Processo Digital Nº: Classe - Assunto Requerente: Requerido
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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1038199-62.2019.8.26.0114 e código 777A8A5.
SENTENÇA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE FERNANDO STEINBERG, liberado nos autos em 17/12/2019 às 14:41 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). JOSE FERNANDO STEINBERG
Vistos.
Citada (fls. 125), a ré ofereceu contestação às fls. 131/153, aduzindo, em suma: a falta
de cobertura contratual e legal; legalidade na conduta da ré ao não custear o tratamento, vez que
não regulamentado pela ANS; ausência de danos morais.
É o relatório.
1038199-62.2019.8.26.0114 - lauda 1
fls. 379
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Fundamento e decido.
Por serem prescindíveis novas provas, com fundamento no artigo 355, inciso I, do
Código de Processo Civil, passo a conhecer diretamente do pedido, proferindo sentença.
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A saúde, como bem intrinsecamente relevante à vida e à dignidade humana, foi
elevada pela atual Constituição Federal à condição de direito fundamental do homem. Assim, ela
não pode ser caracterizada como simples mercadoria, nem confundida com outras atividades
econômicas. O particular que presta uma atividade econômica correlacionada com serviços
médicos e de saúde possui os mesmos deveres do Estado nos limites contratados, ou seja, prestar
assistência médica integral aos consumidores dos seus serviços pactuados, entendimento esse que
não se sustenta somente no texto constitucional ou no Código de Defesa do Consumidor, mas,
principalmente, na lei de mercado de que quanto maior o lucro, maior também é o risco.
Pois bem. A recusa (fls. 39/42) da ré no que tange à cobertura do tratamento médico
objurgado ofende o direito básico do consumidor-paciente inscrito no artigo 47 da Lei nº 8.078/90,
sendo nula de pleno direito, de acordo com o artigo 51, § 1o, inciso II, dessa mesma lei, bem como
diante do princípio constitucional inserto no artigo 170, inciso V, de nossa Lei Maior.
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fls. 380
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experimental ou por não estar previsto no rol de procedimentos da
ANS”.
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Alberto Menezes Direito, Terceira Turma, julgado em 15/03/2007, publicado em DJ 02.04.2007,
p. 265.
Nessa linha, o medicamento solicitado deverá ser fornecido à autora, uma vez que a
recusa da ré foi imotivada, e não subsiste diante do direito aplicável à espécie.
Contudo, no que tange os danos morais, esses não são devidos, vez que a conduta da
ré não impulsionou qualquer dano à esfera moral da demandante. Desse modo, não foi
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fls. 381
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comprovado nenhum fato que constitua causa suficiente para obrigação de indenizar danos
extrapatrimoniais, em razão da negativa da ré.
Posto isso, com fulcro no artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos, para: confirmar a tutela deferida às fls. 71/72 e
condenar a ré, a título de obrigação de fazer, a autorizar, custear e fornecer o tratamento integral
prescrito pela médica da autora e todos os outros que venham a ser prescritos, no prazo de 24
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horas.
Pela sucumbência recíproca, cada parte arcará com suas despesas processuais, exceto
honorários advocatícios, os quais fixo em 20% do valor da causa, a serem rateados na proporção
de 75% de responsabilidade da ré, e 25% de responsabilidade da autora.
Publique-se e intimem-se.
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