8 Embriologia
8 Embriologia
8 Embriologia
Neste módulo vamos entender como ocorre o desenvolvimento do embrião animal. É importante você
entender os conceitos (muitas vezes chatos) dessa aula, pois serão fundamentais para a zoologia (estudo
dos animais). Faz teu chimarrão amargo ou teu café bizurado e vamos juntos, eu estou com vocês!
Já estudamos como ocorre a fecundação: o espermatozóide e o óvulo tiveram seus núcleos (n) fundidos e
agora são uma célula 2n, chamada de zigoto. O zigoto passará por uma série de divisões celulares
(mitoses) e transformações, no que chamamos de desenvolvimento embrionário.
Curiosidade: para ter uma idéia da rapidez dessas divisões, basta dizer que uma mosca drosófila possui 50
mil células em menos de 12 horas!
HETEROLÉCITO
Característica: quantidade intermediária de vitelo distribuída
irregularmente entre o pólo animal (região onde está o núcleo) e o
pólo vegetativo (onde está a maior concentração de vitelo).
Representantes animais: Anfíbios e peixes.
TELOLÉCITO
Característica: grandes ovos com muito vitelo distribuído no poli
vegetativo
Representantes animais: Répteis e aves.
CENTROLÉCITO
Característica: Vitelo localizado no centro do ovo, o citoplasma é
deslocado para a periferia da célula.
Representantes animais: Insetos.
Agora tem outro bizu. Perceba que a distribuição de vitelo, além de estabelecer o tipo de ovo, interfere
diretamente na forma como as clivagens (divisões celulares) irão ocorrer. Isso porque o vitelo fornece os
nutrientes, mas dificulta a divisão citoplasmática. Portanto existem dois tipos básicos de segmentação:
holoblástica e meroblástica.
SEGMENTAÇÃO MEROBLASTICA
- Zigoto se divide parcialmente
- Ocorre nos ovos telolécitos e centrolécitos
Tipos de segmentação meroblástica
- Mórula: é formada após diversas divisões do zigoto, quando as células ficam como se fosse uma
“amora” – um aglomerado maciço de células.
- Blástula: depois de formada a mórula, suas células continuam a se dividir e migran para a periferia
formando a blastoderme, seu interior fica preenchido por um líquido e é chamado de blastocele.
Perceba que nessas fotos (reais) o
zigoto completa sua primeira divisão
em D, formando dois blastômeros. As
divisões continuam até formar um
aglomerado maciço de células
chamado de mórula, em H. Após essa
fase, os blastômeros migram para a
periferia formando a blástula –
células periféricas com uma cavidade
interna cheia de líquido, a blastocele.
2 - GASTRULAÇÃO
Você viu até aqui que o zigoto sofreu diversas clivagens (segmentações ou divisões) e se transformou na
blástula. Agora a blástula vai sofrer uma série de transformações até virar a gástrula, para esse processo,
damos o nome de gastrulação.
A gastrulação inicia com a invaginação dos blastômeros para o interior da blastocele (imagine um dedo
empurrando uma bexiga cheia de ar). Na região onde ocorre a invaginação surge um orifício chamado de
blastóporo, a blastocele desaparece e a cavidade interna agora é chamada de arquêntero (esse será o futuro
tubo digestivo).
Alguns vestibulares hardcore podem te cobrar a classificação quanto ao tipo de movimentos celulares na
gastrulação, que pode ser diferente nos grupos animais, veja a imagem a seguir:
Embolia: dobramento de uma região da blástula para o interior do embrião.
Involução: uma camada de células se expande para o interior do embrião a partir do blastóporo, as células
em expansão ficam aderidas nas células da parede interna do embrião.
Ingressão: células migram da superfície do embrião para a sua porção interna.
Delaminação: formam duas ou mais lâminas celulares a partir de uma camada de células.
Epibolia: expansão de células superficiais sobre outras camadas de células.
Perceba que as células da blástula (blastômeros) são reagrupadas em camadas, que são chamadas de
folhetos embrionários que futuramente darão origem aos tecidos. Existe uma classificação importante
quanto aos folhetos embrionários:
- Diblásticos: animais que possuem dois folhetos embrionários, a ectoderme e a endoderme. Exemplo:
Cnidários (águas-vivas, por exemplo).
- Triblásticos: animais que possuem três folhetos embrionários, a ectoderme, a mesoderme e a
endoderme. Exemplo: todos os outros animais, exceto os poríferas.
Blastóporo
Cada folheto embrionário irá originar diferentes tecidos (e órgãos), veja a tabela:
Outra classificação importante é quanto o que será originado a partir do orifício do embrião chamado de
blastóporo, veja a classificação:
Esta fase tem início após a formação da gástrula, é agora que os folhetos começam a se diferenciar nos
primeiros tecidos e posteriormente nos órgãos. O exemplo mais estudado (e o que mais cai no vestibular)
é o desenvolvimento embrionário do anfioxo, um pequeno cordado marinho. Vamos usar ele como
exemplo. A primeira fase da organogênese é a neurulação.
Neurulação: é a fase em que se formam os primórdios do sistema nervoso, o inicio é marcado pelo
achatamento da gástrula na região dorsal, formando a placa neural ectodérmica. Aqui, as células da
ectoderme começam a se dividir envolvendo a placa neural que em breve vai se fechar formando o tubo
neural, que vai percorrer toda a região dorsal do embrião (te liga, mano veio! É aqui que vai passar o
sistema nervo central).
Perceba que logo quando formou a placa neural, o embrião está na fase de nêurula. A mesoderme sofre
evaginações laterais e forma três regiões (cuidado! São três regiões da mesoderme):
Uma outra porção da mesoderme, localizada sobre o arquêntero formará a notocorda. A endoderme
formará, por fim, o revestimento do tubo digestório.
Durante todo esse processo de organogênese células se diferenciam em folhetos embrionários, como
falamos anteriormente: endoderme, mesoderme e ectoderme. Cada um desses grupos de células irão
formar os diferentes órgãos. A ectoderme, na região mais exterior do embrião, dá origem a epiderme, ao
sistema nervoso e aos epitélios das cavidades bucal, nasal e anal. A mesoderme origina a derme, os
músculos, os ossos, a cartilagem, o sangue, o tecido linfático. A endoderme da origem aos
revestimentos do sistema digestório e órgãos como o fígado e pâncreas, além do sistema respiratório.
Veja outro resumo dos folhetos embrionários, e o que eles formam:
ANEXOS EMBRIONÁRIOS
Os anexos embrionários são estrutura que são originadas a partir dos folhetos embrionários, mas te liga,
eles não fazem parte do embrião. São eles: saco vitelínico, âmnio, cório, alantóide e placenta. São várias
as funções dos anexos embrionários para o desenvolvimento do embrião, vamos falar brevemente de cada
um deles, utilizando como exemplo o modelo mais usado: uma ave.
Saco vitelínico: é uma bolsa que armazena o vitelo, que nutre o embrião. Este é o único anexo
embrionário presente nos peixes, onde é bem desenvolvido. Nos répteis e aves também é bastante
desenvolvido. Nos mamíferos (que não possuem vitelo) o saco vitelínico é reduzido e preenchido por um
líquido, que não participa da nutrição. (lembrem-se, os mamíferos recebem seus nutrientes pelo cordão
umbilical - tem exceções).
Âmnio: é uma membrana que envolve o corpo do embrião em desenvolvimento, que está preenchido pelo
líquido amniótico. A principal função do âmnio e do líquido amniótico é proteger o embrião contra
choques mecânicos e ressecamento. Perceba que isso possibilitou o surgimento de animais vertebrados
com desenvolvimento embrionário fora da água. Presente em grande parte de répteis, aves e mamíferos.
Cório: é uma membrana por fora, que envolve todo o embrião e seus anexos. Participa das trocas gasosas.
Presente em répteis, aves e mamíferos.
Alantoide: é uma bolsa que surge da porção posterior do intestino que possui função de remover as
excretas do embrião e armazenar as que são ricas em compostos nitrogenados, como o ácido úrico nas
aves, répteis e mamíferos. As aves e os répteis armazenam o ácido úrico durante todo seu
desenvolvimento embrionário no alantóide, pois é insolúvel e não contamina o embrião. Nos mamíferos a
alantóide serve para eliminar a uréia, pois essa excreta é solúvel em água e tóxica ao embrião. Em aves e
répteis, a alantóide participa também das trocas gasosas.
Placenta: aí esta! É um anexo embrionário presente apenas em determinados mamíferos, é originada a
partir do contato entre os tecidos maternos e alguns anexos embrionários (em humanos, cório e alantóide),
por meio dela o filho recebe nutrientes, faz a troca gasosa e elimina suas excretas, tudo por difusão.
Vamos falar um pouco sobre o desenvolvimento embrionário humano.
Tudo inicia após a fecundação (você estudou isso no módulo anterior), que ocorre ainda na tuba uterina, o
zigoto passa por sucessivas clivagens na fase de segmentação e aproximadamente entre o terceiro e quarto
dia após a fecundação o embrião estará em fase de mórula, que continua sua transformação e vira blástula
(ou blastocisto),
Nidação
Ao chegar no útero ocorre a implantação do embrião no endométrio, processo conhecido como nidação.
A implantação do embrião se completa durante a segunda semana do desenvolvimento embrionário. Os
tecidos do embrião participam da formação dos anexos. O primeiro anexo a ser formado é o saco
vitelínico, mas como praticamente não existe vitelo nos ovos humanos, o saco vitelínico interage com os
tecidos para formar o cório. Do cório saem projeções denominadas vilosidades coriônicas que se prendem
ao endométrio garantindo a fixação no útero e junto com os tecidos do útero, formam a placenta. Este
anexo é exclusivo dos mamíferos e possui a função citada anteriormente. O âmnio é desenvolvido a partir
de outro grupo de células e o alantóide também é formado, constituindo o cordão umbilical.
O embrião segue seu desenvolvimento entrando na etapa de gástrula, que ocorre na terceira semana do
desenvolvimento e produz o embrião com os três folhetos, ectoderme, mesoderme e endoderme. Na
próxima etapa ocorre a neurulação, iniciando a organogênese, o sistema nervoso começa a se formar. No
final do 2° mês de gestação, o embrião já possui entre 2,5 e 3cm. No terceiro mês, o embrião passa a ser
chamado de feto, pois agora já estão estabelecidos os primórdios das estruturas do corpo. Agora o feto
passa a crescer, desenvolver os órgãos e alongar os membros. Pensem em uma coisa: em apenas 9 meses
crescemos aproximadamente 50cm. Se esse ritmo de crescimento seguisse, aos 7 anos de idade, teríamos
5 metros de altura rsrsrsr.
Gêmeos são irmãos que nascem da mesma gestação, normalmente são dois, mas podem ser três, quatro ou
até mais. Existem três tipos: univitelinos (monozigótico ou idênticos), bívitelinos (dizigóticos ou
fraternos) ou siameses (xifópagos).
Univitelinos – um espermatozóide fecunda um óvulo e forma apenas um zigoto. Esse passa a se dividir
muito rápido e se divide em dois embriões, que embora formem duas pessoas, vão possuir o mesmo
material genético (clones). Cada indivíduo terá seu próprio cordão umbilical.
Bivitelinos – em um determinado mês a mãe libera dois (ou mais) ovócitos II e cada um é fecundado
com um espermatozóide. Portanto serão gêmeos, mas não serão idênticos.
Siameses – alguns casos raros de gêmeos univitelinos não ocorre a separação completa do embrião. Os
bebês nascem ligados por uma parte do corpo. Dependendo do caso é possível corrigir com cirurgia.
Gravidez ectópica: é quando a nidação do embrião ocorre fora do útero, por exemplo na tuba uterina.
Neste caso é chamada gravidez tubária. Esta é uma gravidez de risco.
PARTO
Existem dois tipos: normal e cesariana. No geral a cesariana é recomendada apenas quando existe algum
risco para a mãe ou para o bebê.