Paper Vivência
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RESUMO
Jogos, brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na
humanidade desde o seu início. O presente artigo trata do resgate do lúdico como processo
educativo, demonstrando que ao se trabalhar ludicamente não se está abandonando a seriedade e a
importância dos conteúdos a serem apresentados à criança, pois as atividades lúdicas são
indispensáveis para o seu desenvolvimento sadio e para a apreensão dos conhecimentos, uma vez
que possibilitam o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos.
Por meio das atividades lúdicas, a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a
existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se
integralmente.
1. INTRODUÇÃO
O ser humano, em todas as fases de sua vida, está sempre descobrindo e aprendendo coisas
novas pelo contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre o meio em que vive. Ele nasceu para
aprender, para descobrir e apropriar-se dos conhecimentos, desde os mais simples até os mais
complexos, e é isso que lhe garante a sobrevivência e a integração na sociedade como ser
participativo, crítico e criativo. A esse ato de busca, de troca, de interação, de apropriação é que
damos o nome de educação. Esta não existe por si só; é uma ação conjunta entre as pessoas que
cooperam, comunicam-se e comungam do mesmo saber.
A infância é a idade das brincadeiras. Acreditamos que por meio delas a criança satisfaz, em
grande parte, seus interesses, necessidades e desejos particulares, sendo um meio privilegiado de
inserção na realidade, pois expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e
reconstrói o mundo. Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais eficazes de envolver o
aluno nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente na criança, é sua forma de trabalhar, refletir
e descobrir o mundo que a cerca.
A pesquisa aqui apresentada, O lúdico na educação infantil, tem por objetivo oportunizar ao
educador a compreensão do significado e da importância das atividades lúdicas na educação
infantil, procurando provocá-lo, para que insira o brincar em seus projetos educativos, tendo
1 Ezilaine Gonçalves Da Silva, Patrícia Fernandes Cruz, Rosilda de Castro de Oliveira e Salete Simone Andrade Lemos
2 Andréia Dias Lisboa Alves
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura em Pedagogia (FLC3918PED) – Prática do
Módulo I – 12/07/2022
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
em suas habilidades. Já na concepção Aristotélica era de que deveria haver o equilíbrio entre
atividades físicas e intelectuais.
Assim pode-se dizer que:
A palavra lúdica vem do latim ludus e significa brincar. “Nesse brincar estão incluídos os
jogos, brinquedos e brincadeiras e a palavra é relativa também a conduta daquele que joga
que brinca e que se diverte”. Por sua vez, o jogo possibilita a aprendizagem do sujeito e o
seu pleno desenvolvimento, já que conta com conteúdos do cotidiano, como as regras, as
interações com objetos, o meio social e a diversidade de linguagem incluída em sua prática
(RAU, 2011, p. 30).
Portanto quando praticamos o ato de brincar dentro ou fora de sala de aula com os
educandos, estamos proporcionando momentos prazerosos, fazendo com que ele aprenda de forma
agradável e interaja com os outros de forma dinâmica e criativa. A história da humanidade a partir
da Idade Média mostra que os jogos embora presentes nas atividades educacionais, não eram
considerados como recurso pedagógico capaz de contribuir com a aprendizagem, mas sendo visto
apenas como atividades recreativas. Nesse período o jogo foi considerado como “não sério”, por ter
relação com o jogo de azar, bastante conhecido na época. Somente a partir do Renascimento que
surge uma nova visão sobre as atividades lúdicas, o período no qual uma nova concepção de
infância desponta e tem como principal características o desenvolvimento da inteligência através do
brincar, modificando a ideia de que o jogo era visto somente como distração.
Sobre isso pode-se afirmar que:
O Renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da
inteligência e facilita o estudo. Por isso, foi adotada como instrumento de aprendizagem de
conteúdos escolares. Assim, para se contrapor aos processos verbalistas de ensino, à
palmatória vigente, o pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos (KISHIMOTO,
2011, p. 32).
A autora confirma a informação de que durante o Renascimento o jogo teve grande utilidade
para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de áreas como 15 história e geografia, com base
de que o lúdico favorecia o desenvolvimento da inteligência, e contribui para facilitar o estudo.
A brincadeira infantil permite à criança a representar por meio da imitação, diversos papéis
presentes em seu cotidiano. Quando brinca de faz de conta, a criança organiza seus pensamentos,
estabelece regras, o que facilita a transferência do mundo adulto para seu universo particular.
Assim, pode-se dizer que:
A brincadeira, por sua vez, encontra fundamento na fala de Kishimoto (1994) quando é
apontada como uma atividade espontânea da criança, sozinha ou em grupo. Ela constrói
uma ponte entre a fantasia e a realidade, o que leva a lidar com complexas dificuldades
psicológicas, como a vivência de papéis e situações não compreendidas e aceitas em seu
universo infantil. A brincadeira na infância leva a criança a solucionar conflitos por meio da
imitação, ampliando suas possibilidades linguísticas, psicomotoras, afetivas, sociais e
cognitivas (RAU, 2011, p. 50).
Dessa forma, o brincar tem grande importância para o desenvolvimento infantil, pois através
das regras internalizadas nos jogos e brincadeiras a criança vai ampliando seu vocabulário,
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo iniciou-se por uma minuciosa pesquisa bibliográfica, elaborada a partir de materiais já
publicado, constituído principalmente de livros, revista, artigos e materiais disponíveis na internet.
Em relação à sua natureza, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, pois, a mesma permite
trabalhar com os sentimentos e falas do envolvidos no estudo. Como afirma Minayo (1994, p.21 e
22 ) ao dizer que:
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências
sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com
o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que
não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
4. CONCLUSÃO
No transcorrer deste artigo procuramos nos remeter a reflexões sobre a importância das
atividades lúdicas na educação infantil, tendo sido possível desvelar que a ludicidade é de extrema
relevância para o desenvolvimento integral da criança, pois para ela brincar é viver. É relevante
mencionar que o brincar nesses espaços educativos precisa estar num constante quadro de
inquietações e reflexões dos educadores que o compõem. É sempre bom que se auto-avaliem
fazendo perguntas como: A que fins estão sendo propostas as brincadeiras? A quem estão servindo?
Como elas estão sendo apresentadas? O que queremos é uma animação, um relaxamento ou uma
relação de proximidade cultural e humana? Como estamos agindo diante das crianças? Elas são
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ouvidas? Também é importante ressaltar que só é possível reconhecer uma criança se nela o
educador reconhecer um pouco da criança que foi e que, de certa forma, ainda existe em si. Assim,
será possível ao educador redescobrir e reconstruir em si mesmo o gosto pelo fazer lúdico,
buscando em suas experiências, remotas ou não, brincadeiras de infância e de adolescência que
possam contribuir para uma aprendizagem lúdica, prazerosa e significativa.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola,
1995.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (Org). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 14 Ed. – São
Paulo: Cortez, 2011.
MINAYO, M. C. de S. [et al.] (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Rio de
Janeiro: Vozes,1994.
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A Lucidade na Educação: Uma Atitude Pedagógica. – 2. Ed.
Ver., atual. e ampl. – Curitiba: Ibpex, 20211.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. O Brincar na Escola: Metodologia Lúdica – vivencial Coletânea
de Jogos. 2. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
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