Propedêutica em Obstetrícia
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Propedêutica em Obstetrícia
A – Sinais de Presunção
Sinais de presunção: Devem ter maior relevância conforme desejo de engravidar e método de anticoncepção de baixa
eficácia.
Nas mamas - Congestão mamária e mastalgia, pigmentação das aréolas e
surgimento dos tubérculos de Montgomery, rede venosa visível
Os tubérculos de Montgomery - São pequenos altos arredondados,
semelhantes a borbulhas, com um aspeto esbranquiçado, situadas nas
aréolas à volta dos mamilos de ambas as mamas. Tratam-se de glândulas
sebáceas (glândulas que produzem sebo, uma substância oleosa) cujo
objetivo é proteger e hidratar a zona onde surgem.
Na pré-conceção - Estas glândulas são designadas tubérculos de Morgagni.
Mas, com a gravidez, o seu tamanho aumenta e cobrem uma maior parte da
aréola, mudando também de designação, passando a chamar-se tubérculos
de Montgomery.
uterino
Alterações no muco cervical - Maior quantidade de muco.
Alterações cutâneas - Estrias, hiperpigmentação da face – cloasma e linha nigra
O cloasma - Também conhecido como cloasma gravídico, corresponde a manchas escuras que surgem na pele
durante a gravidez, principalmente na testa, no lábio superior e no nariz, e está relacionado com as alterações
hormonais típicas da gestação
A linha nigra - -É uma marca de cor mais escura na vertical que aparece no meio da barriga das grávidas no meio da
gestação. Podendo aparecer apenas na parte inferior ao umbigo ou em toda extensão abdominal, a linha nigra é uma das
mudanças que a pele sofre durante a gestação
B – Sinais de Probabilidade
Obstetrícia Tiago Amorim 2025/2
Útero - Alterações em formato e consistência do útero
Sinal de Hegar - Flexão do corpo sobre o colo uterino no toque bimanual.
Sinal de Nobile-Budin - Preenchimento do fundo de saco vaginal pelo útero percebido ao toque vaginal);
Sinal de Puzos - Também chamado de rechaço uterino. Durante o exame bimanual faz-se um empurrão no fundo de
saco vaginal posterior, o útero desloca-se superiormente e depois empurra o dedo vaginal novamente.
Movimentos Fetais - Percepção de movimentos e partes fetais pelo examinador (a partir de 18-20 semanas).
E – Consulta Pré-natal
1ª consulta - anamnese e exame físico completos:
Atenção para antecedentes ginecológicos e obstétricos.
Avaliar uso de substâncias ilícitas, tabaco e álcool.
Identificar peso, altura e idade.
Investigar critérios para discriminação → Gestação de Baixo Risco x Gestação de Alto Risco
Planejamento dos cuidados + frequência de consultas.
Fornecer carteira de pré-natal.
F – Intervenções
Identificação de risco de PE (Pré-Eclâmpsia) - (FR apenas ou calculadora FMF) → AAS VO
Identificação de risco de TPPT (Trabalho de Parto Pré-termo) (FR + colo uterino entre 18-24 semanas) →
Progesterona VV e cerclagem.
Cerclagem - Significa sutura em bolsa e foi idealizada como maneira de manter o colo fechado, impossibilitando
anatomicamente sua dilatação antes do final da gravidez, evitando, assim, a prematuridade.
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Identificação de fatores para TVE na gestação (RCOG/ACOG) → Enoxaparina Sódica
Identificação de IMC → estabelecer metas de ganho ponderal (Encaminhamento acompanhamento nutricional se
sobrepeso, obesidade e DM na gestação).
Identificação de aporte de cálcio na dieta (suplementar com leite derivados ou demais alimentos ricos em cálcio -
caso intolerância → suplementar com carbonato de cálcio) → Prevenção de PE
Monitorização pressórica da pressão em todas as consultas de pré-natal → Doença hipertensiva na gestação é a
principal causa de óbito materno no Brasil!
EF - Identificação de contraindicação ao Exercício Físico.
Screening de depressão → Gestação pode ser um evento traumático levando a descompensação Ex.: Depressão pós-
parto.
Identificação de sedentarismo → Estabelecer rotina de Exercício Físico!
Coleta de CP - Coletar na gestação caso a paciente não tenho CP no último ano.
Em caso de patologias com necessidade de acompanhamento com demais especialidades - Certificar encaminhamento
ou acompanhamento (Ex.: HIV/infectologia, DRC/nefrologia, asma/pneumologia…)
Suplementar ácido fólico - Do início da gestação até 12 semanas (Estender se critério)
Suplementar sulfato ferroso - A partir de 20 semanas (dose e momento variando conforme indicação )
Obstetrícia Tiago Amorim 2025/2
G - Cabeçalho básico
# Idade
# GPA (Histórico obstétrico prévio) – A segunda informação mais importante da consulta
# IG (1º US com data e IG utilizado para datação) – A primeira informação mais importante da consulta
# TS (Tipagem sanguínea) - CI (Coombs indireto mais recente se Rh negativo)
O que é Coombs Indireto? - O teste de Coombs indireto procura por anticorpos contra células vermelhas no
sangue com fator Rh positivo. Esses anticorpos são produzidos se uma pessoa Rh negativo entra em contato com
sangue Rh positivo.
# SR - (Toxoplasmose, HbsAg, anti-HIV, VDRL com data de coleta)
# Patologias atuais - Descritivo da patologia (acompanhamento, medicações, procedimentos, classificações relevantes
Ex.: NYHA e mWHO para cardiopatias, Classificação GINA para controle de asma)
# A/D/C/M - (Alergias, Doenças prévias, Cirurgias e Medicações em uso)
# T/A/UDI - (Tabagismo, Etilismo, uso de drogas ilícitas com quantificantes Ex.: maços/ano, em uso desde…)
Obstetrícia Tiago Amorim 2025/2
# LAC - (Laboratorias do pré-natal)
# US - (Ultrassonografias realizadas no pré-natal distinguindo tipos de exame Ex.: USTV, US Obst, US Obst + PBF +
PHF, Morfológico de 1º tri, Morfológico de]
G3 - Intervenções – Vacinação
Influenza
HBV esquema completo (0,1,6 meses) documentado
Tétano esquema completo (Esquema infantil ou 2 doses de dT)+ reforço nos últimos 5 anos.
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H – Ultrassonografia
Pré-natal sem US - É inadmissível em 2023.
US datação + Morfológico 1º trimestre 11 a 13+6 semanas + Risco PE
US morfológicos 2º trimestre + Avaliação colo uterino + Risco PE
Rastreamento distúrbios de crescimento 28 a 32 semanas (Protocolo RCF)
Ecocardiograma fetal → Populações de alto risco
Monitorização de vitalidade fetal - gestações de alto risco (PBF/PHF)
H – EXAME FÍSICO
Quando realizar - Deve ser realizado em todas as consultas.
Exame do abdome - Para identificação de altura uterina, massas que não o útero dor à palpação, manobras de Leopold-
Zweifel.
EF completo das mamas - Na primeira consulta valorizando achados em pacientes de alto risco.
Altura uterina: método pouco sensível e específico para identificação de distúrbios de crescimento.
DU: em todas as pacientes principalmente em contexto de urgência e emergência a partir de 20 semanas.
BCF: doppler contínuo → BCF identificável entre 10 e 11 semanas.
MF - Avaliar em todas consultas > 18 semanas
TV (Toque Vaginal): Obrigatório na primeira consulta e monitorização do terceiro trimestre.
Toda paciente com queixa de dor abdominal, contrações, suspeita de quadro infeccioso ou demais deve
passar por TV → TPPT é DD.
EE (Exame Especular): Deve ser realizado na primeira consulta + coleta de CP
Sempre que a paciente apresentar queixa de perda líquida vaginal, sangramento, corrimento ou suspeita de ITU
baixa.
Não deve ser realizado com lubrificação!
Na ausência de auxiliar → TÉCNICA DE UMA MÃO ENLUVADA*
I – Queixas
Maioria das consultas - Paciente é assintomática ou possui queixas relacionadas às alterações fisiológicas da gestação:
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Estrias, dores lombares, dor hipogástricas, cãibras, náusea, vômitos, pirose, constipação, varizes, edema em MMII,
hemorroidas, polaciúria, astenia, insônia, tontura.
Queixas que devem despertar atenção e investigação por anamnese e exame físico: Dor lombar, dor abdominal,
endurecimento da barriga, perdas vaginais, sangramento, redução da movimentação fetal (>20 semanas), febre, disúria,
perda líquida, síncope.
Pacientes com alto risco para PE e >20 semanas: cefaléia (Principal refratária a analgesia simples), sintomas
neurológicos principalmente visuais, epigastralgia persistente refratária a medidas clínicas, náusea e vômito persistentes.
J – Consulta de Emergência
Imprescindível - A avaliação de sinais vitais (PA, FC, FR, Saturação, HGT se síncope/episódio convulsivo/mal
estar/DM)
EE: Em caso de queixa clínica de corrimento, perda líquida ou sangramento.
Suspeita de bolsa rota → Sempre realizar EE DEVE SER REALIZADO examinador experiente
Quando realizar? – ANTES DO TV (comprometimento do pH e contaminação de possíveis exames laboratoriais
para avaliação)
Está proscrito - O uso de lubrificante em pacientes gestantes (Contaminação da amostra)
TV: obrigatório em todos os casos (Exceção pacientes avaliadas recentemente em AGAR sem quadro sugestivo de
TPPT/RUPREME).
Sempre em paciente com sangramento verificar implantação placentária em exame US prévia antes de realizar o TV →
Placenta prévia contraindica o TV.
ANOTAÇÕES EM AULA
Não indicação de PC - Pré-eclâmpsia não é indicação para PC, Pico hipertensivo não é indicação para PC.
Idade Gestacional (principais métodos) – DUM, Altura uterina, US.
DUM – Não se utiliza muito na prática
< 20S – Procurar atendimento – Dor refratária a analgesia (em qlq local), Sangramento (qualquer sangramento), febre.
Ou caso julgue necessário
> 20 S – Todas acima + Redução da movimentação fetal, qualquer corrimento, perda liquida, contrações.
Sinais vitais – PA (O mais importante de todos – Sempre analisar), So2, FR, FC, HGT (principalmente paciente com DM,
Mal estar, desconforto, síncope ou convulsão), T.
PA (diagnóstico) – Dois picos hipertensivos no intervalo de 4 a 24 horas. Na prática não se respeita muito esse horário.
>140/90
Hipertensão prévia – Pergunta se ela já foi diagnosticada. Dois picos hipertensivos com menos de 20 semanas.
Hipertensão gestacional – Dois picos hipertensivos após 20 semanas. Ausência de proteinúria.
Pré-Eclâmpsia – Proteinúria presente + Dois picos hipertensivos após 20 semanas
Pré-Eclâmpsia sobreposta – HAS prévia que desenvolve pré-eclâmpsia. COMPLICAÇÂO
FC – Aumenta cerca de 10 BPM
FR – Se mantém
Hipoglicemia – Abaixo de 65 assintomática
Exame – Altura uterina (12 semanas), e movimentação fetal (Emergência). Dinâmica uterina (>20 semanas – se dor)
Exame especular - (Se sair alguma coisa), toque vaginal(sempre),
Toque vaginal – Assintomática – Apenas a partir do 3º trimestre
>20s – Consegue palpar movimentação fetal (precisa sentir apenas uma vez) –
DU – fr (fracas) (20 -40 s), Mo(moderada) (40-60s) e Fo(forte) (>60s). BH.
Exame especular (E.E) – Quando sair alguma coisa da vagina da paciente. Realizar antes do toque vaginal. Especular
primeiro. Paciente com disuria deve-se fazer tb.
Toque vaginal – Em casos de emergência em todas as pacientes. No pré-natal apenas na primeira consulta e no terceiro
trimestre.
Batimento Cardíaco Fetal – 110 – 160 (seis semanas – US, Doppler de Mão – 12 semanas – Esteto – 28 semanas). Mais
importante do exame físico
Doppler de mão – Em via de regra > 14 semanas.
Alterações transitórias do BCF – Benignas (reativações (aumento de 15bpm por 15s) Desaceleração intraparto – DIP
tipo I(redução de 15bpm por 15s)
DIP tipo 2 – Maligna
Obstetrícia Tiago Amorim 2025/2
DIP tipo 3 – Redução de 15bpm por 15s sem relação com a contração)