Variáveis

Amostragem
Erros amostrais
Estudos observacionais e Experimentais

DISCIPLINA: TADI

PROFa .: Karla Lima

EACH-USP

Aula 2: 02/03/2016
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Amostragem
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Variáveis

A cada fenômeno temos um número de resultados possı́veis. Por

exemplo:
para o fenômeno “sexo” são dois os resultados possı́veis: sexo
masculino e sexo feminino;
para o fenômeno “número de filhos” há um número de resultados
possı́veis expresso através dos números naturais: 0, 1, 2, 3, . . . , n.
para o fenômeno “estatura” temos uma situação diferente, pois os
resultados podem tomar um número infinito de valores numéricos
dentro de um determinado intervalo.
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Definição - Variáveis

Os valores de uma variável é, convencionalmente, o conjunto de

resultados possı́veis de um fenômeno.
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Variável Qualitativa

Quando seus valores são expressos por atributos: sexo (masculino e

feminino), cor da pele (branca, preta, amarela, parda), etc. Temos:
Variável Qualitativa Ordinal: são aquelas que podem ser
colocadas em ordem, por exemplo, a “classe social” (A, B, C) e a
variável “peso” medida em 3 nı́veis (pouco pesado, pesado, muito
pesado);
Variável Qualitativa Nominal: são aquelas que não podem ser
ordenadas, como a cor dos olhos, o local do nascimento.
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Variável Quantitativa

Quando seus valores são expressos em números (salários dos operários,

idade dos alunos de uma escola, etc). Temos:
Variável Quantitativa Contı́nua: São aquelas que podem assumir
valores entre dois limites. Ex.: peso ou altura de uma pessoa.
Variável Quantitativa Discreta: São aquelas que só podem
asssumir valores pertencentes a um conjunto enumerável (contável).
Ex.: o número de filhos de uma pessoa.
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Exemplos

1 O número de alunos de uma escola pode assumir qualquer um dos

valores no conjunto {1, 2, 3, . . .} - Variável discreta (é uma
contagem).
2 O peso dos alunos de uma escola - Variável contı́nua (é uma
medida)

Notação: designamos as variáveis por letras latinas, como por exemplo,

x, y , z.
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População e amostra

1 População: é a coleção completa de todos os elementos a serem

estudados. A coleção é completa no sentido de que inclui todos os
sujeitos a serem estudados. (Conjunto de membros portadores de,
pelo menos, uma caracterı́stica comum.)
2 Amostra: é um subconjunto de membros selecionados de uma
população.
3 Amostra aleatória: quando membros de uma população são
selecionados de tal forma que cada membro individual tenha chance
igual de ser selecionado.
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Exemplos

1 Os estudantes constituem uma população, pois apresentam pelo

menos uma caracterı́stica comum: são os que estudam;
2 Uma certa pesquisa perguntou 1087 adultos, o seguinte: “Você faz
uso de bebidas alcoólicas como as destiladas, o vinho ou a cerveja,
ou você é totalmente abstémio?” Os 1087 sujeitos da pesquisa
constituem uma amostra, enquanto a população consiste na coleção
inteira de todos os adultos.
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Para os resultados serem corretos, é necessário garantir que a amostra

seja representativa da população, isto é, a amostra deve possuir as
mesmas caracterı́sticas básicas da população, no que diz respeito ao
fenômeno que desejamos pesquisar. É preciso que a amostra ou as
amostras que serão usadas sejam obtidas por processos adequados.
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O que é amostragem?

É o processo de determinação de uma amostra a ser pesquisada.

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Por que fazer amostragem?

diminuir custos;
aumentar a representatividade;
melhorar a precisão;
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Como amostrar?

1 Amostragem probabilı́stica.
2 Amostragem não-probabilı́stica.
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Amostragem Probabilı́stica versus Não-Probabilı́stica

Amostragem Probabilı́stica: É aquela em que cada elemento da

população tem uma chance conhecida e diferente de zero de ser
selecionado para compor a amostra. As amostragens probabilı́sticas
geram amostras probabilı́sticas.

Amostragem Não-Probabilı́stica: É aquela em que a seleção dos

elementos da população para compor a amostra depende ao menos
em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no
campo.
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Amostragem Não-Probabilı́stica

Amostragem Acidental;
Amostragem Intencional;
Amostragem por quotas;
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem Acidental

Trata-se de uma amostra formada por aqueles elementos que vão

aparecendo, que podem ser obtidos até completar o número desejado de
elementos da amostra. Geralmente, utilizada em pesquisa de opinião em
que os entrevistados são acidentalmente escolhidos.
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem Intencional

De acordo com determinado critério, é escolhido intencionalmente um

grupo de elementos que irão compor a amostra. O investigador dirige-se,
intencionalmente, a grupos de elementos dos quais deseja saber a
opinião.
Exemplo: em uma pesquisa sobre preferência por determinado
cosmético, o pesquisador dirige-se a um grande salão de beleza e
entrevista as pessoas que ali se encontram.
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem por quotas

A amostragem por quotas constitui um tipo especial de amostragem

intencional, em que o pesquisador procura obter uma amostra que
seja similar à população sob algum aspecto.
A seleção de amostra por quotas é a forma mais usual de
amostragem não probabilı́stica.
É um dos métodos de amostragem mais comumente usado em
levantamentos de mercados e em prévias eleitorais.
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem por quotas

A amostragem por quotas envolve três fases:

1 Classificação da população em termos das propriedades que se sabe,
ou se presume, serem relevantes para o estudo;
2 Determinação da proporção (%) da população para cada
caracterı́stica (propriedade) relevante para o estudo;
3 Fixação de quotas para cada observador, ou entrevistador, a quem
cabe a responsabilidade de selecionar entrevistados, de modo que a
amostra total observada ou entrevistada contenha iguais proporções
de cada caracterı́stica que está sendo avaliada.
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem por quotas

Exemplo: Admitamos que se deseja realizar uma pesquisa sobre

intenções de votos em determinado municı́pio com 30.000 eleitores.
Busca-se conhecer a intenção de votos dos homens e mulheres em função
de seus nı́veis de escolaridade. O tamanho amostral foi dimensionado em
400 eleitores.

Procedimentos:
1) As variáveis sexo e nı́vel de escolaridade são relevantes
para o estudo;
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem por quotas -

Cont. Exemplo

2) Por meio dos registros dos cartórios eleitorais, ou com

base em dados de outras pesquisas, são dimensionadas as
porcentagens populacionais para cada um dos nı́veis das
variáveis relevantes ao estudo:

Sexo % Escolaridade %
Masculino 60 Analfabeto 10
Feminino 40 Ensino Fundamental 50
Ensino Médio 30
Superior 10
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem por quotas -

Cont. Exemplo

3) Como não dispomos das porcentagens de homens e

mulheres para cada nı́vel de escolaridade, vamos admitir
que sejam iguais (60% homens e 40%) para todos os
nı́veis. Assim:

Escolaridade Homens Mulheres

Analfabetos 24 16
Ensino Fundamental 120 80
Ensino Médio 72 48
Superior 24 16
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Amostragem Não-Probabilı́stica: Amostragem por quotas -

Cont. Exemplo
Vamos admitir que temos quatro entrevistadores. Logo, a quota de cada
um poderá ser:

Escolaridade Homens Mulheres Soma

Analfabetos 6 4 10
Ensino Fundamental 30 20 50
Ensino Médio 18 12 30
Superior 6 4 10
Soma 60 40 100

Para que a amostra represente todo o municı́pio, os quatro

entrevistadores poderiam cumprir suas quotas em cada uma das regiões:
Norte, Sul, Leste e Oeste.
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Amostragem Probabilı́stica

Amostragem Aleatória Simples;

Amostragem Sistemática;
Amostragem Estratificada;
Amostragem por Conglomerado.
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem Aleatória Simples

Este tipo de amostragem é equivalente a um sorteio aleatório.

Na prática, a amostragem aleatória simples pode ser realizada
numerando-se a população de 1 a N e sorteando-se, a seguir, por
meio de um dispositivo aleatório qualquer, n números dessa
sequência, os quais corresponderão aos elementos pertencentes à
amostra
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem Aleatória Simples

Exemplo: Obter uma amostra para a pesquisa da estatura de 90 alunos

de uma escola:
1 Numeramos os alunos de 1 a 90;
2 Escrevemos os números, de 1 a 90, em pedaços iguais de um
mesmo papel, colocando-os dentro de uma caixa. Agitamos sempre
a caixa para misturar bem os pedaços de papel e retiramos, um a
um, nove números que formarão a amostra.

Quando o número de elementos da amostra é grande, esse tipo de

sorteio torna-se muito trabalhoso.
O computador é uma ferramenta muito útil.
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem Estratificada

Quando a população for heterogênea, não se deve usar a

amostragem aleatória simples.
Deve-se dividir a população em subpopulações de forma que dentro
das subpopulações haja homogeneidade.
Este processo se chama estratificação da população, sendo
cada subpopulação um estrato.
A seleção em cada estrato deve ser aleatória.
A amostra obtida, neste caso, se chama amostra aleatória
estratificada.
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem Estratificada

Exemplo: Suponha, no exemplo anterior, dos 90 alunos, 54 sejam

meninos e 36 sejam meninas, vamos obter a amostra estratificada.
São dois estratos (sexo masculino e sexo feminino) e queremos uma
amostra de 10% da população. Logo,

Sexo População 10% Amostra

Masculino 54 5,4 5
Feminino 36 3,6 4
total 90 9 9
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem Estratificada

Numeramos os alunos de 1 a 90, sendo que de 1 a 54 correspondem

aos meninos e de 55 a 90 as meninas.
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem Sistemática

Escolha algum ponto inicial e a seguir selecione cada k-ésimo

elemento da população.
Exemplo: Suponha que uma empresa de telefonia fixa deseja saber
o grau de satisfação de seus usuários com os serviços prestados. O
número de assinantes é da ordem de 50.000 e desejamos selecionar
uma amostra aleatória de 1000 assinantes.
1 No caso da amostragem aleatória simples seria necessário que
tivéssemos assinantes numerados sequencialmente de 1 a
50000 e somente após isso selecionamos os 1000 assinantes:
A seleção seria feita usando a tabela de números aleatórios ou
um software que gera esses números.
Hoje com a informática esse problema seria minimizada
quando dispomos do cadastro de assinantes eletronicamente.
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem Sistemática

Alternativa: Selecionar 1 assinante a cada 50

Procedimento:
1 Selecionar um assinante dentre os primeiros 50;
2 Digamos que de ordem 20 fosse selecionado;
3 O próximo seria o de ordem 70;
4 O próximo seria o de ordem 120;
5 O próximo seria o de ordem 170;
6 E assim por diante...
A amostragem sistemática é frequentemente utilizada em pesquisas que
obrigam que a seleção seja feita durante a etapa de coleta de dados, por
pessoas que não estão familiarizadas com tabela de números aleatórios
ou com uso de software.
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem por

Conglomerado

Divida a população em seções (ou conglomerados), a seguir selecione

aleatoriamente alguns desses conglomerados e escolha todos os membros
desses conglomerados selecionados.
A amostragem é feita sobre os conglomerados e não mais sobre os
indivı́duos da população.
Exemplo (Pesquisas eleitorais): Selecione aleatoriamente 30 zonas
eleitorais dentre um grande número de zonas e, em seguida,
entrevistamos todos os eleitores daquelas zonas selecionadas.
Isso é muito mais rápido e muito menos dispedioso do que
selecionar uma pessoa de cada uma das zonas na área populacional.
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Amostragem Probabilı́stica: Amostragem por

Conglomerado

Exemplo: Num estudo de sinais de depressão em uma população de

alunos do ensino médio, foram sorteadas as salas de aula das escolas de
um municı́pio e aplicado um questionário a todos os alunos das turmas
sorteadas.
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Erros amostrais

Provavelmente sempre haverá algum erro nos resultados quando

planejamos e executamos o processo de coleta da amostra.
Exemplo: Selecione aleatoriamente 1000 adultos, pergunte se eles
completaram o ensino médio e registre a porcentagem amostral de
respostas “sim”. Se você selecionar aleatoriamente outra amostra
de 1000 adultos, é provável que você obtenha uma porcentagem
amostral diferente.
Um erro amostral é a diferença entre o resultado amostral e o
verdadeiro resultado da população.
Um erro não amostral ocorre quando os dados amostrais são
coletados, registrados ou analisados incorretamente. Exemplo: uso
de um instrumento de medida defeituoso, cópia incorreta dos dados.
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Estudos observacionais

Observamos e medimos caracterı́sticas especı́ficas, mas não

tentamos modificar os sujeitos objeto de estudo.
O investigador observa, sem interferir.
Exemplo: Pesquisa de opinião é observacional no sentido de que
ela simplesmente observa pessoas (em geral, através de entrevistas)
sem modificá-las.
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Estudos experimentais

Aplicamos algum tratamento e passamos, então, a observar seu

efeito sobre os sujeitos.
O investigador intervém.
Os sujeitos em um experimento são chamados de unidades
experimentais.
Exemplo: O teste clı́nico de uma certa droga é experimental pois
envolve o tratamento de algumas pessoas com a droga, de modo
que as pessoas que são tratadas são modificadas.