Joamir Roberto de Souza: Matemática Discreta
Joamir Roberto de Souza: Matemática Discreta
Joamir Roberto de Souza: Matemática Discreta
MATEMÁTICA DISCRETA:
TÓPICOS PARA O ENSINO MÉDIO
Londrina
2013
JOAMIR ROBERTO DE SOUZA
MATEMÁTICA DISCRETA:
TÓPICOS PARA O ENSINO MÉDIO
Londrina
2013
Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da
Universidade Estadual de Londrina
CDU 51:37.02
JOAMIR ROBERTO DE SOUZA
MATEMÁTICA DISCRETA:
TÓPICOS PARA O ENSINO MÉDIO
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Profa. Dra. Lourdes Maria Werle de Almeida
UEL – Londrina – Pr – Orientadora
____________________________________
Profa. Dra. Eliane Maria de Oliveira Araman
UTFPR – Cornélio Procópio - Pr
____________________________________
Profa. Dra. Neuza Termanon
UEL – Londrina – Pr
apesar de tudo,
acreditam na Educação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha orientadora, que, desde o início, conduziu com maestria todas as
questões que surgiram no desenvolvimento deste trabalho.
À minha amada esposa e filho, que, não somente durante a produção deste
trabalho, mas também por todo o curso, souberam administrar minha ausência em
muitos momentos e motivaram-me à concluí-lo.
Por fim, e principalmente, agradeço à Deus, que esteve presente a cada segundo,
me mostrando os caminhos e ajudando-me a enfrentar os desafios.
Deus criou os números inteiros.
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13
INTRODUÇÃO
indicam que há cerca de 30000 anos, para quantificar uma coleção, o homem fazia
animais para pastar, separava-se, em um monte, uma pedrinha para cada animal.
Ao final do dia, retirava-se uma pedrinha para cada animal recolhido, avaliando-se
dos primeiros conceitos com que a criança tem contato é o das ideias de
dado.
grandes coleções.
valor posicional).
Matemática se deu muito mais com variáveis contínuas. Segundo Jurkiewicz (2004),
modo que grande parte da Matemática fosse sendo tratada na escola em uma
Discreta:
Outros tantos, todavia, ainda têm uma presença muito tímida nos currículos da
por exemplo, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), têm incluído grande
Com relação ao modelo das provas, também a partir de 2009, o Enem passou a ser
quatro provas objetivas, com 45 questões cada, sendo elas: Linguagens, códigos e
básico a ter uma prova exclusiva e, dessa maneira, corresponder a um quarto das
questões objetivas.
Ensino Básico e o Enem? A resposta para essa questão surge quando se analisa
Quadro 1.
Ensino Médio (2012), que colocam como objetivos de ensino neste nível de
escolaridade:
devem estar preparados para um trabalho que dê conta da busca por atingir esses
sua apresentação:
de problemas não usuais cuja resolução por alunos do Ensino Médio viabiliza ou
usadas.
1 MATEMÁTICA DISCRETA
Domingues (1991) exemplifica esse fato questionando o que teria vindo primeiro: o
recente, datando do final do século XIX. Mas, o objetivo deste trabalho não é fazer
números m, n sua soma m n . A multiplicação associa a cada par m, n seu
m 1 s m ;
m s n s m n , ou seja, m n 1 m n 1;
m 1 m ;
m n 1 m n m .
22
i ) P 1 é válida;
Demonstração:
Assim, por i) temos que 1 X e, por ii), que n X n 1 X . Portanto, pelo axioma
23
d, concluímos que X .
Propriedade:
n n 1
A soma dos n primeiros números naturais é dada por .
2
Demonstração:
11 1
i ) Temos que para n 1 a propriedade é válida, uma vez que: 1;
2
n n 1
ii ) Considerando a propriedade válida para n: 1 2 3 ... n , temos:
2
n n 1 n n 1 2 n 1 n 1n 2
1 2 3 ... n n 1 n 1
2 2 2
n n 1
Portanto, 1 2 3 ... n para todo n .
2
i ) P a é válida;
24
de P n 1 .
Definição:
representado por a|b, se existir um número natural c, tal que b a c . Dizemos que
Definição:
Um número natural maior do que 1 e que é divisível somente por 1 e por si próprio é
denominado número primo. Quando um número natural não é primo, então ele é
Corolário:
i 1, ..., n .
Demonstração:
Supondo o resultado válido para todo número natural menor do que n, vamos provar
que também é válido para n. No caso de n ser primo, nada temos de demonstrar.
primos p1, ..., pr e q1, ..., qs tais que n1 p1 pr e n2 q1 qs . Portanto,
n p1 pr q1 qs .
aos pares.
4200 2 2 2 3 5 5 7 23 3 52 7
27
aj
em . Em uma sequência infinita, cada i está associado um , de
sequência: pela fórmula de recorrência; pelo termo geral; e pela propriedade dos
termos.
a ) Fórmula de recorrência
duas regras: uma que define o primeiro termo e outra para se determinar cada
Por exemplo, a sequência 4, 7, 10, 13, 16, ... pode ser definida pela
seguinte maneira:
n 1 a1 4
n 2 a2 a1 3 4 3 7
n 3 a3 a2 3 7 3 10
n 4 a4 a3 3 10 3 13
n 5 a5 a4 3 13 3 16
...
sequência de Fibonacci. Ela recebe esse nome por ter sido elaborada pelo
Leonardo de Pisa. Essa sequência pode ser definida por recorrência da seguinte
partir de um único casal, reproduzem um novo casal todo mês, a partir de seu
Casais de Casais de
Tempo Casais de Total de
coelhos com coelhos
(em coelhos casais de
2 meses ou recém-
meses) com 1 mês coelhos
mais nascidos
1 0 0 1 1
2 0 1 0 1
3 1 0 1 2
4 1 1 1 3
5 2 1 2 5
6 3 2 3 8
7 5 3 5 13
8 8 5 8 21
... ... ... ... ...
b ) Termo geral
função de n.
n 1 a1 3 1 5 2
30
n 2 a2 3 2 5 1
n 3 a3 3 3 5 4
n 4 a4 3 4 5 7
n 5 a1 3 5 5 10
...
ocorre em uma sequência definida por recorrência, pois, para determinar o termo de
posição n, é necessário obter todos os termos anteriores a ele. Nesse caso, faz-se
necessário resolver a recorrência, ou seja, obter uma expressão para o termo geral
desse termo geral por meio da observação não garante sua validade. Uma maneira
Propriedade:
Demonstração:
a1 3 1 1 4
an an1 3
an1 an 3
an1 3n 1 3
an1 3 n 1 1
definida pela recorrência a1 4 e an an1 3 pode ser expressa pelo termo geral
an1 an 3 .
geométrica.
Definição:
Sendo a1, a2, a3, a4, a5, ..., an, ... uma progressão aritmética de
razão r, então:
recorrência:
a2 a1 r
a3 a2 r
a4 a3 r
a5 a4 r
...
an an1 r
Demonstração:
pois:
a1 a1 1 1 r
ser calculada por meio de uma fórmula. A dedução desta fórmula é simples e pode
até ser trabalhada com alunos do Ensino Médio desde o 1 o ano. Observe:
a1 a1
a2 a1 r
a3 a1 2r
34
...
an a1 n 1 r
Como a 1 2 3 ... n 1
n 1 n (demonstrado em 1.2.1),
2
segue que:
a1 a2 a3 ... an n a1
n 1 n r
2
Sn n a1
n 1 n r 2na1 n 1 nr n a1 a1 n 1 r n a1 an
2 2 2 2
Em uma progressão aritmética a1, a2 , a3 , a4 , a5 , ..., an, ... , temos que a soma dos n
n a1 an
primeiros termos é dada por Sn .
2
Demonstração:
1 a1 a1 2a1
S1 a1
2 2
35
n a1 an
Considerando como hipótese de indução que Sn seja a soma dos n
2
n a1 an n a1 n an 2an1
Sn1 Sn an1 an1
2 2
n a1 n a1 n 1 r 2 a1 n r 2 n 1 a1 n n 2 1 r
Sn1
2 2
Sn1
n 1 2a1 n r n 1 a1 an1
2 2
a30 1 30 1 7 1 29 7 204
aritmética:
30 1 204 30 205
S30 3075
2 2
Definição:
Sendo a1, a2, a3, a4, a5, ..., an, ... uma progressão geométrica de
a2 a3 a4 a5 a
razão q, então: ... n ... q
a1 a2 a3 a4 an1
a1 0 e q 1 ou a1 0 e 0 q 1, decrescente quando a1 0 e q 1 ou a1 0 e
a2 a1 q
a3 a2 q
a4 a3 q
a5 a4 q
...
an an1 q
Demonstração:
pois:
a1 a1 q11
an1 an q a1 qn1 q a1 q
n1 1
também pode ter a soma dos n primeiros termos calculada por meio de uma
fórmula.
Sn a1 a2 a3 a4 a5 ... an (I)
38
temos:
q Sn a1 a2 a3 a4 a5 ... an q
q Sn a1 q a2 q a3 q a4 q a5 q ... an q
q Sn a2 a3 a4 a5 ... an an q (II)
Sn a1 a2 a3 a4 a5 ... an
q Sn a2 a3 a4 a5 ... an an q
______________________________
Sn q Sn a1 an q
Sn q Sn a1 an q
Sn 1 q a1 a1 qn1 q a1 a1 qn a1 1 qn
Sn
a1 1 qn
1 q
Em uma progressão geométrica a1, a2 , a3 , a4 , a5 , ..., an, ... , temos que a soma dos n
Demonstração:
S1
a1 1 q1 a
1 q
1
a1 1 qn a1 a1 qn
Sn1 Sn an1 an1 a1 qn
1 q 1 q
a1 a1 q a1 qn a1 qn1 a1 a1 qn1
n
Sn1
1 q 1 q
a1 1 qn1
Sn1
1 q
Assim, pelo Princípio da indução finita, garantimos que a soma dos n primeiros
seja, aquelas dadas por a1, a2 , a3 , a4 , a5 , ..., an, ... em que lim an L para algum L
n
a1
da soma de seus termos por S lim Sn . Contudo, vistos os objetivos que
n 1 q
seguem deste trabalho, optamos por não detalharmos mais este assunto.
40
em análise combinatória.
Teorema:
Demonstração:
contagem.
Sejam r conjuntos:
A a1, a2 , a3 , ..., an1 n A n1
B b , b , b , ..., b n B n
1 2 3 n2 2
C c , c , c , ..., c n C n
1 2 3 n3 3
Z z1, z 2 , z3 , ..., znr n Z nr
Demonstração:
pertencentes a Z.
e um elemento zp Z .
camisa e uma calça é dado pelo produto 7 4 28 . O uso do Quadro 3 pode facilitar
problema.
Camisa
1 2 3 4 5 6 7
1 (1, 1) (1, 2) (1, 3) (1, 4) (1, 5) (1, 6) (1, 7)
Calça
camisas, e cada linha, a uma das quatro distintas calças. Se considerarmos cada
combinações corresponde à quantidade total de pares ordenados, que, por sua vez,
para resolver alguns problemas mais complexos, sua aplicação pode ser
repetição de elementos.
Definição:
n! n n 1 n 2 ... 3 2 1 , se n 2 ; 1! 1; e 0! 1.
44
Definição:
n!
Assim, temos que A n, p .
n p !
Demonstração:
que:
n n 1 n 2 n 3 ... n p 1 n p !
A n, p
n p !
n!
A n, p
n p !
uma senha de cinco algarismos, todos distintos. Cada senha que pode ser formada
elementos (os dez algarismos disponíveis), tomados cinco a cinco (os cinco
10! 10! 10 9 8 7 6 5!
A10, 5 30 240 .
10 5 ! 5! 5!
Definição:
temos que Pn n! .
Demonstração:
n! n! n!
Pn A n, n n!
n n! 0! 1
46
desejam formar uma fila. Cada ordem possível dessa fila é uma permutação de seis
por:
P6 6! 720 .
Definição:
n!
a p. Assim, temos que Cn, p .
p! n p !
47
Demonstração:
n!
A n, p
Cn, p Cn, p
n p ! Cn, p
n!
p! p! p! n p !
indicados: A, B, C, D, E e F, conforme a
C
D
6! 6! 6 5 4! 30
C6, 2 15
2! 6 2 ! 2!4! 2!4! 2
1.5 Grafos
Educação Básica. Contudo, no estudo dos grafos há ideias que podem ser tratadas
Lima (1989), possivelmente seja o primeiro problema prático abordado por meio de
algumas pontes ligando as margens do rio às ilhas e uma ilha à outra. A Figura 2
ilhas, obter um trajeto em que uma pessoa percorra todas as pontes, sem que
representou esse problema por um esquema, que hoje denominamos grafo. Nele,
vértices. Cada ponte ele representou por uma linha, denominada aresta, conforme a
Figura 3.
maneira: obter um percurso que, partindo de um dos vértices, percorra todo o grafo
Definição:
pares ordenados V G , A G .
Teorema:
Dado um grafo simples G, a soma dos graus dos vértices desse grafo é igual ao
Demonstração:
nele incidem. Por outro lado, cada aresta tem dois vértices distintos como
obtenção dos graus dos vértices. Portanto, a soma dos graus dos vértices é o dobro
do número de arestas.
51
AB, AC, AE, AF, BC, BD, BF, CE, CD, DE, DF, EF . Assim, a soma dos graus dos
trilha fechada, que é uma trilha em que um dos vértices da primeira aresta
vez, dizemos que ele é unicursal. Se um grafo G possui um caminho unicursal, ele é
um caminho unicursal.
52
exceção dos vértices de início e de fim, aos demais vértices incidirão uma
forem coincidentes, então todos os vértices terão ordem par. Caso sejam distintos,
Königsberg não possui solução, uma vez que a ordem de cada vértice é ímpar, de
1.6 Probabilidade
resultado da face voltada para cima será cara ou coroa. Casos como esse, em que
equiprovável.
Definição:
nA
n é a probabilidade P A de o evento A ocorrer, ou seja, P A .
n
honesto. Nesse caso, temos que não é possível prever com certeza o resultado
desse lançamento, sendo que a chance de se obter cada face é a mesma, ou seja,
nA 2 1
lançamento do dado é: P A
n 6 3
P A P A 1 P A 1 P A
56
diferem apenas pela numeração. Com essa urna, deseja-se sortear uma dessas
A 1, 3, 5, 7, 9 e B 2, 3, 4 .
B é dada por:
n B 3
P B
n 10
sabe que o número sorteado é ímpar. Portanto, B terá ocorrido apenas no caso de o
número 3 ter sido o sorteado, tendo A como espaço amostral. Calculando essa
probabilidade, tem-se:
n A B 1
nA 5
Definição:
n A B
P B | A
nA
n A B
n P A B
P B | A P B | A
nA PA
n
58
plano, identificar os conceitos matemáticos necessários etc. O desafio não deve ser
àqueles predominantes nos livros didáticos de Matemática, uma vez que buscam
mundialmente. São cada vez mais comuns exemplos de escolas que desenvolvem
calculava (1938), de Julio César de Mello e Souza, mais conhecido pelo heterônimo
consta do anexo A.
único filho em uma batalha. Desde então, o rei sofria de forte tristeza, não zelando
como se deve por seu reino e negócios. Certo dia, um jovem brâmane chamado
60
brancas e a outra metade, pretas. Esse jogo, que posteriormente deu origem ao
ficado tão satisfeito que curou-se da tristeza e voltou a governar com vontade e
disposição. De acordo com essa lenda, dada tamanha satisfação, o rei ofereceu ao
brâmane o que ele desejasse como recompensa. Após resistir, com alguma
insistência do rajá, Sessa então pediu que lhe fossem dados grãos de trigo. A
deveria ser colocado um único grão, na 2 a casa dois grãos, na 3a casa quatro
súditos que lhe fossem imediatamente entregues os grãos de trigo, assim como
havia solicitado.
mostra o Quadro 5.
61
mostra o Quadro 6.
Quadro 6: Progressão geométrica da quantidade de grãos de trigo nas casas do tabuleiro de xadrez.
razão é q 2 , ou seja, a soma dos termos da sequência 1, 2, 22, 23 , 24 , 25, ..., 263 .
Usando a fórmula da soma dos n primeiros termos da progressão
geométrica, temos: Sn
a1 1 qn S
1 1 264 264
1
1 q 1 2
64
62
calculadoras mais usuais, mesmo as científicas. Para calculá-lo, pode-se fazer uso
realizado.
Portanto, a soma corresponde a 18 446 744 073 709 551 615 grãos
de trigo.
séculos de toda a Índia para que a dívida pudesse ser paga ao brâmane. Diante de
tal fato, coube ao rei valorizar a inteligência do brâmane oferecendo a ele o cargo
de vizir mais importante da província. Sessa, após aceitar o convite, deu como
por definição. Algumas questões podem ser levantadas a fim de que os estudantes
percebam como essa sequência cresce rapidamente, por exemplo: quantos grãos
trigo.
computador nas aulas de Matemática. Neste caso, o cálculo pode ser realizado com
Considerando, por exemplo, que cada grão de trigo tenha cerca de 0,045 gramas
(massa obtida a partir de amostragem), ou seja, 4,5 108 toneladas, temos que a
toneladas, pois:
6,6 10
8
toneladas . Portanto, a quantidade de grãos de trigo que Sessa deveria
8,28 1011
1,255 103
6,6 108
65
cartas com tabelas de números naturais. Esse problema pode ser encontrado em
diversos sites da internet, com diferentes variações. Contudo, muito raramente são
Problema:
anos). Diga quais são essas cartas e eu direi a você qual é a sua idade.
66
A B C D E
1 17 2 28 4 20 8 24 16 24
3 19 3 29 5 21 9 25 17 25
5 21 6 2 6 2 10 26 18 26
7 23 7 23 7 23 11 27 19 27
9 25 10 26 12 28 12 28 20 28
11 27 11 27 13 29 13 29 21 29
13 29 14 30 14 30 14 30 22 30
15 31 15 31 15 31 15 31 23 31
número contido em cada uma das cartas indicadas pela pessoa. Nesse caso, por
o número 16.
1 4 16 21
carta A carta C carta E idade da pessoa
A, C e E.
67
A B C D E
1 17 2 28 4 20 8 24 16 24
3 19 3 29 5 21 9 25 17 25
5 21 6 22 6 22 10 26 18 26
7 23 7 23 7 23 11 27 19 27
9 25 10 26 12 28 12 28 20 28
11 27 11 27 13 29 13 29 21 29
13 29 14 30 14 30 14 30 22 30
15 31 15 31 15 31 15 31 23 31
motivo pelo qual soma-se o primeiro número de cada carta indicada, obtendo o
21 1 20 0 21 1 22 0 23 1 24 1 0 4 0 16
em uma generalizada para qualquer base, feita por Domingues (1991, p. 34).
Propriedade:
Seja n um número natural. Então, n pode ser escrito, de maneira única, na forma:
Demonstração:
1 1 20
Para n 2 , vamos, por hipótese, admitir possível a escrita para todo número natural
Assim, temos b a'0 20 a'1 21 a'2 22 a'3 23 ... a'm 2m , com a'i 0,1 .
n 2 b r , com r 0,1 .
n 2 a'0 20 a'1 21 a'2 22 a'3 23 ... a'm 2m r
n a'0 21 a'1 22 a'2 23 a'3 24 ... a'm 2m1 r
número natural n.
ii) Para demonstrar a unicidade, temos que é trivial o caso n 1, uma vez que a
única representação é n 1 1 20 .
69
b, com 1 b n .
n a0 20 a1 21 a2 22 a3 23 ... am 2m
Segue que:
n 2 a1 a2 21 a3 22 ... am 2m1 a0 20
pois a1 a3 0 .
de cartas de que um número consta também é única. Assim, com a informação das
cartas em que certo número está, basta adicionar o menor número de cada carta
para obtê-lo.
a0 20 a1 21 a2 22 a3 23 ... an 2n .
a5 25 1 32 32 .
1 20 1 21 1 22 1 23 1 24 1 25 1 2 4 8 16 32 63
quociente qn 0 .
número 53, uma vez que, na adição da carta F à adivinha, temos de decompor os
números de 32 a 63.
d0 :
53 : 2 2 26 1
q0 r0
d1
26 : 2 2 13 0
q1 r1
d2
13 : 2 2 6 1
q2 r2
d3
6 : 2 2 3 0
q3 r3
d4
3 : 2 2 1 1
q4 r4
d5
1: 2 2 0 1
q5 r5
1 20 0 21 1 22 0 23 1 24 1 25 1 0 4 0 16 32 53
A B C
1 17 35 51 2 28 34 50 4 20 36 52
3 19 37 53 3 29 35 51 5 21 37 53
5 21 39 55 6 2 38 54 6 2 38 54
7 23 41 57 7 23 39 55 7 23 39 55
9 25 43 59 10 26 42 58 12 28 44 60
11 27 45 61 11 27 43 59 13 29 45 61
13 29 47 63 14 30 46 62 14 30 46 62
15 31 49 33 15 31 47 63 15 31 47 63
D E F
8 24 40 56 16 24 48 56 32 40 48 56
9 25 41 57 17 25 49 57 33 41 49 57
10 26 42 58 18 26 50 58 34 42 50 58
11 27 43 59 19 27 51 59 35 43 51 59
12 28 44 60 20 28 52 60 36 44 52 60
13 29 45 61 21 29 53 61 37 45 53 61
14 30 46 62 22 30 54 62 38 46 54 62
15 31 47 63 23 31 55 63 39 47 55 63
É bem provável que, ao inserir mais uma carta com o menor elemento 64
e o maior elemento igual a 127, seja possível propor a adivinha a quase todas as
pessoas do planeta. Ficariam de fora apenas aquelas com 128 anos de idade ou
mais.
74
fim de que eles observem regularidades na distribuição dos números nas cartas. A
observadas pelos alunos, pode-se apresentar o critério que define a distribuição dos
sugestão é propor que eles realizem uma pesquisa sobre numeração binária e
e solicitar que incluam cartas na adivinha inicial. Para isso, eles devem realizar todo
o processo apresentado.
o número x na base decimal para a base binária. A Figura 12, por exemplo,
Figura 12: Conversão do número 53 da base decimal para a base binária utilizando Microsoft Excel.
76
Problema:
A um grupo com 25 pessoas pede-se que digam o dia do ano em que cada uma faz
aniversário. É mais provável que pelo menos duas dessas pessoas façam
aniversário em um mesmo dia do ano ou é mais provável que isso não ocorra?
longo da história.
com exceção daqueles bissextos, tem 365 dias. Para que tenhamos certeza de que
pelo menos dois façam aniversário em um mesmo dia, temos de ter 366 pessoas.
coincidência. Há cerca de 57% de chance de que pelo menos duas pessoas sejam
365
P1
365
364
P2
365
363
P3
365
...
25a pessoa pode fazer aniversário em qualquer um dos 341 dias em que as
341
P25
365
simultâneos, temos:
365!
P AC
365 364 363
365 365 365
...
341 340!
365 365 25
365!
340! 36525
365!
Figura 13: Cálculo de no Microsoft Mathematics.
340! 36525
1 n 366 .
365
P1
365
364
P2
365
79
363
P3
365
...
25a pessoa pode fazer aniversário em qualquer um dos 341 dias em que as
341
P25
365
...
n-ézima pessoa pode fazer aniversário em qualquer um dos 365 n 1 dias
365 n 1
Pn
365
365!
365 n 1 365 n 1 1 !
P AC 365 364 363
365 365 365
...
341
365
...
365
365 n
365!
365 n ! 365n
Dessa maneira, segue que:
365!
P A 1
365 n! 365n
pessoas. Nesse caso, podemos utilizar uma planilha eletrônica, como o Microsoft
120
100
Probabilidade (%)
80
60
40
20
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Número de pessoas
81
para grupos maiores de pessoas. Um cuidado que se deve ter é o de que os alunos
Deduzir uma expressão geral é importante para que eles possam perceber que, à
de coincidência de aniversário seja maior do que 50%, isso não garante que, na
Esse jogo origina-se de uma lenda indiana em que o deus Brahma dispôs
64 discos sobre um dos pinos da Torre de Hanói, os quais deveriam ser transferidos
para outro pino, seguindo as regras já estabelecidas. Para essa tarefa, foram
incumbidos sacerdotes de um templo que deveriam fazer os movimentos dia e noite.
Ao fim dessa tarefa, segundo Brahma, o mundo se acabaria.
1 disco
1 movimento: d1 1
2 discos
1 1 1
3 movimentos: d2 3
3 discos
3 1 3
7 movimentos: d3 7
84
4 discos
7 1 7
15 movimentos: d4 15
5 discos
15 1 15
31 movimentos: d5 31
n 1 d1 1
n 2 d2 2 1 1 2 1
n 3 d3 2 2 1 1 22 2 1
n 4 d4 2 22 2 1 1 23 22 2 1
n 5 d5 2 23 22 2 1 1 24 23 22 2 1
dn Sn
a1 1 qn 11 2 d
n
2n 1
1 q 1 2
n
observações de regularidade, o que não garante sua validade para uma quantidade
(1986).
Propriedade:
No jogo Torre de Hanói, a quantidade mínima de movimentos necessários com n
Demonstração:
86
Nesse caso, a base de indução é direta, pois, para um disco, basta movimentá-lo
em uma única etapa a um dos outros pinos e, calculando pela fórmula com n 1,
temos:
d1 21 1 2 1 1
dn 2n 1 movimentos.
(maior dos n 1 discos) ao pino ainda vazio. Por fim, são necessários mais 2n 1
quantidade de movimentos:
2n
1 1 2n 1 2n 2n 1 2 2n 1 2n1 1 dn1
Logo, podemos garantir, pelo Princípio da indução finita, que a quantidade mínima
dn 2n 1.
30 discos.
ano tem cerca de 31536000 segundos. Esse valor é menor que 2 33554432 , ou
25
seja, 31536000 2 .
25
264
239 . Assim, o mundo deverá acabar 2 anos
39
Temos que
225
temos que 2 1073741824 , isto é, 230 é mais do que 1 bilhão de anos. Temos
30
239
que 30
29 512 .
2
planeta tenha cerca de 4,5 bilhões de anos de idade, ainda nos restam mais de
aos poucos, solicitar que mais discos sejam adicionados. Em geral, a Torre de
Problema:
armário de número 2 até o armário de número n, ou seja, ele fecha um armário, mas
o seguinte não. Depois, um terceiro estudante altera a situação dos armários (abre
se estiver fechado, e fecha se estiver aberto) a cada três armários, a partir daquele
armários a cada quatro armários, começando pelo de número 4. Supondo que esse
iniciais quando por eles passam os estudantes. Nos quadros a seguir, as células em
Armário
Est. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
Armário
Est. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
2 A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A
Armário
Est. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
2 A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A
3 A F F F A A A F F F A A A F F F A A A F F F A A A
91
Armário
Est. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
2 A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A
3 A F F F A A A F F F A A A F F F A A A F F F A A A
4 A F F A A A A A F F A F A F F A A A A A F F A F A
Armário
Est. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
2 A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A
3 A F F F A A A F F F A A A F F F A A A F F F A A A
4 A F F A A A A A F F A F A F F A A A A A F F A F A
5 A F F A F A A A F A A F A F A A A A A F F F A F F
92
Armário
Est. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1 A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
2 A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A F A
3 A F F F A A A F F F A A A F F F A A A F F F A A A
4 A F F A A A A A F F A F A F F A A A A A F F A F A
5 A F F A F A A A F A A F A F A A A A A F F F A F F
6 A F F A F F A A F A A A A F A A A F A F F F A A F
7 A F F A F F F A F A A A A A A A A F A F A F A A F
8 A F F A F F F F F A A A A A A F A F A F A F A F F
9 A F F A F F F F A A A A A A A F A A A F A F A F F
10 A F F A F F F F A F A A A A A F A A A A A F A F F
11 A F F A F F F F A F F A A A A F A A A A A A A F F
12 A F F A F F F F A F F F A A A F A A A A A A A A F
13 A F F A F F F F A F F F F A A F A A A A A A A A F
14 A F F A F F F F A F F F F F A F A A A A A A A A F
15 A F F A F F F F A F F F F F F F A A A A A A A A F
16 A F F A F F F F A F F F F F F A A A A A A A A A F
17 A F F A F F F F A F F F F F F A F A A A A A A A F
18 A F F A F F F F A F F F F F F A F F A A A A A A F
19 A F F A F F F F A F F F F F F A F F F A A A A A F
20 A F F A F F F F A F F F F F F A F F F F A A A A F
21 A F F A F F F F A F F F F F F A F F F F F A A A F
22 A F F A F F F F A F F F F F F A F F F F F F A A F
23 A F F A F F F F A F F F F F F A F F F F F F F A F
24 A F F A F F F F A F F F F F F A F F F F F F F F F
25 A F F A F F F F A F F F F F F A F F F F F F F F A
93
25 não mais será alterada. Dessa forma, sabemos que, até tal armário, ficarão
números quadrados perfeitos, e apenas eles, serão os que ficarão abertos após a
os armários cuja situação (aberto ou fechado) for alterada uma quantidade ímpar de
relação aos estudantes, temos que o 1 o altera a situação dos armários múltiplos de
Portanto, ficarão abertos, ao final, apenas os armários cujo número tenha uma
podemos supor que os números quadrados perfeitos são os únicos que possuem
Propriedade:
Demonstração:
conhecido: todo número natural n pode ser decomposto de maneira única em fatores
primos, ou seja, n p1m1 pm2 2 pm3 3 ... pmt t , com cada pi sendo um primo distinto e
mi .
quadrado perfeito, tomamos dn ímpar e supomos por absurdo que n não seja um
quadrado perfeito.
Sabemos que, se n é um quadrado perfeito, em n p1m1 pm2 2 pm3 3 ... pmt t , temos que
cada mi é par. Como estamos considerando n não quadrado perfeito, então existe
Assim, temos:
Note que dn é par, o que é um absurdo, já que, por hipótese, dn é ímpar. Portanto,
divisores dn de n é ímpar.
Sabemos que, se n é um quadrado perfeito, em n p1m1 pm2 2 pm3 3 ... pmt t , todos os
dn 2k1 1 2k 2 1 2k 3 1 .... 2k t 1
Note que cada fator acima corresponde a um número ímpar. Como o produto de
como o Microsoft Excel, em que deve ser preenchida, em cada etapa, a situação
a quantidade de divisores de um número natural, uma vez que nesse processo eles,
princípio multiplicativo para esse cálculo, após terem quantificado os divisores dos
que ficarão abertos são aqueles cujos números são quadrados perfeitos, é
essa suposição. Tal demonstração pode ser realizada pelo professor com o auxílio
que lhe exigem a perda de diferentes pontuações. O objetivo desse jogo é partir do
correspondente a cada via não tem relação com seu comprimento, tratando-se
Jurkiewicz (2004, p. 28), reflete de maneira simples uma das aplicações da Teoria
Figura 25.
ao ponto final (G), e aos pontos de ligação entre vias (B, C, D, E, F). As arestas são
as vias. Note que, nesse grafo, cada aresta apresenta um valor. Quando isso
século passado.
caminhos.
A até A é zero, uma vez que aresta alguma foi percorrida. Dessa maneira,
pontuação.
Podemos perceber que não há outro caminho de A até B com menos de 5 pontos
102
fechados. Nesse caso, o único caminho é até E, cuja pontuação é 13. Assim o
a pontuação até esse vértice não pode ser melhorada. Assim, traçamos as ligações
fecheando-o.
104
menor potunação que tínhamos até D era 10. Assim, obtemos um caminho menor
Também temos de incluir a primeira pontuação obtida até F, conforme o Quadro 17.
menor pontuação até F era 12, temos de mantê-la, descartando a pontuação D-F.
Até esta etapa, esse é o melhor caminho até G, uma vez que foi o único que
que o caminho de 20 pontos que tínhamos até então. Assim, atualizamos essa
pontuação, é aquele que corresponde à 18 pontos. Para listar a ordem dos vértices
método do algoritmo, mesmo que, para esse problema especificamente, este não
percebam que, na prática, problemas com essa característica são mais amplos e,
por esse motivo, são resolvidos com o uso de computadores, tornando-se assim um
método eficiente.
constam no capítulo 1.
Nesse momento, cabe destacar que, para garantir que uma dessas respostas seja a
solução, tem-se que analisar todos os possíveis caminhos. Assim, pode-se sugerir
importante que sejam discutidos qual vértice deve ser fechado e quais as
problema, quando se obteve 22 pontos, foram utilizadas apenas três vias, enquanto
tempo de deslocamento.
alunos situações semelhantes à apresentada. Para isso, pode-se optar por construir
um outro jogo com as mesmas vias, mas com pontuações diferentes; ou até mesmo
(grafos com mais vértices e mais arestas, por exemplo) não é nada prático o estudo
desse problema sem o uso do computador. Por ser um algoritmo, esse método é
Problema:
que seja certo que pelo menos dois desses alunos façam aniversário em um mesmo
garante que ocorra de dois deles aniversariarem em um mesmo mês, visto que
pode cada aluno fazer aniversário em um diferente mês. Na Figura 35, as células
X X X X X X
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
X X X X X X
das 12 células da figura. Porém, cada uma delas já está ocupada por um aluno.
Assim, necessariamente, ele deverá ser representado em uma célula junto com
outro aluno. Desse modo, com no mínimo 13 alunos no grupo, podemos garantir a
112
Números.
(2010, p. 143).
ou mais pombos.
Demonstração:
Supondo por absurdo que cada casa não contém mais do que um único pombo,
então, contando os pombos dessas casas, não haverá ao todo mais do que n
pombos, podemos associar cada aluno a um pombo e cada mês do ano a uma
casa. Assim, temos 12 casas e, para garantir que em pelo menos uma dessas
Como Dirichlet fez uso desse princípio para estudos da Teoria dos
Problema:
pelas casas.
resto igual a 0, 1, 2 ou 3. Assim, qualquer número inteiro pode ser escrito na forma
inteiros cuja divisão por 4 tem restos iguais, temos que essa diferença é divisível
por 4, pois:
os quatro possíveis restos na divisão por 4 como as casas. Desse modo, haverá
pelo menos dois números que terão restos iguais na divisão por 4, cuja diferença
Problema:
de cinco pontos distintos quaisquer. Mostre que a distância entre pelo menos dois
d2 12 12 d 2
quadrados menores. Assim, pelo princípio da casa dos pombos, pelo menos dois
que pelo menos dois dos cinco pontos distarão no máximo 2 cm um do outro.
Se m pombos são colocados em n casas, então pelo menos uma casa deverá conter
m 1
n 1 pombos.
m 1
Observação: a notação corresponde ao maior inteiro menor ou igual do que
n
m 1 20 1 19
. Por exemplo, 3,8 3 .
n 5 5
Demonstração:
115
m 1
Supondo por absurdo que em cada casa tenha no máximo pombos. Assim,
n
m 1
a quantidade máxima de pombos nas n casas será dada por n . Como
n
m 1 m 1
n n , segue que:
m 1 m 1 m 1 m 1
n n n n n n m 1
Problema:
pelos pombos e os meses do ano pelas casas. Utilizando a versão mais geral do
30 1 29
12 1 12 1 2 1 3
em um mesmo mês.
c1 c 2 c 3 c 4 ... c n
Se p , então, em uma das casas conterá pelo menos p 1
n
pombos.
Demonstração:
Supondo por absurdo que cada casa haja no máximo p pombos, ou seja, c i p ,
c1 c 2 c 3 c 4 ... cn
c1 c 2 c 3 c 4 ... c n n p p
n
c1 c 2 c 3 c 4 ... c n
Porém, isso contradiz a hipótese de que p.
n
Problema:
Oito amigos possuem a soma das idades igual a 377 anos. Mostre que em pelo
menos um grupo formando por três desses amigos a soma das idades será maior do
8!
C8, 3 56
3! 8 3 !
117
amigos. Para obter a quantidade de trios em que cada amigo aparece, temos de
combinar os demais sete amigos em duplas, uma vez que uma das três vagas do
7!
C7, 2 21
2! 7 2 !
da casa dos pombos, podemos garantir que, em pelo menos um grupo, a soma das
acordo com Morgado (2006, p. 81), esse princípio busca determinar a existência ou
apresentado, a propriedade era a soma das idades do trio de amigos ser maior do
com os alunos.
diferentes variações.
qualquer grupo de 13 alunos e constatar que sempre haverá pelo menos dois que
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Discreta. Cabe destacar que este trabalho apresenta uma proposta de ensino. Por
isso, faz-se necessário, à medida que se desenvolva a aplicação, refletir acerca dos
de aplicação em sala de aula. Contudo, vale ressaltar que são apenas sugestões
Por outro lado, grupos mais avançados podem ser estimulados a realizarem
etc.
entre outros. No caso do problema Posso adivinhar sua idade?, por exemplo, os
estudantes podem fazer conversões da base decimal para a base binária utilizando
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, Elon L.. Alguns problemas clássicos sobre grafos. Revista do Professor de
Matemática. São Paulo: SBM, n. 12. 1989.
SANTALÓ, Luis A. Matemática para não matemáticos. In: PARRA, Cecilia; SAIZ,
Irma (Orgs.). Didática da matemática: reflexões psicopedagógicas. Trad. Juan
Acuña Llorens. Porto Alegre: Artmed, 1996.
TAHAN, Malba. O homem que calculava. 40. ed. Rio de Janeiro: Record, 1995.
WATANABE, Renate. Vale para 1, para 2, para 3,... vale sempre? Revista do
Professor de Matemática. São Paulo: SBM, n. 9. 1986. p. 34-7.
123
ANEXO
[...]
época precisa em que viveu e reinou na Índia um príncipe chamado Iadava, senhor
da província da Tiligana. Seria, porém, injusto ocultar que o nome desse monarca
vem sendo apontado por vários historiadores hindus como um dos soberanos mais
inquietantes atribulações. Adstrito ao dever, que lhe impunha a coroa, de zelar pela
Dacsina e tingiu de sangue as águas sagradas do rio Sandhu. O rei Iadava possuía
- pelo que nos revela a crítica dos historiadores - invulgar talento para a arte militar;
feliz foi em executá-lo, que logrou vencer e aniquilar por completo os pérfidos
um trono para prestígio de uma dinastia; e entre os mortos, com o peito varado por
124
uma flecha, lá ficou no campo de combate o príncipe Adjamir, filho do rei Iadava,
aparecia para atender aos ministros e sábios brâmanes quando algum grave
lado aquele que fora sempre a razão de ser de sua existência? Que valor poderiam
ter, aos olhos de um pai inconsolável, as riquezas materiais que não apagam nunca
uma grande caixa de areia, as diversas manobras executadas pelas tropas durante
primeiro, outro traço mostrava o avanço dos elefantes de guerra; um pouco mais
destemida cavalaria chefiada por um velho radj que se dizia sob a proteção de
Techandra, a deusa da Lua. Ainda por meio de gráficos esboçava o rei a posição
125
minudências que pudera evocar, o rei tudo apagava, para recomeçar novamente,
ansiedade.
para a leitura dos Vedas, já o rei era visto a riscar na areia os planos de uma
Taligana.
e modesto - solicitava uma audiência que vinha pleiteando havia já algum tempo.
- Quem és, de onde vens e que desejas daquele que, pela vontade
da aldeia de Namir, que trinta dias de marcha separam desta bela cidade. Ao
recanto em que eu vivia chegou a notícia de que o nosso bondoso rei arrastava os
guerra viera roubar-lhe. Grande mal será para o país, pensei, se o nosso dedicado
Deliberei, pois, inventar um jogo que pudesse distraí-lo e abrir em seu coração as
portas de novas alegrias. É esse o desvalioso presente que desejo neste momento
Quando o informaram da prenda de que o moço brâmane era portador, não pôde
combate, aparece, igualmente, no jogo, simbolizada por duas peças que podem
127
saltar, como dois corcéis, sobre as outras; e, para intensificar o ataque, incluem-se -
Completa a coleção uma peça que isolada pouco vale, mas se torna muito forte
interrogar o inventor:
- E por que é a rainha mais forte e mais poderosa que o próprio rei?
posição das peças, pelas combinações resultantes dos diversos lances, parecia
um príncipe é, por vezes, imposto como uma fatalidade, para que dele resultem a
comparável a este jogo interessante e instrutivo! Movendo essas tão simples peças,
aprendi que um rei nada vale sem o auxílio e a dedicação constante de seus
súditos. E que, às vezes, o sacrifício de um simples peão vale mais, para a vitória,
presente, que de tanto me serviu para alívio de velhas angústias. Dize-me, pois, o
que desejas, para que eu possa, mais uma vez, demonstrar o quanto sou grato
deixaram Sessa imperturbável. Sua fisionomia serena não traía a menor agitação, a
desejo, pelo presente que hoje vos trouxe, outra recompensa além da satisfação de
129
resposta, que refletia um desinteresse tão raro entre os ambiciosos hindus. E, não
cegando o viandante nas trevas de uma noite interminável. Para que possa o
homem vencer os múltiplos obstáculos que se lhe deparam na vida, precisa ter o
Exijo, portanto, que escolhas, sem mais demora, uma recompensa digna de tua
valiosa oferta. Queres uma bolsa cheia de ouro? Desejas uma arca repleta de
província? Aguardo a tua resposta, por isso que à minha promessa está ligada a
minha palavra!
acudiu Sessa - seria menos descortesia do que desobediência ao rei. Vou, pois,
aceitar, pelo jogo que inventei, uma recompensa que corresponde à vossa
generosidade; não desejo, contudo, nem ouro, nem terras ou palácios. Peço o meu
moeda?
130
pela primeira casa do tabuleiro; dois pela segunda, quatro pela terceira, oito pela
que ditara aquele pedido era, na verdade, de causar assombro a quem menos
apego tivesse aos lucros materiais da vida. O moço brâmane, que bem poderia
desamor à fortuna? A recompensa que me pedes é ridícula. Bem sabes que há,
consoante o teu pedido, pelas 64 casas do tabuleiro. É certo, pois, que pretendes
uma recompensa que mal chegará para distrair, durante alguns dias, a fome do
último pária do meu reino. Enfim, visto que minha palavra foi dada, vou expedir
cálculos.
porção de trigo que deve ser dada a Lahur Sessa equivale a uma montanha que,
tendo por base a cidade de Taligana, seria cem vezes mais alta do que o Himalaia!
A índia inteira, semeados todos os seus campos, taladas todas as suas cidades,
não produziria em 2 000 séculos a quantidade de trigo que, pela vossa promessa,
quis deixar aflito o seu soberano. Depois de declarar publicamente que abriria mão
aparência enganadora dos números, mas também com a falsa modéstia dos
dívida cuja grandeza não pode avaliar com a tábua de cálculo de sua própria
132
experiência direta da vida e das suas lições de todo dia, a toda hora desdenhadas!
O homem que mais vive mais sujeito está às inquietações morais, mesmo que não
as queira. Achar-se-á ora triste, ora alegre; hoje fervoroso, amanhã, tíbio; já ativo, já
instruído nas regras espirituais, se eleva acima dessas vicissitudes, paira por sobre
benefícios ao povo e ao país, para maior segurança do trono e maior glória de sua
pátria.