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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências Sociais e Políticas

Curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Cadeira: Gestão de Recursos Humanos no Contexto Internacional

4ºAno

Tema:

Banco Internacional de Compensações

Discentes:

Daniel Abilio Macuacua

Djhane Maria Jaime Sumindila

Quelimane, Abril de 2023


Banco Internacional de Compensações

Trabalho de Carácter avaliativo a ser


entregue na Faculdade de Ciências Sociais
e Politicas na Cadeira de Gestão de
Recursos Humanos no Contexto
Internacional leccionada por:

Docente: Betinha Vidigal

Quelimane, Abril de 2023

1
Banco Internacional de Compensações
Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências Sociais e Políticas

Curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Cadeira: Gestão de Recursos Humanos no Contexto Internacional - 4ºAno

Discentes: Daniel Abilio Macuacua1 e Djhane Maria Jaime Sumindila2

Docente: Betinha Vidigal3

Resumo

Este trabalho subordina-se ao tema: Banco Internacional de Compensações. é uma organização internacional
responsável pela supervisão bancária. Visa "promover a cooperação entre os bancos centrais e outras agências
na busca de estabilidade monetária e financeira". Sediado em Basileia, na Suíça, reúne 55 bancos centrais de
todo o mundo. Visa a promoção da coop

sistema financeiro internacional e ao papel dos bancos centrais. Afim de assegurar que a estrutura interaja e
funcione adequadamente, a governança do BIS é exercida em três níveis: Conselho de Ad ministração,
Assembleias Gerais dos Bancos Centrais e Gestão do BIS, conforme determinado nos seus estatutos. O
Conselho de Administração é responsável por definir a orientação estratégica e política do BIS, fiscalizar a
Gestão do BIS e cumprir as atribuições especificadas nos estatutos do Banco. Reúne-se pelo menos seis vezes
por ano e pode ter até 18 membros.
Palavra-Chaves: BIS. Compensação internacional. Serviços bancários.

Abstract

This work is subordinated to the theme: International Bank of Settlements. is an international organization
responsible for banking supervision. It aims to "promote cooperation between central banks and other agencies
in the pursuit of monetary and financial stability". Headquartered in Basel, Switzerland, it brings together 55
central banks from around the world. It aims to promote international monetary and financial cooperation.

issues related to the international financial system and the role of central banks. In order to ensure that the
structure interacts and functions properly, the governance of the BIS is exercised at three levels: Board of
Directors, General Meetings of Central Banks and BIS Management, as determined in its statutes. The Board of
Directors is responsible for defining BIS's strategic and policy orientation, overseeing BIS's management and
fulfilling the attributions specified in the Bank's statutes. It meets at least six times a year and can have up to 18
members.

Keywords: BIS. International compensation. Bank services.

1
Daniel Abilio Macuacua estudante da FCSP do Curso de Lic. GRH. 4ºano
2
Djhane Maria Jaime Sumindila estudante da FCSP do Curso de Lic. GRH. 4ºano
3
Betinha Vidigal Docente da cadeira de Gestão de Recursos Humanos no Contexto Internacional
2
Índice
1.Introdução ............................................................................................................................... 4

1.1.Objectivos ............................................................................................................................. 4

1.1.1.Geral .................................................................................................................................. 4

1.1.2.Específicos ......................................................................................................................... 4

1.2.Metodologia ......................................................................................................................... 4

2.Compensação internacional .................................................................................................... 5

2.1.Banco Internacional de Compensações ............................................................................... 5

2.2.Surgimento de Banco Internacional de Compensações....................................................... 5

2.3.Objectivos da compensação internacional .......................................................................... 6

2.4.Estrutura de Banco Internacional de Compensações .......................................................... 7

2.5.Questões chaves de um programa de compensação internacional .................................... 8

2.5.1.A Expatriação e o expatriado............................................................................................. 9

2.6.Metodos de compensação internacional ........................................................................... 11

2.7.Abordagens para compensação internacional ................................................................... 12

2.8.Serviços bancários oferecidos pelo BIS .............................................................................. 14

3.Conclusão .............................................................................................................................. 16

4.Referências bibliográficas ...................................................................................................... 17

3
1.Introdução

O presente trabalho visa abordar acerca de Banco Internacional de Compensações. O Banco


de Compensações Internacionais é uma organização internacional que visa através da
integração de bancos centrais mundiais, permitir a discussão e decisões de normas
orientadoras para governança bancária centrais e de bancos privados, afim de buscar uma
estabilidade financeira mundial. E é após a crise no sistema financeiro na década de 70 que
surge o Comitê de Supervisão Bancária, criado para melhorar a estabilidade financeira através
de diretrizes para aplicação em cada economia de diretrizes para uma melhor governança
bancaria afim de dar as instituições melhor auto gerencia em casos de eventuais crises.

1.1.Objectivos

1.1.1.Geral

Compreender Compensação Internacional.

1.1.2.Específicos

Conceituar compensação internacional;


Descrever Objectivos da compensação internacional;
Discutir acerca de metodos de compensação internacional.

1.2.Metodologia

um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos para que seus objectivos sejam


-se para metodologia como sendo uma forma de pensar sobre como
desenvolver uma actividade. Assim, para a materialização deste trabalho foi imprescindível o
uso da pesquisa bibliográfica que consistiu nas leituras das literaturas que tratam desta
temática e o uso da internet.

4
2.Compensação internacional

De acordo com a compensação internacional refere-se a todas as formas de


retorno financeiro e benefícios tangíveis que os empregados de uma organização
internacional recebem do seu empregador em troca de fornecer o seu trabalho e
compromisso (p.65).

2.1.Banco Internacional de Compensações

Para Previdelli (2017), o Banco de Compensações Internacionais (BIS) é uma organização


internacional que funciona no âmbito do Sistema Financeiro Internacional (SFI) com fins para
atuar como banco para os bancos centrais e serve às autoridades financeiras em todo mundo
para construir um coletivo com maior compreensão da economia mundial, promovendo
cooperação entre as organizações que com ele possuem relação de interdependência e apoia-
os na busca mundial por estabilidade monetária e financeira.

O BIS foi criado a partir de um tratado internacional assinado pelos governos da Bélgica,
França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA, mas é controlado exclusivamente por
bancos centrais. Ao mesmo tempo, como banco, o BIS é uma sociedade de responsabilidade
limitada constituída de acordo com a lei suíça e com um capital social limitado. Por isso, é uma
empresa privada e como tal possui ações e acionistas, cujo capital se dá por meio dos direitos
especiais de saques, definidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

2.2.Surgimento de Banco Internacional de Compensações

o Banco de Compensações Internacionais foi fundado em 17 de maio


de 1930, como resultado dos Acordos de Haia, firmados nessa cidade holandesa. Da sua
implementação participaram os governos da Bélgica, Itália, Reino Unido, Suíça e Japão
(p.64). Inicialmente, o papel do BIS era gerenciar os valores devidos pela Alemanha aos
países criadores de uma sanção compensatória, conforme estipulado pelo Tratado de
Versalhes, assinado logo após a Primeira Guerra Mundial. No entanto, como naquela época
o mundo passava por uma grande crise financeira, ainda em decorrência da Grande
Depressão de 1929, o BIS também passou a cooperar com os bancos centrais dos países

5
que o fundaram. Dessa forma, assumiu funções como a execução de operações de câmbio,
pagamentos postais internacionais e depósitos em ouro, entre outras.

Backer (2002) diz que anos depois, com o término da Segunda Guerra Mundial, em 1944, o
BIS ajudou na implementação do Sistema Financeiro Internacional, criado a partir da
conferência de Bretton Woods, quando surgiram, então, o FMI e o BIRD. Já entre as décadas
de 1970 e 1990, o banco começou a monitorar os fluxos de capitais internacionais oriundos
das crises do petróleo e das decorrentes dívidas dos países, resultando no desenvolvimento
de uma supervisão regulatória dos demais bancos que operavam internacionalmente.

Assim, a instituição começou a exercer o papel de financiadora de emergência para países


em apuros, socorrendo, por exemplo, o México e o Brasil durante as suas crises de
endividamento em 1982 e 1998, respectivamente. Vale ressaltar que em casos como esses,
em que um país já teria recorrido ao FMI, o financiamento de emergência se daria por meio
do programa desse Fundo.

Ao mesmo tempo, de 1979 a 1994, o BIS também atuou como agente fiduciário do Sistema
Monetário Europeu. A saber, esse sistema foi quem deu o pontapé inicial para a criação de
uma moeda única europeia, atualmente, o euro. Contudo, no início dos anos 2000, a
composição do banco foi modificada e, desde então, somente os bancos centrais e
autoridades monetárias podem ter participação, (Previdelli, 2017).

2.3.Objectivos da compensação internacional

Gonçalves de S
(BIS do acrônimo em inglês, Bank for Internacional Settlements), é uma organização financeira
cial é
promover a cooperação entre os bancos centrais e facilitar as operações financeiras
internacionais, funcionando como coordenador de movimentações financeiras internacionais
de curto e longo prazo.

O BIS tem o objetivo de buscar estabilidade monetária e financeira, através da cooperação e


integração entre os bancos centrais de 60 países do mundo, atuando como um banco central
dos bancos centrais (BIS, 2019).

6
2.4.Estrutura de Banco Internacional de Compensações

Para embora tenha como acionistas 63 bancos centrais, o Banco de


Compensações Internacionais não é uma organização grande em termos de estrutura,
embora seja bastante diversificada, com 634 pessoas de 60 países . Esses
profissionais têm experiência em finanças, bancos, gestão de risco, direito internacional,
monetário, economia financeira, estatística, finanças, tecnologia e segurança cibernética,
entre outras áreas de interesse. Juntamente com a sede, na Suíça, o BIS tem dois escritórios
regionais: o Escritório de Representação para a Ásia e o Pacífico, em Hong Kong, e o
Escritório de Representação para as Américas, instalado na Cidade do México.

Para Previdelli (2017), segundo a instituição, essas representações atuam como centros de
atividades do banco em suas respectivas regiões, fortalecendo as relações e promovendo
a cooperação entre o BIS e os bancos centrais regionais, assim como com as autoridades
de supervisão. Como resultado, os dois escritórios promovem o intercâmbio de
informações e dados, facilitam a organização de reuniões e seminários e contribuem para
as pesquisas financeiras e econômicas do banco. Os escritórios também oferecem suporte
aos serviços bancários do BIS nas Américas e na Ásia e Pacífico.

Ao lado desses escritórios, cinco Centros de Inovação do BIS estão espalhados pelo mundo.
Além do da Basiléia/Zurique, na Suíça, temos o de Hong Kong, Londres (Reino Unido),
Cingapura e Estocolmo (Suécia).

Ainda acrescenta Duarte (2015) dizendo que ao mesmo tempo, o banco possui seis comitês
em áreas-chaves de atuação. São eles:

Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia;

Comitê de Pagamentos e Infraestrutura de Mercado;

Comitê para o Sistema de Finanças Globais;

Comitê sobre Mercados;

Grupo de Governança dos Bancos Centrais;

7
Comitê Irving Fisher de Estatísticas dos Bancos Centrais.

O primeiro desenvolve padrões de regulamentação global para bancos e busca fortalecer a


supervisão em nível micro e macro prudencial, ao passo que o segundo estabelece e
promove a regulamentação global e os padrões de supervisão para pagamento,
compensação, liquidação e outras infraestruturas de mercado, monitorando e analisando
a evolução nessas áreas. Enquanto isso, o Comitê de Finanças Globais monitora e analisa
problemas relacionados com os mercados e sistemas financeiros. Já o Comitê de Mercados
acompanha o desenvolvimento dos mercados financeiros e suas implicações para as
operações dos bancos centrais. Na sequência, o Grupo de Governança examina questões
relacionadas ao design e funcionamento dos bancos centrais e o Comitê de Irving Fisher
entrega estatísticas relacionadas à estabilidade monetária e financeira.

Esses seis comitês são supervisionados por três grupos seniores. O primeiro deles, o grupo
Reunião de Economia Global é responsável pelos comitês do Sistema Financeiro Glob al,
pelo de Pagamentos e Infraestruturas de Mercado e pelo de Mercados. Dessa forma, ele
nomeia seus presidentes, recebe relatórios, decide sobre a publicação e fornece orientação
sobre as prioridades de trabalho. Já o grupo Reunião de Todos os Governadores, que inclui
os 63 bancos centrais membros do BIS, supervisiona o trabalho de dois comitês: o Fórum
de Governança do Banco Central e o Comitê Irving Fisher sobre Estatísticas dos Bancos
Centrais. Finalmente, temos o Grupo de Governadores e Chefes de Supervisão, que
acompanha o Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia. Nesse sentido, compreende os
governadores dos bancos centrais e os chefes de supervisão dos bancos não centrais das
jurisdições membros do referido comitê, (Previdelli, 2017).

2.5.Questões chaves de um programa de compensação internacional

programa de compensação internacional é fundamental para o sucesso da missão


internacional e concretiza-se através da execução de seis fases essenciais, a saber:

(1) o planeamento que consiste em traçar os objetivos da missão, as suas condições de


execução e o perfil de candidato a expatriar;
(2) o recrutamento e seleção de expatriados, tendo em conta o perfil desejado bem como
todas as condições individuais que possibilitem o sucesso da missão, tais como as
8
motivações e a situação familiar do candidato, sendo nesta fase aplicados testes e
entrevistas de seleção;
(3) a formação e preparação para a missão, que consiste em dotar o candidato de todas
as ferramentas necessárias ao bom desempenho da missão, sejam elas de carater
tecnicista ou cultural, nomeadamente na cultura e na língua do país de acolhimento;
(4) o acompanhamento / feedback, que se materializa num acompanhamento, ainda que
à distância, do expatriado por forma a conseguir perceber o seu desempenho,
dificuldades e obstáculos e sobretudo como forma de o manter motivado;
(5) a repatriação e a gestão da carreira, que são a fase de reingresso do colaborador à casa
mãe e engloba todo o processo de desenvolvimento profissional do expatriado,
devendo as suas novas competências e conhecimentos adquiridos ser alvo de um
aproveitamento vantajoso quer para a organização quer para o colaborador;
(6) a avaliação da missão e dos expatriados, que consiste na avaliação final de todo o
trabalho desenvolvido e na verificação (ou não) do sucesso da missão, em que devem
ser avaliados não só o expatriado e a missão, mas também todo o processo
identificando eventuais falhas e os pontos de maior sucesso por forma a introduzir
melhorias e, consequentemente, aumentar cada vez mais as probabilidades de
sucesso.

Apesar da importância chave que a GIRH tem, ainda não se verifica a sua aplicação prática
como um departamento / unidade autónoma à estrutura interna de Recursos Humanos na
maioria das organizações internacionais / internacionalizadas (Camara, 2008, 2011).

2.5.1.A Expatriação e o expatriado

A expatriação, consequência direta da globalização e dos processos de internacionalização,


assume-se hoje como um ativo fundamental para as organizações. Pese embora o esforço que
tem sido desenvolvido em relação ao seu estudo no sector empresarial privado, o certo é que
quando chegamos ao sector público o mesmo é praticamente inexistente. Tanto assim é que,
apesar do esforço de pesquisa desenvolvido no âmbito do presente trabalho, não nos foi
possível encontrar qualquer estudo que versasse sobre esta matéria.

9
Poder-se-á afirmar que a expatriação nasce com a globalização e com a internacionalização,
que este conceito não é de todo um conceito novo e que, curiosamente, nasce do que na
atualidade designamos por sector público. Contudo, é necessário, para melhor compreensão
desta afirmação, fazer uma incursão sobre as diferentes definições de expatriação e de
expatriado para se conseguir alcançar o verdadeiro sentido de tal afirmação.

Evans et al. (2002) definem expatriação como um conceito que não é novo, recuando até à
Roma antiga e à sua política de gestão internacional para demonstrar que já nessa altura a
expatriação era uma prática corrente e que consistia no envio de representantes com poder
de decisão para os cantos mais longínquos do Império Romano. Acrescentam que já nessa

da que -117).

Estes autores defendem que com a globalização dos mercados e com a consequente
proliferação de empresas multinacionais e transnacionais, o conceito de expatriação foi
recuperado, sendo definido como o processo pelo qual determinada organização envia alguns
dos seus funcionários para trabalhar nas suas subsidiárias no estrangeiro. Inicialmente esta
realidade deveu-se a três motivos em particular, o primeiro dos quais para suprir de imediato
a necessidade de competências técnicas específicas na subsidiária, o segundo para que os
gestores de topo adquirissem experiência internacional e o terceiro como mecanismo de
controlo e coordenação. Atualmente a expatriação prende-se essencialmente por dois
motivos específicos, o primeiro com a satisfação de necessidades e o segundo com a aquisição
de novos conhecimentos tanto das organizações como dos funcionários (Evans et al., 2002).

Esta definição parece ser consensual na literatura, por exemplo, Mitrev e Culpepper definem

riação
como a colocação num país estrangeiro por um determinado período de tempo, normalmente
três anos, implicando obrigatoriamente uma mudança efetiva do local de trabalho e que por
esse motivo o trabalhador deixa de ter direito ao cargo que exercia antes da expatriação,
-

10
p. 28).

A expatriação não pode ser redutível a um mero processo de enviar expatriados para as

um processo complexo, meticuloso e que se traduza numa expatriação eficiente, do qual


resulte o sucesso das missões internacionais.

O expatriado é o trabalhador que se encontra a residir e a trabalhar temporariamente numa


subsidiária da organização num país terceiro, por outras palavras no estrangeiro. Para Dowling
e Welch (2004) é aquele que é transferido do seu país de origem para um país onde a
organização esteja a desenvolver uma missão internacional.

2.6.Metodos de compensação internacional

De acordo com BIS (2019d), o Banco oferece diversos instrumentos ou metodos do mercado
monetário e dentre eles vários instrumentos tradicionais de curto prazo denominados de
moedas de reserva, os quais permitem que os clientes atinjam seus objetivos de
gerenciamento de caixa, por exemplo, e ao mesmo tempo, forneçam uma remuneração

11
competitiva. Com o tempo, tais instrumentos foram se tornando sofisticados e utilizados por
vários gerentes de reserva. Esses instrumentos são:

(1) Contas à vista com aviso prévio e depósitos à taxas fixas e flutuantes;
(2) Depósitos à prazo que são denominados em uma cesta de moedas13 como o SDR);
(3) Valores e prazos flexíveis.

Quanto aos instrumentos negociáveis do BIS, são investimentos utilizados por gerentes de
reservas que buscam rendimentos adicionais encontrados nas oportunidades do mercado e
são emitidos nas principais moedas de acordo com os juros, podendo ser liquidados com
eficiência antes de vencimento final. (BIS, 2019d) Tais instrumentos são encontrados com as
seguintes nomenclaturas, segundo (BIS, 2019): (1) FIXBIS: são investimentos de taxa fixa,
disponíveis para qualquer vencimento entre uma semana e um ano; (2) MTIs: instrumentos
de médio prazo com vencimentos trimestrais de um a cinco anos; (3) MTIs utilizáveis: MTIs
com recurso de chamada incorporado.

Dito isto, o BIS também oferece suporte a clientes disponibilizando diversos serviços de
câmbio, e as cotações ao vivo estão disponíveis em todos os principais pares de moedas: (1)
Spot, swaps, forward forward (incluindo SDR), depósitos vinculados ao câmbio; (2) Plataforma
e ordens de negociação BIS e FX; (3) Compras e vendas de ouro: spot, forward forward, swaps;
(4) Atualização e investimentos em ouro (incluindo swaps e depósitos em moeda dupla); (5)
Troca, guarda e liquidação de ouro: in loco Londres, Berna ou Nova York. (BIS, 2019d)

2.7.Abordagens para compensação internacional

As três abordagens básicas da estratégia internacional são a multidoméstica, com produtos


adaptados a cada mercado; a global, com um produto para todo o mundo e a transnacional,
que corresponde a uma combinação das duas anteriores. Dois fatores influenciam essa
decisão: a necessidade de integração global e a necessidade de atuação local. Essas
estratégias são detalhadas por Hoskisson et al (2009).

Numa estratégia multidoméstica as decisões estratégicas e operacionais são descentralizadas


para a unidade de cada país visando permitir a adaptação dos produtos ao local. Concentra-
se na concorrência em cada país por supor que os mercados diferem segmentados dessa
forma. As necessidades e desejos dos consumidores, as condições setoriais, as estruturas
12
políticas e legais e as normas sociais variam de país a país. Assim, a descentralização das
decisões visa adaptar as características do produto às preferências locais.

Na estratégia global a empresa oferece produtos padronizados para os diversos mercados


nacionais. Nesse caso, a estratégia competitiva é ditada pela matriz. As unidades de cada país
são interdependentes e a matriz tenta realizar a integração entre elas. Ela considera que a
demanda por alguns produtos e commodities parece tornar-se mais similar à medida que as
nações se industrializam. Se, por um lado, a estratégia global encerra menor risco, por outro,
reduz a possibilidade de aproveitar oportunidades de crescimento nos mercados locais, seja
pela dificuldade em identificar oportunidades nesses mercados, seja pela necessidade de
adaptação de produtos ao mercado local.

Já a estratégia transnacional procura obter eficiência global e resultados locais. A dificuldade


apresenta-se na aparente oposição entre essas metas: uma requer coordenação global e a
outra exige flexibilidade local. Isso exige a criação de uma visão comum e a obtenção de
compromisso individual por meio de uma rede integrada que permitam gerenciar seus
relacionamentos com clientes, fornecedores, parceiros e outros atores de forma mais
eficientes do que em transações estritamente comerciais. Na realidade, é difícil usar de modo
bem sucedido a estratégia transnacional pelas suas metas conflitantes. Sob o aspecto positivo,
a implantação satisfatória de uma estratégia transnacional produz muitas vezes um
desempenho maior que a multidoméstica ou global.

Alguns ativos e operações da estrutura em âmbito mundial são centralizados e outros


descentralizados. Além disso, algumas funções são integradas e outras não. Essas
características, aparentemente opostas, precisam ser gerenciadas por uma estrutura geral
que seja capaz de incentivar os empregados a compreenderem os efeitos da diversidade
cultural existente nas operações de uma empresa. Uma subsidiária pode ter a
responsabilidade por uma etapa de um processo de fabricação, outras podem ser
responsáveis somente pela ação local, significando que desempenham papéis bem definidos
na cadeia de valor em um determinado país.

Embora a estratégia transnacional seja difícil de implantar, a ênfase na eficiência global está
aumentando à medida que mais setores começam a deparar-se com a competição global. A
ênfase nas exigências locais também está aumentando, o que torna o problema maior: bens

13
e serviços requerem muitas vezes adaptação para obedecer à regulamentação oficial em
determinados países ou para atender os gostos e preferências dos clientes. Como resultado,
a maioria das grandes empresas multinacionais adota uma estratégia multidoméstica para
certas linhas de produtos e uma estratégia global para outras. Muitas empresas
multinacionais podem precisar desse tipo de flexibilidade para se manter estrategicamente
competitivas. Em parte, isso é devido às tendências como regionalização e aos perigos
associados à atuação no exterior. (Hoskisson et al, 2009).

Necessidade Estratégia Características


Atuação local Produtos adaptados a cada mercado.
Multidoméstica Decisões estratégicas e operacionais
são descentralizadas para a unidade
do país para modelagem dos produtos
ou serviços
Global adequada ao mercado local.
Produtos concebidos para todo o
mundo.
Transnacional
A estratégia competitiva é determinada
Integração global pela matriz.
Combinação entre multidoméstica e
global.
Procura obter tanto eficiência global
como resultado local
Fonte: Elaborado pelos autores (2023) com base em Hoskisson
et al (2009).

2.8.Serviços bancários oferecidos pelo BIS

Os serviços bancários e/ou financeiros oferecidos pelo BIS operam no âmbito dos bancos
centrais, autoridades monetárias e outras organizações financeiras internacionais que buscam
suporte no gerenciamento de suas reservas cambiais, seja em moeda estrangeira ou em ouro.
(BIS, 2019).

Além disso, o BIS oferece serviços de adiantamentos não comprometidos de curto prazo para
bancos centrais, geralmente com base em garantias, assim como o Banco dos Bancos é
considerado como agente fiduciário ou agente de conexão com acordos estabelecidos
internacionalmente. (BIS, 2019d).
14
Segundo o BIS (2019d), seus clientes buscam alguns objetivos em comum as quais podem ser
assumidas como características qualitativas do BIS como: segurança, liquidez e retorno.
Quanto à segurança, o BIS mantém uma qualidade de crédito superior e uma posição de
capital excepcionalmente forte. A estratégia adotada pelo banco concentra-se em combinar
os benefícios adquiridos com a diversificação de produtos oferecidos com uma acentuada
análise de crédito e de risco de mercado. Quanto à liquidez, o banco se preocupa em
recomprar seus instrumentos negociáveis no mercado a um custo baixo para seus clientes, de
forma a atingir de forma eficaz e flexível às necessidades dos demandantes. Já o retorno, é
oferecido de forma atraente e competitiva, advindo dos fundos depositados dos bancos
centrais e organizações internacionais.

O BIS oferece, desta forma, uma ampla gama de serviços e produtos bancários e financeiros,
dentre eles, instrumentos do mercado monetário; serviço de câmbio, seja em moeda de
reserva, seja em ouro; os chamados instrumentos negociáveis que são formas de
investimentos direcionadas aos gerentes de reservas dos bancos centrais ou organizações
monetárias; e serviços de gerenciamento de ativos. (BIS, 2019d).

15
3.Conclusão

Ao findo deste trabalho percebe-se que o Banco de Compensações Internacionais (BIS)


coordena diversos comitês dos quais o Banco Central (BC) é representante ativo, como o
Comitê da Basileia de Supervisão Bancária, o Comitê do Sistema Financeiro Global, o Comitê
de Pagamentos e Infraestruturas de Mercado e o Comitê de Mercados. O BIS é a mais antiga
instituição financeira internacional, fundada em 1930. Suas missões são atuar como um banco
para bancos centrais, auxiliar os bancos centrais e demais autoridades financeiras dos países
na manutenção da estabilidade monetária e financeira e fomentar a cooperação internacional
nessas áreas de interesse. O BIS também atuou como agente fiduciário do Sistema
Monetário Europeu. A saber, esse sistema foi quem deu o pontapé inicial para a criação de
uma moeda única europeia, atualmente, o euro. Contudo, no início dos anos 2000, a
composição do banco foi modificada e, desde então, somente os bancos centrais e
autoridades monetárias podem ter participação.

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4.Referências bibliográficas

Backer, J. C. (2002). Bank for International Settlements: Evolution and Evaluation, London:
Quorun Books.
BIS. (2019d). Banking services for central banks.

Camara, P. B. (2011). A expatriação em Portugal. (1.ª ed.). Lisboa: RH.

Dowling, P. & Welch, D. (2004). International human resource management. (4th ed.).
Londres: Thomson.

Duarte, A. P. (2015). O Sistema Monetário Internacional. Coimbra: Conjuntura Atual Editora.

Evans, P., Pucik, V. & Barsoux, J. (2002). The global challenge: Frameworks for international
human resource management. Boston: McGraw-Hill Irwin.

Gonçalves de Souza, L. S. & Previdelli, M. F. S. (2020). Banco de Compensações Internacionais


(BIS): Algumas notas sobre a sua história. Artigo.

Hoskisson, R. E. et al. (2009). Estratégia Competitiva. Cengage.

Previdelli, M. F. S. C. (2017). FMI e BIS, Articulação Intra-Institucional no Sistema Financeiro


Internacional. Revista Brasileira de Estudos Estratégicos.

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