Cultura: Tradição Gaúcha
Cultura: Tradição Gaúcha
Cultura: Tradição Gaúcha
TRADIÇÃO GAÚCHA
A cultura gaúcha do Rio Grande do Sul foi fortemente influenciada pelos imigrantes europeus
como os espanhóis, portugueses, italianos e alemães na segunda metade do século XIX. Com
isso, a região é rica em tradições e elementos únicos na culinária e música, não é à toa que os
gaúchos são tão orgulhosos da sua cultura.
GÍRIAS
Origem da palavra tchê: o termo “tchê” muito utilizado na região do Pampa não é
exclusividade dos gaúchos: é usado com certa freqüência em países latino-americanos. A
expressão TCHÊ (Brasil) e ou CHE (Uruguay, Argentina, Bolívia e Chile), segundo historiadores
provem das línguas e ou dialetos indígenas de tribos que habitavam esta região
*bah – expressão que expressa um sentimento (alegria, espanto, medo), *tchê – expressão
utilizada para chamar a atenção de alguém,
*te larguei para as cobras – desistir de alguém, chamar na chincha – chamar a atenção
HÁBITOS
- CHIMARRÃO
A sua forma mais simples de fazer o chimarrão: coloque a aquecer a água, até ouvir o primeiro
chiado da chaleira, não deixe ferver, depois pegue a cuia, coloque a erva-mate, mais ou menos
3⁄4 da cuia, leve a erva toda para um lado da cuia, inclinando-a para um lado, usando a mão
ou um utensílio plano, para formar o barranco, que deve ficar sempre no lado esquerdo da
cuia, serve para ir renovando o chimarrão,sempre derrubando um pouquinho para dentro da
cuia, coloque a água quente e deixe parada por mais ou menos um minuto, para inchar a erva,
coloque a bomba ou antes de colocar a água, tome o primeiro chimarrão e faça os acertos
necessário no barranco. Não se deve ficar mexendo na bomba e a cuia deve roncar para dar
por terminado o chimarrão, que deve ser servido sempre numa roda, da direita para a
esquerda, ou seja, no sentido anti-horário. Quem está servindo o chimarrão, deverá levá-lo até
quem for a vez de tomar e este, após tomar, deverá levar a cuia até quem serviu.
- ARROZ DE CARRETEIRO
- CHURRASCO
O churrasco e o arroz carreteiro são os dois pratos mais característicos da culinária gaúcha.
Toda carne assada, chamamos de churrasco.
São muitas as formas de assar churrasco, sobre as brasas, labaredas ou sob o calor do fogo,
com ou sem espetos. A forma mais rudimentar de assar churrasco, vem dos índios guaranis.
- SOL E BERGAMOTA
Nos dias de inverno, nada melhor do que ir “lagartear” em um local aberto onde o sol possa
esquentar a temperatura do corpo.
Esta guerra, durou de 1835 à 1845 ensanguentou o Rio Grande do Sul por dez anos. Uma luta
de irmãos contra irmãos pois ela iniciou como uma revolução, luta dentro do mesmo estado,
só virando guerra quando pela programação da república de Piratini, a partir daí sim era uma
nação contra outra.
O chefe do movimento foi o Gen Bento Gonçalves da Silva, oficial líder no RS, mais Gomes
Jardim, Onofre Pires, José Garibaldi e Anita Garibaldi, Bento Manoel Ribeiro, Davi Canabarro,
Joaquim Teixeira Nunes, Domingos José de Almeida, Antonio de Souza Neto, João Manoel de
Lima e Silva, todos generais republicanos. Bento Manoel Ribeiro depois passou para os
imperiais.
As causas foram várias, desta guerra. Foram políticas, econômicas, sociais, militares e
maçônicas.
O Rio Grande do Sul era tido como: “estalagem do império”, onde ninguém pagava nada e
tudo levavam, desde o charque, soldados a força, cavalos e gados. Os impostos eram altos e
nada faziam no RS. Não tinha nenhuma escola pública, nem estradas nem pontes. Tudo era
taxado com impostos altíssimos, como o charque, couro,gado em pé, légua de campo, erva
mate. O charque, principal produto, como era taxado com imposto alto, ficava mais caro que o
do Uruguai e Argentina e o Rio Grande não conseguia vender.
O aboleteamento e aquisições das forças imperiais, que acampavam nas estâncias, sem nada
pagar ou licença para isso, do dono. Ficavam a carnear o gado para churrascos, cavalos e gado
levavam, estando em guerra ou paz, era tudo igual, nada pagavam. Viviam de festas,
acampados nas estâncias e os donos nada podiam cobrar.
Precisavam de um soldado, simplesmente levavam a força, se morresse, deu azar e por isso
ficava. As viúvas ficavam sem nada para sobreviverem. Os soldos dos militares de 2a classe,
como chamavam os nativos do RS, chagava a atrasar até dez anos.
Bento Gonçalves, era maçônico e devido a isso, a maçonaria agiu sempre nos bastidores, nas
causas secretas, sem a divisão dos poderes monárquicos, que existe hoje, sempre forte, com o
nome de grande lojas. Com a revolução francesa, os maçônicos adaptaram a ordem para os
princípios republicanos, na divisão dos três poderes, o Executivo, Legislativo e Judiciário.
Muitos liberais eram maçônicos e isso foi decisivo para durante o decênio da guerra e também
para a paz de Ponche Verde.
Duque de Caxias, Luiz Alves de Lima e Silva, o pacificador, foi quem deu fim a guerra, fazendo
valer o seu conhecimento militar, pondo fim a uma guerra de farrapos, porque nem, mais
roupas tinham, por isso esse nome. A paz foi assinada por D. Pedro II, tendo anistiado todos os
combatentes que depusessem as armas, assinada também pelo republicano David Canabarro.
Bento Gonçalves havia se afastado das negociações, se manifesta por uma carta, que diz: “A
paz é indispensável fazer-se, o país altamente reclama, pois infelizmente vítima de nossos
desacertos, nada tem a lucrar com os azares da guerra, sendo tudo para mim misterioso,
lembro que é uma das primeiras condições, o pleno esquecimento de todos os atos que
individual ou coletivo, tenham praticado os republicanos, durante a luta”, carta essa datada de
22 de fevereiro de 1845.
- PILCHA
Os trajes típicos são muito comuns na cultura gaúcha. O Pilcha é o traje oficial de homens e
mulheres, desde 1989 é usado em ocasiões especiais e são separados em três tipos:
– pilcha para atividades artísticas e sociais;
– pilcha campeira;
- CHAMA CRIOULA
O Fogo Simbólico simboliza a Pátria Brasileira, semana ligada ao 7 de setembro. É o culto cívico
da Semana da Pátria.
O fogo é o símbolo da fertilidade, do calor e da claridade, fogo é luz. O fogo é a cepa criadora
da chama. A Chama é o ardor, a paixão.
Assim como o Fogo Simbólico aquece o sentimento pátrio, a Chama Crioula encarna a
magnitude de nossa Tradição Gaúcha.
Em setembro de 1947, visando simbolizar a ronda ao cultivo das mais caras tradições,
folclorista PAIXÃO CORTES, liderando um grupo de estudantes do Grêmio Estudantil Júlio de
Castilhos de Porto Alegre, tomando uma centelha do Fogo Simbólico da Pátria, instituiu as
comemorações farroupilhas e a chama crioula,na primeira semana farroupilha de 1947, se
transformou num símbolo do gaúcho. A Chama Crioula é a alma gaúcha. Os Farroupilhas, que
ao longo de 10 anos, escreveram com letras de sangue, a história sul-rio-grandense, são a
célula mater de um predestinado ideal de liberdade, igualdade e humanidade, hoje arraigada
ao palanque de honra, rebrota a luz da dignidade, tão buscada pelos farrapos, para não deixar
macular o brio de um povo.
A ronda da Chama Crioula é a expressão do orgulho e do ideal dos gaúchos. Ela está no espírito
de fraternidade, que busca a aproximação dos povos, na convivência social.
LITERATURA GAUCHA
-Por onde passam, as obras dos escritores gaúchos carregam a linguagem característica deste
povo e relatam seu modo de viver. A vida no campo e as tradições gaúchas são temas muito
valorizados na literatura do Rio Grande do Sul.
-Modernismo x Regionalismo
JOGOS GAÚCHOS
-Os jogos mais conhecidos são tava, tetarfe e truco. A tava e tetarfe são muito populares na
fronteira e são jogados em uma cancha de terra. O tetarfe mistura argolas, tava, tejo (moedas)
e ferradura.
As peças são arremessadas a uma certa distância em uma adaga ou barras de metal. Já o truco
é uma dos mais conhecidos jogos de carta da cultura gaúcha.
ARTESANATO GAÚCHO
-O artesanato gaúcho é um dos estilos artesanais mais antigos e ricos do sul do Brasil. Tem a
sua origem no século XIX, período em que as características culturais da região foram
fortemente influenciadas pelos costumes e tradições da cultura europeia. Desde então, sofreu
várias alterações e evoluções, permitindo-lhe manter-se vivo e em constante
desenvolvimento, o que o torna único no seu estilo.
FOLCLORE
Certo dia, o homem solicitou ao menino que ficasse responsável por cuidar dos cavalos. Mas,
quando retornou, um dos cavalos havia fugido e, por isso, resolveu castigar o menino.
Machucado por muitas chibatadas, o Negrinho foi deixado à própria sorte próximo a um
formigueiro, certo de que a morte estava próxima. Porém, no dia seguinte, o menino foi visto
pelo próprio fazendeiro, sem ferimentos e montado no cavalo perdido. Ao seu lado, estava a
Virgem Maria.
Essa lenda foi muito contada na região Sul do país pelos brasileiros que defendiam o fim da
escravidão.
FESTIVIDADES
Na cultura do Rio Grande do Sul é possível perceber uma grande influência europeia em todas
as formas de manifestações culturais. Isso se deve ao histórico da ocupação imigrantes nessa
região do país.
-FESTA DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES: É uma tradição trazida pelos portugueses.
Trata-se de uma procissão na qual a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é levada para
o Santuário. A devoção por Nossa Senhora dos Navegantes surgiu muito antes da construção
da própria capela, para os pescadores a Nossa Senhora dos Navegantes era como um alento
em meio as intempéries do mar. A construção da primeira capela teve início em março de
1897 e a data de sua inauguração é de 2 de fevereiro de 1898.
VALORES
Entre as muitas figuras regionais que habitam o imaginário brasileiro, poucas são tão icônicas
quanto a do gaúcho. a imagem mítica do homem de pilcha, laço e espora, pronto a desbravar o
pampa e a proteger fronteiras, tornou-se tão representativa que chegou a ganhar versão em
bronze, no fim da década de 1950, na célebre estátua do laçador.
Passados quase 60 anos, o retrato imortalizado em metal ainda traduz a devoção da maioria
da população às tradições, mas já não consegue mais resumir a diversidade cultural do rio
grande do sul do século 21.
Por que a identidade regional tem tanto peso no Rio Grande do Sul? Nem sempre foi assim.
Nos anos 1940, quando nomes como Paixão Côrtes e Barbosa Lessa lançaram as bases do
movimento tradicionalista, o Estado começava a assumir um perfil urbano, e Porto Alegre
sonhava em ganhar ares de metrópole em vez de reverenciar hábitos rurais. – Naquele
período, a população da Capital cresceu 45% em 10 anos, queria ir ao cinema, tomar Coca-
Cola, ser uma cidade grande. Não queria lembrar o gaúcho – afirma o professor de
Antropologia da UFRGS Ruben Oliven.
O antigo habitante do Pampa, citado por viajantes europeus algumas vezes até como pilhador
ou contrabandista, passou a ter sua reputação reconstruída a ponto de virar herói e servir de
modelo a toda Terra. A Guerra dos Farrapos (1835-1845), interpretada pelos regionalistas
como uma epopeia vitoriosa, é a narrativa fundamental desse ícone.