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No exercício das suas funções, o direito é um elemento preventivo, impõe regras essenciais para
a vida em sociedade, orienta as atividades buscando o equilíbrio social, mas, em observância aos
valores sociais, é conservador.
Segundo Aristóteles,” a justiça é a base da sociedade”. (Aristóteles, 2010, p.13)
“O Direito determina estatutos pessoais, por relações de família, laborais, políticas, etc., os quais
são essenciais nos papeis desempenhados por essas pessoas nessas circunstâncias ou facetas das
suas vidas.” (Cunha, Paulo Ferreira da Teoria Geral do Direito – Uma Síntese Crítica, Lisboa, A
Causa das Regras, 2018, p. 61)
Fica claro que o direito está presente em cada ato que praticamos. Desde o simples passeio até ao
assistir uma peça de teatro. Socialmente, o direito impõe as regras que nos orientam os
comportamentos a adotar em determinada circunstância nas relações interpessoais, os limites,
portanto. Por outro lado, protege-nos salvaguardando esses direitos para que possamos viver em
harmonia.
Para melhor entendermos o direito, devemos considerar duas correntes diferentes: a monista ou
também chamada de positivista e a corrente pluralista que abarca o pensamento jusnaturalista.
O direito natural ou jusnaturalista, nasce na Grécia antiga e assenta nos princípios humanos e na
moral, é característico a todos os seres humanos e não depende de leis e nem do Estado, é
universal.
O direito positivo é uma coleção de normas jurídicas, objetivas, racionais à razão de ser
elaborado em valores culturais e depende de alguém que as produza e está delimitado ao
território.
Portanto, o direito natural e o direito positivo são contrários. O direito é construído com base nos
valores, coerente e lógico, e não se pode afastar desses princípios correndo o risco de ver
violados direitos humanos, como aconteceu na segunda guerra mundial.
Hans Kelsen, na sua teoria pura do direito, pretende analisar a ciência jurídica isoladamente, sem
contributo de outras ciências como sociologia, psicologia, contudo, reconhece o conhecimento de
outras ciências, à razão do seu enriquecimento considerando-as, sim, mas sem interferências na
análise jurídica. O objetivo era dar autonomia ao direito enquanto ciência para que não fosse
abordado por outras ciências do saber e desta forma concluir que o direito preocupa-se com o
que “dever ser feito”. Os fatos remetem para a norma, ou seja, o que os indivíduos fazem e o que
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deveria ser feito. O objeto do direito é a norma, sem associações de valores, cada um tem os seus
assim como cada um tem a sua moral ou pontos de vista diferentes, sobre o justo e o injusto. A
origem do direito é a norma jurídica. Está na lei, aplique-se! “Dura lex, sed lex”. Contudo, a
história lembra-nos que o direito não pode estar reduzido à norma, à razão de se tornar contra a
sociedade e a favor dos regimes autoritários. A interdisciplinaridade, com os demais campos do
saber, é o alicerce do direito.
Vivemos num estado democrático e de direito, isto é, estamos sujeitos às leis, às normas e
porque o sistema democrático assim o dita, participamos na vida política, somos um povo
soberano. Não há outra forma, isto é, não existia o direito sem a democracia e vice-versa.
Completam-se.
II. A interdisciplinaridade é uma visão que envolve outras ciências sociais, disciplinas, onde
todas se interligam para que a resposta seja abrangente. A função da interdisciplinaridade é ligar
as várias áreas do conhecimento e desta forma ampla, adquirir e entender melhor os temas em
análise contribuindo assim para a aplicação e solução real dos problemas sociais. Nesta
conjugação de conhecimentos é proporcionado uma perspetiva diferente da ciência jurídica, o
direito. O contributo da sociologia fornece-nos dados sobre os problemas sociais, a realidade em
que vivemos, ou a área da informática, a internet, permite-nos aceder a conteúdos diversificados,
e ambas acrescentam saber ao nosso conhecimento, ou a psicologia para melhor entender os
comportamentos. Essa diversidade temática das áreas são contributos para que direito se
aproxime do que pretende avaliar. O resultado da conjugação das várias disciplinas, diferentes
áreas do conhecimento em conjunto, é o contributo convergente relevante para a resposta pois
está articulado em vários campos do saber. A interdisciplinaridade promove a aprendizagem
global, em rede. Da agregação das várias áreas do conhecimento, a transdisciplinaridade está
acima dos temas, dos conteúdos das disciplinas. A transdisciplinaridade unifica os conteúdos, o
que importa é o tema comum a todas elas. Portanto, a transdisciplinaridade é a compreensão, sem
distinção de temas, focando-se na unidade do conhecimento.
A pós-disciplinaridade, no âmbito do direito, busca capacitar esta ciência de conhecimento mais
abrangente e profundo, potenciando a sua aplicação prática em respostas mais aproximadas da
realidade, o que se traduz numa visível melhoria do cumprimento da lei, do direito e da justiça.
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A aprendizagem do jurista é diária e a qualificação profissional promove o conhecimento,
desenvolvendo a sua função de forma mais justa.