Desigrejados Sim, Desviados Não!: Autor: Hermes C. Fernandes Kéryx Estudos Bíblicos e Teológicos
Desigrejados Sim, Desviados Não!: Autor: Hermes C. Fernandes Kéryx Estudos Bíblicos e Teológicos
Desigrejados Sim, Desviados Não!: Autor: Hermes C. Fernandes Kéryx Estudos Bíblicos e Teológicos
Ser “desigrejado” não é o mesmo que ser “desviado”. O desviado seria aquele que não apenas deixou a
igreja, mas afastou-se do próprio Cristo, voltando às práticas pecaminosas que antes dominavam sua
vida.
Já o desigrejado não pretende afastar-se de Cristo, nem de Seus ensinamentos, mas tão somente da
máquina eclesiástica.
Solidarizo-me com os milhões de desigrejados espalhados em nosso País, ainda que eu mesmo não me
considere propriamente um.
Embora seja bispo de uma igreja sediada no Brasil, tenho experimentado um pouco da sensação de ser
desigrejado durante meu exílio aqui nos Estados Unidos. Não deixei de pregar para nossa igreja, ainda
que via Skype com frequência semanal. Até a Ceia tenho celebrado com minha família, com
transmissão ao vivo para o Brasil. Nosso povo lá, e nós aqui, todos ao redor da Mesa do Senhor.
Embora unidos no espírito, temos estado separados fisicamente por mais de um ano. Temos saudade
do calor humano, do cheiro de gente, das atividades da igreja, etc.
Creio que esta sensação de exílio tem sido sentida por muitos desigrejados. No meu caso, devido à
distância geográfica. Mas para muitos, deve-se a outros fatores, tais como, discordância doutrinária,
não conformismo com a maneira em que a igreja tem sido conduzida, etc.
Os sites apologéticos têm servido de púlpito para muitos desses cristãos autênticos, que decidiram não
se dobrar ao espírito de Mamom. Eles se alimentam do que neles têm sido postados diariamente.
Infelizmente, não dá para dizer o mesmo da maioria dos programas evangélicos veiculados nos canais
de TV ou em emissoras de rádio, onde a marca registrada é o proselitismo descarado.
Fenômeno semelhante ocorreu durante os dias da igreja primitiva. Houve um êxodo de cristãos que
abandonaram o templo em Jerusalém e as sinagogas espalhadas pelo império, para servir a Deus em
suas próprias casas. Santuários cristãos só surgiriam séculos depois com a paganização do
cristianismo.
Os desigrejados não estão abandonando a Igreja, como geralmente se alega, e sim as estruturas
denominacionais que se arrogam o direito de se intitular “igreja”. A Igreja de Cristo não é e nunca foi
presbiteriana, batista, metodista, pentecostal, episcopal ou coisa parecida. Tais termos designam
estruturas eclesiásticas. Isso inclui a denominação que presido. Muitíssimas vezes tenho declarado em
nossos cultos: O Reino é muito maior que a REINA (nome de nossa denominação). O problema é que
estamos mais preocupados em preservar os odres do que o vinho.
As estruturas denominacionais servem como andaimes usados na construção da genuína Igreja. Depois
que esta estiver pronta, de nada servirão aquelas. Foram feitas pra acabar.
Meu conselho aos desigrejados é que busquem unir-se para cultuar a Deus e dar testemunho do Seu
amor. Seu desânimo para com as instituições é justo. Mas não permitam que isso lhes afaste da prática
do primeiro amor.