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Tema 1 - Máquinas Elétricas Rotativas

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DESCRIÇÃO

Descrição dos princípios de funcionamento dos sistemas de energia em corrente contínua e em


corrente alternada, dos princípios de funcionamento das máquinas de corrente contínua e das
máquinas de corrente alternada, além dos conceitos de motores monofásicos e trifásicos.

PROPÓSITO
Definir os conceitos de corrente contínua e corrente alternada para reconhecer suas diferenças.
Descrever os conceitos físicos que envolvem as máquinas elétricas em corrente contínua e em
corrente alternada, a fim de compreender suas formas de funcionamento. Identificar os sistemas
monofásicos e trifásicos com a finalidade de distinguir cada um deles.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar os estudos do conteúdo deste tema, separe os seguintes materiais: papel,
caneta e uma calculadora, que também pode ser encontrada em seu smartphone ou
computador

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Definir os princípios de funcionamento das máquinas elétricas

MÓDULO 2

Descrever os princípios de funcionamento dos motores de corrente contínua

MÓDULO 3

Descrever os princípios de funcionamento dos motores de corrente alternada


A IMPORTÂNCIA DAS MÁQUINAS
ELÉTRICAS

MÓDULO 1

 Definir os princípios de funcionamento das máquinas elétricas


DIFERENÇAS ENTRE AS MÁQUINAS DE
CORRENTE CONTÍNUA E AS DE CORRENTE
ALTERNADA

As máquinas elétricas existem há muitos anos e estão presentes em todos os objetos com os
quais nos deparamos na sociedade moderna: refrigeradores, freezers, aspiradores de pó, carros
elétricos, bombas hidráulicas, entre outros. Praticamente todas as máquinas numa indústria são
movimentadas por força motriz e, naturalmente, os geradores fornecem energia elétrica para
funcionamento de todos os motores.

Imagem: Shutterstock.com

É interessante observar que um motor elétrico se adéqua bem em um ambiente onde não são
permitidos poluentes associados à combustão. Então, a energia mecânica ou térmica pode ser
convertida em sua forma elétrica, tornando-se uma fonte limpa de energia para alimentação de
equipamentos elétricos.

As máquinas elétricas são dispositivos úteis na conversão de diferentes formas de energia para
energia elétrica ou vice-versa.

Por exemplo:

Imagem: Shutterstock.com

Um motor elétrico, por meio do seu eixo rotativo, pode converter energia elétrica em energia
mecânica.

Imagem: Shutterstock.com

Um gerador de energia elétrica utilizará o mesmo princípio de conversão de energia, porém de


maneira inversa, ou seja, transformando energia mecânica em energia elétrica.

Imagem: Shutterstock.com

A energia térmica também é muito utilizada na conversão de energia elétrica, podendo ser
observadas nas usinas térmicas.

SISTEMA DE ENERGIA ELÉTRICA CC/CA


Quando falamos em energia elétrica, estamos mencionando uma grandeza física que relaciona
corrente elétrica, tensão elétrica e potência elétrica. Todo equipamento elétrico ou eletrônico
necessita de uma fonte de energia elétrica para ser alimentado e essa fonte permitirá que a
corrente elétrica flua por meio das ligações elétricas (conectores, cabos e fios) até chegar à
carga, que pode ser um motor, uma lâmpada, um aquecedor elétrico, entre outros. Essa
corrente elétrica pode ser representada por um sinal alternado ou contínuo.

Corrente alternada (AC)

Os sistemas que utilizam sinais alternados, ou seja, sinais de corrente que apresentam
mudanças de polaridade (positiva e negativa) ao longo de um dado intervalo de tempo,
apresentam corrente alternada (AC).

Corrente contínua (CC)

Os sistemas que utilizam sinais contínuos, isto é, que não mudam de polaridade ao longo de um
dado intervalo de tempo, apresentam corrente contínua (CC).

Cada equipamento elétrico/eletrônico necessita de uma fonte de alimentação para o seu


funcionamento, e essa fonte entregará a energia necessária por meio de sinais contínuos ou
alternados, dependendo do tipo de equipamento.

 EXEMPLO

As máquinas elétricas podem ser alimentadas por fontes AC ou CC, e aprenderemos mais
sobre elas a seguir.

Imagem: Shutterstock.com

A Figura 1 mostra o comportamento de um sinal de corrente contínua (linha amarela) e


alternada (linha verde).

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 1. Corrente alternada (linha verde) e corrente contínua (linha amarela).

SINAIS ALTERNADOS

Imagem: Shutterstock.com
Um sinal alternado é aquele que apresenta uma alternância de polaridade (Sinal positivo ou
negativo) ao longo do tempo. Essa mudança de sinal ocorre de forma mais intensa (mais
rápida) quanto maior for a frequência do sinal.

 EXEMPLO

Um exemplo de sinal alternado é a tensão elétrica disponível nas tomadas das residências.

Imagem: Shutterstock.com

O SEP (Sistema Elétrico de Potência) brasileiro possui um predomínio no uso de sinais


alternados para a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Por isso, ocorre a
preferência pelo uso de máquinas CA nos meios industrial, comercial e residencial. A Figura 2
ilustra o percurso do fornecimento de energia elétrica desde a geração até o consumidor final.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 2. Sistema Elétrico de Potência.

A representação matemática de um sinal alternado consiste, basicamente, em representá-lo por


meio de uma função. Um exemplo são os sinais senoidais:

SINAIS SENOIDAIS

Sinais que variam de acordo com a função seno.

v(t)= Vmá ximo sen(ωt)


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Observando-se a equação, percebe-se que alguns parâmetros são fundamentais para


descrever o comportamento do sinal v(t). São eles:

V
m á ximo – Valor de pico, parâmetro que descreve o valor máximo (positivo e negativo)
produzido pelo sinal após um ciclo completo de trabalho.

sen – Função que descreve o comportamento do sinal alternado.

ω – Frequência angular do sinal. É definida por ω = 2  ⋅ π ⋅  f e retrata a frequência do


sinal. Sua unidade é medida em radiano por segundo (rad/s).

t – Intervalo de tempo no qual o sinal é amostrado (observado). Sua unidade é medida em


segundo (s).

UM CICLO COMPLETO DE TRABALHO


De forma resumida, durante um ciclo de trabalho, a máxima amplitude produzida por esse
sinal será seu valor de pico. A unidade depende do sinal que se está medindo.

Sinais alternados são periódicos; logo, se repetem em intervalos fixos de tempo. Esses
intervalos são chamados de períodos do sinal (T) e sua unidade é medida em segundo (s).

A frequência (f) corresponde ao número de ciclos (períodos completos) de um dado sinal dentro

de 1 segundo. Por esse motivo, a unidade da frequência é o Hertz (Hz), definida por s-1.

 VOCÊ SABIA?

No Brasil, a frequência da rede elétrica é 60Hz.

A Figura 3 ilustra um sinal de tensão alternada, em que é possível observar que a amplitude do
sinal (pico máximo) é de ± 200 V . A frequência angular é 628 rad/s.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos.


 Figura 3. Exemplos de sinal alternado.

 VOCÊ SABIA?
A frequência é definida como o inverso do período f = 1/
T . Sendo assim, a unidade da

frequência é o Hertz (s-1), já que a unidade do período é medida em segundo (s).

SINAIS CONTÍNUOS

Diferentemente dos sinais alternados, os sinais contínuos mantêm sua polaridade (sinal
negativo ou positivo) durante todo o tempo, como as pilhas e as baterias.

 ATENÇÃO

Vale destacar que, apesar de não mudar sua polaridade, os sinais contínuos podem variar seu
valor, ou seja, não são necessariamente constantes.

A Figura 4 ilustra casos de sinais contínuos pulsantes (linha azul) e sinais contínuos constantes
(linha vermelha).

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 4. Exemplos de sinais contínuos.

O fato de não mudarem de polaridade os torna contínuos. As principais características dos


sinais contínuos são:
POLARIDADE

Se os sinais são positivos ou negativos.

INTENSIDADE

Valor medido.

UNIDADE DE MEDIDA

Para que se saiba o que está sendo medido.

Uma característica que distingue sinais contínuos de sinais alternados é o seu valor médio, o
qual representa a componente contínua que existe (se existir) dentro de um sinal alternado.

Por exemplo, considere o sinal da Figura 5.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 5. Valor médio de um sinal alternado.

Esse sinal é alternado e seu valor médio pode ser obtido pelo somatório das suas áreas dividido
pelo período do sinal.
Á reas
V alor m é dio =   P eríodo


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Assim, o valor médio do sinal alternado da Figura 5 é calculado com o somatório das áreas 1 e
2. Então:

Á rea 1+Á rea 2
V alor m é dio =   P eríodo

( 6 ⋅ 12 )  +(−6 ⋅ 12)
V alor m é dio  =   24

72+(−72)
V alor m é dio =   24

V alor m é dio =   0

24

V alor m é dio =  0


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Já na Figura 6, um sinal contínuo pode ser visto.


Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 6. Valor médio de um sinal contínuo.

O valor médio do sinal contínuo é calculado tomando-se como referência um determinado


intervalo de tempo (período).

Assim, define-se o período que se deseja analisar, para que seja possível determinar a área do
sinal.

Por exemplo, considerando-se o mesmo intervalo de tempo do sinal da Figura 5 (t = 24s), a área
é definida como na Figura 7.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 7. Valor médio de um sinal contínuo em área limitada.

O valor médio é definido por

Á rea
V alor m é dio =   P eríodo
(6 ⋅ 24)
V alor m é dio =   24

V alor m é dio =  6 V


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Percebe-se que os valores médios são muito diferentes.

Sinal alternado

Como os dois ciclos são iguais, há simetria entre os ciclos e o valor médio é nulo.


Sinal contínuo

Tem sempre um valor médio diferente de zero.

POTÊNCIA ELÉTRICA

Apesar de o valor médio ser zero para sinais alternados que apresentam simetria, o mesmo não
pode ser afirmado em relação à potência elétrica.

A tensão e a corrente elétricas, tanto contínuas quanto alternadas, são relacionadas entre si
pela Lei de Ohm:

V = R ⋅ I


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Quando se fala na potência elétrica a relação muda, sendo definida por:


P = V ⋅ I


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Entretanto, ao combinar as duas equações, pode-se relacionar a potência com a tensão elétrica
ou a corrente elétrica e a resistência da carga considerada. Assim:

2
V
P =
R

2
P = R ⋅ I


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 ATENÇÃO

É possível perceber que tanto a tensão quanto a corrente aparecem elevadas ao quadrado.
Dessa maneira, não haverá valores negativos de potência (tendo em vista que as resistências
são sempre positivas). Essa característica faz com que, mesmo para sinais alternados
simétricos, a potência apresente um valor médio.

ENERGIA ELÉTRICA ALTERNADA

A produção de energia elétrica alternada segue por princípio a Lei de Faraday ou Lei da indução
magnética, como pode ser observado a seguir.

 VOCÊ SABIA?
A Lei de Faraday prevê que um campo magnético pode interagir com um circuito elétrico para
produzir uma tensão elétrica.

Imagem: Shutterstock.com

 Energia elétrica alternada – Lei de Faraday

Ao rotacionarmos a uma espira composta de material condutor, localizada entre os ímãs (campo
magnético), provocamos a interação entre um campo magnético e um condutor elétrico,
produzindo uma tensão alternada.

Imagem: Shutterstock.com

 Energia elétrica alternada – Lei de Faraday

O gráfico acima ilustra como essa tensão alternada varia entre seus valores mínimo e máximo,
em sincronia com a posição da espira em relação ao campo magnético.

ENERGIA ELÉTRICA CONTÍNUA

A energia elétrica contínua é aquela gerada a partir de pilhas, baterias, painéis solares, entre
outros. Essas fontes produzem a energia fornecida por meio de reações químicas, físicas ou
físico-químicas.

As pilhas passam por reações eletroquímicas em seu interior e produzem a corrente e a tensão
elétrica fornecidas pela carga. Já os painéis solares (Figura 9), ao receberem a incidência dos
fótons por meio dos raios solares, têm seu nível energético aumentado e acabam liberando
elétrons que entram em condução, produzindo uma corrente e um potencial elétrico contínuos.

FÓTONS

Partículas de energia na forma de radiação eletromagnética provenientes do Sol.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 9. Energia elétrica contínua representada em painel solar.

PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE
MÁQUINAS ELÉTRICAS CC
As máquinas elétricas de corrente contínua (máquinas elétricas CC) são, basicamente, motores
que convertem energia elétrica em energia mecânica, transformando eletricidade em
movimento. Elas também podem ser utilizadas como geradores, que por sua vez convertem
energia mecânica em energia elétrica.

Veja uma representação de duas máquinas de corrente contínua, nas Figuras 10A e 10B.

A figura representa um motor elétrico CC cujo fornecimento de energia elétrica é realizado


mediante a tensão de uma fonte contínua (VCC). Essa energia elétrica é transformada em

energia mecânica, sendo representada pela saída da máquina (giro do eixo do motor). As
variáveis torque (T) e velocidade angular (W) são grandezas mecânicas inerentes ao giro do
eixo. O torque é a variável responsável pela capacidade do motor de produzir força motriz
(movimento giratório). Já a velocidade angular corresponde à rapidez do giro do eixo: quanto
maior a velocidade angular, mais rápido girará o eixo do motor.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 10A. Ilustração de máquinas de corrente contínua utilizada como motor de corrente
contínua.

 RESUMINDO

O funcionamento de uma máquina elétrica CC aplicada a motores se dá por meio de uma fonte
de tensão contínua CC que fornece uma corrente elétrica contínua responsável por produzir um
campo magnético que, por sua vez, atuará sobre a estrutura mecânica, fazendo com que um
“bloco girante” conectado ao eixo, o rotor, inicie o movimento de rotação.

A velocidade do giro do eixo pode ser variada por meio do valor da tensão (intensidade de VCC)

colocado na entrada, tornando as máquinas CC úteis em aplicações que necessitam de valores


mais precisos (melhor controle) da velocidade de rotação.
Na figura, é possível observar o comportamento de um gerador de energia elétrica CC. De
maneira contrária aos motores, esse tipo de máquina elétrica transforma a energia mecânica
aplicada em sua entrada (representada pelo eixo de rotação) em energia elétrica na saída
(representada pelos terminais de tensão positivo e negativo). Por meio da rotação do rotor, é
possível produzir um campo magnético que é transformado em corrente elétrica contínua, a
qual, devido às resistências internas da máquina (enrolamentos, contatos, entre outras) e à Lei
de Faraday, é responsável por produzir uma diferença de potencial em VCC na saída da

máquina.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 10B. Ilustração de máquinas de corrente contínua utilizada como gerador de corrente
contínua.

 EXEMPLO

Os aerogeradores são um exemplo que pode utilizar a geração de energia elétrica em CC. Por
intermédio do giro das turbinas pelo fluxo de vento, essa energia mecânica é transformada em
energia elétrica.

Imagem: Shutterstock.com

 VOCÊ SABIA?

O dínamo, que corresponde a uma pequena máquina elétrica de corrente contínua utilizada
como gerador CC, ainda hoje é bastante utilizado em faróis de bicicletas. Quando o ciclista inicia
o movimento de pedalar, a lanterna se acende e, quanto mais rápido o ciclista pedala, mais
intenso é o brilho do farol. Algumas lanternas também têm sido utilizadas com esse mesmo
princípio e com pequenas baterias recarregáveis. Dessa maneira, o próprio usuário poderá
recarregar a lanterna sem a necessidade de uma fonte elétrica externa de alimentação.

Imagem: Shutterstock.com

PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE
MÁQUINAS ELÉTRICAS CA
As máquinas elétricas de corrente alternada (máquinas elétricas CA) são aquelas que
convertem energia elétrica alternada em energia mecânica, sendo possível observar tal
conversão no funcionamento dos motores. De maneira similar, as máquinas elétricas CA
também são utilizadas como geradores de energia elétrica, sendo responsáveis por converter
energia mecânica em energia elétrica. O motor interno desse gerador inicia sua rotação pela
força mecânica aplicada e faz com que as cargas elétricas se movimentem por meio de um
condutor elétrico. A frequência do sinal elétrico gerado depende da velocidade de rotação do
motor (como os 50Hz ou 60Hz das redes elétricas).

Imagem: Shutterstock.com

 SAIBA MAIS

Esse princípio de funcionamento é o mesmo observado nas usinas hidrelétricas e termelétricas.

Há dois tipos de máquinas elétricas de corrente alternada:

Máquinas síncronas

A velocidade do motor é constante. Esse motor entra em funcionamento quando as bobinas que
compõem os enrolamentos do campo (estator) recebem tensão elétrica contínua (embora o
estator seja alimentado com corrente alternada, o rotor, que corresponde à parte girante, é
alimentado com corrente contínua, proveniente de um pequeno dínamo acoplado ao eixo do
próprio motor). Em resumo, as máquinas síncronas englobam todos os geradores e motores
que possuem corrente de campo magnético fornecida por uma fonte CC específica.


Máquinas assíncronas
São os motores e geradores que possuem corrente de campo fornecida por indução magnética
em seus enrolamentos de campo. Nessas máquinas, o rotor é inserido em um campo magnético
girante. A variação do campo magnético se manifesta sobre o rotor, fazendo com que ele tente
acompanhar o campo girante do estator. Um detalhe importante é que a velocidade dos motores
assíncronos será sempre menor do que a velocidade dos motores síncronos.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CONSIDERE O SINAL QUADRADO EM MEIA ONDA DA FIGURA A


SEGUIR. DETERMINE O VALOR MÉDIO DESSE SINAL.

A) 3V

B) 6V

C) 9V

D) 12V

E) 18V

2. OBSERVE O SINAL ALTERNADO A SEGUIR. CONSIDERANDO A


EXPRESSÃO V = 10.SENΩT (VOLTS) E Π = 3,14, DETERMINE O VALOR DA
FREQUÊNCIA ANGULAR.
A) 10rad/s

B) 3,14rad/s

C) 314rad/s

D) 6,26rad/s

E) 628rad/s

GABARITO

1. Considere o sinal quadrado em meia onda da figura a seguir. Determine o valor médio
desse sinal.

A alternativa "A " está correta.

A determinação do valor médio consiste na equação:


Á rea
V alor m é dio =   P eríodo


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O período do sinal é 24 segundos, tendo em vista que é o tempo necessário para que o sinal se
repita.

A área do gráfico é definida pelo pulso com amplitude de 6V e duração de 12s.

Assim:
(6 ⋅ 24)
V alor m é dio =   24

72
V alor m é dio =   24

V alor m é dio =  3 V


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

2. Observe o sinal alternado a seguir. Considerando a expressão V = 10.senωt (Volts) e π


= 3,14, determine o valor da frequência angular.

A alternativa "E " está correta.

A frequência angular de um sinal é definida pela equação:

ω = 2 ⋅ π ⋅ f


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Sabendo-se que o valor de π = 3,14 , basta determinar o valor da frequência (f) para calcular a
velocidade angular.

O período do sinal, que corresponde ao tempo necessário para que o sinal encerre 1 ciclo
completo e se repita, é igual a 10,0ms (T = 10,0ms).

Como a frequência é definida como o inverso do período, é possível calcular a frequência da


seguinte forma:

1
f =
T

1
f =
10m

1
f =
−3
10 ⋅ 10

1
f =
0,01

f = 100 H z


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Assim:

ω = 2 ⋅ π ⋅ f

ω = 2  ⋅  3,14  ⋅  100

ω = 628 rad/s


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

MÓDULO 2

 Descrever os princípios de funcionamento dos motores de corrente contínua


A IMPORTÂNCIA DOS MOTORES DE
CORRENTE CONTÍNUA

MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA (CC)


Um motor de corrente contínua (motor CC) é alimentado por corrente contínua (CC), fornecida
por uma bateria ou alguma outra fonte de alimentação CC. Seu funcionamento pode ser dado
por meio da troca de energia entre o rotor e o estator, que, por sua vez, pode ocorrer por
escovas ou sem escovas (brushless).

 ATENÇÃO

A velocidade de um motor CC pode ser controlada apenas pela variação da intensidade da


tensão de alimentação, diferentemente de um motor de corrente alternada, no qual esse
controle é feito por meio da variação da frequência da tensão de alimentação da fonte CA.

Os motores CC são adequados em aplicações nas quais os equipamentos utilizam tensões


contínuas de alimentação, como 12VCC ou 24VCC, o que ocorre nos veículos urbanos (motos e

carros por meio das baterias). Esse tipo de motor também é muito utilizado nas indústrias nas
quais é necessário um controle de alta precisão da velocidade dos equipamentos, como as
esteiras rolantes e as ferramentas de precisão.

A estrutura interna de um motor de corrente contínua pode ser vista na Figura 11:

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 11. Estrutura interna de um motor de corrente contínua.

As partes que compõem um motor de corrente contínua são divididas em partes do estator e
partes do motor.
Dentre as partes que compõem o estator, são identificadas:

PEDESTAL

Apoio do motor. Possibilita sua fixação em uma base. O uso de calços permite a redução de
ruídos promovidos pela máquina.

CARCAÇA

Faz o fechamento do fluxo magnético e serve como apoio para as demais partes do motor.

ENROLAMENTO DE CAMPO (POLAR/INTERPOLAR)

Necessários para a produção do campo magnético, responsável pelo movimento de rotação do


motor.

POLOS

São as partes da carcaça que recebem os enrolamentos de campo. Cada polo é composto pelo
núcleo do polo e pela sapata polar.

ESCOVAS

São feitas de grafite e ficam em contato com o comutador. São responsáveis por fornecerem a
corrente elétrica ao circuito da armadura.

Dentre as partes que compõem o rotor, tem-se:


EIXO DO ROTOR

Produz o movimento de rotação do núcleo da armadura.

ENROLAMENTO DA ARMADURA

Por onde circula a corrente elétrica.

COMUTADOR

Promove a inversão da corrente elétrica no enrolamento da armadura.

Assim, a corrente elétrica fornecida ao rotor interage com o campo magnético do ímã
permanente (estator), formando um binário de forças que coloca o rotor em movimento. O
comutador, por sua vez, promove a inversão do sentido da corrente, fazendo com que o rotor
continue girando. O torque produzido é proporcional à intensidade do campo magnético e ao
valor da corrente elétrica fornecida ao rotor.

MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA


UNIVERSAL
Um motor CC é constituído de um eixo acoplado ao rotor (A parte girante do motor) , parte em
que também se encontra uma bobina que é alimentada pelo comutador e que permite um fluxo
de corrente elétrica. O estator é formado por ímãs de polaridades diferentes (norte e sul) nos
quais é produzido o campo magnético que estabelece um binário de forças com o rotor,
favorecendo o movimento de rotação. A Figura 12 esboça de maneira simplificada os principais
componentes de um motor CC universal.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos.


 Figura 12. Detalhamento de um motor universal.

Os motores do tipo universal podem ser alimentados tanto por corrente contínua como por
corrente alternada.

 ATENÇÃO

Embora essa máquina funcione em ambos os regimes, cada motor é otimizado para um tipo de
alimentação específica. Com isso, ao ligar um motor universal de corrente alternada em corrente
contínua, devido aos seus detalhes construtivos, a eficiência será menor, podendo ocorrer
centelhamento e até mesmo a queima do equipamento.

MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA EM


POTÊNCIA
Os motores de corrente contínua em potência têm diferentes aplicações. Em nosso estudo, será
dada ênfase ao uso desses motores na indústria. Dentre as vantagens e desvantagem dos
motores CC no âmbito industrial, vale destacar:
Vantagens:

Controle de velocidade simples, feito basicamente utilizando a variação da tensão de


alimentação. Essa variação serve para valores de velocidade acima ou abaixo do valor
nominal.

Não sofre influências de harmônicos.

Não possui consumo de potência reativa, que contamina a rede elétrica.

Cálculos simplificados de dimensionamento por não possuir variáveis complexas, sendo


possível trabalhar apenas no domínio dos Números Reais.

A velocidade pode ser variada mantendo-se um torque constante.

Possui um alto conjugado de partida; ou seja, alta capacidade de força de arranque


(torque).

Facilidade em frear, acelerar e inverter o sentido de rotação do eixo de forma rápida.

Desvantagens:

Comparado aos motores de corrente alternada, possui maior necessidade de manutenção


em decorrência dos desgastes entre as escovas e o comutador.

Em ambientes explosivos, os motores de corrente contínua não podem ser utilizados em


decorrência da centelha entre as escovas e os comutadores, entretanto, o motor CC do
tipo brushless não apresenta essa limitação.

Custo mais elevado que os motores CA de mesma potência.

Os motores de corrente contínua também podem ser classificados de acordo com o modo de
conexão do indutor das bobinas induzidas, como: motor série, motor paralelo, motor composto,
motor de excitação independente, motor de passo e servomotor.
MOTOR SÉRIE

Esse tipo de motor possui os enrolamentos do indutor conectados em série com a armadura.
Sua principal característica é que oferece ao eixo um alto torque e rápida aceleração. A
velocidade varia de maneira inversamente proporcional à carga aplicada.

 RESUMINDO

Quanto mais pesada for a carga, menor será a velocidade e, para cargas mais leves, maior será
a velocidade.

Esse tipo de motor é muito utilizado em aplicações que necessitam de maior tração, como trens
elétricos, bondes elétricos e guinchos elétricos.

MOTOR PARALELO

O motor paralelo também é chamado de motor de derivação ou motor shunt. Nesse tipo de
motor, o indutor e os enrolamentos induzidos são ligados em paralelo. O torque aumenta de
maneira proporcional à elevação da intensidade da corrente na armadura e, por outro lado, a
velocidade diminui.

O seu principal atributo é a fácil regulagem de velocidade, sendo muito utilizado em máquinas,
ferramentas, elevadores e esteiras.

Nessa configuração, a velocidade pode ser controlada por uma resistência variável colocada
com as bobinas do campo (reostato), permitindo controlar a tensão de entrada.

MOTOR COMPOSTO

Esse tipo também é conhecido como motor misto e apresenta as ligações paralela e em série
entre os indutores e os enrolamentos. As suas características de torque e velocidade variam de
acordo com a carga aplicada. Sua principal aplicação é em máquinas que podem ser
submetidas a bruscas variações de cargas, tais como prensas e tesouras mecânicas.

MOTOR DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE

Esse motor possui esse nome porque seu indutor e sua armadura são alimentados por duas
fontes de energia independentes. Esse tipo de motor é utilizado em máquinas operatrizes que
necessitam de torque constante em todas as faixas de rotações, como ferramentas de avanço,
bombas de pistão, compressores, entre outros.

MOTOR DE PASSO

Esse tipo de motor é especificamente utilizado quando há necessidade de um controle preciso


de posicionamento, já que a sequência de pulsos elétricos do sinal de alimentação corresponde
a 1 ou mais passos. Cada passo faz referência a um ângulo fixo de rotação; logo, uma rotação
completa é dada em um determinado número de passos:

n úmero de passos =   â 360

ngulo do passo


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Na Figura 13, é possível ver uma ilustração da estrutura de um motor de passo. O estator é
formado por quatro polos que, quando energizados, são magneticamente opostos. Assim, caso
o polo 1 seja norte magnético, o polo 3 será sul magnético.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 13. Ilustração de um motor de passo.

Como o rotor é um ímã permanente, ele se movimenta buscando um alinhamento com o campo
do estator. Entretanto, o alinhamento perfeito nunca será possível, uma vez que o rotor é
composto por um número ímpar de polos. Assim, cada sequência de pulsos pode ser
responsável pela magnetização de um par diferente de polos, levando a passos diferentes.

Os motores de passo podem ser separados, de acordo com seu modo de passo, em:

MOTOR DE PASSO COMPLETO

São motores de 200 passos completos por rotação. Cada bobina é energizada por vez, duas
bobinas energizadas juntas, de maneira sequencial.

MOTOR DE MEIO PASSO

Sequencialmente, energiza-se uma bobina e, posteriormente, duas bobinas. Isso fará com que
apenas meio passo seja dado pelo motor. Assim, 400 passos seriam necessários para uma
rotação.
MOTOR DE MICROPASSO

É feito baseado no controle da intensidade da corrente em cada bobina. Dessa forma, é


possível realizar uma divisão no número de posição entre os polos, podendo chegar a dezenas
ou centenas de posição intermediárias.

Vale destacar que a inversão no sentido do movimento de um motor de passo é promovida pela
inversão no sentido de energização de suas bobinas. Dessa maneira, uma energização na
sequência 1 – 2 – 3 – 4 realiza um movimento contrário a uma energização na sequência 4 – 3
– 2 – 1.

Dentre as características do motor de passo, é possível destacar:

O ângulo do movimento de rotação é proporcional à sequência de pulsos do sinal de


entrada.

O motor apresenta um torque total quando parado (com bobinas energizadas).

Posicionamento preciso.

Rápida resposta de partida, inversão e parada.

Tende a apresentar uma extensa vida útil, já que dispensa o uso de escovas no motor.

Variação de velocidade simples, já que é proporcional à frequência dos pulsos de entrada.

SERVOMOTOR

Esse tipo de motor funciona, geralmente, por corrente contínua. É utilizado um encoder óptico
ou mecânico para realizar a medição da posição e garantir que seu posicionamento seja
bastante seguro e preciso.

Algumas vantagens do servomotor são:

Rotação uniforme e suave independentemente da velocidade do giro do motor.


Torque constante.

Baixo ruído e baixa vibração.

Suporta boa sobrecarga.

Em seu funcionamento, os servomotores utilizam a modulação por largura de pulso. A rotação


dos servomotores é proporcional à largura do pulso aplicado em sua entrada; assim, quanto
mais largo o pulso, maior será o movimento de rotação.

A determinação ou o controle da posição pode ser feita a partir de um sensor de posicionamento


denominado encoder (Figura 14). Esse sensor permite determinar o ângulo de giro do motor ou
o número de voltas dadas pelo servomotor durante um movimento.

Imagem: Shutterstock.com
 Figura 14. Ilustração de um encoder óptico.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA POSSUEM DIVERSAS
APLICAÇÕES E UMA ESTRUTURA COMPLEXA E COMPOSTA POR
DIVERSAS PARTES. FALANDO ESPECIFICAMENTE DO ESTATOR DE UM
MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA, A ESTRUTURA NECESSÁRIA PARA
PRODUÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO RESPONSÁVEL PELO MOVIMENTO
DE ROTAÇÃO DO MOTOR É:

A) o rotor.

B) o pedestal.

C) a carcaça.

D) o enrolamento de campo.

E) o comutador.

2. CONSIDERANDO-SE UM MOTOR DE PASSO COM ÂNGULOS DE PASSO


DE 2O (DOIS GRAUS), QUANTOS PASSOS SERÃO NECESSÁRIOS PARA
QUE UMA VOLTA COMPLETA SEJA DADA?

A) 360 passos.

B) 180 passos.

C) 120 passos.

D) 90 passos.

E) 60 passos.

GABARITO

1. Os motores de corrente contínua possuem diversas aplicações e uma estrutura


complexa e composta por diversas partes. Falando especificamente do estator de um
motor de corrente contínua, a estrutura necessária para produção do campo magnético
responsável pelo movimento de rotação do motor é:

A alternativa "D " está correta.


Dentre as partes que compõem um motor de corrente contínua e, mais especificamente, o


estator, o enrolamento de campo é fundamental para a produção do campo magnético, sendo
responsável pelo movimento de rotação do motor.

2. Considerando-se um motor de passo com ângulos de passo de 2o (dois graus),


quantos passos serão necessários para que uma volta completa seja dada?

A alternativa "B " está correta.

Em um motor de passo, os pulsos do sinal de entrada responsáveis pela rotação do motor são
chamados de passos. Cada passo faz referência a um ângulo fixo de rotação, sendo a relação
entre os passos e o ângulo de cada passo definida por:
o

n úmero de passos =   â 360

ngulo do passo

o
360
n úmero de passos =   2
o

n úmero de passos =  180 passos


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

MÓDULO 3

 Descrever os princípios de funcionamento dos motores de corrente alternada


A IMPORTÂNCIA DOS MOTORES DE
CORRENTE ALTERNADA

MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA (CA)


O motor elétrico de corrente alternada é um equipamento utilizado em toda a indústria brasileira
e mundial.
 VOCÊ SABIA?

Os motores elétricos em geral são mais eficientes que os motores a combustão, tendo o
comparativo de rendimento em 96,5% e 33%, respectivamente.

Os motores de corrente alternada (CA) são mais utilizados que os motores de corrente contínua
(CC). Além de serem menos custosos do ponto de vista da sua fabricação e manutenção, a
alimentação destes motores é feita diretamente pela rede elétrica, sem a necessidade de
utilização de equipamentos como inversores, retificadores ou baterias.

REDE ELÉTRICA

Sinal fornecido pelas empresas concessionárias de energia elétrica.

Em geral, os motores CA são mais simples em construção mecânica que os motores CC, e isso
resulta em menor custo de manutenção, quando comparados aos motores CC de mesma
potência.

Os motores CA possuem duas principais partes fundamentais para seu funcionamento, que são
o rotor e o estator. O rotor é conectado mecanicamente ao eixo de saída do motor e,
consequentemente, o giro desse eixo se dá por meio do giro do rotor.

O rotor gira por causa do campo magnético induzido pela corrente alternada que percorre as
bobinas instaladas no estator, que é semelhante a um anel de metal com pequenas lacunas que
prendem essas bobinas de fio em um núcleo de aço. Com isso, a corrente alternada passa por
esses fios isolados e produz um campo magnético girante que move o eixo da máquina.

Os motores elétricos CA possuem dois tipos: os síncronos e os assíncronos. Em ambos os


casos, a velocidade do eixo pode ser controlada por meio da variação da frequência (Hz) da
alimentação CA do motor.

 VOCÊ SABIA?
Na América do Norte e no Brasil é utilizada a frequência de 60Hz, porém a frequência mais
utilizada do mundo, na rede elétrica, é 50Hz.

 SAIBA MAIS

Em motores de potência aeroespaciais, a frequência utilizada pode chegar a 400Hz.

MOTORES SÍNCRONOS

Os motores síncronos são aqueles que possuem o giro do rotor na mesma velocidade do campo
magnético girante (campo magnético do estator). Esse tipo de motor tem uma corrente CC de
magnetização que flui no rotor e auxilia no campo magnético que faz o rotor girar. Os motores
síncronos de corrente alternada possuem velocidade constante.

Inclusive, existem no mercado motores síncronos que possuem ímãs permanentes inseridos em
seu rotor, os quais geram esses campos induzidos e dispensam, assim, a necessidade das
correntes contínuas de magnetização.

Essencialmente, esse motor entra em rotação quando o enrolamento do estator recebe a tensão
elétrica fornecida pela rede de forma alternada. Por sua vez, o rotor recebe a tensão elétrica da
rede de forma contínua; isso acontece porque a tensão é fornecida por meio de dois anéis
coletores.

Os motores síncronos funcionam com velocidade constante, característica interessante no uso


de cargas variáveis, em que uma velocidade estável seja necessária.

Quando um dos polos do campo magnético, gerado pelo enrolamento de campo do rotor,
interagir com o campo girante resultante do estator, tentará se alinhar com o polo de sinal
oposto ao do rotor. Como o polo do campo girante do estator está em rotação, surgirá no rotor
um binário de forças que serão responsáveis por gerar um torque de forma que o rotor iniciará
uma rotação, mantendo o campo do enrolamento do rotor e o campo girante do estator
alinhados.
 RESUMINDO

As tensões aplicadas aos enrolamentos do estator são alternadas (monofásicas ou trifásicas),


então circulará neles uma corrente alternada de mesma frequência que a tensão. Essa corrente
produzirá campos magnéticos também alternados e que variam no tempo.

Com o surgimento do torque, o rotor girará seguindo o sentido e a velocidade do campo girante
do estator; logo, a velocidade angular do motor síncrono estará sincronizada com a frequência
da tensão alternada aplicada aos enrolamentos do estator.

O motor síncrono tem uma velocidade de rotação (em rotações por minuto – rpm), denominada
velocidade de sincronismo, constante e rigorosamente definida pela frequência da corrente e
pelo número de polos, estabelecida pela seguinte expressão:

120 ⋅ f requ ê ncia


í
velocidade s ncrona (rpm) =
n úmero de polos


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

MOTORES ASSÍNCRONOS

Quando o rotor é inserido em um campo magnético girante, um campo magnético é induzido


sobre ele pela variação do fluxo magnético do campo. Por esse motivo, ele começa a girar na
tentativa de acompanhar o movimento do campo do estator.

 SAIBA MAIS

Por isso, os motores assíncronos também são chamados de motores de indução e possuem o
giro do rotor mais lento que o giro do campo magnético girante.

Nesse tipo de motor, ocorre um fenômeno físico chamado de escorregamento, que


corresponde a uma diferença entre as velocidades síncrona e assíncrona do motor, sendo dada
por:

ESCORREGAMENTO

Fenômeno obtido por meio da diferença entre o campo magnético girante do estator e o
giro do eixo do motor.

í í
( velocidade s ncrona−velocidade ass ncrona ) ⋅100
escorregamento =  
í
velocidade s ncrona


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A velocidade síncrona é medida em rpm e calculada pela mesma equação anterior.

MOTORES CA MONOFÁSICOS
Os motores de corrente alternada monofásicos são aqueles que possuem apenas um conjunto
de bobinas. Sua ligação elétrica é do tipo fase e neutro (F + N).

 EXEMPLO

Esses motores são utilizados para a movimentação de cargas que necessitam de motores de
baixa potência, como ventiladores, frigoríficos e máquinas de furar portáteis.

Imagem: Shutterstock.com

Esse tipo de motor, diferentemente dos motores trifásicos, possui um campo magnético pulsante
que varia através do semicírculo positivo e negativo do sinal senoidal da única fase da
alimentação monofásica. Isso faz com que o rotor e o estator estejam sempre em fase, gerando
um torque resultante igual a zero. Assim, esse tipo de motor não consegue girar o próprio eixo.

Para que isso seja corrigido é necessário o auxílio de alguns artifícios elétricos, de forma a
retirar o rotor do momento de inércia. Algumas técnicas são utilizadas com esse intuito como,
por exemplo:

Apenas uma bobina auxiliar em paralelo com o motor.

Apenas uma bobina auxiliar em série com um capacitor e ambos em paralelo como o motor.

Uma bobina auxiliar em série com um capacitor e ambos em paralelo com um capacitor
permanente e o motor.

MOTORES CA TRIFÁSICO
O motor de indução trifásico é o tipo mais utilizado na indústria e seu uso vem aumentando em
ambientes doméstico, majoritariamente devido aos sistemas atuais de distribuição de energia
elétrica serem trifásicos de corrente alternada.

O princípio de funcionamento do motor de indução trifásico é o mesmo de todos os motores


elétricos, ou seja, baseia-se na interação do campo magnético com uma corrente em um
condutor, resultando numa força que atua nesse condutor. Essa força é proporcional às
intensidades de campo e da corrente elétrica. O campo magnético induz no rotor uma força
eletromotriz que cria um campo magnético girante. Ao tentar se alinhar com o campo magnético
girante do rotor, o campo do estator produz o movimento de rotação do rotor.

 ATENÇÃO

A velocidade do rotor é inversamente proporcional à quantidade de polos e é fornecida pela


mesma equação da velocidade síncrona.

ê ncia
120 ⋅ f requ
í
velocidade s ncrona (rpm) =
número de pó los


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A utilização de motores de indução trifásicos é aconselhável a partir dos 2kW, para potências
inferiores justifica-se o monofásico. O motor de indução trifásico apresenta vantagens quando
comparado ao monofásico, por exemplo:

Maior força de arranque ou torque.

Menor ruído e custos menores para potências superiores a 2kW.

A Figura 15 demonstra dois tipos diferentes de ligações possíveis para fechamento de um motor
trifásico 380/220V.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 15. Ligações possíveis para motores trifásicos: a) ligação em Delta 220V; b) ligação
em Estrela 380V.

FECHAMENTO DE MOTORES
MONOFÁSICOS
O fechamento de motores monofásicos é essencial pois, através dele, é possível ligar um motor
com a mínima tensão possível ou com a máxima tensão disponível.

 EXEMPLO

No caso de um motor monofásico 220/110 V, é possível ligá-lo tanto em 220V quanto em 110V,
desde que ele tenha 4 ou 6 terminais. Os motores com 2 terminais podem ser ligados apenas de
uma forma e em uma tensão específica.

Imagem: Shutterstock.com

MOTORES MONOFÁSICOS DE 4 TERMINAIS


São os motores que têm 4 terminais para as conexões de fechamento, podendo ser a maior ou
a menor tensão, conforme a Figura 16. O valor de tensão maior é sempre igual a duas vezes o
valor de menor tensão, sendo que os valores mais utilizados são 220V para os de maior tensão
e 110V para os de menor tensão. Não é possível inverter o sentido de rotação desse motor.

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 16. Ligação a 4 terminais: a) ligação de maior tensão (220V); e b) ligação de menor
tensão (110V).

MOTORES MONOFÁSICOS DE 6 TERMINAIS


Com esse tipo de motor, é possível efetuar a ligação em dois tipos diferentes de tensão de
alimentação. Também é possível fazer a inversão no sentido de giro desse motor. Entretanto, é
necessário ressaltar que não é possível fazer a inversão com o motor em movimento. É preciso
desligá-lo para que possa ser dada a partida na direção inversa. O enrolamento principal é
representado por duas bobinas, sendo os seus inícios os números 1 e 3 e os seus finais 2 e 4,
respectivamente. O enrolamento auxiliar é representado pelos bornes numerados com início da
bobina em 5 e final em 6, conforme a Figura 17 (a).

Os terminais 1 a 4 são conectados às duas metades do enrolamento, como nos motores de


quatro terminais. Os terminais 5 e 6 estão ligados em separado e têm como função a inversão
do sentido de rotação, bastando inverter a ligação dos terminais 5 e 6 para que a rotação seja
invertida. Já a ligação do motor a maior tensão (220V) é feita como no motor a quatro terminais.
Nesse enrolamento estão um capacitor e uma chave centrífuga, responsável pelo desligamento
desse enrolamento quando o motor atingir 75% de sua velocidade nominal. As Figuras 17 (b) e
17 (c), mostram o esquema de ligação para a tensão maior. Para inverter o sentido de rotação,
basta trocar as conexões dos terminais 5 e 6, como mostrado nas Figuras 17 (d) e 17 (e).

Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 17. Ligações a 6 terminais: a) circuito com bobinas com 6 terminais; b) ligação de
maior tensão (220V); c) ligação de maior tensão (220V) com inversão de rotação; d) ligação de
menor tensão (110V); e) ligação de menor tensão (110V) com inversão de rotação.

FECHAMENTO DE MOTORES TRIFÁSICOS


O fechamento de motores trifásicos é de grande importância tendo em vista as especificações
de dimensionamento de circuitos preestabelecidas pela planta elétrica. A ligações elétricas de
fechamentos de motores trifásicos podem ser delta (também chamada de triângulo) ou estrela.

Fechamento em delta

Não existe diferença entre tensão de linha, que corresponde à tensão entre duas fases (F-F) e a
tensão de fase, que corresponde à tensão entre uma fase e o neutro (F-N), entretanto, a
corrente de linha é maior que a corrente de fase:

Ilinha = √3 ⋅ If ase

Quando na placa de identificação de um motor trifásico vem a indicação como maior tensão
(maior valor possível de tensão do motor), é referente à ligação em delta.


Fechamento em estrela

Não existe diferença de amplitude entre a corrente de linha (F-F) e a corrente de fase (F-N),
entretanto, a tensão de linha é maior que a tensão de fase:

Vlinha = √3 ⋅ Vf ase

Quando na placa de identificação de um motor trifásico vem a indicação como menor tensão
(menor valor possível de tensão do motor), refere-se à ligação em estrela.

A Figura 18 ilustra os dois tipos de fechamentos possíveis para os motores.


Imagem: Raphael de Souza dos Santos


 Figura 18. Ilustração da ligação para motores trifásicos: a) fechamento de motor em delta; b)
fechamento de motor em estrela.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. UM MOTOR DE CORRENTE ALTERNADA SÍNCRONO ESTÁ SENDO


ALIMENTADO POR UMA TENSÃO MONOFÁSICA DE 127V E 60HZ.
SABENDO-SE QUE ESSE MOTOR POSSUI 6 POLOS, QUAL SERÁ A
VELOCIDADE SÍNCRONA EM RPM?

A) 1200

B) 600

C) 1800

D) 2400

E) 900
2. UM MOTOR TRIFÁSICO SERÁ CONECTADO A UMA TENSÃO (F-F) DE
330V NA LIGAÇÃO DELTA. CONHECENDO-SE AS CARACTERÍSTICAS
DESSE TIPO DE LIGAÇÃO, QUAL É A DIFERENÇA ENTRE AS TENSÕES
DE FASE E DE LINHA?

A) 330V

B) 0V

C) 572V

D) 165V

E) 110V

GABARITO

1. Um motor de corrente alternada síncrono está sendo alimentado por uma tensão
monofásica de 127V e 60Hz. Sabendo-se que esse motor possui 6 polos, qual será a
velocidade síncrona em rpm?

A alternativa "A " está correta.

A velocidade de rotação de motores de corrente alternada síncronos é dada pela equação:

120 ⋅ f requê ncia


í
velocidade s ncrona (rpm) =
n úmero de polos


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como a frequência da rede elétrica é 60Hz e o número de polos é igual a 6:

í
velocidade s ncrona (rpm)=
120 ⋅ 60

í
velocidade s ncrona (rpm)  =  120 ⋅ 10

í
velocidade s ncrona (rpm) = 1200


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

2. Um motor trifásico será conectado a uma tensão (F-F) de 330V na ligação delta.
Conhecendo-se as características desse tipo de ligação, qual é a diferença entre as
tensões de fase e de linha?
A alternativa "B " está correta.

Nas conexões de motores trifásicos, as ligações delta e estrela são as principais. No


fechamento em delta, não existe diferença entre a tensão de linha e a tensão de fase.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, foram apresentados os conceitos referentes às máquinas elétricas e aos sistemas
de energia elétrica contínua e energia alternada, bem como os principais tipos e características
dos motores de corrente contínua e dos motores de corrente alternada.

No primeiro módulo, os princípios de geração e as principais características das fontes de


energia contínua e das fontes de energia alternadas foram destacados. Também foram
ilustrados os princípios de funcionamento das máquinas de corrente contínua e de corrente
alternada.

No segundo módulo, foram apresentadas as características dos motores de corrente contínua e


seus principais tipos. Características construtivas e princípios de funcionamento também foram
mostrados.

Por fim, no terceiro módulo, os motores de corrente alternada foram apresentados. As


características dos motores de corrente alternada e os princípios de funcionamento dos motores
de corrente alternada foram discutidos e apresentados.
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, K. C. Conversão eletromecânica de energia. UFSC, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de


baixa tensão. Rio de Janeiro. 2004.

BIM, E. Máquinas elétricas e acionamentos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

CASTRO, R. C. G. Manual de comandos elétricos. Fortaleza: CEFET, (s.d.).

CREDER, H. Instalações elétricas. São Paulo: (LTC), 2007.

FALCONE, G. A. Eletromecânica. São Paulo: Edgard Blucher Ltda., 1979.

FITZGERALD, A. E. et al. Máquinas elétricas com introdução à eletrônica de potência. 6.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

MARQUES, G. Máquinas de indução polifásica. 2001.

SILVA, M. E. Curso de comandos elétricos. FUMEP, 2006.

TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: física moderna: mecânica
quântica, relatividade e a estrutura da matéria. São Paulo: Grupo Gen, 2000, 3 v.
EXPLORE+
Se você deseja se aprofundar neste conteúdo, recomendamos explorar o site do Museu WEG
de Ciência e Tecnologia. Nele, são compartilhados conteúdos sobre eletricidade, magnetismo e
eletromagnetismo. Também são apresentados curiosidades e fatos históricos sobre a evolução
dos motores ao longo dos tempos.

CONTEUDISTA
Raphael de Souza dos Santos

 CURRÍCULO LATTES

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