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Lei #11

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FORTALEZADIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO

ANO LXVIII FORTALEZA, 21 DE DEZEMBRO DE 2022 Nº 17.483

PODER EXECUTIVO
GABINETE DO PREFEITO

LEI Nº 11.323, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2022.

Institui taxa pela utilização efetiva ou potencial do serviço público de manejo de


resíduos sólidos urbanos no Município de Fortaleza e dá outras providências.

FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

CAPÍTULO I
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Art. 1º - Esta Lei institui a taxa pela utilização efetiva ou potencial do serviço público de manejo de resíduos sólidos
urbanos no Município de Fortaleza.

CAPÍTULO II
DA TAXA DO SERVIÇO PÚBLICO DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (TMRSU)

Art. 2º - Fica instituída a Taxa do Serviço Público de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (TMRSU).

Art. 3º - É fato gerador da Taxa do Serviço Público de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos a utilização efetiva ou
potencial do serviço público de manejo de resíduos sólidos urbanos, constituído pelas atividades de coleta, transbordo, transporte,
triagem para fins de reutilização ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e destinação final ambientalmente adequada
dos resíduos de origem:

I. residencial; e

II. não residencial, até o limite de 100 (cem) litros por dia.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, são considerados:

I. resíduos de origem residencial: os resíduos domiciliares;

II. resíduos de origem não residencial: os resíduos gerados por estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de
serviços que não ultrapassem 100 (cem) litros por dia.

Art. 4º - VETADO

Art. 5º - O fato gerador da taxa considera-se ocorrido e existentes os seus efeitos no dia 1º de janeiro de cada exercício.

Art. 6º - O contribuinte da TMRSU é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título de unidade
ou subunidade imobiliária autônoma, edificada ou não, beneficiada, efetiva ou potencialmente, pela prestação do serviço público de
manejo de resíduos sólidos, e para a sua viabilidade técnica e econômico-financeira atual e futura.

§ 1º. Há disponibilidade do serviço referido no caput quando for posta à disposição do contribuinte a coleta dos resíduos
sólidos urbanos gerados, na frequência estabelecida pelo Poder Público, desde que dispostos em local adequado, preferivelmente na
calçada em frente ao imóvel, no dia e na hora indicados.

§ 2º. As unidades imobiliárias autônomas são divididas nas categorias Residencial, Não Residencial e Terreno.

§ 3º. As categorias Residencial e Não Residencial são divididas nas subcategorias Padrão Baixo, Normal, Padrão Alto e
Luxo, considerando a Lei nº 8.703, de 30 de abril de 2003, em seu Anexo II.

§ 4º. São considerados, na classificação Terreno, aqueles imóveis em que:

I. não haja nenhuma espécie de construção;


II. haja construção em andamento ou paralisada, independentemente do uso que vier a ter;
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FORTALEZA, 21 DE DEZEMBRO DE 2022 QUARTA-FEIRA - PÁGINA 2
S

JOSÉ SARTO NOGUEIRA MOREIRA


Prefeito de Fortaleza

JOSÉ ÉLCIO BATISTA


Vice-Prefeito de Fortaleza

SECRETARI ADO

RENATO CARVALHO BORGES


Secretário Chefe do Gabinete do Prefeito ANTONIA DALILA SALDANHA DE FREITAS LUCIANA MENDES LOBO
Secretária Municipal do Urbanismo SECRETARIA MUNICIPAL
Secretária Municipal da Educação
e Meio Ambiente DE GOVERNO
RENATO CÉSAR PEREIRA LIMA

SEGOV
Secretário Municipal de Governo ANA ESTELA FERNANDES LEITE ALEXANDRE PEREIRA SILVA
Secretária Municipal da Saúde Secretário Municipal do Turismo
FERNANDO ANTÔNIO COSTA DE OLIVEIRA
Procurador Geral do Município JOSÉ ILÁRIO GONÇALVES MARQUES
SAMUEL ANTONIO SILVA DIAS
Secretário Municipal dos Direitos Humanos e
Secretário Municipal da Infraestrutura
Desenvolvimento Social
MARIA CHRISTINA MACHADO PUBLIO COORDENADORIA DE ATOS E
Secretária Chefe da Controladoria e
Ouvidoria Geral do Município FERRUCCIO PETRI FEITOSA
PUBLICAÇÕES OFICIAIS
FRANCISCO ADAIL DE CARVALHO FONTENELE
Secretário Municipal da Conservação e Secretário Municipal de Desenvolvimento FONE: (85) 3201.3773
LUIS EDUARDO SOARES DE HOLANDA Serviços Públicos Habitacional
Secretário Municipal da Segurança
Cidadã CÉLULA DE GESTÃO DO DIÁRIO
ELPÍDIO NOGUEIRA MOREIRA
OZIRES ANDRADE PONTES Secretário Municipal da Cultura OFICIAL
Secretário Municipal de Esporte e Lazer
FLÁVIA ROBERTA BRUNO TEIXEIRA DAVI GOMES BARROSO
Secretária Municipal das Finanças FONES: (85) 3201-3782
Secretário Municipal da Juventude
RODRIGO NOGUEIRA DIOGO RUA SÃO JOSÉ Nº 01 - CENTRO
MARCELO JORGE BORGES PINHEIRO DE SIQUEIRA
Secretário Municipal do Desenvolvimento JOÃO DE AGUIAR PUPO FORTALEZA-CEARÁ
Secretário Municipal do Planejamento,
Orçamento e Gestão Econômico Secretário Municipal da Gestão Regional CEP: 60060-170

III. haja prédio em estado de ruína, condenado ou, de qualquer modo, inadequado à utilização de qualquer natureza, ou
construção de caráter temporário.

Art. 7º - VETADO.

Art. 8º - São responsáveis solidários pelo pagamento da taxa:

I. o titular do direto de usufruto, de superfície, de uso ou de habitação;

II. o compromissário comprador;

III. o comodatário;

IV. os tabeliães, os notários, os oficiais de registro de imóveis e os demais serventuários de cartórios que lavrarem
escrituras ou que transcreverem ou averbarem atos em seus registros relacionados com a transferência de propriedade ou de direitos
a ela relativos, sem a prova da quitação ou do parcelamento administrativo de débitos relativos à TMRSU;

V. o ocupante ou o cessionário de imóvel público, em uma das condições previstas no parágrafo único do art. 12.

Art. 9º - A base de cálculo da TMRSU é o custo anual necessário para a adequada e eficiente prestação do serviço
público de manejo de resíduos sólidos urbanos.

§ 1º. O custo anual compreende as atividades operacionais de coleta, transbordo, transporte, triagem para fins de
reutilização ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e disposição final ambientalmente adequada de resíduos sólidos
urbanos.
§ 2º. A composição e o cálculo do custo anual do serviço público de manejo de resíduos sólidos urbanos observarão as
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.
Art. 10 - Para o lançamento e a cobrança da TMRSU, o valor aplicável a cada unidade imobiliária autônoma será
calculado mediante aplicação da seguinte fórmula:

TMRSU = TBTMRSU x FC x AEIMÓVEL

Em que:
TBTMRSU: Taxa Base, equivalente a R$ 3,64 (três reais e sessenta e quatro centavos).
FC: Fator de Correção, equivalente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial
(IPCA-E).
AEIMÓVEL: Área Edificada do Imóvel, conforme a última situação cadastral, expressa em m²
(metros quadrados).
§ 1º. A TMRSU poderá ser paga de uma só vez ou em até 12 (doze) parcelas.

§ 2º. O valor total anual da TMRSU não poderá exceder R$ 1.600,08 (um mil e seiscentos reais e oito centavos) para
qualquer categoria de imóvel.
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§ 3º. O valor total anual da TMRSU não poderá ser inferior a R$ 258,00 (duzentos e cinquenta e oito reais) para
qualquer categoria de imóvel.

§ 4º. Para os imóveis na classificação Terreno, será cobrado valor anual correspondente ao valor mínimo, previsto no
§ 3º.

§ 5º. Na impossibilidade de obtenção de dados exatos sobre o imóvel, será cobrado valor anual correspondente ao valor
mínimo, previsto no § 3º, ou a taxa será estimada com as informações que a administração tributária dispuser.

§ 6º. Os valores previstos nos §§ 2º e 3º serão corrigidos em 31 de dezembro de cada ano pelo IPCA-E, para o
lançamento da TMRSU do ano seguinte, a partir do lançamento de 2024.

§ 7º. Para fins de revisão da base de cálculo, a cada 2 (dois) anos será realizado novo levantamento dos custos
necessários para a adequada e eficiente prestação do serviço público de manejo de resíduos sólidos urbanos.

CAPÍTULO III
DO LANÇAMENTO E DA COBRANÇA

Art. 11 - A cobrança da TMRSU pode ser efetuada:

I - mediante documento de cobrança:


a) exclusivo e específico;
b) de imposto ou taxa municipal; ou

II - junto à cobrança de tarifas e preços públicos de qualquer outro serviço público, quando o contribuinte for usuário
desse outro serviço.

§ 1º. O documento de cobrança deve destacar individualmente os valores e os elementos essenciais de cálculos das
taxas, das tarifas e dos outros preços públicos lançados para cada serviço.

§ 2º. Independentemente da forma de cobrança adotada, a TMRSU deve ser lançada de ofício e registrada
individualmente em nome do respectivo contribuinte, no sistema de gestão tributária.

CAPÍTULO IV
DO ATRASO OU DA FALTA DE PAGAMENTO

Art. 12 - O atraso ou a falta de pagamento dos débitos relativos à TMRSU nos prazos estabelecidos na legislação
tributária sujeitam o contribuinte, desde o vencimento do débito, ao pagamento dos acréscimos moratórios previstos no art. 87 da Lei
Complementar nº 159, de 26 de dezembro de 2013.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 13 - As receitas derivadas da aplicação da TMRSU são vinculadas às despesas para a prestação do serviço público
de manejo de resíduos sólidos urbanos.

Parágrafo Único. Os sistemas contábeis devem permitir o adequado controle do valor arrecadado, de forma a permitir
a fiscalização do previsto no caput.

Art. 14 - Poderá ser estabelecida, no Município de Fortaleza, através de decreto do Poder Executivo, meta de
reciclagem que deverá ser periodicamente revista de acordo com a análise da evolução dos índices de reciclagem.

Art. 15 - O disposto no art. 5º desta Lei não se aplica ao exercício de 2023, cujo fato gerador considera-se ocorrido no
primeiro dia útil de abril.

Art. 16 - O disposto nos §§ 2º e 3º do art. 10 não se aplica ao exercício de 2023, cujos valores mínimos e máximos
serão decorrentes da divisão do valor proporcional da taxa.

Art. 17 - A TMRSU não paga será inscrita na Dívida Ativa do Município nos prazos previstos nas normas de
arrecadação, para cobrança pela Procuradoria-Geral do Município.

Art. 18 - Ficam revogadas as disposições em contrário e os arts. 2º, 3º, 4º, 5º e 6º da Lei n.º 11.220, de 27 de dezembro
de 2021.

Art. 19 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2023,
observado o disposto no inciso III do art.150 da Constituição federal.

PAÇO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA, em 21 de dezembro de 2022.

José Sarto Nogueira Moreira


PREFEITO MUNICIPAL DE FORTALEZA
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ANEXO ÚNICO A QUE SE REFERE A LEI Nº 11.323/2022

Para o cálculo da Taxa-Base foi considerado o valor necessário para


operação dos serviços, acrescidos os custos administrativos, dividido pelo
total de área de metragem edificada do Município de Fortaleza.

1. Base de dados – cadastro imobiliário

1.1. O município apresenta um total de 798.671 inscrições (base dez/2021), com um total de 96.238.404 m² de área edificada
(desconsiderando os grandes geradores).

2. Custo Anual

2.1. Custo anual é aquele suficiente para ressarcir o prestador de serviços das despesas administrativas e dos custos eficientes de
operação e manutenção (OPEX), de investimentos prudentes e necessários (CAPEX), bem como para remunerar de forma adequada
o capital investido. Deve também incluir as despesas com os tributos cabíveis e com a remuneração da entidade reguladora do
SMRSU e contratação de associações ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis, quando for o caso (RESOLUÇÃO ANA
Nº 79, DE 14 DE JUNHO DE 2021, item 5.2). O custo anual para a execução adequada dos serviços de manejo de resíduos sólidos
no município de Fortaleza é R$ 350.134.471,69/ano.

2.2. O Cálculo da Taxa Base é dada pelo valor do custo anual dividida pela metragem edificada. (R$ 350.134,471,69 / 96.238,404
m² = 3,64 R$/m²).

3. Taxa Mínima e Máxima

3.1. Foi estabelecida uma taxa mínima de resíduos de R$ 258,00, que compreende todas as inscrições de até 70 m² de área
edificada.

3.2. Foi estabelecida uma taxa máxima de resíduos de R$ 1.600,08, que equivale a um imóvel de 440 m² de área edificada.
*** *** ***

LEI Nº 11.324, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2022

Institui o Programa Mais Fortaleza e dá outras


providências.

FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - Fica instituído o Programa Mais Fortaleza, com objetivo de implementar a gestão integrada de resíduos sólidos
com foco nos conceitos de economia circular, sustentabilidade e reciclagem.

§ 1º O Programa Mais Fortaleza será estruturado em 3 (três) eixos: Infraestrutura e Tecnologia Inovadora, Inclusão
Social e Educação e Meio Ambiente.

§ 2º O Programa Mais Fortaleza contempla os seguintes principais objetivos específicos, sem prejuízo de outros que
possam ser incorporados:

I — fomentar práticas, hábitos e ações que incorporem o conceito de economia circular;


II — estabelecer metas e estimular o aumento dos índices de reciclagem;
III — promover a integração de dados, o uso de metas e indicadores e a implementação de infraestruturas e tecnologias
inovadoras como meios para a gestão integrada de resíduos sólidos;
IV — promover a inclusão social, especialmente com foco nas associações de catadores;
V — fomentar as práticas de logística reversa;
VI — estimular políticas e ações de educação e conscientização ambiental.

TÍTULO II
DOS EIXOS ESTRUTURANTES

CAPÍTULO I
EIXO INFRAESTRUTURA E TECNOLOGIA INOVADORA

Art. 2º - O modelo de gestão integrada de resíduos sólidos deverá, preferencialmente, utilizar infraestruturas, sistemas e
equipamentos inteligentes que incorporem tecnologias e inovações que permitam a otimização da gestão e da logística de resíduos, a
geração de dados, informações e indicadores e a comunicação com o usuário.

Art. 3º - Deverá ser implantada uma rede integrada de pontos de coleta com foco na reciclagem e na economia circular,
compreendendo ecopontos, miniecopontos, estruturas de coleta itinerantes, pontos de entrega voluntária (PEV) e outros
equipamentos correlatos, abrangendo todos os bairros da cidade.

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