Posicionamento Teológico - Missiologia I - Paulo Siebra
Posicionamento Teológico - Missiologia I - Paulo Siebra
Posicionamento Teológico - Missiologia I - Paulo Siebra
FACULDADE LUTERANA DE TEOLOGIA CURSO BACHAREL EM TEOLOGIA MISSIOLOGIA I ALUNO: PAULO EDUARDO SIEBRA PROF: KLAUS STANGE TURMA: TEO01
Introduo
Esse posicionamento teolgico nasce da necessidade de iniciar um processo de desenvolver um posicionamento teolgico final do curso, nessa primeira parte, foi preciso reconhecer o fato de minha similaridade com a teologia petista moraviana desenvolvida no sculo 17-18, onde centraliza a misso da igreja no sacrifcio de Cristo. O mundo precisa conhecer o plano de Deus para o homem, e cabe a igreja proclam-lo de forma integral. O Deus do amor, que esse mundo de tal maneira, precisa ser reconhecido e o Cordeiro recompensado de seus sofrimentos, atravs de ns. Em uma sociedade posmoderna repleta de vrias formas de pensamento e verdades, a igreja de Jesus, mais que nunca precisa se encontrar em sua misso, parte essencial de seu todo, sendo ela apostlica e universal, deve buscar na Palavra uma forma contextual de cumprir sua misso. Minha contribuio parte da necessidade de despertarmos a igreja para sua tarefa outrora esquecida.
interesse do Deus missionrio que sua criao reconhecesse seu criador, esse Deus. Depois da queda, faz uma promessa para o homem j manchado pelo o pecado.
Ento o SENHOR Deus disse serpente: Porquanto fizeste isto, maldita sers mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andars, e p comers todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferir a cabea, e tu lhe ferirs o calcanhar. (Gn 3:14,15)
Iniciando na prtica o plano de trazer de volta a comunho o homem perdido, ele escolhe um povo, o povo de Israel que no seu principio representado pelos patriarcas Abrao, Isaque e Jac.
Abenoarei os que o abenoarem, e amaldioarei os que o amaldioarem; e por meio de voc todos os povos da terra sero abenoados". (Gn 12:3)
O povo estava escolhido, povo exclusivo, mediante a obedincia, a promessa estava feita.
Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliana, vocs sero o meu tesouro pessoal dentre todas as naes. Embora toda a terra seja minha, vocs sero para mim um reino de sacerdotes e uma nao santa. Essas so as palavras que voc dir aos israelitas".(Ex 19:5).
Durante toda histria do povo de Israel, Deus demonstrou vrias vezes o interesse que todos os povos o reconheam ele como o verdadeiro Deus. No testemunho das maravilhas feitas:
Pois o Senhor, o seu Deus, secou o Jordo perante vocs at que o tivessem atravessado. O Senhor, o seu Deus, fez com o Jordo como fizera com o mar Vermelho, quando o secou diante de ns at que o tivssemos atravessado. Ele assim fez para que todos os povos da terra saibam que a mo do Senhor poderosa e para que vocs sempre temam o Senhor, o seu Deus". (Js 4:24,25)
Na construo do templo:
"Quanto ao estrangeiro, que no pertence ao teu povo Israel, e que veio de uma terra distante por causa do teu nome pois ouviro acerca do teu grande nome, da tua mo poderosa e do teu brao forte quando ele vier e orar voltado para este templo, ouve dos cus, lugar da tua habitao, e atende o pedido do estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra conheam o teu nome e te temam, como faz Israel, teu povo, e saibam que este templo que constru traz o teu nome. (I Rs 8:41-43)
Nos livros poticos, onde podemos encontrar vrias declaraes acerca do propsito de Deus para as naes:
Que Deus tenha misericrdia de ns e nos abenoe, e faa resplandecer o seu rosto sobre ns, para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, a tua salvao entre todas as naes. Louvem-te os povos, Deus; louvem-te todos os povos.(Sl 67:1-3)
Nos profetas menores, destacando Jonas, demonstrando a preocupao de Deus com povos gentios:
"V depressa grande cidade de Nnive e pregue contra ela, porque a sua maldade subiu at a minha presena". (Jn 1:2)
Jesus foi reconhecido por Simeo como salvao para todos os povos:
" Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo. Pois os meus olhos j viram a tua salvao, que preparaste vista de todos os povos: luz para revelao aos gentios e para a glria de Israel, teu povo". (Lc 2: 29-32)
A necessidade do sacrifcio era urgente, os gentios precisavam ver a luz da salvao partindo dos judeus, do povo escolhido:
Vocs, samaritanos, adoram o que no conhecem; ns adoramos o que conhecemos, pois a salvao vem dos judeus. No entanto, est chegando a hora, e de fato j chegou, em que os verdadeiros adoradores adoraro o Pai em esprito e em verdade. So estes os adoradores que o Pai procura. Deus esprito, e necessrio que os seus adoradores o adorem em esprito e em verdade".(Jo 4: 22-24)
Depois de realizado o sacrifcio e o vu do templo rasgado, todos os povos tem acesso ao Santo dos Santos, ao Deus criador atravs de Jesus, mas, era preciso que os discpulos (igreja) assumissem a postura de povo escolhido para proclamar a salvao a todos os povos e pela a f encontrar os escolhidos de Deus:
Ento lhes abriu o entendimento, para que pudessem compreender as Escrituras. E lhes disse: Est escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdo de pecados a todas as naes, comeando por Jerusalm. (Lc 24: 45-47)
3. Pelo o Cordeiro
Jesus o centro missionrio da Bblia e sua morte o ponto alto do plano salvifico de Deus para o mundo, ele alm de dividir a histria, mudou seu tempo e capacitou discpulos a fazerem o mesmo. A morte que antes era smbolo de derrota transformada pelo o poder do Deus de amor e por seu sacrifcio. A igreja de Cristo representada nos Evangelhos e nos Atos dos Apstolos pelos primeiros discpulos assume ento a proclamao dessa boa nova (Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo morreu para que todos tenham a oportunidade se reconciliar com Deus) a misso de proclamar as boas novas para todos os povos. Essa tarefa assumida com fora pelas primeiras comunidades, no somente com uma mensagem apocalptica, mas como agregadores de membros a grande famlia de Deus, a igreja. Os discpulos foram desafiados a como Cristo, atravessar fronteiras, romper barreiras geogrficas e tnicas, superar dificuldades como o preconceito e a aculturao, enfrentar at a morte se preciso for para testemunhar essa verdade a todos. A misso de Deus que iniciou com o na Criao, passa pelo o sacrifcio do Cordeiro e culmina na igreja dependente do Espirito Santo para proclamar as boas novas de salvao, ou seja, a misso antes de tudo a misso do prprio Deus, sendo destacvel a ao do Pai, Filho e Espirito Santo em todos os perodos de atuao do homem, representando a total dependncia para cumprir em obedincia sua ordem.
4. A Prtica da Igreja
Antes de tudo, preciso reunir para nossa compreenso dois termos (evangelizao e diaconia) em uma nica ao, quando tratamos a Evangelizao ou a Misso, necessrio compreender que dentro desse termo, no podemos encontrar nada mais que vrias outras aes recorrentes do termo misses. No principio apostlico da igreja, a diaconia faz parte do contexto social e da vida dos crentes:
Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acrscimo de cerca de trs mil pessoas. Eles se dedicavam ao ensino dos apstolos e comunho, ao partir do po e s oraes. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apstolos. (At 41-43)
Podemos observar um equilbrio e harmonia entre a proclamao, a orao e o partir do po, como algo constante no meio dos primeiros discpulos, servindo de exemplo e de como possvel ser igreja e receber de Deus as recompensas em maravilhas que glorificam a Ele. Deus acrescenta novas pessoas, multiplica o po e faz maravilhas atravs dos apstolos para que seu nome seja glorificado entre eles. Mais uma vez a misso parte de Deus, passa pela a igreja como instrumento e retorna a ele como glorias e louvores.
5. At os confins da Terra
Mas recebero poder quando o Esprito Santo descer sobre vocs, e sero minhas testemunhas em Jerusalm, em toda a Judia e Samaria, e at os confins da terra" (At 1:8)
Esse texto de Atos dos Apstolos essencial para compreendermos a dimenso da misso de Deus atravs da igreja. Uma igreja que de desacreditada, passa a ser capacitada por Deus para ser embaixadora de seu Reino na Terra, para proclamar e servir a todas as naes. Em uma compreenso lgica, os discpulos cumpriram essa misso de forma uniforme, como a prpria igreja deveria assumir para os dias de hoje. Cristo promete o Espirito Santo, o Consolador, Auxiliador que desenvolveria a estratgia certa para transformar simples pessoas do povo em mestres do conhecimento de Deus. A misso assumida pela a igreja, ordenada por Jesus antes de sua ascenso de sermos testemunhas em Jerusalm, que podemos entender como nossa casa, vizinhana ou cidade, em toda Judeia e Samaria, entendemos como nosso estado e pases vizinhos e at os confins da terra, sempre testemunhando ao mesmo tempo com a mesma intensidade. Para muitos isso pode parecer impossvel, se formos levados em conta que a misso de responsabilidade nossa. Mas, quando repassamos a misso para o prprio Deus, possvel seguir o exemplo dos apstolos atravs da ao. Servindo onde for, mas lembrando de sempre, todos os lugares atravs das oraes e contribuies. A misso deve ser assumida com paixo por toda a igreja, essa a vantagem de termos conosco o Espirito Santo como auxiliar e capacitador na tarefa, principalmente que a mensagem e ao no mudam de acordo com a cultura, o amor de Deus expressado pela a igreja universal.
6. Concluso
Na pregao de Cristo e sua salvao, os moravianos pareciam escolher os lugares mais longes, com maiores dificuldades e onde se encontravam os oprimidos e escravos desse mundo. Dos desertos congelados da Groelndia ao deseto escaldante da Etipia, os moravianos prezavam por algo que hoje nos falta, o reconhecimento e a empatia com o sofrimento alheio em ns. Os missionrios reconheciam no sofrimento de Cristo o sofrimento do outro, mais que nunca essa a misso da igreja hoje, buscar aquele que sofre, no somente o pobre, mas aquele que sofre com a solido e com a possibilidade nunca conhecer a Deus, um sofrimento de estar sem esperana ou na espera de algum que testifique do verdadeiro Deus. Essa nossa misso.
7. Referncias
BBLIA. Portugus. Nova Verso Internacional. So Paulo: Ed. Vida, 2000