenas o campo da saúde pública, mas também o plano sócio-político da sociedade.
Assim ele é passível de prevenção, devendo ser conclamada toda a sociedade a
mobilizar-se na responsabilidade de controlar suas causas externas. Como tal pode ser
prevenido através de campanhas educativas e de capacitação profissional (RESENDE;
KOEPP; WENDLAND, 2005).
Segundo Pogetti (2004, p.186), “trauma é a causa de morte mais comum entre as
idades de um a quarenta e quatro anos. Aproximadamente 80% das mortes em
adolescentes e 60% na infância são decorrentes de trauma, sendo ainda a sétima causa
de óbito no idoso”.
Muitas vezes, as primeiras pessoas que chegam ao local do acidente não são
suficientemente treinadas para promover o atendimento de emergência adequado no
local ou durante o transporte da vítima. O período de tempo que se passa até que a
vítima receba o atendimento adequado costuma ser longo. Como resultado, vítimas que
poderiam ter sido salvas acabam morrendo por falta de assistência (HAFEN; KARREN;
FRANDSEN, 2002).
atendimento, o mesmo deve ser imediato. Nas urgências o atendimento deve ser
prestado em um período de tempo que, em geral, é considerado como não superior a
duas horas. As situações não urgentes podem ser referidas para o pronto-atendimento
ambulatorial ou para o atendimento ambulatorial convencional, pois não têm premência
que as já descritas anteriormente. A assistência em situações de emergência ou de
urgência tem inúmeros aspectos éticos que merecem ser discutidos (POGETTI, 2004).
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Inicialmente foram definidos como critérios de inclusão dos artigos que fariam
parte da revisão: artigos publicados nos últimos 10 anos; artigos publicados no idioma
português; estudos relacionados com a realidade brasileira; publicações com resumos e
textos completos disponíveis on-line. Assim, partiu-se para busca das publicações
disponibilizadas nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): SciELO,
LILACS e MEDLINE, por meio das estratégias de busca: formação de enfermagem em
urgência; educação em enfermagem; graduação em enfermagem; disciplina de atenção
18
Formação de Enfermagem em
SciELO urgência. 10 08
Total 15 11
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 1– Quadro sinóptico: Apresentação da síntese dos artigos incluídos na revisão integrativa.
Estresse do enfermeiro em BATISTA, KM; Trata-se de um estudo exploratório Determinar o nível de estresse dos A amostra foi constituída por 73 enfermeiros de Como conclusão, tem-se que o
unidade de urgência. 2006 BIANCHI, ERF. descritivo, enfermeiros atuantes em unidade de unidade de emergência, inseridos em instituições enfermeiro é um profissional que
de campo, com abordagem emergência de instituições hospitalares. públicas e particulares do município de São Paulo. vive sob condições estressantes de
quantitativa, caracterizando o nível Os resultados indicaram que os enfermeiros de trabalho. Na unidade de emergência,
de estresse do enfermeiro de unidade unidade de emergência apresentam médio nível de o enfermeiro deve obter condições
de emergência de instituição estresse, e que as áreas E - Condições de trabalho mínimas de material e pessoal para
hospitalar. para o desempenho das atividades de enfermeiro, e se dedicar à prestação de uma
F – Atividades relacionadas à administração de assistência efetiva e eficaz, diante
pessoal, foram consideradas as mais estressantes das intercorrências que são muito
para os indivíduos pesquisados. Constata-se que, comuns nessa unidade.
para o enfermeiro de emergência, apesar de sua
pronta e efetiva atuação frente à instabilidade da
situação do paciente, as condições externas a essa
situação são mais estressantes.
Diretrizes curriculares e FERNANDES, JD, et al. As autoras fundamentaram-se nas Contribuir com o movimento de As novas configurações para a formação da(o) Para concluir, este estudo pretende
estratégias para a implantação suas experiências de participação na transformação a ser desenvolvido nas enfermeira(o) apontam para o entendimento das sugerir a superação das abordagens
de uma nova proposta elaboração das Diretrizes Escolas/Cursos de Enfermagem, além DCENF como referência para as discussões a tradicionais e a necessidade de
pedagógica. 2005 Curriculares Nacionais para o Curso de indicar estratégias de respeito da formulação, desenvolvimento e mudar paradigmas, fazer rupturas
de Graduação em Enfermagem, bem ensino/aprendizado, como elementos avaliação do Projeto Pedagógico dos cursos e não, com práticas e crenças que nos
como na literatura pertinente ao essenciais na construção de uma nova necessariamente, com a função de estabelecer impedem de fazer mudanças e
tema. proposta pedagógica para a formação currículos e formatações para estes cursos; enfrentar desafios. Trata-se, portanto,
da(o) enfermeira(o). apontam, também, para a utilização de estratégias de uma contribuição ao debate
que aproximem a formação da(o) enfermeira(o) às coletivo e crítico, bem como ao
necessidades locais de saúde e, conseqüentemente, favorecimento das bases conceituais
à consolidação do SUS; apontam, ainda, para a para a construção de um projeto
construção de Projetos Pedagógicos vinculados às maior que é o de fazer uma nova
condições de inserção social, específicas de cada Enfermagem.
curso, entre as quais, um corpo docente
qualificado, com capacidade de desenvolvimento
de pesquisa e extensão, com condições de
trabalho, infra-estrutura adequada e participação
de todos os interessados no processo.
22
Capacitação de Enfermeiros GENTIL, RC, et al. Trata-se de estudo descritivo, Verificar a opinião dos enfermeiros Os resultados do estudo permitiram concluir que A análise das opiniões dos
em Atendimento Pré- exploratório, transversal, cuja sobre conhecimentos teóricos e os conteúdos teóricos e as habilidades propostas enfermeiros sobre as necessidades de
hospitalar. 2008 população constituiu-se de habilidades de enfermagem necessárias pela Portaria 2.048 são temas básicos para a conhecimento teórico e habilidades
enfermeiros dos serviços públicos de para o exercício em APH e analisá-la capacitação dos enfermeiros que atuam em técnicas, conforme a sua prática em
atendimento pré-hospitalar da cidade de acordo com a prática clínica. APH.A análise das opiniões dos enfermeiros APH, mostrou que os temas
de São Paulo, Serviço de revelou que os temas considerados básicos apontados pelos enfermeiros como
Atendimento Móvel de Urgência – relacionaram-se às situações que exigem tomada básicos não se referiram às
Ambulância de de decisão, prontidão e destreza sob estresse, ou ocorrências ou procedimentos mais
Suporte Avançado - (SAMU 192- atendimento de uma população específica, o que freqüentes. Estes relacionaram-se às
ASA) e Serviço de Atendimento reforça a importância da capacitação nessa área. situações que exigem tomada de
Médico de Urgência – Unidade de decisão, prontidão e destreza/
Suporte Avançado - (SAMU 193 - habilidade, em momento de elevado
USA), que concordaram estresse ou atendimento de uma
participar do estudo. população específica, o que reforça a
necessidade de programas
direcionados para o desenvolvimento
de competências nessa área.
Concepções e sentimentos de ROMANZINI, EM; Trata-se de estudo qualitativo, Identificar os sentimentos resultantes Os resultados revelaram que os enfermeiros do Os sentimentos relacionados ao
enfermeiros que atuam no BOCK, LS. descritivo, realizado com da atuação e formação dos enfermeiros APH se sentem seguros, preparados e motivados APH, evidenciados neste estudo,
atendimento pré-hospitalar enfermeiros do serviço público de do serviço de atendimento pré- para atuar, experimentam diversos sentimentos caracterizam o APH como Serviço
hospitalar (APH) móvel de urgência. como compaixão, gratidão, raiva, pena, tristeza, que exige capacidade profissional,
sobre a prática e a formação atendimento pré-hospitalar da cidade
ansiedade, e consideram como motivador o conhecimentos gerais, específicos,
profissional. 2010 de Porto Alegre, Serviço de reconhecimento e a possibilidade de restaurar domínio de técnicas, patologias,
Atendimento Móvel de Urgência – vidas. protocolos, capacidade de liderança,
SAMU, que concordaram participar gerenciamento e equilíbrio
do estudo. emocional. Quanto à formação
profissional dos enfermeiros, o
estudo evidenciou a necessidade de
maior exigência das escolas
formadoras em relação à postura
adequada dos acadêmicos diante dos
pacientes e a necessidade de
realização de estágios de observação
e atuação no APH, durante a
graduação. Nenhum dos enfermeiros
desta pesquisa recebeu preparação
específica sobre APH durante a
formação acadêmica, no entanto,
consideram a experiência anterior no
intra-hospitalar como importante
para o desempenho da função.
23
Necessidades e Expectativas RESENDE, MS; KOEPP, Trata-se de um estudo quantitativo. Conhecer as reais necessidades das De um total de 34 profissionais, questionou-se 21 O trauma entendido como uma
no trabalho com trauma no J; WENDLAND, MJ. instituições e dos profissionais quanto à forma de atendimento ao trauma e as doença tem caráter endêmico na
Atendimento Pré-hospitalar. envolvidos no atendimento a vítimas de carências que sentiam para um melhor sociedade moderna não abalando
trauma em situações de desempenho. Evidenciou-se uma ausência na apenas o campo da saúde pública,
2005
urgência/emergência. sistematização do atendimento. Entretanto, estes mas também o plano sócio-político
profissionais vêem a necessidade da capacitação. da sociedade. Como tal pode ser
O Colégio Americano de Cirurgiões preconiza a prevenido através de campanhas
padronização no atendimento, mais educativas e de capacitação
especificamente o ATLS (Advanced Trauma Life profissional.
Support), reconhecido mundialmente como uma
sitematização eficaz para reduzir a
morbimortalidade das vítimas de trauma.
Atendimento pré-hospitalar: a VARGAS, D. Trata-se de estudo do tipo Verificar qual o preparo recebido por Entrevistou-se seis enfermeiros procedentes de um Existe a necessidade de maior
formação específica do exploratório-descritivo de abordagem enfermeiros durante a graduação sobre serviço de APH do município de Ribeirão Preto atenção na formação do enfermeiro
enfermeiro na área e as qualitativa. A coleta de dados foi Atendimento Pré-Hospitalar. Estado de São Paulo. Os dados revelaram para atuação no APH, pois, devido a
realizada em um serviço de Conhecer as estratégias utilizadas por que nenhum dos entrevistados recebeu formação determinações legais respaldadas
dificuldades no início da
Atendimento Pré Hospitalar, esses profissionais na busca de específica em APH, durante a graduação. A falta pelos órgãos de classe como os
carreira. 2006 município de Ribeirão Preto, Estado formação específica para atuação no de experiência prévia constituiu-se na principal Conselhos de Enfermagem, esse
de São Paulo. O instrumento APH. Verificar as principais dificuldade encontrada por esses enfermeiros no profissional é imprescindível para o
utilizado para coleta dos dados foi dificuldades encontradas por esses início da carreira. Aponta-se a necessidade de bom andamento de tais serviços, pois
um questionário estruturado com enfermeiros no início da sua atuação maior atenção na formação do enfermeiro para ao enfermeiro compete garantir
perguntas abertas e fechadas, em APH. atuação no APH, e sugere-se que sejam oferecidas assistência de qualidade onde quer
procurando abranger o universo do durante a graduação experiências nessa área. No que esteja atuando, quer no intra ou
estudo. As que se refere à formação específica desses no pré-hospitalar. Para isso, sugere-
perguntas referiam-se à: profissionais em APH, os dados revelaram que se que sejam oferecidas experiências
caracterização sociodemográfica da existe pouca atenção por parte das instituições em APH durante a graduação como
amostra, formação do enfermeiro em formadoras no que se refere à formação do estratégia para minimizar as
APH, bem como à experiência de profissional em urgência em âmbito extra- dificuldades apontadas neste estudo.
trabalho nessa área. hospitalar, sendo que, quando contemplada, os
relatos evidenciaram que a mesma se refere a
urgência
intra-hospitalar. Parece existir maior preocupação
das escolas privadas com relação ao preparo do
enfermeiro
na área de urgências e emergências, pois daqueles
sujeitos que relataram ter algum tipo de preparo
todos eram oriundos de escolas privadas.
Metacognição e ensino de STEDLLE, NLR, Revisão de literatura. Demonstrar que estudos desenvolvidos, Estudar e e utilizar a metacognição como Pressupor que os estudos sobre
enfermagem: uma combinação FRIENDLANDER, MR. nas duas últimas décadas, sobre instrumento potencializador de resultados no metacognição possam, por si só,
possível? 2003 metacognição parecem apontar uma ensino parece ser um caminho importante a ser resolver os problemas de
estratégia possível de ser utilizada para considerado pelos profissionais que acreditam que aprendizagens, especialmente
transformar conhecimento em conduta é possível construir um novo modelo de currículo complexas, como as necessárias para
profissional relevante. em Enfermagem e, conseqüentemente, consolidar atuar em saúde, é, no mínimo,
um novo perfil profissional. ingenuidade intelectual.
.
24
Ensino de educação nos cursos SOARES, CB. O estudo analisou a produção Analisar a produção bibliográfica sobre Os resultados revelaram: a importância da Conclui-se que alguns estudos da
de graduação em enfermagem. bibliográfica sobre a temática a temática educação em saúde e as temática educativa na prática social da amostra tanto da categoria ensino,
2010 educação em saúde e as repercussões repercussões sobre o ensino na enfermagem, para o que se evidencia não só a quanto da assistência, reforçam a
sobre o ensino na graduação em graduação em enfermagem. preocupação com a formação do educando, mas prática educativa restrita à
enfermagem. Utilizou-se descritores inclusive a do docente; apesar do esforço na abordagem biomédica, focada nos
selecionados nas bases LILACS, graduação para o preparo do enfermeiro para as aspectos preventivos. Estudos do
PERIENF e BDENF. Classificou-se ações educativas, este é avaliado como campo do ensino e da pesquisa
as referências em quatro categorias: inadequado; as práticas educativas, tanto em acadêmica explicitam não só a
ensino, assistência, produção estudos classificados na categoria ensino quanto preocupação com a formação do
científica e acadêmica stricto sensu. na assistencial, se mostraram referenciados na educando para o adequado
abordagem biomédica, com enfoque nos aspectos desempenho das práticas educativas,
preventivos. assim como ressaltam a formação do
docente para assegurar a ambos a
função educadora comprometida
com o desenvolvimento social - a
‘práxis crítico-criativa’.
O ensino de Enfermagem e as ITO, EE; et al. Revisão de Literatura. Provocar reflexões acerca do ensino de Os fatos relatados mostram que as As resistências às mudanças, a pouca
diretrizes curriculares enfermagem à luz das Diretrizes mudanças curriculares, no ensino de enfermagem reflexão sobre a docência, o
nacionais: Utopia X Curriculares do Curso de Graduação de no Brasil, tiveram historicamente a preocupação distanciamento dos serviços de saúde
Realidade. 2006 Enfermagem e sua relação com as com a adequação da formação do enfermeiro aos com o reforço à clássica dicotomia
políticas de saúde e o mercado de interesses do mercado de trabalho. Entretanto, o entre o pensar e o fazer, além do
trabalho atual. desafio na formação precisa transpor o foco desses autoritarismo, fragmentação e
interesses tecnicismo, presentes em boa parte
e inserir efetivamente o futuro enfermeiro no da prática dos docentes, constituem
sistema de saúde, comprometido com as algumas das contradições que
transformações exigidas pelo exercício da necessitam de enfrentamento e
cidadania. superação. Tal realidade é ainda
muito presente nos cursos de
graduação em enfermagem.
As exigências do mercado de
trabalho tornam cada vez mais
obrigatória a qualificação dos
trabalhadores e generalizada a
implantação de modelos de formação
e gestão da força de trabalho
baseados em competências
profissionais, permite que nossa
reflexão compactue com suas idéias.
Percepção dos Enfermeiros MAFRA, DAL; et al. O presente estudo é de natureza Perceber a importância para os Os resultados revelam que os enfermeiros têm Concluímos no presente estudo que o
sobre a importância do uso dos descritiva, exploratória, com uma enfermeiros do uso de equipamentos de consciência da importância do uso de EPI’s, trabalho desenvolvido pelos
Equipamentos de Proteção abordagem de análise qualitativa proteção individual (EPI’s) porém não os utilizam com a devida freqüência na enfermeiros no atendimento pré
baseada no método de Bardin. Os relacionados a riscos biológicos no prática de seu cotidiano laboral, conforme hospitalar expõe o profissional a uma
Individual para Riscos
sujeitos da pesquisa foram 12 atendimento de suporte avançado em evidencia-se na amostra em que se comprova que série de fatores que podem
Biológicos em um Serviço de enfermeiros que trabalham no um serviço móvel de urgência, e 100% usam luvas, botas e macacão, apenas 41,6% levar à ocorrência de exposição
Atendimento Móvel de suporte avançado de vida, sendo que identificar os EPI’s usados por eles no usam ocupacional por agentes biológicos
25
Urgência. 2008 todos têm no mínimo 6 meses de serviço móvel de urgência da cidade de máscara e somente 16,6% utilizam óculos em durante a prestação da assistência,
experiência. Foram excluídos do Sete Lagoas. todos os atendimentos. devido à complexidade do serviço.
estudo os trabalhadores que estavam Considerando o enfermeiro como elo
de férias ou em licença durante o da equipe e formador de opinião, é
período, a amostra foi constituída por necessário que ele adote mudanças
85,7% do total de enfermeiros da para evitar exposições ocupacionais
equipe de APH. no atendimento pré hospitalar, sendo
suas ações refletidas
em toda a sua equipe. Torna-se um
desafio para todos os envolvidos
neste cenário, a adoção de medidas
que visam a mudanças de
comportamento e à ampliação de
estratégias para uma prática segura
de trabalho. Salientamos que esta
mudança não é uma tarefa fácil e
necessita de esforços conjuntos tanto
do serviço de APH quanto dos
próprios trabalhadores na promoção
da saúde e prevenção de seus
agravos.
Perfil do enfermeiro e MARTINS, C; et al. O estudo é descritivo, exploratório, Caracterizar o perfil profissional do Foram analisados 64 cadastros, onde o perfil é Assim, ao resgatar o perfil dos
necessidades de documental, retrospectivo utilizando- enfermeiro atuante num hospital de eminentemente feminino (92%), graduados entre a sujeitos deste trabalho e as
desenvolvimento de se de um conjunto de documentos de ensino, governamental, de referência década de 80 (35%) e de 90 (38%). 57% são necessidades de desenvolvimento
cadastramento dos enfermeiros, junto em cardiologia e identificar as egressos do curso de aprimoramento profissional, as solicitações foram
competência profissional.
ao Serviço de Educação Continuada necessidades de desenvolvimento de cardiovascular e 20% realizaram outros cursos relativas ao processo de trabalho
2006 (SEC) da instituição campo de competências profissionais para o stricto sensu. Ainda, 32 (50%) frequentaram assistencial, gerencial e de ensino,
estudo. planejamento de programas de cursos e eventos nos últimos três anos, sendo que possivelmente pelas mudanças nos
formação de competências atendendo 14 (22%) apresentaram trabalhos em eventos e 10 modelos de gestão por processos
as exigências institucionais. (15%) realizaram produção científica. Quanto ao com foco em resultados, da mudança
vínculo empregatício, 42 (66%) enfermeiros no paradigma de formação de
possuem dedicação exclusiva e 27% atuam na aprimorandos de enfermagem
instituição entre 1 a 5 e 11 a 15 anos. Na relação pautado num currículo por
com o trabalho, 47 (74%) enfermeiros referiram competências, o
gostar de trabalhar na instituição e as necessidades que nos possibilitou realizar
para o desenvolvimento profissional identificadas diagnóstico situacional para
foram relativas ao processo assistencial 36 (61%), implementação de planejamentos
à gestão em saúde 15 (25%) e ao ensino 8 (14%). estratégicos em busca
de desenvolvimento de competências
individuais alinhadas às da
organização.
26
aprendiz autônomo que precisa conhecer sua maneira própria de aprender, para assumir
a responsabilidade pela sua aprendizagem (STEDLLE; FRIENDLANDER, 2003).
De acordo com Batista e Bianchi (2006, p.73), “pode-se considerar que a maior
fonte de satisfação no trabalho do enfermeiro em unidade de emergência concentra-se
no fato de que as suas intervenções auxiliam na manutenção da vida humana”.
34
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BEYA, S. C.; NICOLL, L Elaboração de diretrizes para a prática clínica como uma
abordagem para a prática baseada em evidências. AORN Journal, v.67, n.5, p.1037-
1038, 1998.
MAFRA, D. A. L.; et al. Percepção dos enfermeiros sobre a importância do uso dos
equipamentos de proteção individual para riscos biológicos em um serviço de
atendimento móvel de urgência. O mundo da Saúde. São Paulo, v.32, n.1, p.31-38.
Jan/mar, 2008. Disponível em:<http://www.scielo.br> Acesso em: Abril.2013.