Tema 1 - Máquinas Elétricas Rotativas
Tema 1 - Máquinas Elétricas Rotativas
Tema 1 - Máquinas Elétricas Rotativas
PROPÓSITO
Definir os conceitos de corrente contínua e corrente alternada para reconhecer suas diferenças.
Descrever os conceitos físicos que envolvem as máquinas elétricas em corrente contínua e em
corrente alternada, a fim de compreender suas formas de funcionamento. Identificar os sistemas
monofásicos e trifásicos com a finalidade de distinguir cada um deles.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar os estudos do conteúdo deste tema, separe os seguintes materiais: papel,
caneta e uma calculadora, que também pode ser encontrada em seu smartphone ou
computador
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 1
As máquinas elétricas existem há muitos anos e estão presentes em todos os objetos com os
quais nos deparamos na sociedade moderna: refrigeradores, freezers, aspiradores de pó, carros
elétricos, bombas hidráulicas, entre outros. Praticamente todas as máquinas numa indústria são
movimentadas por força motriz e, naturalmente, os geradores fornecem energia elétrica para
funcionamento de todos os motores.
Imagem: Shutterstock.com
É interessante observar que um motor elétrico se adéqua bem em um ambiente onde não são
permitidos poluentes associados à combustão. Então, a energia mecânica ou térmica pode ser
convertida em sua forma elétrica, tornando-se uma fonte limpa de energia para alimentação de
equipamentos elétricos.
As máquinas elétricas são dispositivos úteis na conversão de diferentes formas de energia para
energia elétrica ou vice-versa.
Por exemplo:
Imagem: Shutterstock.com
Um motor elétrico, por meio do seu eixo rotativo, pode converter energia elétrica em energia
mecânica.
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
A energia térmica também é muito utilizada na conversão de energia elétrica, podendo ser
observadas nas usinas térmicas.
Os sistemas que utilizam sinais alternados, ou seja, sinais de corrente que apresentam
mudanças de polaridade (positiva e negativa) ao longo de um dado intervalo de tempo,
apresentam corrente alternada (AC).
Corrente contínua (CC)
Os sistemas que utilizam sinais contínuos, isto é, que não mudam de polaridade ao longo de um
dado intervalo de tempo, apresentam corrente contínua (CC).
EXEMPLO
As máquinas elétricas podem ser alimentadas por fontes AC ou CC, e aprenderemos mais
sobre elas a seguir.
Imagem: Shutterstock.com
SINAIS ALTERNADOS
Imagem: Shutterstock.com
Um sinal alternado é aquele que apresenta uma alternância de polaridade (Sinal positivo ou
negativo) ao longo do tempo. Essa mudança de sinal ocorre de forma mais intensa (mais
rápida) quanto maior for a frequência do sinal.
EXEMPLO
Um exemplo de sinal alternado é a tensão elétrica disponível nas tomadas das residências.
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SINAIS SENOIDAIS
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
V
m á ximo – Valor de pico, parâmetro que descreve o valor máximo (positivo e negativo)
produzido pelo sinal após um ciclo completo de trabalho.
Sinais alternados são periódicos; logo, se repetem em intervalos fixos de tempo. Esses
intervalos são chamados de períodos do sinal (T) e sua unidade é medida em segundo (s).
A frequência (f) corresponde ao número de ciclos (períodos completos) de um dado sinal dentro
de 1 segundo. Por esse motivo, a unidade da frequência é o Hertz (Hz), definida por s-1.
VOCÊ SABIA?
A Figura 3 ilustra um sinal de tensão alternada, em que é possível observar que a amplitude do
sinal (pico máximo) é de ± 200 V . A frequência angular é 628 rad/s.
VOCÊ SABIA?
A frequência é definida como o inverso do período f = 1/
T . Sendo assim, a unidade da
SINAIS CONTÍNUOS
Diferentemente dos sinais alternados, os sinais contínuos mantêm sua polaridade (sinal
negativo ou positivo) durante todo o tempo, como as pilhas e as baterias.
ATENÇÃO
Vale destacar que, apesar de não mudar sua polaridade, os sinais contínuos podem variar seu
valor, ou seja, não são necessariamente constantes.
A Figura 4 ilustra casos de sinais contínuos pulsantes (linha azul) e sinais contínuos constantes
(linha vermelha).
INTENSIDADE
Valor medido.
UNIDADE DE MEDIDA
Uma característica que distingue sinais contínuos de sinais alternados é o seu valor médio, o
qual representa a componente contínua que existe (se existir) dentro de um sinal alternado.
Esse sinal é alternado e seu valor médio pode ser obtido pelo somatório das suas áreas dividido
pelo período do sinal.
Á reas
V alor m é dio = P eríodo
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim, o valor médio do sinal alternado da Figura 5 é calculado com o somatório das áreas 1 e
2. Então:
Á rea 1+Á rea 2
V alor m é dio = P eríodo
( 6 ⋅ 12 ) +(−6 ⋅ 12)
V alor m é dio = 24
72+(−72)
V alor m é dio = 24
V alor m é dio = 0
24
V alor m é dio = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim, define-se o período que se deseja analisar, para que seja possível determinar a área do
sinal.
Por exemplo, considerando-se o mesmo intervalo de tempo do sinal da Figura 5 (t = 24s), a área
é definida como na Figura 7.
Á rea
V alor m é dio = P eríodo
(6 ⋅ 24)
V alor m é dio = 24
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sinal alternado
Como os dois ciclos são iguais, há simetria entre os ciclos e o valor médio é nulo.
Sinal contínuo
POTÊNCIA ELÉTRICA
Apesar de o valor médio ser zero para sinais alternados que apresentam simetria, o mesmo não
pode ser afirmado em relação à potência elétrica.
A tensão e a corrente elétricas, tanto contínuas quanto alternadas, são relacionadas entre si
pela Lei de Ohm:
V = R ⋅ I
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Entretanto, ao combinar as duas equações, pode-se relacionar a potência com a tensão elétrica
ou a corrente elétrica e a resistência da carga considerada. Assim:
2
V
P =
R
2
P = R ⋅ I
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ATENÇÃO
É possível perceber que tanto a tensão quanto a corrente aparecem elevadas ao quadrado.
Dessa maneira, não haverá valores negativos de potência (tendo em vista que as resistências
são sempre positivas). Essa característica faz com que, mesmo para sinais alternados
simétricos, a potência apresente um valor médio.
A produção de energia elétrica alternada segue por princípio a Lei de Faraday ou Lei da indução
magnética, como pode ser observado a seguir.
VOCÊ SABIA?
A Lei de Faraday prevê que um campo magnético pode interagir com um circuito elétrico para
produzir uma tensão elétrica.
Imagem: Shutterstock.com
Ao rotacionarmos a uma espira composta de material condutor, localizada entre os ímãs (campo
magnético), provocamos a interação entre um campo magnético e um condutor elétrico,
produzindo uma tensão alternada.
Imagem: Shutterstock.com
O gráfico acima ilustra como essa tensão alternada varia entre seus valores mínimo e máximo,
em sincronia com a posição da espira em relação ao campo magnético.
A energia elétrica contínua é aquela gerada a partir de pilhas, baterias, painéis solares, entre
outros. Essas fontes produzem a energia fornecida por meio de reações químicas, físicas ou
físico-químicas.
As pilhas passam por reações eletroquímicas em seu interior e produzem a corrente e a tensão
elétrica fornecidas pela carga. Já os painéis solares (Figura 9), ao receberem a incidência dos
fótons por meio dos raios solares, têm seu nível energético aumentado e acabam liberando
elétrons que entram em condução, produzindo uma corrente e um potencial elétrico contínuos.
FÓTONS
Imagem: Shutterstock.com
Figura 9. Energia elétrica contínua representada em painel solar.
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE
MÁQUINAS ELÉTRICAS CC
As máquinas elétricas de corrente contínua (máquinas elétricas CC) são, basicamente, motores
que convertem energia elétrica em energia mecânica, transformando eletricidade em
movimento. Elas também podem ser utilizadas como geradores, que por sua vez convertem
energia mecânica em energia elétrica.
Veja uma representação de duas máquinas de corrente contínua, nas Figuras 10A e 10B.
energia mecânica, sendo representada pela saída da máquina (giro do eixo do motor). As
variáveis torque (T) e velocidade angular (W) são grandezas mecânicas inerentes ao giro do
eixo. O torque é a variável responsável pela capacidade do motor de produzir força motriz
(movimento giratório). Já a velocidade angular corresponde à rapidez do giro do eixo: quanto
maior a velocidade angular, mais rápido girará o eixo do motor.
RESUMINDO
O funcionamento de uma máquina elétrica CC aplicada a motores se dá por meio de uma fonte
de tensão contínua CC que fornece uma corrente elétrica contínua responsável por produzir um
campo magnético que, por sua vez, atuará sobre a estrutura mecânica, fazendo com que um
“bloco girante” conectado ao eixo, o rotor, inicie o movimento de rotação.
A velocidade do giro do eixo pode ser variada por meio do valor da tensão (intensidade de VCC)
máquina.
EXEMPLO
Os aerogeradores são um exemplo que pode utilizar a geração de energia elétrica em CC. Por
intermédio do giro das turbinas pelo fluxo de vento, essa energia mecânica é transformada em
energia elétrica.
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VOCÊ SABIA?
O dínamo, que corresponde a uma pequena máquina elétrica de corrente contínua utilizada
como gerador CC, ainda hoje é bastante utilizado em faróis de bicicletas. Quando o ciclista inicia
o movimento de pedalar, a lanterna se acende e, quanto mais rápido o ciclista pedala, mais
intenso é o brilho do farol. Algumas lanternas também têm sido utilizadas com esse mesmo
princípio e com pequenas baterias recarregáveis. Dessa maneira, o próprio usuário poderá
recarregar a lanterna sem a necessidade de uma fonte elétrica externa de alimentação.
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PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE
MÁQUINAS ELÉTRICAS CA
As máquinas elétricas de corrente alternada (máquinas elétricas CA) são aquelas que
convertem energia elétrica alternada em energia mecânica, sendo possível observar tal
conversão no funcionamento dos motores. De maneira similar, as máquinas elétricas CA
também são utilizadas como geradores de energia elétrica, sendo responsáveis por converter
energia mecânica em energia elétrica. O motor interno desse gerador inicia sua rotação pela
força mecânica aplicada e faz com que as cargas elétricas se movimentem por meio de um
condutor elétrico. A frequência do sinal elétrico gerado depende da velocidade de rotação do
motor (como os 50Hz ou 60Hz das redes elétricas).
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SAIBA MAIS
Máquinas síncronas
A velocidade do motor é constante. Esse motor entra em funcionamento quando as bobinas que
compõem os enrolamentos do campo (estator) recebem tensão elétrica contínua (embora o
estator seja alimentado com corrente alternada, o rotor, que corresponde à parte girante, é
alimentado com corrente contínua, proveniente de um pequeno dínamo acoplado ao eixo do
próprio motor). Em resumo, as máquinas síncronas englobam todos os geradores e motores
que possuem corrente de campo magnético fornecida por uma fonte CC específica.
Máquinas assíncronas
São os motores e geradores que possuem corrente de campo fornecida por indução magnética
em seus enrolamentos de campo. Nessas máquinas, o rotor é inserido em um campo magnético
girante. A variação do campo magnético se manifesta sobre o rotor, fazendo com que ele tente
acompanhar o campo girante do estator. Um detalhe importante é que a velocidade dos motores
assíncronos será sempre menor do que a velocidade dos motores síncronos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 3V
B) 6V
C) 9V
D) 12V
E) 18V
B) 3,14rad/s
C) 314rad/s
D) 6,26rad/s
E) 628rad/s
GABARITO
1. Considere o sinal quadrado em meia onda da figura a seguir. Determine o valor médio
desse sinal.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
O período do sinal é 24 segundos, tendo em vista que é o tempo necessário para que o sinal se
repita.
Assim:
(6 ⋅ 24)
V alor m é dio = 24
72
V alor m é dio = 24
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ω = 2 ⋅ π ⋅ f
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sabendo-se que o valor de π = 3,14 , basta determinar o valor da frequência (f) para calcular a
velocidade angular.
O período do sinal, que corresponde ao tempo necessário para que o sinal encerre 1 ciclo
completo e se repita, é igual a 10,0ms (T = 10,0ms).
1
f =
T
1
f =
10m
1
f =
−3
10 ⋅ 10
1
f =
0,01
f = 100 H z
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Assim:
ω = 2 ⋅ π ⋅ f
ω = 2 ⋅ 3,14 ⋅ 100
ω = 628 rad/s
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MÓDULO 2
ATENÇÃO
carros por meio das baterias). Esse tipo de motor também é muito utilizado nas indústrias nas
quais é necessário um controle de alta precisão da velocidade dos equipamentos, como as
esteiras rolantes e as ferramentas de precisão.
A estrutura interna de um motor de corrente contínua pode ser vista na Figura 11:
As partes que compõem um motor de corrente contínua são divididas em partes do estator e
partes do motor.
Dentre as partes que compõem o estator, são identificadas:
PEDESTAL
Apoio do motor. Possibilita sua fixação em uma base. O uso de calços permite a redução de
ruídos promovidos pela máquina.
CARCAÇA
Faz o fechamento do fluxo magnético e serve como apoio para as demais partes do motor.
POLOS
São as partes da carcaça que recebem os enrolamentos de campo. Cada polo é composto pelo
núcleo do polo e pela sapata polar.
ESCOVAS
São feitas de grafite e ficam em contato com o comutador. São responsáveis por fornecerem a
corrente elétrica ao circuito da armadura.
ENROLAMENTO DA ARMADURA
COMUTADOR
Assim, a corrente elétrica fornecida ao rotor interage com o campo magnético do ímã
permanente (estator), formando um binário de forças que coloca o rotor em movimento. O
comutador, por sua vez, promove a inversão do sentido da corrente, fazendo com que o rotor
continue girando. O torque produzido é proporcional à intensidade do campo magnético e ao
valor da corrente elétrica fornecida ao rotor.
Os motores do tipo universal podem ser alimentados tanto por corrente contínua como por
corrente alternada.
ATENÇÃO
Embora essa máquina funcione em ambos os regimes, cada motor é otimizado para um tipo de
alimentação específica. Com isso, ao ligar um motor universal de corrente alternada em corrente
contínua, devido aos seus detalhes construtivos, a eficiência será menor, podendo ocorrer
centelhamento e até mesmo a queima do equipamento.
Desvantagens:
Os motores de corrente contínua também podem ser classificados de acordo com o modo de
conexão do indutor das bobinas induzidas, como: motor série, motor paralelo, motor composto,
motor de excitação independente, motor de passo e servomotor.
MOTOR SÉRIE
Esse tipo de motor possui os enrolamentos do indutor conectados em série com a armadura.
Sua principal característica é que oferece ao eixo um alto torque e rápida aceleração. A
velocidade varia de maneira inversamente proporcional à carga aplicada.
RESUMINDO
Quanto mais pesada for a carga, menor será a velocidade e, para cargas mais leves, maior será
a velocidade.
Esse tipo de motor é muito utilizado em aplicações que necessitam de maior tração, como trens
elétricos, bondes elétricos e guinchos elétricos.
MOTOR PARALELO
O motor paralelo também é chamado de motor de derivação ou motor shunt. Nesse tipo de
motor, o indutor e os enrolamentos induzidos são ligados em paralelo. O torque aumenta de
maneira proporcional à elevação da intensidade da corrente na armadura e, por outro lado, a
velocidade diminui.
O seu principal atributo é a fácil regulagem de velocidade, sendo muito utilizado em máquinas,
ferramentas, elevadores e esteiras.
Nessa configuração, a velocidade pode ser controlada por uma resistência variável colocada
com as bobinas do campo (reostato), permitindo controlar a tensão de entrada.
MOTOR COMPOSTO
Esse tipo também é conhecido como motor misto e apresenta as ligações paralela e em série
entre os indutores e os enrolamentos. As suas características de torque e velocidade variam de
acordo com a carga aplicada. Sua principal aplicação é em máquinas que podem ser
submetidas a bruscas variações de cargas, tais como prensas e tesouras mecânicas.
Esse motor possui esse nome porque seu indutor e sua armadura são alimentados por duas
fontes de energia independentes. Esse tipo de motor é utilizado em máquinas operatrizes que
necessitam de torque constante em todas as faixas de rotações, como ferramentas de avanço,
bombas de pistão, compressores, entre outros.
MOTOR DE PASSO
n úmero de passos = â 360
ngulo do passo
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Na Figura 13, é possível ver uma ilustração da estrutura de um motor de passo. O estator é
formado por quatro polos que, quando energizados, são magneticamente opostos. Assim, caso
o polo 1 seja norte magnético, o polo 3 será sul magnético.
Como o rotor é um ímã permanente, ele se movimenta buscando um alinhamento com o campo
do estator. Entretanto, o alinhamento perfeito nunca será possível, uma vez que o rotor é
composto por um número ímpar de polos. Assim, cada sequência de pulsos pode ser
responsável pela magnetização de um par diferente de polos, levando a passos diferentes.
Os motores de passo podem ser separados, de acordo com seu modo de passo, em:
São motores de 200 passos completos por rotação. Cada bobina é energizada por vez, duas
bobinas energizadas juntas, de maneira sequencial.
Sequencialmente, energiza-se uma bobina e, posteriormente, duas bobinas. Isso fará com que
apenas meio passo seja dado pelo motor. Assim, 400 passos seriam necessários para uma
rotação.
MOTOR DE MICROPASSO
Vale destacar que a inversão no sentido do movimento de um motor de passo é promovida pela
inversão no sentido de energização de suas bobinas. Dessa maneira, uma energização na
sequência 1 – 2 – 3 – 4 realiza um movimento contrário a uma energização na sequência 4 – 3
– 2 – 1.
Posicionamento preciso.
Tende a apresentar uma extensa vida útil, já que dispensa o uso de escovas no motor.
SERVOMOTOR
Esse tipo de motor funciona, geralmente, por corrente contínua. É utilizado um encoder óptico
ou mecânico para realizar a medição da posição e garantir que seu posicionamento seja
bastante seguro e preciso.
Imagem: Shutterstock.com
Figura 14. Ilustração de um encoder óptico.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA POSSUEM DIVERSAS
APLICAÇÕES E UMA ESTRUTURA COMPLEXA E COMPOSTA POR
DIVERSAS PARTES. FALANDO ESPECIFICAMENTE DO ESTATOR DE UM
MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA, A ESTRUTURA NECESSÁRIA PARA
PRODUÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO RESPONSÁVEL PELO MOVIMENTO
DE ROTAÇÃO DO MOTOR É:
A) o rotor.
B) o pedestal.
C) a carcaça.
D) o enrolamento de campo.
E) o comutador.
A) 360 passos.
B) 180 passos.
C) 120 passos.
D) 90 passos.
E) 60 passos.
GABARITO
Em um motor de passo, os pulsos do sinal de entrada responsáveis pela rotação do motor são
chamados de passos. Cada passo faz referência a um ângulo fixo de rotação, sendo a relação
entre os passos e o ângulo de cada passo definida por:
o
n úmero de passos = â 360
ngulo do passo
o
360
n úmero de passos = 2
o
n úmero de passos = 180 passos
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MÓDULO 3
Os motores elétricos em geral são mais eficientes que os motores a combustão, tendo o
comparativo de rendimento em 96,5% e 33%, respectivamente.
Os motores de corrente alternada (CA) são mais utilizados que os motores de corrente contínua
(CC). Além de serem menos custosos do ponto de vista da sua fabricação e manutenção, a
alimentação destes motores é feita diretamente pela rede elétrica, sem a necessidade de
utilização de equipamentos como inversores, retificadores ou baterias.
REDE ELÉTRICA
Em geral, os motores CA são mais simples em construção mecânica que os motores CC, e isso
resulta em menor custo de manutenção, quando comparados aos motores CC de mesma
potência.
Os motores CA possuem duas principais partes fundamentais para seu funcionamento, que são
o rotor e o estator. O rotor é conectado mecanicamente ao eixo de saída do motor e,
consequentemente, o giro desse eixo se dá por meio do giro do rotor.
O rotor gira por causa do campo magnético induzido pela corrente alternada que percorre as
bobinas instaladas no estator, que é semelhante a um anel de metal com pequenas lacunas que
prendem essas bobinas de fio em um núcleo de aço. Com isso, a corrente alternada passa por
esses fios isolados e produz um campo magnético girante que move o eixo da máquina.
VOCÊ SABIA?
Na América do Norte e no Brasil é utilizada a frequência de 60Hz, porém a frequência mais
utilizada do mundo, na rede elétrica, é 50Hz.
SAIBA MAIS
MOTORES SÍNCRONOS
Os motores síncronos são aqueles que possuem o giro do rotor na mesma velocidade do campo
magnético girante (campo magnético do estator). Esse tipo de motor tem uma corrente CC de
magnetização que flui no rotor e auxilia no campo magnético que faz o rotor girar. Os motores
síncronos de corrente alternada possuem velocidade constante.
Inclusive, existem no mercado motores síncronos que possuem ímãs permanentes inseridos em
seu rotor, os quais geram esses campos induzidos e dispensam, assim, a necessidade das
correntes contínuas de magnetização.
Essencialmente, esse motor entra em rotação quando o enrolamento do estator recebe a tensão
elétrica fornecida pela rede de forma alternada. Por sua vez, o rotor recebe a tensão elétrica da
rede de forma contínua; isso acontece porque a tensão é fornecida por meio de dois anéis
coletores.
Quando um dos polos do campo magnético, gerado pelo enrolamento de campo do rotor,
interagir com o campo girante resultante do estator, tentará se alinhar com o polo de sinal
oposto ao do rotor. Como o polo do campo girante do estator está em rotação, surgirá no rotor
um binário de forças que serão responsáveis por gerar um torque de forma que o rotor iniciará
uma rotação, mantendo o campo do enrolamento do rotor e o campo girante do estator
alinhados.
RESUMINDO
Com o surgimento do torque, o rotor girará seguindo o sentido e a velocidade do campo girante
do estator; logo, a velocidade angular do motor síncrono estará sincronizada com a frequência
da tensão alternada aplicada aos enrolamentos do estator.
O motor síncrono tem uma velocidade de rotação (em rotações por minuto – rpm), denominada
velocidade de sincronismo, constante e rigorosamente definida pela frequência da corrente e
pelo número de polos, estabelecida pela seguinte expressão:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MOTORES ASSÍNCRONOS
SAIBA MAIS
Por isso, os motores assíncronos também são chamados de motores de indução e possuem o
giro do rotor mais lento que o giro do campo magnético girante.
ESCORREGAMENTO
Fenômeno obtido por meio da diferença entre o campo magnético girante do estator e o
giro do eixo do motor.
í í
( velocidade s ncrona−velocidade ass ncrona ) ⋅100
escorregamento =
í
velocidade s ncrona
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
MOTORES CA MONOFÁSICOS
Os motores de corrente alternada monofásicos são aqueles que possuem apenas um conjunto
de bobinas. Sua ligação elétrica é do tipo fase e neutro (F + N).
EXEMPLO
Esses motores são utilizados para a movimentação de cargas que necessitam de motores de
baixa potência, como ventiladores, frigoríficos e máquinas de furar portáteis.
Imagem: Shutterstock.com
Esse tipo de motor, diferentemente dos motores trifásicos, possui um campo magnético pulsante
que varia através do semicírculo positivo e negativo do sinal senoidal da única fase da
alimentação monofásica. Isso faz com que o rotor e o estator estejam sempre em fase, gerando
um torque resultante igual a zero. Assim, esse tipo de motor não consegue girar o próprio eixo.
Para que isso seja corrigido é necessário o auxílio de alguns artifícios elétricos, de forma a
retirar o rotor do momento de inércia. Algumas técnicas são utilizadas com esse intuito como,
por exemplo:
Apenas uma bobina auxiliar em série com um capacitor e ambos em paralelo como o motor.
Uma bobina auxiliar em série com um capacitor e ambos em paralelo com um capacitor
permanente e o motor.
MOTORES CA TRIFÁSICO
O motor de indução trifásico é o tipo mais utilizado na indústria e seu uso vem aumentando em
ambientes doméstico, majoritariamente devido aos sistemas atuais de distribuição de energia
elétrica serem trifásicos de corrente alternada.
ATENÇÃO
ê ncia
120 ⋅ f requ
í
velocidade s ncrona (rpm) =
número de pó los
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A utilização de motores de indução trifásicos é aconselhável a partir dos 2kW, para potências
inferiores justifica-se o monofásico. O motor de indução trifásico apresenta vantagens quando
comparado ao monofásico, por exemplo:
A Figura 15 demonstra dois tipos diferentes de ligações possíveis para fechamento de um motor
trifásico 380/220V.
FECHAMENTO DE MOTORES
MONOFÁSICOS
O fechamento de motores monofásicos é essencial pois, através dele, é possível ligar um motor
com a mínima tensão possível ou com a máxima tensão disponível.
EXEMPLO
No caso de um motor monofásico 220/110 V, é possível ligá-lo tanto em 220V quanto em 110V,
desde que ele tenha 4 ou 6 terminais. Os motores com 2 terminais podem ser ligados apenas de
uma forma e em uma tensão específica.
Imagem: Shutterstock.com
Fechamento em delta
Não existe diferença entre tensão de linha, que corresponde à tensão entre duas fases (F-F) e a
tensão de fase, que corresponde à tensão entre uma fase e o neutro (F-N), entretanto, a
corrente de linha é maior que a corrente de fase:
Ilinha = √3 ⋅ If ase
Quando na placa de identificação de um motor trifásico vem a indicação como maior tensão
(maior valor possível de tensão do motor), é referente à ligação em delta.
Fechamento em estrela
Não existe diferença de amplitude entre a corrente de linha (F-F) e a corrente de fase (F-N),
entretanto, a tensão de linha é maior que a tensão de fase:
Vlinha = √3 ⋅ Vf ase
Quando na placa de identificação de um motor trifásico vem a indicação como menor tensão
(menor valor possível de tensão do motor), refere-se à ligação em estrela.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 1200
B) 600
C) 1800
D) 2400
E) 900
2. UM MOTOR TRIFÁSICO SERÁ CONECTADO A UMA TENSÃO (F-F) DE
330V NA LIGAÇÃO DELTA. CONHECENDO-SE AS CARACTERÍSTICAS
DESSE TIPO DE LIGAÇÃO, QUAL É A DIFERENÇA ENTRE AS TENSÕES
DE FASE E DE LINHA?
A) 330V
B) 0V
C) 572V
D) 165V
E) 110V
GABARITO
1. Um motor de corrente alternada síncrono está sendo alimentado por uma tensão
monofásica de 127V e 60Hz. Sabendo-se que esse motor possui 6 polos, qual será a
velocidade síncrona em rpm?
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
í
velocidade s ncrona (rpm)=
120 ⋅ 60
í
velocidade s ncrona (rpm) = 120 ⋅ 10
í
velocidade s ncrona (rpm) = 1200
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. Um motor trifásico será conectado a uma tensão (F-F) de 330V na ligação delta.
Conhecendo-se as características desse tipo de ligação, qual é a diferença entre as
tensões de fase e de linha?
A alternativa "B " está correta.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, foram apresentados os conceitos referentes às máquinas elétricas e aos sistemas
de energia elétrica contínua e energia alternada, bem como os principais tipos e características
dos motores de corrente contínua e dos motores de corrente alternada.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, K. C. Conversão eletromecânica de energia. UFSC, 2003.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: física moderna: mecânica
quântica, relatividade e a estrutura da matéria. São Paulo: Grupo Gen, 2000, 3 v.
EXPLORE+
Se você deseja se aprofundar neste conteúdo, recomendamos explorar o site do Museu WEG
de Ciência e Tecnologia. Nele, são compartilhados conteúdos sobre eletricidade, magnetismo e
eletromagnetismo. Também são apresentados curiosidades e fatos históricos sobre a evolução
dos motores ao longo dos tempos.
CONTEUDISTA
Raphael de Souza dos Santos
CURRÍCULO LATTES