DATEC 045 - IFORMS - 04 04 23 - Apos Reuniao SINAT
DATEC 045 - IFORMS - 04 04 23 - Apos Reuniao SINAT
DATEC 045 - IFORMS - 04 04 23 - Apos Reuniao SINAT
Para a avaliação do sistema de paredes, considerou-se como elementos inovadores as paredes de blocos
de EPS preenchidos com concreto convencional, moldadas no local;
A avaliação técnica não contemplou elementos e componentes convencionais, como fundações, cobertura,
instalações elétricas e hidráulicas, esquadrias e revestimentos, dentre outros, visto que devem ser
atendidas as respectivas normas técnicas brasileiras. Entretanto, as interfaces entre esses os elementos
convencionais e o sistema da IFORMS foram objeto de avaliação;
A avaliação foi realizada considerando o emprego das paredes em casas térreas e sobrados isolados;
O critério de desempenho térmico é atendido para as oito zonas bioclimáticas, desde que observadas as
condições descritas no item 4.3;
A parede de fachada, com as características indicadas no item 4.4, teve Rw de 33 dB e D2m,nTw de 25 dB,
atendendo as classes de ruído I e II, como indicado na Tabela 9;
A estanqueidade à água das interfaces entre paredes e esquadrias externas e entre paredes e pisos foi
avaliada por meio de análise de projetos e acompanhamento do comportamento do protótipo e das
unidades executadas e finalizadas;
A avaliação da durabilidade das paredes de ICF compreendeu ensaios de resistência à ação do calor e
choque térmico e de estanqueidade à água antes e após o ensaio de choque térmico; ensaios de
resistência de aderência à tração do revestimento de argamassa antes e após o ensaio de ação de calor
e choque térmico; e análise do cobrimento da armadura. O uso do sistema de paredes de ICF está limitado
às classes de agressividade ambiental I, II e III, desde que adotadas as respectivas classes de concreto,
conforme a ABNT NBR 6118, ABNT NBR 16055 e ABNT NBR 12655, conforme especificado no item 3 c).
2/20
1. DESCRIÇÃO DO PRODUTO
O sistema IFORMS ICF é composto por paredes estruturais de blocos de EPS preenchidos com
concreto convencional, de massa específica entre 2.000 e 2.500 kg/m3 e fck, mínimo, especificado
de classe C20. As paredes estruturais, moldadas no local, são utilizadas para a construção de casas
térreas e sobrados isolados e são revestidas em ambas as faces, com revestimento de argamassa
de 25 mm de espessura e possuem espessura total de 230 mm. Nas paredes de cozinha, que
delimitam o fogão o revestimento de argamassa possui 35 mm de espessura e a parede possui
espessura total de 240 mm.
As lajes são apoiadas diretamente sobre as paredes, posteriormente à sua execução e
dimensionadas segundo a ABNT NBR 6118.
A execução das paredes inicia-se com o posicionamento das barras verticais da armadura e dos
blocos de EPS (Figura 1) sobre os elemento de fundação ou piso, prosseguindo com o
posicionamento das demais fiadas de blocos (Figura 2), das armaduras horizontais e posterior
concretagem. Os blocos são encaixados uns aos outros através de ressaltos e rebaixos nas faces
superiores, inferiores e laterais. As juntas verticais entre os blocos são em amarração. O concreto
pode ser lançado com bomba lança ou manualmente.
a) Paredes: As paredes são estruturais, moldadas no local a partir do preenchimento dos vazios
dos blocos de EPS com concreto e as barras de aço da armadura. A espessura total das paredes
é de 230 mm, obtida pelo bloco de 180 mm de espessura e revestimento de argamassa de
25 mm em cada uma das faces;
b) Bloco de EPS: Os blocos de EPS do sistema IFORMS ICF, possuem dimensões nominais de
1250 mm x 400 mm x 180 mm (comprimento x altura x largura), com sete furos verticais de
100 x 100 mm e dois rebaixos longitudinais, de 70 x 100 mm, um no topo e outro na base do
bloco, como indicado esquematicamente na Figura 3-A. Há também sulcos verticais de 5 mm
de profundidade e 6 mm de largura na superfície, espaçados a cada 18 mm, como indicado na
Figura 3-B. As características do EPS, determinadas a partir de ensaios, são mostradas na
Tabela 1;
A)
B)
1,72 US perm*
não atingiu
FS<150mm, em
Ignitabilidade 150 mm em 30
60s-
segundos
*permeável ao vapor d’água: > 10 US perm; semipermeável ao vapor d’água: entre 1 e 10 US perm.
1 US perm = 5,72.10-11 kg/(m²sPa)
c) Concreto: o concreto utilizado na produção das paredes do sistema IFORMS ICF é um concreto
convencional, de classe de consistência S160, de acordo com a ABNT NBR 7212 e as seguintes
especificações, para cada classe de agressividade ambiental da ABNT NBR 6118:
Tabela 2 – Especificações do concreto
d) Armadura vertical das paredes: constituída de barras de aço CA50 com Ø8 mm a cada
360 mm e comprimento correspondente a toda a altura do pavimento a ser executado. As barras
são centradas nos furos verticais dos blocos de EPS e ancoradas com resina epóxi no elemento
de fundação em uma profundidade de 150 mm;
5/20
e) Armadura horizontal das paredes: barras de aço CA50 de Ø6,3 mm a cada fiada de blocos,
o que equivale a 400 mm. A armadura horizontal é centrada no rebaixo horizontal dos blocos
superior e inferior;
f) Armadura dos vãos de portas e janelas: são utilizadas armaduras adicionais no contorno dos
vãos de portas e janelas, constituídas de barras de aço CA50 de Ø8 mm nas laterais e nas
vergas e Ø6,3 mm nas contravergas;
g) Espaçadores: Para o posicionamento das barras de armadura horizontal utiliza-se espaçadores
plásticos de 50 mm;
h) Lajes: as lajes são dimensionadas conforme a ABNT NBR 6118;
i) Ligação entre paredes e fundação: a ligação das paredes com a fundação é feita por meio
das barras da armadura vertical de Ø8 mm a cada 360 mm, descritas na alínea d);
j) Ligação entre paredes: a ligação entre paredes a 90 graus e entre paredes em T é feita pela
armadura horizontal em formato de ”L” de 300 x 300 mm a cada fiada de blocos (Figura 4 e
Figura 5);
Figura 4 – Ligação entre paredes a 90 graus Figura 5 – Ligação entre paredes a 90 graus
k) Ligação entre parede externa e laje: as vigotas das lajes treliçadas são apoiadas diretamente
nas paredes, como indicado esquematicamente na Figura 6, e posteriormente, concretadas;
Ensaio Média
d) Prossegue-se ao assentamento dos blocos com juntas em amarração até a terceira fiada,
repetindo-se os procedimentos de colocação dos blocos e das barras de armadura horizontal,
conforme a especificação do projeto. Os vãos de porta e janelas são delimitados com fôrmas de
madeira, para conter o concreto (Figura 14);
e) Uma vez finalizado o assentamento das três primeiras fiadas de blocos, com as respectivas
armaduras posicionadas, procede-se à concretagem inicial das paredes até a terceira fiada,
seguida da montagem das demais fiadas e a concretagem complementar (Figura 15). O
lançamento do concreto pode ser tanto manual quanto por bomba, ambos considerando no
mínimo concreto de classe de consistência S160;
f) Terminada a execução das paredes (Figura 16) procede-se à execução da laje, normalmente
constituída de laje mista com vigotas treliçadas apoiadas diretamente nas paredes e enchimento
de blocos de EPS (Figura 17) e a posterior concretagem (Figura 18);
8/20
g) Após a concretagem das paredes e execução das lajes é feito o embutimento dos eletrodutos e
dos sub-ramais da instalação de água (diâmetro máximo de 20 mm) na camada de EPS do
bloco (Figura 19). Para isso utiliza-se um cortador a fio quente para criar um rebaixo no EPS
(Figura 20);
4. AVALIAÇÃO TÉCNICA
A avaliação técnica de desempenho foi conduzida considerando análise de projetos, ensaios
laboratoriais, visitas técnicas em obra e demais avaliações que constam dos Relatórios Técnicos e
de ensaios citados no item 6.2, à luz da Diretriz SiNAT nº 011 e da ABNT NBR 15.575 (partes 1, 2
e 4).
Os resultados, conforme Relatório de Ensaio IPT nº 1 122 647-203, indicam que não houve
rompimentos, fissuras ou destacamentos e os valores de deslocamento instantâneo e residual
atendem aos critérios quanto à resistência a impactos de corpo mole especificados na NBR 15.575-
4 e na Diretriz SiNAT nº 011, para casas térreas e sobrados.
Também foram feitos ensaios de impacto de corpo duro com energias de 2,5 J e 10 J na face interna
e de 3,75 J e 20 J na face externa. Em ambos os casos, conforme Relatório de Ensaio
IPT nº 1 122 647-203, atendeu-se aos critérios da NBR 15575 e Diretriz SiNAT nº 011.
CP 1 – 1.004,7
Para cada empreendimento, deve ser desenvolvido um projeto estrutural específico, demonstrando-
se na respectiva memória de cálculo que as solicitações devidamente majoradas sejam inferiores à
resistência última de projeto (Rud) e à resistência de serviço (Rsd).
Foi realizado ensaio no protótipo construído no campus do IPT para a verificação da permeabilidade
à água da parede de fachada. De acordo com o Relatório de Ensaio IPT nº1 123 928-205, a
quantidade de água que penetrou pela superfície da parede foi em torno de 28 cm3, por um período
de 24 horas, numa área exposta com dimensões de 34 cm x 16 cm, o que atende ao critério de
permeabilidade à água para revestimentos explicitado na Diretriz SiNAT nº 009. Entretanto, para as
superfícies das paredes de áreas molhadas é preciso prever revestimentos, como pintura ou
cerâmica, que reduza essa permeabilidade à água.
Tabela 7 – Critérios de avaliação, obtidos a partir dos resultados das simulações da habitação de
referência (PHFTUH,ref; Tomáxapp; Tomínapp)
Critério Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8
NOTAS:
• PHFTUH,ref é a porcentagem média de horas dentro das faixas de temperatura de conforto obtida pela habitação com sistema
construtivo de referência já multiplicada por 0,9.
• Tomáxapp,ref é a temperatura operativa máxima anual obtida em ambientes da habitação com o sistema construtivo de
referência, já somando-se 2 oC.
• Tomínapp,ref é a temperatura operativa mínima anual obtida em ambientes da habitação com o sistema construtivo de referência,
já subtraindo-se 1 oC.
Critério Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8
I ≥ 20 ≥ 25
II ≥ 25 ≥ 30 33 (-2;-3)
III ≥ 30 ≥ 35
Figura 27. Entretanto, foram observados pontos de sujidade, em razão do escorrimento de água da
laje, notadamente nas paredes lateral direita e posterior.
5. CONTROLE DA QUALIDADE
Foram feitas auditorias técnicas na fábrica de blocos de EPS e em obra executada com as paredes
de ICF para verificar o controle da qualidade do processo de produção, conforme a Diretriz SiNAT
nº 011. Nas auditorias foram verificados os aspectos de controle descritos a seguir, que devem ser
continuamente controlados pelo proponente da tecnologia e/ou pelas empresas licenciadas para
sua utilização:
• Controle da densidade do EPS na fabricação do bloco;
• Controle do concreto: são feitos ensaios para verificação da consistência no estado fresco
e da resistência à compressão a 7 e aos 28 dias;
18/20
• Controle da qualidade das etapas de execução (ligação das paredes com a fundação,
assentamento da primeira fiada de blocos; posicionamento das armaduras; controle do
prumo e alinhamento horizontal das fiadas, lançamento do concreto; execução do
revestimento e respectivo controle de alinhamento da parede acabada acabamentos e
interfaces com esquadrias e demais componentes).
Os controles são baseados em documentos técnicos que preveem controle da qualidade dos
projetos, do recebimento de materiais, da execução e recebimento das paredes. A proponente da
tecnologia é responsável pelo desenvolvimento desses documentos técnicos de controle e pela sua
aplicação durante a execução das obras, o que foi constatado na obra auditada.
Foram analisados também os documentos que comprovam o controle tecnológico do concreto e a
rastreabilidade do material aplicado na obra auditada. Cem por cento dos lotes de concreto
entregues na obra são verificados quanto à consistência e resistência à compressão aos 28 dias.
Esse controle é feito por laboratório terceirizado.
Durante o período de validade deste DATec serão realizadas auditorias técnicas a cada 6 (seis)
meses para verificação dos controles realizados pela IFORMS no processo de produção e no
produto final, incluindo a análise dos resultados históricos do controle tecnológico do concreto.
6. FONTES DE INFORMAÇÃO
As principais fontes de informação são os documentos técnicos da empresa e os Relatórios
Técnicos emitidos pelo IPT.
• Relatório Técnico IPT nº 168 154-205 – Avaliação do desempenho térmico de sobrado com
paredes de EPS e concreto nas oito zonas climáticas brasileiras (Novembro, 2022);
• Relatório Técnico IPT nº 167 946-205 – Auditoria técnica inicial na produção do sistema
construtivo ICF – Insulated Concrete Forms da IFORMS, de paredes de blocos de EPS
preenchidos com concreto para emprego em casas térreas e sobrados isolados e geminados
(Novembro, 2022);
• Relatório Técnico IPT nº 162 404-205 – Avaliação técnica de sistema de paredes de blocos
de EPS preenchidos com concreto para casas térreas e sobrados isolados e geminados,
conforme DIRETRIZ SINAT nº 011 (Abril, 2021);
19/20
• Relatório de Ensaio IPT nº1 123 928-205, Verificação de sistema de vedação vertical
externa quanto a permeabilidade à água, (Abril, 2021);
• Relatório de Ensaio IPT nº1 123 617-205, Determinação da resistência ao fogo em parede
com função estrutural, (Abril, 2021);
• Relatório de Ensaio IPT nº1 123 617-205, Determinação da resistência ao fogo em parede
com função estrutural, (Abril de 2021);
• ABNT NBR 16055 – Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações
– Requisitos e procedimentos;
__________________________________________________________
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat – PBQP-H
Sistema Nacional de Avaliações Técnicas – SINAT
Brasília, DF, 04 de abril de 2023