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C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás natural

Módulo 2

Instrumentação
desafio 2

Tipos de Medidores de Vazão - Conceitos Básicos


C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás natural

Módulo 2

Instrumentação

desafio 2

Tipos de Medidores de Vazão - Conceitos Básicos


Módulo 2

Instrumentação
SUMÁRIO

1. Considerações Iniciais
2. Conceito de vazão
2.1 Vazão em Volume
2.2 Vazão em Massa
3 Conceitos Básicos
3.1 Regimes de escoamento de fluidos em tubulações
3.2 Número de Reynolds (Re)
3.3 Distribuição de velocidades
4. Tipos de Medidores de Vazão
4.1 Alguns tipos de Medidores de Deslocamento Positivo
5. Placas de Orifício
6. Tubo Venturi
7. Tubo Pitot
8. Bocais
9. Medidor de Área Variável
10. Outros Medidores de Vazão
10.1 Medidores de turbina
10.2 Magnéticos
10.3 Ultra-sônicos
10.4 Medidor de Vazão Coriólis
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Tipos de Medidores de Vazão – Conceitos


Básicos
Neste conteúdo serão abordados conceitos básicos que envol-
vem M edidores de vazão, M edidores de deslocamento positivo; M e-
didores deprimogênios e Tipos de medidores de vazão.

Preste bastante atenção e bons estudos!

1. Considerações Iniciais
Na maioria das operações realizadas nos processos industriais,
é muito importante efetuar a medição e o controle da quantidade
de fluxo de líquidos, gases e até sólidos granulados, não só para
fins contábeis, como também para a verificação do rendimento
do processo.

Assim, estão disponíveis no mercado diversas tecnologias de


medição de vazão, cada uma tendo sua aplicação mais adequa-
da, conforme as condições impostas pelo processo.

2. Conceito de vazão

Vazão pode ser definida como sendo a quantidade volumétri-


ca, mássica ou gravitacional de um fluido que passa através de
uma seção de uma tubulação ou canal por unidade de tempo.

2.1 Vazão em Volume


A vazão em volume é dada pela relação entre o volume esco-
ado V e o tempo t que esse volume levou para escoar:

Q=V/t

A vazão que flui por um conduto de área de seção transversal


A faz com que uma partícula do fluido percorra uma distância h
entre os pontos a e b do conduto num dado tempo t, conforme a
figura abaixo:

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Fig.1 - Trecho de medição de vazão.

A velocidade de escoamento v do fluido é dada por:

v=h/t

No mesmo tempo t que a partícula de fluido levou para se


deslocar do ponto a para o ponto b, o volume V do fluido que
passou pelo ponto a preenche toda a parte do conduto compre-
endida entre os pontos a e b e é dado por:

V = A.h

fazendo t = h / v, temos:
ATENÇÃO
Q = V / t; Q = (A.h) / (h / v) ; então Q = A.v , ou seja, a vazão É importante notar que essa
em volume é igual ao produto da área de seção transversal do equação não é válida para
conduto pela velocidade de deslocamento do fluido dentro desse vazões em condutos ou tubula-
ções parcialmente cheias.
conduto.

2.2 Vazão em Massa


A vazão em massa é dada pela relação entre a massa escoada
m e o tempo t que essa massa levou para escoar:

W=m/t

Como a massa específica ρ é a relação entre a massa m e o


volume V, temos:

ρ = m / V e m = ρ .V; então W = ρ.V / t; como V / t = Q,


temos:

W = ρ.Q

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3 Conceitos Básicos

3.1 Regimes de escoamento de fluidos em tubulações

Regime Laminar e Regime Turbulento

O escoamento de um fluido numa tubulação pode ser carac-


terizado por um dos seguintes regimes: o laminar e o turbulento.
A corrente laminar se caracteriza por um escoamento em cama-
das planas ou concêntricas, dependendo da forma do canal ou
do tubo, sem passagem das partículas do fluido de uma camada
para outra e sem variação de velocidade, para determinada va-
zão.

A corrente turbulenta, ao contrário, é caracterizada por uma


mistura intensa do líquido e oscilações de velocidades e pressões.
O movimento das partículas é desordenado e suas trajetórias têm
geralmente formas complicadas. A experiência conhecida desti-
nada a evidenciar os dois regimes de escoamento é mostrada na
figura abaixo. A um recipiente com água é ligado um tubo de
vidro terminado por uma torneira. Um outro recipiente cheio de
tinta permite a injeção de um pequeno filete de tinta no centro
do tubo de vidro.

Fig. 2 – Regimes de Escoamento Laminar e Turbulento.

Ao se abrir um pouco a torneira, observa-se que o filete de


tinta não se mistura à água, caracterizando o regime laminar.
Aumentando gradativamente a abertura da torneira, percebe-
se que, a uma determinada vazão, o filete de tinta começa a
se misturar com a água em redemoinhos característicos do regi-
me turbulento. É possível voltar ao regime laminar diminuindo a
abertura da torneira.

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A mudança de regime de escoamento ocorre a uma velocida-


de chamada velocidade crítica vcr, diretamente proporcional à
viscosidade cinemática v e inversamente proporcional ao diâme-
tro D do tubo, ou seja:

vcr = kc.v/D

3.2 Número de Reynolds (Re)


O coeficiente adimensional de proporcionalidade Kc tem um
significado universal, isto é, é o mesmo para todos os líquidos e
gases e qualquer diâmetro de tubo. Isto significa que a mudança
de regime de escoamento ocorre quando a relação entre a ve-
locidade, o diâmetro e a viscosidade apresentam um valor igual
a:

Kc = vcr.D / v

Este número adimensional chama-se número crítico de Rey-


nolds e se anota, de modo geral, da seguinte forma:

Re.cr = vcr.D / v

Considerando que a viscosidade cinemática v é igual a ra-


zão entre a viscosidade absoluta μ e a massa específica ρ, temos
DICAS
que:
Se a instalação apresentar Re
< 2300, o escoamento será
Re.cr = vcr.D ρ / μ laminar; se Re > 4000, o
escoamento será turbulento;
O número de Reynolds crítico foi determinado experimental- se 2300 < Re < 4000, então o
mente e vale 2300. O número de Reynolds de uma instalação é escoamento será uma transi-
ção entre o regime laminar e o
dado por: regime turbulento.

Re = v.D.ρ / μ, em que v é a velocidade de escoamento.

3.3 Distribuição de velocidades

Nas medições de vazões na indústria, o regime de escoamen-


to na maioria dos casos é turbulento. O regime turbulento é ca-
racterizado por um perfil de velocidades mais uniforme que o
perfil correspondente ao regime laminar como mostrado na fi-
gura abaixo.

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Fig.3 - Regime Laminar e Turbulento.

A velocidade média (vm) do fluido escoando é dada por:

vm = Q / A, em que Q é a vazão e A é a área de seção


transversal da tubulação. Desta forma, a velocidade média
não é a média aritmética das velocidades tomadas em pontos
igualmente distribuídos de um diâmetro da tubulação, mas sim
uma média ponderada das velocidades, levando em conside-
ração as seções do tubo que são percorridas pelas velocidades
locais.

A relação velocidade média / velocidade do centro (vm/vc) é


aproximadamente 0,5 em escoamentos laminares e 0,8 em es-
coamentos turbulentos.

4. Tipos de Medidores de Vazão


Medidores de Deslocamento Positivo

Medidores de deslocamento positivo são medidores que pos-


suem uma relação bem definida entre o volume de produto que
passa pelo medidor e o acionamento de um dispositivo de me-
dição. Para cada unidade de volume que atravessa o medidor,
o dispositivo de medição é acionado um certo número de vezes.
Esse tipo de medidor apresenta um fator que permite determinar
a vazão em volume.

Por exemplo, um medidor de engrenagens tem um fator de


20 cm³ para cada volta completa que um conjunto de engrena-
gens dá quando essas engrenagens são movidas pelo fluido que
atravessa o medidor. Se o medidor contabilizar 10 voltas em 1
minuto, a vazão do fluido será de 200 cm³/min.

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4.1 Alguns tipos de Medidores de Deslocamento


Positivo

Medidor de Engrenagens Ovais

Fig. 4 - Exemplo de engrenagens ovais.

O fluido circula entre as engrenagens e as paredes da câmara


de medição.

Medidor de Lóbulos

Fig. 5 - Exemplo de medidor de Lóbulos.

O fluido circula entre os lóbulos e as paredes da câmara de


medição.

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Disco de Nutação

Fig. 6 - Medidor a disco de nutação.

Medidores Deprimogênios

Medidores deprimogênios são aqueles compostos por um ele-


mento primário instalado na tubulação que gera uma perda de
pressão no fluido, escoando pela tubulação. A diferença entre
as pressões estáticas, antes e após o elemento primário, permite
determinar a vazão em massa ou em volume.

Seja uma restrição qualquer, como, por exemplo, na figura


abaixo:

Fig.7 - Restrição na tubulação

Os medidores deprimogênios necessitam basicamente de dois


dispositivos:

a) Um elemento primário capaz de uma pressão diferencial no


fluido, proporcional ao quadrado da vazão;

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b) Um medidor (geralmente transmissor) de pressão diferen-


cial capaz de medir essa pressão.

Podem ser usados instrumentos tais como: manômetros em U,


de foles opostos, de diafragmas, ou transmissores por equilíbrio
de forças, sejam estes eletrônicos ou pneumáticos etc. Na figura
a seguir, podemos observar a variação de pressão do fluido ao
longo da tubulação, nas proximidades de um elemento deprimo-
gênio conhecido como placa de orifício.

Fig. 8 - Tubo com placa de orifício

A perda de pressão na linha é causada principalmente pelo


aquecimento e ruído que dissipam parte da energia inicial da
linha, isto é, à montante.

Os elementos primários de medição de pressão diferencial


mais usados são:

a) Placas de Orifício;

b) Tubos de Venturi;

c) Tubo Pitot;

d) Bocais.

5. Placas de Orifício
O tipo mais comum consiste numa chapa fina com um furo cir-
cular. Três tipos padrões são conhecidos. A mais utilizada é a pla-
ca com furo circular concêntrico com a linha central do tubo. Do
lado da entrada do fluido, a borda do furo deve ser em ângulo
reto e, do outro lado, deve se chanfrada 45º. Outro tipo de placa
é a excêntrica, geralmente usada para fluidos contendo material
pesado. A placa com furo segmentado é empregada para fluidos
contendo sólidos em suspensão.

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Fig. 9 - Tipos de placa de orifício

Tipos de placa de orifício

a) orifício concêntrico: para líquidos, gases e vapor que não


contenham sólidos em suspensão;

b) orifício excêntrico: utilizada quando tivermos fluido com


partículas em suspensão, os quais possam ser retidos e acumu-
lados na base da placa, sendo o orifício posicionado na parte de
baixo do tubo;

c) orifício segmentado: tem abertura para passagem de flui-


do disposta em forma de segmento de círculo. É destinada para
uso em fluidos laminados e com alta porcentagem de sólidos em
suspensão.

A placa é colocada entre flanges e as tomadas de pressão


podem ser feitas nos flanges, nos tubos (2 1/2D e 8D, antes e
depois da placa, D = diâmetro interno do tubo), ou na “vena con-
tracta” (veia contraída), onde a tomada de alta pressão é feita.

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Fig. 10 - Tipos de Tomadas para Placas de Orifício

Legenda:

D - diâmetro interno da tubulação

β - relação entre o diâmetro interno D da tubulação e o diâ-


metro do orifício d da placa

β=d/D

6. Tubo Venturi
Como se vê na figura abaixo, um tubo Venturi combina, em
uma só unidade, um estrangulamento na seção do tubo entre
duas ligações para a medida da pressão diferencial. Consta de
três partes: uma seção cônica de entrada com diâmetro decres-
cente, uma seção paralela central e uma seção cônica de saí-
da, com diâmetro crescente. É geralmente usado na medição de
líquidos com sólidos em suspensão ou quando se requer uma
pequena perda de pressão na linha. A tomada de alta pressão é
colocada meio diâmetro a montante do cone de entrada e a de
baixa no meio da seção central.

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Fig. 11 - Tubo Venturi.

7. Tubo Pitot
Este instrumento mede a diferença entre a pressão estática
e a pressão total dada pela soma da pressão estática e aquela
devida à velocidade do fluido. Um tubo Pitot possui duas abertu-
ras para a medição das pressões, uma perpendicular ao eixo do
fluxo, sendo esta a tomada de baixa pressão (Estática) e a outra,
com frente para o fluido, fornecendo o ponto de impacto é a to-
mada de alta (Dinâmica).

A diferença entre pressão total e a pressão estática da linha


nos dará a pressão dinâmica, a qual é proporcional ao quadrado
da velocidade. A figura abaixo mostra um exemplo de um tubo
de Pitot.

Fig. 12 – Tubo de Pitot.

8. Bocais
Situados na tubulação com duas tomadas, permitem a medi-
ção de vazões 60% superiores as de placa de orifício nas mesmas
condições de serviço. A sua perda de carga é 30% a 80% da pres-
são diferencial. Sua principal aplicação é na medição de vapor
com alta velocidade e fluidos que arrastam sólidos em pequena
quantidade.

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Fig. 13 - Medidor tipo bocal.

9. Medidor de Área Variável


Um rotâmetro possui um flutuador colocado dentro de um
tubo de diâmetro variável, geralmente de vidro. O lado do di-
âmetro menor está na parte inferior e é a entrada do fluido. O
flutuador alcança uma posição de equilíbrio que é proporcional
ao escoamento quando a força ascendente do fluido, passando
pelo espaço anular, torna-se igual ao peso (força descendente)
do flutuador. A vazão pode ser lida diretamente em uma escala
graduada.

Fig.14 - Exemplo de um rotâmetro.

Existem vários tipos de flutuadores. Por exemplo, esses mos-


trados na figura abaixo:

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Fig. 15 – Tipos de Flutuadores.

10. Outros Medidores de Vazão


Para outros fins mais particulares, são usados vários instru-
mentos entre os quais temos:
• medidores tipo turbina;
• magnéticos;
• ultra-sônicos;
• Medidor de vazão por efeito coriólis.

10.1 Medidores de turbina

A turbina é um instrumento de excelente precisão, mas de


confiabilidade limitada. A turbina propriamente dita, peça móvel
principal, está numa seção de passagem do fluido. Este pode ser
gás ou líquido, mas precisa ser limpo. Os sólidos em suspensão
podem interferir na livre rotação da turbina.

Existem dois tipos de turbina: as mecânicas e as eletrônicas.


Nas turbinas mecânicas, existe a transmissão de movimento atra-
vés da utilização de engrenagens de precisão. Nas turbinas ele-
trônicas, são usados pick-off , sensores de passagem das paletas
de turbinas.

Fig. 16 - Medidor tipo turbina.

10.2 Magnéticos
Consiste na aplicação da lei de FARADAY, em que o condutor
móvel é o próprio fluido que, colocado num campo magnético,
provoca a geração de uma diferença de potencial proporcional à
velocidade média do fluido. A grande limitação de seu uso é que

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o fluido medido precisa ser líquido e ligeiramente condutor de


eletricidade, o que elimina os hidrocarbonetos (compostos orgâ-
nicos formados por carbonos e hidrogênios).

Fig. 17 - Medidor magnético.

10.3 Ultra-sônicos
Podem ser intrusivos, isto é, o feixe de ultra-som é emitido e
recebido através de furos na tubulação, podem ser também não
intrusivos, fazendo-se a medição por auscultação. Nos medido-
res de tempo de trânsito, o medidor não pode conter partículas
estranhas. Um transdutor emissor/detetor de ultra-som é fixa-
do de cada lado do tubo, formando com o eixo da tubulação
um determinado ângulo. Os transdutores transmitem e recebem,
alternativamente, um trem de ondas ultra-sônicas de pequena
duração.
DICAS
Nos medidores de efeito DOPPLER (alteração da freqüên-
O tempo de duração de trans-
cia notada pelo observador em virtude do movimento relativo missão é levemente inferior
de aproximação ou afastamento entre uma fonte de onda e o quando a emissão é orienta-
observador), são impurezas, partículas ou descontinuidades do da para jusante, e levemente
fluido que refletem as ondas sonoras. Os transdutores emissores superior quando orientada
para montante. As diferenças
projetam um feixe contínuo de ultra-som na faixa de centenas de de tempo de trânsito servem de
hertz. base para a medição de veloci-
dade média do fluido na seção
Os ultra-sons refletidos por partículas veiculadas pelo fluido considerada.
têm sua freqüência alterada proporcionalmente à componente
da velocidade das partículas na direção do feixe. A influência da
concentração de partículas do fluido medido afeta sobremaneira
a medição de vazão. O resultado é uma medição de velocidade
de determinada parcela da seção de escoamento, nem sempre
numa relação constante com a vazão.

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Fig.18 - Medidor ultrassônico.

10.4 Medidor de Vazão Coriólis


É um instrumento de grande sucesso no momento, pois tem
grande aplicabilidade desde indústria alimentícia, farmacêuti-
ca, química, papel, petróleo etc. e sua medição, independe das
variáveis de processo - densidade, viscosidade, condutibilidade,
pressão, temperatura e perfil do fluido.

Resumidamente, um medidor Coriólis possui dois componen-


tes: tubos de sensores de medição e transmissor. Os tubos de
medição são submetidos a uma oscilação e ficam vibrando na
sua própria freqüência natural à baixa amplitude, quase imper-
ceptível a olho nu. Quando um fluído qualquer é introduzido no
tubo em vibração, o efeito do Coriólis se manifesta, causando
uma deformação, isto é, uma torção, que é captada por meio
de sensores magnéticos que geram uma tensão em formato de
ondas senoidais.

Fig. 19 - Medidor tipo coriólis

As forças geradas pelos tubos criam certa oposição à passa-


gem do fluido na sua região de entrada (região da bobina 1) e,
em oposição, auxiliam o fluido na região de saída dos tubos. O
atraso entre os dois lados é diretamente proporcional à vazão
mássica. Um RTD é montado no tubo, monitorando a tempera-

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tura deste, a fim de compensar as vibrações das deformações


elásticas sofridas com a oscilação da temperatura.
ATENÇÃO
Podemos encontrar o modelo com tubo reto, neste modelo, O transmissor é composto de
um tubo de medição oscila sobre o eixo neutro A-B, sendo per- um circuito eletrônico que
gera um sinal para os tubos
corrido por um fluido com velocidade “v”. Entre os pontos A-C, as
de vazão, alimenta e recebe o
partículas do fluido são aceleradas de uma baixa para uma alta sinal de medida, propiciando
velocidade rotacional. A massa destas partículas aceleradas gera saídas analógicas 4 a 20 mA,
as forças de Coriólis (Fc), oposta à direção de rotação. Entre os de freqüência (0 a 10000 Hz) e
pontos C-B, as partículas do fluido são desaceleradas, o que leva até digital RS 232 e ou RS 485.
Estas saídas são enviadas para
a força de Coriólis no mesmo sentido da rotação. A força de Cori- instrumentos receptores que
ólis (Fc), a qual atua sobre as duas metades do tubo com direções controlam bateladas, indicam
opostas, é diretamente proporcional à vazão mássica . O método vazão instantânea e totalizada,
de detecção é o mesmo do sistema anterior. ou para PLC´s, SDCD´s etc.

Fig. 20 - Formação das forças de coriólis

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