3°atividade Da Red Equipamentos de Separação para Líquidos e Sólidos
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GROSSO
2020
1 INTRODUÇÃO
2.1 Decantação
É um método de separação de misturas heterogêneas de dois tipos: liquido + solido
e líquidos imiscíveis. Ela se baseia na diferença de densidade entre componentes da
mistura.
A decantação pode visar a clarificação do líquido, o espessamento da suspensão
ou a lavagem dos sólidos. No primeiro caso, parte-se de uma suspensão com baixa
concentração de sólidos para obter um líquido com um mínimo de sólidos. Obtém-se
também uma suspensão mais concentrada do que a inicial, mas o fim visado é clarificar o
líquido. No segundo caso parte-se de uma suspensão concentrada para obter os sólidos
com a quantidade mínima possível de líquido. Algumas vezes, como no tratamento de
minérios de zinco, chumbo e fosfatos, procura-se atingir os dois objetivos
simultaneamente: obter uma lama (de ganga) com pouca água e ao mesmo tempo um
concentrado com um mínimo de ganga.
A terceira finalidade é a passagem da fase sólida de um líquido para outro, para
lavá-la sem recorrer à filtração, que é uma operação mais cara. Neste caso a decantação
pode ser realizada em colunas nas quais a suspensão alimentada pelo topo é tratada com
um líquido de lavagem introduzido pela base. A decantação das partículas sólidas se
realiza em suspensão de concentração praticamente constante. Infelizmente estas
operações são muito instáveis, pois as diferenças locais de concentração provocam
escoamentos preferenciais intensos. O recurso é utilizar decantadores em série operando
em contracorrente.
Em separações hidráulicas, as leis que conduzem as operações de decantação
dependem da concentração das partículas sólidas na suspensão onde elas se movem. Pode
haver decantação livre ou retardada, mas os fatores que controlam a velocidade de
decantação do sólido através do meio resistente são as densidades do sólido e do líquido,
o diâmetro e a forma das partículas e a viscosidade do meio. E a viscosidade sofre a
influência da temperatura, sendo possível aumentar a velocidade de decantação
aumentando a temperatura. No entanto, o diâmetro e as densidades são fatores mais
importantes. Tanto que o aumento do tamanho das partículas sólidas é essencial no caso
de sistemas coloidais, pois neste estado a decantação é impossível. Para conseguir este
aumento, são utilizados dois métodos: A digestão e floculação. A digestão, empregada no
caso de precipitados, se trate em deixar a suspensão em repouso até que as partículas finas
sejam dissolvidas enquanto as grandes crescem à custa das pequenas. Este fato decorre da
maior solubilidade das partículas pequenas relativamente às grandes. Uma solução
saturada em relação às partículas grandes não estará saturada em relação às pequenas. Este
método não é de aplicação geral, sendo útil apenas no caso de substâncias cristalinas
pouco solúveis obtidas por precipitação. A floculação consiste em aglomerar as partículas
à custa das forças de van Der Waals, dando origem a flocos de maior tamanho que o das
partículas isoladas.
Decantação de sólidos grosseiros
Este tipo de decantação é mais fácil do que a decantação de partículas finas. Pode
ser realizada em tanques de decantação operando em batelada ou em regime contínuo. O
sólido pode ser retirado pelo fundo e o líquido um pouco acima, ou ambos pelo fundo,
através de manobras adequadas. O inconveniente destes equipamentos é que eles não
permitem uma classificação dos sólidos pelo tamanho. Quando isto é requerido,
empregam-se decantadores contínuos, cujos modelos mais comuns na indústria química
são o de rastelos, o helicoidal, o ciclone separador e o hidroseparador. Em muitas ocasiões
uma reação química ou uma lavagem podem ter curso simultaneamente com a separação
realizada nestes equipamentos.
Decantador de rastelos – a suspensão é alimentada num ponto intermediário de
uma calha inclinada. Um conjunto de rastelos arrasta os grossos, que decantam facilmente,
para a parte superior da calha. Chegando ao fim do curso os rastelos são levantados e
retornam para a parte inferior da calha onde são novamente levados até o fundo para raspar
os grossos. Devido à agitação moderada promovida pelos rastelos, os finos permanecem
na suspensão que é retirada através de um vertedor que existe na borda inferior da calha.
Decantador de rastelos.
Decantador helocoidal – A helicoide arrasta continuamente os grossos para a
extremidade superior de uma calha semi-circular inclinada. Mais uma vez o movimento
lento provocado pelo mecanismo transportador evita a decantação dos finos que saem com
a suspensão através do vertedor.
Decantador helicoidal.
Decantador ciclone classificar – A alimentação é feita tangencialmente na seção
superior cilíndrica do ciclone por meio de uma bomba. Os finos saem pela abertura no
topo, enquanto os grossos saem pelo fundo da parte cônica inferior, através de uma válvula
de controle.
Decantador hidroseparador – conhecido também como tanque cilíndrico de
fundo cônico e equipado com rastelos que giram lentamente. O diâmetro varia entre
1,50 m e 80 m. A profundidade de 0,50 m até 1,00 m no centro.
Estes dispositivos funcionam mais propriamente como classificadores ou separadores de
primeiro estágio, uma vez que os finos terão que ser retirados posteriormente do líquido
em decantadores de segundo estágio.
Decantação para sólidos finos
Pode ser realizada sem interferência mútua das partículas (decantação livre) ou
com interferência (decantação retardada), sendo a concentração de sólidos na suspensão
que determina o tipo de decantação.
As suspensões diluídas são decantadas com o objetivo de clarificar o líquido e o
equipamento que se emprega é um clarificador. As suspensões concentradas, por outro
lado, destinam-se a produzir uma lama espessa e o decantador neste caso é um espessador.
Há decantadores de batelada e contínuos. O decantador de batelada mais simples
é um tanque retangular ou cilíndrico com saídas laterais em alturas diferentes e que são
abertas à medida que o líquido da parte superior clarifica. O lodo é retirado pelo fundo. O
decantador contínuo mais conhecido é o cone de decantação. A alimentação é feita através
de um tubo central na parte superior do equipamento. O líquido clarificado é recolhido
numa canaleta periférica, sendo a lama retirada pela parte inferior por meio de uma bomba
de lama ou por gravidade.
Cone de decantação.
Sua descarga pode ser continua ou intermitente. Na continua, a vazão da lama deve ser
ajustada cuidadosamente, o que não é fácil. Na intermitente, uma válvula existente no
fundo do decantador é aberta a intervalos regulares para dar saída à lama durante um certo
tempo. O comando pode ser manual, onde o operador dá a descarga e fecha a válvula
quando a lama que está sendo retirada começa a ficar diluída, ou automático, através de
uma boia e alavancas externas. A boia abre quando a densidade da lama atinge um valor
definido.
2.2 Centrifugação
A centrifugação é uma técnica utilizada para separar misturas, que utiliza a força
centrífuga no lugar da força gravitacional. A força desempenhada sobre a mistura é
grandemente aumentada, acelerando o processo de decantação, essa técnica é amplamente
utilizada em laboratórios químicos e também nas indústrias de alimentos, bebidas,
refinarias de petróleo, etc.
Separações centrífugas são utilizadas para realizar a decantação de sólidos
(clarificação ou espessamento) e para filtração. Empregam-se também normalmente na
separação de líquidos imiscíveis, para separar partículas sólidas ou gotículas em
suspensão nos gases, para a separação de gases finamente dispersos em líquidos e ainda
para a classificação hidráulica de misturas de sólidos.
As operações podem ser descontínuas, semi-contínuas ou contínuas. No primeiro
caso a carga e a descarga são feitas com a centrífuga parada. Nas operações semi-
contínuas a operação ainda é realizada em batelada, porém não se interrompe a operação
para carregar e descarregar. Isto acarreta em uma economia no consumo de energia porque
um dos grandes consumos é o necessário para levar a máquina até a rotação de regime.
Finalmente, o terceiro tipo de operação é inteiramente contínuo, sendo a alimentação e a
descarga realizadas em regime permanente.
As principais separações centrífugas são realizadas com dois tipos de máquinas:
centrífugas decantadoras e centrífugas filtrantes.
As centrífugas decantadoras servem para clarificar ou espessar suspensões. Um
tambor horizontal, vertical ou inclinado gira em alta rotação em torno do eixo e as
partículas são dirigidas para a periferia. A operação pode ser contínua ou semi-contínua.
Nas operações semi-contínuas os sólidos acumulados na periferia devem ser retirados
periodicamente por meio de facas ou raspadores. Centrífugas deste tipo prestam-se para
suspensões diluídas (1 a 2% de sólidos). Um tipo bastante comum é o que permite a saída
dos sólidos por bocais.
Centrifuga decantadora.
Centrifugas filtrantes.
Este tipo de filtro apresenta placas quadradas, com faces planas e bordas levemente
ressaltadas. Entre duas placas sucessivas da prensa há um quadro que serve como
espaçador das placas. De cada lado de um quadro há uma lona que se encosta à placa
correspondente. Assim, as câmaras onde será formada a torta ficam delimitadas pelas
lonas. A estrutura de suporte do conjunto tem barras laterais que servem de suporte para
as placas e os quadros. O aperto do conjunto é feito por meio de um parafuso ou sistema
hidráulico. Nos filtros prensa existe uma sequência de placas metálicas perfuradas e
alternadas entre si. Há um vão livre entre duas placas que permite a passagem da mistura
heterogênea. Cada placa é coberta com um elemento filtrante e sobre ele começa a se
depositar o sólido separado, formando uma torta que pode ser compressível ou
incompressível.
Há duas classes de filtros-prensa de placas e quadros: os que permitem lavar a
torta, denominados filtros-prensa lavadores, e os não-lavadores. Como exemplo do
emprego de filtros prensa em indústrias alimentícias, se obtém o refino de óleos vegetais,
e na produção de molho shoyu, na purificação do xarope para a produção de refrigerantes,
indústria de sucos na separação do bagaço da polpa, etc.
Filtros de lâminas ou folhas
São constituídos de lâminas filtrantes múltiplas dispostas lado a lado. As lâminas
ficam imersas na suspensão a filtrar, sendo feita a sucção do filtrado para o seu interior
por meio de uma bomba de vácuo. Em outros tipos a suspensão é alimentada sob pressão
em um tanque fechado que aloja as lâminas. Em ambos os casos a torta se formam por
fora das lâminas e o filtrado passa para o seu interior, de onde sai por um canal apropriado
para o tanque de filtrado.
(a) (b)
2.4 Extração
O processo de extração é utilizado na extração rápida de compostos orgânicos
voláteis e semivoláteis. A extração é utilizada em escala industrial com emprego do
dióxido de carbono ou gás carbono (CO2) como solvente da extração. O dióxido de
carbono é o mais utilizado devido a sua baixa toxidez, não poluente, inerte e de fácil
disponibilidade. A extração é utilizada em alimentos para a extração de diferentes
compostos dos mesmos como: pigmentos (frutas e vegetais), capsaicina da pimenta
(sabor, aroma), vitamina E (tocoferóis dos tecidos de vegetais e frutas), óleos essenciais
(limão, mostarda, alho, cebola), cafeína, flavorizantes em geral, extrato de beterraba,
azeite de oliva, etc. Durante o processo de extração, a temperatura, a composição química,
e o fluxo, é importante porque, garante a completa extração dos componentes do produto
alimentício. O equipamento utilizado para a operação de extração para produtos sólidos e
líquidos varia, dependendo do tamanho das partículas do produto final extraído, a
recuperação do solvente utilizado no processo de extração.
Durante a extração com solvente, o tempo deve ser controlado o suficiente para
que o solvente extraia o soluto do alimento sem ocorrer alterações na composição do
mesmo. Alguns fatores são importantes observar no processo de extração:
A temperatura de extração - temperaturas altas aumentam o grau de extração do
solvente. A temperatura na maioria das operações de extração é limitada para menos que
100ºC, para evitar a extração de componentes indesejáveis ou danificações dos
componentes químicos e físicos do material extraído.
A área de superfície dos sólidos de alimentos exposto ao solvente - o valor de
transferência de massa é diretamente proporcional à área de superfície de exposição, assim
reduções no tamanho das partículas (aumentando a área de superfície de troca térmica)
aumentam o rendimento da extração.
A viscosidade do solvente – quanto mais baixa a sua viscosidade, mais eficiente
será o solvente no processo de extração, pois irá penetrar mais facilmente nas camadas de
partículas dos sólidos do alimento.
2.5 Adsorção
A adsorção é um processo, semelhante à absorção, pelo qual uma substância num
gás ou líquido se liga a um sólido. A substância pode ser um poluente, chamado adsorbato,
que é atraído para a superfície de um sólido especial.
Adsorção ocorre naturalmente, mas os industriais aperfeiçoaram os métodos de
adsorção para limpar resíduos perigosos ou purificar a água potável.
Minúsculas partículas químicas suspensas em outra fase da matéria, ou seja, no ar
como um gás ou na água como um líquido, são por vezes considerados contaminantes.
Essas minúsculas partículas podem ser separadas dessa fase, chamada adsorvente,
para entrar em uma fase diferente. Um material de outra fase, como o carbono sólido,
alveja preferencialmente estas partículas e liga o adsorvato à sua superfície. O ar ou
líquido restante foi purificado. Isso difere da absorção onde as partículas nunca mudam
de fase, mas entram os poros do sólido junto com o ar ou a água que o acompanham.
3 CONCLUSÃO