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PowerPoint - O Problema Da Natureza Dos Juízos Morais

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O problema da natureza dos juízos de valor morais

Os valores morais estão diretamente relacionados com a nossa


ação e com aquilo que devemos ou não devemos fazer. Como tal,
os juízos (de valor) morais são aqueles em que julgamos as
nossas ações e as dos outros em função das noções de certo e de
errado, justo e injusto, louvável e censurável, etc.

Os juízos de valor morais são normativos: remetem, implícita ou


explicitamente, para o dever ser.

O que significa dizer que “X é bom” ou “X é moralmente correto”?


Existem verdades morais?
Formulação do problema

Qual a natureza dos juízos morais?


Os juízos de valor morais possuem valor de verdade? São
verdadeiros ou falsos, independentemente do sujeito que avalia?
Ou será que a sua verdade depende do sujeito e da sociedade que
avalia?

Respostas ao problema (Teorias)

Subjetivismo moral Relativismo moral Objetivismo moral


Subjetivismo moral

- Os juízos morais têm valor de verdade.


Teses: - A verdade dos juízos morais é subjetiva.

O subjetivismo moral defende que:


• Os juízos morais possuem valor de verdade, mas este valor depende da
perspetiva do sujeito que avalia.
• Os juízos morais são subjetivos porque dizem respeito aos sentimentos
de aprovação ou reprovação de cada pessoa e dependem das
preferências individuais.
• Uma coisa é moralmente boa, correta ou incorreta porque é aprovada ou
reprovada por um indivíduo particular. Na ética só há opiniões e cada
pessoa tem a sua verdade (quando duas pessoas discordam sobre um
tema moral estão ambas certas, para si próprias).
Os juízos são verdadeiros para as pessoas que os aceitam e os juízos
são falsos para as pessoas que os rejeitam.
• Não existem verdades morais objetivas e universais.
Subjetivismo moral: argumentos a favor

- Argumento do desacordo
Existe desacordo em questões éticas (como as touradas e os
circos com animais), então não existem verdades objetivas e
universais em ética.

-Argumento da ausência de prova


Não é possível provar que um juízo moral é verdadeiro, logo não
existem verdades objetivas e universais em ética.
Se houvesse verdades objetivas em ética, seria possível provar a
verdade das opiniões morais.
Outros argumentos:
- O subjetivismo torna possível a liberdade
Pressupõe que só agimos livremente quando o fazemos em
função de valores estabelecidos pelos nossos gostos e
preferências.

- O subjetivismo promove a tolerância entre as pessoas com


convicções morais diferentes
Defende que temos de aceitar como legítimas as ações que
assentam em valores diferentes dos nossos, dado que cabe a
cada um definir o que é bom ou mau, certo ou errado.
Subjetivismo moral: objeções

- O subjetivismo permite que qualquer juízo moral seja verdadeiro.


O subjetivismo faz da moral e da ética domínios completamente
arbitrários onde tudo é defensável.
- O subjetivismo compromete-nos com uma educação moral em
que todo e qualquer comportamento é aceitável.
- O subjetivismo tira todo o sentido ao debate racional sobre as
questões ética e morais.
Se tudo é relativo ao indivíduo, aos seus desejos e sentimentos,
não faz sentido debater questões morais.
- O subjetivismo não explica a existência de desacordos morais.
Relativismo moral

- Os juízos morais têm valor de verdade (são verdadeiros ou


Teses: falsos).
- A verdade dos juízos morais é relativa, depende de padrões
culturais (depende da perspetiva de cada sociedade/cultura).

O relativismo moral defende:


• A moralidade ou imoralidade das ações varia de sociedade para sociedade,
sendo os valores éticos (bem/mal; certo/errado, etc.) convenções
socialmente estabelecidas.
• Para justificar a verdade ou falsidade dos juízos morais deve-se recorrer às
opiniões aceites pela maioria das pessoas em cada sociedade. A
aprovação social torna-se o critério valorativo por excelência.
• Quando duas sociedades discordam sobre um tema moral estão ambas
certas (para se próprias).
Os juízos morais são verdadeiros para as sociedades que os aceitam e os
juízos morais são falsos para as sociedades que os rejeitam.
• Não existem verdades morais objetivas e universais.
Relativismo moral: argumentos a favor

- Argumento da diversidade cultural


A diversidade cultural, a diferença cultural, no que respeita à
moralidade, justifica a teoria relativista.
Culturas diferentes têm conceções diferentes de bem e de mal,
logo não existem verdades universais e códigos morais mais
verdadeiros que outros. Compará-los seria um erro, pois exigiria
uma perspetiva neutra, que não existe.
- Argumento da tolerância
O relativismo promove a estimula a tolerância entre os seres
humanos, já que nos diz que devemos aceitar as práticas morais
reconhecidas como válidas em outras sociedades.
Outro argumento:
- O relativismo ao instituir a aprovação social como critério de
moralidade promove a coesão social.
Relativismo moral: objeções

- O relativismo conduz ao conformismo.


Defender o relativismo significa aceitar que agir corretamente é agir
de acordo com a opinião da maioria, sendo que a maioria pode estar
enganada e o conformismo nem sempre é desejável.
- A tolerância nem sempre é desejável.
Há práticas culturais que são monstruosas e atentam contra a
dignidade humana e que, como tal, não devem ser toleradas.
- O relativismo pode conduzir à aprovação da intolerância.
Os relativistas defendem que é moralmente correto tudo aquilo que
uma sociedade institui, pelo que se uma sociedade instituir a
intolerância como atitude moralmente correta, então ela deve ser
aceitável.
- O relativismo não permite explicar o progresso moral
(exemplos: as mulheres terem adquirido direito de voto; a abolição da
escravatura; o reconhecimento dos direitos das crianças)
Devemos tolerar?

1. Que importância tem a


honra para homens
como o marido de
Aisha?
2. A que valores se
sobrepuseram, nesta
história, o valor de
honra?
O EXEMPLO DE MALALA YOUSAFZAI

https://www.youtube.com/watch?v=aIUvH5b0A_8

https://www.youtube.com/watch?v=PLKpqajRruQ
Objetivismo moral
- Os juízos morais têm valor de verdade (são verdadeiros ou falsos).
- A verdade de alguns juízos morais é objetiva (é independente dos
Teses: sujeitos que avaliam - é independente das convicções das pessoas
ou das comunidades).

O objetivismo moral defende que:


- A verdade ou falsidade de alguns juízos de valor morais depende das
razões que os sustentam:
• um juízo moral será objetivamente verdadeiro se puder ser sustentado
(justificado) por boas razões
• um juízo moral será objetivamente falso se não puder ser sustentado
(justificado) por boas razões.
- Boas razões
• razões informadas (baseadas em factos e não em sentimentos pessoais ou
costumes sociais).
• razões imparciais (os juízos morais devem ter em consideração os
interesses de todas as pessoas que por eles são afetadas).
- Quando duas pessoas ou duas sociedades discordam sobre um tema moral,
uma delas pode estar objetivamente certa e a outra objetivamente errada.
- Algumas verdades morais são objetivas e universais.
Para o objetivismo moral existem assuntos sobre os quais já sabemos o que
é realmente verdadeiro.

Exemplo de um juízo moral objetivamente verdadeiro:


“É errado defender o racismo” (é um juízo sustentado por boas razões).

Objetivismo moral: objeções

- Se alguns juízos morais fossem objetivos seria de esperar que não


existissem tantas divergências éticas.
- Não existem métodos de prova (como na ciência) que nos permitam
ultrapassar as divergências éticas.
Objetividade e diálogo entre as culturas / interculturalismo

O objetivismo dos valores é uma teoria contrária ao subjetivismo e ao


relativismo.
Assim, o objetivista defende que podemos encontrar critérios
transsubjetivos de valoração que podem ser aceites por todos os
indivíduos, independentemente dos seus interesses, motivações e sociedade
de origem.
Estes critérios seriam o resultado da discussão crítica e racional sobre os
valores / práticas morais e do diálogo intercultural.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento


incontornável nessa busca por bases de entendimento entre os vários seres
humanos das diversas culturas.

Necessidade de uma “ética mínima mundial” (Adela Cortina) – necessidade


de um conjunto de valores morais partilhados a nível mundial.
“Não penso que haja normas universais abstratas que possam ser
aplicáveis a todas as culturas, mas antes normas universais
concretas, fundadas sobre valores comuns e compartilhados que são
os mesmos para todos. (…) Sou completamente contra o relativismo
(…) contra o facto de aceitar que cada cultura defina para si própria
as suas normas, as suas regras e os seus horrores. (…) Há, por
conseguinte, um coração de valores que são compartilhados por
todas as culturas ainda que estes valores se exprimam de maneira
diferente de acordo com as culturas”
Monique Canto-Sperber, La morale de Aujourd`Hui

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