1-Introdução:: Early Nineteenth Centuries, de Robin Stowell (P. 13 Fig.1) e o Arco Moderno (Tourte)
1-Introdução:: Early Nineteenth Centuries, de Robin Stowell (P. 13 Fig.1) e o Arco Moderno (Tourte)
1-Introdução:: Early Nineteenth Centuries, de Robin Stowell (P. 13 Fig.1) e o Arco Moderno (Tourte)
Pensando nestas questões, e por acreditar que elas sejam importantes para o
devido crescimento do violinista, seu comprometimento com o repertório, compositor e
com o público, despertou-me o interesse em estudar os efeitos do uso de dois tipos de
arco sobre a articulação e o fraseado. Para isso, a peça escolhida para estudo foi a sonata
Opus 5 Nº 6 de Jean-Marie Leclair. Da grande variedade de modelos de arco de violino
existentes, pretendo escolher dois tipos contrastantes: o arco barroco modelo de 1740
descrito em Violin Technique and Perfermance Pratice in the Late Eighteenth and
Early Nineteenth Centuries, de Robin Stowell (p. 13 fig.1) e o arco moderno (Tourte).
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Tradução livre do autor: […] In western music, just as tempo and expression marks entered scores at a
relatively late stage in the history of notation, so also articulation marks are scarcely to be found before
the 17th Century […] articulation have always been an integral part of any sensitive musical
performance. SADIE, Stanley. The New Grove Dictionary of Music and Musicians. London:
Macmillan, 1980. v1 p. 644
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A partir da execução desta composição com estes dois arcos, serão analisadas as
diferenças, semelhanças e as implicações técnicas e interpretativas que estes dois arcos
exercem sobre a articulação.
2- QUESTÃO DA PESQUISA:
3- OBJETIVOS:
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4- Justificativa:
Nikolaus Harnoncourt (1980: Pag. 60) em seu O Discurso dos Sons pondera:
“Quero deixar bem claro que a articulação é o meio de expressão mais importante que
possuímos na música barroca”2. Harnoncourt também argumenta sobre a “igualdade”
sonora em todos os níveis que apenas o arco de Tourte pode proporcionar, entretanto ao
tocar uma obra barroca, levando em conta a busca por uma interpretação mais autêntica
as aparentes desvantagens do arco barroco tornam-se vantagens, uma vez que a boa
execução é aquela que nos restitui a música adequadamente.
Levando em conta esta convivência simultânea de obras e arcos de períodos
diferentes, surge a necessidade de comparar tecnicamente as articulações geradas por
estes dois tipos de arcos, suas semelhanças, diferenças, implicações e possibilidades
técnico-interpretativas.
Os conhecimentos musicológicos não devem constituir-se um fim em si
mesmos, mas apenas proporcionar-nos os meios de chegarmos a uma melhor
execução que, em última instância, será autêntica se a obra for expressa de
forma bela e clara.3
Devido à gama de recursos presentes em ambos os arcos e à variedade de
repertório onde estes recursos podem ou não ser aplicados, o contato direto com as
técnicas de arco aplicadas à articulação na música barroca são de suma importância para
o enriquecimento da performance do violinista contemporâneo.
5- REVISÃO DA LITERATURA
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barroco para a música barroca. Contudo a vida do músico nem sempre permite tal
escolha, visto que em um dia se toca Mahler, e no dia seguinte Bach. A construção do
arco barroco e suas desvantagens perante o arco moderno acabam por ser fortuitas na
execução de uma obra barroca, visto que esta era a ferramenta para a qual a obra
musical havia sido composta. Identificar as diferenças naturais entre estes dois tipos de
arco torna-se uma possibilidade de melhorar a execução não só de períodos
contrastantes mas também de períodos intermediários.
Algumas diferenças físicas do arco barroco para o arco moderno são citadas em
The Interpretation of Early Music de Robert Donington, tais como tamanho, peso,
curvatura, tensão da crina, entre outras. No Subtítulo “The Baroque Violin Bow”,
Donington comenta que o arco barroco que curvatura convexa não é absolutamente
necessária para a execução da música barroca, uma vez que se pode reproduzir a
sonoridade e a articulação com o arco modelo Tourte, desde que o violinista tenho
claros os conceitos barrocos de articulação. Donington ainda explica que essa
articulação pode ser mais bem executada com o arco barroco e esta diferença é
apreciável.
O tratado sobre a técnica do violino de 1756 de Leopold Mozart (Versuch einer
grundlichen Violinschule (Augspurg 1756; trans. by Editha Knocker: A Treatise on the
Fundamental Principles of Violin Playing [London: Oxford University Press, 1937,
1948, etc.]) é um registro preciso da técnica violinística de sua época e aborda questões
tanto técnicas e interpretativas, assim como os tratados importantes do século XX, de
Carl Flesch (The Art of Violin Playing) e Ivan Galamian (Principles of Violin playing &
teaching), que servem como guias educacionais metodológicos da técnica do século
XX.Os tratados de Leopold Mozart e Geminiani são retratos vivos da “antiga” técnica e
suas peculiaridades. Baillot em seu The art of the violin, (1834) cita: “A articulação
musical, por influência da retórica, é comparada à articulação da língua falada”. Os
tratados, tanto os antigos como os modernos, são essênciais, pois abordam questões
pontuais sobre técnica do violino e arco.
O dicionário Grove de música (Sadie, Stanley. The New Grove Dictionary of
Music and Musicians) considerado como um marco referencial básico, define e
conceitua os termos utilizados, tais como Articulation, (articulação), Bowing (Arcadas
ou golpes de arco). O Dicionário também apresenta a história do arco e do violino bem
como do compositor, além de abordar pontualmente o período barroco sua estética e
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seus conceitos. Na mesma linha o Harvard Diciotnary of Music fornece dados técnicos
e históricos a respeito dessa temática.
O livro Violin Technique and Performance Pratice in the Late Eighteenth and
Early Nineteenth Centuries de Robin. Stowell traça uma linha histórica sobre a
execução violinística, passando pelo desenvolvimento do arco (The Development of the
bow) mostrando diferenças físicas de vários modelos de arco detalhadamente, incluindo
os arcos em questão. Além das questões estruturais do arco Stowell discorre sobre
golpes de arco, articulação, descrevendo o “comportamento” do arco em diferentes
golpes. Também traz questões sobre timbre, produção de som, pressão do arco e um
capítulo dedicado ao ponto de contato. Em outra produção (The Cambridge Companion
to the Violin) Stowell aborda novamente a transformação do arco e sua importância na
execução da música barroca
David Boyden no seu The Violin Bow in the 18th, lista os diversos tipos de arcos
comparando-os no que diz respeito a construção e época, associando-os a períodos
específicos e a compositores.
Com um panorama histórico indispensável, História da Musica Ocidental de
Jean e Brigitte Massin, História da Música Ocidental (GROUT, D. J & PALISCA, C.
V.), História Universal da Música de Roland de Candé, traçam as transformações da
música, suas influências, além de situar as questões técnicas dentro dos seus contextos
históricos. A abordagem sobre o compositor é essencial para contextualização de sua
obra. Vale citar também o Atlas de Música (Ulrich Michels) o qual mostra de maneira
concisa a produção musical e suas modificações, dando assim uma visão ampla da
produção musical através da história.
No texto Violin Bow Construction and its Influence on Bowning Techinque in
the Eighteenth and Nineteenth Centuries, Pepina Dell’Olio traça uma comparação entre
vários modelos de arco no que concerne à sua construção e à influência na técnica do
violino, servindo como um guia teórico interessante no que tange à estrutura física do
arco.
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6-METODOLOGIA
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7- BIBLIOGRAFIA
BAILLOT, Pierre Marie François de Sales. The Art of the Violin. translated by Louise
Goldberg. Evanston: Northwestern University, 1991.
BOYDEN, David D.The history of violin playing, from its origins to 1761 and its
relationship to the violin and violin music. New York: Oxford University Press, 1990.
BOYDEN, David D.The Violin Bow in the 18th Century. Oxford: Oxford University
Press, 1980.
CANDÉ, Roland de. Historia Universal da Música tradução Eduardo Brandão; revisão
da tradução Marina Appenzeller. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
DONINGTON, Robert. The Interpretation of Early Music. 1. ed. New York: Norton
& Company Inc, 1992.
FLESCH, Carl. Art of violin playing: Book one. 1. ed. New York: Carl Fischer, 2000.
FLESCH, Carl. Art of violin playing: Book Two. 1. ed. New York: Carl Fischer, 2000.
GEMINIANI, Francesco. The Art of Playing the Violin. London: Travis & Emery
Bookshop, 2009.
GROUT, Donald Jay; PALISCA, Claude V. A History of Western Music. 6th. ed.
New York: W. W. Norton, 2001.
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MICHELS, Ulrich. Atlas de Música. Ilustraciones de Gunther Vogel; versión española
de Rafael Banús; revisión técnica de Luis Carlos Gago. Madrid: Alianza, 1992
SADIE, Stanley. The New Grove Dictionary of Music and Musicians. London:
Macmillan, 1980.