Impostos: Campus de Vilhena
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1. Impostos
O imposto é uma espécie tributária prevista no inciso I do art. 145 da CF/88 e no art. 5º
do CTN:
Art. 145, CF/88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos: I – impostos.
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Art. 5º, CTN. Os tributos são impostos, taxas e contribuições de
melhoria.
O CTN em seu art. 16 o define como um “tributo cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte”. Ao afirmar que o fato gerador do imposto independe de atividade estatal
específica, o legislador quis dizer que o imposto é um tributo não vinculado, o que
significa que o ente federativo o cobra, o contribuinte paga-o, mas aquele (o ente
político) não se torna obrigado a prestar nenhum serviço em contrapartida.
O tributo não vinculado não concede ao contribuinte o direito de usufruir de uma
ação direta do Estado em função do seu pagamento, razão pela qual ele é (i) não
contraprestacional e (ii) relacionado a um fato do contribuinte.
Diante da necessidade de carrear recursos aos cofres públicos para pagamento
de suas despesas universais, o Estado cobra o imposto do contribuinte que pratica fato
descrito em lei como hipótese de incidência deste tributo.
O mesmo Estado, destina a receita arrecadada ao custeio de serviços gerais
(prestação uti universi), em prol da sociedade. Assim, o imposto é um tributo
contributivo.
Material customizado a partir da obra “Espécies Tributárias, Repartição das Receitas Tributárias” de (DEGRAZI e RIBAS, 2022)
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Outro ponto que nos interessa sobre os impostos é a competência para a sua
criação.
Não se preocupe em memorizar agora os entes federados e quais impostos cada
um pode instituir. Ao tratar da competência tributária na segunda parte da aula, você
assimilará melhor esse assunto.
A Constituição Federal prevê impostos federais, estaduais/distritais e
municipais/distritais, razão pela qual se pode afirmar que há diversos impostos no
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Brasil. Tais exações estão previstas nos arts. 153 a 156 da Lei Maior.
O legislador constituinte delimitou quais são as manifestações de riqueza dos
contribuintes que acarretam na possibilidade de instituição e cobrança de imposto por
cada ente político, tendo destacado a competência privativa de cada um para instituição
do respectivo imposto:
Art. 153, CF/88. Compete à União instituir impostos sobre:
I – importação de produtos estrangeiros;
II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III – renda e proventos de qualquer natureza;
IV – produtos industrializados;
V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários;
VI – propriedade territorial rural;
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
...
Art. 155, CF/88. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior;
III – propriedade de veículos automotores.
...
Art. 156, CF/88. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I – propriedade predial e territorial urbana;
II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos
em lei complementar.
Por exemplo, o inc. III, art. 153 da CF/88 afirma que a União tem competência
para instituir imposto sobre a renda, sendo a sua base econômica a renda auferida pela
pessoa física ou jurídica – contribuinte, de modo que nem os estados, nem o Distrito
Federal, nem os municípios podem instituir imposto sobre essa manifestação de riqueza
– a renda.
Conforme será estudado na segunda parte desta aula, merece ressalvas a
afirmação de que a Constituição delimita a competência privativa de cada ente para
instituição dos impostos. Isso ocorre tem face do disposto no art. 154 da CF/88 que
concede à União competência residual e competência extraordinária para instituir,
respectivamente, Imposto Residual e Imposto Extraordinário de Guerra:
Art. 154. A União poderá instituir:
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde
que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
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Quanto aos impostos, a Constituição em seu art. 146, inc. III, alínea “a”, destaca
que além da sua definição e da definição de suas espécies, devem ser previstos em lei
complementar: fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
...
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Repare que esta não é a norma que cria o imposto, a qual, em regra, pode ser
uma lei ordinária.
A lei complementar em referência diz respeito às “normas gerais” do tributo que
devem ser observadas pelo legislador ordinário quando editar a lei que instituirá o
imposto de sua competência.
No que se refere a esses três elementos - contribuinte, base de cálculo e fato
gerador - relativos aos outros tipos de tributo, eles podem ser previstos em lei ordinária,
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sendo exigida lei complementar somente para normas gerais quanto à sua definição e
definição de suas espécies.
A Constituição Federal exige ainda a edição de lei complementar para criar
alguns impostos, quais sejam, o Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF (CF/88, art.
153, VII) e impostos residuais (CF/88, art. 154, I).
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Quanto aos valores pertencentes aos municípios, o inc. I do art. 158 da CF/88
destaca que a receita de IR que for relativa à retenção na fonte pelos municípios, em
razão de rendimentos pagos por eles, suas autarquias ou fundações por eles criadas ou
mantidas, pertencerão a eles (municípios):
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por
eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
Já o inciso II do artigo 158 trata do ITR, que é imposto de competência da União.
O dispositivo prevê que 50% do valor arrecadado caberá ao município, se for a União
que realizar a cobrança do referido imposto, ou, no caso de o município decidir cobrá-
lo, ele ficará com 100% da arrecadação:
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
...
II – cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre
a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a
totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III;
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Ainda tratando do art. 158 da CF, o inciso III refere-se ao IPVA, que é imposto
de competência dos estados. Ele prevê que 50% do IPVA pertencerá ao município em
que o veículo for licenciado:
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
...
III – cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre
a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
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§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado,
vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se
refere o mencionado inciso.
Desse valor distribuído aos estados, 25% serão entregues aos seus municípios,
em atenção ao § 4º supratranscrito.
Interessa ainda saber que, segundo o art. 160 da CF, a entrega das receitas
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repartidas nos termos dos arts. 157 a 159 não pode sofrer restrição nem vedação, o que
não se confunde com a possibilidade de a União e os estados condicionarem a
distribuição de seus recursos ao pagamento de seus créditos ou ao cumprimento do
disposto na CF/88, art. 198, § 2º, incisos II e III:
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada
e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da
aplicação de percentuais calculados sobre:
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159,
inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159,
inciso I, alínea b e § 3º.
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2. Taxas
A taxa é uma espécie tributária prevista no inc. II, art. 145 da CF/88, e nos arts.
5º e 77 do CTN: Art. 145, CF/88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
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Segundo o inc. II do art. 145 da CF/88 e art. 77 do CTN, as taxas podem ser
instituídas diante dos seguintes fatos geradores: i) exercício do poder de polícia; e ii)
utilização de serviços públicos específicos e divisíveis prestados pelo Estado.
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O poder de polícia deve ser exercido de forma regular, por meio de uma atividade
fiscalizatória que esteja em condição de ser realizada, que, como qualquer ato
administrativo, deve respeitar os ditames legais, e ser exercida sem abusos por parte
do Poder Público. Nesse sentido, o CTN, art. 78, parágrafo único, destaca que:
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem
abuso ou desvio de poder.
Para o STF a atividade fiscalizatória considera-se realizada ainda que o
contribuinte não seja concretamente fiscalizado. Isso significa que aquele que estiver
sujeito à determinada fiscalização que enseja a cobrança da taxa de polícia deve pagá-
la, independentemente da realização do policiamento de forma efetiva, bastando a
existência e o efetivo funcionamento de órgão competente que exercite o respectivo
poder de polícia.
Constata-se esse entendimento por meio do julgamento do STF proferido nos
autos do RE 416.601 que concluiu pela constitucionalidade da instituição da Taxa de
Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), cobrada de empresas potencialmente
poluidoras, independentemente de realização de fiscalização efetiva pela autoridade
administrativa.
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I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.
Um exemplo da utilização efetiva ou utilização potencial de um serviço público
pelo contribuinte é o caso da taxa de coleta de lixo domiciliar cobrada pelos municípios.
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Independentemente de ter alguém morando no imóvel, e consequente produção ou não
de lixo a ser recolhido, a referida taxa é cobrada.
A utilização efetiva do serviço se dá quando o morador produz lixo, o qual é
descartado pelo contribuinte e recolhido pelo Estado, enquanto a utilização potencial se
dá quando não há morador na casa, não tem produção de lixo, mas o
proprietário/possuidor do imóvel paga a taxa, pois o serviço está à sua disposição. Não
usufrui desse serviço, inclusive, o morador que realiza a compostagem do seu lixo, faz
reciclagem, e não descarta lixo para os aterros sanitários.
Como se vê, o contribuinte não pode fazer a opção de não pagar a taxa por não
utilizar o serviço público, bastando o seu oferecimento pelo Poder Público para que ele
possa realizar a sua cobrança.
Veja as taxas de serviço público que tiveram a constitucionalidade analisada pelo
STF e a legalidade pelo STJ:
• Taxa de segurança pública é inconstitucional (ADInMC n. 1.942/PA, j. em 05-
05-1999);
• Taxa de limpeza pública é indevida (EDiv-REsp 102.404/SP, j. em 16-12-1997
pelo STJ; AI-AgR 245. 539/RJ, j. em 14-12-1999 pelo STF);
• As custas, a taxa judiciária e os emolumentos têm natureza jurídica de taxa
(ADI 1145, julgado em 03-10-2002 pelo STF).
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3. Contribuições de Melhoria
Não basta o ente tributante realizar uma obra pública, é preciso que haja a
consequente valorização imobiliária para a cobrança desse tributo, de modo que seu
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4. Empréstimos Compulsórios
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5. Contribuições Especiais
As contribuições especiais representam um tributo de arrecadação vinculada,
pois a destinação do seu recurso é elemento essencial para caracterizá-lo como espécie
tributária e para diferenciá-las dos demais tipos de tributo. Esta espécie de tributo está
prevista nos art. 149 e 149-A da CF/88 e é subdividida em grupos:
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5.2.1. CIDE-Combustível
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Assim, a CF/1988 prevê tanto o fato gerador (que não é determinante para a sua
caracterização como tributo) como a destinação da CIDE-Combustível.
Além disso, o texto constitucional autoriza o repasse pela União de parte da
CIDE-combustível arrecadada, conforme já visto nesta aula quando tratamos sobre
impostos e a Repartição Constitucional as Receitas Tributárias.
Na oportunidade transcrevemos a CF/88, art. 159, III, e explicamos que a União
deve distribuir aos estados e ao DF 29% (vinte e nove porcento) da receita arrecadada
a título de CIDE- -Combustíveis para financiamento de programas de infraestrutura de
transportes.
Desse valor recebido, os estados devem entregar 25% aos seus municípios:
Art. 159. A União entregará:
...
III – do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio
econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o
Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o
inciso II, c, do referido parágrafo.
...
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado,
vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se
refere o mencionado inciso.
Com o intuito de que você não tenha surpresas no dia da prova listaremos
algumas CIDEs cobradas em nosso país, as quais já tiveram a sua
constitucionalidade/legalidade reconhecida perante o STF e/ou perante o STJ:
• Adicional de Tarifa Portuária (ATP) – RE 209.365, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-
3-1999, P, DJ de 7-12-2000.
• Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) - RE
177.137, rel. min. Carlos Velloso, j. 24-5-1995, P, DJ de 18-4-1997. – Súmula 553, STF.
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• Contribuição ao INCRA – Resp 977.058/RS, rel. Min. Luiz Fux. 1ª T., j. em 22-
10-2008) – Súmula 516, STJ.
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Ademais, você ainda poderá se deparar com assertivas que dizem ser a COSIP
um “Contribuição Sui Generis”. Caso isso ocorra, marque como correto pois essa é uma
dicção expressamente utilizada pelo STF para se referir a essa exação.
Deparando-se com questionamentos sobre a sua validade, o STF, ao julgar o
RE 573.675- SC acima mencionado, destacou ainda que:
JURISPRUDÊNCIA “I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP
aos consumidores de energia elétrica do município não ofende o
princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar 33
todos os beneficiários do serviço de iluminação pública. II – A
progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da
iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não
afronta o princípio da capacidade contributiva. III – Tributo de caráter
sui generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita
se destina a finalidade especifica, nem com uma taxa, por não exigir a
contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. IV –
Exação que, ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade”. (RE 573675, Relator(a): Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 25/03/2009,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-094 DIVULG 21-05-2009
PUBLIC 22-05-2009)
Por fim, atente-se para o fato de que a CF/1988, em seu art. 149-A, parágrafo
único, faculta que os municípios e o DF cobrem a COSIP na fatura de energia elétrica.
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Tenha em mente que como o assunto não foi abordado de forma direta e clara
no julgamento, não acreditamos que o examinador exija tal afirmação. No entanto, é
preciso que você leve para a prova o assunto enfrentado e o posicionamento do STF,
especificamente no que se trata da proibição do exercício da profissão nos casos de
inadimplência das contribuições: “é inconstitucional a suspensão realizada por conselho
de fiscalização profissional do exercício laboral de seus inscritos por inadimplência de
anuidades, pois a medida consiste em sanção política em matéria tributária.” Com isso,
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o STF garante que não seja imputada sanção política para coagir o devedor ao
pagamento da anuidade, impedindo-o de exercer plenamente a sua atividade
econômica e profissional, pois isso representa afronta aos princípios da
proporcionalidade, da razoabilidade e do devido processo legal substantivo.
De qualquer forma, o examinador pode copiar um trecho do julgamento e
considerá-lo como correto. Então, mantenha a compreensão de que é proibido a OAB
suspender a inscrição dos profissionais inadimplentes (inclusive se o examinador
expressar que isso se dá pelo fato de que tal ato caracteriza sanção política em matéria
tributária).
Vamos agora passar para outro tema. Uma contribuição que faz parte do grupo
“contribuições corporativas” é a contribuição sindical, que quando estabelecida por lei
será cobrada compulsoriamente do trabalhador.
Da análise do inc. IV, art. 8º, CF/88, depreende-se que a Constituição traz a
possibilidade de instituição de uma contribuição associativa - que é estabelecida em
assembleia geral - para custeio do sistema confederativo.
Essa exação é chamada de contribuição confederativa e não terá natureza
tributária, de modo que não é obrigatório o seu pagamento pelos profissionais da
respectiva categoria econômica que não sejam filiados ao respectivo sindicato.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
seguinte: ... IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se
tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para
custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei.
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Como se vê, atualmente não existem mais contribuições sindicais com natureza
tributária. Nada impede, entretanto, que voltem a ser cobradas caso instituídas em lei
de forma cogente, tendo em conta a manutenção da competência para sua instituição
na Constituição Federal.
Para finalizar o tema, queremos que você preste atenção no seguinte quadro
resumo onde aparecem todas as contribuições especiais:
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