Princípios Específicos Do Direito Do Trabalho.
Princípios Específicos Do Direito Do Trabalho.
Princípios Específicos Do Direito Do Trabalho.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO
DIREITO DO TRABALHO
Cassar, Vólia Bomfim Resumo de direito do trabalho / Vólia Bomfim Cassar. – 6. ed., rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.
Delgado, Mauricio Godinho Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a
lei da reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores —Mauricio
Godinho Delgado. — 18. ed.— São Paulo : LTr, 2019
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
Informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas
regras institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte vulnerável e
hipossuficiente na relação empregatícia, visando retificar (ou atenuar), no plano jurídico, o
desiquilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. Em que pese a reforma
trabalhista tenha relativizado, em alguns aspectos, este princípio, o que pode ser constatado
pela jurisprudência e súmulas mais recentes dos tribunais trabalhistas.
Ao permitir que o empregado usufrua de condição mais favorável que aquela que é
prevista no contrato de trabalho e na lei, o empregador limitou seu poder potestativo de variar
e vinculou-se ao cumprimento desta nova condição, por tacitamente ajustada pela
habitualidade.
PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO
TRABALHADOR
Quando uma norma comportar mais de uma interpretação razoável e distinta, deve se
optar por aquela que for mais favorável ao trabalhador, posto que este é a parte vulnerável na
relação de emprego. Ou seja, quando surgir da norma dúvida a respeito da sua interpretação,
desde que seja razoável, o exegeta deverá optar por aquela que beneficiar o hipossuficiente.
A regra geral quanto ao prazo do contrato de emprego é que este seja indeterminado,
portanto, a relação de emprego tende a ser duradoura. As exceções são o contrato por tempo
determinado e o contrato intermitente.
As partes podem pactuar cláusulas iguais ou melhores (para o empregado) que a lei,
mas nunca contra ou em condições menos favoráveis que as previstas na lei ou nas normas
coletivas vigentes (art. 444 da CLT). Como consequência lógica do princípio da proteção, a
CLT vedou a alteração contratual, mesmo que bilateral, quando prejudicial ao empregado (art.
468 da CLT). É válida, pois, qualquer alteração unilateral ou bilateral, que não cause prejuízo
ao trabalhador, como aumento salarial ou redução da jornada, por exemplo.
PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE E DA
INTRANSACIONABILIDADE
Como regra geral, não pode o empregado, antes da admissão, no curso do contrato ou
após seu término, renunciar ou transacionar seus direitos trabalhistas, seja de forma expressa
ou tácita. O impedimento tem como fundamento a natureza dos direitos previstos nas normas
trabalhistas, que são de ordem pública, cogentes, imperativas, logo, irrenunciáveis e
intransacionáveis pelo empregado. O art. 9º da CLT declara como nulo todo ato que vise
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos direitos trabalhistas previstos na lei. Da mesma
forma, o art. 468 da CLT, que considerou nula toda alteração contratual que cause prejuízo ao
trabalhador.