Apostila CEA - Mód. 3.1 - Instrumentos de Renda Fixa
Apostila CEA - Mód. 3.1 - Instrumentos de Renda Fixa
Apostila CEA - Mód. 3.1 - Instrumentos de Renda Fixa
CEA
Certificação de Especialista em
Investimentos ANBIMA
Módulo 3
Instrumentos de Renda Fixa, Renda
Variável e Derivativos
Proporção de 15 a 25%
O objetivo deste módulo é verificar se o profissional tem domínio dos principais conceitos
e a estrutura dos produtos de renda fixa, renda variável e dos principais instrumentos deri-
vativos negociados no mercado local e internacional. O profissional deverá entender, expli-
car e avaliar os principais instrumentos financeiros, suas formas de negociação, bem como
das características operacionais dos produtos. Cálculos poderão ser exigidos com a utiliza-
ção de calculadoras financeiras.
Sumário
3. INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA, RENDA VARIÁVEL E DERIVATIVOS ..................... 4
3.1. Instrumentos de Renda Fixa .............................................................................. 4
3.1.1. Formação das Taxas de Juros no Brasil ........................................................... 4
3.1.1.1. A Influência das Taxas de Juros nas Empresas e no Governo ...................... 5
3.1.1.2. A Política Monetária, seus instrumentos e o Comitê de Política Monetária
(COPOM) ............................................................................................................................. 5
3.1.1.3. Investimentos e Cenários: relação entre os cenários econômicos e as taxas
de juros................................................................................................................................ 9
3.1.2. Caderneta de Poupança: principais características em termos de liquidez,
rentabilidade, garantias, riscos e tributação..................................................................... 10
3.1.3. Principais características de Títulos Públicos e Privados .............................. 13
2
3.1.3.1. Precificação de Títulos Públicos e Privados ............................................... 15
3.1.3.2. Preço de Mercado: Ágio e Deságio ............................................................ 16
3.1.3.3. Retorno do investimento ........................................................................... 22
3.1.4. Indicadores de Renda Fixa ............................................................................ 24
3.1.4.1 Índice de Mercado ANBIMA - (IMA-B, IRF-M e IMA-S) ............................... 24
3.1.4.2. IDkA – Índice de Duração Constante ANBIMA (Segmento Prefixado e
segmento IPCA) ................................................................................................................. 25
3.1.5. Estrutura Temporal das Taxas de Juros ........................................................ 26
3.1.5.1. Projeção da curva de Juros Prefixada ........................................................ 27
3.1.5.2. Projeção da curva de Cupom Cambial (dólar/euro) .................................. 27
3.1.5.3. Projeção da curva de Cupom de IGP-M e IPCA .......................................... 28
3.1.6. Estrutura de Negociação do Mercado de Títulos Públicos e Privados; Leilões
e Mercado de Balcão; Negociação no Mercado Primário e Secundário ........................... 30
3.1.7. Tesouro Direto: Títulos Negociados, Estrutura, Forma de Negociação e Custos
para o investidor. Nomenclatura dos títulos negociados e adequação dos produtos em
função do nível de conhecimento do investidor e seus objetivos .................................... 31
3.1.8. Principais Títulos Públicos negociados no Mercado Interno ........................ 33
3.1.8.1 Letras do Tesouro Nacional (LTN) ............................................................... 33
3.1.8.2. Letras Financeiras do Tesouro (LFT) .......................................................... 34
3.1.8.3. Notas do Tesouro Nacional (NTN-B; NTN-B Principal e NTN-F) ................. 35
3.1.9. Principais Títulos Privados negociados no Sistema Financeiro Nacional...... 37
3.1.9.1. Certificado de Depósito Bancário (CDB) .................................................... 37
3.1.9.2. Recibo de Deposito Bancário (RDB) ........................................................... 38
3.1.9.3. Depósito Interfinanceiro (DI) ..................................................................... 38
3.1.9.4. Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) ....................................... 39
© PRACTA – Treinamento e Educação Financeira
CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA
Debêntures e
4 LFT, LTN, CDB,RDB, LCI, CRI, CRA, CPRs,
Notas CCI etc.
NTN-B e NTN-F LCA, LF, DPGE
Promissórias
A avaliação do Banco Central é feita ao final de cada ano. Considera-se que a meta foi
atingida caso a inflação observada ao final do ano se situe dentro do intervalo de tolerância
previamente estabelecido. Se a meta não for cumprida, o Presidente do Banco Central deve
escrever uma carta aberta justificando os motivos, e quais providências serão tomadas para
que a inflação volte à meta estabelecida.
DICA PRACTA
Depósito Compulsório
Trata-se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual so-
bre seus depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política estabelecida pelo Banco
Central do Brasil.
O recolhimento é feito em moeda ou em títulos federais da dívida pública.
Redesconto
É um empréstimo de assistência a liquidez concedido pelo Banco Central a instituições
financeiras, visando equilibrar suas necessidades de caixa diante de um aumento imprevisto
de demanda por recursos de seus depositantes. A taxa de juros cobrada pelo Banco Central 7
nessas operações é chamada de taxa de redesconto.
O instrumento de redesconto tem sido bastante utilizado como forma de incentivar a
atividade econômica. A título de exemplo, no começo da crise do mercado de hipotecas nos
Estados Unidos, a primeira medida do presidente do Banco Central americano (Federal Re-
serve) foi reduzir a taxa de redesconto, para que os bancos não sofressem uma crise de liqui-
dez.
Taxa de Juros
Na teoria, a taxa de juros tem efeito direto sobre a poupança, influenciando a remune-
ração do capital, e sobre os investimentos, influenciando o custo do capital. Assim, se o obje-
tivo é uma política monetária restritiva, a elevação da taxa de juros irá diminuir a quantidade
de dinheiro em circulação, ao estimular a poupança e elevar os custos dos investimentos. A
política restritiva é utilizada para controle da inflação. Ao contrário, para estimular o con-
sumo e os investimentos, as taxas de juros devem ser mais baixas.
RADAR PRACTA
DICA PRACTA
É importante que você entenda como o Banco Central regula a liquidez do mercado
com estes três instrumentos principais (Open Market, Redesconto e Compulsório). Na
prova, uma abordagem possível desses itens pode ser.
A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a Taxa SELIC, a qual vigora
por todo o período entre as reuniões ordinárias do Comitê.
As reuniões ordinárias do COPOM dividem-se em dois dias: a primeira sessão às terças-
feiras e a segunda às quartas-feiras. O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado
mediante Comunicado do Diretor de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano
anterior, admitindo-se ajustes até o último dia do ano de sua divulgação.
O Copom é composto pelos Diretores do Banco Central e é presidido pelo presidente da
autoridade monetária. Também integram o grupo de discussões os chefes de alguns departa-
mentos. A primeira sessão dos trabalhos poderá contar, ainda, com a presença de outros ser-
vidores do Banco Central, quando autorizados pelo Presidente.
Fonte: Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br).
9
DICA PRACTA
Esse assunto poderá ser abordado de modo mais analítico, como a questão que mos-
tramos a seguir.
O COPOM resolveu, na sua última reunião, elevar a taxa de juros em meio ponto per-
centual. O embasamento provável desta decisão foi que:
A. A inflação superou a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
B. A inflação está abaixo dos parâmetros do Conselho Monetário Nacional; a
elevação da taxa de juros é preventiva.
C. A elevação da taxa de juros vai possibilitar o aumento do consumo, impor-
tante para o crescimento do PIB.
D. O Banco Central entende que o custo do dinheiro está baixo, e executa uma
Política Monetária Expansionista.
aplicações em investimentos produtivos e nas ações mais atraentes. Em ambientes mais pre-
visíveis, o investidor mostra-se mais propenso a assumir riscos, visando obter maior rentabi-
lidade em suas aplicações. Fundos de investimento multimercado que aplicam em renda fixa
e renda variável são preferenciais aos investidores que neste cenário aceitam aplicações de
longo prazo.
Um cenário mais volátil, com maior nível de incertezas com relação aos agregados
econômicos, produz um recuo dos investidores do mercado, priorizando ativos de menor
risco, menor prazo e menor retorno. É o que se costuma chamar de aumento da aversão ao
risco.
Elevações das taxas de juros produzem menores ganhos e até mesmo perdas aos in-
vestidores de renda fixa prefixados. Neste ambiente há preferência para títulos pós-fixados
que acompanham as taxas de juros.
Quando há queda das taxas de juros, a análise inverte-se, sendo mais atraente os ativos
prefixados.
a. 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central
do Brasil, for superior a 8,5%; ou
b. 70% da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, trazida ao
mês, vigente na data de início do período de rendimento, nos demais casos.
O saldo dos depósitos de poupança efetuados até a data de entrada em vigor da MP 567
de 3 de maio de 2012, será remunerado, em cada período de rendimento, pela TR mais juros
de 0,5% ao mês.
A instituição financeira, quando for solicitado um saque pelo investidor, deverá debitar
inicialmente do saldo dos depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 (nova regra de
remuneração) até seu esgotamento; e em seguida, do saldo de depósitos anteriores a 4 de
maio de 2012 (regra antiga de remuneração). Salvo manifestação formal em contrário pelo
titular da conta.
As Instituições dispõem de sistema informatizado que otimiza os saques e novas aplica-
ções: uma conta de poupança pode ter até 28 subcontas, uma para cada dia do mês. Observa-
ção: nos dias 29, 30 e 31 não há aniversário na poupança, em função do mês de fevereiro.
Depósitos nesses dias tem como data base o dia 1º do mês seguinte.
Tributação 11
Imposto de renda: isenção total - na fonte e na declaração - para pessoa física e pessoa
jurídica imune. Demais pessoas jurídicas tem tributação de IR sob alíquota de 22,50 %
sobre os rendimentos, trimestralmente.
IOF: não incide.
Tipos
Normal: a maioria dos Instituições tem sistema "inteligente" que gerencia resgates e
investimentos, não sendo necessário abrir mais de uma conta de poupança. Há outras
em que a conta poupança, na prática, é a própria conta corrente.
Vinculada: é a conta vinculada à obtenção de financiamento imobiliário.
Como funciona
Exemplo de cálculo do rendimento mensal: a TR do dia 4/julho foi 0,2381%, os juros são
0,50% ao mês: a taxa do rendimento a ser creditado no dia 05/agosto - o dia 4 foi domingo,
será de 0,7393%.
Sabe-se, no início do período, qual o rendimento a ser creditado na data do próximo
aniversário.
Os rendimentos são calculados sobre o menor saldo do período, por exemplo: o saldo
da conta com aniversário no dia 4, nesse dia era R$ 1.000,00, no dia 19 houve um saque de R$
300,00, no dia 29 sacou mais R$ 300,00, o rendimento a ser creditado será calculado sobre R$
400,00.
Benefícios
© PRACTA – Treinamento e Educação Financeira
CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA
Cuidados
Aniversário em dia não útil: evite saque no dia útil anterior, pois perderá o rendi-
mento do mês sobre o valor sacado. Faça-o no dia útil seguinte.
Evite saques em datas diferentes das do (s) aniversário (s).
Se o investidor tem poupança com uma única data de aniversário, procure diver-
sificar os próximos depósitos em conta com múltiplas datas.
Prefira conta conjunta - e/ou - com dois titulares, facilita os saques em situações
imprevistas.
Riscos
Mercado: rendimentos apresentarem juros reais negativos num cenário de alta
12 inflação.
Crédito: este é o risco de a Instituição não honrar o resgate do investimento. Este
risco tem cobertura do FGC até o limite estabelecido.
Operacional e Legal: riscos muito baixos. A poupança é o instrumento mais tradi-
cional dos investimentos. É amplamente regulado pelo Banco Central e plena-
mente automatizado.
DICA PRACTA
Seu cliente diz que prefere a caderneta de poupança a outros investimentos, pois é
100% seguro e corrigida pela inflação. Você explica que:
A. O investimento é 100% seguro, porém não é atrelado à inflação.
B. A pessoa física conta com a garantia de FGC até o limite estabelecido e conta
com a garantia de juros reais positivos.
C. As pessoas físicas e jurídicas contam com a garantia de FGC até o limite esta-
belecido e com isenção do IR, mas o indexador da poupança não é atrelado à
inflação.
D. Tanto a pessoa física como a pessoa jurídica contam com a garantia do FGC
até o limite estabelecido, mas os rendimentos da poupança podem gerar ju-
ros reais negativos.
As taxas no Brasil têm como convenção dias úteis e ano base 252 dias.
Resgate =
Valor de
ZERO CUPOM Face
Valor de Prazo
Face
“Principal”
Valor face
R$1.000
Vencimento
14
Valor face
R$1.000
Vencimento
Como você percebe olhando os fluxos de caixa acima, chamamos de cupons, os recebi-
mentos de juros periódicos que alguns títulos de renda fixa propiciam. Você verá adiante que
as Notas do Tesouro Nacional são exemplos de títulos que pagam cupons semestrais aos in-
vestidores.
Zero Cupom: são títulos de renda fixa cujo valor de face (principal do título) e o valor de
resgate são idênticos, portanto, são títulos negociados com desconto, sendo a Letras do Te-
souro Nacional o seu maior exemplo.
O Objetivo deste item do programa é você saber entender, analisar e explicar todo o pro-
cesso de precificação de um título: estimativa dos fluxos futuros, determinação da taxa de
desconto e cálculo do valor presente do fluxo de caixa.
do título já estão definidos, mesmo no mercado primário, haverá um cálculo do preço do título
conforme a taxa de juros requerida pelo investidor.
No mercado secundário, uma vez que o título original mantém suas características e
fluxo de caixa, o preço (PU) será determinado simplesmente calculando-se o valor presente do
título.
Exemplo: uma empresa emitiu na data de hoje um título de dívida (debênture) de 5
anos, com uma taxa de juros de cupom anual de 10% e um valor de face de R$ 1.000. Conside-
rando que o retorno exigido pelos investidores é de 15% a.a., qual o valor de mercado do título,
qual o seu PU?
Precificando esta Debênture:
PU do título: trazer a Valor presente o fluxo a taxa requerida de 15%
R$1.100
(Valor de face corri-
gido a 10% a.a.)
10% 10% 10% 10%
Valor face
R$1.000
Vencimento
16
Prazos de VP (descon- Compare:
Fluxo de Caixa O Valor de Face é R$ 1.000,00
pagamentos tado a 15%)
0 O Valor de Mercado é R$ 832,39
1 100 (R$ 86,96) A taxa original do título era 10% e o
2 100 (R$ 75,61) investidor deseja um retorno maior
3 100 (R$ 65,75) de 15%.
4 100 (R$ 57,18) Quanto o retorno requerido é maior
5 1100 (R$ 546,89) que a remuneração original:
Valor de Mercado (PU) (R$ 832,39) PU < Valor de face.
DESÁGIO: por outro lado, quando um título é negociado no mercado por um preço me-
nor do que o preço estabelecido por sua taxa original, dizemos que o título está sendo negoci-
ado com deságio. Dessa forma, um título que originalmente remunerava a variação do CDI será
negociado com deságio, caso passe a ser negociado por um preço menor que, por sua vez,
resultará em uma taxa maior daquela data até o vencimento do título (Ex.: 105% do CDI ou CDI
+ 1% ao ano).
DICA PRACTA
1. Um título de renda fixa apresenta como valor de face R$ 1.000,00, cupom de 10%
a.a. pagos semestralmente, considerando que a taxa requerida de mercado atual é de
13% a.a. Podemos afirmar que o atual PU deste título:
A. Terá ágio sobre o valor de face.
B. Será negociado ao par.
C. Terá deságio sobre o valor de face. 17
D. Terá desconto sobre 10% a.a.
Alternativa correta: B. São títulos cujo valor de face e de resgate são idênticos, sendo
negociados com desconto, portanto, apresentam PU inferior ao valor de face.
Com dúvidas? Envie e-mail para tutoria@practa.com.br. Nossa equipe está à disposi-
ção!
Exemplo: a taxa Selic projetada para o período compreendido entre 1/3/02 e 1/3/04 é
de 18,87%. Qual deveria ser a cotação de uma LFT para um investidor que pretende alcançar
uma rentabilidade de 19% a.a. neste período?
Passo 1. Quanto quero acima da Selic projetada que será a remuneração do governo
1 + idesejado 1,19
= = 1,0010936
1 + iprojetado 1,1887
Passo 2. Qual a cotação da LFT considerando a taxa acima para o período de 505 dias?
100 100
Cotação % = Du = 505 = 99.7812 %
(1 + iaa ) 252
(1,0010936 ) 252
PU=VNA x Cotação
VNA=R$1.000,00*fator de atualização da Selic do dia da emissão até o dia da liquidação
VNA=R$1.000,00*1,3550 (valor dado) = R$1.355,00
PU=1.355*99,7812%
PU=1.352,035260
Exemplo 2:
2 . 131 ,199287
VP = = VP = 2.112 ,441523
(1 + 0 ,0034924664 ) 639 252
1.150 = 100%
Valor de
face
Valor do resgate
Praz
PU=R$1.000,00
1.150 = 140%
Valor de
face
20 Praz
PU=R$950,4
1150
100% Selic = 15% PU = = 950,41
1,21
140% Selic = 21%
6 6
(1 + Cupom ) 12
1 (1 + Cupom ) 12
1 1
Cotação = DU1
+ DU2
+ ..... DU1
(1 + irequerido ) 252
(1 + irequerido ) 252
(1 + irequerido ) 252
Exemplo: em 31-03-2005 a NTN-B 15-08-06 estava a 346 dias úteis do seu vencimento e com
3 cupons a serem pagos em seu fluxo:
$102,9563
$2,9563 $2,9563
TIR= 10,88%
a.a.
O preço unitário do título (PU) é composto por cotação e pela atualização do indexador,
o VNA. Assim, PU = (Cotação x VNA) /100.
Descobrimos que o IPCA acumulado do dia da emissão até 31-03-2005 foi de 50,8123%,
isto é um fator de 1,508123. 21
,
,
VNA = 1.000. = VNA = 1.788,281586
6
1+6 12
Cupons = 1 = 1,029563
100
Curiosidade
Quanto recebo de cupom nos pagamentos intermediários?
Valor do Cupom = Valor de face corrigido pelo indexador * [(1+cupom)0,5 – 1]
Valor do Cupom = 1.788,281586*0,029563014
Juros seriam = R$ 52,8670
Nos títulos públicos indexados a fatores de correção, o valor de pagamento semestral
do cupom é calculado sobre o valor de face corrigido pelo indexador, mas a correção total do
principal somente será paga no vencimento final do título.
22
3.1.3.3. Retorno do investimento
O Objetivo deste item do programa é você saber calcular o retorno de um investimento em
títulos de renda fixa; isto é, a TIR- Taxa Interna de Retorno.
O cálculo da rentabilidade dos títulos de renda fixa, será sempre realizado observando-
se o fluxo de caixa.
Para os títulos públicos, onde nos é fornecido apenas a cotação percentual, podemos
utilizar como fórmula de cálculo da Rentabilidade:
252"
100 Dias Uteis remanescentes
Rentabilidade = − $ ∗ &&
cotação
DICA PRACTA
1. Sabendo-se que uma NTN-B, cujo cupom é 6% a.a., está sendo cotada a 94,4849%
do seu valor de face, para 127 dias úteis a decorrer até o Vencimento. Qual a taxa
efetiva anual de negociação sabendo que o seu Valor nominal atualizado é de R$
1.105,00? 23
A. 8,8922% a.a.
B. 11.9147% a.a.
C. 17,7844% a.a.
D. 18,5752% a.a.
Alternativa correta: D.
Comentários do Professor:
(i) Solução: Valor Final de Resgate Principal + Um pagamento de cupom
Valor Futuro do fluxo de caixa será: $100 + $2,9563= $102,9563
Taxa efetiva anual = [(102,9563/cotação)252/du -1] =
[(102,9563/94,4849)252/127-1] = 18,5752% a.a.
2. Calcule a taxa interna de retorno anual requerida pelo mercado de uma NTN-B com
cupom semestral de 6% a.a., emissão em 01/08/2000 e vencimento em 01/12/2009,
sendo negociada em 1/12/2008 a 98% do valor de face. Considerando que os paga-
mentos de cupom e principal se darão em intervalos exatos de 126 dias úteis.
A. 9,50%.
B. 10,00%.
C. 10,50%.
D. 8,20%.
Alternativa correta: D.
Desenhe o fluxo de caixa
PV= -98,00
Cupom semestral = ((1,06) ⁰′⁵ 1) *100=2,9563
102,9563 PMT= 2,9563
2,9563 FV= 100,000
N= 2 (períodos iguais)
1 período=126 d 1 período=126 d I = 4,01695% ao semestre
252 d 8,20% a.a.
98%
24
O Índice de Mercado ANBIMA, conhecido como IMA, é referência para os investimentos
em renda fixa. É uma das formas de os investidores acompanharem o desempenho das aplica-
ções e, também, avaliarem de forma comparativa, as opções de produtos disponíveis no mer-
cado.
O IMA – Índice de Mercado ANBIMA - é formado por uma carteira de títulos públicos
semelhante à que compõe a dívida pública interna brasileira. Isso significa que o indicador
apresenta os mesmos papéis, na mesma proporção, da dívida. Ele é chamado de IMA-Geral.
Para retratar essa variedade de títulos existentes, são calculados diferentes indicadores.
Eles reúnem ativos de características semelhantes e são chamados de subíndices.
Os títulos públicos têm diversos perfis que variam de acordo com a forma de remunera-
ção e o prazo. A remuneração, por exemplo, pode ser uma taxa fixa ou acompanhar a variação
da taxa de juros de curto prazo (DI e Selic) ou juros somados à variação da inflação.
Para cobrir todas essas opções, o IMA se divide em vários subíndices, conforme abaixo:
A definição pela não emissão de novos títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) e a baixa
liquidez observada neste segmento justificam a configuração do IMA-Geral ex-C, carteira que
exclui tais títulos.
Prefixados (IRF-M);
Indexados ao IPCA (IMA-B);
Indexados ao IGP-M (IMA-C);
E pós-fixados, que respondem à taxa Selic (IMA-S).
Para atender aos diferentes perfis de maturidade das carteiras de investimentos, IRF-M
e IMA-B são ainda segmentados segundo o prazo de seus componentes:
Fonte: https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/precos-e-indices/indices/indices.htm
IDkA - PRÉ: reflete a curva de juros nominais construída a partir dos títulos públicos
prefixados nos seguintes vencimentos: três meses, um ano, dois anos, três anos e cinco
anos.
IDkA - IPCA: reflete a curva de juros reais construída a partir dos títulos públicos inde-
xados à inflação nos seguintes vencimentos: dois, três, cinco, dez, quinze, vinte e trinta
anos.
Fonte: https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/precos-e-indices/indices/indices.htm
DICA PRACTA
Alternativa correta: C. Todos os índices de Renda Fixa Anbima utilizam apenas cartei-
ras compostas por títulos públicos federais. O IRF-M é composto por títulos prefixa-
dos (LTN e NTN-F); o IMA-C por títulos atrelados ao IGP-M (NTN-C); o IMA-B por títu-
los atrelados ao IPCA (NTN-B); e o IMA-S por títulos atrelados à Taxa Selic (LFT).
Alternativa correta: C.
No Brasil, como na maioria dos países industrializados, o Banco Central utiliza como
instrumento de política monetária a taxa de juros de curto prazo. No entanto, são as taxas
mais longas que interessam para a determinação da demanda agregada. Isto ocorre porque o
custo de crédito dos agentes depende das taxas de diferentes prazos, como pode ser obser-
vado no Gráfico acima. A estrutura a termo representa a relação entre as taxas de juros de
diferentes prazos para um dado instante no tempo, sendo assim essencial a compreensão de
sua dinâmica para entendermos de forma completa o mecanismo de transmissão da política
monetária.
Além disso, as taxas de longo prazo são determinadas pela expectativa futura das taxas
de curto prazo ajustadas pelo risco de reter tais títulos. Dessa forma, caso tenhamos mudan-
ças na expectativa quanto à condução da política monetária em virtude de uma modificação
nas expectativas relacionadas às diferentes variáveis macroeconômicas, as taxas mais longas
deveriam se modificar. Espera-se que a trajetória das variáveis macroeconômicas tenha poder
explicativo relevante sobre a dinâmica da curva de juros.
Pré: taxa de juros em Reais para o prazo, expressa em ano base 252 dias úteis;
Du: quantidade de dias úteis para o prazo;
US$ Fut: cotação do dólar no mercado futuro para o prazo;
US$ Spot: cotação à vista da moeda (agora);
Dc: quantidade de dias corridos para o prazo;
A grande fonte de informações são as taxas referenciais da B3.
Exemplo:
DU
Cupom IGPM =
(1 +
Tx Pré )252 1
(
1 + IGPM Projetado )
DU
Cupom IPCA =
(1 + Tx Pré )252 1
(1 + IPCA Projetado )
Fonte: Tesouro Direto.
Indexados ao IPCA
Tesouro IPCA+ 2024 (NTNB Princ) 15/08/2024 5,28 R$41,20 R$2.060,46
Tesouro IPCA+ 2035 (NTNB Princ) 15/05/2035 5,34 R$35,26 R$1.175,41
Tesouro IPCA+ 2045 (NTNB Princ) 15/05/2045 5,34 R$34,98 R$699,65
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2026 5,32 R$31,78 R$3.178,19
2026 (NTNB)
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2050 5,27 R$33,74 R$3.374,26
2050 (NTNB)
Títulos Negociados
Nome no
Título Rentabilidade Remuneração
TESOURO DIRETO
LTN Tesouro Prefixado Pré Somente no vencimento
LFT Tesouro Selic Pós Somente no vencimento
NTN-B Tesouro IPCA + com juros semestrais Pós Semestral e vencimento
NTN-B
Tesouro IPCA+ Pós Somente no vencimento
Principal
Tesouro Prefixado com Juros Semes-
NTN-F Pré Semestral e vencimento
trais
Tributação
Os impostos cobrados sobre as operações realizadas no Tesouro Direto são os mesmos
que incidem sobre as operações de renda fixa, como fundos de investimento e CDBs ou seja,
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para aplicações com prazo inferior a 30 dias, e
Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos do título, que é cobrado no momento da venda,
no seu vencimento e no pagamento de cupom de juros (O IOF não incide sobre os cupons de
juros; somente o IR), conforme a tabela regressiva aplicável aos títulos de renda fixa.
33
DICA PRACTA
Alternativa correta: C. Somente Investidor pessoa física pode aplicar no Tesouro Di-
reto e não há o procedimento de “come-cotas” nesta modalidade de investimento,
pois não se trata de Fundo de Investimento.
Valor face
R$1.000
Preço
Prazo
Unitário
34
Taxa de juros
Sobe Preço
Cai
Prazo
Aumenta Preço
Cai
Valor de face
R$1.000 Valor de face (ou no-
minal) corrigido por
Prazo 100% da variação
Preço
Unitário taxa SELIC
o par, ágio
ou deságio
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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA
Suponha uma LFT com vencimento de 1 ano. A Taxa SELIC do período foi de 15%. Veja
as diferentes rentabilidades segundo o preço pago pelo título.
Valor Valor pago Negocia- Valor no SELIC do Remuneração % da Taxa
Face R$ R$ ção vencimento período do investidor Selic
1.000 1.000 AO PAR 1.150 15% 15% 100%
1.000 950 DESÁGIO 1.150 15% 21,05% 140%
1.000 1.010 ÁGIO 1.150 15% 13.86% 92,4%
Valor de face
ajustado pelo ín-
Cupom Cupom Cupom Cupom dice da série +
Juros Juros Juros Juros Cupom Juros
Valor face
R$1.000
Vencimento
O que diferencia uma série da outra, identificada por uma letra, é o índice de correção
do capital. Acompanhe a seguir:
A NTN-B Principal foi criada em agosto de 2005 para o pequeno investidor. Por isso, ela
só é negociada por meio do Programa Tesouro Direto (www.tesourodireto.com.br). Não é
ofertada nos leilões feitos pelo Tesouro Nacional aos investidores institucionais (bancos, fun-
dos de pensão, corretoras etc.).
RADAR PRACTA
Atualização do Pagamento de
Título Rentabilidade Cupom
valor nominal juros
Pré, definida
LTN pelo deságio do Não há Não há No vencimento
valor nominal
LFT Pós SELIC Não há No vencimento
Definido na
NTN-B Pós IPCA Semestral
36 emissão
NTN-B Definido na
Pós IPCA No vencimento
Principal emissão
Definido na
NTN-F Pré Não há Semestral
emissão
DICA PRACTA
1. Título emitido pelo Tesouro Nacional, corrigido pela variação do IPCA mais juros
pagos apenas no vencimento:
A. LFT.
B. NTN-B.
C. NTN-B Principal.
D. NTN-F.
2. Um fundo comprou LFT com remuneração de 100% SELIC, entretanto, frente a even-
tos de deterioração do mercado internacional, as taxas requeridas no mercado secun-
dário para negociação passaram a ser de 108% do CDI. Este título será marcado a mer-
cado:
A. Com deságio.
B. Com ágio.
C. Ao par.
D. Ao ímpar.
Alternativas correta: 1-C; 2-A. No mercado secundário, o título requer maior ganho,
portanto, o preço irá cair ficando abaixo do valor de face: dizemos que está com desá-
gio.
Tributação sobre os rendimentos conforme regras aplicáveis aos títulos de renda fixa
(veremos no item 3.5).
Ou seja, como a taxa de juros exigida pelo mercado subiu, o preço do CDB caiu R$
3.147,00 (R$ 106.301 – R$ 103.154).
DICA PRACTA
Alternativa correta: A. Quando a taxa de juros sobe o preço dos títulos já emitidos cai.
DICA PRACTA
Alternativa correta: D.
DICA PRACTA
Alternativa correta: B.
Valor da garantia especial: o total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição
associada ao FGC, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado finan-
ceiro, relativo à soma dos DPGE I e II, será garantido até o valor máximo de R$ 20.000.000,00
(vinte milhões de reais).
Os DPGEs podem remunerar a taxas pré ou pós-fixadas. O prazo de resgate é determi-
nado no momento da contratação, mas não pode ser inferior a 6 meses nem superior a 36.
Notas Debêntures
Debêntures
Promissórias Incentivadas
Remuneração
Forma de Emissão
Nominativa, sendo sua circulação por endosso em preto, de mera transferência de titu-
laridade, constando obrigatoriamente do endosso a cláusula "sem garantia".
Colocação/Negociação no Mercado
A colocação de notas promissórias no mercado primário, por intermédio de instituição
integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, mediante contrato de distribuição
e, se for o caso, de garantia de colocação, será feita da seguinte forma:
Em mercado de balcão; e
Em mercado de balcão organizado (B3).
1
Instrução CVM nº 476/09 introduziu na legislação nacional a possibilidade de realização de ofertas públicas de
debêntures com esforços restritos, destinadas a um número limitado de investidores profissionais.
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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA
Registro
A emissão deverá ser registrada na CVM e, por se tratar de emissão escritural, na B3,
segmento CETIP/SND (Sistema Nacional de Debêntures). No mercado secundário, podem ser
negociadas somente no mercado de balcão organizado sendo a B3 o mais usual.
Somente as Notas Promissórias registradas na B3, ou em outro sistema autorizado pelo
Banco Central, podem ser adquiridas e negociadas pelas instituições financeiras, integrar as
carteiras dos fundos de investimento e integrar as carteiras das sociedades seguradoras, soci-
edades de capitalização e entidades abertas e fechadas de previdência privada.
DICA PRACTA
Debênture Simples
•IR para investidor conforme tabela regressiva
e Conversível
Debêntures
•Isençao de IR para investidor pessoa física
Incentivadas
Conceito e Características
São valores mobiliários, emitidos por sociedades anônimas não financeiras, represen-
tativos de dívida de médio e longo prazos que asseguram aos seus detentores (os debenturis-
tas) direito de crédito contra a companhia emissora.
A captação de recursos no mercado de capitais pode ser feita por Sociedades anônimas
de capital aberto ou fechado. Entretanto, somente as sociedades anônimas de capital aberto,
com registro na CVM podem fazer emissões públicas de debêntures, isto é, voltadas ao pú-
blico em geral.
Bancos não podem emitir debêntures (são instituições financeiras). Companhias de Lea-
sing são as únicas entidades do sistema financeiro autorizadas a emitir debêntures.
IN 202, que dispõe sobre o registro de companhia para negociação de seus valores
mobiliários em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão;
IN 400 e 429, que dispõem sobre as ofertas públicas de distribuição de valores mobili-
ários;
IN 404, que trata das debêntures padronizadas.
Escritura
A escritura é o documento onde estão descritas as condições sob as quais a debênture
está sendo emitida, tais como direitos conferidos pelos títulos, deveres da emissora, montante
da emissão e quantidade de títulos, condições de amortização e remuneração, juros, prêmio
etc.
Registros
A emissão deverá ser registrada na CVM e, por se tratar de emissão escritural, na B3 –
Segmento CETIP/SND (Sistema Nacional de Debêntures), onde são realizados os controles de
transferências e efetuadas as liquidações financeiras das operações. O registro não é obriga-
tório, mas os investidores qualificados ficam impedidos de adquiri-las, caso não estejam ali
custodiadas.
Características da emissão e dos títulos
42 Debênture Simples: no vencimento, o debenturista recebe seu capital de volta em di-
nheiro. Prazo mínimo: 1 ano.
Debênture Conversível (DCA): debênture que pode ser convertida em ações, a exclusivo
critério do investidor, em épocas e condições pré-determinadas.
Prazo mínimo: 3 anos
Os dois tipos de debêntures podem ser negociados no mercado secundário antes do
vencimento.
Taxas, Formas de Remuneração e de Negociação
A empresa determina o fluxo de amortizações e as formas de remuneração, informações
que deverão constar da escritura de emissão da debênture.
São possíveis emissões com remuneração:
Prefixada;
Pós-fixada: TR, TBF, TLP, Índice de Preços, e taxa DI (a mais usual).
Tributação:
Remuneração: ser remuneradas por taxa de juros prefixada, vinculada à índice de preço
ou à taxa referencial - TR, vedada a pactuação total ou parcial de taxa de juros pós-fixada.
Prazo de pagamento periódico de rendimentos, se existente, com intervalos de, no mínimo,
180 dias.
Prazo: médio ponderado superior a quatro anos.
Vedação a recompra do papel pelo emissor ou parte a ele relacionada nos dois primeiros
anos após a sua emissão, e à liquidação antecipada por meio de resgate ou pré-pagamento.
Mercado Secundário permitido.
Comprovação de que o título ou valor mobiliário esteja registrado em sistema de regis-
tro devidamente autorizado pelo BC ou CVM; e
Cláusulas da •Repactuação 43
Escritura que •Cláusula de vencimento Antecipado
Beneficiam o •Cross Default
Investidor •Covenants
Por exemplo:
Debênture da empresa ABC, com vencimento final de 6 anos prevê repactuação de re-
muneração ao final do segundo ano, pagando para os 2 primeiros anos 105% da Taxa DI.
Repactuação
2°ano 6 anos
0
105% DI
Empresa vai oferecer aos investidores uma nova
remuneração para os próximos 4 anos. Se estes
não aceitarem, a empresa terá de resgatar o tí-
tulo no final do segundo ano.
Vencimento Antecipado
Esta cláusula visa garantir aos debenturistas a possibilidade de antecipar o vencimento
das debêntures quando da ocorrência de determinados eventos. Em geral, os eventos que en-
sejam o vencimento antecipado são agrupados em duas categorias distintas, a saber: (i) even-
44 tos que ensejam o vencimento automático e imediato das debêntures e (ii) eventos que podem
ocasionar o vencimento das debêntures, dependendo, porém, de uma declaração favorável
dos debenturistas.
Eventos mais comuns que causam Vencimento Antecipado:
I. Quebra de Covenant;
II. Ocorrência de Cross Default.
Resgate Antecipado
A Escritura de Emissão pode determinar a possibilidade de resgate antecipado das de-
bêntures, a critério da Emissora, para posterior cancelamento. Trata-se de compra forçada
dos títulos pela Emissora, à qual não pode se opor o debenturista. O resgate poderá ser total
ou parcial pelo seu valor nominal atualizado e/ou acrescido da remuneração pro rata temporis.
Esta cláusula é muito importante para o tomador de recursos, pois representa uma
proteção contra um cenário desfavorável da taxa de juros vigente e, por conseguinte, tira do
investidor a possibilidade de ganhos adicionais em caso de queda na taxa de juros.
Suponha que uma empresa capte recursos a 25% ao ano e posteriormente a taxa caia
para 15% ao ano – essa cláusula permite ao tomador resgatar os títulos emitidos a 25% e emitir
novos à taxa de 15%, mais favorável. Evidentemente que essa cláusula tem uma implicação
econômica importante cujo valor se refletirá no preço de mercado do título.
Aquisição facultativa
Consiste na aquisição das debêntures pela Emissora no mercado secundário, portanto,
com a concordância do debenturista. Cumpre observar que a Lei veda a aquisição das próprias
debêntures pela Emissora por preço superior ao valor nominal acrescido da atualização e/ou
da remuneração, se houver.
Opção de compra (opção call)
A Escritura de Emissão pode estabelecer o direito de opção de compra das debêntures
pela Emissora. A opção de compra se assemelha ao resgate, diferindo deste somente no que 45
tange à possibilidade de manter as debêntures recompradas em carteira e negociá-las poste-
riormente, prerrogativa que está ausente nos casos de resgate. Ou seja, assim como ocorre
com o resgate, no caso de exercício da opção de compra pela Emissora, os debenturistas são
obrigados a vender seus títulos pelo valor estabelecido na Escritura de Emissão.
A Emissora pode ajustar o pagamento de uma contraprestação pela aquisição desse di-
reito de opção, usualmente conhecido como prêmio. É importante lembrar que o prêmio pode
ser pago antecipado ou posteriormente, podendo ainda estar embutido na taxa de remunera-
ção das debêntures.
Fonte: www.debentures.com.br
São duas cláusulas muito parecidas, a diferença é que quando a empresa emissora
exerce o direito de Opção de Compra, pode manter as debêntures em tesouraria e vendê-las
posteriormente a mercado.
No Resgate Antecipado, a empresa emissora é obrigada a cancelar as debêntures.
Vencimento Antecipado
•Direito dos debenturistas de declarar a debênture vencida antes do prazo
final e exigir que o emissor pague aos investidores o principal e juros até esta
data.
DICA PRACTA
47
DICA PRACTA
Assembleia de debenturistas
É o fórum em que se reúnem os debenturistas para discutir e deliberar sobre assuntos
relativos à emissão, como, por exemplo, alterações propostas nas características da debên-
ture, quando a empresa quer solicitar um “perdão” por ter quebrado um “covenant” etc.
As Assembleias podem ser convocadas pela companhia emissora, pelo agente fiduciário,
pela CVM e pelos debenturistas.
Deveres do Agente Fiduciário
O Agente Fiduciário é o representante legal da comunhão de interesse dos debenturis-
tas. Sua presença é obrigatória nas emissões públicas.
DICA PRACTA
48
DICA PRACTA
a investidores. Os fluxos de caixa gerados pelos ativos originais são usados para pagar o prin-
cipal e os encargos das securities além das despesas da operação.
Tipos de Ativos Securitizados
Qualquer fluxo de caixa, atual ou futuro, que é gerado por ativos, pode ser securitizado.
Securitização é uma prática financeira que consiste em agrupar vários tipos de passivos
financeiros, convertendo-os em títulos padronizados negociáveis no mercado de capitais in-
terno e externo. Assim, a dívida é transferida, vendida, na forma de títulos, para vários inves-
tidores. Assim, securitização é a conversão de uma dívida em título lastreável e negociável
entre instituições financeiras. Estes títulos podem ser adquiridos diretamente por Bancos, Dis-
tribuidoras de Valores ou Fundos de Investimento como forma de rentabilizar o capital inves-
tido. Caberá também ao comprador do título securitizado a cobrança individual de todas as
dívidas que compõe o título, isentando a Securitizadora e qualquer intermediário, de qualquer
ônus. Esses títulos são, portanto, caracterizados por um compromisso de pagamento futuro,
de principal e juros, a partir de um fluxo de caixa proveniente da carteira de ativos seleciona-
dos. A securitização é utilizada pelo sistema financeiro para obtenção de fundos e divisão de
riscos.
Os tipos mais comuns incluem empréstimos hipotecários, financiamentos de automó-
veis, recebíveis de cartões de crédito e empréstimos educacionais; leasing de aviões e de equi-
pamentos também são passíveis de securitização.
Participantes do mercado de securitização 49
Tipicamente, cada securitização tem três tipos de participantes:
Investidores: que compram os títulos mobiliários cujo lastro são os recebíveis dos em-
préstimos realizados a consumidores finais.
I. Não podem ser emitidos com cláusula de correção monetária com base na va-
riação da taxa cambial;
II. É admitida a estipulação de cláusula de reajuste, com periodicidade mensal, por
índices de preços setoriais ou gerais ou pelo índice de remuneração básica dos
depósitos de poupança, se emitidos com prazo de vencimento mínimo de 36
meses.
RADAR PRACTA
51
Prazo de Emissão
Prazo mínimo de vencimento / resgate da Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é de:
DICA PRACTA
53
A atualização por índices de preços pode ser realizada mensalmente desde que o prazo
de vencimento da LIG não seja inferior a 36 meses
É vedado o pagamento de valores relativos à atualização, apropriados desde a emissão,
quando ocorrer resgate, total ou parcial, antes do prazo de 36 meses.
Prazo de Emissão
Deve ser emitida com prazo médio ponderado de, no mínimo, 24 meses.
É vedado à instituição financeira emissora resgatar antecipadamente ou recomprar a
LIG, total ou parcialmente, antes de 12 meses, contados a partir da data da emissão.
Tributação
Pessoa Física: isenção de IR sobre os rendimentos e sobre o ganho de capital.
Pessoa Jurídica: tributados conforme regras dos títulos de renda fixa.
IOF: Tributação sobre os rendimentos conforme regras aplicáveis aos títulos de renda
fixa (veremos no item 3.5).
DICA PRACTA
Alternativa correta: D. Somente a afirmação III está correta. Na afirmação I, as LCI são
isentas de I.R. somente para o investidor Pessoa Física. Na afirmação II, os CRI são
emitidos pelas Companhias Securitizadoras.
RADAR PRACTA
Negociação 57
A CPR pode ser negociada no mercado primário, quando o emitente deseja adiantar
recursos para utilizar na produção de determinada mercadoria agropecuária, e no mercado
secundário, quando o adquirente da CPR deseja negociá-la por meio de sua venda a outro
agente interessado.
Registro
A B3 criou o Sistema de Registro de Custódia de Títulos do Agronegócio (SRCA), que
proporciona o registro das negociações e informa todos os dados da CPR. O registro assegura
os compradores da existência e da veracidade das características do título.
Tributação
Os rendimentos e o ganho de capital auferidos em CPR com liquidação financeira são
isentos de Imposto de Renda para o investidor pessoa física.
São isentas de IOF as negociações com Cédula de Produto Rural realizadas nos mercados
de bolsa e balcão.
DICA PRACTA
58 Alternativa correta: B. Como o emissor da CDCA não são instituições financeiras, o in-
vestidor corre o risco de quem as emite: cooperativas agropecuárias e outras pessoas
jurídicas do setor do agronegócio.
DICA PRACTA
Das situações de emissão de títulos de dívida abaixo, qual poderia ser considerada
ASG?
A. Emissão de Nota Promissória para financiamento de capital de giro de mi-
croempreendedores individuais.
B. Emissão de Debênture para a aquisição de maquinário destinado a geração
de energia elétrica.
C. Emissão de Debêntures para a construção de casas de alvenaria para comuni-
dades carentes.
D. Emissão de CRA para o financiamento de produtores rurais.
5% (cinco por cento) do valor contábil das LF por ela emitidas sem cláusula de subor-
dinação; e
3% (três por cento) do valor contábil das LF por ela emitidas com cláusula de subordi-
nação.
Letras financeiras originadas de ofertas públicas, inclusive aquelas realizadas com esfor-
ços restritos de distribuição, podem ser admitidas à negociação no ambiente da B3 mediante
processo de listagem.
Não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos.
Tributação
Os rendimentos produzidos pelas Letras Financeiras serão tributados em Imposto de
Renda sobre resgate, cessão ou repactuação de operações, conforme regras dos títulos de
renda fixa. Não há cobrança de IOF em LF, alíquota de 0% (zero por cento).
Exemplo:
62
Lastros das Compromissadas (dentre outros): Títulos Públicos Federais, CDB de outros
bancos, LH, LCI, CCI, Debêntures, Notas Promissórias, CRI, CPR, LCA, CRA.
É vedada a realização, a prorrogação ou a renovação de operações compromissadas com
títulos de emissão ou aceite de instituições ligadas ao banco que realiza a operação compro-
missada com o investidor.
Nas operações compromissadas, pelo menos uma das partes contratantes deve ser
banco múltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, socie-
dade de crédito, financiamento e investimento, sociedade corretora de títulos e valores mobi-
liários, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou a Caixa Econômica Federal,
habilitado para a realização dessas operações.
Tributação:
Our "basket" is a McDonald's Big Mac, which is produced in about 120 countries. The Big
Mac PPP is the exchange rate that would mean hamburgers cost the same in America as
64
abroad. Comparing actual exchange rates with PPPs indicates whether a currency is under- or
overvalued.
A teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC), usada muitas vezes para calcular a “taxa
de câmbio de equilíbrio”, possui uma versão “absoluta” e outra “relativa”. Na versão absoluta,
ela é baseada na “lei do preço único”, segundo a qual, em condições de livre mobilidade entre
fatores, a arbitragem faz com que os preços de um mesmo bem devam ser iguais em dois
países. (Ex.: índice Big Mac). Na versão relativa, a taxa de câmbio entre a moeda doméstica e
a moeda estrangeira se iguala ao quociente entre o poder de compra (nível de preços) da mo-
eda doméstica no próprio país e da moeda estrangeira em seu país de origem. Assim, temos:
1 + Tx de inflação Domestica
Taxa de Cambio Esperada = Taxa Cambio Spot *
1 + Tx de inflação Internacional
Real Dólar
D0
Preço de uma cesta
R$ 1,00 US$ 1,00
=
Inflação = 3% a.a.
D12
Preço de uma cesta R$ 1,15 US$ 1,03
=
de mercadorias
DICA PRACTA
A taxa de câmbio atual está sendo cotada a R$ 2,00 / US$. Sabendo que a inflação
esperada doméstica para o próximo ano é de 5,5% a.a. e a Inflação internacional es- 65
perada no mesmo período é de 2% a.a., qual seria a projeção da taxa de câmbio?
A. 2,0686.
B. 2,0700.
C. 2,1100.
D. 2,0400.
Transferências devem ser realizadas sempre através dos bancos autorizados a operar
no mercado de câmbio e registradas no SISBACEN;
Os investidores locais devem manter os documentos que amparem as remessas efe-
tuadas, à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 5 (cinco) anos, devida-
mente revestidos das formalidades legais e com perfeita identificação de todos os sig-
natários;
As pessoas físicas e jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil, que pos-
suam valores (ativos em moeda, bens e direitos) fora do território nacional, devem
declará-los ao Banco Central do Brasil, na forma, periodicidade e condições por ele
estabelecidas;
Essas operações devem ser realizadas com base em documentos que comprovem a
legalidade e a fundamentação econômica da operação, bem como a observância dos
aspectos tributários aplicáveis, cabendo ao banco interveniente verificar o fiel cumpri-
mento dessas condições, mantendo a respectiva documentação em arquivo no dossiê
da operação, na forma da regulamentação em vigor.
Este é o título com menor risco disponível para o investidor americano, utilizado para
aplicações de curtíssimo prazo.
Exemplo: calcule o preço de mercado de um U.S. T-Bill com vencimento em 100 dias
sendo negociada com um desconto de 3% a.a.
100
3 % a.a. = 0 ,8333 %
360
preço = 100 − 0,8333% = 99,1667% Yield to maturity (isto é a Taxa Interna de re-
preço = US$ 991.67 torno) será de 3,0251%
O U.S. Treasury de 10 anos é o grande benchmark do mercado dado seu volume alto de
negociação no mercado secundário.
Treasury Notes são títulos chamados interest-bearing securities, pois pagam juros se-
mestrais sobre o valor de face;
No vencimento, o investidor recebe de volta o valor de face.
Nota: a negociação e colocação em leilões é similar aos títulos públicos federais brasileiros.
RADAR PRACTA
Título Vencimento
US Treasury Bills Até 52 semanas
US Treasury Notes De 2, 3, 5, 7, e 10 anos
US Treasury Bonds Acima de 10 anos
TIPS-Treasury Inflation-Protected Corrigidos pela inflação medida pelo
Securities. Consumer Price Index (CPI).
DICA PRACTA
68 Alternativa Correta: D.
Eurobonds
O termo Eurobond é livremente aplicado às obrigações que são oferecidas fora do país
do emissor, e fora do país em cuja moeda os títulos foram indexados. Assim um título emitido
por uma corporação americana, que é valorizado em ienes e oferecido na Alemanha, poderá
ser referido como um Eurobond.
Fonte: Cálculo Financeiro das Tesourarias
Características:
Títulos de renda fixa que são emitidos no Euromercado, com prazo mínimo de um ano;
Emissores no mercado de Eurobonds incluem corporações não financeiras, bancos, go-
vernos soberanos, estados e municípios e entidades supranacionais como o Banco
Mundial;
São emitidos fora da jurisdição de qualquer país específico, apesar de serem listados
em bolsa – geralmente Luxemburgo, Londres ou Zurique, para atender a exigências
legais de investidores;
As operações de lançamento são realizadas por um sindicato de bancos tendo um
banco coordenador da emissão pública;
Pagamento de juros sobre o valor de face, semestralmente.
DICA PRACTA 69
A “VENTO E PUPA” fechou hoje uma captação externa com a emissão de bônus no
valor de US$ 750 milhões. Os papeis, que tem prazo de dez anos, foram vendidos ao
preço de $ 99,209 e serão listadas no mercado alternativo de Bolsa de Luxemburgo
(Euro MTF). Os bonds terão cupom de 9,5% ao ano, pagos semestralmente. Participa-
ram da operação como bancos coordenadores o Citi, Itaú, Santander, Banco do Brasil
e Bradesco BBI. O spread over U.S. Treasury foi de 678.4 basis points. Maturity date:
April 23, 2029”.
Analisando esta notícia é correto afirmar que:
A. Trata-se de uma emissão de Global Bonds cuja rentabilidade para o emissor
será de 9,625% a.a.
B. É uma emissão denominada Eurobond com rendimentos maiores que 9,5%
a.a.
C. É uma emissão denominada Eurobond com rendimentos menores que 9,5%
a.a.
D. É uma emissão de Global Bonds cuja rentabilidade será de 9,5%.
Alternativa correta: B, pois se o título foi vendido com desconto sobre o valor de face
de 100%, é porque o yield to maturity (taxa de retorno) para o investidor será maior
que o cupom.
DICA PRACTA
Alternativa correta: C.
pontuação (score). Estes modelos são utilizados pelos bancos em seus processos de concessão
de crédito.
Credit scoring
Pondera diversas variáveis e classifica as pessoas físicas em duas categorias principais: as
que, potencialmente, têm condições para honrar o empréstimo concedido e as que, potenci-
almente, não têm tal condição.
Behavior Scoring
É uma ferramenta estatística que permite prever o desempenho da operação de crédito, ba-
seada no comportamento passado do cliente e a possibilidade de modificação do relaciona-
mento no futuro.
2. Modelos estocásticos
Têm por objetivo avaliar o comportamento estocástico (ou seja, baseado em probabili-
dades) do risco de crédito ou das variáveis que o determinam. Esses modelos são utilizados
pelos bancos principalmente para precificar títulos e derivativos de crédito.
Aa AA AA Alta qualidade
GRADE
Predominantemente espe-
Ba BB BB
culativo
NON INVESTMENT
B B B Especulativo
Caa CCC CCC Inadimplemento próximo
GRADE
2
EBITDA: Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou em bom português, Lucro An-
tes dos Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização.
© PRACTA – Treinamento e Educação Financeira
CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA
Retorno
ELEVAÇÃO da classificação PREÇO
Requerido
de risco CAI SOBE
Retorno PREÇO
QUEDA da classificação de
Requerido CAI
risco
SOBE
Spread pelo
Retorno do Retorno
Retorno do risco de
ativo livre total
risco país crédito do
de risco requerido
emissor
DICA PRACTA
DICA PRACTA
Alternativa correta: B. Evento descrito no item (I) refere-se ao risco de mercado siste-
mático; a afirmação (IV) refere-se a risco de crédito de empresa e não soberano.
Vejamos um exemplo:
Conclusão: uma parte do ganho da valorização das ações foi “reduzido” pela valorização do
real.
ao longo da vida do título seguidas de uma parcela mais significativa na data de vencimento
do título, e inúmeras outras modalidades de amortização.
A moeda define a denominação do principal e dos juros, em que moeda estes devem
ser pagos.
Um Título de Renda Fixa é, portanto, um empréstimo comum, uma promessa de paga-
mento futuro do emissor, com uma taxa de juros, um prazo e um vencimento.
A diferença é que os títulos de Renda Fixa são padronizados e tem um mercado secun-
dário organizado, podendo ser inclusive listado em bolsa, e geralmente gozam de senioridade
frente às demais dívidas do emissor. Já um empréstimo tem um mercado secundário mais es-
casso e pode apresentar diferentes características de subordinação diante dos demais débitos
do emissor, além de atingir menos investidores em potencial.
O objetivo deste item do programa é entender e explicar os conceitos de Yield to Ma-
turity, Current Yield e Coupon Rate, bem como calcular e interpretar tais valores.
O rendimento de um título de renda fixa se dá de duas maneiras:
30 30 30 30 30 1,030
1,037.5 =
1+
2
+
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
i 1+ i
2
2 +
1 + i
2
3 +
1 + i
2
4 +
1 + i
2
5 +
1 + i
2
6
O que contribui para que YIELD TO MATURITY (YTM) seja diferente da remuneração anual
do cupom de um título internacional?
YTM > Coupon Interest Rate Preço< Valor de Face Negociação com
=
Desconto ou deságio
80
YTM < Coupon Interest Rate Preço> Valor de Face = Negociação com Ágio
Current Yield =
Annual Cash Inflows Ou Cupom anual
Current Yield = seja preço de mercado
Market Price
Veja que interessante, o Current Yield calcula o retorno considerando o fluxo de caixa
de um ano versus o preço (desembolso atual) e não o valor de face, representa o retorno para
o investidor se permanecer com o título durante um ano.
Esta medida não é uma aferição precisa do retorno do título, pois o preço de mercado
está mudando constantemente diante de fatores macroeconômicos, mas dá uma dimensão
do custo de carregar o título.
Voltando ao nosso exemplo: Considere um Bond com valor nominal de $1000 e 3 anos
de maturity date, com cupom anual de 6% pagos semestralmente, cujo preço de mercado é
103,75% do valor de face.
6% a.a.
Current Yield = *100 = 5,78% ou
103,75%
$60
Current Yield = *100 = 5,78%
$1037,5
YIELD TO MATURITY
5-YEAR NOTE Vamos calcular o YTM e ver se está batendo com a tabela acima?
PV = (99,651404)
N = 10
PMT = 1,3125 (cupom dividido por 2 = 2,625/2)
FV = 100
i=? Resposta: 1,35 ao semestre, portanto, multiplicando por 2(dois) = 2,70%
Cupom anual
81
Current Yield =
preço de mercado
Current Yield = (2,625/99,651404) * 100 = 2,6342% ao ano
YIELD TO MATURITY
30-YEAR NOTE Vamos calcular o YTM e ver se está batendo com a tabela acima?
PV = (99.361980)
N= 60
PMT= 2,1250 (cupom dividido por 2 = 4,250/2)
FV=100
i=? Resposta: 2,1440% ao semestre; 4,2880% ao ano
Cupom anual
Current Yield =
preço de mercado
DICA PRACTA
1. Considere uma Treasury Note com valor de face de $100.000, 10 anos de prazo até
o vencimento e cupom de juros de 6% ao ano pago semestralmente. A rentabilidade
exigida pelo mercado para esse título é de 4,50% ao ano. Calcule o valor de mercado
deste título.
A. 111.972,80.
B. 111.866,90.
C. 82.795,10.
D. 112.020,20.
Alternativa correta: A.
N=20
PMT= 3
FV= 100
i= 2,25% ao semestre
PV= 111,9728, considerando um Valor de face de 100.000,00 preço será $111.972,78
2. Considere uma Treasury Note de 5 anos com valor de face de $100.000,00 pagando
taxa de juros semestrais de 4,5% a.a., sendo negociada a 98,50% do seu valor de face.
O seu Yield to Maturity e Current Yield são respectivamente:
A. 4,50% a.a. e 5,00% a.a.
82 B. 4,84% a.a. e 4,57% a.a.
C. 3,55% a.a. e 4,80% a.a.
D. 5,25% a.a. e 2,28% a.a.
Alternativa correta: B.
(a) YTM: FV= 100; n= 10; PMT = 2,25; PV=(98,50) i= semestral?
I sem= 2,4207 proporcional a 4,8414% a.a.,
(b) Current Yield = (4,5/98,50)*100= 4,5685
Valor futuro
Valor de Mercado =
Outro componente importante do valor
de mercado é o prazo médio (*Dtx de mercado)F
Vencimento 12 Vencimento
Preço mercado meses 6 meses
R$933,3333 Preço mercado
R$966,09
Descontar o VF Descontar o VF
pela taxa de 10% pela taxa de
Valor de resgate
10% Valor de resgate
R$ 1.120,00
R$ 1.058,30
83
Vencimento Vencimento
Preço mercado 12 meses Preço mercado 6 meses
R$ 1.018,18 R$ 1.009,05
RADAR PRACTA
Os preços e respectivos retornos dos ativos de renda fixa, dependem de vários com-
ponentes. Os mais relevantes são:
Risco de crédito;
Oscilação das taxas de juros; e
Prazo médio do título.
Impacto da oscilação das taxas de juros nos preços do mercado secundário de títulos e prazo
TAXA
JUROS PREÇO TÍTULOS MAIS LONGOS terão
CAI SOBE MAIOR GANHO (valorização do
preço)
TAXA PREÇO
JUROS TÍTULOS MAIS LONGOS terão
CAI
SOBE MAIOR PERDA (desvalorização
do preço)
84
3.1.13.3. Duration de Macaulay e Duration Modificada
Existem dois conceitos de Duration, quais sejam:
1) A Duration de Macaulay como medida de tempo;
2) A Duration modificada que mede o risco de um título de renda fixa.
Duration: é definida como o prazo médio das operações ponderado pelo valor presente
dos fluxos de caixa de um título ou carteira de investimento, descontados à taxa de juros de
mercado. Enquanto a maturidade considera apenas o prazo para o vencimento do principal, a
Duration leva em conta, além do principal, os pagamentos intermediários de juros e amortiza-
ções, e os pondera pelo prazo de cada fluxo. Representando, portanto, uma melhor ferra-
menta de avaliação de descasamentos de prazos.
Veja a fórmula da Duration:
Fj= Fluxo de caixa conhecido nos respectivos
n prazos (d1, d2, d3...)
Fj
ij= taxa de juros de mercado, usada para des-
∑ dj × dj
j=1 (1 + i j ) contar cada fluxo futuro e trazer a valor pre-
Duration= sente.
PV
dj= cada prazo de recebimento
PV= Preço de mercado (valor presente)
n
Pt * T t
(1 + i ) t Sendo Pt é o valor do pagamento, Tt o prazo do
D = t =1
n pagamento,
Pt
t =1 (1 + i ) t e i é o Yield to Maturity (ou a taxa de desconto
vigente no mercado).
Não se assuste! Vamos entender o cálculo, pois pode ser solicitado a você realizá-lo.
Provavelmente a fórmula referente a Duration de Macaulay estará disponível em sua folha de
fórmulas.
Exemplo 1 de cálculo da duration
Vamos calcular a duration de um título que paga cupom anual de 6% a.a., com valor de
face de R$ 1.000,00 e vencimento final de 5 anos. Taxa de mercado 5% a.a.
A B A*B
Prazo
Fluxo PV PV * Prazo
(anos)
1 60 (R$ 57,14) 57,14286
2 60 (R$ 54,42) 108,84354
3 60 (R$ 51,83) 155,49077
4 60 (R$ 49,36) 197,44859 DURATION 85
5 1060 (R$ 830,54) 4.152,68868 É 4.48 ANOS
(R$ 1.043,29) 4.671,61444
Duration = 4.671,6144/ 1.043,2948 = 4,48
O quadro a seguir mostra o cálculo das Durations do título para diferentes prazos e di-
ferentes taxas de juros de mercado, de um título com valor de face de $1000, que paga cupons
semestrais.
A B A*B
Prazo (dias) Fluxo PV (0,04% ao dia) PV * Prazo Duration = 590.592,22 / 5.336,57
40 1580 R$ 1.554,93 R$ 62.197,05 Duration = 110,67
60 1300 R$ 1.269,18 R$ 76.150,65
180 2700 R$ 2.512,47 R$ 452.244,53
R$ 5.336,57 R$ 590.592,22
Duration = 111 dias.
Observe que neste caso utilizamos para descontar a taxa de juros ao dia porque o
tempo está sendo medido nesta unidade.
A principal restrição que envolve a duration é o pressuposto de que as taxas de juros
do mercado são constantes para qualquer prazo e, ao observarmos o comportamento dos
contratos futuros de juros, podemos perceber que isso não é verdade.
Muitos administradores trazem cada fluxo de caixa estimando a respectiva taxa de ju-
ros prefixada para cada período, considerando o mercado futuro da B3. Nós vamos simplifi-
car os cálculos e considerar sempre uma taxa única para todos os prazos.
RADAR PRACTA
DICA PRACTA
Alternativa correta: C.
A B A*B
Prazo (anos) Fluxo PV PV * Prazo
1 60 R$ 57,69 R$ 57,69
2 60 R$ 55,47 R$ 110,95
3 60 R$ 53,34 R$ 160,02
4 1060 R$ 906,09 R$ 3.624,37
R$ 1.072,60 R$ 3.953,03
DICA PRACTA
Quantos % o
Taxa de juros O valor da
preço irá cair?
Sobe Preço Duration Modificada
Cai
Preço
Sobe Quantos % o
Taxa de juros O valor da
preço irá
Cai Duration Modificada
subir?
DICA PRACTA
A B A*B
Prazo Valor Pagamento *
Fluxo PV
anos Prazo
1 60 (R$ 57,14) 57,14286
2 60 (R$ 54,42) 108,84354
3 60 (R$ 51,83) 155,49077
4 60 (R$ 49,36) 197,44859
5 1060 (R$ 830,54) 4.152,68868 DURATION
(R$ 1.043,29) 4.671,61444 É 4.48 ANOS
RADAR PRACTA
OBS.: conforme alteração no regulamento do FGC, realizado pelo CMN, em 21/12/2017, os inves-
timentos realizados a partir de 22/12/2017 passaram a ter o teto de R$ 1 milhão, a cada período
de 4 anos, para garantias pagas pelo FGC para cada CPF ou CNPJ. A contagem do período de 4 anos
inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira no qual o investidor detenha
valor garantido pelo FGC, ou seja, se uma instituição sofrer intervenção ou liquidação, e o investidor
receber o valor de R$ 250 mil, ele poderá receber no máximo mais R$ 750 mil caso outras institui-
ções sofram intervenção ou liquidação no período de 4 anos. A alteração incluiu também a garantia
para Investidores não residentes nos investimentos elegíveis.