Comportamento Do Consumidor
Comportamento Do Consumidor
Comportamento Do Consumidor
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR....................................................................... 9
CAPÍTULO 1
O QUE É O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR?.................................................................. 9
CAPÍTULO 2
O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E OS PROCESSOS DE TROCA................................... 13
UNIDADE II
INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS................................................................................. 17
CAPÍTULO 1
VARIÁVEIS SOCIOCULTURAIS E COMPORTAMENTO DE CONSUMO............................................ 17
CAPÍTULO 2
FATORES PSICOLÓGICOS........................................................................................................ 22
UNIDADE III
INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR..................................................................... 30
CAPÍTULO 1
O PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA DO CONSUMIDOR................................................... 30
CAPÍTULO 2
O PROCESSO DE PÓS-COMPRA E SUAS CONSEQUÊNCIAS...................................................... 35
UNIDADE IV
O CONSUMIDOR ORGANIZACIONAL.................................................................................................... 39
CAPÍTULO 1
O COMPORTAMENTO DE COMPRA E PÓS-COMPRA............................................................... 39
CAPÍTULO 2
A GLOBALIZAÇÃO E O NOVO CONSUMIDOR.......................................................................... 43
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 47
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Comportamento do consumidor é uma área de estudo que vem ganhando notoriedade
cada vez maior no cenário do varejo. O que vem se observando, principalmente a partir
do final do século passado, é uma grande preocupação das empresas e das instituições
públicas e privadas para conhecer as principais tendências no consumo de bens e serviços,
como forma de antecipar-se às reais necessidades e aos reais desejos dos clientes.
Pode parecer uma coisa simples, mas entender o comportamento de compra dos
consumidores não é uma tarefa fácil; na verdade, é um verdadeiro desafio. Isso, porque o
comportamento das pessoas em situação de consumo é geralmente irracional e bastante
imprevisível: dizem uma coisa e fazem outra, adotam padrões de comportamento
estranhos só para “ficar na moda” ou tomam atitudes inimagináveis, como a de
implantar piercings 1 nas partes mais delicadas do próprio corpo.
Como um ser humano que é, o consumidor possui motivações diversas, que o impelem
a buscar a realização de suas ambições em realizar-se como pessoa. É dotado de uma
personalidade própria, que o leva a formar percepções diferenciadas e a preferir
determinados produtos e/ou serviços de maneira customizada, segundo suas próprias
crenças e seus valores. Da mesma forma, desenvolve atitudes favoráveis ou desfavoráveis
com relação a produtos, lojas, comerciais, vendedores etc.
Como o consumidor é apenas uma parte do ser humano, ele também aprende o nome
de produtos e marcas, o nome e a localização de lojas, a maneira de utilizar produtos e
serviços disponíveis no mercado, as características de produtos próprios e impróprios
para o consumo etc. É claro que para fazer tudo isso e mais ainda, as pessoas recorrem
a processos cognitivos diversos, capazes de identificar uma informação, captá-la,
compará-la com informações anteriores e definir um curso de ação coerente com seus
próprios desejos e necessidades.
1 Perfurações no couro cabeludo, na língua, no umbigo, na sobrancelha etc. que abrigam pingentes e outros adornos.
7
No entanto, além desses aspectos que refletem a individualidade dos consumidores
enquanto seres humanos, não podemos esquecer que todos nós vivemos em sociedade
e nos submetemos à pressões e a outras circunstâncias que certamente irão influenciar
nosso comportamento em situação de consumo. Desta forma, a participação em grupos
de referência, como o da escola ou o do trabalho, e o convívio com líderes de opinião
direcionam nossas atitudes e nossos comportamentos segundo a cultura da qual
fazemos parte e estabelecem determinados padrões de consumo.
Vale à pena ressaltar, ainda, nesta parte introdutória de nosso texto instrucional,
que, para que haja consumo, é necessário que haja uma compra. Daí a necessidade
de estudarmos com algum detalhe a forma como o consumidor toma as suas decisões
de compra e os sentimentos de satisfação ou de insatisfação resultantes desse ato,
acompanhados de suas consequências. Por último, destacamos, também, a necessidade
de identificarmos em nosso texto as diferenças existentes entre o consumidor pessoa
física e os consumidores organizacionais, no que se refere aos aspectos citados nos
parágrafos anteriores.
Agora, mãos à obra. Ao longo do estudo das diversas unidades que compõem este
módulo, tente identificar o consumidor que existe dentro de você, para começar a
entender um pouco melhor as atitudes e os comportamentos que utilizamos no nosso
dia a dia em situações de consumo de bens ou de serviços.
Objetivos
»» Identificar e analisar fatores internos e externos que influenciam o
comportamento do indivíduo em situação de consumo.
8
INTRODUÇÃO AO
COMPORTAMENTO DO UNIDADE I
CONSUMIDOR
CAPÍTULO 1
O que é o Comportamento
do Consumidor?
Como sabemos, uma das principais razões do marketing ter se desenvolvido de forma
progressiva a partir da segunda metade do século passado foi a sua preocupação
constante em ajudar as organizações a serem mais rentáveis e competitivas. Era
necessário conhecer profundamente o comportamento das pessoas, suas necessidades,
seus desejos e suas motivações, buscando entender o processo de como, quando e
por que elas compravam diferentes bens e serviços. Teve início, assim, o estudo do
comportamento do consumidor.
Por outro lado, desejos são maneiras como as necessidades são satisfeitas, à luz da cultura
e da personalidade do indivíduo (KOTLER, 2000). Uma das funções mais importantes
do marketing é a de converter as necessidades em desejos, ao destacar os benefícios e as
vantagens de produtos e serviços ofertados. Para clarificar melhor esse ponto, podemos
tomar como exemplo a necessidade fisiológica da fome. Quando estamos com fome,
poderemos saciá-la com hambúrguer, batatas fritas e refrigerante, com um rodízio
9
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
O consumidor não é uma figura estática; ao contrário, ele está em constante movimento
no mercado do qual faz parte. Porém, somente uma pequena parte dele está sempre
visível, representada por seu comportamento no dia a dia. É como se fosse um iceberg
humano, em que as reais intenções, motivações e atitudes permanecem ocultas. Tal
como o cientista interessado em estudar a estrutura de um iceberg, os estudiosos do
comportamento do consumidor utilizam métodos e técnicas capazes, que permitem
“imergir” no interior do consumidor e analisá-lo mais profundamente. Desta forma, é
possível enxergá-lo no seu todo, descobrindo as verdadeiras razões que o levam a agir
de determinada maneira. As motivações do comportamento do consumidor variam
desde crenças, atitudes, preconceitos e valores, até interesses, necessidades ou desejos e
outras forças motrizes que estimulam o comportamento humano e variam de indivíduo
para indivíduo.
Figura 1 – O consumidor é como um iceberg: o comportamento é visível, mas os motivos são ocultos
10
INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR │ UNIDADE I
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
12
CAPÍTULO 2
O Comportamento do Consumidor e os
Processos de Troca
As trocas restritas são, na verdade, o tipo mais simples de troca. São realizadas entre
duas partes que interagem em uma relação recíproca. Um bom exemplo dessa relação
é o da interação entre o médico e seu paciente. Já as interações complexas envolvem
três ou mais atores, em um conjunto de relações mútuas. Exemplo: a aquisição de um
produto por uma loja, que irá, por sua vez, vendê-lo ao seu cliente. Nesse caso, cada
uma das partes envolvidas no negócio depende da outra, para que todos possam obter
benefícios na relação.
As trocas internas são caracterizadas pelas relações de troca que ocorrem dentro do grupo,
que pode ser a família ou a empresa. Nesse caso, não é necessário recorrer a terceiros
que estejam fora do grupo familiar ou no mercado, no caso das empresas. As trocas
externas são relações que ocorrem entre o grupo familiar ou a empresa e elementos de
fora. Exemplo: a aquisição pela família ou pela empresa de produtos no varejo.
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
As trocas formais são efetuadas por meio de contratos escritos ou verbais e frequentemente
são externas. Por exemplo, um contrato de aluguel. Já as trocas informais envolvem
contratos sociais não escritos e não verbalizados. Exemplo: o namoro. Nesse caso, as
normas sociais e a pressão das pessoas envolvidas substituem os contratos formais.
Uma troca relacional envolve uma transação que implica um compromisso de longo
prazo entre as partes, como, por exemplo, as relações entre comprador e vendedor em
uma transacão com bens duráveis. Por outro lado, na troca transacional, a interação
entre as partes é breve, ou seja, paga-se dinheiro por mercadorias sem uma interação
maior. Exemplo: a compra de alimentos.
A questão ética
Um dos fatores mais importantes nas relações de troca entre o comprador e o vendedor
são os laços de confiança, diretamente influenciados pela conduta ética de ambos os lados.
Ética consiste no “estudo dos julgamentos normativos com relação ao que é moralmente
certo e errado, bom e ruim” (MOWEN; MINOR, 2004). Os julgamentos éticos envolvem
um conflito entre o interesse pessoal dos indivíduos e um determinado padrão de conduta
que se impõe, dando origem ao Dilema Ético. A seguir, estão relacionados três importantes
premissas, que devem idealmente nortear as relações de troca entre as partes, dentro de
um postura ética adequada.
»» Propaganda enganosa.
14
INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR │ UNIDADE I
»» Utilização de subornos.
Por outro lado, os consumidores também devem agir de maneira ética ao tratar de
negócios, embora muitas vezes não o façam. Podemos citar, como exemplos mais
comuns de infrações éticas por partes dos clientes, as seguintes.
Filme recomendado: Uma Linda Mulher – Com Richard Gere e Julia Roberts
Sinopse: Um jovem e rico executivo, Richard Gere, aborda na rua uma jovem
prostituta, Julia Roberts, e, durante uma semana, tenta ensiná-la a se vestir e
a se comportar. Algumas partes do filme acabam denunciando a influência de
crenças, valores, preconceitos etc. no comportamento de consumo das pessoas.
Fique à vontade para comentá-lo com seu tutor e/ou com seus colegas.
15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
16
INFLUÊNCIAS
SOCIOCULTURAIS E UNIDADE II
PSICOLÓGICAS
CAPÍTULO 1
Variáveis Socioculturais e
Comportamento de Consumo
»» Cultura
»» Subcultura
»» Classe Social
»» Grupos de Referência
»» Família
Cultura
Na vida em sociedade, o homem constrói com seus semelhantes costumes, crenças
e valores, conhecimentos conceitos, preferências (elementos imateriais), bem como
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UNIDADE II │ INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS
utensílios, equipamentos, construções etc. (elementos materiais). Tudo isso vai sendo
passado de geração em geração, fornecendo aos indivíduos um senso de identidade e
uma compreensão do comportamento aceitável dentro da sociedade a que pertence.
Tal processo é chamado de socialização. Portanto, a cultura é uma espécie de herança
social, composta de elementos materiais e abstratos, que vai sendo modificada e
aperfeiçoada com o passar do tempo, de geração em geração, e que define os valores
e as ideias de uma sociedade. Os valores são o componente mais forte de uma
cultura. Consistem em crenças partilhadas ou normas de grupo internalizadas pelos
indivíduos, com algumas modificações.
Subculturas
As subculturas são partes de uma cultura maior. Constituem grupos de indivíduos
dentro de uma determinada cultura que exibem atitudes e comportamentos
diferenciados da cultura principal. São exemplos de subgrupos: religião, Estado
em que nasceu, nível de renda, idade etc. Considerando que os subgrupos possuem
sistemas de valores próprios e exibem tendências de comportamento diferenciadas
em relação à cultura principal à qual pertencem, é importante que os profissionais
de marketing estejam atentos a esses segmentos, sobretudo quando representam
significativas parcelas da população.
Classe social
Outra influência importante sobre o comportamento do consumidor é a classe social.
Todas as sociedades possuem algum tipo de hierarquização, para acomodar seus membros
dentro de posições específicas na escala social. Observa-se que o comportamento de
compra das pessoas é fortemente influenciado pela classe social a que pertencem.
Classes sociais são, “divisões ordenadas e relativamente permanentes de uma sociedade,
cujos membros possuem valores, interesses e comportamentos similares” (SAMARA;
MORSCH, 2005). Constituem grandes agregações, hierarquizadas, com mobilidade de
18
INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS │ UNIDADE II
uma faixa para outra e homogêneas em sua constituição. São medidas, normalmente,
obedecendo-se a critérios objetivos, tais como: renda, instrução e ocupação.
Nos Estados Unidos, é bastante comum classificar as classes sociais como: Alta (superior e
inferior), Média (superior e inferior) e Baixa (superior e inferior). No Brasil, utilizamos
variáveis sociais e econômicas para agrupar as classes sociais em cinco níveis: A, B, C,
D e E. Ao contrário do que se poderia pensar, o segmento de baixa renda em nosso país
(faixas C, D e E) tem se tornado cada vez mais atraente nos negócios, porque responde
por algo em torno de 40% do consumo nacional1. A pesquisa foi realizada pelo Ibope.
Grupos de referência
Entre as inúmeras influências a que estão expostos os consumidores, os grupos de
referência constituem uma das fontes mais poderosas de pressão persuasiva. São
grupos com os quais o indivíduo se identifica para a formação e/ou modelagem de seus
valores, de suas atitudes e de seus comportamentos. Podem ser grandes e diversos ou
pequenos e mais íntimos, porém o mecanismo psicológico que estabelece o vínculo
entre o indivíduo e tais grupos parece ser a necessidade que todos nós temos de obter
aprovação de pessoas e/ou grupos que são importantes para nós, como forma de
melhorar nossa imagem perante eles.
Figura 3.
19
UNIDADE II │ INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS
Família
Constitui o grupo de referência mais importante na vida das pessoas, tamanha é a sua
influência sobre os indivíduos. É uma unidade social em que as pessoas estão ligadas
por laços sanguíneos ou pelo casamento, existindo obrigação de apoio e se cuidado
entre seus membros, além de um senso comum de identidade (SHETHM MITTAL;
NEWMAN, 2001). Em termos de influência sobre o consumo dos indivíduos, devemos
destacar, primeiramente, a chamada família de orientação: trata-se da família em que
nascemos. Em seguida, há que destacar-se o papel da família de procriação, ou seja,
aquela que estabelecemos por meio do casamento. O fato é que os membros dessas
famílias tendem a influenciar-se mutuamente por meio dos produtos e serviços que
compram em diferentes áreas, como: educação, lazer, alimentação, vestuário etc. Tal
interação acaba por modelar comportamentos, baseado no compartilhamento de
experiências, hábitos diversos, valores etc.
Observa-se que, ao longo das últimas décadas, os papéis tradicionais da família, antes
distribuídos de acordo com uma cultura mais conservadora, têm sofrido mudanças
drásticas, face às modificações ocorridas na sociedade moderna, principalmente nos
últimos 20 anos. Já não se pode dizer que o lugar da mulher é em casa, cuidando do
marido e dos filhos ou que o homem é o chefe da casa. Nos últimos anos, essa divisão de
papéis assumiu uma configuração muito mais democrática, favorecendo um intercâmbio
maior de papéis e responsabilidades no seio das famílias. Todas essas mudanças acabam
por influenciar profundamente o perfil de consumo de homens e mulheres do século
XXI. Por último, cabe salientar que é por meio do estudo do Ciclo de Vida da Família
que os profissionais de marketing encontram elementos para planejar a introdução de
novos produtos e/ou serviços e outras estratégias que lhes permitam fazer inferências
de consumo mais seguras em determinado mercado. O Ciclo de Vida familiar consiste
em uma série de estágios relativos ao modo como uma família nasce, cresce e desenvolve
20
INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS │ UNIDADE II
21
CAPÍTULO 2
Fatores Psicológicos
Aprendizagem
A aprendizagem ocupa um papel de muita importância no processo de compra,
uma vez que grande parte dele é formado por comportamentos aprendidos. Tais
comportamentos se estabelecem a partir de experiências de consumo anteriores
e fontes de informações sobre produtos e serviços diversos. Segundo Rocha e
Christensen (1999), a aprendizagem, sob a ótica do comportamento do consumidor, é
um processo de assimilação de experiências, fortemente afetado pelas consequências
do comportamento adotado. Isso quer dizer que os comportamentos seguidos de
consequências satisfatórias (reforço) tendem a repetir-se no futuro, enquanto aqueles
cujas consequências não geram satisfação ou geram sofrimento tendem a ser evitados
ou extintos. Em outras palavras, o processo de aprendizagem envolve ligações entre
estímulos e respostas. Portanto, podemos facilmente observar que o comportamento
do consumidor poderá ser direcionado ou modelado pelos profissionais de marketing,
sempre e quando tenha as informações necessárias sobre o que motiva o seu cliente.
A Teoria Comportamental ainda nos aponta três conceitos muito importantes para
o processo de aprendizagem do indivíduo em situação de consumo: a punição, a
discriminação e a generalização. A punição ocorre quando queremos desestimular
determinado comportamento no indivíduo. Exemplo: negar a troca ou a devolução da
mercadoria, por estar danificada ou fora dos prazos aceitáveis segundo as políticas da
loja e a Lei do Consumidor. A discriminação ocorre quando o cliente percebe diferenças
entre um determinado produto de primeira linha e seu similar, porém de qualidade
inferior. Por último, é por meio do processo de generalização que o consumidor
transfere aprendizagens anteriores sobre produtos ou serviços, para a situação atual.
Exemplo: você “aprende” que os produtos da rotisseria do seu supermercado da esquina
22
INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS │ UNIDADE II
não prestam, porque uma vez comprou um assado fatiado que estava estragado. De
uma maneira geral, esses conceitos são aplicados para favorecer a aproximação do
consumidor ao produto/serviço oferecido por seu negócio, visando a uma possível
fidelização do cliente à loja ou ao produto.
Percepção
A percepção é um processo psicológico subjetivo que nos ajuda a entender o mundo
à nossa volta. É disparada por meio dos nossos órgãos dos sentidos, como a visão, a
audição, o tato, o paladar etc. Em nosso dia a dia, estamos expostos a um sem-número
de estímulos e seria impossível responder a todos eles sem entrar em colapso. Então,
absorvemos em nosso sistema cognitivo somente aquelas informações (luzes, sons,
imagens etc.) que fazem sentido para nós, face ao que aprendemos ao longo de nossas
vidas. É por isso que dizemos que a percepção é subjetiva. Tais informações ou estímulos
são captados e absorvidos pelos órgãos dos sentidos sob a forma de sensações. Nessa
fase, também chamada de seleção de estímulos, ainda não existe um significado que nos
diga o que é que estamos percebendo, realmente os órgãos dos sentidos estão tratando
de captar as informações do ambiente perceptual, para convertê-las mais adiante em
verdadeiras percepções. E vão atrair muito mais nossa atenção, sendo absorvidos
rapidamente, aqueles estímulos que “saltem à vista”.
»» Informações repetitivas.
»» Situações inusitadas.
23
UNIDADE II │ INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS
Além dessas possíveis influências, temos que considerar que a nova informação
poderá esbarrar, ainda, em percepções anteriores e resistentes, como: preconceitos,
superstições, crendices etc.
Figura 4.
Personalidade
A personalidade é outro fator que exerce uma influência psicológica importante no
comportamento do consumidor. Podemos defini-la como o “conjunto de características
psicológicas singulares que levam a reações relativamente coerentes e contínuas em
relação ao ambiente” (SAMARA; MORSCH, 2005); ou, como prefere Linda Davidoff
24
INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS │ UNIDADE II
A personalidade começa a se formar nos indivíduos logo nos primeiros anos de vida.
Fatores hereditários somados a um processo constante de interação com o ambiente
por meio da percepção começam a desenvolver nas pessoas certos padrões de atitudes e
comportamentos que vão se consolidando com o tempo, por ensaio e erro. Isso significa
que as tentativas de interação com o ambiente seguidas de consequências agradáveis
tenderão a ser assimiladas como estratégias de comportamento assertivo. Aquelas que
resultem em fracassos ou exposições emocionais dolorosas serão postas de lado, em atitude
essencialmente defensiva do organismo, embora, nem por isso deixem de contribuir
para o amadurecimento do indivíduo. A maioria dos pesquisadores concorda que, de um
modo geral, o amadurecimento da personalidade acontece gradualmente, ano após ano.
Êxitos e fracassos ao longo dos anos acabam se convertendo em fortes instrumentos para
a modelagem da personalidade dos indivíduos. O grupo familiar, tal como referido no
capítulo anterior, exerce grande influência na formação da personalidade das crianças,
seguido pelo grupo de amigos, colegas de escola e outros atores sociais.
»» Fuga: alguém cujo namoro acabou entra em uma loja de roupas para
fazer compras;
25
UNIDADE II │ INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS
Atitudes
O papel das atitudes é fundamental para entender o processo decisório do cliente e
tentar predizer seu comportamento. São predisposições aprendidas para reagir
favorável ou desfavoravelmente a estímulos presentes no ambiente dos indivíduos
(ROBBINS, 2005). Essa “predisposição para reagir” representa uma força que dirige o
comportamento do consumidor e é por isso que dizemos que as atitudes são, na verdade,
uma espécie de intenções de se comportar. São formadas a partir das nossas crenças e
valores, como resultado da influência familiar, da nossa personalidade e da influência
do meio social em que vivemos. No âmbito das influências psicológicas que atuam
sobre o consumidor, é de fundamental importância para o profissional de marketing
compreender as preferências e as aversões dos compradores, ou seja, as suas atitudes.
Uma atitude pode ser favorável ou desfavorável, refletindo, portanto gostos ou aversões.
Em termos de comportamento do consumidor, tais gostos ou aversões irão determinar
sua aproximação ou seu distanciamento de determinados produtos ou serviços
existentes no mercado.
Motivação
Falamos, no primeiro capítulo, que o consumidor se comporta como um iceberg, ou seja,
existem forças internas, que não podemos ver, mas que provocam o comportamento de
compra. Portanto, o comportamento do consumidor é causado ou motivado. Assim, para
satisfazer suas necessidades ou alcançar seus objetivos, os indivíduos são compelidos
por uma energia interna a qual se dá o nome de motivação. Consiste em um “estado
interno resultante de uma necessidade que provoca um comportamento destinado a
satisfazê-la” (ROBBINS, 2005). O mecanismo da motivação é disparado a partir de
estímulos que nos mostram que existe uma necessidade ou carência a ser satisfeita.
Em seguida, cria-se um estado de tensão que nos fará ir em busca do objeto, da pessoa
ou da situação que irá resolver o nosso problema, satisfazendo nossas necessidades e
27
UNIDADE II │ INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS
No início dos anos 1970, um psicólogo americano chamado Abraham Maslow propôs
uma teoria de motivação de ampla aceitação até os dias de hoje, porque explica
com simplicidade a origem do comportamento motivado. Segundo Maslow, nosso
organismo está constantemente gerando necessidades e estabelecendo prioridades
para seu atendimento. Maslow propôs, na verdade, uma hierarquia de necessidades
sob a forma de uma pirâmide, contendo em sua base as necessidades primárias e, na
parte superior, as necessidades sociais, de estima e de autorrealização. Abaixo, segue
uma descrição sucinta de cada um dos cinco tipos de necessidades, normalmente
comuns a todas as pessoas:
28
INFLUÊNCIAS SOCIOCULTURAIS E PSICOLÓGICAS │ UNIDADE II
Embora a teoria de Maslow esteja voltada para a satisfação das necessidades humanas
de um modo geral, observa-se que sua estrutura e seu funcionamento ilustram bastante
bem o que acontece com o consumo. Segundo os estudiosos da área de marketing,
os consumidores se movem ao longo da pirâmide, à medida que adquirem bens
e/ou serviços.
6. Descreva uma situação real de compra que possa ser explicada por
meio do mecanismo do ciclo motivacional com barreira.
29
INTRODUÇÃO AO
COMPORTAMENTO DO UNIDADE III
CONSUMIDOR
CAPÍTULO 1
O Processo de Decisão de Compra
do Consumidor
Até aqui, o comportamento do consumidor tem sido tratado como o resultado da ação
de fatores socioculturais (cultura, subcultura, classe social, grupos de referência e
família) e psicológicos (aprendizagem, percepção, personalidade, autoconceito, atitudes
e motivação). Porém, não devemos negligenciar a presença dos fatores situacionais,
que, somados às influências dos dois primeiros, irão balizar o comportamento do
consumidor. Os fatores situacionais são variáveis de contexto ligadas a um momento
e a um lugar específico e que exercem importante influência sobre o comportamento.
Compreendem, basicamente, cinco categorias.
»» Ambiente físico.
»» Ambiente social.
»» Tempo.
»» Razão de compra.
30
COMPORTAMENTO DE COMPRA E PÓS-COMPRA DO CONSUMIDOR │ UNIDADE III
Ambiente físico
Refere-se à localização, à atmosfera da loja, aos aromas, aos sons, às luzes, às condições
meteorológicas e a outros fatores do ambiente físico no qual acontece a decisão
de compra. Por exemplo: é bastante comum encontrarmos lojas que investem na
aparência do ponto de venda, como a decoração da área de vendas e da vitrine, por meio
da combinação adequada de cores, da presença de música de fundo e de vendedores
treinados no atendimento ao cliente. Além disso, observa-se que a utilização de
elementos mercadológicos, como produtos, promoções e ofertas-relâmpago, também
representam influências situacionais físicas.
Ambiente social
É representado pela presença de outras pessoas, como amigos, parentes, colegas de
trabalho, vendedores e outros clientes, que interagem com o consumidor e passam
a influenciar sua decisão de compra. Tais influências podem ocorrer tanto em nível
informacional – quando o consumidor ampara-se na opinião de grupos de referência
para subsidiar suas escolhas – quanto por meio da interação do consumidor com as
forças da mídia – situações de comunicação.
Tempo
O tempo é um recurso importante na vida das pessoas e exerce uma influência destacada
no processo de compra. Dependendo do tempo disponível, as pessoas poderão se
demorar mais durante a compra ou não, afetando o volume de itens escolhidos e o preço
pago por eles. Quando não se tem muito tempo para fazer compras, é comum fazer
escolhas rotineiras (“burocráticas”), envolvendo itens mais baratos, porque implicam
menos riscos de prejuízo, caso se cometa algum engano.
Razão de compra
Também chamada como definição de tarefa (MOWEN; MINOR, 2003), esta variável está
relacionada com a finalidade da compra: o que, exatamente, a compra proporcionará
e para quem. São muitos os exemplos: compra de um presente para aniversário,
31
UNIDADE III │ COMPORTAMENTO DE COMPRA E PÓS-COMPRA DO CONSUMIDOR
formatura ou natal; compra de uma bebida para si próprio ou para presentear alguém.
Cabe ao profissional de marketing identificar as razões de compra que não são atendidas
adequadamente pelos produtos existentes na loja.
»» Reconhecimento da necessidade.
»» Busca de informações.
»» Decisão de compra.
»» Comportamento pós-compra.
32
COMPORTAMENTO DE COMPRA E PÓS-COMPRA DO CONSUMIDOR │ UNIDADE III
Reconhecimento da necessidade
É a fase inicial e que dispara o processo de decisão de compra. Por meio de estímulos
internos (físicos ou psicológicos) ou externos (publicidade, influências de terceiros
etc.), o consumidor identifica uma determinada carência ou necessidade e vai em
busca do produto ou serviço que irá satisfazê-la. As necessidades podem ser de
reposição, funcionais ou emocionais. As necessidades de reposição são atendidas
pela compra de produtos básicos, como alimentos, produtos de limpeza etc. As
necessidades funcionais estão relacionadas a produtos ou serviços mais caros e de
vida mais longa (automóvel, eletrodoméstico etc.). Já as necessidades emocionais
referem-se aos produtos e/ou serviços vinculados a prestígio e status (home theaters,
viagens ao exterior etc).
Busca de informações
Uma vez identificada uma necessidade, o consumidor começa a reunir as informações
que o levarão ao alcance do produto ou serviço desejado. As informações provêm de
fontes internas (experiências passadas, informações armazenadas previamente etc)
e/ou externas (mídia, parentes, amigos, informações escritas etc.). Para deter as
informações, o consumidor normalmente utiliza uma estratégia de busca que consiste
em um padrão de aquisição de informações utilizado para subsidiar tomada de decisão.
Dependendo do problema identificado, bem como do tempo e dos recursos disponíveis,
tal busca poderá ser rotineira, limitada ou ampliada. Portanto, a quantidade de
informação gerada irá depender do grau de envolvimento do consumidor no processo
de busca. Variáveis como importância do produto percebida, risco de natureza social,
financeira ou psicológica ou, ainda, grau de conhecimento do produto ou serviço com
certeza irão influenciar o tempo dispendido na busca de informações.
Avaliação de alternativas
O terceiro passo do processo de tomada de decisão de compra pelo consumidor é o
de fazer a avaliação das alternativas de produtos e de lojas que venham a satisfazer a
necessidade identificada. É uma fase em que o consumidor “pesa na balança” tanto
as características funcionais do produto como os benefícios de uso e posse. Além
disso, considera ainda, as influências emocionais que lhe despertam sentimentos
relacionados ao prestígio, ao status ou ao sucesso no meio em que vive. É uma fase
em que o indivíduo avalia, até mesmo, as facilidades de pagamento oferecidas pelo
lojista, bem como o conforto e a qualidade do atendimento prestado. É fundamental
para a área de marketing da empresa tentar identificar com precisão os critérios que
33
UNIDADE III │ COMPORTAMENTO DE COMPRA E PÓS-COMPRA DO CONSUMIDOR
Decisão de compra
Nesta etapa, podemos dizer que o consumidor já possui os elementos necessários para
tomar a decisão de compra. As informações obtidas nas fases anteriores foram sendo
assimiladas por seu sistema de memória, para formar uma base de conhecimentos
sobre o produto ou serviço que lhe permitirá fazer a escolha com a melhor margem
de segurança e assertividade possível. Muitos pensam que, uma vez efetuada a
compra, o processo está concluído. No próximo capítulo, veremos que não é bem
assim. Estudaremos os sentimentos que surgem durante a fase de pós-compra e suas
influências sobre o comportamento do consumidor.
Recorde alguma compra que você tenha feito recentemente e relate os passos
realizados de acordo com o processo de decisão de compra estudado neste
capítulo. Avalie sua satisfação atual em relação ao produto ou serviço adquirido
e analise se algum estágio do processo poderia ter sido melhor ou mais
cuidadosamente executado.
34
CAPÍTULO 2
O Processo de Pós-Compra e
suas Consequências
Todo consumidor busca a satisfação de suas necessidades e de seus desejos. Por outro
lado, cabe às empresas atingir seus propósitos e objetivos. Estabelece-se, então, uma
espécie de contrato psicológico entre as duas partes, em que cada uma delas buscará
alcançar suas metas e seus objetivos com a ajuda da outra. Dentro dessa premissa básica,
a inequação satisfação/menor custo de aquisição passa a ser oferecida pela empresa a
seus clientes, como se fosse uma “carta de boas intenções” do tipo: eu te ajudo e você
me ajuda.
Custos
Considerando as habilidades exigidas do profissional de marketing em seu trabalho
de prospeção de clientes e mercados, destaca-se como fundamental a sua capacidade
para identificar e analisar os custos envolvidos na aquisição do produto ou serviço, sob
a ótica do cliente. É essencial que a empresa e o profissional de marketing reconheçam
toda uma gama de custos de aquisição que envolvem o produto ou serviço e que não
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UNIDADE III │ COMPORTAMENTO DE COMPRA E PÓS-COMPRA DO CONSUMIDOR
são representados somente pelo aspecto financeiro. Tal como o empresário que busca
reduzir os custos operacionais de seus produtos ou serviços como uma forma de melhorar
a sua margem de lucro, também o cliente empenha-se em reduzir o custo de aquisição
do produto ou serviço que está comprando, para obter o máximo de satisfação com um
mínimo de sofrimento emocional que poderia ser causado pelo chamado “remorso da
compra”, na fase da pós-compra. Portanto, os custos de aquisição para o cliente podem
ser classificados nos seguintes tipos.
»» Monetários
»» Tempo
»» Riscos
»» Oportunidades
»» Ansiedade.
Descarte
O descarte do produto ocorre por insatisfação do cliente após a análise do pós-compra
ou, ainda, pelo fato de produto já não atender às suas necessidades atuais. Avaliar o uso
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COMPORTAMENTO DE COMPRA E PÓS-COMPRA DO CONSUMIDOR │ UNIDADE III
As facetas do consumo
O comportamento de consumo apresenta-se sob várias formas, que refletem tanto as
necessidades reais dos indivíduos, como as necessidades manipuladas sob a forma de
desejos direcionados pelos profissionais de marketing. Na sociedade pós-moderna, a
experiência de consumo pode expressar mais do que a simples solução de um problema.
Ela pode revestir-se de motivações diversas que não sejam aquelas relacionadas apenas
com o aspecto utilitário da compra e estar associada a razões hedônicas (prazerosas e
intangíveis), visando a proporcionar poder, prestígio e felicidade. O prazer e a excitação
determinam se o consumidor reagirá positivamente ou negativamente a um ambiente de
consumo. Diferentes combinações de níveis de excitação e prazer acabam favorecendo o
aparecimento de uma série de estados emocionais que poderão estimular o comprador.
sobretudo dos profissionais de marketing, para que possamos avaliar seus impactos no
desenvolvimento humano.
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O CONSUMIDOR UNIDADE IV
ORGANIZACIONAL
CAPÍTULO 1
O Comportamento de Compra
e Pós-Compra
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UNIDADE IV │ O CONSUMIDOR ORGANIZACIONAL
»» Poucos clientes.
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O CONSUMIDOR ORGANIZACIONAL │ UNIDADE IV
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CAPÍTULO 2
A Globalização e o Novo Consumidor
Mas, o que é cultura? A cultura pode ser entendida como uma espécie de programação
mental e coletiva das pessoas que vivem em um contexto específico. Não é uma
característica individual, mas é compartilhada por pessoas que tiveram a mesma
educação e experiência de vida. A cultura instala-se nos indivíduos por meio das
gerações, quando as pessoas vão passando para as outras suas crenças, seus valores,
suas formas de pensar, como se estivessem em uma corrida de bastões. Devemos ter
muito cuidado ao lidar com pessoas de outras culturas. Um erro muito comum é o de
tentar compreendê-las, a partir de nossos próprios hábitos, nossos próprios valores
e nossas próprias formas de pensar. Aliás, antes mesmo de tentar entender outras
culturas, devemos fazer uma autoanálise e tratar de entender a nossa própria cultura. E
este é um procedimento raramente utilizado por nós. Como estamos acostumados com
a sociedade em que nascemos e crescemos, tudo nos parece natural. Porém, ao tentar
comparar nossas atitudes, nossos hábitos, nossos valores e nossas formas de pensar
com os de outros povos, percebemos que o comportamento não é universal.
inadequado, segundo as pessoas com quem lidamos, o contexto com o qual interagimos
e outras variáveis que vão formando uma escala de valores. Em torno dos 10 anos, as
crianças já possuem sua escala de valores consolidada e dificilmente irão modificá-la.
Consumidor consciente
No início dos anos 1960, começou a despontar nos Estados Unidos um movimento de
consciência dos consumidores, que tinha por objetivo proporcionar uma relação mais
justa entre as empresas vendedoras de bens ou serviços e seus clientes. Nascia, assim,
o consumerismo, movimento que reivindicava, essencialmente, a obtenção de alguns
direitos básicos.
»» Direito à segurança
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O CONSUMIDOR ORGANIZACIONAL │ UNIDADE IV
»» Direito de escolha
2 Para conhecer mais sobre responsabilidade social empresarial, consulte o site do Instituto Ethos, fundado em 1998, cuja
missão é a de disseminar a prática da responsabilidade social empresarial (www.ethos.org.br).
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UNIDADE IV │ O CONSUMIDOR ORGANIZACIONAL
Esse novo consumidor que está despontando no início deste século cobra novas atitudes
e novas posturas do profissional de marketing. Para responder de forma eficaz a esse
novo consumidor, o marketing terá de evoluir, para oferecer novas soluções e novas
formas de abordagem e de relacionamento. A gestão mercadológica e o relacionamento
com o consumidor precisarão ser revisadas continuamente, para que se possa
acompanhar as mudanças e as transformações, sob pena de se tornarem desatualizados
e ineficazes. Portanto, entre os principais desafios do profissional de marketing do
século XXI, estão a flexibilidade, a atualização, a quebra de paradigmas, bem como um
grau de proatividade suficiente para poder ajudar as organizações a compreenderem
intimamente a evolução permanente do consumidor e fornecer a proposição de valor
adequada às suas novas necessidades e desejos.
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Referências
LEWIS, Daniel; BRUDGES, Darren. A alma do novo consumo. São Paulo: Makron
Books, 2004.
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