Conceito de Pessoa
Conceito de Pessoa
Conceito de Pessoa
formulação no IV e no V século.
Lino Rampazzo
Introdução
2. A Patrística
Assim, para dar um nome a estas distinções dentro do mesmo Deus uno,
Tertuliano (início do III século) falou de “uma substância” e de “três pessoas”; e,
para unir em Cristo o divino e o humano, falou de uma só pessoa, ao mesmo
tempo homem e Deus (PL 2,191): dessa maneira, pela primeira vez, o termo
latino persona recebia todo o seu peso.
Hipólito (início do III século), por sua vez, foi o primeiro a utilizar o
termo prosopon para falar da Trindade.
Cristo não disse: “eu e o Pai sou um só”, mas “somos um”.
Com efeito “somos” não se diz de um, mas de dois: ele indicou dois
prósopa (pessoas) e uma só dynamis (força). (Grifo nosso).
Quanto a Tertuliano, nós encontramos uma teologia mais rica e mais
desenvolvida. Entre outras coisas são suas as expressões trinitas (trindade), una
substantia, tres personae (uma única substância, três pessoas); e, sobretudo, a
contribuição de projetar o mistério trinitário no primeiro plano da reflexão
teológica.
Vamos considerar um texto dele, a respeito. Refere-se a Salmos 2,7: Vou
proclamar o decreto de Iahweh: Ele me disse: “Tu és meu filho, eu hoje te
gerei...”
Conclusão
As conseqüências destas afirmações atingem outras áreas, particularmente
a ética e o direito, e encontram contínuas, novas e inesperadas aplicações. Por
exemplo, a quem vamos aplicar o conceito de pessoa? A todos os homens?
Também aos índios, aos negros, às mulheres, às crianças, aos pacientes em
estado terminal, aos embriões?
Parece que os atuais desafios dizem respeito mais às aplicações da
biotecnologia. O problema é complexo e de não fácil solução, especialmente na
aplicação da cada caso. O Direito entra em tudo isso, particularmente no seu
ramo do Biodireito, cujos princípios são o respeito à vida, à dignidade da pessoa
humana, à liberdade individual, à segurança, à proteção da saúde etc. Para a
solução destes problemas, porém, não se pode esquecer a descoberta do valor da
pessoa humana em nossa cultura: o que foi objetivo deste estudo. O
esquecimento deste valor, com suas implicações também jurídicas, seria uma
volta ao passado, onde o homem era reconhecido apenas como espécie e não
como indivíduo: ou pior, considerando as atuais possibilidades tecnológicas,
colocaria em risco a mesma existência da espécie humana e até do planeta Terra.
Bibliografia