Plinio Tomaz
Plinio Tomaz
Plinio Tomaz
ISBN 85-87678-07
Livro publicado em papel em 25 de setembro de 2002- ESGOTADO
5 de maio de 2002
1-1 1-2
Cálculos hidrológicos hidráulicos
3 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
4 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
”E
fêz Deus o firmamento, e dividiu as águas
que estavam por baixo do firmamento, das que
estavam por cima do firmamento”
Gênesis 1:7
Alguns cientistas acreditam que pequenos cometas entre 20ton a 40ton caem na Terra
caem como bolas de gelo e se derretem. Em cada 10.000anos a Terra tem mais de 6mm de água
por toda a sua superfície. Isto faz suspeitar que a bíblia estava certa e que a água vem de cima
do firmamento.
E.C. Pielou – Fresh Water in The big splash, 1990 L. A. Frank
1-3 1-4
Cálculos hidrológicos hidráulicos
5 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
6 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
Apresentação
1-5 1-6
Cálculos hidrológicos hidráulicos
7 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
8 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
CURRICULUM VITAE
1-7 1-8
Cálculos hidrológicos hidráulicos
9 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
10 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
SUMÁRIO
Capítulo 1
Ordem Assunto
1-9 1-10
Cálculos hidrológicos hidráulicos
11 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
12 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
Capítulo 1- Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Reservatório de detenção ou piscinão é um reservatório aberto ou fechado que tem por
função regular a vazão de saída num valor desejado, de maneira a atenuar os efeitos a jusante
1.1 Introdução da vazão de entrada. Existem também os reservatórios de retenção que têm a função de
regularizar a vazão de saída num valor desejado, mas retêm a água um tempo maior que os
Antes de elaboramos um projeto completo de um piscinão, devemos primeiramente reservatórios de detenção.
estimar o volume, as dimensões, os benefícios, os custos e a viabilidade técnica e financeira Neste trabalho usaremos as palavras reservatório de detenção e piscinão como sinônimos.
da obra. Após a viabilidade do empreendimento, é que será feito o projeto completo do Um dos grandes problemas do desenvolvimento urbano com relação a enchentes, é o
reservatório de detenção levando-se em consideração além do volume do mesmo, os aumento do volume de escoamento superficial, devido a impermeabilização da superfície por
vertedores e orifícios de saída e demais detalhes da obra. edifícios, estradas, estacionamentos etc.
Para o controle de enchentes existem métodos convencionais e não-convencionais. Os Uma maneira prática de se resolver os problemas de enchentes é a construção de
canais, galerias de águas pluviais são exemplo de obras convencionais. A detenção das águas reservatório de detenção. O reservatório de detenção reterá a água por um certo tempo
de chuvas em pavimentos porosos, cobertura em telhado plano, detenção em lotes, são evitando os picos de enchentes. As águas pluviais podem escoar para fora do reservatório de
métodos não convencionais. detenção por gravidade ou bombas centrífugas.
A idéia de construir piscinão não é nova. No Brasil em 1925 o engenheiro sanitarista, A Figura (1.2) mostra um reservatório de detenção de pequeno volume, muito usado nos
Saturnino de Brito, projetou dois enormes reservatórios de detenção com um milhão de Estados Unidos em áreas residenciais, geralmente gramado e que ninguém nota que é um
metros cúbicos cada, sendo um junto ao rio Tietê na região do Tatuapé e outro no rio piscinão.
Tamanduatei na capital de São Paulo. Serviriam ainda para embelezamento e para passeios
náuticos. Os projetos não foram executados.
A construção de reservatórios de detenção é muito antiga, sendo usado correntemente
pelos povos da antiguidade.
Na Figura (1.1) mostra um piscinão seco com 360m de comprimento. Observar que toda a
área é gramada e o vertedor retangular ao fundo.
1-11 1-12
Cálculos hidrológicos hidráulicos
13 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
14 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
1-13 1-14
Cálculos hidrológicos hidráulicos
15 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
16 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
1-15 1-16
Cálculos hidrológicos hidráulicos
17 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
18 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
1-17 1-18
Cálculos hidrológicos hidráulicos
19 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
20 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
Imput Output
Modelo ou
Função de
transferência
Quando estiver pronta a análise, o modelo poderá ser usado para previsões e neste caso
são conhecidos os “Imput” e é desconhecido o “Output”. É necessário saber na fase de
síntese, como foi feita a análise e os limites do modelo.
Como exemplo seja o modelo Q=CIA da conhecida fórmula racional, onde “Q” é a
vazão de pico de enchente, “C” o coeficiente de escoamento superficial, “I” é a intensidade da
chuva e “A” área da bacia.
Quando da análise, são conhecidos os valores de Q, I, A e desconhecido o valor de C.
Quando da síntese, isto é, da aplicação da fórmula racional, são conhecidos CIA
desconhecendo-se o valor de Q. É necessário conhecer muito bem os parâmetros para se Figura 1.7 Reservatório de detenção no Monte Osmond, Adelaide, sul da Austrália
(http://www.transport.as.gov.au/adelcraf/mtos2.htm)
conseguir um valor mais correto possível da vazão máxima Q.
É importante os conceitos de análise e síntese, principalmente na escolha adequada da
fórmula do tempo de concentração, na qual o conhecimento de como a mesma foi elaborada
(análise) e da maneira que a mesma vai ser aplicada (síntese).
“O melhor método de cálculo é aquele que você conhece”, como diz o Professor Kokei
Uehara da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
A palavra “conhecer” pressupõe o perfeito entendimento da análise.
O piscinão pode ser feito “in line” ou “off line”, isto é, no próprio fundo de vale ou
lateralmente ao curso d’água .
A seção de estudo onde será instalado um piscinão é chamada seção de controle. O
piscinão pode ser seco ou molhado. O piscinão molhado é aquele que está sempre com água e
o seco, aquele que não contém água ou só contém o escoamento base do rio ou córrego. Figura 1.8-Reservatório de detenção para águas de chuvas, feito em chapas de aço ou alumínio em tubo
Dois grandes hidrólogos americanos Stahre e Urbonas mediante estudos feito corrugado, fabricado pela firma Contech nos Estados Unidos (http://www.contech-cpi.com/)
independentemente, em 1974 e 1983 concluíram que num sistema com reservatórios de
detenção (piscinão), a solução mais eficiente é que os piscinões tenham condições uniformes
em tamanho e vazão do efluente. Isto na prática nem sempre é possível, pois, dependendo do
local, pode-se aumentar ou diminuir o volume do reservatório de detenção e mudar
conseqüentemente a vazão de saída.
Lakatos após estudos no estado de New Jersey nos Estados Unidos, concluiu que a
localização de piscinão mais adequada é no meio da bacia e não na região mais baixa.
Na Figura (1.7) se pode ver um reservatório de detenção de grande volume de
armazenamento em construção (1999) em Adelaide no sul da Austrália.
1-19 1-20
Cálculos hidrológicos hidráulicos
21 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
22 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
Figura 1.10-Esquema típico dos tubos de aço ou alumínio, enterrados para ser usado como reservatório de
detenção.
Figura 1.9-Reservatório de detenção para águas de chuvas, feito em chapas de aço ou alumínio em tubo
corrugado com 12 metros de comprimento, fabricado pela firma Contech nos Estados Unidos
(http://www.contech-cpi.com/)
Figura 1.11- Reservatório de detenção ao lado de uma estrada de rodagem em Woodinville, Washington,
com 30 m de comprimento, 9 m de profundidade e 9 m de largura. O solo foi congelado 1,20 m e depois
foi feita a escavação e as formas de concreto no seco (http://www.oz.net/~rkk/1405.html).
1-21 1-22
Cálculos hidrológicos hidráulicos
23 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
24 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
Figura 1.12-Reservatório de detenção para controle de inundação em uma fazenda em Iowa, USA.
Fonte: Marsh, William M. 1998
1-23 1-24
Cálculos hidrológicos hidráulicos
25 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
26 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
Nos Estados Unidos no estado de New Jersey existem normas A vazão da saída do reservatório de detenção não pode
para os reservatórios de detenção secos e molhados, isto é, aqueles que são destinados a exceder o pico da vazão antes do desenvolvimento para os períodos de retornos de 2anos,
melhoria da qualidade da água. 10anos e 100anos.
As normas do estado de New Jersey para a chuva excedente Todos os cálculos deverão ser feitos usando o TR-55 do SCS
refere-se a antes do desenvolvimento urbano e depois do desenvolvimento urbano e a redução já mencionado.
do pico do runoff dependerá do período de retorno, conforme a Tabela (1.2) por nós O interessante é que o código estabelece os números da curva
elaborada: de runnof CN antes do desenvolvimento, conforme a seguinte Tabela (1.3).
Tabela 1.2- Redução de pico de acordo com o período de retorno Tabela 1.3- Número máximo da curva de runoff CN para antes do desenvolvimento
Período de retorno O pico após o desenvolvimento deve ser % do pico antes do
(anos) desenvolvimento Grupo hidrológico de solo A B C D
2 50%
10 75%
100 80%
Fonte: adaptado de Stormwater Control Ordinance for lands within ghe Great Swamp Watershed
Overlay Zone, New Jersey, USA, 2000 página 10. Numero da curva de runoff 55 68 77 80
CN
As normas do estado de New Jersey aconselham também para
o cálculo da chuva excedente (runoff), o uso do método do número da curva CN do U.S. Soil Fonte: código 1001. Wisconsin
Conservation Service.
Recomenda-se que os estudos hidrológicos e hidráulicos O código prevê ainda que todo reservatório de detenção deverá possuir um vertedor de
prevejam as tormentas de projetos para períodos de retorno de 2anos, 10 anos e 100 anos. emergência, calculado para chuva de 24h e período de retorno de 100anos.
Recomenda a aplicação do TR-55 (Technical Release) do US A borda máxima deverá ter 0,30m de altura acima do vertedor de emergência
Soil Conservation Service. calculado para 100anos de período de retorno e chuva de 24h.
Recomenda-se também que todo reservatório com barragem
artificial, dique ou qualquer outra barreira maior que 1,50m de altura, deve ser tratado como
barragem, devendo ser previsto o vertedor de emergência na crista da mesma. 1.10 Flórida USA
Recomenda-se também que deve ser evitada a construção de
reservatórios de detenção em áreas inundáveis. Os americanos chamam de áreas inundáveis a) Existe regulamento para reservatório de detenção que diz que a chuva deve escoar-se no
aquelas baseadas no período de retorno de 100 anos. máximo em 72h (setenta e duas horas);
Recomenda-se ainda que para reservatórios que prevalece o b) O reservatório de detenção deve receber somente chuva;
problema da melhoria da qualidade das águas pluviais, 90% do volume do mesmo deve ser c) O reservatório deve ser o mais profundo possível e nunca raso (devido a criação de ervas
esvaziado no período 18h para áreas residenciais, 36h para áreas comerciais. Em nenhum caso daninhas pela facilidade da penetração solar);
o esvaziamento deve exceder 72h. d) As estruturas de entrada e saída devem se proteger da erosão;
A norma recomenda ainda que os reservatórios de e) Deve haver adequada vegetação ao lado do reservatório para evitar erosão;
detenção devem ser projetados de maneira a minimizar a propagação de insetos, f) O reservatório de detenção não deve ter depressões, pois quando o reservatório esvaziar
particularmente de pernilongos e de maneira harmoniosa e atrativa com o meio ambiente. ficará água e haverá problemas com mosquitos;
Os reservatórios de detenção não devem possuir mecanismo g) A manutenção do reservatório de detenção é importante;
de controle elétricos, mecânicos ou manuais. h) Os mosquitos devem ser controlados com larvicidas, sendo importante a inspeção ao local
do reservatório;
i) Os reservatórios de detenção para segurar água de chuva usualmente não produz
quantidade suficiente de mosquitos para causar problemas;
j) O reservatório de detenção deverá ficar seco quando não houver chuva.
1-25 1-26
Cálculos hidrológicos hidráulicos
27 para obras municipais Cálculos hidrológicos hidráulicos
28 para obras municipais
Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão) Capítulo 1 Conceito de reservatório de detenção (piscinão)
Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02 Engenheiro Plínio Tomaz pliniotomaz@.uol.com.br 05/05/02
1.11 Fórmula prática de New Jersey (Al Pagan), USA 1.15 New York Department of environmental conservation, USA
No estado de New Jersey nos Estados Unidos, Al Pagan sugeriu para um Vazão de base é a porção do escoamento de um rio que não é devido ao escoamento
dimensionamento rápido de um reservatório de detenção para período de retorno de 100anos, superficial das chuvas, e é suportado pela descarga das águas subterrâneas no canal.
o valor de 2in (5cm) sobre toda a área da bacia. Assim uma bacia com área com 2.200.000m2
o volume estimado do reservatório de detenção será: Extended detention: são reservatórios de detenção com a finalidade de melhorar a qualidade
2.200.000m2 x 0,05m =110.000m3 da água e o depósito por gravidade de sedimentos com no mínimo 24h de tempo de
Portanto o volume será de 110.000m3 para período de retorno de 100 anos. permanência.
First flush: 0,5 polegadas/acre (31,75mm/ha) da área da bacia é a água que contém mais
poluentes. Para o controle de qualidade da água de chuva, considera-se que no inicio de chuva
1.12 Cidade de Elbun, Illinois, USA são carreadas a maior parte dos poluentes, daí o termo first flush.
A cidade de Elburn no estado de Illinois nos Estados Unidos adota o período de Período de retorno: os estudos de pico de vazão devem ser feitos para antes e depois do
retorno de 2 anos e 100 anos, para chuvas de 24horas. O pico da descarga para período de desenvolvimento para 2 anos, 10 anos, 100anos com chuvas de 24h.
retorno de 2 anos deve ser menor que 0,04cfs/acre (2,8 L/s.ha) e para período de retorno de As chuvas de 2anos são destinadas a estudos da erosão devido ao runoff.
100anos, o pico da descarga deve ser menor que 0,10 cfs/acre (7 L/s.ha). As chuvas de 10anos são destinadas ao sistema de microdrenagem urbana e as galerias
Para a escolha da chuva é adotado as chuvas de Huff. Para o primeiro quartil são de travessias de estradas (culverts).
adotadas as chuvas menores que 12horas. Para o terceiro quartil são adotadas chuvas maior As chuvas de 100anos são destinadas a aliviar as inundações nas propriedades e nas
que 12horas e menor ou igual a 24horas. O quarto quartil de Huff é adotado para chuvas estradas de rodagem.
maiores que 24horas. Caso não se tenha as chuvas de Huff, pode ser adotado a distribuição de
chuva Tipo II do SCS (Soil Conservation Service).
O método racional, segundo critério de Elburn pode ser usado para o
dimensionamento de reservatório de detenção desde que a área da bacia seja menor que
10acres (4 ha).
O estado de Illinois nos Estados Unidos adota que pode ser adotado o método racional
para áreas de até 5 acres (2 ha), sendo que o coeficiente C não deve ser menor que 0,40 para
áreas permeáveis e C=0,95 para áreas impermeáveis.
Para reservatórios secos destinado a melhoria da qualidade da água deve ser destinado
uma reserva para sedimentação de no mínimo 500 cubic feet/acre (35,4m3/ha) de área
impermeável.
A profundidade mínima de um reservatório de detenção deve ser maior que 0,90m.
1-27 1-28
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
SUMÁRIO
Ordem Assunto
2.1 Introdução
2.1.1 Pluviógrafos
2.2 Valores médios das precipitações intensas de Guarulhos baseados nas relações entre as chuvas
2.3 Postos pluviométricos de Guarulhos
2.4 Método das relações de durações usando a distribuição de Gumbel
2.5 Relações das durações
2.6 Equação das chuvas intensas de Guarulhos usando o posto pluviométrico de Bonsucesso
2.7 Intensidade média de chuva na cidade de São Paulo no ponto
Capítulo 2 2.71 Conclusão a respeito das equações da chuva da cidade de São Paulo
2.8 Aplicação da equação das chuvas intensas na região
Chuvas intensas 2.9 Hietograma
2.10 Hietograma baseado na chuva de duração de 2horas de fevereiro de 1983
2.11 Distribuição das chuvas nos Estados Unidos: Tipo I, Tipo IA, Tipo II e Tipo III
Quando ficar confuso em problema matemático, não continue. Comece tudo novamente.
Prof. Cid Gueli, cursinho Anglo-Latino, São Paulo, 1961
2-29 2-30
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
2.1.1 Pluviógrafos
Apesar de haver um grande número de tipos de pluviógrafos, somente três têm sido
mais largamente empregados:
Pluviógrafo de caçambas basculantes: Esse aparelho consiste em uma caçamba
dividida em dois compartimentos, arranjados de tal maneira que, quando um deles se enche, a
caçamba bascula, esvazia-o e coloca o outro em posição. Quando este último é esvaziado, por
sua vez, a caçamba bascula em sentido contrário, voltando à posição primitiva, e assim por
diante. A caçamba é conectada eletricamente a um registrador, de modo que, quando cai 0,25
mm de chuva na boca do receptor, um dos compartimentos da caçamba se enche, e cada
Figura 2.1- Pluviômetro tipo paulista oscilação corresponde ao registro de 0,25 mm de chuva.
Fonte: Departamento de Hidráulica da EPUSP
Pluviógrafo de peso: neste instrumento o receptor repousa sobre uma escala de
pesagem que aciona a pena e esta traça um gráfico de precipitação sob a forma de um diagrama
de massas (altura de precipitação acumulada x tempo). Acredita-se que este método de medir
tanto a intensidade quanto a precipitação total de resultados são mais exatos do que os obtidos
com os pluviógrafos de caçambas basculantes.
2-31 2-32
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Pluviógrafo de flutuador: este aparelho é muito semelhante ao pluviógrafo de peso. E3-002 posto Bonsucesso
Nele a pena é acionada por um flutuador situado na superfície da água contida no receptor. O bacia do rio Baquirivu Guaçu
registro deste pluviógrafo também se apresenta sob a forma de um diagrama de massas. (Wisler, altitude 700 metros
latitude 23 º 25’
1964) longitude 46 º 24’
dados de 1940 até 1997.
Os pluviógrafos (Figura 2.2), cujos registros permitem o estudo da relação intensidade- Em funcionamento
duração-freqüência são importante para os projetos de galerias pluviais e de enchentes em
pequenas bacias hidrográficas. Esses pluviógrafos possuem uma superfície receptora de 200 E3-001 posto Guarulhos-Prefeitura
cm2.O modelo mais usado no Brasil é o de sifão. Existe um sifão conectado ao recipiente que bacia do Tietê (Superior)
altitude 730 metros
verte toda a água armazenada quando o volume retido equivale à 10cm de chuva. latitude 23º 26’
O pluviógrafo determina a variação temporal da água precipitada, a intensidade de longitude 46º 32’
chuva, registrada ao longo do dia, semana ou mês. A precipitação é coletada por um cilindro dados de 1936 a 1969
padrão e um sensor que transforma a altura precipitada em sinal mecânico ou eletrônico. Os Desativado
pluviógrafos mecânicos convencionais tem precisão de 0,1mm, enquanto que os digitais
podem ter precisão da ordem de milésimos de mm (Righetto, 1997). E3-152 posto Cumbica (FAB)
A altura pluviométrica ( P ou H ) é a espessura média da lâmina de água precipitada bacia Baquirivu Guaçu
que recobre a região atingida pela precipitação, admitindo-se que essa água não se infiltre, altitude 780 metros
não se evapore, nem se escoe para fora dos limites da região. A unidade de medição habitual é latitude 23º 26’
o milímetro de chuva, definido como a quantidade de precipitação correspondente ao volume longitude 46º 28’
de 1 litro/m2 de superfície (Tucci et al, 1993). dados de 1951 a 1971
Duração ( t ou D ) da chuva é o período de tempo durante o qual a chuva cai. As Desativado
unidades normalmente utilizadas são o minuto ou a hora (Tucci et al, 1993).
Intensidade ( I ou i ) é a precipitação por unidade de tempo, obtida como a relação I = E3-083 posto Cabuçu
P / t, expressa-se normalmente em mm/minuto ou mm/hora. A intensidade de uma bacia Tietê (Superior)
precipitação apresenta variabilidade temporal, mas para análise dos processos hidrológicos, altitude 760 metros
geralmente são definidos intervalos de tempo nos quais é considerada constante (Tucci et al, latitude 23º 23’
1993). longitude 46º 32’
Na análise de alturas pluviométricas ou intensidades máximas, o período de retorno dados de 1940 a 1975
“T” é interpretado como o número médio de anos durante o qual espera-se que a precipitação Desativado
analisada seja igualada ou superada.
Em Guarulhos existe ainda a Estação Agroclimatológica da Universidade de
2.2 Valores médios das precipitações intensas de Guarulhos baseados nas relações entre Guarulhos (UNG) n.º 83.075 funcionando desde 1988 sob a chefia da professora dra. Maria
as chuvas Judite Garcia, chefe do Departamento de Geociências.
Aplicando os conceitos de hidrologia, vamos elaborar tabelas dos valores médios das
precipitações intensas de Guarulhos considerando o Posto pluviométrico do Bonsucesso
localizado na bacia do rio Baquirivu Guaçu, com informações pluviométricas desde o ano de
1940 até 1997 (58 anos).
2-33 2-34
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
2-35 2-36
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Precipitação máxima Probabilidade Período de Na distribuição de Gumbel, conforme Righeto, 1998 página 219 temos:
Ordem diária anual em ordem acumulada retorno
“m” decrescente p= m/(n+1) T=1/p P( 1 dia; T) -
(mm) anos
--------------------- = - ln ( ln ( 1 / F (P(dia; T))))
n=58
33 68,4 0,559 1,788
34 67,9 0,576 1,735
35 67,2 0,593 1,686 sendo:
36 66,5 0,610 1,639 F ( P(dia ;T)) = 1 – (1 / T )
37 64 0,627 1,595
38 60,6 0,644 1,553 T= período de retorno e
39 60,41 0,661 1,513 ln= logaritmo neperiano.
40 59,8 0,678 1,475 Como exemplo, para período de retorno T= 25 anos
41 59,5 0,695 1,439
42 59,2 0,712 1,405 F (P( 1dia ; 25)) = 1 – (1 / 25) = 1-0,04 =0,96
43 59,2 0,729 1,372
44 57,9 0,746 1,341 P( 1 dia; 25) -
45 57,6 0,763 1,311 --------------------- = - ln ( ln ( 1 / 0,96)) =3,1985
46 57,2 0,780 1,283
47 57,1 0,797 1,255
48 56,5 0,814 1,229 P( 1 dia; 25) – 64,69
49 54,6 0,831 1,204 ------------------------------ = 3,1985
50 53,7 0,847 1,180
18
51 52,5 0,864 1,157
52 51,5 0,881 1,135
P( 1 dia; 25) – 64,69 = 3,1985 . 18 = 57,57
53 47 0,898 1,113
54 45,5 0,915 1,093
55 44,4 0,932 1,073
P( 1 dia; 25) – 64,69 = 57,57 + 64,69 =122,26mm
56 43,4 0,949 1,054
57 43 0,966 1,035 Para isto façamos a Tabela 2.3 onde acharemos os valores de P (dia; T) para um período
58 39,9 0,983 1,017 de retorno de 2, 5 , 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos.
2-37 2-38
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Daí o termo chuva diária ou seja a chuva de 1(um) dia, não importando a duração real Na Tabela (2.4) usamos o coeficiente 1,14 para passarmos da chuva de 1 dia para a
da chuva. Por isto que se chama chuva de 1 (um) dia, pois o termo 24 horas significa uma chuva de 24h. Ainda na mesma Tabela (2.4), para passarmos da chuva de 24h para a chuva de
chuva cuja duração é de 24 horas. 1h ou seja de 60min, multiplicamos por 0,573. Como para T=25 já foi calculado o valor de
Para se obter a chuva de 24 horas é necessário multiplicar a chuva de 1 (um) dia por 122,26mm, isto é, a precipitação máxima de 1 dia para aquele período de retorno, teremos
1,14 ou por 1,10 segundo Taborda (1974) ou 1,13 segundo USWB ou 0,961 segundo Magni então:
(1984). h= 1,14 . 0,573 . 122,26 = 0,65 . 122,26 = 79,87mm
Existem relações de qualquer chuva com a chuva de 1 (um) dia, e este será o enfoque Portanto, a precipitação máxima em Guarulhos de chuva de 1h com período de retorno
deste trabalho. de 25anos é de 79,87mm.
2-39 2-40
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
= 75,08 23,29mm
sendo:
Na distribuição de Gumbel o valor é
F( P(dia ;T) = 1 – (1/ T);
= 6 0,5 x (desvio padrão das precipitações) 0,5/ ln: logaritmo neperiano;
T= período de retorno.
Sendo o desvio padrão 23,09mm então o valor de =18.
Para isto façamos as Tabela 2.6 onde acharemos os valores de P (dia; T) para um
= (média das precipitações – 0,577 x ) período de retorno de 2, 5 , 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos.
Pode-se observar que o valor de depende da média das precipitações que pode assumir os Tabela 2.6-Com os valores máximos, médios e mínimos de temos as alturas
seguintes valores: máximo, mínimo e médio. pluviométricas de 1 dia do posto Bonsucesso de Guarulhos
Alturas pluviométricas em mm de Guarulhos da chuva de
Valores de 1 dia
= 75,08 23,29 mm Período de Retorno em anos
2 5 10 15 20 25 50 100
87,98 (máximo) 94,6 115,0 128,5 136,1 141,5 145,6 158,2 170,8
= 75,08 + 23,29 mm = 98,37mm (valor máximo)
64,69(médio) 81,7 102,1 115,6 123,2 128,6 132,7 145,3 157,9
= 75,08 - 23,29 mm=51,79mm(valor mínimo)
41,40(mínimo) 48,0 68,4 81,9 89,5 94,9 99,0 111,6 124,2
= 75,08 + 0 =mm(valor médio)
Sendo o desvio padrão 23,09mm então o valor de =18. Variação entre valor máximo
e valor médio 0,16 0,13 0,11 0,10 0,10 0,10 0,09 0,08
Variação entre valor mínimo
= (média das precipitações – 0,577 x ) e valor médio 0,41 0,33 0,29 0,27 0,26 0,25 0,23 0,21
= (média das precipitações – 0,577 x 18)
= (média das precipitações – 10,386)
Como o valor da média varia de um máximo, um mínimo e um médio, o valor também 2.6 Equação das chuvas intensas de Guarulhos usando o posto pluviométrico de
varia: Bonsucesso
Considerando o valor máximo da precipitação teremos: Vários autores do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo e
Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo, apresentaram no XIII Simpósio
= (média das precipitações – 10,386) Brasileiro de Recursos Hídricos de 1999, excelente trabalho sobre “Precipitação de
= (98,37 – 10,386)=87,98 projeto para o município de São Paulo e região”.
Considerando o valor mínimo da precipitação teremos: Entre estes está o prof. dr. Nelson Luiz Goi Magni, autor da mais atualizada
equação das chuvas intensas da cidade de São Paulo.
= (média das precipitações – 10,386) Os autores baseados nos 103 postos pluviométricos existentes na região metropolitana
= (51,79 – 10,386)=41,40 de São Paulo acharam uma sistemática que pode ser aplicada a toda a região.
Foi considerado a média da chuva de 1 dia de Guarulhos no posto Bonsucesso de
Considerando o valor médio da precipitação teremos: 75,08mm e coeficiente de variação de Guarulhos cv=0,31, obtido pela relação entre a média e
o desvio padrão de 23,29mm.
= (média das precipitações – 10,386) É importante ressaltar que os autores, confirmaram a tendência do coeficiente de
= (75,08 – 10,386)=64,69 variação ser constante para cada posto existente na Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP). Valor semelhante pode também ser obtido usando as isolinhas dos coeficientes de
Na distribuição de Gumbel temos: variação da RMSP para chuva de 1 dia.
O valor médio das chuvas máximas de 1 dia pode ser obtido pela isoieta fornecido
P( 1 dia; T) - também pelos autores. No caso usamos o valor médio das chuvas de 1 dia calculado do posto
--------------------- = - ln ln ( ln ( 1 / F (P(dia; T))) Bonsucesso em Guarulhos que é de 75,08mm.
2-41 2-42
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Baseado nas informações e pesquisas feitas no trabalho citado, e considerando os Duração Altura pluviométrica média de Guarulhos
estudos que fizemos sobre o posto pluviométrico de Guarulhos localizado em Bonsucesso, da chuva (mm)
achamos a seguinte equação das chuvas intensas de Guarulhos. Período de retorno
(anos)
2 5 10 15 20 25 50 100
h=39,79. ( t - 0,10 ) 0,242 . { 1- 0,31. [ln (ln (T/(T-1)))+0,50764]} (Equação 2.1)
10 min 19,76 27,02 31,82 34,54 36,43 37,90 42,40 46,87
15 min 24,04 32,88 38,72 42,02 44,33 46,11 51,60 57,04
sendo 20 min 26,75 36,59 43,09 46,77 49,34 51,32 57,42 63,47
h = altura pluviométrica (mm); 25 min 28,81 39,39 46,40 50,35 53,12 55,25 61,82 68,34
t= tempo de duração da chuva (h); 30 min 30,48 41,68 49,10 53,28 56,21 58,47 65,42 72,32
ln= logaritmo neperiano 1h 37,09 50,72 59,74 64,83 68,40 71,14 79,60 88,00
T= período de retorno (anos) 2h 44,44 60,77 71,59 77,69 81,96 85,25 95,38 105,44
6h 49,23 67,32 79,30 86,06 90,79 94,43 105,66 116,80
8h 62,74 85,80 101,06 109,67 115,70 120,35 134,66 148,86
Exemplo 2.1 10 h 66,27 90,61 106,74 115,83 122,20 127,10 142,21 157,21
Achar a altura pluviométrica em milímetros para chuva de duração de 2horas 12 h 69,28 94,74 111,60 121,10 127,76 132,89 148,69 164,37
com período de retorno de 25anos. Usando a equação temos: 18 h 76,48 104,58 123,18 133,68 141,03 146,69 164,13 181,44
24 h 82,02 112,16 132,11 143,37 151,25 157,32 176,02 194,59
h=39,79. ( t - 0,10 ) 0,242 . { 1- 0,31. [ln (ln (T/(T-1)))+0,50764]}
h= 85,25mm Tabela 2.8- Erros médios em porcentagem comparando a fórmula de Guarulhos com a de Magni de
1999 da cidade de São Paulo
Erros médios da fórmula de Guarulhos
Duração da chuva Duração da chuva em comparando com a da cidade de São Paulo feita
A equação está calculada na Tabela 2.7 para chuvas de 10minutos a 24horas. Observar por Magni,1999
na Tabela 2.8 que fizemos uma comparação com a fórmula de Martinez e Magni elaborada (h)
em 1999, com dados do posto pluviométrico e pluviográfico do IAG no período de 1931 a 10 min 0,17 24,5
1994. 15 min 0,25 16,2
Observar que as maiores diferenças são para chuvas de pouca duração e de grande 20 min 0,33 9,5
duração que apresentam erros de até 24,5% enquanto para durações intermediarias os erros 25 min 0,42 4,9
são pequenos, isto é, da ordem de 5% aproximadamente. 30 min. 0,5 1,8
Estas diferenças encontradas mostra a necessidade de mais estudos na região 1h 1 -5,1
metropolitana de São Paulo para melhor definição das equações regionais, como é o caso de 2h 2 -5,5
Guarulhos. 6h 6 2,5
8h 8 5,8
10 h 10 8,7
12 h 12 11,2
18 h 18 17,2
24 h 24 21,8
2-43 2-44
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
O posto do parque do Estado (E3- 035) IAG está localizado na cota 780m e nas
coordenadas 23º 39’S e 46º 38’ W, sendo que todos os trabalhos abaixo citados foram feitos Exemplo 2.2
com dados do mesmo.
Dado o período de retorno T= 20 anos e o tempo de concentração de 18 minutos, achar
Pela ordem cronológica temos as seguintes chuvas para a cidade de São Paulo. a intensidade da chuva.
Occhipinti e Santos –1965 no período de 1926 a 1964 (37 anos) e usando o postos do IAG no 4855,3 . Tr0,181 4855,3 . 200,181
parque do Estado (E3-035) obteve as seguintes fórmulas: I =-------------------- =- ------------------- = 371,72 l/s . ha
( t + 15)0,89 ( 18+15)0,89
Para t= 60 min:
teremos a intensidade de chuva de 371,72 l/s.ha.
27,96 . Tr0,112
I = ------------------------ (mm/min) (Equação 2.2) -Mero e Magni em 1979 com dados de 1931 a 1979 (49 anos) usando o mesmo Posto
( t + 15) 0,86 T –0,0144 Pluviométrico, obteve para a cidade de São Paulo a seguinte fórmula:
Para 60 < t = 1440 min I = 37,05 ( t + 20) –0,914 + ( t+20) –0,914 . [ -5,966 –10,88 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 2.7)
para 10min t 60min
20,21 . Tr0,15
I =------------------------ (mm/min) (Equação 2.3) I = 19,24 t –0,821 + t –0,821 . [-3,098 –5,65 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 2.8)
t 0,82
para 60min t 1440min (24h)
Paulo Sampaio Wilken em 1972 obteve para a região Metropolitana de São Paulo por sendo:
análise de regressão com dados de 1934 a 1959 (26 anos)do pluviógrafo instalado no Parque
do Estado na Água Funda E3-035, obtendo a seguinte equação das chuvas: I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
4855,3 . Tr0,181 ln = logaritmo neperiano
I =------------------------ ( l/s.ha) (Equação 2.4) T= período de retorno (anos).
( t + 15)0,89
Nelson Luiz Goi Magni e Felix Mero em 1986 no Boletim nº 4 denominado “Precipitações
sendo: intensas do Estado de São Paulo”, página 69 e em 1984 na dissertação de Mestrado na Escola
I= intensidade média da chuva ( l /s. ha ); Politécnica da Universidade de São Paulo do dr. Nelson Luiz Goi Magni usando dados de
Tr = período de retorno (anos); 1931 a 1979 do Posto IAG/USP na cidade de São Paulo, obtiveram as seguintes equações das
t=duração da chuva (min). chuvas intensas no ponto:
ou pode se apresentar em outras unidades:
I = ( t + 20) –0,914 . [ 31,08 –10,88 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 2.9)
29,13 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/min) (Equação 2.5) para 10 t 60
( t + 15)0,89
–0,821
I= t . [ 16,14 –5,65 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 2.10)
0,181
1747,9 . Tr para 60 t 1440 (24h)
I =------------------------ (mm/h) (Equação 2.6)
( t + 15)0,89 sendo:
2-45 2-46
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
ln = logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos). Tabela 2.10 – São Paulo: Previsão de máximas intensidade de chuvas em mm/hora
Martinez e Magni em 1999 com dados de 1933 a 1997 (65anos) relativos ao Posto IAG-E3- Duração da Período de retorno
035) obteve para a cidade de São Paulo a seguinte equação: chuva (anos)
2 5,00 10 15 20 25 50 100 200
10 min 97,3 126,9 146,4 157,4 165,2 171,1 189,4 207,6 225,8
–0,9228 –0,8764 15 min 84,4 110,2 127,3 136,9 143,7 148,9 164,9 180,8 196,6
I = 39,3015 ( t + 20) +10,1767 (t+20) . [ -0,4653 –0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))] (Equação 2.11)
20 min 74,6 97,5 112,7 121,3 127,3 131,9 146,2 160,3 174,4
para chuva entre 10min e 1440min 25 min 66,9 87,6 101,3 109,0 114,4 118,6 131,4 144,2 156,9
I= intensidade da chuva (mm/min); 30 min. 60,7 79,5 92,0 99,1 104,0 107,8 119,5 131,2 142,8
t= tempo (min); 1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
ln = logaritmo neperiano 2h 23,4 31,1 36,1 39,0 41,0 42,5 47,3 52,0 56,7
T= período de retorno (anos). 6h 9,3 12,5 14,6 15,8 16,6 17,3 19,2 21,2 23,2
As Tabelas (2.9) e (2.10) referem-se a fórmula de Martinez e Magni de 1999. A primeira 8h 7,2 9,7 11,4 12,3 13,0 13,5 15,0 16,6 18,1
10 h 5,9 8,0 9,4 10,1 10,7 11,1 12,4 13,7 14,9
tabela se refere a previsão de alturas máximas em milímetros e a segunda, da máxima
12 h 5,0 6,8 8,0 8,6 9,1 9,5 10,6 11,7 12,8
intensidade de chuva em (mm/h).
18h 3,5 4,7 5,6 6,0 6,4 6,6 7,4 8,2 8,9
Por exemplo, para sabermos a precipitação total de uma chuva de 2h para período de
24h 2,7 3,7 4,3 4,7 4,9 5,1 5,7 6,3 6,9
retorno de 25anos, vemos na Tabela (2.9) que o valor é 85,1mm. Para saber a intensidade da
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999
chuva para a mesma chuva na Tabela (2.10) achamos 42,5mm/h.
Dica: a Equação (2.11) de Martinez e Magni de 1999 é a mais nova a ser usada na Região
Metropolitana de São Paulo.
2-47 2-48
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Este fato, corroborado pela extensão da série histórica de dados de chuvas disponíveis, Exemplo 2.5 de aplicação para o Alto Tietê /SP
com 65 anos, evidencia que, neste caso, não houve alteração no regime das precipitações
intensas ao longo do período de observação. Área da bacia = A=3.230 km2
2
Ao = 25 km
K=0,789
2.8 Aplicação da equação das chuvas intensas na região
Exemplo 2.6 para o córrego Pirajussara/SP
A equação de Martinez e Magni de 1999 que é a última fórmula desenvolvida na
cidade de São Paulo, vale para um ponto, ou seja, uma área menor que 25 km2. É Área da bacia = A=72 km2
sempre assumida a hipótese que a chuva é uniformemente distribuída para uma área 2
Ao =25 km
menor que 25km2 (10mi2) conforme Chin, 2000 que apresenta a fórmula de Leclerc e K=0,95
Schaake, 1972.
Uma chuva local de 24h com 180mm e período de retorno de 10anos. Deseja-se a média 2.9 Hietograma
de chuva em uma área de 100km2.
O livro Precipitações Intensas no Estado de São Paulo dos doutores Nelson Luiz Goi
Solução Magni e Felix Mero de 1986, trás hietogramas das chuvas máximas, médias e mínimas de
Sendo t=24h, A=100km2 = 40 mi2. Substituindo na Equação (2.11): várias cidades do Estado de São Paulo, inclusive a cidade de São Paulo.
A Tabela (2.12) trás o hietograma da chuva máxima de São Paulo. Tomaremos
K= 1 – exp ( -1,1 . 24 ¼ ) exp ( - 1,1 . 24 ¼ - 0,01.40) = 0,97 somente as relações das alturas pluviométricas e do tempo em porcentagem relativos as
chuvas máximas. Observar que os hietogramas das chuvas máximas varia para a duração da
Portanto, a precipitação média sobre a área de 100km2 será 0,97 . 180mm = chuva, sendo as mesmas classificadas em três intervalos principais como abaixo de 1 hora,
175mm. entre 1 hora e 6 horas e acima de 6 horas. As Figuras (2.3), (2.4) e (2.5) trazem os
hietogramas da chuva de São Paulo para os três intervalos de duração de chuva mencionados.
O Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) adota para
área maior que 25 km2, a equação de Paulhus (Linsley et al.,1975):
Tabela 2.11-Hietograma da chuva máxima da cidade de São Paulo
Párea = Pponto . k (Equação 2.13) Tempo/tempo total Hietograma da chuva máxima da cidade de São Paulo
(%)
onde: Chuva máxima Chuva máxima Chuva máxima
Párea = precipitação na área 10 min < t < 1h 1h < t < 6h 6 h < t < 24h
Pponto = precipitação no ponto 0 0 0 0
10 53 65 42
20 86 82 59
K = 1,0 – [ 0,1 . log (A / Ao ) ] (Equação 2.14)
30 86 92 69
40 92 94 78
Exemplo 2.4 de aplicação do ribeirão dos Meninos/SP:
50 95 95 84
60 96 96 91
Área da bacia =A = 98,65 km² 70 97 97 95
Ao = 25 km2 80 98 98 97
K = 0,94 90 99 99 98
100 100 100 100
2-49 2-50
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Fonte: Magni,1986 Precipitações Intensas no Estado de São Paulo/CTH com dados de 1931 a 1979 do posto do IAG/USP
Figura 2.3 Hietograma da chuva de São Paulo no intervalo de 10 minutos até 1 hora. H ie to g r a m a d e S ã o P a u lo 1 h < t <
6h
120
H ie to g r a m a d a C h u v a d e S ã o
P a u lo 1 0 m in < t < 1 h 100
80
120 60
ht / h (%)
100 40
8 0
20
0
6 0
0 50 100 150
ht/h (%)
4 0
te m p o / te m p o to ta l (% )
2 0
0
0 5 0 10 0 1 5 0
te m p o / te m p o to ta l (% )
Usando a Tabela (2.11) com dados fornecido por Magni, 1986 e usando interpolação
linear construímos as Tabelas (2.12) a (2.15) para chuvas de duração de 3h, 6h, 8h e 24h.
ht/h (%)
4 0
4,0 0,038
2 0 4,5 0,044
0 5,0 0,036
0 5 0 1 0 0 1 5 0 5,5 0,025
te m p o / te m p o to ta l (% ) 6,0 0,015
6,5 0,011
7,0 0,006
7,5 0,010
8,0 0,015
Figura 2.5-Hietograma da cidade de São Paulo para chuvas entre 6 horas e 24 horas Soma= 1,000
Figura 2.4 Hietograma da cidade de São Paulo para chuvas entre 1 hora e 6 horas Tabela 2.13- Fração da chuva de 24h segundo Magni,1986 com intervalos de 1,0h em 24
intervalos
2-51 2-52
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Tempo Fração da chuva de 24h conforme Tabela 2.14- Fração da chuva de 6h segundo Magni, 1986 com intervalos de 0,17h em 36
(h) hietograma de Magni, 1986 partes
1 0,180 Tempo Fração da chuva de 6horas conforme
1 0,180 (h) hietograma de Magni, 1986
1 0,180
2 0,175 0,17 0,181
0,33 0,181
3 0,113
0,50 0,181
4 0,071
0,67 0,127
5 0,065
0,83 0,047
6 0,042 1,00 0,047
7 0,042 1,17 0,047
8 0,038 1,33 0,032
9 0,038 1,50 0,028
10 0,033 1,67 0,028
11 0,025 1,83 0,023
12 0,025 2,00 0,006
13 0,029 2,17 0,006
14 0,029 2,33 0,006
15 0,022 2,50 0,004
2,67 0,003
16 0,017
2,83 0,003
17 0,015
3,00 0,003
18 0,008
3,17 0,003
19 0,008 3,33 0,003
20 0,005 3,50 0,003
21 0,004 3,67 0,003
22 0,006 3,83 0,039
23 0,008 4,00 0,000
24 0,01 4,17 0,000
Soma= 1,000 4,33 0,000
4,50 0,000
4,67 0,000
4,83 0,000
5,00 0,000
5,17 0,000
5,33 0,000
5,50 0,000
5,67 0,000
5,83 0,000
6,00 0,000
Soma= 1,000
2-53 2-54
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
2-55 2-56
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
A bacia do Alto Tietê entre barragem Edgard de Souza e Barragem da Penha (3.230km2),
foi considerado pelo DAEE a distribuição percentual média da chuva de 24 horas, observada
entre 01/02/1983 (7h) e 02/02/1983 (7h), sendo a maior tormenta verificada na bacia dentro
do intervalo de dados existentes e que se assemelha bastante à distribuição com 50% de
probabilidade, no 1º quartil de duração, proposta por Huff em 1978, conforme Tabela (2.17) e
Figura (2.6).
Para consulta de Huff ver página 51 do livro Drenagem Urbana,1995 da ABRH e página
21 do livro Urban Stormwater Hydrology de Akan, 1993.
Dica: na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em áreas de até 100km2 deve-se
usar chuva de 2h com distribuição de Huff (1º Quartil, 50% de probabilidade).
2-57 2-58
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
2-59 2-60
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Tabela 2.19- Hietograma de chuvas de 2h para diversos períodos de retorno usando Tabela 2.20- Hietograma de chuvas de 2h para diversos períodos de retorno usando
adimensional da chuva de Huff , 1º quartil com 50% de probabilidade para intervalo de adimensional da chuva de Huff , 1º quartil com 50% de probabilidade para intervalo de
5min 10min
Equação das chuvas de Martinez e Magni, 1999 para a cidade Equação das chuvas de Martinez e Magni,1999
de São Paulo
Ordem De Para HUFF
De Para HUFF Tempo tempo Tempo 1. Q 46,8mm 72,2mm 85,1mm 94,6mm 104mm
Ordem tempo tempo 1. Q 46,8 72,2 85,1 94,6 104 TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100
Tempo TR=2 TR=10 TR=25 TR=50 TR=100 anos anos anos anos anos
anos anos anos anos anos (min) (min) (%) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
(min) (min) (%) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) 1 0,00 10,00 0,132 6,178 9,5304 11,2332 12,4872 13,728
1 0,00 5,00 0,060 2,808 4,332 5,106 5,676 6,24 2 10,0 20,0 0,274 12,823 19,7828 23,3174 25,9204 28,496
2 5,0 10,0 0,072 3,370 5,1984 6,1272 6,8112 7,488 3 20,0 30,0 0,208 9,734 15,0176 17,7008 19,6768 21,632
3 10,0 15,0 0,122 5,710 8,8084 10,3822 11,5412 12,688 4 30,0 40,0 0,116 5,429 8,3752 9,8716 10,9736 12,064
4 15,0 20,0 0,152 7,114 10,9744 12,9352 14,3792 15,808 5 40,0 50,0 0,071 3,323 5,1262 6,0421 6,7166 7,384
5 20,0 25,0 0,104 4,867 7,5088 8,8504 9,8384 10,816 6 50,0 60,0 0,053 2,480 3,8266 4,5103 5,0138 5,512
6 25,0 30,0 0,104 4,867 7,5088 8,8504 9,8384 10,816 7 60,0 70,0 0,046 2,153 3,3212 3,9146 4,3516 4,784
7 30,0 35,0 0,065 3,042 4,693 5,5315 6,149 6,76 8 70,0 80,0 0,028 1,310 2,0216 2,3828 2,6488 2,912
8 35,0 40,0 0,051 2,387 3,6822 4,3401 4,8246 5,304 9 80,0 90,0 0,024 1,123 1,7328 2,0424 2,2704 2,496
9 40,0 45,0 0,043 2,012 3,1046 3,6593 4,0678 4,472 10 90,0 100,0 0,024 1,123 1,7328 2,0424 2,2704 2,496
10 45,0 50,0 0,028 1,310 2,0216 2,3828 2,6488 2,912 11 100,0 110,0 0,016 0,749 1,1552 1,3616 1,5136 1,664
11 50,0 55,0 0,028 1,310 2,0216 2,3828 2,6488 2,912 12 110,0 120,0 0,008 0,374 0,5776 0,6808 0,7568 0,832
12 55,0 60,0 0,025 1,170 1,805 2,1275 2,365 2,6 soma= 1,000 46,800 72,200 85,100 94,600 104,000
13 60,0 65,0 0,024 1,123 1,7328 2,0424 2,2704 2,496
14 65,0 70,0 0,022 1,030 1,5884 1,8722 2,0812 2,288
15 70,0 75,0 0,016 0,749 1,1552 1,3616 1,5136 1,664
16 75,0 80,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248
17 80,0 85,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248 2.11 Distribuição das chuvas nos Estados Unidos: Tipo I, Tipo IA, Tipo II e Tipo III
18 85,0 90,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248
19 90,0 95,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248 Estudos elaborados pelo U. S. Soil Conservation Service (SCS) nos Estados Unidos
20 95,0 100,0 0,012 0,562 0,8664 1,0212 1,1352 1,248 concluíram numa distribuição aproximada de quatro chuvas básicas que são: Tipo I, Tipo IA,
21 100,0 105,0 0,008 0,374 0,5776 0,6808 0,7568 0,832 Tipo II e Tipo III, cujas frações acumuladas estão na Tabela (2.21).
22 105,0 110,0 0,008 0,374 0,5776 0,6808 0,7568 0,832 Pr é a chuva total e P a chuva acumulada. Nas colunas estão as relações entre P e Pr.
23 110,0 115,0 0,004 0,187 0,2888 0,3404 0,3784 0,416 Porto, 1995 afirmou que a chuva Tipo II é que mais se assemelha para o Estado de São
24 115,0 120,0 0,004 0,187 0,2888 0,3404 0,3784 0,416 Paulo.
Soma= 1,000 46,800 72,200 85,100 94,600 104,000
Tabela 2.21- Fração acumulada de chuva de 24h segundo SCS, 1986.
2-61 2-62
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 2 Chuvas Intensas Capítulo 2 Chuvas Intensas
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
2-63 2-64
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 3
Ordem Assunto
Engenharia = matemática + bom senso
Prof. Marmo, curso Anglo-Latino, 1961 3.1 Introdução
3.2 Risco e freqüência
3.3 Freqüência
3.4 Risco e incerteza segundo USACE
3.5 Seleção do melhor projeto
3-65 3-66
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 3– Período de retorno Mays, 2001 p. 628 mostra os períodos de retornos adotados pela The American
3.1 Introdução Association of State Highways and Transportation Officials (AASHTO), isto é, a Associação
Americana dos Transportes Oficiais das Estradas de Rodagens.
Período de retorno (T) é o período de tempo médio que um determinado evento
hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez. “É um parâmetro fundamental para Tabela 3.3 Períodos de retornos adotados pela The American Association of State
a avaliação e projeto de sistemas hídricos, como reservatórios, canais, vertedores, bueiros, Highways and Transportation Officials (AASHTO)
galerias de águas pluviais, etc” (Righeto, 1998). Classificação da estrada de rodagem Período de retorno
Na Tabela (3.1) estão algumas sugestões de períodos de retorno adotados no Brasil em (anos)
obras de micro-drenagem e macro-drenagem. Estrada arterial rural principal 50
Estrada arterial rural secundaria 25 a 50
Tabela 3.1- Períodos de retorno para diferentes ocupações da área Sistema coletor rural de macrodrenagem 25
Tipo de Obras Ocupação do solo Período de retorno Sistema coletor rural de microdrenagem 10
(anos) Estradas locais rurais 5 a 10
Micro-drenagem residencial 2 Artéria urbana principal 25 a 50
Micro-drenagem comercial 5 Artéria urbana secundaria 25
Micro-drenagem edifícios públicos 5 Sistema coletor de águas pluviais nas ruas 10
Micro-drenagem aeroportos 2-5 Sistema coletor local de águas pluviais nas ruas 5 a 10
Micro-drenagem comercial, artéria de trafego. 5 a 10 Fonte: Mays, 2001 página 628
Macro-drenagem áreas comerciais e residenciais 50-100 Nota: A lei federal americana interestadual recomenda que para proteção contra enchentes 2% de probabilidade
Macro-drenagem área de importância especifica 500 ou seja (50anos) para lugares em depressões e rebaixados.
Fonte: Porto, Rubem Escoamento Superficial Direto in Drenagem Urbana, 1995- ABRH.
Mays, 2001 p.316 recomenda também o uso da Tabela (3.4) para escolha de período
Chin, 2000 apresenta as freqüências comuns de inundações adotados: de retorno.
Tabela 3.2- Período de retorno usuais Tabela 3.4- Períodos de retornos recomendados de acordo com o tipo de estrutura
Tipo de obras Potencial danos de Freqüência de inundação Tipo de estrutura Período de retorno
inundação ( período de retorno em (anos)
anos) Bueiros em estradas com tráfego baixo 5 a 10
Coletor de águas pluviais em Impede o tráfego 2 a 5 anos Bueiros em estradas com tráfego médio 10 a 25
estradas Custos de atrasos nos veículos Bueiros em estradas com tráfego intenso 50 a 100
devido a inundação Ponte de estradas secundaria 10 a 50
Impede acesso de emergência Pontes em estradas principais 50 a 100
Coletor urbano nas ruas Custos de contorno devido a 10 a 25 anos Bueiros para drenagem de fazendas 5 a 50
inundação Bueiros para diques de fazendas 5 a 50
Custos de atrasos nos veículos Drenagem urbana para cidades pequenas 2 a 25
devido a inundação Drenagem urbana para cidades grandes 25 a 50
Controle rural de inundação Danos a estradas de rodagem 25 a 50 anos Aeroportos com tráfego baixo 5 a 10
Danos às plantações Aeroportos com tráfego médio 10 a 25
Controle urbano de inundação Danos às propriedades 100 anos Aeroportos com tráfego alto 50 a 100
Danos a infraestrutura Diques em fazendas 2 a 50
Fonte: Chin, 2000, Diques em voltas de cidades 50 a 200
Fonte: adaptado de Mays , 2001
3-67 3-68
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
c) Prejuízos finais Conforme Chin, 2000 na prática da engenharia se diz “inundação de 100anos” e então
há um entendimento errado de que a inundação vai ocorrer uma vez em 100 anos. A ASCE
Em reservatórios de detenção é normal ser escolhido vários períodos de retorno, tais (American Society Civil Engineer) recomenda que para divulgação pública deve ser evitado o
como: 25 anos (Pacaembu - São Paulo), 50 anos (Dallas - Estados Unidos) e 100 anos (Lewis uso do período de retorno e sim deve ser mencionada a probabilidade anual. Assim de dizer
County-Estados Unidos). que a obra foi projetada para “inundação de 100 anos”, deve-se dizer que a inundação tem
Linsley, Franzini et al. (1992) aconselha o uso de período de retorno de 100 anos, probabilidade de 1% de acontecer em cada ano.
conforme lei dos Estados Unidos (Flood Disaster and Protection Act of 1973) e exigências de O DAEE para os estudos da bacia do rio Aricanduva usou em 1999 períodos de
seguro para as inundações. retorno de : 2 anos, 10 anos, 25 anos, 50 anos e 100 anos. Para o córrego Pirajussara foi usado
O professor dr. Kokei Uehara, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, período de retorno de 10anos, 25 anos, 50 anos e 100 anos. Para o ribeirão dos Meninos,
recomenda o uso de período de retorno de 100 anos em piscinões e obras públicas afluente do rio Tamanduatei foi usado período de retorno de 2 anos, 10 anos, 25 anos, 50 anos
importantes. e 100 anos. Para o rio Tietê no trecho entre a barragem Edgard de Souza e a barragem da
O importante no período de retorno de 100 anos, são os benefícios intangíveis, isto é, Penha foi usado período de retorno de 100 anos.
os que não podem ser transformados em dinheiro. O horizonte do projeto em todos os rios e córregos do Alto Tietê foi de 20 anos.
Zahed e Marcellin,1995, analisando gráficos da variação da vazão de projeto com o Tudo isto está no direcionamento do Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto
período de retorno e gráficos do período de retorno com o gradiente da vazão, observaram Tietê (PDMAT) do DAEE.
também com muita propriedade, que nem sempre a escolha de um período de retorno maior,
ocasiona uma elevação no custo da obra, como se poderia supor. Dica: o horizonte de projeto deve ser de 20anos a 25anos.
Zahed e Marcellini em Drenagem Urbana (1995), afirmam que a escolha da tormenta
para os projetos de obras de drenagem urbana deve ser considerada de acordo com a natureza 3.2 Risco e freqüência
das obras a projetar. Deve-se levar em conta os riscos envolvidos quanto à segurança da
população e as perdas materiais. A probabilidade de ocorrência de um evento hidrológico de uma observação é o
Para o piscinão do Pacaembu foi adotado período de retorno de 25 anos, porém foi inverso do período de retorno (Mays, 2001 p. 317).
estudado também o período de retorno de 50 anos.
Antigamente se escolhia um período de retorno e se calculava uma obra de macro- P = 1/T
drenagem. Atualmente costuma-se verificar outros períodos de retorno.
Porto, 1995, salienta os critérios políticos, sociais e econômicos para a definição do Como exemplo, para período de retorno de 100 anos a probabilidade é P= 1/100 = 0,01
período de retorno. Os fatores sócio-econômico característicos das inundações são: número de A probabilidade de ocorrer em um ano, uma chuva de período de retorno de 100anos
perdas humanas (fatalidades e número de evacuações) e danos materiais. Nos países ricos é de 1% (0,01). A probabilidade de não ocorrer é 1- 0,01, ou seja, 0,99 (99%).
praticamente não há perdas de vida com as enchentes enquanto que nos países em Matematicamente teremos:
desenvolvimento, as fatalidades e evacuações são enormes. Em abril de 1991 em Bangladesh
morreram nas enchentes 140.000 pessoas (Kundzewicz e Kaczmarek,2000). P= 1 - 1/T
A China perdeu em 1996 cerca de 30 bilhões de dólares e em 1998 26,5 bilhões de
dólares com as enchentes. No rio Reno na Europa houve duas enchentes no intervalo de 13 Como cada evento hidrológico é considerado independente, a probabilidade de não
meses com chuva de período de retorno de 100 anos. ocorrer para “n” anos é:
A famosa enchente dos rios Mississipi e Missouri em 1993 nos Estados Unidos deu-se
em período de retorno de 100 anos a 500 anos, atingindo prejuízos de 16 bilhões de dólares. P = ( 1 - 1/ T ) n
Os prejuízos anuais médios das enchentes no mundo são da ordem de 16 bilhões de
dólares e nos Estados Unidos de 2 bilhões de dólares. O Brasil não possui dados. A probabilidade complementar de exceder uma vez em “n” anos será:
Para obras de macrodrenagem a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica e a
Prefeitura Municipal de São Paulo no estudo denominado Diretrizes básicas para projetos de P = 1 - ( 1 - 1/ T ) n
drenagem urbana no município de São Paulo, elaborado em 1998, adotou na página 188 o
período de retorno de 100anos, como o mais recomendado conforme “literatura mais Então o valor de P é considerado um risco hidrológico de falha, usando a letra R ao
recente disponível sobre o assunto”. invés da letra P.
3-69 3-70
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 3.5- Risco em função da vida útil e do período de retorno Sendo R=0,50 temos:
T Vida útil da obra (anos) Usando a Equação (3.2) temos:
(anos) 2 5 25 50 100
2 75% 97% 99,9% 99,9% 99,9%
T= 1/ [1- ( 1- 0,5) 1/n ] = 1/ [1- (1- 0,51/5 ] = 8 anos
5 36% 67% 99,9% 99,9% 99,9%
10 19% 41% 93% 99% 99,9%
25 25% 18% 64% 87% 98%
50 40% 10% 40% 64% 87%
100 2% 5% 22% 39% 63% Exemplo 3.5 de aplicação do risco:
500 0,4% 1% 5% 9% 18% Qual o risco que a canalização do rio Tamanduatei na capital de São Paulo, falhe uma
Fonte: Porto, Rubem, Escoamento Superficial Direto in Drenagem Urbana, 1995 ABRH. ou mais vezes considerando que o projeto foi efetuado para período de retorno de 500 anos e a
vida útil da obra é de 50 anos? (EPUSP)
Exemplo 3.1 de aplicação da Tabela (3.5) do risco em função da vida útil e do período de Sendo T=500 e n=50 substituindo na fórmula abaixo teremos:
retorno R= 1 – ( 1- 1/T) n = 1 – ( 1- 1/ 500) 50 = 0,095 ou seja 9,5%
Uma obra com duração de 50 anos e período de retorno de 100 anos. Qual o risco de a
mesma vir a falhar pelo uma vez, durante sua vida útil? Verificando-se a Tabela (3.2)
entrando com o período de retorno de 100 anos e vida útil da obra de 50 anos, há 63% de risco
da obra vir a falhar durante os 50 anos de vida útil.
3.3 Freqüência (F)
Define-se freqüência (F) como sendo o inverso do período de retorno, ou seja,
Exemplo 3.2 da aplicação de R = 1 - ( 1 - 1/ T ) n
F = 1/T (Equação 3.3)
Qual é o risco de ocorrer chuva superior à crítica, nos próximos 5 anos sendo que foi
considerado o período de retorno de 2 anos? 3.4 Risco e Incerteza segundo USACE
3-71 3-72
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno Capítulo 3 Período de retorno
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Incerteza: situações incertas são aquelas em que os resultados não podem ser previstos
por probabilidade de distribuição conhecida e os resultados são indeterminados.
1. Risco hidrológico: a descarga Q é associada com a probabilidade esperada p. Nos O risco dá uma idéia de situação adversa de eventos não esperados.
Estados Unidos é muito usada log-Person Tipo III, que foi padronizada pelo U.S. Water
Resources Council em 1981 (Mays, 2001 p. 321). Isto não foi devidamente justificado, A incerteza tem tido muitos significados. Na literatura a incerteza é usada muitas vezes
pois, pode-se usar para a distribuição de freqüências a distribuição log-normal, Gumbel quando não possuímos a probabilidade. Por outro lado, incerteza é usada para definir
(Valores extremos Tipo I), por exemplo. situações de que não temos certeza. A informação de incerteza que significa simplesmente a
falta de certeza, não é adequada. Quando não temos informações ou elas são imprecisas, isto é
2. Incerteza hidrológica: a variabilidade na estimativa dos momentos da distribuição de Q e incerteza.
a precisão das curvas de freqüência. Na maioria dos estudos hidrológicos, a estimativa dos
parâmetros é determinada por uma quantidade limitada de série de dados. Trata-se de
amostra usada na estatística. 3.5 Seleção do melhor projeto:
3-73 3-74
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 3 Período de retorno Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 4
Fórmula de Manning e canais
“Aproveite para ler agora. Pode ser que mais tarde você não tenha tempo”
Professor Moses, Poli, 1964
3-75 4-65
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
4.1 Introdução
4.1
Na Europa geralmente é usada a fórmula de Strickler, que segundo Chaudhry,1993 é
Introdução
4.2 Raio hidráulico
similar a fórmula de Manning.
4.3 Tensão trativa
4.4 Canais naturais de leito móvel DICA: a fórmula para canais mais usada no mundo é a de Manning.
4.5 Borda livre de um canal
4.6 Fórmula de Manning para seção circular plena A fórmula de Manning para qualquer seção de canal ou tubulação é a seguinte:
4.7 Dimensionamento de galeria circular parcialmente cheia
4.8 Coeficientes de rugosidade de Manning “n”
V= Ku . (1/n) . R 2/3 . S ½ (Equação 4.1)
4.9 Coef. equivalente de rugosidade de Manning: ne ou coef. de rugosidade composto
4.10 Análise de sensibilidade do coeficiente “n”
4.11 Análise de incerteza da equação de Manning Sendo:
4.11.1 Exemplo da escolha do coeficiente de rugosidade “n” de Manning V= velocidade média na seção (m/s);
4.11.2 Exemplo de escolha da velocidade
n= coeficiente de Manning tem as dimensões TL –1/3;
4.11.3 Declividade
4.12 Canais R= raio hidráulico (m). O raio hidráulico é o quociente entre a área molhada e o perímetro
4.13 Número de Froude molhado;
4.14 Seções de máxima eficiência hidráulica S= declividade (m/m). A inicial “S” vem da palavra inglesa Slope.
4.15 Velocidades Ku=coeficiente das unidades. Ku=1,00 para unidades do Sistema Internacional (SI) e
4.16 Declividades limites Ku=1,40 para unidades inglesas, sendo velocidade em ft/s, raio hidráulico em ft (pés) e S em
ft/ft.
Chin, 2000 alerta sobre os cuidados que devemos proceder ao aplicar a equação de Manning.
Ela deve ser aplicada somente para regime turbulento e somente é válida quando:
Exemplo 4.1
Um canal tem declividade S=0,0005 m/m, n=0,015, Área molhada A=12,2m2, perímetro
molhado de 11,2m, Raio hidráulico = R =1,09m achar a vazão.
4-66 4-67
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Y=1,20m
Tensão Trativa para um canal muito largo
Conforme apostila de Escoamento de Canais do Departamento de Hidráulica da
Escola Politécnica, para um canal largo, a tensão trativa máxima no fundo do mesmo é :
4-68 4-69
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Sendo:
critico = tensão critica de arrastamento para o início de transporte do material sólido.
D50= diâmetro característico dos elementos sólidos, sendo D50 representa que os elementos
Figura 4.2-Diagrama de Shields
com diâmetros inferiores perfazem 50% do peso da amostra. Da mesma maneira D90 Fonte: Quintela, 1981 ou Swami Marcondes Villela e Arthur Matttos 1975
representa o diâmetro dos sedimentos para o qual os elementos com diâmetros inferiores
perfazem 90% do peso da amostra;
s = peso volumétrico do material sólido
= peso volumétrico da água (10000N/m3)
Vc*= velocidade de atrito que é igual a ( c / ) 0,5=(g .R . S)0,5
= viscosidade cinemática = 1,006 x 10-6 m2/s
Figura 4.3- Curvas granulométricas de solos brasileiros segundo o prof. Milton Vargas in Revista
Politécnica nº 149 in Garcez e Alvarez, 1988.
4-70 4-71
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Segundo o padrão do Massachussets Institute of Technology (MIT) mais difundido no Como o máximo permissível é 4,73 N/m2 então teremos:
Brasil, os tipos de solos variam entre amplos limites (Garcez e Alvarez,1988).
Argilas- diâmetro das partículas D< 0,002 mm 1,75 . y = 4,73 e portanto y= 2,70m
Siltes- diâmetro das partículas 0,002mm <D<0,06mm
Areias- diâmetro das partículas 0,06mm <D<2,00mm Exemplo 4.4 de aplicação do critério de Shields
Pedregulhos- diâmetro das partículas D>2,00mm
Vamos fornecer um exemplo citado por Quintela, 1981.
Um canal de leito aluvionar, com seção transversal muito larga, retangular com declividade de
Dica- o diagrama de Shields é de grande utilidade de projeto de canais estáveis de leito S=0,002 m/m. Determinar a velocidade média no canal para o qual o leito não é erodido em
móvel na verificação da capacidade de transporte de sedimentos pelo escoamento condições de regime uniforme. São dados o D50= 12mm e D90=30mm e s = 2,65
(Righeto,1998).
Primeiramente verifiquemos a aplicação da equação da Figura (4.2).
Segundo Shane e Julian,1993 capítulo (12.19) Erosion and Sediment Transport in
Handbook of Hidrology, o critério de Shields é usado freqüentemente para determinar o (D50/ )x ( 0,1 x (( s/ – 1) x g x D50) 0,5
diâmetro da partícula de um canal estável.
Quando critico =0,03 N/m2 não há movimento. substituindo os dados
Desde que o inicio do movimento das partículas é subjetivo, deve-se escolher
coeficiente de segurança entre 2 e 4. (0,012/ 10-6 )x ( 0,1 x ((2,65/1 – 1) x 9,8 x 0,012) 0,5 = 1672
O diagrama de Shields é aceite por todos como uma boa indicação do inicio do
movimento para partículas de diâmetro uniforme não coesivas especialmente em leitos Entrando na Figura (4.2) com 1672 verificamos que o número de Reynolds é maìor
planos. que 500 e vale
crítico = 0,06 . ( s- ).d50 (Equação 4.8)
Talude critico = 0,06 . ( 1,65). 9800. 0,012= 11,64 N/m2
Caso se trate de proteção do talude, o crítico deve ser multiplicado pelo fator (Chin
2000 p.213): Portanto, a vazão máxima do canal deverá ser quando tivermos a tensão critica
2 0,5
Fator = cos . [(1- (tan /tan ) ] = crítico
Como o canal é muito largo:
Sendo: = . y . S =11,64 N/m2=9800. y . 0,002
Fator: número que deve ser dimensionado a tensão trativa critica da margem;
=ângulo do talude; Portanto y=0,60m
= ângulo de atrito do solo e
tan = tangente do ângulo de atrito. Para usar a fórmula de Manning não temos o valor do coeficiente de rugosidade de
Manning “n “. Sabemos que n= 1/K sendo K o coeficiente de Gaucker-Manning.
Exemplo 4.3 de aplicação do cálculo do Fator para as margens Conforme proposto por Meyer, Peter e Muller em 1948 citado por Quintela,1981 o
Seja um canal com declividade 3 na horizontal e 1 na vertical, e ângulo de atrito de 24º valor de K pode ser obtido em função de D90 da seguinte maneira:
O ângulo de declividade do talude é de 18,4º
K= 26/ D90 1/ 6
Fator= cos . [(1- (tan /tan )2 ]0,5 = cos 18,4º . [ 1-(tan 18,4/tan 24)2]0,5 = 0,66
Sendo D90 em metros.
Caso a tensão trativa achada fosse de 7,18 N/m2 então para as paredes do canal
teríamos como máxima tensão trativa tolerada o valor de 7,18 x 0,66 =4,73 N/m2. Como D90= 30mm = 0,030m
Sendo a declividade do canal S=0,00025 m/m e = 10.000 N/m3 Então
A tensão trativa nas margens é: K= 26/ D90 1/6 = 26/ 0,030 1/6 =47
máxima = 0,7. . y . S = 0,7 . 10000 .y. 0,00025= 1,75 . y
4-72 4-73
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Nota: na prática como o diâmetro do sedimento está na potência 1/6 podemos usar o diâmetro O diâmetro da partícula do sedimento e do fator silte (fs) é dado pela Tabela (4.1).
médio D50 sugerido por Strickler em 1948 da seguinte maneira (Lloret, 1984 p.57):
n = D50 1/ 6 / 21,0 Tabela 4.1-Diâmetros das partículas e fator silte (fs) dependendo do material
Material Diâmetro da partícula do Fator de sedimentação ou
sendo D50 em metros. Para D50=0,003m então n=0,018. sedimento fator silte
(mm) (fs)
Canais naturais que carregam materiais em suspensão Pedra arredondada 64 a 256 6,12 a 9,75
Os canais naturais que carregam materiais em suspensão e cujo fundo do canal são do Pedregulho áspero 8 a 64 4,68
mesmo material foram estudados por Kennedy e Lacey. Estes canais podem ser
Pedregulho fino 4a8 2,0
dimensionados usando o método da força trativa ou pelo método da teoria do regime. O
Areia áspera 0,5 a 2,0 1,44 a 1,56
método da teoria do regime, conforme Chaudhry,1993 e Righeto,1998 é empírico e foi
Areia média 0,25 a 0,5 1,31
pesquisado na Índia e no Paquistão em canais que conduzem sedimentos cujo peso é menor
que 500 mg/L (500 ppm). Areia fina 0,06 a 0,25 1,1 a 1,3
Segundo Lloret Ramos, 1995 in Drenagem Urbana p.261 a hipótese do método de Silte (coloidal) 1,0
Lacey é que o canal seja retangular e bastante largo, para que o raio hidráulico confunde-se Silte fino (coloidal) 0,4 a 0,9
Fonte: Gupta, 1989 in Chaudhry,1993
com a profundidade e a largura é praticamente, igual ao perímetro molhado. A largura
admitida é de 20 vezes a profundidade. Mesmas as fórmulas mais precisas que a de Lacey não
alteram muito os resultados.
Exemplo 4.5- Aplicação da fórmula de Lacey
A fórmulas de Lacey são as seguintes:
Vamos usar um exemplo citado por Chaudhry, 1993 p.247 conforme fórmulas de
Righeto, 1998 p.775. Usando a teoria do regime de Lacey, determinar a seção transversal de
P= 4,75 x Q 1/2
um canal que transporta sedimentos com vazão de 8 m3/s, sendo o diâmetro da partícula de
fs= 1,59 x d ½
0,4mm (areia).
R= 0,47 x (Q/fs) 1/3
S= fs 5/3 / 3168 x Q 1/6
Usando as fórmulas de Lacey temos:
Sendo:
P=perímetro molhado (m);
P= 4,75 x Q 1/2 = 4,75 x 8 1/3 = 13,44m
Q=vazão (m3/s);
fs= 1,59 x d ½ =1,59 x 0,4 ½ = 1,005604
fs=fator de sedimentação (Righeto) ou fator silte (Chaudhry), que leva em consideração o
R= 0,47 x (Q/fs) 1/3 =0,47x (8/1,005604) 1/3 = 0,9383m
tamanho do sedimento;
S= fs 5/3 / 3168 x Q 1/6 = 1,005604 1,67 / 3168 x 8 0,167 = 0,000451m/m
d=diâmetro do sedimento (mm);
R=raio hidráulico (m);
S= declividade (m/m).
Considerando que a declividade do talude seja 0,5 na horizontal e 1 na vertical temos:
A= área molhada
A combinação das equações acima fornece a relação semelhante a fórmula de
A=(b+0,5y)y = P x R = 13,44 x0,9383= 12,61m
Manning.
Por tanto: b= 12,61/y –0,5y
4-74 4-75
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
P= b + 2y (1+0,5 2 ) ½ =13,44 = b + 2,24 y Seja com altura da lâmina d’água de 2,50m e vazão de 67m3/s. Calcular a borda livre.
Sendo:
y= altura da lâmina d’água (m) e
k= coeficiente que varia de 0,8 até 1,4 dependendo da vazão do canal.
Para vazão de 0,5m3/s k=0,8 e para vazão maior que 85m3/s temos k=1,4.
A Tabela (4.2) fornece sugestões para bordas livres conforme as vazões nos canais
conforme Central Board of Irrigation and Power na Índia. Fornece valores bem menores
que a fórmula do Bureau de Reclamation.
Tabela 4.2 – Sugestões de borda livre recomendado pela Central Board of Irrigation and
Power, na Índia (Raju,1983)
Vazão (m3/s) Vazão < 1,5 m3/s Vazão entre 1,5 a 85 m3/s Vazão > 85m3/s
4-76 4-77
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
4.8 Coeficientes de rugosidade de Manning “n” Tabela 4.9- Valores do coeficiente de rugosidade “n” de Manning
Descrição “n” mínimo “n” normal “n” máximo
Conforme Tabela (4.7) conforme a cobertura da bacia os coeficientes “n” de Manning Condutos fechados seção não plena
Bronze 0,009 0,010 0,013
podem ser: Aço
soldado 0,010 0,012 0,014
rebitado 0,013 0,016 0017
Ferro fundido dúctil
com proteção 0,010 0,013 0,014
sem proteção 0,011 0,014 0,016
Aço
Tabela 4.7- Coeficiente “n” de Manning preto 0,012 0,014 0,015
Cobertura da bacia Coeficiente “n” 0,013 0,016 0,017
galvanizado
asfalto suave 0,012
Metal corrugado
asfalto ou concreto 0,014
Corrugado em 6x1” 0,020 0,022 0,025
argila compactada 0,030
Corrugado em 6x 2” 0,030 0,032 0,035
pouca vegetação 0,020 0,010 0,012 0,014
Parede lisa espiral aluminizada
Vegetação densa 0,350
Concreto
Vegetação densa e floresta 0,400 0,010 0,012 0,013
Extravasor com ângulos retos
Fonte: Tucci,1993 Extravasor com curva 0,011 0,013 0,014
Esgotos sanitários 0,012 0,013 0,016
Para escoamento da chuva sobre o solo temos a Tabela (4.8). liso n1=0,005
moderado n1=0,010
bem irregular n1=0,020
Tabela 4.8- Coeficiente “n”de Manning para vazões sobre o solo c) Efeito de obstrução desprezível n2=0,000
Material do Solo Valores de Faixa de valores de “n”
pequena n2=0,010 a 0,015
“n”recomendado
apreciável n2=0,020 a 0,030
Concreto 0,011 0,01 a 0,013
muita obstrução n2=0,040 a 0,060
Asfalto 0,012 0,01 a 0,015
d) Vegetação baixa n3=0,005 a 0,010
Areia exposta 0,010 0,010 a 0,016
media n3=0,010 a 0,025
Solo pedregulhoso 0,012 0,012 a 0,030
alta n3=0,025 a 0,050
Solo argiloso descoberto 0,012 0,012 a 0,033
muito alta n3=0,050 a 0,100
Terreno sem cultura 0,05 0,006 a 0,16
e) Graus de meandros pequeno m=1,000
Terra arada 0,06 0,02 a 0,10
apreciável m=1,150
Pastagens natural 0,13 0,01 a 0,32
muitos meandros m=1,300
Pastagens cortadas 0,08 0,02 a 0,24
Grama 0,45 0,39 a 0,63
Grama curta 0,15 0,10 a 0,20 A Tabela (4.10) apresentam valores do coeficiente de Manning conforme a superfície.
Grama densa 0,24 0,17 a 0,30
Grama Bermuda 0,41 0,30 a 0,48
Florestas 0,45
Fonte: Florida Departament of Transportation Drainage Manual,1986.
4-78 4-79
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
4-80 4-81
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
( Pi ni 3/2 )2/3
ne = --------------------------
( Pi) 2/3
sendo:
ne= rugosidade equivalente de Manning pela fórmula de Einstein,1934 ou coeficiente de
rugosidade composta;
Pi= perímetro molhado cujo coeficiente de Manning é ni;
ni= coeficiente de Manning cujo perímetro é Pi;
Seja um canal de seção retangular com 4,00 m de largura e 2,00m de altura da lâmina
de água. Vamos supor que verticalmente temos as paredes laterais feitas em concreto armado
como se fosse um muro de arrimo com n=0,015 e o fundo do canal é de enrocamento com
n=0,030.
Como temos dois coeficientes de Manning usemos a fórmula de Einstein,1934 para
calcular o coeficiente equivalente de rugosidade de Manning.
Figura 4.4- Valores coeficiente de rugosidade de Manning
Fonte:Chaudhry,1993 ( Pi ni 3/2 )2/3
ne= --------------------------
4-82 4-83
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
( Pi) 2/3 A rugosidade de Manning n = 0,015 com incerteza de 50%, ou seja, n = 0,5.
A declividade S= 0,001 m/m com incerteza de 7%, ou seja, S= 0,07.
Consideremos que o diâmetro seja de 1,50m com incerteza de 1%, ou seja, com coeficiente de
variação D= 0,01.
2,00m Vamos calcular a vazão Q usando os dados fornecidos:
n=0,015
2 2 2 2
Q = n + (64/9). D + (1/4). S
( Pi ni 3/2 )2/3 (2,00 x 0,015 3/2 + 4,00 x 0,030 3/2+ 2,00x0,015 3/2)2/3
ne= -------------------------- = -------------------------------------------------------- = 0,024 Como temos os coeficientes de variação de n, D e S, fazendo as substituições na Equação
( Pi) 2/3 (2,00+4,00+2,00)2/3 (4.5) temos:
Portanto, o coeficiente de rugosidade equivalente ou coeficiente de rugosidade 2
Q = (0,5)2 + (64/9) . ( 0,01)2 + (1/4) . (0,07)2
composto é n=0,024, o qual deverá ser utilizado nos cálculos do canal.
2
Q = 0,25 + 0,00071 + 0,001225 = 0,251935
DICA: deve-se ter muito cuidado na escolha o mais correto possível do coeficiente de
rugosidade “n” da fórmula de Manning.
Q = 0,251935 = 0,5019, ou seja, Q = 0,5019
4.10 Análise de sensibilidade do coeficiente “n”
Assim, a incerteza nas variáveis independentes n , D e S acarretam, na variável
Ao se adotar o coeficiente de rugosidade “n” de Manning, deve-se ir ao local para acertar
mais na determinação do mesmo. Todos reconhecem a difícil escolha do coeficiente “n” dependente Q, a incerteza de 50,19%, ou seja, coeficiente de variação de 2Q = 0,5019.
variando de projetista para projetista, havendo, portanto, diferença nos cálculos. As diferenças O desvio padrão é dado pela fórmula abaixo.
causarão erros nas fórmulas que usam o coeficiente “n”. Uma maneira de se lidar com isto, é
fazer uma análise de sensibilidade, verificando-se outros valores de “n” que poderiam ser Q = Q . Q
4.11 Análise de incerteza da equação de Manning Q = 0,5019 . 1938 = 973L/s = 0,973 m3/s
Conforme livro Conservação da Água de Tomaz,1999 vamos exemplificar a Portanto, a vazão de 1938 litros/segundo poderá variar de 965 a 2911 m3/s
aplicação da Análise de Incerteza usando a fórmula de Manning para seção plena nas
unidades do sistema internacional (S.I.) usando a Equação (4.10).
4.11.1 Exemplo da escolha do coeficiente de rugosidade “n” de Manning
Q= 0,312 . n-1 . D8/3 . S1/2
sendo: Na bacia do córrego Aricanduva em São Paulo em 1999 foi adotado pelo DAEE o
Q = vazão (m3/s); coeficiente médio de Manning n=0,023 a n=0,025 para o canal com paredes em concreto e
n = coeficiente de rugosidade de Manning; fundo não revestido.
D = diâmetro da tubulação (m); Para as seções com gabião foi adotado n=0,030.
S = declividade da tubulação (m/m). Quando o canal tivesse paredes e fundo de concreto foi adotado n=0,020.
Queremos a incerteza da vazão Q na Equação (4.10). As variáveis dependentes n, D e
S possuem incertezas.
4-84 4-85
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Conforme projeto do rio Aricanduva feito pelo DAEE em 1999, a velocidade máxima
nos trechos novos a serem executados devem ser de 2,0m/s a 2,5m/s.
O projeto da calha do rio Tietê no trecho entre a barragem Edgard de Souza e a
barragem da Penha foi recomendado em 1999 que “as canalizações futuras deverão ter
velocidade média de escoamento de 1,5m/s e 1,8 m/s para o cenário do ano 2020”.
O mesmo estudo recomenda que as canalizações futuras que direta ou indiretamente
venham a lançar suas águas pluviais na calha principal do rio Tietê deverão ter “velocidade
máxima de 2m/s”.
Dica: usar velocidade máxima de 2m/s nos rios da calha do rio Tietê na região metropolitana
de São Paulo.
4.11.3 Declividade
F= V/ (g x Dh)0,5
Sendo:
F= número de Froude;
V=velocidade média da seção (m/s);
g=aceleração da gravidade=9,8 m/s2;
Dh =profundidade média ou profundidade hidráulica. Dh = A/B;
B= largura superficial da água (m) e
4-86 4-87
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Sendo:
2,00m
F= número de Froude; Área 1
V=velocidade média da seção em m/s; Molhada A
g=aceleração da gravidade=9,8 m/s2; 18,00m
y=lâmina d água em metros. z=2
Portanto, o regime é fluvial ou lento, pois F<1. Em casos práticos procura-se adotar
F<1 e abaixo de 0,85 para assegurar um regime fluvial ou lento.
F= V / ( g . A/B) 0,5
Sendo:
F= número de Froude;
V= velocidade (m/s);
g= aceleração da gravidade=9,8 m/s2;
4-88 4-89
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
4.15 Velocidades
Canal de seção retangular
Para um canal retangular, a máxima eficiência hidráulica é quando a largura é o dobro Os limites de velocidade são bastante complexos e requer experiência do projetista na
da altura (b=2y). escolha adequado dos valores. Entretanto para evitar que se depositem materiais temos que
levar em conta a velocidade mínima e máxima para evitar a erosão das paredes.
y= Altura da lâmina Velocidades mínimas
d’água
Fernandez, Araújo e Ito, 1999 adotam para velocidades mínimas a seguinte tabela.
Base b
Tabela 4.12- Velocidade mínima em função da água conduzida no canal
Tipo de água a ser conduzida Velocidade média mínima
(m/s)
Figura 4.7- Seção retangular de um canal com máxima eficiência hidráulica. Água com suspensões finas 0,30
Águas carregando areias finas 0,45
A seção retangular de máxima eficiência hidráulica é quando b=2 y. Águas de esgoto 0,60
Águas pluviais 0,75
Canal de seção trapezoidal Fonte: Fernandez, Araújo e Ito,1999
A seção de máxima eficiência hidráulica de um canal com seção trapezoidal, é quando Velocidade máxima da água
o canal é a metade de um hexágono. O hexágono tem raio y e o círculo tangência o fundo do A fim de evitar a erosão das paredes as velocidades máximas são:
canal e os canais laterais e o ângulo de inclinação dos taludes é de 60º, o que corresponde a Tabela 4.13- Velocidade máxima em função do material da parede do canal
uma declividade de 1 na vertical e 0,57 na horizontal. Material da parede do canal Velocidade máxima
(m/s)
Canais arenosos 0,30
Saibro 0,40
Seixos 0,80
Materiais aglomerados consistentes 2,00
Alvenaria 2,50
Canais em rocha compacta 4,00
Canais de concreto 4,50
Fonte: Fernandez, Araujo e Ito,1999
Figura 4.8- Seção de máxima eficiência hidráulica de canal trapezoidal
Chaudhry,1993 diz que a velocidade mínima geralmente está entre 0,60m/s a 0,90m/s.
Velocidades acima de 12 m/s em canais de concreto foram aceitas em canais que possuem
baixa concentração de sedimentos. O fundo do canal pode ser erodido para velocidades
baixas, quando o canal materiais arenosos.
4-90 4-91
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
4-92 4-93
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Para um canal profundo admite-se uma velocidade permissível maior. Para canais menos
Tabela 4.17 -Velocidades permissíveis máximas segundo US Army Corps of Engineers profundos, a velocidade a ser adotada é menor.
(1970) para lâmina d’água de um metro de altura mais ou menos (Chaudhry)
Material Velocidade máxima permissível 4.16 Declividades limites
V (m/s)
Areia fina 0,6
As declividades limites recomendadas são:
Areia grossa 1,2
Terra
Silte arenoso 0,6 Tabela 4.18- Declividades limites dos canais
Silte argiloso 1,1 Tipo de canal Declividade mínima
Argila 1,8 (metro/metro)
Gramado ( declividade menor que 5% ou seja, 0,05 m/m Canais de navegação Até 0,00025
Grama Bermuda Canais industriais 0,0004 a 0,0005
Areia siltosa 1,8 Canais de irrigação pequenos 0,0006 a 0,0008
Silte arenoso 2,4 Canais de irrigação grandes 0,0002 a 0,0005
Grama azul de Kentucky Aquedutos de água potável 0,00015 a 0,001
Areia siltosa 1,5 Fonte: Fernandez, Araujo e Ito,1999
Silte arenoso 2,1
Rocha pobre (usualmente Rocha Sedimentar) Chaudhry, 1993 apresenta a Tabela (4.19) com sugestões de varias declividades de taludes.
Arenito fino 2,4
Xisto fino 1,1 Tabela 4.19-Declividades do talude conforme tipo de material
Rocha de boa qualidade usualmente ígnea ou metamórfica 6,1 Material Declividade do Talude
Fonte: Chaudhry, M. Hanig. Open-Channel Flow, 1993 página 239 ( zH: 1 V)
Rocha Praticamente vertical
Argila rija ½ : 1 até 1:1
Como a Tabela (4.17) de velocidade máximas permissíveis do US Army Corps of Solo firme 1:1
Solo arenoso solto 2:1
Engineers (1970) é para altura de lâmina d’água de um metro mais ou menos, Chaudhry Solo arenoso margoso 3:1
(1993) sugere que: para canais sinuosos a velocidade deve ser reduzida de 5% (cinco por Fonte: Open-Channel Flow, Chraudry,1993 p. 238
cento). Para canais moderadamente sinuosos, deve ser reduzida a velocidade em 13% (treze
por cento) e para canais muito sinuosos, a velocidade máxima permissível deve ser reduzida Para canais em solos arenosos a declividade do talude deverá ser 3 na horizontal e 1 na
em 22% (vinte e dois por cento). vertical.
Recomenda ainda que quando a altura da lâmina d’água for maior que um metro e for Conforme Chin, 2001 p.207 e Chaudhry, 1993 o U. S. Bureau of Reclamation para
muito largo, a velocidade deve ser multiplicada por um coeficiente canais revestidos sugere 1,5: 1 (H:V).
k= y1/6 (Equação 4.11) Exercício (4.15): canal retangular do Rio dos Cubas em Guarulhos com duas células
Exemplo (4.13) velocidade máxima permissível Calcular a velocidade da água num canal de seção retangular com base de 4,00 m e
Achar velocidade máxima permissível de um canal de terra com argila, com lâmina d’água de 2,2m com coeficiente de rugosidade de Manning de 0,015(concreto) e
velocidade de 1,8m/s segundo a Tabela (4.17) para um canal bastante sinuoso. declividade de 0,003m/m. No local temos duas células de 4,00m x 2,20m para uma vazão
Para um canal bastante sinuoso, devemos reduzir a velocidade em 22% e portanto a total de 67 m3/s ou seja cada galeria conduz 33,5 m3/s.
velocidade v= 1,8 . ( 1- 0,22) = 1,4 m/s.
Portanto, para um canal bastante sinuoso a velocidade máxima permissível é menor, o
que é intuitivo.
Exemplo(4.14)
Achar velocidade máxima permissível para canal largo com lâmina d’água de 1,50 m
de altura, sendo o material areia fina com v=0,6 m/s.
4-94 4-95
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Exercício (4.16): canal retangular do rio dos Cubas em Guarulhos com uma célula
Calcular a velocidade da água num canal de seção retangular com base de 5,00 m e
lâmina d’água de 3,0m com coeficiente de rugosidade de Manning de 0,015(concreto) e
declividade de 0,003m/m. A vazão de pico para período de retorno de 50 anos é de 67 m3/s.
0,30m
y=3,00m
Exercício (4.17): canal retangular do Rio dos Cubas em Guarulhos com duas células
Calcular a velocidade da água num canal de seção retangular com base de 4,00 m e
lâmina d’água de 2,2m com coeficiente de rugosidade de Manning de 0,015(concreto) e
b=5,00m declividade de 0,003m/m. No local temos duas células de 4,00m x 2,20m para uma vazão
total de 67 m3/s ou seja cada galeria conduz 33,5 m3/s.
Figura 4.9- Seção retangular de um canal fechado
F= V/ (g . y)0,5
Sendo: Figura 4.10- Seção retangular dupla
F= número de Froude;
V=velocidade média da seção (m/s); Conforme Tabela 4.9 temos: base b=4,00m e lâmina d’água y=2,2m
g=aceleração da gravidade=9,8 m/s2; Então para o raio hidráulico R e para a velocidade V o seguinte:
y=lâmina d água (m).
R= (by)/ (b+2y)= (4,00 x 2,2) / ( 4,00 + 2x 2,2) = 1,05m
Quando F=1 temos o regime crítico, que deve ser evitado.
Quando F<1 temos o regime fluvial ou lento, que é o melhor a ser admitido em um V= (1/n) (R 2/3) (S ½) = (1/0,015) x (1,05 2/3 ) (0,003) ½ = 3,77m/s < 5,00 m/s
projeto. Na prática escolhe-se um regime fluvial, limitando-se o número de Froude a valores
ao redor de 0,85. A velocidade média da água no canal é de 3,77m/s que é menor que 5,00 m/s que é a
Quando F>1 temos o regime torrencial ou rápido. velocidade máxima admitida num canal de concreto armado.
Calculando o número de Froude temos:
F= V/ (g . y)0,5 = 4,47/ (9,8 . 3,0) 0,5 = 0,82
Portanto, o regime é fluvial ou lento, pois o número de Froude é menor que 1. O ideal
é que o número de Froude fosse menor ou igual a 0,80.
Verifiquemos o número de Froude.
4-96 4-97
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
O número de Froude denominado “F” representa a influência da força gravitacional no A velocidade de 1,81 m/s é maior que 1,5m/s que é o limite da velocidade em um
escoamento. Para um canal retangular (Chaudry,1993) é representado por: canal de terra com revestimento em grama.
O número de Froude para uma seção trapezoidal é:
F= V/ (g x y)0,5
Sendo: F= V / (g . A/B) 0,5
F= número de Froude;
V=velocidade média da seção (m/s); Sendo:
g=aceleração da gravidade=9,8 m/s2; F= número de Froude;
y=lâmina d água (m). V=velocidade (m/s);
Quando F=1 temos o regime crítico, que deve ser evitado. A= área da seção molhada (m2)
Quando F<1 temos o regime fluvial ou lento, que é o melhor a ser admitido em um B= comprimento da superfície da água (m).
projeto. Na prática escolhe-se um regime fluvial, limitando-se o número de Froude a valores g=aceleração da gravidade=9,8 m/s2;
ao redor de 0,85. V= 1,81 m/s
Quando F>1 temos o regime torrencial ou rápido. Área molhada A= (b+zy)y= (18+2x2,00) x 2 = 44 m2
Calculando o número de Froude temos: Perímetro molhado= P= b+2y (1+z2) 0,5 = 18+2x2,00(1+2x2) 0,5 = 26,94m
F= V/ (g . y)0,5 = 3,77/ (9,8 . 2,2) 0,5 = 0,81 <0,85 B= largura superficial = b+2zy= 18+2x2 x 2,00 =26m
Portanto, o regime é fluvial ou lento, pois o número de Froude é menor que 1 e está
em torno de 0,85. F= V / (g x A/B) 0,5 = 1,81 / (9,8 x 44 / 26) 0,5 = 0,44 ( regime fluvial)
Exercício (4.18): canal trapezoidal Exercício (4.19): canal trapezoidal de terra com revestimento com pedra argamassada e
Calcular a velocidade de um canal trapezoidal com base de 18,00m, altura da lâmina fundo com rachão (D>=0,20m)
de água de 2,00m e inclinação de 2:1 (sendo 2 horizontal e 1 na vertical), com declividade de Calcular a velocidade de um canal trapezoidal com base de 18,00m, altura da lâmina
0,00154m/m e n=0,03. Trata-se do canal do rio dos Cubas em Guarulhos, com vazão total de de água de 2,50m e inclinação de 2:1 (sendo 2 horizontal e 1 na vertical), com declividade de
67m3/s. 0,00333m/m e n=0,03. Trata-se do canal do Rio dos Cubas em Guarulhos, com vazão total de
B 67 m3/s. ?
B
2,00m
1
y=2,50m
1
18,00m
z=2
b=4,00m Min z=2
0,40m
Figura 4.11- Seção trapezoidal
Figura 4.12- Seção trapezoidal
Portanto:
S=0,00154m/m n=0,030 b=18m y= 2,00 z=2 Portanto:
S=0,00333m/m n=0,025 b=4,00m y= 2,50 z=2
O raio hidráulico conforme Tabela 4.9 é:
O raio hidráulico conforme Tabela 4.9 é:
R= y(b+zy)/(b+2y (1+z2)0,5 (Equação 4.6)
R= (b+zy)/(b+2y (1+z2)0,5 (4.6)
R= y(b+zy)/[(b+2y) (1+z2)0,5]= 2 x(18,00+ 2 x 2,00)/(18,00+2x2,00x (1+22)0,5 = 1,63 m/s
2 0,5
R= y(b+zy)/(b+2y) (1+z ) = 2,5 x(4,00+ 2 x 2,50)/(4,00+2x2,50x (1+22)0,5 = 1,48 m
2/3 ½ 2/3 ½
V= (1/n) (R ) (S ) = (1/0,030) x (1,63 ) (0,00154) = 1,81m/s > 1,5 m/s
V= (1/n) (R 2/3) (S ½) = (1/0,025) x (1,48 2/3 ) (0,00333) ½ = 3,00m/s <=3,00m/s
4-98 4-99
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo)
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
A velocidade de 3,00 m/s é o limite de um canal de terra com pedra argamassada e fundo com ( Pi) 2/3
rachão.
sendo:
O número de Froude para uma seção trapezoidal é: ne = rugosidade equivalente ou rugosidade composta de Manning pela fórmula de
Einstein,1934 e Horton,1933
F= V / (g . A/B) 0,5 Pi = perímetro molhado cujo coeficiente de Manning é ni;
Sendo: ni = coeficiente de Manning cujo perímetro é Pi;
F= número de Froude;
V=velocidade (m/s);
g=aceleração da gravidade=9,8 m/s2; Precisamos o comprimento molhado conforme o coeficiente de rugosidade.
A= área da seção molhada (m2) Como o canal tem declividade de 2 na horizontal e 1 na vertical, temos:
B= comprimento da superfície da água (m).
V= 3,00m/s tg = cateto oposto/cateto adjacente= ½=0,50
Área molhada A= (b+zy)y= (4+2x2,50) x 2,5 = 22,5 m2 Procuremos o ângulo que corresponde a 0,50 para a função tangente.
Perímetro molhado= P= b+2y (1+z2) 0,5 = 4,00+2x2,50(1+2x2) 0,5 = 15,18m Achamos =0,4636 radianos
B= largura superficial = b+2zy= 4,00+2x2 x 2,50 =14m L
2,50m
F= V / (g x A/B) 0,5 = 3,00 / (9,8 x 22,5/ 14) 0,5 = 0,76 ( regime fluvial)
=0,4636
Exercício (4.20)-Canal trapezoidal de terra com revestimento de concreto (placas) nos
taludes e rachão no fundo (D=0,20m). Figura 4.14- Ângulo do talude
Vazão de 67 m3/s com as mesmas dimensões do exercício (4.9), porem com n=0,015
(concreto) e n=0,025 (rachão). A declividade S=0,0018m/m, base do canal de 4,0m altura da sen ( )= cateto oposto/hipotenusa = 2,50 / L
lamina d’água de 2,50m, declividade do talude 2 na horizontal e 1 na vertical, isto é, z=2.
L= 2,50/sen( ) = 2,50/ sen( ) =2,50/0,4472= 5,59m
Portanto, o comprimento de cada talude de concreto é de 5,59m
B
( Pi ni 3/2 )2/3
ne= --------------------------
y=2,50m
( Pi) 2/3
n=0,015 1
concreto
b=4,00m (5,59x0,015 3/2 + 4,00 x 0,025 3/2+ 5,59x 0,015 3/2) 2/3
n=0,025 z=2
ne=--------------------------------------------------------------= 0,0186
rachão
(5,59+4,00+5,59) 2/3
Figura 4.13- Seção trapezoidal
Portanto, o coeficiente de rugosidade equivalente ou composto para a seção
Calculemos primeiramente o coeficiente de rugosidade equivalente ou rugosidade
trapezoidal estudada é n=0,0186.
composta, pois, no fundo do canal temos rachão com n=0,025 e nas paredes do canal temos
concreto com n=0,015.
O raio hidráulico conforme Tabela (4.9) é:
Usando a fórmula de (Einstein, 1934 e de Horton, 1933) que é considerada a melhor
de todas as fórmulas para calcular a rugosidade composta, após estudos feitos por
R= (b+zy)/(b+2y (1+z2)0,5 (Equação 4.6)
Krishnamurthy (1980) em 36 canais naturais e citado por Chin, 2000.
R= y(b+zy)/(b+2y) (1+z2)0,5 = 2,5 x(4,00+ 2 x 2,50)/(4,00+2x2,50x (1+22)0,5 = 1,48 m
( Pi ni 3/2 )2/3
ne= --------------------------
V= (1/n) (R 2/3) (S ½) = (1/0,0186) x (1,48 2/3 ) (0,0018) ½ = 2,95m/s 3,00m/s
4-100 4-101
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 1
Capítulo 4 Fórmula de Manning e canais (completo) Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 5- Tempo de concentração
F= V / (g . A/B) 0,5
Sendo:
F= número de Froude;
V=velocidade (m/s);
A= área da seção molhada (m2)
B= comprimento da superfície da água (m).
V= 2,95m/s
Área molhada A= (b+zy)y= (4+2x2,50) x 2,5 = 22,5 m2
Perímetro molhado= P= b+2y (1+z2) 0,5 = 4,00+2x2,50(1+2x2) 0,5 = 15,18m
B= largura superficial = b+2zy= 4,00+2x2 x 2,50 =14m
F= V / (g x A/B) 0,5 = 2,95/ (9,8 x 22,5/ 14) 0,5 = 0,74 (regime fluvial) < 1
Capítulo 5
Tempo de concentração
4-102 5-1
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 2 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 3
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
5.1 Introdução
Há duas definições básicas de tempo de concentração.
Tempo de concentração é o tempo em que leva para que toda a bacia considerada contribua
para o escoamento superficial.
O tempo de concentração é o tempo que leva uma gota de água mais distante até o trecho
considerado na bacia.
Existem somente três maneiras em que a água é transportada em uma bacia: a primeira é o
escoamento superficial, a segunda é o escoamento em tubos e a terceira é o escoamento em canais
incluso sarjetas.
Existem várias fórmulas empíricas para determinar o valor do tempo de concentração.
A obtenção do tempo de concentração é uma informação importante, porém difícil de ser
obtida. Enfim como diz McCuen,1993, o projetista deve saber que não é possível obter o valor do
SUMÁRIO tempo de concentração por um simples método.
Ordem Assunto DICA: o verdadeiro valor do tempo de concentração nunca será determinado (McCuen,1993).
Vários hidrologistas vão encontrar diferentes valores do tempo de concentração, motivo pelo
5.1 Introdução qual, o tempo de concentração introduz incertezas no dimensionamento da vazão de pico, devendo-se
5.2 Método da velocidade ou método cinemático calcular por vários métodos e conferir sempre.
5.3 Cálculo do tempo de escoamento superficial (Travel Time) usando SCN, 1975 Porto,1995 recomenda que deve sempre que possível utilizar o método cinemático para os
5.4 Método do NRCS, 1972 trechos canalizados da bacia, porque as velocidades de escoamento dependem, grandemente, das
5.5 Tempo de concentração para lagos ou reservatórios características da bacia.
5.6 Fórmula de Kirpich
5.7 Fórmula Califórnia Culverts Practice
5.8 NRCS número da curva- 1989 5.2 Método da velocidade ou método cinemático
5.9 Escoamento superficial pelo Método SCS TR-55 No inicio do escoamento temos o escoamento superficial sobre pastagens, florestas, ruas etc,
5.10 Fórmula da Federal Agency (FAAE,1970) que podem ser obtidas pelo método da velocidade, por exemplo. Se tivermos a velocidade (V) e o
5.11 Equação de Kerby (1959) comprimento (L) poderemos ter o tempo, através da relação: Tempo = Comprimento (L )/
5.12 Fórmula da onda cinemática 1971 Velocidade (V), nas unidades convenientes.
5.13 Fórmula da onda cinemática conforme FHWA, 1984
5.14 Discrepâncias entre as fórmulas do tempo de concentração T1 = L1/ (60xV1) , T2= L2/(60xV2), T3= L3/(60xV3)....., Ti = Li/(60xVi ) (Equação 5.1)
5.15 Observações finais
Sendo:
L= comprimento (m)
V= velocidade (m/s)
T= tempo de concentração do trecho (min)
Que serão os escoamentos superficiais por valas de terra, valas de grama, canaletas, galerias
circulares, retangulares etc.
A soma dos tempos de escoamentos superficiais (Travel Time) ou tempo de trânsito fornecerá
o tempo de concentração Tc em minutos:
Tc = T1 + T2 + T3 + ....+ Ti (Equação 5.2)
Em canaletas, valas, tubos, canais poderão ser usados a equação de Manning na forma:
V= (1/n) x R 2/3 x S 0,5
Sendo:
V= velocidade média (m/s)
D= diâmetro (m)
S= declividade (m/m)
n= coeficiente de rugosidade de Manning
Equação da continuidade:
Q= A x V donde V= Q/A
5-2 5-3
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 4 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 5
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
5-4 5-5
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 6 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 7
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
Sendo:
5.5 Tempo de concentração para lago ou reservatório tc= tempo de concentração (min);
A AASHTO Highway Drainage Guidelines trás sugestões para o calculo de tempo de trânsito L= comprimento do talvegue (m);
da água dentro de um reservatório ou lago. S= declividade do talvegue (m/m).
Vw= (g x Dm) 0,5 Segundo (Porto, 1993), quando o valor de L for superior a 10.000m a fórmula de Kirpich
Sendo: subestima o valor de tc.
Vw= velocidade de propagação da onda através do lago (m/s) e que varia entre 2,5m/s a 9,0m/s. Segundo Chin,2000 p. 354 a equação de Kirpich é usualmente aplicada em pequenas bacias na
g= aceleração da gravidade=9,81m/s2 área rural em áreas de drenagem inferior a 80ha (oitenta hectares).
Dm= profundidade média do lago ou reservatório (m).
Quando temos poças de água, várzeas que possuam vegetação e resíduos relativamente Exemplo 5.5
pequenos e quando a superfície é menor que 25% da área aberta de água, podemos usar para o tempo Usemos a Equação (5.5) de Kirpich para o Tennessee para achar o tempo de concentração tc sendo
de trânsito a fórmula de Manning. dados L=200m e S=0,008m/m em uma bacia sobre asfalto.
tc= 0,019 . L0.77/ S 0,385 = 0,019 . 200 0,77 / 0,008 0,385 = 7,38min
Exemplo 5.2 Como o escoamento da bacia é sobre asfalto devemos corrigir o valor de tc multiplicando por
Calcular o tempo de trânsito da água em um lago com 500m de largura e com profundidade de 0,4. Portanto:
2,00m.
Vw= (g x Dm) 0,5 tc= 0,4 x 7,38min = 2,95min, que é o tempo de concentração a ser usado.
Vw= (9,81 x 2,0) 0,5 = 4,43m/s
T= L/ (60 x V)= 500/ (60 x 4,43)= 1,9min DICA sobre Kirpich: a fórmula de Kirpich foi feita em áreas agrícolas em áreas até 44,8 hectares ou
seja 0,448 km2 com declividades de 3% a 10%.
Exemplo 5.3 O tempo de concentração da fórmula de Kirpich deve ser multiplicado por 0,4 quando o
Seja uma sarjeta de concreto com L=150m e declividade S=0,025m/m. Calcular o escoamento raso escoamento na bacia está sobre asfalto ou concreto e deve ser multiplicado por 0,2 quando o canal é
concentrado. de concreto revestido (Akan,1993 p. 81).
V= 6,1961 x S0,5 Chin, 2000 sugere que a equação de Kirpich deve ser multiplicada por 2 quando o
V= 6,1961 x 0,0250,5= 0,98m/s escoamento superficial for sobre grama natural e multiplicar por 0,2 quando a superfície do canal for
T= L/(60xV)= 150/(60x0,98)= 2,6min de concreto e multiplicar por 0,4 quando a superfície do escoamento superficial for de concreto ou
asfalto.
Exemplo 5.4
Qual é o tempo de escoamento em uma superfície pavimentada com 200m de comprimento e 5.7 Fórmula Califórnia Culverts Practice
declividade de 0,02 m/m? A grande vantagem desta fórmula é a fácil obtenção dos dados, isto é, o comprimento do
Para superfície pavimenta o valor de k=6,10 e S=0,02m/m talvegue e a diferença de nível H (Porto,1993).Geralmente é aplicada em bacias rurais para áreas
Sendo a velocidade: maiores que 1km2. É a fórmula recomendada pelo DAAE para pequenas barragens.
V= k . S 0,5 =6,10 . 0,02 0,5 =0,86m/s
T = L/(V . 60) = (200) / (0,86 . 60) =3,88min tc= 57 . L1,155 . H-0,385 (Equação 5.6)
Portanto, em 3,88min a chuva percorre os 200m de superfície pavimentada. Este é o travel Sendo:
time. A somatória dos travel time fornecerá o tempo de concentração. tc= tempo de concentração (min);
L= comprimento do talvegue (km);
5.6 Fórmula de Kirpich H= diferença de cotas entre a saída da bacia e o ponto mais alto do talvegue (m).
Outra fórmula muito usada é de Kirpich, feita em 1940. Kirpich possui duas fórmulas, uma
que vale para o Estado da Pennsylvania e outra para o Tennessee, ambas dos Estados Unidos. Valem Exemplo 5.6
para pequenas bacias até 50ha ou seja 0,5km2 (1 a 112 acres) e para terrenos com declividade de 3 a Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
10%. tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Segundo Akan,1993, a fórmula de Kirpich é muito usada na aplicação do Método Racional, Portanto tc=3,46min
principalmente na chamada fórmula de Kirpich do Tennessee. A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s
No Tennessee, Kirpich fez estudos em seis pequenas bacias em áreas agrícolas perto da cidade
de Jackson. A região era coberta com árvores de zero a 56% e as áreas variavam de 0,5ha a 45ha. As 5.8 Fórmula NRCS Número da curva –1989
bacias tinham bastante declividade e os solos eram bem drenados (Wanielista et al.,1997). Nos Estados Unidos, o Soil Conservation Service (SCS) fez uma equação que é muito usada
A equação de Kirpich conforme Chin, 2000 é a seguinte: na área rural entre 1ha e 800ha.
Deve ser usado em locais onde predomina o escoamento superficial (McCuen, 1993 p.154).
Tennessee tc= 0,019 . L0.77/ S0,385 (Equação 5.5) tc= 0,00227 . L 0,8 . ( 1000/CN – 9) 0,7 . S –0,5 (Equação 5.7)
5-6 5-7
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 8 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 9
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
Sendo:
tc = tempo de concentração (h); Exemplo 5.9
L= comprimento da bacia (m) sendo que: 60m L 7900m Calcular o escoamento superficial em floresta com pouca vegetação rasteira sendo n=0,4 conforme
CN = número da curva do SCS runoff. Varia de 40 a 95 aproximadamente. Tabela (5.1) do Capítulo 5, comprimento do trecho de 90m. declividade de 10% e precipitação de 24h
S= declividade média da bacia (%) sendo que: 0,5% S 64% para período de retorno da cidade de São Paulo de 64,1mm.
0,00227 = 1/ 441 t = [ 5,46 . (n . L ) 0,8 ] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [ 5,46 . (0,4 . 90 ) 0,8 ] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] = 30,4min
Exemplo 5.7
Para uma área rural com 2km2 calcular o tempo de concentração usando a NRCS Número da curva- 5.10 Fórmula da Federal Aviation Agency (FAA,1970)
1989, sendo o CN=67 achado segundo método do SCS, comprimento de 305m e declividade média Esta fórmula foi desenvolvida para uso de drenagem em campos de aviação nos Estados
S=1%. Unidos (McCuen,1998).
tc= 0,00227 . L 0,8 . ( 1000/CN 9) 0,7 . S 0,5 É válida para pequenas bacias onde o escoamento superficial sobre o solo predomina. O
tc= 0,00227 . 305 0,8 . ( 1000/67 9) 0,7 . 1 0,5 comprimento, declividade e o coeficiente de Runoff são para o escoamento principal do talvegue.
tc= 0,77 h =46min tc= 0,65 . (1,1– C). L 0,5 . S –0,33 (Equação 5.8)
Portanto, o tempo de concentração é de 46min. Sendo:
A velocidade V= L/ tempo = 305m/ (46min . 60s) = 0,11m/s tc= tempo de concentração (min);
DICA sobre o SCS Numero da curva-1989: usar somente em áreas rurais C= coeficiente de runoff do método racional para período de retorno de 5 a 10 anos. Varia de 0,1 a
0,95 aproximadamente.
5.9 Escoamento superficial pelo método SCS TR-55 L= comprimento (m) máximo do talvegue deverá ser de 150m;
Para o escoamento superficial em florestas, gramas, asfaltos etc o TR-55 apresenta o tempo de S= declividade média (m/m)
transito t o qual adaptado para as unidades SI é o seguinte:
t = [ 5,46 . (n . L ) 0,8 ] / [(P2)0,5 . S 0,4] Exemplo 5.10 calcular o tempo de concentração em uma bacia pequena com comprimento do
Sendo: talvegue de 61m, declividade S=0,02m/m e coeficiente de escoamento superficial (coeficiente de
t= tempo de trânsito do escoamento superficial (min); runoff) do método racional C=0,85.
n= coeficiente de rugosidade de Manning obtido na Tabela (5.1) de McCuen no Capitulo 5 que se tc= 0,65 x (1,1 C)x L 0,5 x S 0,33 = 0,69 x (1,1-0,85) x 61 0,5 x 0,02 0,33 = 23min
refere a tempo de concentração neste livro; Portanto, o tempo de concentração da pequena bacia é de 23min.
S= declividade (m/m); DICA para FAA-1970: só vale para áreas pequenas e o escoamento é quase todo por superfície, isto
L= comprimento (m) sendo L<90m e é, sem canalizações.
P2= precipitação de chuva de 24h para período de retorno de 2anos (mm).
5,46= 60s x 0,091 Exemplo 5.11
Calcular o tempo de concentração para o escoamento superficial sendo que temos comprimento
Exemplo 5.8 L=45m, declividade S=0,02m/m e a superfície é gramada com declividade de 2% a 7%, isto é,
Calcular o escoamento superficial em asfalto sendo n=0,011 conforme Tabela (5.1) do Capitulo 5, C=0,18.
comprimento do trecho de 90m. declividade de 10% e precipitação de 24h para período de retorno da tc= 0,69 . (1,1 C). L 0,5 . S 0,33
cidade de São Paulo de 64,1mm. tc= 0,69 . (1,1 0,18. 45 0,5 . 0,02 0,33 = 16min
t = [ 5,46 . (n . L ) 0,8 ] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [ 5,46 . (0,011 . 90 ) 0,8 ] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] =1,7min 5.11 Equação de Kerby (1959)
Para bacias muito pequenas (< 4ha) e quando o escoamento superficial predomina, pode ser
usada a fórmula de Kerby-Hathaway (McCuen, 1998) e Chin, 2000 p. 355.
tc= 1,44 . ( r . L / S 0,5) 0,467 (Equação 5.9)
Sendo:
tc= tempo de concentração do escoamento superficial (min);
r= coeficiente de rugosidade de retardação (adimensional) Tabela (5.3) que deve ser igual menor que
0,80;
L= é o comprimento (m) do ponto mais distante, medido paralelamente a declividade até o ponto a
ser alcançado onde L < 365m;
S= declividade (m/m). É aconselhável para declividade menores que 1%.
5-8 5-9
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 10 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 11
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
5.12 Fórmula da onda cinemática 1971 Como é fornecido o período de retorno T=2 anos, teremos para a intensidade da chuva
A equação da onda cinemática feita por Ragam, 1971 e Fleming, 1975 in Wanielista,1997,
deve ser usada para a estimativa do tempo de concentração quando existe a velocidade da onda 1747,9 x 20,181 1981,54
(velocidade não muda com a distância mas muda no ponto). i =------------------------ = --------------- (Equação 5.12)
A fórmula é feita somente para o cálculo de escoamento superficial. Isto deve ser entendido ( t + 15)0,89 ( t + 15)0,89
quando a chuva corre sobre um gramado, uma floresta, um asfalto ou concreto. Está incluso o
impacto das gotas de água, os obstáculos dos escoamentos como os lixos, vegetação e pedras e A resolução das Equações (5.11) e (5.12) é feita por tentativas.
transporte de sedimentos. Arbitra-se um valor de t e calcula-se o valor de i e em seguida recalcula-se o valor de
O comprimento máximo do escoamento superficial deve ser de 30m a 90m (McCuen, 1998, tatravés da Equação (5.11).
p.45). Na prática é usada a fórmula para comprimentos um pouco abaixo de 30m e um pouco acima Usa-se o valor do resultado da Equação (5.11) até que os valores praticamente coincidam.
de 90m sem problemas. Arbitrando um valor de t=10min na Equação (5.12) achamos:
6,99 . ( n . L / S 0,5) 0,60
t = -------------------------------- (Equação 5.10) 1981,54 1981,54
i 0,4 I=-------------------- = -------------------- = 112,908
Sendo: ( t + 15)0,89 (10+15) 0,89
t= tempo de escoamento superficial (min);
n= coeficiente de Manning para escoamento superficial; Com o valor de i=112,908 entra-se na Equação (5.11):
L= é o comprimento (m) do ponto mais distante, medido paralelamente a declividade até o ponto a t= 39,52 / i 0,4 = 39,52 / 112,908 0,4 = 5,97min
ser alcançado; Como o valor arbitrado foi de 10min e achamos 5,97min, recalculamos tudo novamente,
S= declividade (m/m); usamos t=5,97min.
i= intensidade de chuva (mm/h); 1981,54 1981,54
O grande inconveniente é que temos uma equação e duas incógnitas. Uma incógnita é o i=-------------------- = -------------------- = 132,10mm/h
tempo t do escoamento superficial e outra a intensidade de chuva I . 0,89
( t + 15) (5,97+15) 0,89
O cálculo na prática deve ser feito por tentativas que é a maneira mais simples, usando um 0,4
t= 39,52 / i = 39,52 / 132,10 0,4 = 5,60min
gráfico IDF (intensidade-duração-frequência) ou a equação das chuvas. Deve ser arbitrado um valor Como o valor de arbitrado de 5,97min e achamos 5,60min, vamos novamente recalcular
do tempo de escoamento t , calcular o valor de I e achar novamente o valor de t e conferir usando t=5,60min.
com o valor inicial, até que as diferenças atinjam uma precisão adequada.
5-10 5-11
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 12 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 13
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
1981,54 1981,54
i=-------------------- = -------------------- = 134,17 mm/h Tabela 5.4- Velocidades médias em m/s para o cálculo de tc
0,89
( t + 15) (5,60+15) 0,89 Descrição do Declividade Declividade Declividade Declividade
t= 39,52 / i 0,4 = 39,52 / 134,17 0,4 = 5,57min escoamento 0 a 3% 4 a 7% 8 a 11% > 12%
Em superfície
Como foi arbitrado t=5,60min e recalculamos encontramos t=5,57min, adotamos, portanto,
florestas 0 a 0,5 0,5 a 0,8 0,8 a 1,0 acima de 1,0
que o tempo de concentração é de 5,6min. pastos 0 a 0,8 0,8 a 1,1 1,1 a 1,3 acima de 1,3
A velocidade será V= L/T = 90m/ (5,6min x 60s) = 0,27 m/s áreas cultivadas 0 a 0,9 0,9 a 1,4 1,4 a 1,7 acima de 1,7
pavimentos 0 a 2,6 2,6 a 4,0 4,0 a 5,2 acima de 5,2
5.13 Fórmula da onda cinemática conforme FHWA, 1984 Em canais
Um método que é mais realista para estimar o tempo de concentração de escoamento mal definidos 0-0,6 0,6 a 1,2 1,2 a 2,1 ----------
superficial é do FHWA, 1984. A única alteração é a introdução do coeficiente C de runoff, ficando
bem definidos Calcular pela fórmula de Manning
assim:
6,92 x L 0,6 x n 0,6 Fonte: Porto et al. in Tucci, 1993
t= ---------------------------
( C x I )0,84 x S0,3 Exemplo 5.14
Calculamos pelo método da onda cinemática que para pastagem curta, achamos o valor de t= 5,60min
Sendo: e velocidade V=0,27m/s. Como a declividade é de 1%, na Tabela (5.4) a velocidade vai de zero a
t= tempo de concentração do escoamento superficial (min) 0,8m/s.
L=comprimento do escoamento superficial (m) Portanto, a velocidade de 0,27m/s está dentro do previsto.
n= coeficiente de rugosidade de Manning
C= coeficiente de runoff Exemplo 5.15- para cálculo do tempo de concentração
S= declividade média da área de escoamento superficial (m/m) Vamos usar um exemplo feito por (McCuen,1998) que é bastante ilustrativo.
I= intensidade da chuva (mm/h) Calcular o tempo de concentração numa determinada seção de controle, antes do
O método é resolvido da mesma maneira do anterior, isto é, por tentativa. desenvolvimento e depois do desenvolvimento.
Antes do desenvolvimento os dados estão na Tabela (5.5), incluindo os trechos, comprimento,
5.14 Discrepância entre as fórmulas do tempo de concentração declividades, coeficientes de Manning e cobertura da terra ou galeria ou canal existente.
Tendo em vista a discrepância entres as diversas fórmulas, (Porto, 1993) recomenda que:
a) é sempre conveniente calcular a velocidade média do escoamento na bacia e compará-la Tabela 5.5-Dados da bacia antes do desenvolvimento
com os valores fornecidos pela Tabela (5.4) , a velocidade média em metros por segundo é Comprimento Declividade Coeficiente
obtida por V= L / (tc x 60), sendo L em metros e tc em minutos. Trecho “n”de Cobertura/escoamento
b) alguns parâmetros tais como rugosidades, coeficiente de escoamento superficiais são (m) (m/m) Manning
AB 150 0,07 (7%) --------- Floresta com vegetação rasteira
determinados com um grau de incerteza relativamente alto. É conveniente proceder a análise Canal natural trapezoidal
de sensibilidade com relação a estes parâmetros. b=0,70m(base) y= 0,30m (altura da
BC 1050 0,012 (1,2%) 0,040 lâmina dágua) e
z=2:1(inclinação do talude, sendo 1 na
vertical e 2 na horizontal)
CD 1100 0,006 (0,6%) 0,030 Canal natural trapezoidal
Com b=1,25m y=0,70m e z=2:1
Total 2300m
5-12 5-13
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 14 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 15
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
V= n 1 x R 2/3 x S 0,5 = 0,040 1 x 0,191 2/3 x 0,012 0,5 = 0,91m/s 1747,9 x 20,181 1981,54
O tempo de escoamento superficial ou tempo de trânsito é: I =------------------------ = --------------- (Equação 5.14)
T BC= 1050/ (0,91 x 60) = 19,23min ( t + 15)0,89 ( t + 15)0,89
Trecho CD
Para um canal trapezoidal natural com vegetação média. O raio hidráulico é; A resolução das Equações (5.13) e (5.14) é feita por tentativas.
R= área molhada/ perímetro molhado = (y x b + z x y2 ) / (b + 2 x y x (1+z 2) 0,5 = Arbitra-se um valor de t e calcula-se o valor de I e em seguida recalcula-se o valor de
= ( 0,70 x 1,25 + 2 x 0,70 x 0,70) / (1,25 + 2 x 0,70 x (1+2 x 2) 0,5 = 0,423 m tatravés da Equação (5.13).
Usa-se o valor do resultado da Equação (5.13) até que os valores praticamente coincidam.
Como o canal tem vegetação média o coeficiente de Manning está entre 0,025 e 0,050 e escolhemos Arbitrando um valor de t=2min na Equação (5.14) achamos:
n=0,030
Substituindo os valores na fórmula de Manning temos: 1981,54 1981,54
V= n 1 x R 2/3 x S 0,5 = 0,030 1 x 0,423 2/3 x 0,006 0,5 = 1,45m/s I=-------------------- = -------------------- = 159,19
O tempo de escoamento superficial ou tempo de trânsito é: ( t + 15)0,89 (2+15) 0,89
T CD= 1100/ (1,45 x 60) = 12,64min
Portanto, o tempo de concentração antes do desenvolvimento, será a soma dos tempos de Com o valor de I=159,19 entra-se na Equação (5.13):
escoamento superficial (tempo de trânsito): t= 7,89 / I 0,4 = 7,89 / 159,19 0,4 = 1,04min
T antes = TAB + T BC + T CD = 12,5+19,23+12,64 =44,37min Como o valor arbitrado foi de 2min e achamos 1,04min, recalculamos tudo novamente,
usamos t=1,04min.
Cálculo do tempo de concentração: depois do desenvolvimento
Trecho EF 1981,54 1981,54
Considerando o escoamento superficial em pastagem de grama curta sendo S=0,07m/m e I=-------------------- = -------------------- = 167,64 mm/h
n=0,013, comprimento de 25m. Vamos usar a fórmula da onda cinemática. ( t + 15)0,89 (1,04+15) 0,89
Queremos determinar o valor do tempo e da intensidade de chuva para tempo de retorno de
2anos. t= 7,89 / I 0,4 = 7,89 / 167,64 0,4 = 1,02min
Para unidades SI o valor de Ku=6,977, n=0,013 L=25m S=0,07m/m Como o valor de arbitrado de 1,04min e achamos 1,02min, adotamos pois o valor
TEF=1,02min que é o Travel Time para o trecho EF.
Trecho FG
Como temos uma vala gramada para passagem das águas de chuvas obtemos k=4,77
5-14 5-15
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 16 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 17
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 1 de maio de 2007
Capítulo 5- Tempo de concentração Capítulo 5- Tempo de concentração
V=n 1 x R 2/3 x S 0,5 = n 1 x (D/4) 2/3 x S 0,5 = 0,015 1 x (0,50/4) 2/3 x 0,015 0,5 =2,04 m/s
5-16 5-17
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 1 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 2
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
SUMÁRIO
Ordem Assunto
6.1 Introdução
6.1.1 Considerações sobre o limite da área da bacia
Capítulo 6 6.2 Período de retorno
6.3 Intensidade da chuva
Método Racional 6.4 Tempo de concentração
6.5 Coeficiente C da fórmula Racional
6.6 Coeficiente de escoamento e vazão máxima em bacias urbanas (Tucci)
6.6.1 Equação do coeficiente
6.6.2 Estimativa do coeficiente de escoamento superficial da superficie permeável
“As hipóteses são redes: só quem as lança colhe alguma coisa”.. 6.6.3 Coeficiente de escoamento superficial de área impermeável
Novalis 6.6.4 Coeficiente de escoamento superficial em funçao da área impermeável
6.6.4.1 Área impermeável em função da densidade
6.6.5 Coefciente de escoamento superficial em função da densidade habitacional
6.7 Estimativa da área impermeável em macro-bacias urbanas
6.8 Coeficiente de escoamento superficial em função da área impermeabilizada (Urbonas e
Roesner, 1990)
6.9 Análise de incerteza do método racional
6.10 Recomendações para o método racional
6.11 Relacionamento de C com CN
6-1 6-2
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 3 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 4
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
tc tc
Figura 6.2- O método racional tem escoamento triangular sendo tc o tempo para atingir o pico da vazão e 2tc o
tempo total de escoamento (Porto in Drenagem Urbana,1995).
O método racional deve ser aplicado somente em pequenas bacias ou seja com área de
drenagem inferior a 3km2 (300 ha) conforme (Porto, 1993) ou quando o tempo de concentração seja
inferior a uma hora.
Na Austrália é usado o Método Racional Probabilístico para pequenas bacias (25 km2) e
médias bacias (500 km2), onde são aferidos os coeficientes de escoamento superficial “C” ,
comparando-se o calculado e medido. Não possuímos tais estudos no Brasil.
Akan,1993 admite para o método racional área da bacia até 13 km2.
Adotamos 3km2 (três quilômetros quadrados) como limite máximo do Método Racional
conforme recomendação das “Diretrizes básicas para projetos de drenagem urbana no município de
São Paulo” elaborado em 1998 pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH).
O conceito de pequena, média e grande bacia é um conceito variável entre os hidrólogos. A
mesma bacia ser considerada pequena por um e considerada média por outro. Não existe portanto,
uma definição correta do que seja pequena, média e grande bacia.
Quando se aplicar o método racional, isto é, fazendo-se a síntese, não devemos nos esquecer
da análise do como o mesmo é baseado. As hipóteses do método racional são as seguintes:
Figura 6.1-Modelo de sistema hidrológico simples a) toda a bacia contribui com o escoamento superficial e é porisso que o tempo de duração da
Fonte: Villela e Mattos, Hidrologia Aplicada tormenta deve ser igual ou exceder ao tempo de concentração da bacia;
b) a chuva é distribuida uniformemente sobre toda a área da bacia;
c) todas as perdas estão incorporadas ao coeficiente de escoamento superficial.
6-3 6-4
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 5 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 6
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
A intensidade da chuva associada com o tempo de concentração e a freqüência da ocorrência Equação de Martinez e Magni,1999 para a RMSP.
pode ser obtida das curvas de intensidade-duração-frequência (IDF) que é obtida por varias I = 39,3015 (t + 20) 0,9228 +10,1767 (t +20) 0,8764 . [ -0,4653 0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))]
publicações. Os cálculos são simples e fáceis de serem obtidos. (Equação 6.2)
Para chuva entre 10min e 1440min
Exemplo 6.1
Dada área da bacia A= 5ha, coeficiente de escoamento superficial C= 0,70 e intensidade da chuva Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/min);
I= 50mm/h. Calcular o vazão de pico Q. t= tempo (min);
Q= C . I . A /360 = 0,70 x 50mm/h x 5ha/360= 0,49m3/s ln= logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos), sendo T 200 anos
6.1.1 Considerações sobre o limite da área da bacia
O método racional é muito usado, mas apresenta algumas discussões, entre elas a mais Dica: para transformar mm/min em L/s x ha multiplicar por 166,7
importante é o tamanho da bacia a ser considerado conforme Tabela (6.1). Conforme DAEE, 2005 as equações de Martinez e Magni estão definidas até período de retorno de
200 anos mas, as vezes, pela ausência de outra equação, a extrapolação é feita para período de retorno até
Tabela 6.1- Valores limites da fórmula racional 1.000 anos.
Área Dica: a Equação de Martinez e Magni de 1999 é a mais nova a ser usada na Região Metropolitana de
Autores São Paulo.
(ha) (km2)
David H. Pilgrim e Ian Cordery (Austrália) Método probabilístico, 1993 de 2000 a 50.000 20 a 500 Tabela 6.2 – São Paulo: Previsão de alturas máximas de chuvas em mm
Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo (FCTH) 1998 (*) 300 3 Duração da Período de retorno
Wanielista et al.,1997 20 a 40 0,2 a 0,4 chuva (anos)
Ven Te Chow 40 a 81 0,4 a 0,81 2 5 10 15 20 25 50 100 200
DAEE-Cetesb até 100 1 10 min 16,2 21,1 24,4 26,2 27,5 28,5 31,6 34,6 37,6
Porto,1995 até 300 3 15 min 21,1 27,5 31,8 34,2 35,9 37,2 41,2 45,2 49,1
Linsley et al. 40 a 486 0,4 a 4,86
20 min 24,9 32,5 37,6 40,4 42,4 44,0 48,7 53,4 58,1
Paulo Sampaio Wilken até 500 5
25 min 27,9 36,5 42,2 45,4 47,7 49,4 54,8 60,1 65,4
Linsley e Franzini até 500 5
Osman Akan, 1993 até 1300 13 30 min 30,3 39,8 46,0 49,5 52,0 53,9 59,8 65,6 71,4
Califórnia Hihgways até 4.050 40,5 1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
Otto Pfasfstetter até 20.000 200 2h 46,8 62,1 72,3 78,0 82,0 85,1 94,6 104,0 113,4
ASCE,1992 até 80 0,8 6h 55,7 74,9 87,6 94,7 99,7 103,6 115,5 127,2 139,0
Debo e Reese,1995 até 40 0,4 8h 57,6 77,7 91,0 98,5 103,7 107,8 120,2 132,6 144,9
Regulamento do sul da Califórnia proibe acima de oito hectares. até 8 0,08 10 h 59,1 79,8 93,6 101,3 106,8 111,0 123,9 136,7 149,4
McCuen,1998 Pequenas Bacias 12 h 60,2 81,5 95,6 103,6 109,2 113,5 126,8 139,9 153,0
(*) Adotado pelo Engº Plínio Tomaz 18h 62,5 85,2 100,1 108,6 114,5 119,1 133,1 147,0 160,9
24h 64,1 87,7 103,3 112,1 118,2 123,0 137,6 152,1 166,5
6.2 Período de retorno Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999
Período de retorno (Tr) é o período de tempo médio que um determinado evento hidrológico
é igualado ou superado pelo menos uma vez. A explicação detalhada sobre período de retorno está no Tabela 6.3 – São Paulo: Previsão de máxima intensidade de chuvas em mm/hora
Capítulo 3. Na prática em microdrenagem o período de retorno está entre 2anos e 10anos. Duração da Período de retorno
chuva (anos)
6.3 Intensidade da chuva 2 5 10 15 20 25 50 100 200
Intensidade (I ou i) é a precipitação por unidade de tempo, obtida como a relação I= P / t, 10 min 97,3 126,9 146,4 157,4 165,2 171,1 189,4 207,6 225,8
expressa-se normalmente em mm/hora ou mm/minuto. 15 min 84,4 110,2 127,3 136,9 143,7 148,9 164,9 180,8 196,6
20 min 74,6 97,5 112,7 121,3 127,3 131,9 146,2 160,3 174,4
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
25 min 66,9 87,6 101,3 109,0 114,4 118,6 131,4 144,2 156,9
1747,9 . Tr0,181
30 min. 60,7 79,5 92,0 99,1 104,0 107,8 119,5 131,2 142,8
I =------------------------ (mm/h)
1h 39,3 51,8 60,1 64,7 68,0 70,5 78,3 86,0 93,6
( t + 15)0,89
2h 23,4 31,1 36,1 39,0 41,0 42,5 47,3 52,0 56,7
Sendo: 6h 9,3 12,5 14,6 15,8 16,6 17,3 19,2 21,2 23,2
I= intensidade média da chuva (mm/h); 8h 7,2 9,7 11,4 12,3 13,0 13,5 15,0 16,6 18,1
Tr = período de retorno (anos); 10 h 5,9 8,0 9,4 10,1 10,7 11,1 12,4 13,7 14,9
tc= duração da chuva (min). 12 h 5,0 6,8 8,0 8,6 9,1 9,5 10,6 11,7 12,8
18h 3,5 4,7 5,6 6,0 6,4 6,6 7,4 8,2 8,9
6-5 6-6
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 7 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 8
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
24h 2,7 3,7 4,3 4,7 4,9 5,1 5,7 6,3 6,9 A Prefeitura Municipal de São Paulo (Wilken,1978) adota os seguintes valores de C:
Fonte: aplicação da fórmula de Martinez e Magni de 1999
6-7 6-8
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 9 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 10
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
6-9 6-10
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 11 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 12
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
Vamos calcular o coeficiente de escoamento superficial composto que será: (P- 0,2 . S) 2
C1 . A1+C2 . A2 Q = -------------------------- (Equação 6.6)
C= --------------------------- (P+0,8 . S)
A1+A2
Sendo: C1=0,20 C2=0,6 A1=5ha A2=7ha válida quando P> 0,2 S = Ia (abstração inicial)
0,20 . 5 + 0,6. 7 25400
C= -------------------------- = 0,43 sendo S = ------------- - 254 (Equação 6.7)
5+7 CN
Pela Equação (6.2) temos:
Q= 0,278 . C . I . A Sendo:
A=12ha = 0,12km2 Q= escoamento superficial (mm);
Usando a Tabela (2.10) para tc=30min, Tr=10anos obtemos I= 92,0mm/h CN= número da curva de runoff que depende do tipo de solo e da característica da superfície;
Q= 0,275 . 0,43. 92,0 . 0,12 = 1,31 m3/s S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
Obtemos então a vazão de pico da bacia de 12ha de 1,31 m3/s P= altura pluviométrica total do evento (mm).
(Akan,1995) recomenda que quando a bacia inferior é desenvolvida, isto é, quando a mesma é
mais impermeável que a superior, tem que ser feita verificação. Na Equação (6.6) dividindo-se o escoamento superficial Q pela precipitação total do evento P,
Assim usando somente a bacia inferior com 7ha, C=0,6, tc=10min, Tr=10anos obtemos: teremos o coeficiente de escoamento superficial da área permeável Cp.
I=146,4mm/h e A=6ha=0,06km2 (P- 0,2. S) 2
Cp = --------------------- (Equação 6.8)
Q= 0,278 . C . I . A =0,275 . 0,6 . 146,4 . 0,06 = 1,45 m3/s (P+0,8. S) . P
Portanto, usando somente a bacia inferior mais desenvolvida achamos uma vazão de pico de
1,45m3/s que é maior que a vazão achada da bacia toda usando o coeficiente C ponderado que Para se obter a precipitação total P, basta multiplicar o tempo de concentração em minutos
resultou em vazão de 1,31m3/s. pela intensidade de chuva em (mm/min).
A interpretaçao segundo Akan, é que o pico de vazão se dá a 10min com vazão de 1,45m3/s e P = I . tc (Equação 6.9)
o tempo em que toda a bacia estará contribuindo na seção de controle é de 30min. Para se obter a intensidade de chuva I em (mm/min) usaremos Martinez e Magni em 1999
com dados de 1933 a 1997 (65anos) relativos ao Posto IAG-E3-035 obteve para a cidade de São
6.6 Coeficiente de escoamento e vazão máxima em bacias urbanas (Tucci, RBRH 2000) Paulo a seguinte fórmula:
O prof. dr. Carlos E. M. Tucci apresentou um trabalho bastante interessante na Revista I = 39,3015 ( t + 20) 0,9228 +10,1767 (t+20) 0,8764 . [ -0,4653 0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))]
Brasileira de Recursos Hídricos de janeiro/março de 2000, o qual iremos resumir.
para chuva entre 10min e 1440min
6.6.1 Equação do coeficiente I= intensidade da chuva (mm/min);
O coeficiente de escoamento de uma bacia de superfícies variáveis pode ser estimado pela t= tempo (min);
ponderação do coeficiente de diferentes superfícies. Considerando uma bacia urbana onde podem ln = logaritmo neperiano e
existir dois tipos de superfícies: permeável e impermeável é possível estabelecer que: T= período de retorno (anos).
Cp . Ap + Ci . Ai
C= ----------------------------- (Equação 6.5) 6.6.3 Coeficiente de escoamento superficial de área impermeável
At Para áreas impermeáveis, (Tucci, 2000) usa a Tabela (6.6).
Sendo:
Cp = coeficientes de escoamento superficial para a área permeável da bacia Tabela 6.6- Coeficiente de escoamento superficial de área impermeável
Coeficiente de escoamento superficial para área impermeável
Ci = coeficiente de escoamento superficial para a área impermeável da bacia Tipo de superfície Ci
Ap = área da superfície permeável da bacia. Valor Médio Faixa de valores
Ai = área da superfície impermeável da bacia. Cimento e asfalto 0,95 0,90 a 0,95
At = área total da bacia. Paralelepípedo 0,60 0,58 a 0,81
C =coeficiente de escoamento superficial obtido pela média ponderada efetuada. Blockets 0,78 0,70 a 0,89
Concreto e asfalto poroso 0,03 0,05
Solo compactado 0,66 0,59 a 0,79
6.6.2 Estimativa do coeficiente de escoamento superficial de superficie permeável
Fonte: Tucci,RBRH janeiro/março do ano 2000
Tucci, 2000 juntou o conceito do coeficiente C de escoamento superficial com a
equação do SCS, 1975, que fornece o escoamento superficial da bacia em milímetros.
6-11 6-12
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 13 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 14
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
Então:
6-13 6-14
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 15 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 16
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
Exemplo 6.6
Calcular o coeficiente de escoamento superficial C para bacia com densidade de 100 hab/ha.
6.6.4.1 Área impermeável em função da densidade Usando a Equação (6.12) temos:
Tucci examinando dados de Curitiba, São Paulo e Porto Alegre obteve em 1994 a seguinte C= 0,0783 + 0,0035 . DH = 0,0783 + 0,0035 . 100 = 0,43
fórmula ajustada com R2=0,997 que deve ser usada para áreas maiores que 2km2.
AI =0,00489. DH para DH< 120hab/ha (Equação 6.11) 6.7 Estimativa da área impermeável em macro-bacias urbanas
Sendo Em dezembro de 1994 Néstor A Campana e Carlos E. M. Tucci apresentaram na Revista
AI= área impermeabilizada entre 0 e 1; Brasileira de Engenharia (RBE) volume 2, número 2, estudo sobre “Estimativa de área impermeável
DH=densidade (hab/ha). de macro-bacias urbanas”.
Foram usadas para o algoritmo áreas impermeáveis de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.
Tabela 6.8-Fração da área impermeável em função da densidade habitacional Foram usadas imagens do satélite Landsat-TM bandas 3, 4 e 5 e usado a abordagem fuzzy para
Densidade habitacional Fração da área impermeável calcular a área impermeável.
(hab/ha)
Os estudos concluíram que para bacias abaixo de 2km2 o erros estão na faixa de 25% e para
30 0,15
bacias maiores o erro tende a ficar na faixa de 15% e convergindo para erro de 10% em bacias acima
40 0,20
50 0,24
de 4km2.
60 0,29
A tendência da impermeabilização mostrou que ela converge no intervalo de 60% a 70% com
70 0,34 média aproximada de 65%. A variação dos erros em função da impermeabilização é uniforme até
80 0,39 cerca de 70%. Acima de 70% os resultados podem ser tendenciosos.
90 0,44 Deverá se ter cuidado em aplicação das fórmulas para áreas pequenas com excessiva
100 0,49 concentração de indústrias ou comércios, que possa distorcer a densidade média.
110 0,54 A aplicação da fórmula é para regiões com edifícios de apartamentos, industrias ou
120 0,59 residências térreas.
Campana e Tucci apresentaram um gráfico da impermeabilização em porcentagem com a
densidade populacional em habitante/hectare.
Exemplo 6.5 No Capítulo 12 no item 12.9 temos aplicação da fórmula de Tucci e Campana para o caso real
Calcular a área impermeável para densidade 85 hab/ha, usando a Equação (6.11). do rio Aricanduva em São Paulo.
AI =0,00489. DH = 0,00489 x 85 = 0,42 O horizonte do projeto deverá ser de 25 anos.
Portanto, a área impermeável para 85hab/ha é de 42%. O gráfico pode ser colocado sob a forma de duas equações de retas para dois intervalos da
seguinte maneira:
6.6.5 Coeficiente de escoamento superficial em função da densidade habitacional AIimp = -3,86 + 0,55 DH (Equação 6.13) (7,02 DH 115 hab/ha)
Ainda segundo Tucci, 2000 temos:
C= 0,0783 + 0,0035 . DH (Equação 6.12)
Sendo:
C=coeficiente de escoamento superficial
DH=densidade hab/ha.
6-15 6-16
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 17 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 18
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
6-17 6-18
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 19 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 20
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
6-19 6-20
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 21 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 22
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
6-21 6-22
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 23 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 24
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
6-23 6-24
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 25 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 26
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
6-25 6-26
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 27 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 28
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
6-27 6-28
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 29 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 30
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
V a z a o (m 3 / s )
Figura 6.3- Gráfico do hidrograma de Decalb aplicando o método Racional
6-29 6-30
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 31 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 32
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
Vazão
Ip
Qp
Tempo
td Tc
Teremos então
Sendo:
td =duração da chuva (min);
Tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Figura 6.4- Hidrograma do metodo Racional
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
12.15 Dimensionamento preliminar pelo método de Aron e Kibler, 1990
O cálculo é feito por tentativas, pois, a cada tempo, teremos um valor da intensidade de chuva
Osman Akan, cita no livro Urban Stormwater Hydrology,1993, o dimensionamento preliminar
“I “ , sendo constante o valor de C e da área da bacia em hectares.
pelo método de Aron e Kibler,1990. Neste método não é especificado o tipo de saída da água do
Para o cálculo de Ip= CIA adotamos a fórmula de (Paulo S. Wilken,1972), com resultado em
reservatório de detenção tais como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
L/s x ha, dividindo por 1000 para se obter o m3.
O resultado será aquele que resulte no maior volume de detenção Vs.
Exemplo 6.1
Seja o piscinão do Pacaembu com os seguintes dados:
Fórmula de intensidade de chuva adotada: Paulo S. Wilken (1972)
Local do reservatório: praça Charles Muller, São Paulo, capital
Área de drenagem: 2,22km2 = 222ha
Período de retorno adotado T=25anos
Fração impermeável total : 0,55 (55% da área total)
6-31 6-32
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 33 Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais 34
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002. Verificado em 19 de outubro de 2007
Capítulo 6 Método Racional Capítulo 6 Método Racional
Vazão efluente máxima (vazão saída do reservatório) : 13m3/s é a vazão máxima, de 3km de E assim por diante, conforme se pode ver na Tabela (6.22).
galerias na av. Pacaembu. É uma imposição do problema. Portanto, o volume do piscinão do Pacaembu calculado pelo método aproximado de (Aron e
Tempo de concentração: 15min (fornecido) Kibler,1990) para período de retorno de 25anos é de 75.723m3.
Solução:
Escolha do coeficiente de runoff ou coeficiente de escoamento “C”
O valor admitido de C=0,7. Tabela 6.22- Dimensionamento preliminar do piscinão do Pacaembu usando o método de Aron
Aplicação do método de Aron e Kibler, 1990. e Kibler,1990 para T=25 anos e C=0,7
A vazão de saída Qp=13m3/s devido ao máximo que as galerias da av. Pacaembu suportam. Tempo Período de Intensidade
retorno Duração da de chuva Vs
Usando a fórmula de (Paulo Sampaio Wilken,1972). concentraçao Qsaida (anos) Chuva Área Qentrada Qentrada
Tr (min) Q=CIA Q=CIA
4855,3 . Tr0,181 (min) (m3/s) (anos) (min) (l/s.ha) ha (l/s) (m3/s) (m3)
I =------------------------ (L/s.ha) 15 13 25 15 421,31 222 65472 65,47 47225
( t + 15)0,89 15 13 25 30 293,69 222 45639 45,64 64600
Sendo: 15 13 25 45 227,35 222 35330 35,33 71990
I= intensidade média da chuva (L /s. ha); 15 13 25 60 186,40 222 28966 28,97 75028
Tr = período de retorno (anos); 15 13 25 75 158,48 222 24627 24,63 75723
t= duração da chuva (min). 15 13 25 90 138,16 222 21470 21,47 74989
Para período de retorno Tr = 25 anos teremos: 15 13 25 105 122,68 222 19064 19,06 73306
15 13 25 120 110,47 222 17167 17,17 70953
4855,3 . 250,181 8.694,47 15 13 25 135 100,58 222 15631 15,63 68107
I = ------------------------ = ------------------ 15 13 25 150 92,40 222 14359 14,36 64884
( t + 15)0,89 ( t + 15)0,89 15 13 25 165 85,52 222 13289 13,29 61364
Variando-se o tempo “t” começando pelo tempo de concentração de 15min. 15 13 25 180 79,64 222 12376 12,38 57606
Para t=15min
8.694,47 8.694,47 Nota: o metodo fornece o volume do reservatório que deve ser adotado para detenção, mas
I = ------------------ = ------------------------= 421,31L/s . ha que não quer dizer que é correto. Somente o routing do reservatório com os dispositivos de orifícios
( t + 15)0,89 ( 15 + 15)0,89 e vertedor é que determinarão se o mesmo é correto ou não.
.
Para t=30min
8.694,47 8.694,47
I = ------------------ = ------------------------= 293,19 L/s.ha
0,89
( t + 15) ( 30+ 15)0,89
e assim por diante conforme mostra a Tabela (6.22).
Aplicando a fórmula racional Q=C. I . A
Teremos:
Para t=15min, A=222 ha e C=0,7
Q= CIA = 0,7 x 421,31 x 222 = 65.472L/s = 65,47m3/s
Para t=30min
Q=CIA = 0,7 x 293,69 x 222 = 45.639L/s = 45,64m3/s
Vamos calcular a duração da chuva que produz o maior volume de reservatório de detenção
usando a Equação (12.12):
Vs= Ip x td – Qp x ( td + Tc)/2
Para t=td = 15min, sendo tempo de concentração Tc fixo igual a 15min
Vs= (vazão afluente em m3/s) x 60s x (tempo de duração da chuva) – (vazão efluente em m3/s) x 60s
x (tempo de duração da chuva + tempo de concentração)/2
Vs=65,47m3/s x 60s x 15min – 13m3/s x 60 s x (15min + 15min)/2 =
Vs= 47.225m3
Para t=30min
Vs= 45,64m3/s x 60s x 30min – 13 m3/s x 60 s x (30min + 15min)/2 =
Vs= 64.600m3
6-33 6-34
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
7.1 Introdução
7.1.1 Característica do solo
Capítulo 7 7.1.2 Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades
7.1.3 Capacidade mínima de infiltração no solo
Chuva excedente- método do número CN do SCS 7.2. Tabelas do número CN da curva de runoff
7.3 Condições antecedentes do solo
7.4 Estimativa do número CN para área urbana
7.5 Área impermeável conectada e área impermeável não conectada
“O homem que não crê em nada, acaba por não acreditar em si 7.6 Estimativa de runoff ou escoamento superficial ou chuva excedente pelo método SCS
mesmo. Isso vale dizer não acreditará nos próprios juramentos e 7.7 Limitações da equação conforme SCS
compromissos” 7.8 Hietograma da chuva excedente
7.9 Estimativa de área impermeável de macro-bacias urbanas
Varoli 7.10 Aplicações e validade do método no número CN da curva de runoff (SCS)
7.11 Comparação dos métodos de infiltração
7-149 7-150
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 7- Chuva excedente - método do número CN do SCS Tabela 7.1- Grupo de solos e características do solo
Grupo Características do solo
de solo
7.1 Introdução solos arenosos com baixo teor de argila total, inferior a 8%, não havendo rocha nem camadas
Em junho de 1986 o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos lançou o argilosas e nem mesmo densificadas até a profundidade de 1,5m. O teor de húmus é muito baixo,
Technical Release 55 (TR-55) denominado “Urban Hydrology for Small Watersheds”que não atingindo 1% (Porto, 1979 e 1995).
apresentou os procedimentos para estimativa do runoff e dos picos de descargas em bacias A
Solos que produzem baixo escoamento superficial e alta infiltração. Solos arenosos profundos com
pequenas(250 km2). A edição que estamos tratando foi atualizada no apêndice A do TR-55 em pouco silte e argila (Tucci et al, 1993).
janeiro de 1999. solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor de argila total, porém ainda
O TR-55 incorporou no estudo apresentado os resultados do U. S. Soil Conservation inferior a 15%. No caso de terras roxas, esse limite pode subir a 20% graças à maior porosidade.
Service (SCS) de janeiro de 1975. Os dois teores de húmus podem subir, respectivamente, a 1,2 e 1,5%. Não pode haver pedras e
Há três maneira para se achar o número da curva de runoff CN do SCS, também B nem camadas argilosas até 1,5m, mas é, quase sempre, presente camada mais densificada que a
chamado de coeficiente de escoamento superficial ou número de deflúvio CN. camada superficial (Porto, 1979 e 1995)
1. Características do solo; Solos menos permeáveis do que o anterior, solos arenosos menos profundo do que o tipo A e com
2. Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades; permeabilidade superior à média (Tucci et al, 1993).
3. Capacidade mínima de infiltração no solo. solos barrentos com teor total de argila de 20% a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis
ou contendo pedras até profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, esses dois limites máximos
podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada
C que no Grupo B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade (Porto, 1979 e 1995).
7.1.1 Características do solo
Segundo (McCuen,1998) o SCS classificou nos Estados Unidos mais de 4.000 solos Solos que geram escoamento superficial acima da média e com capacidade de infiltração abaixo
para verificar o potencial de runoff e classificou estes grupos em quatro, identificando com as da média, contendo percentagem considerável de argila e pouco profundo (Tucci et al, 1993).
letras A, B, C e D. solos argilosos (30% a 40% de argila total) e ainda com camada densificada a uns 50cm de
Conforme José Setzer e Rubem La Laina Porto no Boletim Técnico do Departamento profundidade. Ou solos arenosos como do grupo B, mas com camada argilosa quase impermeável
ou horizonte de seixos rolados (Porto, 1979 e 1995).
de Água e Energia Elétrica - DAEE de maio/agosto de 1979 de São Paulo, foi apresentado D
pela primeira vez no Brasil “Tentativa de avaliação de escoamento superficial de acordo com Solos contendo argilas expansivas e pouco profundos com muito baixa capacidade de infiltração,
o solo e o seu recobrimento vegetal nas condições do Estado de São Paulo”. gerando a maior proporção de escoamento superficial (Tucci et al, 1993).
As quatro classificações de (Porto,1995) são bastante elucidativas e referem-se a
capacidade mínima de infiltração de cada tipo de solo conforme SCS e estão na Tabela (7.1) Fonte: (Porto, Setzer 1979) e (Porto, 1995) e (Tucci et al, 1993).
juntamente com os tipos de solos classificados por (Tucci,1993).
7.1.2 Pesquisas feitas no pais, nos estados ou em regiões ou cidades
Nos Estados Unidos todos os solos estão classificados conforme os grupos
hidrológicos A,B,C ou D e fazem parte do TR-55 citado. O Brasil até a presente data não
existe nenhuma pesquisa que fornecem os números CN da curva de runoff. No Estado de São
Paulo, existem considerações globais feitas em 1979 por Setzer e Porto. Na região do Alto
Tietê, existe estudo geológico dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, onde
os solos estão classificados, a fim de facilitar os dimensionamentos dos córregos, rios, canais
e reservatórios de detenção e retenção.
7-151 7-152
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
7.1.3 Capacidade mínima de infiltração no solo. Vamos usar as Tabelas (7.3) e Tabela (7.4) traduzidas do inglês por (Tucci, 1993).
(McCuen,1998) apresenta uma classificação dos quatro grupos A,B,C e D conforme Tabela 7.3- Valores dos números CN da curva de runoff para bacias rurais
Tabela (7.2) mostrando a capacidade mínima de infiltração no solo conforme o grupo do Uso do solo Superfície do solo Grupo do Solo
solo. A B C D
Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94
Em fileiras retas 70 80 87 90
Tabela 7.2- Capacidade mínima de infiltração conforme o grupo do solo
Grupo de solo Capacidade mínima de infiltração Média Plantações Em curvas de nível 67 77 83 87
(mm/h) regulares Terraceado em nível 64 76 84 88
A 7,62 a 11,43 9,53
Em fileiras retas 64 76 84 88
B 3,81 a 7,62 5,72
C 1,27 a 3,81 2,54
Plantações de Em curvas de nível 62 74 82 85
D 0 a 1,27 0,64 cereais Terraceado em nível 60 71 79 82
Fonte: (McCuen,1998)
Em fileiras retas 62 75 83 87
7-153 7-154
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Espaços abertos, relvados, parques, campos de golfe, cemitérios, boas condições Tabela 7.5- Condições do solo em relação a situação do mesmo
Com relva em mais de 75% da área 39 61 74 80 Condição do solo Situação do solo
Com relva de 50% a 75% da área 49 69 79 84 I Solo seco.
Zonas comerciais e de escritórios 89 92 94 95 II Condições médias do solo. É a condição normal das tabelas do
número CN.
III Solo úmido. Ocorreram precipitações nos últimos cinco dias. O solo
Zonas industriais 81 88 91 93
está saturado
Fonte: (McCuen, 1998)
Zonas residenciais
Lotes de (m2) % média impermeável
<500 65 77 85 90 92 A Tabela (7.6) apresenta os limites de 5 dias de chuva antecedente em relação ao
1000 38 61 75 83 87 período latente e ao período de crescimento da vegetação, para facilitar a classificação das
1300 30 57 72 81 86 condições do solo.
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84 Tabela 7.6- Limites de 5 dias de chuva antecedente em relação a período latente e
período de crescimento
Parques de estacionamentos, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98 Chuva antecedente de 5 dias em milímetros
Condição do solo Período latente Período de crescimento
Arruamentos e estradas
Asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98 I < 12,7mm <35,56mm
Paralelepípedos 76 85 89 91
Terra 72 82 87 89 II 12,7mm a 27,94mm 35,56mm a 53,34mm
7-155 7-156
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Como as tabelas para achar o número CN se referem as condições normais chamada Exemplo 7.2
Condição II, conforme o solo antecedente estiver seco ou úmido terá que ser feito as
correções do número CN, conforme Tabela (7.7). Para o dimensionamento do piscinão do Pacaembu, Canholi considerou a fração
impermeabilizada de 0,55.
Tabela 7.7- Ajustamento do número CN da condição normal II para a condição Como já foi mostrado anteriormente o tipo de solo da região é o tipo B conforme
para solo seco (I) e para solo úmido (II). classificação do SCS. Considerando a Tabela (7.4) em espaços abertos com relva com
Condição normal II do número Número CN correspondente para a devida Condição impermeabilização de 50% a 75% o valor de CN=69.
CN Condição I Condição III Vamos achar o número CNw composto.
100 100 100
95 87 99
90 78 98
Sendo:
85 70 97 CNp =69
80 63 94 f= 0,55
75 57 91
70 51 87
65 45 83 CNw = CNp . ( 1 - f ) + f . (98)
60 40 79
55 35 75
50 31 70
45 27 65 CNw = 69. ( 1-0,55 ) + 0,55 . ( 98 )= 84,95=85
40 23 60
35 19 55 Portanto, o número CN que se poderia usar para o cálculo da chuva excedente na bacia
30 15 50 do Pacaembu é CNw =CN=85.
25 12 45
20 9 39
15 7 33
7.5 Área impermeável conectada e área impermeável não conectada
10 4 26 O TR-55 do SCS, 1986 salienta a importância das áreas impermeáveis conectadas ou
5 2 17 não. Uma área impermeável é conectada quando o escoamento superficial, isto é, o runoff
0 0 0 escoa da área impermeável diretamente para o sistema de drenagem.
Fonte: (McCuen, 1998) No Exemplo (7.2) da bacia de detenção do Pacaembu, a fração impermeável total é de
0,55 e a fração impermeável diretamente conectada é 0,45. Isto significa que 45% da área
impermeável escoa diretamente para o sistema de galerias de drenagem enquanto que os
7.4 Estimativa do número CN para área urbana outros 55% da área impermeável se escoa sobre uma área permeável.
Para área urbana existe sempre uma parcela do solo que é impermeável. Na área O escoamento superficial da área impermeável, isto é, o runoff que se escoa sobre a
impermeável o número CN do solo é CN=98. O coeficiente final CNw composto é a soma área permeável, é que se chama área impermeável não conectada que no caso do piscinão do
composta do coeficiente da área permeável e da área impermeável com o peso correspondente Pacaembu é de 55% da área impermeável.
da fração da área impermeável da seguinte forma, conforme (McCuen, 1998). (McCuen, 1998) apresenta a correção do número CN quando a percentagem da área
A equação abaixo é válida quando a porcentagem total da área impermeabilizada é impermeabilizada total é menor que 30%. Somente neste caso é corrigido o valor de CN
maior que 30% (trinta por cento) da área total. conforme a seguinte fórmula:
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98) (Equação 7.1) CNc = CNp + If ( 98- CNp) ( 1-0,5 R) (Equação 7.2)
sendo: sendo:
CNw = número CN composto da área urbana em estudo; CNc = número CN ajustado, corrigido;
CNp = número CN da área permeável da bacia em estudo e CNp = número CN da área permeável;
f= fração da área impermeável da bacia em estudo. If = fração da área impermeável total
R= fração da área impermeável que está não conectada, isto é, escoa sobre a área permeável.
7-157 7-158
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
( P – Ia ) 2
Q = ------------------ (Equação 7.3)
( P- Ia ) + S
sendo:
Q= runoff ou chuva excedente (mm);
P= precipitação (mm);
Ia = abstração inicial (mm) e
S= potencial máximo de retenção após começar o runoff (mm).
A abstração inicial Ia representa todas as perdas antes que comece o runoff. Inclui a
água retida nas depressões da superfície e interceptada pela vegetação, bem como, a água
evaporada e infiltrada.
Empiricamente foi determinado nos Estados Unidos pela SCS que Ia é
aproximadamente igual a :
( P- 0,2S ) 2
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S (Equação 7.5)
( P+0,8S )
25400
sendo S= ------------- - 254 (Equação 7.6)
CN
A Equação (7.3) do valor de Q é válida quando a precipitação P > 0,2S.
Quando P < 0,2 S, o valor de Q=0.
7-159 7-160
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Coluna 6:
Na coluna 6 temos as precipitações da coluna 5 acumuladas até atingir o valor global de e assim por diante achamos todos os valores da coluna 7.
85,1mm. A chuva acumulada é necessária para o uso da equação do SCN conforme veremos. Uma maneira pratica de se obter a coluna 7 é usando a planilha Excel usando a função
SE da seguinte maneira:
Coluna 7:
Para a coluna 7 recordemos que a chuva excedente Q é: = SE (Coluna 6 > 7,59; [( coluna 6 – 7,59) 2 / (coluna 6 + 30,36)] ; 0)
.
O total da chuva excedente é de 51,9mm. Esta parte da chuva é que irá produzir o
(P- 0,2S) 2 escoamento superficial, isto é, o runoff.
Q= -------------------------- válida quando P> 0,2 S
(P+0,8S) Coluna 8:
Os valores são da chuva excedente acumulada em milímetros e para achar por faixa é só fazer
25400 a diferença entre a linha com a linha anterior da coluna 7 obtendo assim a coluna 8.
sendo S= ------------- - 254
CN
7-161 7-162
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
7-163 7-164
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
A exemplo do verificado em estudos mais recentes, para outros municípios como os O procedimento para a previsão da densidade populacional corresponde ao mesmo
integrantes da bacia do Aricanduva, os municípios que atualmente já atingiram valores desta raciocínio do rio Aricanduva. Toma-se a média da densidade populacional da região no
ordem de grandeza. período de 1991 a 1996 que foi de 103,4 hab/ha.
Provavelmente já se encontram em estado de estagnação ocupacional, como é o caso Fazendo-se uma projeção de 1,47% ao ano que foi o crescimento entre 1991 e 1996
especifico do distrito da vila Prudente. Entende-se que o valor de 153 hab/ha seria um limite em 24 anos teremos:
máximo de ocupação a ser alcançado também nos demais distritos integrantes da mesma 103,4 hab/ha x (1 + 0,0147) 24 = 146,77 = 147 hab/ha
bacia, onde se considera que ainda haveria espaço para essa expansão populacional.
Para se achar a área impermeabilizada podemos usar as Equações (7.7) e (7.8) de Como limite para a região foi fixado o valor de 150 hab/ha sendo este adotado como a
(Campana e Tucci, 1994) já citadas para densidade populacional maior que 115hab/ha. densidade populacional Equação de Campana e Tucci,1994 temos:
Aimp = 53,2 +0,054 d ( para d >115hab/ha) Aimp = 53,2 +0,054 d ( para d >115 hab/ha)
Aimp = 53,2 +0,054 . 150=53,2 + 8,1 ==61,3%
Portanto a densidade populacional para o ano 2020 será de 61,3%.
sendo: O valor de CN=66 conforme estudos do Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto
Aimp = % da área impermeável e Tietê,1998.
d= densidade populacional (hab/ha)
O valor de CN para o ano 2020 será calculado usando a Equação (7.1) de
d= 153hab/ha (McCuen,1998).
Aimp = 53,2 +0,054 d = 53,2 + 0,054 x 153 = 53,2 + 8,26 =61,5 % CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98)
Portanto a área impermeável para o ano 2020 foi estimada em 61,5%. CNp = 66 (coeficiente de escoamento superficial da parte permeável)
7-165 7-166
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS Capítulo 7 Chuva excedente método do número CN do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
f= fração da área impermeável =0,613 (61,3%) vegetação esparsa do que para solos com vegetação densa. O interessante é que vários outros
autores acharam os mesmos problemas devido a vegetação densa ou esparsa.
CNw = CNp . ( 1-f ) + f . (98)= 66 . (1-0,613) + 0,613 . 98 = 85,62 = 86 Na Austrália foi desenvolvido um método probabilístico para determinar o coeficiente
CN baseado em 139 bacias no leste daquele pais.
O dr. Rubem La Laina Porto em 1995 no livro Drenagem Urbana, demonstra na
Exemplo 7.7- Caso real: bacia do Alto Tietê na RMSP análise de sensibilidade os resultados que se podem obter quando se varia o coeficiente CN
por exemplo de 90 para 85 e se varia o tempo de concentração de 0,8h para 1h. Os resultados
A área da bacia é de 3.230 km2. foram de 71m3/s para 44m3/s ou seja de 79% de diferença para variação do tempo de
A chuva usada foi aquela do evento de 02/2//1983, que é semelhante a distribuição de concentração e do CN consideradas normais.
Huff proposta em 1978, 1º quartil com 50% de probabilidade com intervalo de 0,5h. Foi Uma das conclusões que podemos tomar é não considerar o método SCS como um
usado o software CABC- análise de bacias complexas desenvolvido pela Fundação Centro método determinístico, isto é, que conduz a um único resultado. Temos que usar modelo
Tecnológico de Hidráulico de São Paulo- FCTH. probabilístico para analisar os riscos e as incertezas como faz desde 1995 o USACE (United
Baseado nos estudos da firma Promon 86, Hidroplan 95, IAG k=1,00 e IAG k=0,789 States Army Corpy of Engineer).
foi adotado os seguintes períodos de retornos e as respetivas precipitações totais em mm
conforme Tabela (7.9). 7.11 Comparação dos métodos de infiltração
O valor de k=0,789 se refere a distribuição espacial da chuva conforme equação de Conforme Chin 2000 p. 3455, o Manual de Prática de Projetos de Construções de
Paulhus e k=1 quando se considera que a distribuição pontual é a mesma. A fórmula adotada Sistemas Urbanos de Águas Pluviais elaborado em 1992 da American Society of Civil
foi a de Felix Mero para duração de 1h a 24h. Engineers (ASCE) recomenda três métodos: Horton, Número da Curva e Green-Ampt.
Foram feitas várias comparações e chegou-se a conclusão que o método mais preciso é
Tabela 7.9- Chuva de 24horas adotada para diversos períodos de retornos o Green-Ampt, porém o mais usado é o Número da Curva CN, pois o mesmo é recomendado
Período de retorno Chuva de 24 horas adotada pelo Departamento da Agricultura dos Estados Unidos e tem servido de base legal para o
(anos) (mm)
100 122
julgamento dos juizes em processos judiciais.
50 111
25 99
10 84
5 76
2 60
Fonte: (DAEE,1999)
Os coeficientes permeáveis do valor de CN são:
CN= 56 desde as cabeceiras do rio Tietê até a barragem da Penha
CN=63 entre a barragem da Penha e a foz do rio Pinheiros
CN=68 entre a foz do rio Pinheiros até a barragem Edgard de Souza
7-167 7-168
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 8 Infiltração Método de Horton Capítulo 8 Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capitulo 8
SUMÁRIO
Infiltração pelo Método de Horton Ordem Assunto
8-169 8-170
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 8 Infiltração Método de Horton Capítulo 8 Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Aconselha-se que seja feito um teste para cada 0,7km2 ou seja 1 teste para cada 70ha
Capitulo 8- Infiltração pelo método de Horton (Drenagem Urbana, 3a ed. 1986 Cetesb, p. 135).
(Wanielista, 1997 p.161) diz que o teste com infiltrômetro devem ser feito em área
8.1 Introdução menor que 2.000m2 e cuidados especiais devem ser feitos para que os mesmos sejam
representativos.
Infiltração é a passagem de água da superfície para o interior do solo (Tucci, 1993).
f= fp se fp < i (Equação 8.3) Segundo (McCuen, 1997) o valor de f0 é de 3 a 5 vezes o valor de ff e cita ainda que
os valores de k variam de 1/h até 20/h, enquanto que (Akan,1993) cita que os valores de k
Sendo: variam de 0,67/h até 49/h sendo que na ausência de dados deve ser usado 4,14/h, conforme
sugestão de (Hubber e Dickinson, 1988).
f= a taxa de infiltração no tempo (cm/h) (Akan,1993) recomenda que quando não se tem dados, pode-se estimá-los usando a
i = a taxa de precipitação no tempo (cm/h) Tabela (8.3) e Tabela (8.4).
A Equação (8.1) é dimensionalmente homogênea e a unidade k é o inverso da unidade Tabela 8.3- Estimativa da taxa de infiltração final de Horton segundo Akan,1993
do tempo t. Tipo de solo ff
(mm/h)
Os parâmetros ff, f0, k devem ser obtidos em campo. Solo argiloso com areia, silte e húmus 0 a 1,27mm/h
Solo arenoso argiloso 1,27mm/h a 3,81mm/h
Para se obter em campo os parâmetros da fórmula de Horton deve ser usados o Solo siltoso com areia, silte e húmus 3,81mm/h a 7,62mm/h
dispositivo chamado infiltrômetro. Comumente se usa o infiltrômetro de duplo anel. Solo arenoso 7,62mm/h a 11,43mm/h
Fonte: Akan,1993 p.34
8-171 8-172
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 8 Infiltração Método de Horton Capítulo 8 Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 8.1
Para o piscinão do Pacaembu, Canholi adotou para a taxa de infiltração final o valor de
4,5mm/h, que seria classificado como solo siltoso com areia, silte e húmus segundo
Akan,1993 na Tabela (8.3).
Quando não dispomos de dados experimentais, Akan,1993 aconselha a Tabela (8.4)
8-173 8-174
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 8 Infiltração Método de Horton Capítulo 8 Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 8.5- Ensaio dos parâmetros da fórmula de Horton feitos nos Estados Unidos em 1975 no distrito de Exercício 8.2
Seminole no Estado da Flórida usando infiltrômetros de duplo anél
Taxa de Taxa de infiltração Constante da
infiltração inicial exponencial Na Tabela (8.7) apresentamos a planilha elaborada em Microsoft Excel com exemplo
final f0 Permeabilidade do solo
Local ff k
de (Akan,1993 p.35).
mm/h Os dados de entrada são os seguintes:
mm/h /h mm/h
ff = 0,5 cm/h
f0= 3 cm/h
50,8 160,02 49,1 254mm/h a 508mm/h
k = 1,0/h
812,8 198,12 36,9 254mm/h a 508mm/h
Wimbledon Park 1524 330,2 48,8 254mm/h a 508mm/h fp = taxa de infiltração no tempo t (cm/h)
736,6 330,2 25,1 254mm/h a 508mm/h f = taxa de infiltração adotada (cm/h)
1016 406,4 16,6 254mm/h a 508mm/h i = taxa de precipitação no tempo (cm/h)
1397 492,76 15,4 254mm/h a 508mm/h
t1 =início do tempo em horas
t2 = fim do tempo em horas
31,75 4,826 8
t= média do tempo t1 e t2 em horas
21,336 6,604 4,3
Cross-Creek
(possui um pouco de 16,51 2,032 2,3 <254mm/h
O cálculo de f é decidido entre a taxa de precipitação i comparando com fp usando a
matéria orgânica) 39,878 4,826 4,1 Equação (8.2) e Equação (8.3).
66,04 10,668 8,4 Dica: não esquecer a Equação (8.2) e Equação (8.3) relativas aos valores de fp e de i.
30,48 6,604 0,8
26,67 3,302 6 Tabela 8.7- Cálculo da infiltração de água no solo usando o método de Horton, conforme exemplo
fornecido por (Akan,1993, p.32)
86,36 14,478 4 127mm/h a 254mm/h Infiltração no solo
Lake Nan Dado Dado Dado Média Uso da fórmula método de Horton
58,42 18,542 6 127mm/h a 254mm/h
t1 t2 i de t1 e t2 fp
60,96 14,224 8,4 127mm/h a 254mm/h
t f f . 0,25h
129,54 21,082 6,8 127mm/h a 254mm/h (h) (h) (cm/h) (h) (cm/h) (cm/h) mm
Fonte: Wanielista et al., 1997.
0,00 0,25 2 0,125 2,71 2,00 5,00
0,25 0,50 2 0,375 2,22 2,00 5,00
0,50 0,75 3 0,625 1,84 1,84 4,60
Segundo (Wanielista,1997) a permeabilidade do solo varia de 10-7 cm/s para solos 0,75 1,00 3 0,875 1,54 1,54 3,86
argilosos até 10-2 cm/s para cascalhos. 1,00 1,25 1,5 1,125 1,31 1,31 3,28
A condutividade hidráulica pode variar da seguinte maneira Tabela (8.6). 1,25 1,50 1 1,375 1,13 1,13 2,50
soma infiltração =
Tabela 8.6- Faixa de condutividade hidráulica para sedimentos não consolidados 24,23mm
Material Condutividade hidráulica
(cm/s) Exemplo 8.3
Argila 10-9 a 10-6
Silte; silte arenosos; areia argilosa 10-6 a 10-4 Para o piscinão do Pacaembu, Canholi usou para a taxa inicial de infiltração no
Areia siltosa; areia fina 10-5 a 10-3
método de Horton o valor de 30mm/h que o classifica entre solo úmido arenoso e mistura de
Areia bem distribuída 10-3 a 10-1
Cascalho bem distribuído 10-2 a 1 solo de areia, silte, argila e húmus, conforme Tabela (8.4).
Fonte: C. W. Fetter. Applied Hydrogeology,3a ed. 1994, p. 98. Canholi adotou para o piscinão do Pacaembu os seguintes dados (Revista Engenharia
n.º 500, 1994- Instituto de Engenharia de São Paulo, p.15) :
fp = taxa de infiltração no tempo t (cm/h).
ff = taxa de infiltração mínima = 4,5mm/h
f0 = taxa de infiltração inicial =30mm/h
k = constante da exponencial (/h). Nota: não foi citado por Canholi
8-175 8-176
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 8 Infiltração Método de Horton Capítulo 8 Infiltração Método de Horton
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Coluna 10:
Como não foi divulgado o coeficiente exponencial k, adotamos k= 0,67/h É a precipitação pela formula de Martinez e Magni, 1999 com intervalos de 2,5min e para
Vamos fazer uma explicação de coluna por coluna da Tabela (8.8). período de retorno de 25anos. O total da chuva é de 85,10mm.
Coluna 1:
Trata-se da seqüência de 1 a 48 intervalos que temos de 2,5min.
Coluna 2:
Tabela 8.8- Aplicação do método de Horton para cálculo da infiltração no solo do piscinão do Pacaembu
É o inicio da contagem de tempo começando com 0 e com espaçamento de 2,5min Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Coluna 3: Ordem Tempo Horton infiltração Intensidade da Infiltração Chuva Excedente Precipitação
chuva
É o fim do intervalo de tempo, contado de 2,5min em 2,5min. Do tempo Para tempo médio fp Decisão (SE) i
(minutos) (minuto) hora ( mm/h) f (mm/h) mm/h (mm) (mm) (mm)
Coluna 4: 1 0,0 2,5 0,021 29,65 29,65 61,27 1,24 1,32 2,55
É o intervalo de tempo de 2,5min em horas, isto é, 2 2,5 5,0 0,063 28,95 28,95 61,27 1,21 1,35 2,55
3 5,0 7,5 0,104 28,28 28,28 73,53 1,18 1,89 3,06
2,5min/60s = 0,041666h 4 7,5 10,0 0,146 27,63 27,63 73,53 1,15 1,91 3,06
Coluna 5: 5 10,0 12,5 0,188 26,99 26,99 124,59 1,12 4,07 5,19
6 12,5 15,0 0,229 26,37 26,37 124,59 1,10 4,09 5,19
É a aplicação da Equação (8.1) fornece os valores de fp 7 15,0 17,5 0,271 25,77 25,77 155,22 1,07 5,39 6,47
8 17,5 20,0 0,313 25,18 25,18 155,22 1,05 5,42 6,47
fp = ff + (f0 ff) e(-kt) 9 20,0 22,5 0,354 24,61 24,61 106,20 1,03 3,40 4,43
10 22,5 25,0 0,396 24,06 24,06 106,20 1,00 3,42 4,43
11 25,0 27,5 0,438 23,52 23,52 106,20 0,98 3,45 4,43
fp = 4,5 + (30 4,5) e(-0,67.t) = 4,5+ 25,5 /e0,67.t
12 27,5 30,0 0,479 23,00 23,00 106,20 0,96 3,47 4,43
13 30,0 32,5 0,521 22,49 22,49 67,40 0,94 1,87 2,81
Temos portanto fp em função do tempo em horas conforme coluna 4 da Tabela (8.8).
14 32,5 35,0 0,563 21,99 21,99 65,36 0,92 1,81 2,72
Aplicando-se então a Equação acima obtemos a coluna 5 em mm/h.
15 35,0 37,5 0,604 21,51 21,51 53,10 0,90 1,32 2,21
16 37,5 40,0 0,646 21,04 21,04 51,06 0,88 1,25 2,13
Coluna 6: 17 40,0 42,5 0,688 20,59 20,59 44,93 0,86 1,01 1,87
Usou-se a função SE da planilha Microsoft Excel para se obter a coluna 6: 18 42,5 45,0 0,729 20,14 20,14 42,89 0,84 0,95 1,79
0,67. coluna 4 19 45,0 47,5 0,771 19,71 19,71 28,59 0,82 0,37 1,19
=SE ( 4,5+25,5/e coluna7 ; coluna 6 =coluna 7 ; coluna6= coluna 5 ) 20 47,5 50,0 0,813 19,30 19,30 28,59 0,80 0,39 1,19
Obtemos assim a coluna 6. 21 50,0 52,5 0,854 18,89 18,89 28,59 0,79 0,40 1,19
22 52,5 55,0 0,896 18,49 18,49 28,59 0,77 0,42 1,19
Coluna 7: 23 55,0 57,5 0,938 18,11 18,11 26,55 0,75 0,35 1,11
É a intensidade de chuva no intervalo de tempo em mm/h. 24 57,5 60,0 0,979 17,73 17,73 24,51 0,74 0,28 1,02
25 60,0 62,5 1,021 17,37 17,37 24,51 0,72 0,30 1,02
Coluna 8 26 62,5 65,0 1,063 17,01 17,01 24,51 0,71 0,31 1,02
É a multiplicação da coluna 7 pelo intervalo de chuva em horas, isto é, 2,5min transformado 27 65,0 67,5 1,104 16,67 16,67 22,47 0,69 0,24 0,94
em horas que é 0,041666h. 28 67,5 70,0 1,146 16,33 16,33 22,47 0,68 0,26 0,94
29 70,0 72,5 1,188 16,01 16,01 16,34 0,67 0,01 0,68
Coluna 9: 30 72,5 75,0 1,229 15,69 15,69 16,34 0,65 0,03 0,68
É a chuva excedente, isto é, o escoamento superficial (runoff) que é fornecido pela diferença 31 75,0 77,5 1,271 15,38 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
32 77,5 80,0 1,313 15,08 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
da precipitação (coluna 9) com a infiltração (coluna 8). O total da chuva excedente é
33 80,0 82,5 1,354 14,79 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
50,74mm.
34 82,5 85,0 1,396 14,51 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
35 85,0 87,5 1,438 14,23 12,25 12,25 0,51 0,00 0,51
8-177 8-178
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
179 para obras municipais
Capítulo 8 Infiltração Método de Horton Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 9
Orifício e vertedor e curva cota-volume
Nunca podemos alcançar a verdade, só podemos conjecturar
Karl Popper
8-179 9-179
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
180 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
181 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
9.1 Introdução
9.2 Orifício
A Equação (9.1) só é válida quando h/D > 1,2. Entretanto na prática conforme
(Akan,1993) mesmo para pequenas alturas de h é usada a Equação (9.1).
9-180 9-181
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
182 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
183 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
A0 = D 2/ 4 (Equação 9.2)
9-182 9-183
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
184 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
185 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
4,0 0,61 0,61 0,59 0,56 0,53 O vertedor de soleira normal deve ser dimensionada pela Equação (9.4) conforme
5,0 0,62 0,62 0,60 0,58 0,54 (Akan,1993).
Fonte: (Bodhaine,1979 in Akan, 1993)
3/2
Q= kw L (2 g)0,5 h (Equação 9.4)
Exemplo 9.3- orifício de seção circular com chanfro de entrada de raio de 6cm onde:
kw = coeficiente de vazão;
Considerando um orifício com diâmetro de 1,00m, paredes verticais e com e que o raio L= comprimento da crista do vertedor;
r=0,06m. Calcular Q=? g= aceleração da gravidade
Usando a Tabela (9.1) com r/D = 0,06/1,00 = 0,060 e supondo h=4,00m e h/D= h= lâmina dágua sobre a crista
4,00/0,60 =6,66. Portanto temos K0= 0,70.
Os coeficientes kw estão na Tabela (9.3) em função de h/hD sendo hD a altura da crista
9.3 Vertedor de soleira normal para a vazão Q do vertedor para a vazão de projeto Qd.
Para cargas h menores que a carga de projeto hD teremos coeficientes de escoamento
O vertedor de soleira normal é empregado para o escoamento de grandes vazões. diferentes (cuidado para não esquecer).
A carga medida com relação a crista e correspondente à vazão Qd é designada por
carga de projeto ou de definição da soleira hD. hD
Entretanto o vertedor poderá funcionar para cargas diferentes do projeto, produzindo-
se sobrepressões ou depressões ao longo da soleira que podem chegar a valores elevados
Figura (9.2).
Uma expressão clássica para delinear o perfil da vertente de soleira normal para
P
jusante da crista é devida a Creager e fácil de se encontrar (ver Lencastre,1983 ou Azevedo
Netto,1998 p. 99).
Para usar a Tabela (9.3) tem que ser obedecida a relação P/hD >1 , sendo P a altura do
vertedor e hD a altura da crista de projeto do vertedor em relação ao topo do mesmo. Assim
um vertedor com P=4,5m e hD =1,50m a relação P/hD = 4,5/1,5 = 3 >1.
Exemplo 9.4
Figura 9.2-Vertedor de soleira normal para vazão Qd
Fonte: Notas de aula da EPUSP, prof. dr. Paolo Alfredini, 1998, p. 26, 1998
Calcular a vazão no vertedor retangular com largura L=2,00m, altura de 1,60m e altura
do fundo de 4,65m.
9-184 9-185
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
186 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
187 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
h/hD= 1,60/1,60 =1,00 e entrando na Tabela (9.3) achamos kw =0,49. Usando Com o valor de r/D=0,04 e h/D = (4,5-0,8)/ 0,8= 4,65 entramos na Tabela (9.1) e
Equação(9.4) temos: achamos os valores de K0 =0,67 , o qual será constante.
g=9,81 m/s2
Para o vertedor retangular procedemos da mesma forma, mas usando a Equação (9.4).
3/2
Qd = kw L 2g h = 0,49 . 2,00 2 g 1,6 3/2 =8,79 m3/s
3/2
Q= kw L (2 g)0,5 h
Qd é a vazão de projeto do vertedor. Para alturas menores que hD teremos diferentes valores
de kw conforme a Tabela (9.3). A largura do vertedor retangular L=2,00m e portanto o valor da descarga Q varia em
função de kw e da altura h.
Exemplo 9.5 orifício e vertedor retangular de soleira normal Para achar os valores de kw devemos usar a Tabela (9.4) onde entram as relações h/hD,
não esquecendo que hD =1,50m é altura do vertedor. Para h/hD = 1,00 achamos kw=0,49 o
Seja um reservatório de detenção com orifício de diâmetro D=0,80m e a P=4,50m do qual vamos supor constante.
fundo até a soleira do vertedor de soleira retangular com largura L=2,00m e altura hD=1,50m. A Tabela (9.4) foi feita para aplicação das duas fórmulas orifício e vertedor retangular.
Calcular a curva da descarga do orifício e do vertedor em função da altura da água no O gráfico da Figura (9.4) mostra como fica a curva da descarga em m3/s.
reservatório.
Tabela 9.4- Descarga final resultante do orifício e do vertedor em função da elevação
9-186 9-187
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
188 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
189 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Figura 9.4- Gráfico da descarga total referente ao orifício e ao vertedor Q= 1,71 . L . H 3/2 = 1,71 . 2,00 . 1,53/2 = 6,28m3/s
Q= 1,4 . H 5/2 (Equação 9.5) Um vertedor de com perfil Creager é muito usado em barragens.
Para se obter a vazão aproximada que passa por um perfil Creager, usaremos a fórmula
proposta por Azevedo Netto et al.,1998 p.99.
Sendo Q em m3/s e H a carga em metros. O coeficiente na realidade pode assumir valores
entre 1,40 e 1,46. Q= 2,2 . L . H 3/2 (Equação 9.8)
Exemplo 9.6 Vertedor Triangular em ângulo de 90º Exemplo 9.9- Calcular a vazão que passa pelo vertedor com perfil Creager sendo a largura de
2,00m e altura da água de 1,50m (carga).
Calcular a descarga em m3/s sendo a altura dágua em relação ao vértice H=2,00m
Q= 2,2 . L . H 3/2 = 2,2 . 2,00. 1,50 3/2 = 8,08 m3/s
Q= 1,4 . H 5/2 = 1,4 . 2,00 5/2 = 7,92 m3/s
9-188 9-189
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
190 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
191 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Eixo X
Eixo Y
Figura 9.13- Perfil Creager com os eixos X e Y conforme Azeveto Netto et al,1998.
9-190 9-191
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
192 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
193 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
(
log S) ( log h)
7 ( log S ) ( log h) - -----------------------
N
6
c = -------------------------------------------------------------- (Equação 9.10 )
5 ( log h )2
( log h) 2 - --------------------------
4 N
3
Para o valor de b temos:
2 [ log S - c ( log h ) ] / N
b = 10 (Equação 9.11)
1
Exemplo 9.10
0
0 1 2 3 4 5 6 Seja um reservatório natural com 87.990m3. A curva cota-volume foi obtida de 0,10m
em 0,10m com N=30. Fazendo-se a planilha da análise de regressão por (Akan,1993) p. 128
Figura 9.14- Perfil Creager com os eixos X e Y conforme Azeveto Netto et al,1998 obtemos a Tabela (9.7).
considerando a carga de H=1,50m. O valor de y foi calculado usando (5,73-y)
O volume (Storage) S em função da altura h é a Equação (9.5):
S= b h c
9-192 9-193
Cálculos hidrológicos e hidráulicos
194 para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos
195 para obras municipais
Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume Capítulo 9 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
S= b h c
sendo:
c=2,78
b=1761,94
9-194 9-195
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 10 Routing do reservatório Capítulo 10 Routing do reservatório
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 10
Routing do reservatório
“Aquele que aprendeu dimensionar um reservatório de detenção age como uma
criança de 12 ou 13 anos; arranja uma namoradinha e acha que descobriu o amor,
esquecendo que seus pais, avós, bisavós etc, já o descobriram há muito tempo. Os SUMÁRIO
chineses já conheciam os piscinões há milhares de anos”
Prof. dr. Kokei Uehara, 1998 Ordem Assunto Página
10.1 Introdução
10.2 Método modificado de Pulz
10.3 Interpolação linear
10.4 Routing do reservatório de detenção do Pacaembu
10-196 10-197
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 10 Routing do reservatório Capítulo 10 Routing do reservatório
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Q= vazão de saída
Capítulo 10- Routing do reservatório S= volume armazenado
t= tempo
Não existe uma palavra na língua portuguesa que substitua o termo routing da língua dS S
inglesa. ------ ------------
Routing é o processo que determina espacialmente e no tempo as variações de vazões dt t
ao longo de um curso dágua (Chin,2000 p. 387). A palavra routing as vezes é usada o termo
flow routing ou o termo flood routing. A Equação (10.1) pode ser rescrita da seguinte maneira:
Os modelos denominados routing são classificados em dois tipos lumped ou
distributed. I. t-Q. t= S
Nos modelos lumped a hidrógrafa de saída é obtida através da hidrógrafa de entrada.
Nos modelos distributed obtém-se por pontos a vazão entre a montante e a jusante, obtendo-se Se os subscritos 1 e 2 são usados para o tempo t e t + t, respectivamente, então
a vazão de montante. teremos:
Os modelos denominados flow routing lumped são chamados routing hidrológicos e os
modêlos de flow routing distributed são chamados de routing hidráulico. (I1 + I2) (Q1+ Q2)
No routing hidrológico, no caso de reservatórios de detenção, é indicado o método de --------- t - ------------- t = S2 S1
armazenamento ou seja o método modificado de Pulz elaborado em 1928. Para os casos de 2 2
canais é usado o método de Muskingum(Chin,2000).
Para o dimensionamento de um reservatório de detenção, temos como conhecido a
hidrógrafa da vazão de entrada calculada, por exemplo, pelo método Santa Bárbara e as (I1 + I2) Q1 1
curvas dos órgãos de controle (vertedores retangulares ou/e orifícios). --------- t + S1 - ------------- t = S2 + -------- Q2 t
Queremos obter a hidrógrafa de saída do reservatório. 2 2 2
O volume do reservatório é achado por tentativas. McCuen, 1998 salienta na p. 643
que os procedimentos para o dimensionamento de um reservatório de detenção é feito por Multiplicando os dois membros da equação por x 2 temos:
tentativas. O método do routing é usado somente para verificação, podendo acontecer dois
casos. No primeiro caso existe o reservatório e queremos verificar as estruturas de saída para
diferentes períodos de retorno, diferentes usos do solo etc. No outro caso não sabemos o (I1 + I2) t + 2 S1 Q1 t = 2 S2+ Q2 t
volume do reservatório de detenção. Faz-se um dimensionamento preliminar e por tentativas
se estudam os dispositivos de saída, tais como orifícios e vertedores. É um processo Dividindo por t temos:
interativo.
10-198 10-199
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 10 Routing do reservatório Capítulo 10 Routing do reservatório
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Na Equação (10.2) os valores de I1, I2, Q1, S1 são conhecidos em qualquer tempo t e os Onde x1, x2, y1 e y2 são os pontos dados e queremos o valor de y para o ponto x,
valores Q2 e S2 são desconhecidos. devendo o mesmo ser interpolado entre x1 e x2.
Temos portanto a Equação (10.2) e duas incógnitas Q2 e S2. Necessitamos de mais Exemplo 10.1
uma equação para resolver o problema. A outra equação que fornece o armazenamento S2 em Seja a Tabela (10.1) onde são fornecidos os valores de (2S / t + Q ) e as vazões.
função da descarga. Seja A247 o número 20,000 da planilha Excel e B247 o valor igual a 0. Suponha que
Não devemos esquecer que estamos aplicando para o modelo a Síntese pois os dados estejam numa planilha em ordem crescente.
conhecemos a hidrógrafa de entrada no reservatório, conhecemos o modelo das fórmulas da
descargas dos vertedores retangulares e orifícios das seções de controle e desconhecemos a Tabela 10.1- Valores de (2S / t + Q ) e das vazões respectivas, usando interpolação com
hidrógrafa de jusante, isto é, na saída do reservatório, é o que queremos (McCuen, 1997). planilhas Excel da Microsoft
O procedimento de routing proposto é chamado de Método Modificado de Puls (2S / t + Q ) vazões
(McCuen,1997, p. 641).
A247= 20,000 B247=0
A248=62,188 B248=0,75
123,926 1,05
(Akan, 1993) sugere os seguintes procedimentos: 185,604 1,29
247,242 1,49
(1) De uma da relação cota-volume e cota-descarga podemos obter a curva de 308,860 1,67
armazenamento S em função da vazão de saída Q. 370,457 1,83
432,035 1,97
493,613 2,11
(2) Selecione um tempo de incremento, t. Prepare um gráfico onde conste a
555,181 2,24
quantidade [ 2S/ t + Q ] na abscissa e em ordenada a vazão de saída Q.
616,739 2,36
678,287 2,47
(3) Para qualquer intervalo de tempo calcule (I1 + I2) da hidrógrafa de entrada e [2S1/ 739,835 2,58
t Q1] da condição inicial ou do tempo prévio. 801,383 2,69
862,921 2,79
(4) Calcule [ 2 S2/ t + Q2] da Equação (10.2) 924,459 2,89
985,987 2,98
(5) Obtenha Q2 do gráfico obtido em (2). Este será a vazão de saída no tempo t2. 1047,524 3,08
1109,042 3,16
(6) Para o próximo passo, calcule [ 2 S2/ t - Q2] subtraindo 2 Q2 de [ 2 S2/ t + Q2] e 1171,110 3,79
volte para a etapa (3). Obviamente o valor de [2 S2/ t Q2] calculado em 1233,628 4,87
qualquer tempo será [ 2 S1/ t Q1] para o próximo passo. 1296,436 6,24
1359,474 7,84
(7) Repita o mesmo procedimento até que o método de routing esteja completo 1422,712 9,64
A271= 1486,130 B271=11,62
10.3 Interpolação linear
Na Tabela (10.2) temos os valor (2S / t + Q ) na coluna 1 através do qual queremos a
Antes de executarmos um exemplo prático de routing verifiquemos como se faz a interpolação linear que aparece na coluna 3 denominado de vazões.
interpolação linear usando a planilha da Microsoft denominada Excel. Na coluna 2 temos a posição estabelecida pelo Excel corresponde aos dados que vão
A interpolação linear está explicada na p.319 do livro de Willians J. Orgis denominado de A247 a A271. Com o valor de (2S / t + Q )=1,51 obtemos o valor 0,0183.
Excel for Scientists and Engineers.
( x- x2 ) ( x - x1 )
y=- ---------------------------- y1 + --------------------------------- y2 (Equação 10.3)
( x1 - x2 ) (x2 - x1 )
10-200 10-201
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 10 Routing do reservatório Capítulo 10 Routing do reservatório
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
10-202 10-203
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 10 Routing do reservatório Capítulo 10 Routing do reservatório
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
10-204 10-205
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 10 Routing do reservatório Capítulo 10 Routing do reservatório
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Fonte: baseado em Akan,1993 5 0,17 0,21 9,57 13,42 22,99 33,68 56,68 0,24 56,19
6 0,21 0,25 13,42 18,69 32,11 56,19 88,30 0,45 87,40
7 0,25 0,29 18,69 24,85 43,54 87,40 130,93 0,44 130,06
10.4 Routing do reservatório de detenção do Pacaembu 8 0,29 0,33 24,85 31,71 56,55 130,06 186,61 0,79 185,04
9 0,33 0,38 31,71 36,24 67,95 185,04 252,99 1,08 250,82
Vamos agora fazer o routing do reservatório de detenção do Pacaembu conforme está 10 0,38 0,42 36,24 38,57 74,81 250,82 325,63 1,34 322,96
detalhado na Tabela (10.5) conforme os procedimentos recomendados por (Akan,1993) já 11 0,42 0,46 38,57 40,72 79,29 322,96 402,25 1,56 399,13
citados. 12 0,46 0,50 40,72 42,69 83,41 399,13 482,54 1,76 479,02
Na coluna 1 está a ordem do tempo de 1 a 70. 13 0,50 0,54 42,69 42,93 85,62 479,02 564,63 1,95 560,73
Na coluna 2 está o inicio do tempo t1 em horas, começando por t1=0 e com intervalos 14 0,54 0,58 42,93 41,59 84,52 560,73 645,26 2,12 641,03
de 0,0417h. O tempo vai se acumulando até 2,63h. 15 0,58 0,63 41,59 39,93 81,52 641,03 722,55 2,26 718,02
Na coluna 3 está o final do tempo t2 em horas, começando por 0,04h com intervalos de 16 0,63 0,67 39,93 37,97 77,90 718,02 795,92 2,40 791,12
17 0,67 0,71 37,97 36,01 73,98 791,12 865,10 3,00 859,10
0,0417h.
18 0,71 0,75 36,01 34,03 70,03 859,10 929,13 4,07 921,00
Na coluna 4 está a vazão da hidrógrafa obtido pelo método Santa Bárbara e no inicio
19 0,75 0,79 34,03 31,70 65,73 921,00 986,73 5,27 976,19
I1=0.
20 0,79 0,83 31,70 29,16 60,86 976,19 1037,05 6,49 1024,07
Na coluna 5 está a vazão da hidrógrafa no final do tempo I2=1,51 m3/s.
21 0,83 0,88 29,16 27,01 56,17 1024,07 1080,24 7,64 1064,96
Na coluna 6 está a soma das vazões de entrada I1+I2 em m3/s. 22 0,88 0,92 27,01 25,20 52,21 1064,96 1117,17 8,70 1099,78
A coluna 7 (2S1/ t Q1) na primeira linha é zero, pois no inicio Q1=0 e S1=0. 23 0,92 0,96 25,20 23,59 48,79 1099,78 1148,57 9,64 1129,29
Na segunda linha da coluna 7, é a repetição da primeira linha da coluna 10. Observar 0,15 24 0,96 1,00 23,59 22,06 45,65 1129,29 1174,94 10,45 1154,04
m3/s na coluna 7 é igual a 0,15 m3/s da coluna 10. 25 1,00 1,04 22,06 20,69 42,75 1154,04 1196,79 11,16 1174,47
A coluna 8 (2S2/ t +Q2) é a soma da coluna 6 (I1+I2) com a coluna 7 (2S1/ t Q1), 26 1,04 1,08 20,69 19,53 40,21 1174,47 1214,69 11,74 1191,21
devido a Equação (10.2). 27 1,08 1,13 19,53 18,47 37,99 1191,21 1229,21 12,22 1204,76
A coluna 9 (Q2) é achada usando a interpolação linear, para a relação (2S2/ t + Q2) 28 1,13 1,17 18,47 17,49 35,95 1204,76 1240,71 12,62 1215,48
como abscissa e Q2 como vazão, conforme Figura (10.1). 29 1,17 1,21 17,49 16,40 33,89 1215,48 1249,37 12,91 1223,54
A coluna 10 (2S2/ t Q2) é igual a coluna 8 (2S2/ t +Q2) menos 2 vezes a coluna 9 30 1,21 1,25 16,40 15,24 31,64 1223,54 1255,18 13,11 1228,96
(Q2). 31 1,25 1,29 15,24 14,08 29,32 1228,96 1258,28 13,22 1231,85
Desta maneira obtemos a hidrógrafa de saída que está na coluna 9 (Q2), donde 32 1,29 1,33 14,08 12,93 27,02 1231,85 1258,86 13,24 1232,39
observamos que a vazão máxima é de 13,24 m3/s e se dá ao final de 1,33h. Observar que na 33 1,33 1,38 12,93 11,96 24,90 1232,39 1257,29 13,18 1230,92
coluna 5 (I2) temos a hidrógrafa de entrada que tem o seu pico de 42,93m3/s que se dá 0,58h. 34 1,38 1,42 11,96 11,14 23,11 1230,92 1254,03 13,07 1227,88
Podemos fazer um gráfico conforme Figura (10.2) colocando-se em abscissa as horas e 35 1,42 1,46 11,14 10,45 21,59 1227,88 1249,48 12,92 1223,65
36 1,46 1,50 10,45 9,86 20,32 1223,65 1243,96 12,73 1218,51
em ordenada as vazões de entrada e de saída obtidos pelo routing do reservatório de
37 1,50 1,54 9,86 9,37 19,23 1218,51 1237,74 12,52 1212,71
94.000m3.
38 1,54 1,58 9,37 8,95 18,32 1212,71 1231,03 12,29 1206,46
Observar que na Figura (10.2) o local onde as hidrógrafas de montante e de jusante se
39 1,58 1,63 8,95 8,60 17,55 1206,46 1224,01 12,05 1199,91
encontram indica duas coisas: tempo que o reservatório chega ao volume máximo (t=1,33h) e 40 1,63 1,67 8,60 8,30 16,90 1199,91 1216,81 11,81 1193,20
que a diferença entre as áreas fornece o volume do reservatório de detenção procurado. 41 1,67 1,71 8,30 7,88 16,18 1193,20 1209,38 11,57 1186,25
A maneira mais prática de se achar o volume do reservatório é verificando a Tabela 42 1,71 1,75 7,88 7,35 15,23 1186,25 1201,47 11,31 1178,85
(10.4) coluna 2 da curva cota-vazão com a vazão de saída 13,24m3/s e achamos o volume de 43 1,75 1,79 7,35 6,90 14,25 1178,85 1193,11 11,04 1171,03
94.000m3 na cota 5,55m. 44 1,79 1,83 6,90 6,53 13,43 1171,03 1184,46 10,76 1162,95
45 1,83 1,88 6,53 6,03 12,56 1162,95 1175,51 10,47 1154,57
Tabela 10.5- Routing do reservatório de detenção do Pacaembu para período de retorno T=25anos.
Fornecido a hidrógrafa de entrada I2 achamos a hidrógrafa de saída Q2, para um determinado volume de 46 1,88 1,92 6,03 5,45 11,48 1154,57 1166,06 10,17 1145,71
reservatório fixado. 47 1,92 1,96 5,45 4,95 10,40 1145,71 1156,11 9,87 1136,37
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 48 1,96 2,00 4,95 4,53 9,49 1136,37 1145,86 9,55 1126,75
t1 t2 I1 I2 I1+I2 [2S1/ t - Q1] [2S2/ t+Q2] Q2 2S2/ t - Q2 49 2,00 2,04 4,53 3,84 8,37 1126,75 1135,12 9,23 1116,67
3 3 3
Tempo (h) (h) (m /s) (m /s) (m /s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) 50 2,04 2,08 3,84 3,25 7,08 1116,67 1123,75 8,89 1105,98
1 0 0,04 0 1,51 1,51 0 1,51 0,02 1,48 51 2,08 2,13 3,25 2,75 5,99 1105,98 1111,97 8,55 1094,88
2 0,04 0,08 1,51 4,31 5,82 1,48 7,30 0,09 7,12 52 2,13 2,17 2,75 2,32 5,07 1094,88 1099,95 8,20 1083,55
3 0,08 0,13 4,31 6,98 11,29 7,12 18,41 0,22 17,97 53 2,17 2,21 2,32 1,97 4,29 1083,55 1087,84 7,85 1072,13
4 0,13 0,17 6,98 9,57 16,55 17,97 34,52 0,42 33,68
10-206 10-207
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 10 Routing do reservatório Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Vazão (m3/s)
0
-10 0 1 2 3 4
5 de maio de 2002
Tempo (h)
Figura 10.2- Hidrógrafa afluente com vazão de pico de 42,93m3/s e efluente com vazão
de pico de 13,24m3/s.
Fonte: baseado em Akan,1993
10-208 11-209
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
11.1 Introdução
11.2 Conceitos de translação e armazenamento Figura 11.1- Modelo de sistema hidrológico simples
11.2.1 Translação Fonte: Swami Marcondes Villela e Arthur Mattos, 1975 p. 7
11.2.2 Armazenamento
11.3 Obtenção da hidrograma conforme método Santa Bárbara Vamos supor uma bacia conforme a Figura (11.1) na qual temos uma precipitação. Se
11.4 Definição da chuva de projeto tomarmos o ponto A como seção de controle, poderemos observar o seguinte. No começo da
precipitação a vazão é nula.
Com o passar do tempo a vazão no ponto A vai aumentando cada vez mais até chegar
a um pico e daí começa a diminuir até atingir a vazão zero novamente. A chuva parou mas a
vazão ainda continua até a mesma ficar zero.
Esta curva é a hidrograma ou hidrograma que queremos, conforme Figura (11.2).
Teremos a vazão de contribuição da água de chuva na bacia em função do tempo.
A parte da chuva que evapora, que fica presa em forma de poça d’água ou se infiltra
no solo, não nos interessa. Interessa somente a chuva que produz as enxurradas, que é
chamada de chuva excedente ou runoff.
Na hidrograma da Figura (11.2) vemos que a vazão atinge o pico de 43 m3/s e a 150
min ou seja 2,5h a mesma chega a zero novamente.
A chuva que causou aquele hidrograma varia também com o tempo e chama-se
hietograma. Observar empiricamente que quanto mais impermeável for a bacia maior será o
pico de vazão na hidrograma da Figura (11.2) e quanto maior for o tamanho da bacia maior
também será o pico. No Capítulo 2 temos vários exemplos de hietogramas para a cidade de
São Paulo.
11-210 11-211
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Hidrógrama
11.3 Obtenção do hidrograma conforme método Santa Bárbara
50 Segundo Akan, 1993 o Santa Barbara Urban Hydrograph Method (SBUH) foi
40 primeiramente desenvolvido por James M. Stubchaer funcionário do órgão responsável pelo
controle das inundações e conservação da água do Distrito de Santa Bárbara na Califórnia no
30 ano de 1975.
O método foi desenvolvido para ser usado com microcomputador usando planilha
20 Excel da Microsoft, por exemplo, mas pode ser feito manualmente. Foi apresentado pela
10 primeira vez no Simpósio Nacional de Hidrologia Urbana e Controle de Sedimentos feito na
Universidade de Kentucky em 1975 (Wanielista, 1997) e em comparação com outros métodos
Vazão em m3/s
0 é de fácil aplicação e aparentemente preciso.
O método Santa Bárbara admite que a área impermeável da bacia é diretamente
0 50 100 150 200 conectada ao sistema de drenagem e que são desprezíveis as perdas de água da chuva que
Tempo (min) caem na área impermeável ou a chuva excedente que vai pela superfície.
O método Santa Barbara combina o runoff sobre área impermeável e sobre a área
permeável para formar o hidrograma. O hidrograma é obtido supondo um reservatório
Figura 11.2- Hidrograma da bacia no ponto A imaginário cujo tempo de espera é o tempo de concentração da bacia.
O runoff também é chamado de chuva excedente (ou chuva efetiva) que é o volume de
água de chuva que se escoará superficialmente pela bacia.
11.2 Conceitos de translação e armazenamento Existem quatro métodos principais para a determinação do runoff ou seja da chuva
excedente. Nestes métodos determinamos a parcela da precipitação de chuva que se infiltra no
É muito importante o conceito de translação e armazenamento para o estudo de
solo quando o mesmo é permeável.
escoamento em canais, reservatórios e bacias hidrográficas.
O primeiro é o método do número da curva (CN) adotado pelo Soil Conservation
Service do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (SCS) e está explicado no
11.2.1 Translação Capítulo 7 deste livro.
O segundo é método de Horton com razão de infiltração variável e específica do local
É o movimento da água ao longo dos canais em direção paralela ao fundo. Tempo de
e está explicado no Capítulo 8 deste livro.
translação é, portanto, o tempo que uma partícula de água leva para percorrer uma
O terceiro é o método da infiltração constante e o quarto o método do balanço das
determinada distância.
massas.
Tempo de concentração é o tempo de translação do ponto mais distante da bacia até a Os mais usados são o método do número da curva CN do SCS e o método de Horton.
seção de controle (Porto,1995 p. 139).
11.2.2 Armazenamento
Dica: deve ser usado o método do número da curva CN do SCS para a área permeável
para achar a chuva excedente.
Pode ser interpretado como o movimento da água na direção perpendicular ao fundo
do canal e representa, portanto, a parcela da chuva excedente que fica, temporariamente,
As ordenadas “I “ da hidrograma devem ser calculadas com unidades consistentes,
retida na bacia e que chegará à seção de controle com certo atraso (Porto,1995 p. 139).
para se evitar erros. No caso iremos adotar as unidades do Sistema Internacional (SI).
A grande importância do método Santa Bárbara é que considera o efeito do
armazenamento.
I= [ i . d + i e . (1.0 d)] . A (Equação 11.1)
Outro fator importante do método Santa Bárbara é que leva em conta as áreas de
impermeabilização. Isto foi muito bem salientado por Porto,1995, pois a medida que o solo se
impermeabiliza, as perdas tornam-se menos sensíveis à infiltração e dependerão mais da parte sendo:
impermeável da bacia. As tabelas de uso do solo costumam ser muito gerais e imprecisas,
enquanto que a estimativa da área impermeabilizada poderá ser feita com maior precisão por I= entrada para o reservatório imaginário. São as ordenada da hidrograma em m3/s.
meio de fotografias aéreas, por exemplo (Porto,1995 p.163). i= precipitação total da chuva no intervalo t em m/s. Na área impermeabilizada é o runoff;
11-212 11-213
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
i e = escoamento da chuva excedente (runoff) na área permeável no intervalo t em m/s; Como a nossa hipótese é que k=tc teremos
d= fração da área impermeável em relação a área total;
A= área total de drenagem em m2. C= t / ( 2 . tc + t)
Q2 = Q1 + C . ( I1 + I2 2 . Q1)
Sendo C = t / ( 2 . k + t)
11-214 11-215
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 11.1- Calcular a vazão de pico e a hidrograma usando o método Santa Bárbara de Procederemos o cálculo do método Santa Bárbara conforme Akan,1993- The Santa
uma área urbana em Guarulhos com área de 1,12km2 (112ha) para período de retorno de 50 Barbara Urban Hydrograph Method, p. 103 que usaremos como modelo.
anos, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e equação da chuva de
Martinez e Magni, 1999. Os intervalos são de 10min.
Usando uma planta aerofotogramétrica do local foram levantados os seguintes Valor de t
elementos: Sendo a chuva de 2h e com 12 intervalos o valor de t será igual a 600s.
t =2 h/12 =0,16666h=600s= 10min
Tabela 11.1- Dados obtidos em planta aerofotogramétrica da área local Segundo Larry Mays temos: tc/5 t tc/3
Trecho Cota Montante Cota jusante Comprimento Declividade
(m) (m) (m) (m/m)
1 805 762,9 300 0,14033
Valor do coeficiente de retardo Kr
2 762,9 758,8 100 0,04100
3 758,8 744,8 295 0,04746
4 744,8 734,5 395 0,02608
Conforme Equação (11.2)
5 734,5 734,2 100 0,00300
6 734,2 731,2 80 0,03750 Kr = t / ( 2 . tc + t)
7 731,2 726,6 380 0,01211 O valor de Kr usando unidades coerentes, por exemplo, tudo segundos ou tudo hora.
1650m No caso usaremos segundos.
Declividade média =0,047515m/m
Kr = 600/ (2 x 2370 + 600) = 0,11235955
O ponto mais alto está na cota 805m e o mais baixo na cota 726,6m. O comprimento
total do talvegue é de 1650m. Vamos explicar em detalhes como se constrói a Tabela (11.3) com 15 colunas.
Os trechos, as cotas a montante e a jusante bem como os comprimentos e declividades
estão na Tabela (11.2). A declividade média do talvegue é 0,047515m/m. Coluna 1;
Para o cálculo do tempo de concentração tc, foram verificados vários métodos, tais Trata-se da ordem de 1 até 12.
como, Califórnia Culverts Practice, Método de Kirpich, Método cinemático, Método da
Fórmula SCS Lag- 1975 usando CN=90 e foram obtidos os resultados da Tabela (11.2). Coluna 2:
Contagem de tempo até 10min na primeira linha, de 10min a 20min na segunda linha e assim
Tabela 11.2- Tempo de concentração obtido através de vários métodos por diante, até 120min ou seja as 2h de chuva que admitimos.
Método para obter o tempo de concentração Tempo de concentração
(minutos) Coluna 3:
Tc pelo método Califórnia Culverts Practice= 46,7 Nesta coluna o tempo está em horas.
Tempo de concentração em minutos por Kirpich= 37,2
Tc pelo método Cinemático= 29,5
Coluna 4:
Tempo de concentração por Formula SCS Lag 1975= 44,6
Conforme foi verificado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de
Tempo de concentração médio = 39,5min
São Paulo, a chuva de 2 de fevereiro de 1983 praticamente coincide com o hietograma de
Tempo de concentração médio = 2370 segundos
chuva de Huff para o primeiro quartil e com 50% de probabilidade. Daí usarmos na Região
Adotamos para o tempo de concentração o valor médio tc=39,5min = 2370segundos Metropolitana de São Paulo a chamada chuva de Huff 1Q 50% P. No caso temos a fração da
Conforme levantamento de campo, a área impermeável calculada estimada é de 61,5% chuva devendo o total ser igual a 1 (um).
para o horizonte de projeto de 20 anos.
Como trata-se de área de lotes residenciais menores que 500m2 e sendo o solo tipo C Coluna 5:
conforme outros levantamentos já efetuados na região, verificando-se no Capítulo 7 deste Considerando a Equação da Chuva de São Paulo elaborada por Martinez e Magni,1999 e
livro a Tabela (7.4) encontramos o valor CN=90, o qual será adotado. usando período de retorno de 50anos, achamos no Capítulo 2 a precipitação total de 94,6mm.
Todos os valores da coluna 5 são obtidos da multiplicação de 94,6mm pela fração da chuva
de Huff da coluna 4.
Assim multiplicando 0,132 x 94,6mm = 12,4mm e assim por diante.
11-216 11-217
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Coluna 6:
Na coluna 6 estão a precipitação acumulada. Repete-se a primeira linha 12,5mm e Para a primeira linha o valor de P da coluna 5 é 12,5mm, isto é, P=12,5mm.
soma-se esta a linha 2 da coluna 5 da seguinte maneira: O valor de P=12,5mm é maior que 5,64mm, isto é, P>5,64mm. Então se aplica a
12,5mm + 25,9mm = 38,4mm Equação (11.4) e fazendo-se a substituição teremos:
Assim obteremos toda a coluna 6, sendo que na linha de ordem 12 teremos que ter o total de
94,6mm para conferir. (12,5 - 5,64 ) 2
Q= -------------------------- = 1,34
Coluna 7: ( 12,5 + 22,58 )
Na coluna 7 vamos calcular a chuva excedente pelo método do número da curva CN Desta maneira iremos obter toda a coluna 7 relativa a chuva excedente, sempre
do SCS, já explicado no Capítulo 7 deste livro. substituindo o valor de P corresponde a linha e na coluna 5.
O valor de CN =90 é dado fornecido pelo problema e deve-se somente a área A chuva excedente total é de 67,5mm. Esta chuva é que provocará o escoamento
permeável. Temos que obter o valor do potencial máximo de retenção após começar o runoff, superficial, ou seja, o runoff.
ou seja, o valor S em milímetros conforme Equação (7.6).
Coluna 8
O valor de S= 25400/ ( CN – 254) = 28,22mm Como a coluna 7 obtida está a chuva excedente acumulada, para se obter a chuva excedente
A abstração inicial Ia em milímetros será conforme Equação (7.4) por faixa basta subtrair uma linha da frente pela anterior, repetindo-se a primeira linha. Para
conferir a somatória deve ser de 67,5mm.
Ia = 0,2 . S = 0,2 x 28,22 = 5,64mm
Coluna 9
Temos que usar a Equação (7.3) do Capítulo 7 para calcular o valor da chuva excedente Q. A coluna 9 é a infiltração no solo. É calculada somente para sabermos quanto foi infiltrado no
solo. É calculada pela diferença entre o precipitado por faixa na coluna 5 com a chuva
( P- 0,2S ) 2 excedente por faixa da coluna 8. Assim a infiltração na primeira linha da coluna 9 será :
Q= ------------------------ 12,5mm – 1,3mm = 11,2mm.
( P+0,8S ) A soma da infiltração da coluna 9 é de 27,1mm e somando-se a infiltração com a
chuva excedente de 67,5mm tem que dar o total da chuva de 94,6mm. Notar que não foi
considerada a evaporação, o que é usual para os problemas de drenagem.
( P- 5,64 ) 2 Coluna 11
Q= -------------------------- (Equação 11.4)
( P + 22,58 ) A coluna 11 é obtida usando o mesmo raciocínio da coluna 10, só que desta vez devemos
tomar a chuva excedente, isto é, aquela que escorre, pois a outra parte da chuva foi infiltrada.
A Equação (11.4) é que será usada para se obter a coluna 7 juntamente com a restrição Assim na primeira linha da coluna 8 achamos 1,34mm que deverá ser dividido pelo intervalo
de que P deverá ser maior que 5,64mm ou seja P> 5,64mm. Caso o P seja menor que 5,64mm de tempo em horas que é 0,1666h. Teremos:
então o valor de Q será 0, ou seja: Se P< 5,64mm então Q=0. 1,34mm/0,1666h = 8,0mm/h e assim por diante.
Isto é feito em planilha Excel usando a função SE.
Coluna 12
= SE (Coluna 5 > 5,64; [( coluna 5 – 5,64) 2 / (coluna 5 + 22,58)] ; 0)
11-218 11-219
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
11-220 11-221
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Para se obter o valor de i referente a precipitação, divide-se o valor da coluna 6 e Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna Coluna Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11 Coluna Coluna Coluna Coluna 15
7 8 12 13 14
divide-se pelo intervalo de tempo de 0,04166h. Assim teremos para a linha de ordem 1 o HUFF 1. Precip. Prec. Chuva exc. Chuva exc. por Infiltraçã Area Area Hidrogra
Q Total Acum. acum. faixa o imperm. permeável ma
seguinte: Ordem Tempo Tempo 50% P P P acum. Q acum. Q f i ie I I(1)+I(2) Q(1) Q(2)
2,6 / 0,041666h = 61,3mm/h min h (%) mm mm mm mm mm mm/h mm/h m3 /s m3/s m3 /s m3/s
1 2,5 0,04 0,030 2,6 2,6 0,0 0,0 2,6 61,3 0,0 20,78 20,78 0,00 1,60
Na área permeável divide-se a coluna 8 dividir pelo intervalo de tempo de 0,041666h 2 5,0 0,08 0,030 2,6 5,1 0,0 0,0 2,6 61,3 0,0 20,78 41,56 1,60 4,55
obtendo o seguinte: 3 7,5 0,13 0,036 3,1 8,2 0,0 0,0 3,1 73,5 0,2 25,00 45,78 4,55 7,37
4 10,0 0,17 0,036 3,1 11,2 0,3 0,3 2,8 73,5 7,4 27,00 52,00 7,37 10,24
0 / 0,041666h = 0mm/h 5 12,5 0,21 0,061 5,2 16,4 1,7 1,3 3,8 124,6 32,4 51,24 78,24 10,24 14,68
6 15,0 0,25 0,061 5,2 21,6 3,8 2,1 3,1 124,6 50,8 56,35 107,59 14,68 20,70
Tendo-se os valores do runoff na área impermeabilizada i e da área permeável ie e 7 17,5 0,29 0,076 6,5 28,1 7,2 3,4 3,1 155,2 81,6 75,30 131,65 20,70 27,64
usando a Equação (11.1), como possuímos os valores da área da bacia de drenagem A e da 8 20,0 0,33 0,076 6,5 34,6 11,2 4,0 2,5 155,2 96,3 79,37 154,66 27,64 35,29
9 22,5 0,38 0,052 4,4 39,0 14,2 3,0 1,4 106,2 72,2 56,06 135,43 35,29 40,27
11-222 11-223
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
10 25,0 0,42 0,052 4,4 43,4 17,4 3,2 1,2 106,2 76,3 57,19 113,25 40,27 42,79
11 27,5 0,46 0,052 4,4 47,8 20,7 3,3 1,1 106,2 79,7 58,13 115,32 42,79 45,08
12 30,0 0,50 0,052 4,4 52,3 24,1 3,4 1,0 106,2 82,5 58,92 117,05 45,08 47,15
13 32,5 0,54 0,033 2,8 55,1 26,4 2,2 0,6 67,4 53,6 37,75 96,67 47,15 47,33
14 35,0 0,58 0,032 2,7 57,8 28,6 2,2 0,5 65,4 52,9 36,83 74,58 47,33 45,78
15 37,5 0,63 0,026 2,2 60,0 30,4 1,8 0,4 53,1 43,5 30,08 66,92 45,78 43,89
16 40,0 0,67 0,025 2,1 62,1 32,2 1,8 0,4 51,1 42,3 29,04 59,13 43,89 41,68
17 42,5 0,71 0,022 1,9 64,0 33,7 1,6 0,3 44,9 37,5 25,65 54,69 41,68 39,48
18 45,0 0,75 0,021 1,8 65,8 35,2 1,5 0,3 42,9 36,1 24,56 50,21 39,48 37,27 Hidrógrafa do piscinão do Pacaembu
19 47,5 0,79 0,014 1,2 67,0 36,2 1,0 0,2 28,6 24,2 16,41 40,97 37,27 34,69
20 50,0 0,83 0,014 1,2 68,2 37,2 1,0 0,2 28,6 24,3 16,44 32,85 34,69 31,88
50,00
21 52,5 0,88 0,014 1,2 69,4 38,3 1,0 0,2 28,6 24,4 16,47 32,91 31,88 29,50
45,00
22 55,0 0,92 0,014 1,2 70,5 39,3 1,0 0,2 28,6 24,5 16,50 32,97 29,50 27,50
40,00
23 57,5 0,96 0,013 1,1 71,7 40,2 1,0 0,2 26,6 22,8 15,34 31,84 27,50 25,72
35,00
24 60,0 1,00 0,012 1,0 72,7 41,1 0,9 0,1 24,5 21,2 14,18 29,52 25,72 24,03
30,00
25 62,5 1,04 0,012 1,0 73,7 42,0 0,9 0,1 24,5 21,2 14,20 28,38 24,03 22,52
25,00
26 65,0 1,08 0,012 1,0 74,7 42,9 0,9 0,1 24,5 21,3 14,22 28,42 22,52 21,24
20,00
27 67,5 1,13 0,011 0,9 75,7 43,7 0,8 0,1 22,5 19,6 13,05 27,27 21,24 20,07
15,00
Vazão (m3/s)
28 70,0 1,17 0,011 0,9 76,6 44,5 0,8 0,1 22,5 19,6 13,06 26,11 20,07 18,99
10,00
29 72,5 1,21 0,008 0,7 77,3 45,1 0,6 0,1 16,3 14,3 9,51 22,57 18,99 17,81
5,00
30 75,0 1,25 0,008 0,7 78,0 45,7 0,6 0,1 16,3 14,3 9,52 19,02 17,81 16,53
0,00
31 77,5 1,29 0,006 0,5 78,5 46,2 0,4 0,1 12,3 10,8 7,14 16,66 16,53 15,27
32 80,0 1,33 0,006 0,5 79,0 46,6 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,29 15,27 14,02
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
33 82,5 1,38 0,006 0,5 79,5 47,1 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,29 14,02 12,96 Tempo (min)
34 85,0 1,42 0,006 0,5 80,0 47,5 0,4 0,1 12,3 10,8 7,15 14,30 12,96 12,07
35 87,5 1,46 0,006 0,5 80,5 48,0 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,31 12,07 11,31
36 90,0 1,50 0,006 0,5 81,0 48,4 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,32 11,31 10,67
37 92,5 1,54 0,006 0,5 81,5 48,9 0,5 0,1 12,3 10,8 7,16 14,32 10,67 10,13
38 95,0 1,58 0,006 0,5 82,0 49,3 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,33 10,13 9,68
39 97,5 1,63 0,006 0,5 82,5 49,8 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,34 9,68 9,29
40 100,0 1,67 0,006 0,5 83,1 50,2 0,5 0,1 12,3 10,9 7,17 14,35 9,29 8,96
Figura 11.2- Hidrograma da bacia do Pacaembu para chuvas de 2horas escolhido por Canholi,1995
41 102,5 1,71 0,004 0,3 83,4 50,5 0,3 0,0 8,2 7,3 4,78 11,96 8,96 8,51
42 105,0 1,75 0,004 0,3 83,7 50,8 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,57 8,51 7,93
43 107,5 1,79 0,004 0,3 84,1 51,1 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,57 7,93 7,45
44 110,0 1,83 0,004 0,3 84,4 51,4 0,3 0,0 8,2 7,3 4,79 9,58 7,45 7,04
45 112,5 1,88 0,002 0,2 84,6 51,6 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 7,18 7,04 6,51
46 115,0 1,92 0,002 0,2 84,8 51,7 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 4,79 6,51 5,88
47 117,5 1,96 0,002 0,2 84,9 51,9 0,2 0,0 4,1 3,6 2,40 4,79 5,88 5,34
48 120,0 2,00 0,002 0,2 85,1 52,0 0,0 0,2 4,1 0,0 1,39 3,78 5,34 4,81
1,000 85,1 51,9 33,2
Chuva exc. Infiltra
ção
11-224 11-225
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 11 Método Santa Bárbara
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
29 72,5 1,21 0,008 0,8 85,9 59,4 0,7 0,1 18,2 16,9 5,50 13,06 13,36 12,94
Exemplo 11.3- Caso real. Calcular a vazão de pico e a hidrograma usando o método Santa 30 75,0 1,25 0,008 0,8 86,7 60,1 0,7 0,1 18,2 16,9 5,50 11,01 12,94 12,49
31 77,5 1,29 0,006 0,6 87,2 60,6 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 9,63 12,49 12,02
Bárbara de uma área urbana em Guarulhos com área de 1,12km2 (112ha) para período de
32 80,0 1,33 0,006 0,6 87,8 61,1 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 8,26 12,02 11,53
retorno de 50 anos, hietograma de Huff 1º quartil com 50% de probabilidade e equação da
33 82,5 1,38 0,006 0,6 88,4 61,7 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 8,26 11,53 11,08
chuva de Martinez e Magni, 1999. Os intervalos são de 2,5min.
34 85,0 1,42 0,006 0,6 88,9 62,2 0,5 0,0 13,6 12,7 4,13 8,26 11,08 10,65
35 87,5 1,46 0,006 0,6 89,5 62,7 0,5 0,0 13,6 12,8 4,13 8,27 10,65 10,25
A diferença entre o Exemplo (11.3) e o Exemplo (11.1) é o intervalo de tempo. No 36 90,0 1,50 0,006 0,6 90,1 63,3 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,27 10,25 9,88
primeiro exercício foi usado intervalo de 10min e agora vamos usar intervalo menor de 37 92,5 1,54 0,006 0,6 90,6 63,8 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,27 9,88 9,53
2,5min. 38 95,0 1,58 0,006 0,6 91,2 64,3 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,27 9,53 9,19
O resultando da vazão de pico será de 17,65m3/s o que é um pouco maior que os 39 97,5 1,63 0,006 0,6 91,8 64,9 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,28 9,19 8,88
17,32m3/s obtidos com o intervalo de 10min. Usando-se microcomputador o mais prático é 40 100,0 1,67 0,006 0,6 92,3 65,4 0,5 0,0 13,6 12,8 4,14 8,28 8,88 8,59
usar o intervalo menor. Na Tabela (11.5) está a planilha de aplicação do método Santa 41 102,5 1,71 0,004 0,4 92,7 65,8 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 6,90 8,59 8,28
Bárbara para o intervalo de tempo de 2,5min. 42 105,0 1,75 0,004 0,4 93,1 66,1 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 8,28 7,94
43 107,5 1,79 0,004 0,4 93,5 66,5 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 7,94 7,62
Tabela 11.5- Hidrograma da bacia urbana de Guarulhos de área perto da balança da 44 110,0 1,83 0,004 0,4 93,8 66,8 0,4 0,0 9,1 8,5 2,76 5,52 7,62 7,32
rodovia Ayrton Sena usando o método Santa Bárbara para intervalo de 2,5min e 45 112,5 1,88 0,002 0,2 94,0 67,0 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 4,14 7,32 7,00
período de retorno de 50anos 46 115,0 1,92 0,002 0,2 94,2 67,2 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 2,76 7,00 6,66
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna 7 Coluna 8 Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna 47 117,5 1,96 0,002 0,2 94,4 67,4 0,2 0,0 4,5 4,3 1,38 2,76 6,66 6,33
1 2 3 4 5 6 9 10 11 12 13 14 15
HUFF 1. Precip. Prec. Chuva exc. Chuva exc. Infiltraçã Area Area I I(1)+I(2) Q(1) Hidrogra 48 120,0 2,00 0,002 0,2 94,6 67,5 0,0 0,2 4,5 0,0 0,87 2,25 6,33 6,01
Ordem Tempo Q Total Acum. acum. por faixa o imperm. permeável ma
50% P P P acum. Q acum. Q f i ie Q(2) 1,000 94,6 67,4 27,2
Chuva Infiltra
min h (%) mm mm mm mm mm mm/h mm/h m3/s m3/s m3/s m3/s
exc. ção
1 2,5 0,04 0,030 2,8 2,8 0,0 0,0 2,8 68,1 0,0 13,03 13,03 0,00 0,40
2 5,0 0,08 0,030 2,8 5,7 0,0 0,0 2,8 68,1 0,0 13,03 26,06 0,40 1,17
3 7,5 0,13 0,036 3,4 9,1 0,4 0,4 3,0 81,7 9,0 16,71 29,74 1,17 2,02
Conforme a Tabela (11.8) obtemos o hidrograma para chuva de 2h. A chuva total de
4 10,0 0,17 0,036 3,4 12,5 1,3 1,0 2,4 81,7 23,1 18,40 35,12 2,02 2,97
50anos é de 94,6mm e o escoamento superficial (runoff) é de 67,531mm.
5 12,5 0,21 0,061 5,8 18,3 3,9 2,6 3,2 138,5 61,5 33,86 52,26 2,97 4,39
A vazão máxima é de 17,65m3/s que se dá a 37,53min, ou seja, 0,625h (ordem 15) na
6 15,0 0,25 0,061 5,8 24,0 7,3 3,4 2,4 138,5 80,5 36,14 70,00 4,39 6,27
coluna 1.
7 17,5 0,29 0,076 7,2 31,2 12,2 4,9 2,3 172,6 117,7 47,12 83,26 6,27 8,44
8 20,0 0,33 0,076 7,2 38,4 17,6 5,4 1,7 172,6 130,7 48,66 95,78 8,44 10,86
Após 6,713h o runoff acaba totalmente e isto se dá na linha de ordem 161 conforme se
9 22,5 0,38 0,052 4,9 43,3 21,5 3,9 1,0 118,1 94,7 33,93 82,59 10,86 12,73
pode ver na coluna 1.
10 25,0 0,42 0,052 4,9 48,2 25,6 4,1 0,8 118,1 97,9 34,32 68,24 12,73 14,04 Todo o programa é facilmente executado em planilha Excel da Microsoft.
11 27,5 0,46 0,052 4,9 53,2 29,8 4,2 0,7 118,1 100,5 34,63 68,95 14,04 15,29 Sendo a vazão base de 0,83m3/s e sendo a vazão de pico de 17,65m3/s a vazão total de
12 30,0 0,50 0,052 4,9 58,1 34,1 4,3 0,6 118,1 102,7 34,89 69,52 15,29 16,49 pico será a soma das duas, ou seja:
13 32,5 0,54 0,033 3,1 61,2 36,8 2,8 0,4 74,9 66,1 22,25 57,14 16,49 17,23
14 35,0 0,58 0,032 3,0 64,2 39,5 2,7 0,3 72,7 64,7 21,65 43,90 17,23 17,52 0,83m3/s + 17,65m3/s = 18,48 m3/s
15 37,5 0,63 0,026 2,5 66,7 41,7 2,2 0,3 59,0 53,0 17,64 39,29 17,52 17,65 Portanto, a vazão de pico para projeto é de 18,48m3/s.
16 40,0 0,67 0,025 2,4 69,1 43,9 2,1 0,2 56,8 51,2 17,00 34,64 17,65 17,63 A Figura (11.3) mostra a hidrograma obtida.
17 42,5 0,71 0,022 2,1 71,1 45,8 1,9 0,2 49,9 45,3 14,98 31,98 17,63 17,53
18 45,0 0,75 0,021 2,0 73,1 47,6 1,8 0,2 47,7 43,4 14,33 29,31 17,53 17,35
19 47,5 0,79 0,014 1,3 74,5 48,8 1,2 0,1 31,8 29,1 9,56 23,89 17,35 17,02
20 50,0 0,83 0,014 1,3 75,8 50,0 1,2 0,1 31,8 29,1 9,57 19,13 17,02 16,56
21 52,5 0,88 0,014 1,3 77,1 51,2 1,2 0,1 31,8 29,2 9,58 19,15 16,56 16,13
22 55,0 0,92 0,014 1,3 78,4 52,4 1,2 0,1 31,8 29,3 9,59 19,17 16,13 15,73
23 57,5 0,96 0,013 1,2 79,7 53,6 1,1 0,1 29,5 27,2 8,91 18,50 15,73 15,33
24 60,0 1,00 0,012 1,1 80,8 54,6 1,0 0,1 27,2 25,2 8,23 17,14 15,33 14,92
25 62,5 1,04 0,012 1,1 81,9 55,7 1,1 0,1 27,2 25,2 8,24 16,47 14,92 14,51
26 65,0 1,08 0,012 1,1 83,1 56,7 1,1 0,1 27,2 25,3 8,24 16,48 14,51 14,12
27 67,5 1,13 0,011 1,0 84,1 57,7 1,0 0,1 25,0 23,2 7,56 15,80 14,12 13,74
28 70,0 1,17 0,011 1,0 85,1 58,7 1,0 0,1 25,0 23,2 7,56 15,12 13,74 13,36
11-226 11-227
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 11 Método Santa Bárbara Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
20
15
10
Vazao em m3/s
0
0 2 4 6 8
Tempo (min)
11-228 12-1
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
12.1 Introdução
Antes de um projeto definitivo, fazemos um dimensionamento preliminar. Estimamos o
volume do reservatório de detenção, a área ocupada pelo mesmo, profundidade média, custo e a
relação beneficio/custo.
Não devemos esquecer que o dimensionamento de um reservatório de detenção é sempre feito
por tentativas.
Vamos mostrar 11 (onze) métodos para o dimensionamento preliminar. Quatro (4) usam o
método racional e os outros 6 (seis) usam o método Santa Bárbara (ou outro método para se achar a
vazão de pico afluente) e 1(um) método usa o SCS TR-55.
Alguns métodos prevêem o uso de orifício ou vertedor e outros não. É difícil saber qual é o
melhor método, mas o importante é que são poucas as variações entre os mesmos.
Chin, 2000 p. 418 no livro Water Resources Engeneering bem como Mays, 1999 sugerem
uma seqüência já explicada por Urbonas e Roesner,1993, para determinação do volume de um
SUMÁRIO reservatório de detenção, a qual adaptamos:
12-2 12-3
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Como o coeficiente de variação da taxa média de 508m3/ha varia de 0,64 ou 64% há grande
12.2 Volume do reservatório de detenção, área disponível e custo (DAEE) variabilidade do volume assim calculado.
Na Tabela (12.1), para o período de retorno de 25 anos estão os volumes dos reservatórios de
detenção, a área de drenagem, a área disponível onde os mesmos serão construídos e o custo em US$ 12.4 Dimensionamento de um reservatório de detenção usando a altura da chuva de 4cm na
incluso ou não a desapropriação. área da bacia.
Existe uma maneira prática que pode ser decorada. Para se achar o volume de um reservatório
Tabela 12.1-Estimativas de áreas, bacias, volume, custos de reservatórios de detenção de detenção com período de retorno de 25anos na região metropolitana de São Paulo, adotar altura de
dimensionados pelo DAEE e da capital de São Paulo para Tr=25 anos. 4cm.
Área Área de Custo Altura média de água na bacia do reservatório=4cm (Equação 12.2)
Reservatório Local Identificação disponível drenagem Volume US$
de detenção (m2) (km2) (m3) (US$)*:incluso
desapropriação Exemplo 12.2
TM-2 e TM-3 Ribeirão dos Meninos DAEE Preço: outubro/1999 28.000 5,41 180.000 6.381.333
1US$=R$ 1,936 Assim para uma área com 222ha será: 222ha x 10.000m2 x 0,04m = 88.800m3.
TM-4 Ribeirão dos Meninos DAEE Preço: outubro/1999 40.000 5,26 240.000 3.960.423
TM-8 Ribeirão dos Meninos DAEE Preço: outubro/1999 24.000 6,57 72.000 1.663.372 12.5 Custo do reservatório de detenção de US$ /m3 de volume do reservatório
RRI-1 Ribeirão Aricanduva DAEE Preço junho/1999 21.256 10,39 64578 1.594.507
1US$=R$ 1,741 No que se refere a custos, foram analisados 10 (dez) reservatórios incluso desapropriação, e
RRI-2 Ribeirão Aricanduva DAEE Preço junho/1999 93.102 3,31 295.800 7.681.216 achou-se a taxa de US$ 34,00/m3 com desvio padrão de US$ 13,00/m3.
RAR-4 Ribeirão Aricanduva DAEE Preço junho/1999 202.882 3,86 608.640 15.754.519
RMA-1 Ribeirão Aricanduva DAEE Preço junho/1999 32.311 5,41 101.276 5.224.301*
Custo médio de reservatório aberto = US$ 34/m3 (Equação 12.3)
RMA-2 Ribeirão Aricanduva DAEE Preço junho/1999 56.627 5,71 157.884 5.083.412* Para o custo do reservatório fechado temos somente uma amostra, a do reservatório de
RIN-1 Ribeirão Aricanduva DAEE Preço junho/1999 46.107 3,47 144.516 6.491.253* detenção do Pacaembu.
RTA-2 Ribeirão Aricanduva DAEE Preço junho/1999 28.387 1,26 85.158 4.707.720*
No 5 Ribeirão Pirajussara DAEE 29.233 3,7 84.410 Custo médio de reservatório fechado = US$ 108/m3 (Equação 12.4)
No 7 Ribeirão Pirajussara DAEE 36.962 5 106.728
No 8 Ribeirão Pirajussara DAEE 42.305 1,2 122.156
No 11 Ribeirão Pirajussara DAEE 17.363 2,4 50.136
Exemplo 12.3
No 13 Ribeirão Pirajussara DAEE 46.996 2 135.701 Estimar o custo de um reservatório de detenção aberto com 50.000m3 de volume.
No 16 Ribeirão Pirajussara DAEE 45.559 1,6 131.552 O custo estimado é: 50.000 m3 . US$ 34/ m3 = US$ 1.700.000
No 17 Ribeirão Pirajussara DAEE 45.177 4,5 130.448
No 23 Ribeirão Pirajussara DAEE 58.154 3,7 167.920
No 28 Ribeirão Pirajussara DAEE 35.121 3,2 101.412 12.6 Profundidade média de 3,3m do reservatório de detenção
No 29 Ribeirão Pirajussara DAEE 98.320 1,1 283.899
No 32 Ribeirão Pirajussara DAEE 20.909 0,64 60.375
Um estudo sobre 24 reservatórios de detenção projetados e/ou executados na região
No 39 Ribeirão Pirajussara DAEE 52.518 8,3 152.512 metropolitana de São Paulo revela que a profundidade varia de 2,8m a 6,4m com uma média de 3,3m
No 40 Ribeirão Pirajussara DAEE 40.285 6,3 116.323 e desvio padrão de 0,99m, conforme se pode ver na Tabela (12.2).
Pacaembu (piscinão fechado) PMSP- 15.000 2,22 74.000 8.000.000
Água PMSP 8,60 387.000
Espraiada
Bananal PMSP 13,4 234.000
Guarau PMSP 9,3 223.000
Caguaçu PMSP 11 391.000
Limoeiro PMSP 8,70 343.000
Aricanduva I PMSP 4,75 173.000
DAEE: Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo
PMSP: Prefeitura Municipal de São Paulo
12-4 12-5
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 12.2- Altura média dos reservatórios de detenção na RMSP para período de retorno de
25anos. 12.7 Dimensionamento do reservatório de detenção usando a função Gama
Área disponível Área de drenagem Volume do reservatório Altura do reservatório Rodrigo de Melo Porto,1997 no livro de Drenagem Urbana-gerenciamento, simulação e
controle, na p.181 apresenta a função de distribuição Gama.
(m2) (km2) (m3) (m)
Desta maneira podemos analiticamente simular a hidrógrafa de uma bacia bastando somente
28.000 5,41 180.000 6,4
variar o fator de aspecto “n”. Porto, 1989 verificou que para efeitos práticos os valores de n estão
40.000 5,26 240.000 6,0
24.000 6,57 72.000 3,0
entre 4 e 12.
21.256 10,39 64578 3,0 Para o dimensionamento (Porto, 1989) demostrou que o volume aproximado do reservatório
93.102 3,31 295.800 3,2 de detenção pode ser feito da seguinte maneira:
202.882 3,86 608.640 3,0 volume = (2 . / n) 0,5 . ip . tp (Equação 12.6)
32.311 5,41 101.276 3,1 Sendo:
56.627 5,71 157.884 2,8 volume = volume estimado do reservatório de detenção (m3);
46.107 3,47 144.516 3,1 n= fator de aspecto. Varia de 4 a 12. Na prática aconselha-se valor n=8;
28.387 1,26 85.158 3,0 ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada (m3/s) e
29.233 3,7 84.410 2,9 tp = tempo de pico do hidrograma afluente (segundo).
36.962 5 106.728 2,9
42.305 1,2 122.156 2,9 Exemplo 12.5
17.363 2,4 50.136 2,9 Dimensionar o volume de um reservatório usando a função Gama, vazão máxima da
46.996 2 135.701 2,9 hidrógrafa de entrada ip = 47,33m3/s e tempo de pico do hidrograma afluente tp = 32,5min.
45.559 1,6 131.552 2,9 Aplicando-se a Equação (12.6) e variando o fator de aspecto vemos que o volume estimado do
45.177 4,5 130.448 2,9 reservatório de detenção varia em função do fator de aspecto n, sendo aconselhado por Porto o valor
58.154 3,7 167.920 2,9 n=8.
35.121 3,2 101.412 2,9 Conforme Equação (12.6) temos:
98.320 1,1 283.899 2,9
volume = (2 . / n) 0,5 . ip . tp
20.909 0,64 60.375 2,9
volume = (2 . / 8) 0,5 . 47,33 . 32,5*60 = 81.793m3
52.518 8,3 152.512 2,9
40.285 6,3 116.323 2,9
15.000 2,22 74.000 4,9 12.8 Reservatório com paredes verticais
Profundidade média do reservatório de detenção para período de retorno 3,3 Rodrigo de Melo Porto,1997 obteve as seguintes relações.
de 25anos
desvio padrão 0,99 Vertedor retangular
12-6 12-7
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
12-8 12-9
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 12.7- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para vertedor 4,9 1,6 0,6 0,2 0,1 11,55 85
Vamos fazer um dimensionamento preliminar do piscinão do Pacaembu. 3,4 1,0 0,3 0,1 0,0 10,14 90
A vazão máxima da hidrógrafa do piscinão do Pacaembu é de 43m3/s. A vazão máxima que 2,4 0,6 0,1 0,0 0,0 9,14 95
podemos ter de saída depende da galeria a jusante que pode descarregar no máximo 13m3/s. Período 1,7 0,3 0,1 0,0 0,0 8,43 100
de retorno considerado foi de 25anos 1,2 0,2 0,0 0,0 0,0 7,61 105
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente é o orifício. 0,8 0,1 0,0 0,0 0,0 6,71 110
q max = 13m3/s 0,5 0,1 0,0 0,0 0,0 5,74 115
ip = 47,33m3/s 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 4,74 120
0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 3,70 125
Q* = q max / ip = 13/47,33 = 0,27
0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 2,64 130
Usando a Equação (12.7) para reservatório com parede vertical e descarga em vertedor:
0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 1,89 135
V* = -0,7832Q* + 0,9447 = -0,7832 x 0,27 + 0,9447 = 0,73
0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 1,35 140
Sendo a chuva excedente total de 51,9mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,96 145
Vol = 51,9mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 115.218m3
Vmáximo = vol x. 0,73 =Volume do reservatório = 115.218m3 x.0,73 = 84.109m3 111.332 m3 90.902 m3 78.723 m3 70.413 m3 64.278 m3 74.000 m3
Volume reservatório (***)
12.10 Função de distribuição Gama Fonte: Drenagem Urbana- gerenciamento, simulação e controle, 1998 p.182 Rodrigo de Melo Porto
Porto, 1997, utilizou a função de distribuição Gama, pois com ela conseguimos (*) Rodrigo de Melo Porto em 1989 achou que a faixa de n está entre 4 e 12.
aproximadamente elaborar um hidrograma da vazão em função do tempo conforme Equação (12.11). Função Gama obtida por Porto (1997): i (t) = ip ( t / tp) n . exp [ n ( 1 – t / tp ) ]
(**) Rodrigo de Melo Porto sugere fator de aspecto n=8 para o piscinão do Pacaembu para Tr=25anos
i(t)= ip (t / tp) n . exp [n ( 1-t / tp ) ] (Equação 12.11) (***) Volume aproximado do reservatório de detenção = (2 . /n) 0,5 . ip . tp
Sendo:
i(t)= vazão em função do tempo t; 12.11 Dimensionamento preliminar pelo método de Aron e Kibler, 1990
ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada; Introdução
tp = tempo de pico do hidrograma afluente; Osman Akan, cita no livro Urban Stormwater Hydrology,1993, o dimensionamento preliminar
n = fator de aspecto variando de 4 a 12; pelo método de Aron e Kibler,1990. Neste método não é especificado o tipo de saída da água do
exp= e =2,718... reservatório de detenção tais como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
Na Tabela (12.8) estão os valores de i(t) sendo dados tp =35min e ip =42,3m3/s. Teoria do método de Aron e Kibler, 1990
No método de Aron e Kibler é suposto que o hidrograma da vazão afluente tem formato
Tabela 12.8- Hidrógrafas da função de distribuição Gama para fatores de aspecto n=4, 6, 8, 10 e 12, relativo ao trapezoidal e que o pico da vazão efluente está no trecho de recessão do trapézio adotado e que o
piscinão do Pacaembu para Tr=25anos e hidrógrafa original obtida pelo método Santa Barbara com precipitação
vazão de saída tem forma triangular conforme Figura (12.1).
de Huff, 1º quartil com 50% de probabilidade
Vazões da função de distribuição Gama* Hidrógrafa
Fator de aspecto n Original tempo Vazão
4 6 8 ** 10 12
(m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (min)
0,5 0,1 0,0 0,0 0,0 2,8 5
4,9 1,7 0,6 0,2 0,1 8,2 10,0
14,0 8,1 4,7 2,7 1,5 16,1 15,0 Ip
25,1 19,3 14,8 11,4 8,8 28,2 20,0 Qp
34,5 31,2 28,2 25,5 23,0 37,4 25,0
40,5 39,6 38,7 37,8 37,0 41,7 30,0
42,3 42,3 42,3 42,3 42,3 42,3 35,0 Tempo
40,8 40,0 39,3 38,6 37,9 39,0 40,0
36,9 34,4 32,2 30,0 28,0 35,1 45,0
31,8 27,5 23,8 20,6 17,9 30,5 50,0 td Tc
26,3 20,7 16,3 12,8 10,1 26,1 55,0
21,0 14,8 10,4 7,3 5,2 22,8 60,0 Figura 12.1- Hidrograma trapezoidal de entrada no reservatório de detenção e triangular de saída
16,3 10,1 6,3 3,9 2,4 20,1 65,0
12,4 6,7 3,6 2,0 1,1 18,0 70,0
9,2 4,3 2,0 0,9 0,4 15,83 75 Teremos então
6,8 2,7 1,1 0,4 0,2 13,51 80
12-10 12-11
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
4855,3 . Tr0,181
I =------------------------ (L/s.ha)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (L /s. ha);
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Para período de retorno Tr = 25 anos teremos:
12-12 12-13
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
12-14 12-15
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 12.10- Coeficientes de ajuste “k” em função da relação das vazões de saída com a da Tabela 12.11-Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pelo método do
entrada Federal Aviation Agency, 1966 sendo C=0,7 , A=222ha
Coeficiente de ajuste
Vazão Período de chuva
Qout /Qin k Tempo efluente retorno Intensidad Area Qentrada Qentrada V in = C x Vout = k x V in - Vout
De adotado Tr (min) e da chuva Alfa IxAx Qout x tD
Conc.
0,10 0,98 tc tD k tD
0,20 0,94
0,30 0,90 (min) (m3/s) (anos) (min) (L/s .ha) (ha) (l/s) (m3/s) (m3) (m3) (m3)
0,40 0,87 15 13 25 15 421,31 222 65472 65,47 0,20 0,94 58925 11115 47810
0,50 0,85 15 13 25 30 293,69 222 45639 45,64 0,28 0,92 82150 21528 60622
0,60 0,83 15 13 25 45 227,35 222 35330 35,33 0,37 0,89 95390 31239 64151
0,70 0,81 15 13 25 60 186,40 222 28966 28,97 0,45 0,87 104278 40716 63562
0,75 0,00 15 13 25 75 158,48 222 24627 24,63 0,53 0,85 110823 49725 61098
Fonte: adaptado do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Colorado, Denver, 1991 15 13 25 90 138,16 222 21470 21,47 0,61 0,85 115939 59670 56269
Fonte: Método do Federal Aviation Agency
Exemplo 12.10- 12.14- Dimensionamento preliminar pelo método de Abt e Grigg, 1978
Dimensionamento preliminar do reservatório de detenção do Pacaembu pelo método do Introdução
Federal Aviation Agency. McCuen,1998 cita o método de Abt e Grigg que usa o método racional com hidrograma
Dados: triangular para a entrada e saída.
Área de drenagem: 222ha Neste método não é especificado o tipo de saída da água do reservatório de detenção tais
Período de retorno T=25anos como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
Vazão efluente máxima (vazão saída do reservatório) : 13m3/s Vs
Solução: ---------- = (1 - )2 (Equação 12.16)
Aplicando a Equação das chuvas de Paulo Sampaio Wilken para unidades em (L/s.ha) para a Vdepois
cidade de São Paulo, usando período de retorno T=25 anos, coeficiente de escoamento superficial Sendo:
C=0,7 e usando o método racional com A=222ha obtemos para o pico a vazão Q = 65,47m3/s. Vs =volume do piscinão (m3);
A relação entre a vazão efluente pela vazão afluente é: Vdepois = volume do runoff do escoamento (m3 );
13 m3/s = Qantes/Qdepois
------------- =0,2 Vdepois = Qdepois x Td
65,47 m3/s Sendo:
Entrando na Tabela (12.10) com a relação 0,2 obtemos k=0,94 na primeira linha. Para cada Qdepois = vazão de pico (m3/s) depois do desenvolvimento;
vazão de entrada temos um valor de k conforme se pode ver na Tabela (12.10). Td= tempo (min) depois do desenvolvimento;
Temos que achar o máximo da diferença entre o volume de entrada e o volume de saída, da Qantes= vazão de pico (m3/s) antes do desenvolvimento.
seguinte maneira:
V= máximo (V in – Vout)
Portanto, o volume do piscinão será V.
Usamos o método racional para calcular a vazão afluente, sendo que a vazão efluente de
13m3/s é imposta. Calculamos o volume da vazão afluente para a duração da chuva e o volume
gerado pela vazão efluente.
A máxima diferença de volume será a nossa resposta, isto é, o volume estimado do
reservatório de detenção.
Na Tabela (12.11) são mostrados os resultados obtidos, obtendo-se volume de 64.151m3.
12-16 12-17
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Sendo a chuva excedente total de 51,9mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Exemplo 12.11 Vdepois = 51,9mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 115.218m3
Dimensionamento do piscinão do Pacaembu pelo método de Abt e Grigg, 1978 Vs = Vdepois x 0,72 = 115.218m3 x 0,72= 82.957m3
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a Para um único orifício:
vazão de pico antes do desenvolvimento e a vazão de pico depois do desenvolvimento é de Vs
65,47m3/s. Tempo de concentração tc=15min. Período de retorno considerado foi de 25anos ---- = 0,872 – 0,861 . Válido para 0,2 < < 0,9 (Equação 12.18)
Qantes = 13 m3/s; Vdepois
Qdepois = 65,47m3/s (obtido pelo método racional)
= 13 / 65,47 = 0,20 Exemplo 12.13
Vs Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin, 1991
---- = 1 - 2 = (1- 0,20) 2 =0,64 Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a
Vdepois vazão de pico antes do desenvolvimento e a vazão de pico depois do desenvolvimento é de 47,33m3/s
Sendo a chuva excedente total de 51,9mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos: e chuva excedente de 51,9mm em área de 222ha. Período de retorno considerado foi de 25anos
Vdepois = 51,9mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 115.218m3 Consideramos que aplicando o método racional obtemos:
Vs = Vdepois x 0,64 = 115.218m3 x 0,64= 73.740m3 Tc=15min
Portanto, usando o método de Abb e Grigg achamos que o volume estimado do piscinão é de Qantes =13m3/s;
73.740m3. Qdepois = 47,33m3/s (obtido pelo método Santa Bárbara)
= 13/47,33 = 0,27
12.15 Dimensionamento preliminar pelo método de Kessler e Diskin, 1991 Como o valor obtido de está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin,
Mays,1999 cita o método de Kessler e Diskin,1991 no capítulo 14.85 do livro Hydraulic 1991. Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior e que o dispositivo de
Design Handbook, que supõe que a área da superfície do reservatório seja constante. A grande saída de água seja um único orifício.
vantagem é que o método tem aplicação para orifícios e para vertedores.
Para um único vertedor:
Vs Vs
---- = 0,932 – 0,792 . Válido para 0,2 < < 0,9 (Equação 12.17) ---- = 0,872 – 0,861 .
Vdepois Vdepois
Vs
---- = 0,872 – 0,861 . 0,27 = 0,64
Vdepois
Sendo a chuva excedente total de 51,9mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Exemplo 12.12 Vol = 51,9mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 115.218m3
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin,1991 Vs = Vdepois x 0,64 =Volume do reservatório = 115.218m3 x 0,64 = 73.740m3
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a
vazão de pico antes do desenvolvimento e a vazão de pico depois do desenvolvimento é de 47,33m3/s 12.16 Dimensionamento preliminar pelo método de McEnroe, 1992
e chuva excedente de 51,9mm em área de 222ha.
tc=15min Mays,1999 cita o método de McEnroe,1992 no capítulo 14.85 do livro Hydraulic Design
Qantes =13m3/s; Handbook, que supõe que a hidrógrafa da entrada no reservatório é devida a uma função Gama. A
Qdepois = 47,33m3/s (Obtido pelo método Santa Bárbara) grande vantagem é que o método tem aplicação para orifícios e para vertedores.
Para um único vertedor:
= 13/47,33 = 0,27
Vs
Como o valor obtido de está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin, 1991.
---- = 0,98 – 1,17 . +0,77. 2 –0,46 . 3 (Equação 12.19)
Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior.
Vdepois
Vs
---- = 0,932 – 0,792 . Exemplo 12.14
Vdepois Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de McEnroe, 1992
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a
Vs
vazão de pico antes do desenvolvimento e a vazão de pico depois do desenvolvimento é de 47,33m3/s
---- = 0,932 – 0,792 . 0,27 = 0,72
e chuva excedente de 51,9mm em área de 222ha. Período de retorno considerado foi de 25anos
Vdepois
12-18 12-19
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
12-20 12-21
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 12.14- Comparação dos diversos métodos para dimensionamento preliminar de piscinão
para período de retorno de 25anos e como base o piscinão do Pacaembu. Foram usados o Método racional
método racional e o Santa Bárbara e o SCS TR-55 para dimensionamento da vazão de pico. Q=0,278 CIA
Q= vazão máxima (m3/s)
Volume do Volume do I= intensidade da precipitação (mm/h)
Método piscinão piscinão A= área da bacia (km2)
(m3) Vertedor (m3) Orifício Qn= Q/A= 2,78 C I ( L/s x ha)
12-22 12-23
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 12.15 - Vazão específica para pré-desenvolvimento para diversos períodos de retornos Por exemplo, para AI=0,10 achamos tmáximo= 29,2min e substituindo na Equação do volume
Período de retorno Vazão específica para pré-desenvolvimento achamos 60m3/ha.
(anos) (litros/ segundo x hectare)
Construímos então a Tabela (12.16).
2 18
5 21
10 24 Tabela 12.16 - Volume específico em função da área impermeável (%)
25 28 Área impermeável Volume
(%) específico
AI
Volume de controle (m3/ha)
Conforme Tucci o volume de controle para pequenas áreas, isto é, < 1km2 (100ha). 10 60
20 97
V= ( Qu – Qn ) t 30 138
V= volume (m3);
40 181
Qn= vazão pré-desenvolvimento (m3/s);
50 227
t= duração do tempo de concentração pós-desenvolvimento (min) e
Qu= vazão pós-desenvolvimento (m3/s). 60 273
70 321
Qu= 0,278CIA 80 371
Qn= CIA= qn x A 90 421
Sendo: qn = taxa específica em l/sxha 100 472
V= ( Qu – Qn ) t .
V= (CIA –qn x A ) t . Usando a Análise Linear de Regressão de maneira que a equação passe pela origem achamos:
V/A= (CI – qn ) t v= 4,65 AI com R2= 1,00 (Tucci achou v= 4,25 AI para Porto Alegre para Tr= 10anos).
Sendo:
Mas I= a / (t + b)d AI = área impermeável (%)
v= volume (m3/ha).
V= [(C . a / (t+b)d - qn ] t Colocando-se em outra forma, pois V= v .A
Mas C= 0,15 + 0,80 AI
V= 4,65 AI . A para Tr= 10anos
V= {[(0,15 + 0,80 AI ) . a / (t+b)d ]- qn } t A= área da bacia (ha). A 100ha
V= volume do reservatório de detenção (m3)
Possuímos a área impermeável AI, o valor de a, o valor de b o valor de d e de qn. Temos duas
incógnitas V e t. Procedendo de maneira análoga achamos os volumes de detenção para Tr= 2anos,5anos e
A expressão atingirá o máximo de t quando derivá-la igualar a zero. 25anos conforme Tabela (12.17).
Usando-se a Equação de P. S. Wilken de São Paulo para (mm/h) teremos:
d= 0,89 Tabela 12.17- Volume do piscinão e vazão especifica de pré-desenvolvimento conforme o
b= 15 período de retorno
Tr= 10anos Período de retorno Tr Volume do piscinão Vazão específica para
a= 1747,9 . Tr 0,181 = 1747,9 . 10 0,181 = 2651,65 pré-desenvolvimento
(anos) (m3) (litros/ segundo x
hectare)
t= {( t+15)/ 0,89] x { 1- [(2,4 x ( t + 15) 0,89) /(110,57+589,7 x AI)] } 2 V= 3,47 AI . A 18
5 V= 4,11 AI . A 21
Por tentativas para cada valor de AI variando de 0,1 a 1,00 achamos os valores de t e o 10 V= 4,65 AI . A 24
substituímos na Equação abaixo:
25 V= 5,48 AI x A 28
v= {[(110,57 + 589,7x AI)/ (t + 15) 0,89 ] - 2,4 )} . 60. t /100ha
Exemplo 12.18
Sendo:
Calcular o volume de detenção para A=50ha, e AI= 70% e a vazão de pré-desenvolvimento
v= volume específico (m3/ha).
para período de retorno de 2anos.
12-24 12-25
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 12.18 - Volumes dos reservatórios de detenção em função da área da bacia (m2) e da porcentagem da área
impermeabilizada e vazões de pré-desenvolvimento e diâmetros de saída correspondente para Tr=2anos
Para Tr= 2anos Área Volume em função da porcentagem da área impermeabilizada e da área da bacia (m2) Vazão Diam.
V= 3,47 AI . A = 3,47 x 70 x 50ha= 12.145m3 (m2)
5% 10% 15% 20% 25% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% (L/s) (m)
A vazão máxima de saída deverá ser: 5000 9 17 26 35 43 52 69 87 104 121 139 156 174 9 0,15
qn= 18 /s x ha 10000 17 35 52 69 87 104 139 174 208 243 278 312 347 18 0,15
Q= qn x A= 18 L/s x ha x 50ha= 900 L/s= 0,9m3/s 15000 26 52 78 104 130 156 208 260 312 364 416 468 521 27 0,15
20000 35 69 104 139 174 208 278 347 416 486 555 625 694 36 0,20
Orifício 25000 43 87 130 174 217 260 347 434 521 607 694 781 868 45 0,20
O orifício pode ser circular ou retangular e é calculado com a Equação: 30000 52 104 156 208 260 312 416 521 625 729 833 937 1041 54 0,20
Q= Cd x A x (2 g h ) 0,5 35000 61 121 182 243 304 364 486 607 729 850 972 1093 1215 63 0,25
Sendo: 40000 69 139 208 278 347 416 555 694 833 972 1110 1249 1388 72 0,25
Q= vazão (m3/s) 45000 78 156 234 312 390 468 625 781 937 1093 1249 1405 1562 81 0,30
Cd= 0,62 50000 87 174 260 347 434 521 694 868 1041 1215 1388 1562 1735 90 0,30
A= área= D2/4 (para orifício) 55000 95 191 286 382 477 573 763 954 1145 1336 1527 1718 1909 99 0,30
D= diâmetro (m) 60000 104 208 312 416 521 625 833 1041 1249 1457 1666 1874 2082 108 0,30
g= aceleração da gravidade = 9,81 m/s2 65000 113 226 338 451 564 677 902 1128 1353 1579 1804 2030 2256 117 0,30
h= altura média da lâmina de água em relação ao eixo da tubulação de saída (m) 70000 121 243 364 486 607 729 972 1215 1457 1700 1943 2186 2429 126 0,30
O orifício geralmente é usado na parte inferior dos reservatórios de detenção para o 75000 130 260 390 521 651 781 1041 1301 1562 1822 2082 2342 2603 135 0,30
escoamento da vazão de pré-dimensionamento. 80000 139 278 416 555 694 833 1110 1388 1666 1943 2221 2498 2776 144 0,40
85000 147 295 442 590 737 885 1180 1475 1770 2065 2360 2655 2950 153 0,40
90000 156 312 468 625 781 937 1249 1562 1874 2186 2498 2811 3123 162 0,40
Vertedor circular
95000 165 330 494 659 824 989 1319 1648 1978 2308 2637 2967 3297 171 0,40
Conforme Tomaz, 2002 página 202, o vertedor circular em parede vertical tem a Equação:
100000 174 347 521 694 868 1041 1388 1735 2082 2429 2776 3123 3470 180 0,40
Q= 1,518 x D 0,693 x H 1,807
150000 260 521 781 1041 1301 1562 2082 2603 3123 3644 4164 4685 5205 270 0,50
Sendo:
200000 347 694 1041 1388 1735 2082 2776 3470 4164 4858 5552 6246 6940 360 0,50
Q= vazão (m3/s)
250000 434 868 1301 1735 2169 2603 3470 4338 5205 6073 6940 7808 8675 450 0,70
D= diâmetro (m)
300000 521 1041 1562 2082 2603 3123 4164 5205 6246 7287 8328 9369 10410 540 0,70
H= altura da lâmina de água (m).
350000 607 1215 1822 2429 3036 3644 4858 6073 7287 8502 9716 10931 12145 630 0,70
O vertedor circular geralmente é usado para a descarga da vazão centenária Q100.
400000 694 1388 2082 2776 3470 4164 5552 6940 8328 9716 11104 12492 13880 720 0,80
Na Tabela (3.4) temos tabelado a aplicação da Equação acima.
450000 781 1562 2342 3123 3904 4685 6246 7808 9369 10931 12492 14054 15615 810 0,90
Vertedor retangular
500000 868 1735 2603 3470 4338 5205 6940 8675 10410 12145 13880 15615 17350 900 0,90
O vertedor retangular pode ser de perfil tipo Creager ou de parede espessa tem a Equação:
550000 954 1909 2863 3817 4771 5726 7634 9543 11451 13360 15268 17177 19085 990 0,90
Q=µ x L x H (2gH) 0,5
600000 1041 2082 3123 4164 5205 6246 8328 10410 12492 14574 16656 18738 20820 1080 0,90
650000 1128 2256 3383 4511 5639 6767 9022 11278 13533 15789 18044 20300 22555 1170 0,90
Como (2g) 0,5= 4,43 700000 1215 2429 3644 4858 6073 7287 9716 12145 14574 17003 19432 21861 24290 1260 1,00
Q= 4,43 x µ x L x H 1,5 750000 1301 2603 3904 5205 6506 7808 10410 13013 15615 18218 20820 23423 26025 1350 1,00
800000 1388 2776 4164 5552 6940 8328 11104 13880 16656 19432 22208 24984 27760 1440 1,00
Para o vertedor tipo perfil Creager µ= 0,45 e para parede espessa µ = 0,35. 850000 1475 2950 4424 5899 7374 8849 11798 14748 17697 20647 23596 26546 29495 1530 1,00
Sendo: 900000 1562 3123 4685 6246 7808 9369 12492 15615 18738 21861 24984 28107 31230 1620 1,00
Q= vazão (m3/s) 950000 1648 3297 4945 6593 8241 9890 13186 16483 19779 23076 26372 29669 32965 1710 1,00
L= largura do vertedor retangular (m) 1000000 1735 3470 5205 6940 8675 10410 13880 17350 20820 24290 27760 31230 34700 1800 1,00
H= altura da vertedor a contar da soleira (m).
O vertedor retangular geralmente é usado para a descarga da vazão centenária Q100.
Na Tabela (12.18) temos tabelado a aplicação da Equação acima.
12-26 12-27
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 12.19 - Vazões em vertedor retangular de parede espessa em m3/s de acordo com a altura H(m) e o comprimento L (m). Q= [0,312 x S 0,5 x D (8/3)]/ n
Q=1,71 x L x H (3/2)
Na Tabela (12.21) estão as vazões das tubulações de concreto em função da declividade.
Altura H Largura do vertedor retangular em metros
(m) 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 1,90 2,00 Tabela 12.21 - Vazões em m3/s de tubulações de concreto de acordo com diâmetro interno e declividade da tubulação.
0,1 0,027 0,032 0,038 0,043 0,049 0,054 0,059 0,065 0,070 0,076 0,081 0,087 0,092 0,097 0,103 0,108 D 0,50% 1% 1,50% 2% 2,50% 3% 3,50% 4% 5%
0,2 0,076 0,092 0,107 0,122 0,138 0,153 0,168 0,184 0,199 0,214 0,229 0,245 0,260 0,275 0,291 0,306 (m) 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,05
0,3 0,140 0,169 0,197 0,225 0,253 0,281 0,309 0,337 0,365 0,393 0,421 0,450 0,478 0,506 0,534 0,562
0,4 0,216 0,260 0,303 0,346 0,389 0,433 0,476 0,519 0,562 0,606 0,649 0,692 0,735 0,779 0,822 0,865 0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,030
0,5 0,302 0,363 0,423 0,484 0,544 0,605 0,665 0,725 0,786 0,846 0,907 0,967 1,028 1,088 1,149 1,209 0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,064
0,6 0,397 0,477 0,556 0,636 0,715 0,795 0,874 0,954 1,033 1,113 1,192 1,272 1,351 1,431 1,510 1,589 0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,115
0,7 0,501 0,601 0,701 0,801 0,901 1,001 1,102 1,202 1,302 1,402 1,502 1,602 1,703 1,803 1,903 2,003 0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,188
0,8 0,612 0,734 0,857 0,979 1,101 1,224 1,346 1,468 1,591 1,713 1,835 1,958 2,080 2,202 2,325 2,447 0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,404
0,9 0,730 0,876 1,022 1,168 1,314 1,460 1,606 1,752 1,898 2,044 2,190 2,336 2,482 2,628 2,774 2,920 0,50 0,232 0,328 0,401 0,463 0,518 0,567 0,613 0,655 0,732
1,0 0,855 1,026 1,197 1,368 1,539 1,710 1,881 2,052 2,223 2,394 2,565 2,736 2,907 3,078 3,249 3,420 0,60 0,377 0,533 0,652 0,753 0,842 0,923 0,997 1,065 1,191
1,1 0,986 1,184 1,381 1,578 1,776 1,973 2,170 2,367 2,565 2,762 2,959 3,156 3,354 3,551 3,748 3,946 0,70 0,568 0,804 0,984 1,136 1,270 1,392 1,503 1,607 1,797
1,2 1,124 1,349 1,573 1,798 2,023 2,248 2,473 2,697 2,922 3,147 3,372 3,597 3,821 4,046 4,271 4,496 0,80 0,811 1,147 1,405 1,622 1,814 1,987 2,146 2,294 2,565
1,3 1,267 1,521 1,774 2,028 2,281 2,535 2,788 3,042 3,295 3,548 3,802 4,055 4,309 4,562 4,816 5,069 0,90 1,111 1,571 1,923 2,221 2,483 2,720 2,938 3,141 3,512
1,4 1,416 1,700 1,983 2,266 2,549 2,833 3,116 3,399 3,682 3,966 4,249 4,532 4,815 5,099 5,382 5,665 1,00 1,471 2,080 2,547 2,942 3,289 3,603 3,891 4,160 4,651
1,5 1,571 1,885 2,199 2,513 2,827 3,141 3,456 3,770 4,084 4,398 4,712 5,026 5,341 5,655 5,969 6,283
12-28 12-29
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 12.18
Calcular volume de reservatório de detenção para bacia com área de 3ha, AI= 50% para Tr=
2anos. Calcular também o vertedor retangular para Tr= 100anos e a tubulação de concreto ate o
córrego mais próximo.
V= 3,47 x AI x A= 3,47 x 50 x 3 = 521m3
A vazão para Tr= 100anos é
Q100= 3,53 x AI x A
Q100= 3,53 x 50 x 3ha= 530 L/s= 0,53 m3/s
Vertedor retangular
Supondo um vertedor em forma trapezoidal consultamos a Tabela (3.4) e supondo que temos
uma lâmina de água com 0,40m de altura achamos o comprimento L= 1,4m, comm vazão de
0,606m3/s >0,53m3/s.
Orifício da tubulação de descarga
A vazão de saída do orifício na parte inferior da barragem será:
Qn= (18 L/s x ha) x 3ha= 54 L/s
Consultando a Tabela (3.3) achamos D= 0,20m para a tubulação de fundo para o pré-
desenvolvimento.
Galeria de águas pluviais
A tubulação de saída do reservatório de detenção que vai para o córrego mais próximo pode ser
dimensionada, usando a Tabela (3.6) com declividade mínima de 0,5% e vazão Q100= 0,53m3/s Figura 12.2 - Torre de entrada de água
achamos D= 0,70m.
A vazão para Tr= 10anos será: 12.22 Depósito anual de sedimentos
É importante para a manutenção de um reservatório de detenção estimar a quantidade de
Q10= 2,11x AI x A = 2,11 x 50 x 3ha= 317 L/s sedimentos anual em m3/ ano x ha.
Santo André- Semasa (Saneamento Ambiental de Santo Andrè)
Desde 1999 está em operação em Santo André o reservatório de detenção AM3 localizado no
Ribeirão dos Meninos, com área da bacia de 510ha e volume de 120.000m3. Foi construído pelo
governo do Estado de São Paulo e a manutenção é feita pela Semasa.
Em setembro de 2002 obtivemos o volume médio anual de 6,7m3/ha x ano. A retirada dos
sedimentos é feita geralmente nos meses de abril e outubro de cada ano. A limpeza das grades é feita
a cada três meses.
O custo somente para a retirada de sedimentos e limpeza das grandes é anualmente de US$
1,00/m3 de volume do reservatório de detenção.
Considerando-se os custos de transportes para o aterro sanitário, os custos do próprio aterro
sanitário e os custos de segurança e vigilância estimamos que chegará a US$ 3,00/m3. Como o custo
médio de um piscinão é de US$ 30,00/m3, a manutenção é praticamente de 10% que é um valor alto,
pois para os americanos o valor varia de 3% a 6% do custo inicial.
Carolina do Norte
Conforme Tomaz, 2002 pesquisas feitas na Carolina do Norte nos Estados Unidos em 20
reservatórios de detenção com idade de 32anos e 45anos (fevereiro de 1998) foi obtido a média de
6,5ton/ha x ano e considerando o peso específico aparente de 1185 kg/m3 achamos 5,49m3/ha x ano.
Canadá
12-30 12-31
Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br Capítulo 12 Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção pliniotomaz@uol.com.br
Ontário, 2003 apresenta a Tabela (12.23) baseada no US Envionmental Protection Agency (EPA) Exemplo 12.19
Stormwater Management Model (SWMM) para estimativa da carga anual de sedimentos, devendo ser Depósito anual de sedimentos no pré-tratamento= 50ha x 10m3/ha/ano =500m3/ano
usada somente para a fase de planejamento. Portanto, anualmente teremos que remover aproximadamente 500m3 de sedimentos.
Tabela 12.23 - Carga anual de sedimentos de acordo com a área impermeável da bacia
Área Carga anual Densidade úmida Carga anual
Impermeável (kg/m3)
(%) (kg/ha) (m3/ha)
35% 770 1230 0,6
55% 2300 1230 1,9
70% 3495 1230 2,8
85% 4680 1230 3,8
Fonte: Ontário, 2003
A média obtida foi de 10,1 m3/ha x ano e comparando-se com a média da Carolina do Norte
de 5,49m3/ha x ano, vemos que o volume de sedimentos produzidos no Brasil são quase o dobro.
Se comparamos a media brasileira de 10,1m3/ha x ano com o máximo de 3,8m3/ha x ano na
Tabela (4.5) referente ao Canadá, veremos que o depósito de sedimentos no Brasil será praticamente
três vezes o do Canadá.
Os sedimentos recolhidos são considerados não-perigosos e podem ser dispostos em aterros
sanitários ou em local autorizado.
Dica: adotar para o Brasil a taxa de 10m3/ ano x ha para remoção de sedimentos para
estimativa.
12-32 12-33
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
SUMÁRIO
Capitulo 13
Ordem Assunto
13.1 Introdução
Transporte de sólidos 13.2 Transporte de sólido
13.3 Pesquisas feitas pelo FCTH de São Paulo
13.4 Lei de Stokes
13.5 Granulometria dos sedimentos
“Em engenharia é necessário muito estudo e dedicação” 13.6 Estimativa do tempo de esvaziamento de um reservatório (McCuen, 1988)
Prof. dr. Kokei Uehara 13.7 Reserva de sedimentação em um reservatório de detenção
13.7.1 Illinois, USA
13.7.2 Estado da Carolina do Norte, USA
13.7.3 Resíduos sólidos
13.8 Conclusão
13-256 13-257
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
13.1 Introdução - Transporte sólido de material do fundo (Transporte sólido do material do leito)
correspondente a material cuja granulometria se encontra presente no fundo (Quintela,1981).
O que será apresentado baseia-se nas pesquisas executadas pela Fundação Centro Define-se à parcela de material que constitui o leito e é transportado. Ao contrário do
Tecnológico de Hidráulica de São Paulo (FCTH) referente aos Anais 5 do X Simpósio que ocorre com a carga de lavagem, o transporte sólido em suspensão do material que provém
Brasileiro de Recursos Hídricos, realizado em Gramado Rio Grande do Sul em 1993 do leito, passa por alternâncias de remoção, movimentação e deposição (Lloret et al., 1993).
apresentado por Carlos Lloret Ramos, Gisela Coelho Nascimento Helou, Luiz Eduardo de
Souza Ikeda, no trabalho denominado “Campanhas hidrosedimentométricas na região - Transporte sólido de material de lavagem (wash load) ou Carga de Lavagem,
metropolitana de São Paulo” e nos trabalhos de Carlos Lloret Ramos, Gigela Coelho correspondente a material de dimensões inferiores às do material do fundo (Quintela.1981).
Nascimento Helou e Giorgio Brighetti denominado “Dinâmica do transporte sólido nos rios Define-se como a parcela mais fina do material transportado em suspensão, e que é
Tietê e Pinheiros na região metropolitana de São Paulo” cujos resultados das pesquisas serão inexistente no leito, ou encontrado um pequenas quantidades.
mostrados adiante em forma de 5 (cinco) tabelas.
Foi consultado o Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto Tietê elaborado pelo Um material pode ser considerado carga de lavagem num determinado trecho do rio e
DAEE. material de leito em outro onde a capacidade de transporte é drasticamente reduzida, como no
Para a compreensão da dinâmica do transporte sólido nos cursos d’água, convém caso do rio Pinheiros em São Paulo (Lloret et al., 1993).
apresentar algumas definições clássicas das diferentes modalidades de transporte sólido Conforme Alfredini,1993 o transporte de sólidos é importante em um grande número de
fluvial (Ramos, Helou e Brighetti, 1993 p.258). obras de engenharia hidráulica, como obras de hidráulica fluvial, hidráulica marítima e nos
aproveitamentos hidráulicos, como assoreamento de reservatórios.
13.2 Transporte de sólido
Exemplo 13.1- Carga de lavagem e transporte do material do leito
O fenômeno hidráulico dos escoamentos pode possuir fronteiras fixas e fronteiras
móveis. Os canais executados em tubos de concreto, possuem fronteiras fixas e neste caso a No ribeirão dos Meninos em São Paulo, conforme Tabela (13.1) a relação entre Qss e Qst
sua resolução pode ser feita com grande precisão usando, por exemplo, a fórmula de é 0,75, o que significa que 75% refere-se a carga de lavagem e portanto os 25% restante se
Manning. Para os canais onde as fronteiras são móveis, tem que ser analisado cuidadosamente refere a materiais do leito do ribeirão.
o problema de transporte de sedimentos. Na prática não existem fórmulas precisas para os Nota-se que a carga de lavagem, isto é, o material que está em suspensão é bem maior que
problemas de escoamento em fronteiras móveis. o material que está no leito do ribeirão. Para obter estes números é necessário estações de
medições.
Segundo (Quintela,1981) existem três modos básicos de transporte sólido: Basta ver na Tabela (13.1) a variabilidade da relação Qss/Qst de 0,30 a 1,00 na região do
Alto Tietê em São Paulo. Os dados estimativos podem ser colhidos para regiões bem
- transporte sólido por arrastamento, em que os elementos sólidos rolam e escorregam próximas a estas.
sobre o fundo;
Exemplo 13.2 – Parcela que irá contribuir para o assoreamento do curso d’água
- transporte sólido em suspensão, em que os elementos sólidos se deslocam no seio do
escoamento, podendo contatar esporadicamente o fundo; Considerando ainda o ribeirão dos Meninos, foi pesquisado que o transporte total de
sólidos é de 1.381.000m3conforme Tabela (13.5) na coluna Va.
- transporte sólido por saltação, em que os elementos sólidos se deslocam alternadamente Deste total 75% como foi visto acima refere-se a material em suspensão que não irá se
por pequenos saltos e por rolamento e escorregamento sobre o fundo. depositar, isto é,
1.381.000 x 0,75 = 1.035.750m3 é o material que se destina ao leito do ribeirão e o restante
Na prática são considerados somente dois modos básicos, o arrastamento e a suspensão 25% ou seja: 1.381.000 – 1.035.750 = 345.250m3.
sendo que a saltação ou saltitaçao constitui-se numa modalidade hídrida das duas principais Portanto, ao leito do ribeirão será destinado 345.250m3por ano de sólidos. Mas como
(Alfredini,1993). foi definido anteriormente uma parte dos sólidos rolam e escorregam pelo fundo do ribeirão,
A velocidade das partículas transportados por arrastamento é sempre muito menor do que não constituindo propriamente um deposito de material.
as transportadas em suspensão, aproximando-se esta da velocidade média do escoamento. Para calcular o que realmente é depositado no fundo do curso d’água temos que usar a
Além disso, as partículas em suspensão deslocam-se permanentemente e as arrastadas Tabela (13.2) onde no ribeirão dos Meninos 7,4% é a proporção de transporte do leito e o
transporte sólido total.
13-258 13-259
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Como o transporte sólido total é de 345.250m3, vamos calcular 7,4% deste valor para
acharmos o material que será depositado realmente: Tabela 13.2 – Proporção entre a capacidade de transporte do leito e o transporte sólido
345.250m3 x 7,4/100 = 25.548,50m3por ano total (valores em %)
Portanto, irá se depositar no ribeirão dos Meninos 25.548,50m3 por ano. Engelund
Afluente Hansen Ackers White Brownlie Graí Acaroglu Média
(%) (%) (%) (%) (%)
13.3 Pesquisas feitas pelo FCTH de São Paulo Jaguaré 29,2 24,7 53,5 85,4 45,6
Pirajussara 7,2 19,4 47,4 4,0 19,1
Em termos práticos há uma capacidade ilimitada do transporte da carga de lavagem Dreno de Brooklin 0,9 4,4 10,7 3,0 4,6
que por sua vez depende somente de fatores externos. Por esta razão, este material não Ponte Baixa 2,8 0,0 15,5 39,5 13,6
contribui nas transformações morfológicas de um curso d’água, e sendo assim, a única Tamanduateí 7,7 47,6 75,4 2,7 33,2
maneira de se quantificar esta parcela é através de campanhas de medições. Meninos 2,9 5,8 18,3 5,2 7,4
Pesquisas foram feitas na Região do Alto Tietê no Estado de São Paulo por (Ramos, Aricanduva 1,0 2,5 5,4 3,7 2,6
Cabuçu de Cima 10,4 38,9 43,8 33,0 26,4
Helou e Brighetti, 1993) cujos resultados estão na Tabela (13.1) - Diâmetro limite para a Baquirivu 0,7 0,0 0,9 3,5 1,2
carga de lavagem e proporção entre os transporte sólido em suspensão e o total do material do Itaquera 1,4 4,2 4,6 3,4 2,9
leito. Fonte: Lloret Ramos, Helou e Brightetti. Dinâmica do transporte sólido nos rios Tietê e Pinheiros na
região metropolitana de São Paulo, 1993
Tabela 13.1 – Diâmetro limite para carga de lavagem e proporção entre os
transporte sólido em suspensão e total do material do leito Conforme o trabalho apresentado em 1993 por Carlos Lloret Ramos, Gisela Coelho
Afluente Velocidade de Velocidade de Diâmetro Relação entre a vazão de sólidos Nascimento Helou e Luiz Eduardo de Souza Ikeda p. 252 nos Anais 5 do X Simpósio
atrito queda do da em suspensão e a vazão total de Brasileiro de Recursos Hidricos-Gramado-RS temos:
sedimento partícula sólidos
13-260 13-261
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Tabela 13.3 – Coeficientes das curvas de regressão das equações de transporte Tabela 13.4 – Granulometria dos sedimentos transportados nos afluentes
sólido Curso d'água Fundo Suspensão
Curso d’água 1 1 2 2
d50 Desvio padrão d50 Desvio padrão
Jaguaré 0,020 2,88 235 1,70 (mm) (mm)
Pirajussara 0,080 2,00 5012 0,90 Jaguaré 0,704 2,68 0,077 2,12
Dreno do Brooklin 0,407 2,34 3548 1,34 Pirajussara 0,707 2,50 0,146 2,46
Ponte Baixa 0,690 1,39 4467 0,54 Água espraiada 0,95 1,50 0,054 8,51
Tamanduateí 0,089 1,90 708 0,90 Ponte Baixa 2,92 3,98 0,037 8,51
Meninos 0,126 1,87 6918 0,85 Tamanduateí 0,81 3,07 0,058 20,8
Aricanduva 0,178 2,22 17318 1,28 Meninos 0,56 1,63 0,131 2,18
Cabuçu de Cima 0,125 2,00 13804 1,00 Aricanduva 0,415 2,52 0,062 1,29
Baquirivu 0,269 1,82 17378 0,82
Cabuçu de Cima 0,247 1,75 0,075 4,22
Itaquera 1,120 1,74 19553 0,73
Fonte: Lloret Ramos, Helou e Ikeda. Campanhas Hidrosedimentométicas na região metropolitana de São Baquirivu 3,30 4,54 0,037 2,04
Paulo, 1993 Itaquera 0,24 1,63 0,076 1,72
Fonte: Lloret Ramos, Helou e Ikeda. Campanhas Hidrosedimentométicas na região metropolitana de São
Paulo, 1993
Para os rios Aricanduva e Cabuçu de Cima chegaram-se as seguintes conclusões: Tabela 13.5 – Contribuições anuais dos afluentes monitorados
A conclusão dos estudos é válida para a região do Alto Tietê a qual se chegou a média
da contribuição específica de 8570 m3/ano.km2.
13-262 13-263
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
e do lixo, mas que permitam o encaminhamento para o seu interior dos sedimentos em
Exemplo 13.3 Aplicação prática no ribeirão dos Meninos (afluente do rio Tamanduateí) suspensão carreados pelo rio, principalmente nas primeiras enxurradas.
A carga sedimentar em suspensão poderá vir a ser captada nos reservatórios mas, em
A nosso ver a melhor maneira para o perfeito entendimento sobre os problemas de função do pequeno período de residência, dificilmente se depositará nestas áreas, devendo
sedimentos, é mostrar um caso real, como por exemplo, o dimensionamento de vários uma grande parcela desta carga sedimentar ser carreada ainda em suspensão para o curso do
piscinões no ribeirão dos Meninos afluente do rio Tamanduateí localizado na RMSP. rio a jusante, e ser assim transportada para o rio Tietê.
O exemplo prático, ilustrará as pesquisas bem elaboradas pela Fundação Centro
Tecnológica (FCTH) e aplicação da mesma pelo DAEE de São Paulo.
Quanto ao aspecto sedimentométrico quantitativo propriamente dito, levantamentos e 13.4 Lei de Stokes
estudos efetuados pela FCTH nos períodos de cheia em 1990/1991 e 1991/1992 avaliaram
para o ribeirão dos Meninos uma descarga sólida anual de 1.381.000m3. Quando uma partícula sólida cai dentro de um líquido segue o que se chama da Lei de
Este valor foi obtido através de estimativas, tomando-se por base a similaridade Stokes, que assume o seguinte:
existente entre este rio e outros com as mesmas características geomorfológicas básicas e nos (1) as partículas não são influenciadas por outras partículas ou pela parede dos canais
quais foram feitas amostragens abrangendo séries históricas (DAEE, 1999) e que se encontra e reservatórios;
na “Tabela (13.5) -Contribuições anuais dos afluentes monitorados” que é chamado de Va. (2) as partículas são esféricas
Este quantitativo, que se refere a carga sólida total transportada pelo rio constitui-se, (3) a viscosidade da água e a gravidade específica do solo são exatamente
na realidade, na soma de 2 parcelas de sedimentos: a primeira, denominada "carga de conhecidas.
lavagem", a qual geralmente não é encontrada nos leitos dos rios, por ser muito fina, sendo Mesmo não obedecendo as duas primeiras precisamente, é usado a Lei de Stokes, que
assim carreada predominantemente, em decorrência da energia atuante, em suspensão, e a também deve ser aplicada a esferas que tenham diâmetro entre 0,0002mm e 0,2mm
segunda, a chamada "carga sólida total do leito", que se refere aos sedimentos que (McCuen,1998).
constituem os fundos dos talvegues. A velocidade (uniforme) da queda de esferas ou seja a velocidade de deposição
Quando da passagem de ondas de cheia, porções desta última parcela poderão também (velocidade de queda) da Lei de Stokes é a seguinte:
vir a ser mobilizadas por suspensão, enquanto outras porções se movimentarão
exclusivamente pelo fundo (por rolamento, arraste ou saltitação) (DAEE,1999). V= [ D 2 ( s – ) ] / 18 . (Equação 13.3)
No caso do rio Aricanduva, com base em parâmetros da energia hidráulica atuante
para o transporte sólido, os referidos estudos avaliaram em 0,75 a proporção entre o transporte sendo
sólido em suspensão e o total (Tabela 13.1 – Diâmetro limite para carga de lavagem e V= velocidade de deposição (m/s);
proporção entre os transporte sólido em suspensão e total do material do leito), o que D= diâmetro equivalente da esfera (partícula)
significa haver uma predominância (75%) do transporte sólido em suspensão sobre o = peso específico da água a 20º C = 9792,34 N/m3 (Lencastre,1983 p. 434)
transporte sólido total, do qual portanto apenas 25 % seria transportada pelo fundo (cerca de s / = 2,65 (densidade relativa do quartzo em relação a água)
350.000m3/ano). s= peso específico da partícula do sólido (quartzo)= 25949,701N/m3
Como parte desta carga sólida é também possível de ser transportada em suspensão, = viscosidade dinâmica da água a 20º C = 0,00101 N. s /m2 ( Lencastre,1983)
avaliou-se nos trabalhos mencionados que apenas cerca de 7% (Tabela 13.2 – Proporção = massa específica a 20º C = 998,2 kg/m3 (Lencastre,1983)
entre a capacidade de transporte do leito e o transporte sólido total (valores em %) desta = viscosidade cinemática da água a 20º C= 0,00000101 m2/s (Lencastre,1983)
última carga sólida irá ser transportada exclusivamente pelo fundo (em torno de
25.000m3/ano); esta, portanto, seria a parcela que efetivamente iria contribuir para os O diâmetro equivalente D da partícula é o diâmetro da esfera que se sedimenta com
processos de assoreamento do leito tanto do próprio ribeirão dos Meninos, como do rio velocidade igual à da partícula.
Tamanduateí e até mesmo do rio Tietê. Para maiores informações sobre a Lei de Stokes, verificar (McCuen,1998 p.758) e
Os estudos referidos determinaram também que o material do leito constitui-se, (Quintela, 1981 p.173).
granulometricamente, por sedimentos com d50 =0,56mm para o leito e d50 =0,131mm para o A fórmula apresentada acima de Lei de Stokes é aproximada e vale somente para
material em suspensão. baixos números de Reynolds e no caso deve ser menor que 5 (cinco). (McCuen,1998) também
Granulometricamente o material do leito constitui-se de areias ‘finas’ e ‘médias’. admitiu que o diâmetro das esferas devem estar entre 0,0002mm e 0,2mm. Tudo isto é
A observação visual do material constituinte dos depósitos de assoreamento indica perfeitamente compreensível quando se examina os dados experimentais obtidos por Rouse
uma predominância de sedimentos finos não podendo deixar de se mencionar a ocorrência em 1937 e apresentado por (Quintela, 1981).
local, de materiais mais grosseiros, como cascalhos e até mesmo blocos (classes de materiais (Quintela,1981) mostra que para número de Reynolds menor que 0,1 é válida a lei
de dimensões centimétricas). Stokes da seguinte maneira:
Tendo em vista tais evidências, recomenda-se que os reservatórios de detenção a R = V . D / < 0,1 (Equação 13.4)
serem projetados disponham de dispositivos que dificultem a entrada dos sedimentos de fundo
13-264 13-265
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
V= [ g. D 2 ( s – ) ] / 18 . . (Equação 13.5)
Tabela 13.6- Limite das frações de solo pelo tamanho dos grãos
Observar que no numerador aparece g e no denominador . Fração Limites definidos pela norma da ABNT
(Quintela,1981 p.173) diz que para R=0,1 e temperatura da água a 20º C corresponde Matacão de 25cm a 1m
Pedra de 7,6cm a 25cm
ao diâmetro de 0,05mm e velocidade uniforme de queda das esferas ou seja a velocidade de Pedregulho de 4,8mm a 7,6cm
deposição V=2mm/s. Areia grossa de 2mm a 4,8mm
Areia média de 0,42mm a 2mm
13.5 Granulometria dos sedimentos Areia fina de 0,05mm a 0,42mm
Silte de 0,005mm a 0,05mm
Argila inferior a 0,005mm
A densidade do sedimento depende da sua composição mineralógica. Por outro lado, Fonte: Souza Pinto,2000 p. 4
uma grande quantidade de estudos demonstra haver uma estreita relação entre a dimensão do
sedimento e sua composição mineral (Lloret, 1984). Assim sendo, os materiais mais (Souza Pinto, 2000) diz que na prática diferentemente da norma da ABNT a separação
grosseiros são constituídos de materiais mais resistentes aos desgastes mecânicos, como o entre areia e silte é tomada como 0,075mm, devido a peneira n.º 200, que é a mais fina usada
quartzo. À medida que a granulometria diminui há uma redução da quantidade de quartzo e em laboratórios. Considera-se argila quando o diâmetro das partículas é menor que 0,002mm.
um aumento na quantidade de materiais menos resistentes, como a caulinita. De maneira
geral, a composição mineralógica das areias dos cursos de água encontradas na natureza, tem
um predomínio de quartzo, com peso especifico muito pouco variável, entre 2600kg/m3 e Argila: d< 0,002mm (Souza Pinto, 2000)
2700kg/m3. Na prática adotam-se os seguintes valores para os cursos de água naturais (Lloret, Silte 0,002mm d 0,075mm (Souza Pinto, 2000)
1984): Areia 0,075 d 2mm (Souza Pinto, 2000)
s = 2.650kg/m3 ( peso especifico seco)
‘s = 1650 kg/m3 (peso especifico submerso) As partículas podem ser classificadas com base no diâmetro médio da mesma em
Para o reconhecimento do tamanho dos grãos de um solo, realiza-se a análise milímetros (McCuen,1998).
granulométrica, que consiste, em geral, de duas fases: peneiramento e sedimentação (Souza
Pinto, 2000). Argila: d< 0,002mm (McCuen,1998).
O peso do material que passa em cada peneira, referido ao peso seco da amostra, é Silte 0,002mm d 0,02mm (McCuen,1998).
considerado como a “porcentagem que passa” representado graficamente em função da Areia 0,02 d 2mm (McCuen,1998).
abertura da peneira, esta em escala logarítmica (Souza Pinto, 2000). A abertura nominal da
peneira é considerada como o “diâmetro” das partículas. Trata-se, evidentemente de um Conforme o U.S. System for Texture Designations citado por McCuen,1998 p. 115, os
“diâmetro equivalente”, pois as partículas não são esféricas. limites dos diâmetros estão na Tabela (13.7).
A análise por peneiramento tem como limitação a abertura da malha das peneiras, que
não pode ser tão pequena quanto o diâmetro de interesse. A menor peneira costumeiramente Tabela 13.7- Tamanho das partículas conforme o tipo de solo
empregada é a de n.º 200, cuja abertura é de 0,075mm. Existem peneiras mais finas para Tipo de solo Diâmetro das partículas
estudos especiais, mas são pouco resistentes e por isso não são usadas rotineiramente (Souza (mm)
Pinto,2000). Areia muito grossa 1,0 a 2,00
Areia grossa 0,50 a 1,00
Quando há interesse no conhecimento de distribuição granulométrica da porção mais Areia media 0,25 a 0,50
fina dos solos, emprega-se a técnica da sedimentação, que se baseia na Lei de Stokes. Areia fina 0,10 a 0,25
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) adota para classificação das Areia muito fina 0,05 a 0,10
partículas a Tabela (13.6). Silte 0,002 a 0,05
Argila Abaixo de 0,002
Fonte: McCuen,1998, p. 115
Assim d50 representa o diâmetro dos sedimentos para o qual os elementos com
diâmetro inferiores perfazem 50% do peso da amostra.
13-266 13-267
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
13-268 13-269
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 13 Transporte de sólidos
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
A eficiência do reservatório será: 0,84m / 1,07m = 0,7809= 78,09% Portanto o tempo em que as águas de chuvas ficam detidas no reservatório é de 1,6h, o
que é um tempo muito pequeno.
Portanto 78,09% da água não será depositado. Somente será depositado no
reservatório a diferença 100-78,09= 21,91%. 19.7 Reserva de sedimentação em um reservatório de detenção
Td = 0,2112 . K –1,284 . (Vs / Vr) 0,4421 . (q0/ qi) –0,8963 (Equação 13.6) Exemplo 13.4
Onde: Seja uma bacia com 222ha, sendo que a área impermeável é de 55%. Calcular o
Td = é o tempo de detenção em ( h ); volume que deve ser reservado para sedimentação.
Vs= volume do reservatório em (m3);
qi = vazão de pico da hidrógrafa de entrada (m3/s) Usando a taxa de 35,4m3/ha da área impermeável temos:
q0= vazão de pico da hidrógrafa de saída (m3/s);
K= proporção do volume do trecho de subida da hidrógrafa de entrada. K varia de 0 a 1. 222ha x 0,55 x 35,4 m3/ha = 4.322m3
Vr= volume da hidrógrafa de saída (m3). Portanto, deverá ser reservado para sedimentação 4.322m3, que deverá ser acrescido
do volume necessário para detenção conforme os cálculos hidrológicos e hidráulicos.
Exemplo 13.3- Estimativa do tempo de esvaziamento de um reservatório de detenção
conforme (McCuen,1988 in Tucci,1995) 13.7.2 Estado de Carolina do Norte, USA
3
Seja um reservatório de detenção com volume de 74.000m . A vazão máxima de saida No estado da Carolina do Norte nos Estados Unidos foram pesquisados 20
do reservatório é de 13m3/s e a vazão máxima da hidrógrafa de entrada, obtida pelo Método reservatórios de detenção construídos para controle de enchentes. A maioria dos reservatórios
Santa Barbara é de 42,3m3/s. tem de 32anos a 45anos (data base de fevereiro de 1998).
O valor de K é a proporção entre o volume do trecho de subida do hidrograma de A vida útil dos reservatórios estimado foi de 50anos. O acúmulo de sedimentos finos
entrada com relação ao volume total. granulares verificado foi de 6,5ton/ha/ano.
Usando-se os intervalos de tempo em que foi feita a hidrógrafa de entrada obtém-se a Considerando o peso especifico aparente de 1185 kg/m3 para sedimentos finos com
vazão total de 141.714,4m3 e pelo mesmo procedimento calculamos o volume até o pico de diâmetro médio de 0,05mm (Lloret,1984 p.30), transformamos 6,5ton/ha/ano em
42,3m3/s o obteremos o valor de 53.039,71m3. 5,49m3/ha/ano.
O valor de k será divisão de 53.039,71 por valor total de 141.714,4 m3 e será igual a Portanto, deverá ser reservado para depósito de sedimentos em reservatórios de
0,374272. detenção, na Carolina do Norte, cerca de 5,49m3/ha/ano.
Vs= 74.000m3
qi = 42,3m3/s
q0= 13,0m3/s
K= 53039,71 m3/141.714,4 m3 = 0,374272
Vr= 141.714,4 m3
13-270 13-271
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Capítulo 13 Transporte de sólidos Capítulo 14 Método SCS TR-55
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 13.5
13.8 Conclusão
13-272 14-273
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Capítulo 14 Método SCS TR-55 Capítulo 14 Método SCS TR-55
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Qp = Qu . A . Q. Fp (Equação 14.1)
SUMÁRIO
Sendo:
Ordem Assunto Qp = vazão de pico (m3/s/cm / km2)
Qu = pico de descarga unitário (m3/s)
14.1 Introdução A = área da bacia (km2)
14.2 SCS TR-55 Q = runoff ou seja o escoamento superficial ou chuva excedente de uma chuva de 24h (cm)
14.3 Método SCS do TR-55 para dimensionamento preliminar de reserv. de detenção Fp = fator adimensional de ajustamento devido a poças d’água fornecido pela Tabela (14.1).
14.4 Tempo de concentração usando o tempo de retardamento do Método de Denver
(versão de 1982)
14.5 Bacia dividida em diversas sub-bacias Tabela 14.1- Fator de ajustamento em função da porcentagem de água de chuva retida
14.6 Escoamento superficial pelo método SCS TR-55 em poças d’água ou em brejos
Porcentagem da água de chuva que fica em
poças d’água ou em brejos Fp
(%)
0 1,00
0,2 0,97
1,0 0,87
3,0 0,75
5,0* 0,72
Fonte: TR-55 junho de 1986
(*) Se a porcentagem de água de chuva retida em poças e brejos for maior que 5%, considerações
especiais devem ser tomadas para se achar a chuva excedente (Chin, 2000).
14-274 14-275
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Capítulo 14 Método SCS TR-55 Capítulo 14 Método SCS TR-55
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
log (Qu ) = C0 + C1 . log tc + C2 (log tc )2 - 2,366 (Equação 14.2) Lembrando o método de cálculo da chuva excedente pelo número da curva CN, Ia é
abstração inicial em milímetros, que representa todas as perdas antes que comece o runoff.
Sendo: O valor de Ia = 0,2 S sendo que S é o potencial máximo de retenção em milímetros
após começar o runoff . O valor de S está em função do número da curva CN.
C0 ,C1 e C2 obtidos da Tabela (14.2)
25400
tc = tempo de concentração (h), sendo que 0,1h tc 10h S= ------------- - 254
CN
Os Estados Unidos foram divididos em 4 regiões, onde existem os tipos de chuva I, 25400
IA, II e III. Infelizmente não temos nada semelhante no Brasil. S= ------------- - 254
Segundo Porto,1995 o tipo de chuva de São Paulo que mais se aproxima dos Estados CN
Unidos é o tipo II. No Capitulo 2 deste livro encontramos as frações de chuvas acumuladas
Tipo I, Tipo IA, Tipo II e Tipo III. S= (25.400/87) – 254 = 37,95mm
14-276 14-277
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Capítulo 14 Método SCS TR-55 Capítulo 14 Método SCS TR-55
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Como admitimos 0,2% de poças d’água, da Tabela (14.1) obtemos Fp=0,97 25400
S= ---------- - 254 = 84,67mm
Da Equação (14.1) do TR-55 temos: CN
14-278 14-279
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Capítulo 14 Método SCS TR-55 Capítulo 14 Método SCS TR-55
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
(P – 0,2 S ) 2
Q = -------------------------- = 91,64mm =9,164cm
(P+0,8.S) 14.3 Método SCS do TR-55 para dimensionamento preliminar de reservatório de
detenção
Portanto, a chuva excedente é 9,164cm McCuen,1998 p. 448 apresenta a Equação (14.3) que substitui o gráfico apresentado
pelo TR-55.
Como Ia=0,2 . S = 0,2 . 84,67mm = 16,93mm
Volume do reservatório
2 3
---------------------------------- = C0 + C1 . + C2 + C3. (Equação 14.3)
Ia / P = 16,93mm / 162,05mm = 0,10 volume de runoff
Para a chuva Tipo II com Ia/P =0,1, conforme Tabela (14.2) Sendo:
Volume do reservatório =volume do piscinão (m3);
Co = 2,55323 volume de runoff = volume da chuva excedente (m3 ). É a altura da chuva multiplicada pela
C1 =-0,61512 área da bacia nas unidades compatíveis;
C2 = -0,16403 = Qantes/Qdepois
log (Qu ) = C0 + C1 . log tc + C2 (log tc )2 - 2,366
Sendo:
log (Qu ) = 2,55323 - 0,61512 . log (2,53) -0,16403 (log 2,53 )2 - 2,366 Qdepois = vazão de pico (m3/s) depois do desenvolvimento calculado pelo TR-55;
Qantes= vazão de pico (m3/s) antes do desenvolvimento calculado pelo TR-55.
C0, C1, C2 e C3 = coeficientes de análise de regressão da Tabela (14.3)
log (Qu ) = -0,0874
Nota 1 ft3/s / in/ milha2= 0,0043 m3/s/Km2/cm
Qu = 0,81777 m3/s/cm/km2
Tabela 14.4- Valores dos coeficientes C0, C1, C2 e C3 em função do tipo de chuva dos
Qp= Qu. A . Q. Fp Estados Unidos padronizadas pelo SCS.
Tipo de chuva
Qp = 0,81777 m3/s/cm/km2. 9,95km2 . 9,16cm . 0,97 = 72,32m3/s nos Estados C0 C1 C2 C3
Unidos
Considerando a vazão de base de 3m3/s teremos como vazão de pico de projeto de I, IA 0,660 -1,76 1,96 -0,730
75,32m3/s. II , III 0,682 -1,43 1,64 -0,804
Fonte: McCuen, 1998 p. 449
14-280 14-281
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Capítulo 14 Método SCS TR-55 Capítulo 14 Método SCS TR-55
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
14-282 14-283
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002
Capítulo 14 Método SCS TR-55 Capítulo 14 Método SCS TR-55
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Verificando a Tabela (14.5) entrando com fração impermeável de 0,50 achamos P=137,6mm (24h, Martinez e Magni, 1999, Tr=50anos)
Ct=0,088.
Usando a Equação (14.4) temos:
(P – 0,2 S ) 2
Q = -------------------------- = 112,8mm =11,28cm (Chuva excedente)
tp = 0,637 . Ct . [ L . Lcg / S 0,5] 0,48 (P+0,8.S)
Considerando que no método do SCS tp=0,6. tc então o valor de tc = tp / 0,6 (Equação 14.6)
Ia / P = 9,72mm / 137,6mm = 0,04
Portanto, tc= tp / 0,6 = 1,29h / 0,60= 2,15h = tc
Para a chuva Tipo II com Ia/P =0,04 tomamos o valor Ia/P=0,10, conforme Tabela (14.2)
Observação:
Conforme observou Palos em seu trabalho apresentado XII Simpósio Brasileiro de Co = 2,55323
Recursos Hídricos apresentado em Vitória, Espírito Santo em 1997, o valor de tempo de C1 =-0,61512
concentração calculado pelo método de Denver versão de 1982 é de 2,15h fica muito grande C2 = -0,16403
comparado daquele obtido pelo método cinemático que foi de 1,23h.
Isto vem comprovar que o método cinemático para achar o tempo de concentração é log (Qu ) = C0 + C1 . log tc + C2 (log tc )2 - 2,366
sempre o mais adequado que qualquer outro método.
log (Qu ) = 2,55323 - 0,61512 . log (2,15) -0,16403 (log 2,15 )2 - 2,366
Exemplo 14.5- Determinar a vazão de pico usando o TR-55 do SCS. O tempo de retardo é de log (Qu ) = -0,03539
2,15h calculado pelo método de Denver versão de 1982.
A área de drenagem é de 17,2km2, comprimento de talvegue de 9,7km, comprimento Qu = 0,92 m3/s/cm/km2
até o centro de gravidade Lcg de 4,85km e declividade média (S) de 0,47% (0,0047m/m).
A fração impermeável é 0,50. Qp= Qu. A . Q. Fp
O número da curva CN=85 e a chuva de 24h para período de retorno de 50anos é de
137,6mm. Qp = 0,92 m3/s/cm/km2. 17,2km2 . 11,28cm . 0,97 = 174m3/s
Primeiramente vamos corrigir o valor de CN levando em consideração da fração
f=0,50 da área impermeabilizada conforme Capítulo 7 deste livro. Considerando a vazão de base de 3m3/s teremos como vazão de pico de projeto de
177m3/s.
CN= CNp ( 1- f) + f . 98 = 85 . (1 – 0,50) + 0,50 . 98 = 42,5 + 49 = 91,5
14-284 14-285
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 14 Método SCS TR-55 Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Observação:
Caso usássemos tc=1,23h obtido pelo método cinemático obteríamos Qp=254m3/s
que seria o valor mais próximo da realidade. É sempre aconselhável usar o tempo de
concentração baseado no método cinemático.
Exemplo 14.6
Calcular o escoamento superficial em asfalto sendo n=0,011 conforme Tabela (5.1) do
Capitulo 5, comprimento do trecho de 90m. declividade de 10% e precipitação de 24h para
período de retorno da cidade de São Paulo de 64,1mm.
t = [ 5,52 . (n . L ) 0,8 ] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [ 5,52 . (0,011 . 90 ) 0,8 ] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] =1,7min
Exemplo 14.7
Calcular o escoamento superficial em floresta com pouca vegetação rasteira sendo
n=0,4 conforme Tabela (5.1) do Capitulo 5, comprimento do trecho de 90m. declividade de
10% e precipitação de 24h para período de retorno da cidade de São Paulo de 64,1mm.
t = [ 5,52 . (n . L ) 0,8 ] / [(P2)0,5 . S 0,4]
t = [ 5,52 . (0,4 . 90 ) 0,8 ] / [(64,1)0,5 . 0,1 0,4] = 30,4min
14-286 15-287
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 15-Bueiros
15.1 Introdução
Bueiros são condutos curtos usados em travessias de estradas e rodovias. Alguns
especialistas consideram que o bueiro tem largura menor que 6m e quando for maior trata-se
de uma ponte. Na verdade não existe definição muito precisa, pois existem bueiros duplos e
triplos com grandes larguras.
SUMÁRIO A análise teórica exata do escoamento de um bueiro é extremamente complexa,
conforme p.23 do livro Hydraulic Design of Highway Culverts de setembro de 2001
Ordem Assunto
publicado pelo Federal Highway Administration (FHWA).
Os bueiros e pontes podem ser descritos em termos econômicos, hidráulicos, aspectos
15.1 Introdução
15.2 Perdas de cargas localizadas e distribuídas em bueiros estruturais e manutenção.
15.3 Tipos básicos de bueiros Os custos de um bueiro são menores que uma ponte. Quanto aos cálculos hidráulicos
15.4 Bueiros com entrada livre e saída livre são praticamente os mesmos. Na parte dos aspectos estruturais as pontes fazem parte da
15.5 Entrada submersa e saída livre com tubo parcialmente cheio estrutura da estrada e devem ser consideradas as cargas de veículos. Quanto a manutenção, os
15.6 Conduto com entrada submersa e saída submersa bueiros necessitam de mais cuidados do que as pontes (Larry W. Mays e I. Kaan Tuncok
15.7 Erosão Capítulo 15 do livro Hydraulic Design Handbook, 1999).
15.8 Método semi-empírico do Federal Highway Administration (FHWA)
15.8.1 Seção de controle na entrada
Mays, 1999 enfatiza três parâmetros importantes em bueiros: carga do bueiro na
15.8.2 Seção de controle na saída entrada H, velocidade da água no mesmo e altura do nível da água na saída do bueiro
15.9 Pré-dimensionamento de um bueiro (tailwater).
15.10 Profundidade normal da seção trapezoidal ou seção retangular A análise de um bueiro embora pareça simples, é complicada. As equações que regem
15.11 Aduelas de concreto os cálculos podem variar conforme o bueiro esteja submerso ou não ou conforme a saída do
15.12 Tubos de aço galvanizado bueiro esteja submerso ou não.
15.13 Tubos de PVC tipo Rib Loc
Existem numerosas pesquisas feitas nos Estados Unidos com inúmeros gráficos e
15.14 Routing do reservatório de detenção
15.15 Curva de perfomance nomogramas para o dimensionamento de bueiros, levando-se em conta o comprimento,
rugosidade, perdas de cargas distribuídas, perdas de cargas singulares e carga do bueiro.
A seção de um bueiro pode ser circular, retangular ou elíptica.
Os bueiros podem ser feitos de diversos materiais, sendo mais comum o concreto armado,
chapas de aço galvanizado, tubos de ferro fundido e tubos de plásticos de grandes diâmetros.
Na Figura (15.1) temos os varios tipos de entrada e saída de bueiros. Podemos ver bueiros
com entrada e saída projetantes; bueros com muros de ala e testa; bueiros que acompanham a
saia do aterro e bueiros pré-moldados.
15-288 15-289
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 15.1
Figura 15.1 Quatro tipo de entrada de bueiros, p. 651, Water Resources Engineering, McCuen, 1998 p. 433 resumiu de uma maneira bastante prática o dimensionamento.
Mays
Segundo McCuen, 1998 os bueiros podem ser:
15.2 Perdas de cargas localizada e distribuída em bueiros 1) Entrada e saída livre
2) Entrada submersa e saída livre ou tubo parcialmente cheio
As perdas de cargas localizadas (singulares) estão na entrada e na saída e são 3) Entrada e saída submersa
fornecidas por V2/2g multiplicado respectivamente por coeficiente Ke ou Ks.
Usualmente para Ke =0,5 e Ks=1,0 (McCuen,1998).
15-290 15-291
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Figura 15.2 Os três casos básicos de bueiros sugeridos por McCuen, 1998 p. 434
Neste caso em que temos a entrada e a saída livre, podemos usar a equação de Manning
que serve para qualquer seção transversal de bueiro, ou seja, quadrado, retangular ou circular.
Onde
V= velocidade (m/s)
n= coeficiente de rugosidade de Manning
S=declividade (m/m)
R=raio hidráulico (m)
Considerando bueiro circular a seção plena terá: Figura 15.3 Tubo circular de diâmetro D e altura da lâmina h (Chin,2001, p. 228)
R= D/4
A= 3,1416. D2 /4 A altura h, ou seja, o valor y é fornecido pela seguinte equação:
Dimensionar o diâmetro de um bueiro de seção circular sendo n=0,015, vazão de P=( D. ) /2 (Equação 15.10)
3,1m3/s e declividade de 0,01m/m. A velocidade não deve ser maior que 5m/s e nem ser
menor que 0,6m/s.
Primeiramente usando a Equação (15.7) acharemos o diâmetro e depois conferimos a O comprimento da superfície T , Chin 2001 p. 235 é dado por:
velocidade e a vazão máxima que pode escoar pelo mesmo com o diâmetro adotado.
T= D. seno ( /2) (Equação 15.11)
D = (Q . n )/ ( 0,312 . S1/2) 3/8 = (3,1 . 0,015 )/ ( 0,312 . 0,011/2) 3/8 =1,16m
V= (1/n) x 0,397x (D 2/3) (S ½) =(1/0,015) x 0,397x (1,16 2/3) (0,01 ½)= 3,23m/s <5m/s
O ângulo central em radianos pode ser colocado em função da rugosidade n, vazão
Como não existe diâmetro comercial D=1,16m adota-se D=1,50m. Q, diâmetro D e da declividade S, segundo Chin, 2001 p. 228.
A altura da lâmina líquida para vazão de 3,1m3/s e diâmetro de 1,5m é de y=0,80m e a
(-2/3)
velocidade é 3,38m/s< 5m/s conforme se pode ver pela Tabela (15.2). . [( - seno ( )] (5/3) - 20,16 . n. Q. D (-8/3) . S (-1/2) = 0 (Equação 15.12)
Dimensionamento de bueiro circular parcialmente cheio
Temos duas maneiras de achar a altura da lâmina d’água (altura normal yn) e a
velocidade de um bueiro circular parcialmente cheio. Uma maneira é usar as relações e Tabela
(4.3) a (4.6) do Capítulo 4.
Uma outra maneira é se calcular diretamente.
15-292 15-293
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
3,1 0,015 1,5 0,01 2,30 -1,98 1,7 1,4 0,4 0,4 7,09
Exercício 15.3 3,1 0,015 1,5 0,01 2,40 -1,80 1,8 1,4 0,5 0,5 6,39
3,1 0,015 1,5 0,01 2,50 -1,60 1,9 1,4 0,5 0,5 5,80
3,1 0,015 1,5 0,01 2,60 -1,38 2,0 1,4 0,6 0,5 5,29
Calcular o ângulo central em radianos de um tubo circular com vazão de 4m3/s,
3,1 0,015 1,5 0,01 2,70 -1,15 2,0 1,5 0,6 0,6 4,85
declividade de 1%, diâmetro de 1,50m e n=0,015. 3,1 0,015 1,5 0,01 2,80 -0,92 2,1 1,5 0,7 0,6 4,47
Solução: 3,1 0,015 1,5 0,01 2,90 -0,67 2,2 1,5 0,7 0,7 4,14
Usando a Equação (15.12) temos: 3,1 0,015 1,5 0,01 3,00 -0,41 2,3 1,5 0,8 0,7 3,86
3,1 0,015 1,5 0,01 3,10 -0,15 2,3 1,5 0,9 0,7 3,60
(-2/3)
. [( - seno ( )] (5/3) - 20,16 . 0,015 . 4. 1,5 (-8/3) . 0,01 (-1/2) = 0 3,1 0,015 1,5 0,01 3,20 0,12 2,4 1,5 0,9 0,8 3,38
A resolução é feita por tentativas 3,1 0,015 1,5 0,01 3,30 0,39 2,5 1,5 1,0 0,8 3,19
3,1 0,015 1,5 0,01 3,40 0,66 2,6 1,5 1,0 0,8 3,02
Achamos = 3,50 radianos, que é o ângulo central.
15-294 15-295
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
0,25
yc = (1,01 / D 0,26) . = (1,01 / 1,50,26) . 0,92 0,25 = 0,97m
Temos então uma equação do quinto grau que pode ser resolvida pelo método de
Portanto, a altura critica no tubo é de 0,97m Newton. Das cinco raízes somente uma será a solução do problema.
Seção trapezoidal
Para a seção trapezoidal de um canal com base b e inclinação das paredes 1 na vertical Exemplo 15.8- Cálculo do conduto com altura submersa e saída livre
e z na horizontal, a altura critica é:
Dados (McCuen,1998)
yc = 0,81 . ( / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z ( Equação 15.16) Q=1,246 m3/s
Cd = 0,60
Exercício 15.7 g= 9,81m/s2
Achar a altura critica de um canal trapezoidal com base de 3,00m, vazão de 15m3/s e hi = 1,83m altura da geratriz superior da entrada da tubulação
declividade da parede de 1 na vertical e 3 na horizontal ( z=3).
Solução prática
= Q2 / g = 152 / 9,81 = 22,94 O problema pode ser resolvido de duas maneiras. Uma maneira simples e prática é se
yc = 0,81 . ( / z 0,75 . b 1,25 ) 0,27 - b/ 30z = 0,81 . ( 22,94 / 3 0,75 . 3 1,25 ) 0,27 - 3/ 30.3 = usar a Equação (15.13) de orifícios, usando-se diâmetros comerciais existente e verificar a
vazão.
yc = 1,04- 0,03 = 1,01m Tabela 15.3- Vazão do orifício em função da altura h
Vazão de projeto Altura da água na Diâmetro Altura h até o centro da Vazão
Coeficiente de entrada D tubulação
Portanto, a altura critica é de 1,01m descarga hi h= hi – (D/2)
(m3/s) (m) (m) (m) (m3/s)
15.5 Entrada submersa e saída livre com tubo parcialmente cheio 1,246 0,6 1,8 0,6 1,53 0,93
1,246 0,6 1,8 0,7 1,48 1,24
Neste caso o conduto pode ser tratado como um orifício (McCuen, 1998). 1,246 0,6 1,8 0,8 1,43 1,60
1,246 0,6 1,8 0,9 1,38 1,99
Q= Cd . A . (2. g . h) 0,5 (Equação 15.17) 1,246 0,6 1,8 1,0 1,33 2,41
Onde h é a carga hidrostática acima do centro do tubo de entrada. A altura hi da cota Da Tabela (15.3) escolhemos o diâmetro comercial D=0,70 que atende, pois a vazão
inferior do tubo é: de 1,24 m3/s é praticamente a mesma da de projeto 1,246m3/s.
15-296 15-297
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 15.4- Método de Newton para cálculo da raiz Q= (0,312) . ( n-1 ) . D8/3 . S 1/2
Valor de Do Função Primeira derivada D1
(m) g (Do) g'(Do) g (Do) / g'(Do) (m) Separando o valor da declividade S teremos:
0,1000 0,7123 -14,6395 -0,0487 0,1487
0,1487 0,7110 -14,6376 -0,0486 0,1972
S ½ = Q / (0,312) . ( n-1 ) . D8/3
0,1972 0,7075 -14,6324 -0,0483 0,2456
0,2456 0,7003 -14,6218 -0,0479 0,2935
0,2935 0,6877 -14,6029 -0,0471 0,3406 S = [Q / (0,312) . ( n-1 ) . D8/3 ] 2
0,3406 0,6680 -14,5727 -0,0458 0,3864
0,3864 0,6397 -14,5285 -0,0440 0,4304 S = Q2 . n2 / (0,312 2) . D16/3
0,4304 0,6018 -14,4684 -0,0416 0,4720 S = Q2 . n2 / 0,093 . D16/3
0,4720 0,5544 -14,3918 -0,0385 0,5106
0,5106 0,4987 -14,3002 -0,0349 0,5454
0,5454 0,4370 -14,1975 -0,0308 0,5762
0,5762 0,3727 -14,0888 -0,0265 0,6027
Substituindo S na equação de hL teremos:
0,6027 0,3094 -13,9804 -0,0221 0,6248
0,6248 0,2501 -13,8780 -0,0180 0,6428
hL = Ke . V2/2 g + S . L + Ks . V2/2 g
0,6428 0,1975 -13,7862 -0,0143 0,6572 hL = Ke . V2/2 g + [Q2 . n2 / 0,093 . D16/3 ] . L + Ks . V2/2 g
0,6572 0,1527 -13,7075 -0,0111 0,6683 hL = V2/2 g (Ke + Ks) + [Q2 . n2 / 0,093 . D16/3 ] . L
0,6683 0,1160 -13,6427 -0,0085 0,6768
0,6768 0,0868 -13,5910 -0,0064 0,6832
0,6832 0,0642 -13,5508 -0,0047 0,6879 Pela equação da continuidade Q= ( . D2 / 4 ) . V
0,6879 0,0471 -13,5203 -0,0035 0,6914
0,6914 0,0343 -13,4974 -0,0025 0,6939 onde
0,6939 0,0249 -13,4805 -0,0018 0,6958
0,6958 0,0180 -13,4681 -0,0013 0,6971
0,6971 0,0129 -13,4591 -0,0010 0,6981 V= (4. Q) / . D2
0,6981 0,0093 -13,4526 -0,0007 0,6988
2
0,6988 0,0067 -13,4479 -0,0005 0,6993 V2= (16 . Q2 ) / ( . D4)
0,6993 0,0048 -13,4445 -0,0004 0,6996
0,6996 0,0034 -13,4421 -0,0003 0,6999 Substituindo V2 em hL teremos:
0,6999 0,0025 -13,4403 -0,0002 0,7001
0,7001 0,0018 -13,4391 -0,0001 0,7002 2
hL = [(16 . Q2 ) / ( . D4 . 2 . g) ] . (Ke + Ks )+ [Q2 . n2 / 0,093 . D16/3 ] . L
15.6 Conduto com entrada submersa e saída submersa sendo g=9,81 m/s2
15-298 15-299
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Solução:
hL = h1 – h2 + S . L = 2,40 –1,50 + 0,02 . 33 = 1,56m
mas hL é:
hL = (0,12 . Q2 ) / D4 + Q2 . L . 0,00182 /D16/3
15.7 Erosão
Elementos estruturais
No caso de velocidades de saída dos bueiros menores do que três vezes a velocidade
média do curso d’água existente são feitos muros de ala e muros de testa cujo comprimento é
em média de 1,80m. A largura deve ser tal que seja maior que 1/3 da largura do bueiro.
15-300 15-301
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Abrasão
A abrasão é definida como a erosão do material do bueiro devido ao transporte de
sólido por arrastamento no curso d’água.
Corrosão
Todos os materiais dos bueiros são sujeitos a corrosão. Os bueiros de ferro
galvanizado são sujeitos a deterioração quando o pH do solo sai fora da faixa de pH=6 a
pH=10.
Para o concreto a corrosão se dá para água salgada quando há alternativa no bueiro de
seca ou não.
Sedimentação
No capítulo 15.37 do livro de Mays, 1999 o básico na sedimentação é devido a duas
características importantes de um bueiro, que são a rugosidade e a declividade.
O ideal é que o bueiro siga a mesma declividade e a mesma direção do curso d’água
natural. Velocidades muito baixas ocasionarão o depósito de material, ao passo que
velocidades muito altas ocasionarão erosão excessiva.
O bueiro deve ser cuidadosamente estudado para evitar os problemas de sedimentação
ou de erosão.
Bueiros múltiplos
O dimensionamento de um bueiro duplo ou triplo é feito dividindo-se a vazão máxima
por dois ou por três respectivamente.
Entretanto foi verificado que quando há bueiro duplo ou triplo vai acontecer que um
dos bueiros passa a funcionar corretamente enquanto que o outro ou outros vai haver
deposição de sedimentos e de lixo. A boa prática é evitar de se fazer bueiros múltiplos. No
caso de ser necessário fazer bueiro múltiplo deve-se limitar ao Maximo de dois bueiros
paralelos (FHWA, Hydraulic Design of Highways Culverts, 2001).
Figura 15.4 Entrada com muro de testa e muro de ala
Fonte: Drenagem Urbana, 1980 p. 419. Controle de detritos
O controle de detritos que entra e passa por um bueiro é bastante importante segundo
Chin 2001 p. 20.
Protetores de velocidade
Existem localidades nos Estados Unidos que devido aos detritos a seção do bueiro é
Para velocidades maiores que 1,3 do curso d’água natural, mas menor que 2,5 vezes,
aumentada de 25% (vinte e cinco por cento). As Diretrizes básicas para projetos de drenagem
devem ser colocados rachões, rip-rap (pedras graduadas) e gabiões.
urbana no Município de São Paulo, recomenda um acréscimo na seção útil de 20% a 30%
O rip-rap são pedras de diâmetros proporcionais a velocidade do fundo do canal e que
quando houver quando houver muitos detritos flutuantes. Isto, porém, não exclui os serviços
são assentadas com argamassa de cimento, devendo haver uma superfície irregular, para
de manutenção e limpeza.
dificultar o escoamento das águas.
Os gabiões apresentam rugosidade aproximada n=0,035. Em casos de usar gabiões
para degraus os mesmos devem ser encaixados nas margens e na parte jusante dos degraus
(Drenagem Urbana, 1980 p. 368).
15-302 15-303
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Figura 15.5- Entrada de bueiros com grades. Bueiro com muro de testa e muros de alas O projeto de um bueiro deve seguir os seguintes passos básicos:
p. 646 do livro do Linsley, Franzini et al- Water Resources Engineering Determinação da vazão de pico conforme estudos hidrológicos da região e período de
retorno adotado
Geometria do canal a jusante (largura, profundidade, declividade, rugosidade etc.)
Por tentativas assumir uma configuração do bueiro, tal como opção por tubos, aduelas
etc
Calcular a carga na entrada considerando seção de controle na entrada (HWi)
Calcular a carga na entrada considerando seção de controle na saída (HWout)
Avaliar as duas cargas e escolher a carga que será usada no projeto (usar a maior)
Calcular a possibilidade das águas pluviais passar sobre a estrada ou rodovia.
Comparar os limites máximos admissíveis do nível da água e as velocidades limites
do bueiro e a jusante do mesmo
Ajustar a configuração inicial (se necessário)
Recalcular tudo novamente (se necessário)
Bueiro submerso
A equação do orifício (submerso) adaptado para as unidades do Sistema Internacional
(SI) é a seguinte:
(HWi /D) = c . ( 1,811 . Q/ A . D 0,5 ) 2 + Y + Z para (Q/ A D 0,5) 2,21 (Equação 15.21)
sendo:
15-304 15-305
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
HWi = carga na entrada acima da geratriz inferior na entrada do bueiro(m) Tabela 15.5- Constantes para seção de controle na entrada em bueiros
Forma do bueiro ou Não submerso Submerso
D= altura do bueiro (m) Ordem material Descrição do tipo de entrada do bueiro
c= coeficiente fornecido pela Tabela (15.5) K M c Y
Y= valor fornecido pela Tabela (15.5) 1
S= declividade do bueiro (m/m) 2 Tubo de concreto Entrada em ângulo reto com muros de ala de testa 0,0098 2,000 0,0398 0,670
Z= termo para a declividade do bueiro sendo Z= 0,7 . S, para entrada acompanhando a saia 3 Entrada em ranhura com muros de ala e de testa 0,0018 2,000 0,0292 0,740
do aterro e Z= -0,5. S em outros casos
4 Entrada projetante com ranhuras ou encaixe 0,0045 2,000 0,0317 0,690
Q= vazão de pico da bacia hidrológica (m3/s)
5
A= área da seção transversal do bueiro (m2)
6 Tubos de Chapas Metálicas Entrada com muro de testa 0,0078 2,000 0,0379 0,690
.
7 Entrada alinhada com a declividade da estrada 0,0210 1,330 0,0463 0,750
Bueiro não submerso 8 Entrada projetante 0,0340 1,500 0,0553 0,540
Quando o bueiro não está submerso, funciona como um vertedor e neste podem ser 9
aplicadas uma das duas equações: 10 Tubos em aneis circulares Aneis com alargamento na entrada em ângulo de 45 º 0,0018 2,500 0,0300 0,740
11 Aneis com alargamento na entrada em ângulo de 33,7º 0,0018 2,500 0,0243 0,830
Equação denominada no original de (Form1): 12
13 Seçao retangular Com muros de ala alargado de 30º a 75º 0,0260 1,000 0,0347 0,810
(HWi /D) = (Hc/ D) + K . ( 1,811 . Q/ A . D 0,5 ) M + Z para (Q/ A D 0,5) 1,93 (Eq. 15.22) 14 Com muros de ala alargado de 90º e 15º 0,0610 0,750 0,0400 0,800
15 Com muros de alas de 0º 0,0610 0,750 0,0423 0,820
2
sendo Hc a carga crítica fornecido por Hc= dc + Vc / 2g, onde dc é a profundidade crítica em 16
metros e Vc é a velocidade crítica (m/s) e K e M são constantes da Tabela (15.5). 17 Seçao retangular Com muros de ala alargado de 45º 0,5100 0,667 0,0309 0,800
A Tabela (15.5) é a tradução da última publicação do FHWA publicada em setembro 18 Com muros de ala alargado de 18º a 33,7º 0,4860 0,667 0,0249 0,830
de 2001 conforme já foi mencionado. Existem 124 nomogramas que facilitam o entendimento 19
das equações apresentadas. 20 Seçao retangular Com muros de testa e muros de ala e com chanfro 3/4 0,5150 0,667 0,0375 0,790
21 Com muros de testa e muros de ala de 45º 0,4950 0,667 0,0314 0,820
Uma equação simplificada e fácil de ser aplicada e que pode ser usada em alguns casos 22 Com muros de testa e muros de ala 33,7º 0,4860 0,667 0,0252 0,865
é aquação denominado no original do FHWA de (Form 2):
23
24 Seção retangular Com muros de testa, chanfro 3/4, inclinado de 45º 0,5450 0,667 0,04505 0,730
(HWi /D) = K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M para (Q/ A D 0,5) 1,93 (Equação 15.23)
25 Com muros de testa, chanfro 3/4, inclinado de 30º 0,5330 0,667 0,0425 0,705
26 Com muros de testa, inclinado dde 15º ângulo 45º 0,5220 0,667 0,0402 0,680
É importante observar que os nomogramas do FHWA de setembro de 2001 usam
27 Com muros de testa, inclinado de 10º ,ângulo 45º 0,4980 0,667 0,0327 0,750
somente a Form 2, não havendo nomograma para a Form 1.
A equação denominado de Form 2 é simplificado e mais fácil de calcular, sendo por 28
Seçao retangular com com
isto, muitas vezes usada. 29 chanfro 20mm Entrada a 45º sem recuo e com muros de alas 0,4970 0,667 0,0339 0,803
30 Entrada a 18,4º sem recuo e com muros de alas 0,4930 0,667 0,0361 0,806
31 Entrada a 18,4ºs/recuo, muros de alas e rebaixo de 30º 0,4950 0,667 0,0386 0,710
32
Seçao retangular com chanfro
33 no topo Com muros de ala de 45º, com alargamento,rebaixo 0,4970 0,667 0,0302 0,835
34 Com muros de ala de 33,7º com alargamento,rebaixo 0,4950 0,667 0,0252 0,881
35 Com muros de ala de 18,4º com alargamento,rebaixo 0,4930 0,667 0,0227 0,887
36
37 Seçao de metal corrugado Com muro de testa de 90º 0,0083 2,000 0,0379 0,690
38 Tubo projetante com parede grossa 0,0145 1,750 0,0419 0,640
39 Tubo projetante com parede fina 0,0340 1,500 0,0496 0,570
40
15-306 15-307
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
41
42 Horizontal Entrada em ângulo reto com muros de ala de testa 0,0100 2,000 0,0398 0,670
43 Elipse Entrada em ranhura com muros de ala e de testa 0,0018 2,500 0,0292 0,740
44 Concreto Entrada projetante com ranhuras ou encaixe 0,0045 2,000 0,0317 0,690 Grizzard et al.,1996 in Water Resorces Handbook, Mays, 1993 cita a Tabela (15.6)
45 que é um parte somente da Tabela (15.5), com as formas e entrada de bueiros mais freqüentes.
46 Vertical Entrada em ângulo reto com muros de ala de testa 0,0100 2,000 0,0398 0,670
47 Elipse Entrada em ranhura com muros de ala e de testa 0,0018 2,500 0,0292 0,740 Tabela 15.6- Constantes para seção de controle na entrada em bueiros
Não submerso Submerso
48 Concreto Entrada projetante com ranhuras ou encaixe 0,0095 2,000 0,0317 0,690
Forma do bueiro ou material e descriçãodo tipo de entrada do bueiro
49 K M c Y
50 Tubo em arco Entrada com muro de testa de 90º 0,0083 2,000 0,0379 0,690 Tubo de concreto
51 Raio do teto com 457,2mm Entrada alinhada com a declividade da entrada 0,0300 1,000 0,0463 0,750 Entrada em ângulo reto com muros de ala de testa 0,0098 2,000 0,0398 0,670
52 Capa galvanizada Entrada projetante 0,0340 1,500 0,0496 0,570 Entrada em ranhura com muros de ala e de testa 0,0018 2,000 0,0292 0,740
53 Entrada projetante com ranhuras ou encaixe 0,0045 2,000 0,0317 0,690
54 Tubo em arco Entrada projetante 0,0300 1,500 0,0496 0,570 Tubos de Chapas Metálicas
55 Raio do teto com 457,2mm Sem alargamento 0,0088 2,000 0,0368 0,680 Entrada com muro de testa 0,0078 2,000 0,0379 0,690
56 Chapa galvanizada Com chanfro de 33,º 0,0030 2,000 0,0269 0,770 Entrada alinhada com a declividade da estrada 0,0210 1,330 0,0463 0,750
57 Entrada projetante 0,0340 1,500 0,0553 0,540
58 Tubo em arco Entrada projetante 0,0300 1,500 0,0496 0,570 Tubos em aneis circulares
59 Raio do teto com 787,40mm Sem alargamento 0,0088 2,000 0,0368 0,680 Aneis com alargamento na entrada em ângulo de 45 0,0018 2,500 0,0300 0,740
Aneis com alargamento na entrada em ângulo de 33,7 0,0018 2,500 0,0243 0,830
60 Chapa galvanizada Com chanfro de 33,7º 0,0030 2,000 0,0269 0,770
Seçao retangular
61
Com muros de ala alargado de 30 a 75 0,0260 1,000 0,0347 0,810
62 Metal corrugado Entrada com muro de testa de 90º 0,0083 2,000 0,0379 0,690
Com muros de ala alargado de 90 e 15 0,0610 0,750 0,0400 0,800
63 Entrada alinhada com a declividade da entrada 0,0300 1,000 0,0463 0,750
Com muros de alas de 0 0,0610 0,750 0,0423 0,820
64 Entrada projetante com parede fina 0,0340 1,500 0,0496 0,570
65 Fonte: Grizzard et al. in Urban Stormawater Management, cap. 26.13, Federal Highway Administration (FHWA, 1985)
66
67 Circular Diminuiçao lisa na entrada 0,5340 0,555 0,0196 0,900
68 Dimuiçao rustica na entrada 0,5190 0,640 0,0210 0,900
69
70 Eliptico Diminuiçao na entrada com bordas chanfradas 0,5360 0,622 0,0368 0,830
71 Face de entada Dimuiçao na entrada com bordas em ângulo 0,5035 0,719 0,0478 0,800
72 Diminuiçao na entrada com borda projetante 0,5470 0,800 0,0598 0,750
73
74 Retangular Diminuiçao na entrada 0,4750 0,667 0,0179 0,970
75
76 Retangular Diminuiçao na entrada com borda menos favorave 0,5600 0,667 0,0446 0,850
77 Concreto Diminuiçao na entrada com borda mais favoravel 0,5600 0,667 0,0378 0,870
78
79 Retangular Diminuiçao da declividade na entrada menos favoravel 0,5000 0,667 0,0446 0,650
80 Concreto Diminuiçao da declividade na entrada mais favoravel 0,5000 0,667 0,0378 0,710
Fonte: FHWA- Hydraulic Design of Highway Culverts, setembro de 2001, Publication FHWQA-NHI-01-020 p. 192 e 193. Pesquisas
conduzidas pelo National Bureau of Standards (NBS). Autores: Jerome M. Norman, Robert J. Houghtalen e William J. Johnston.
15-308 15-309
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Portanto, a carga na seção de controle HWi a partir da geratriz inferior do bueiro é de 1,98m. O cálculo da perda de carga total H será:
Nota: observar que praticamente não houve influência da declividade do bueiro na H = [ 1 + Ke + (20 n2 L ) / R 1,33 ] . V2/2 g (Equação 15.25)
determinação da carga na seção de controle e nem do comprimento do bueiro, quando a seção
de controle está na entrada. Exemplo 15.11
A grande influência no dimensionamento quando a seção de controle é na entrada, são Calcular o valor da perda de carga total de um bueiro, sendo Ke=0,5 n=0,012
dos coeficientes experimentais de perdas de cargas na entrada determinados em 1985 por L=36,6m g=9,81m/s2 e vazão do canal é de 4,59m3/s para período de retorno de 50anos e
Normann et al. Daí a importância da Tabela (15.5) para a escolha adequada dos coeficientes. altura é 1,22m e largura de 1,22m.
Considera-se que o canal esteja a seção plena e, portanto o perímetro molhado P será:
P = 1,22 + 1,22 + 1,22 + 1,22 = 4,88m
A área molhada A=1,22 . 1,22 = 1,488m2
O raio hidráulico R= A/P = 1,488/4,88 =0,3049m
Como Q= A . V então V= Q/A = 4,59/1,488 = 3,08m/s
15-310 15-311
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
15-312 15-313
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Altura crítica de um bueiro de seção retangular Figura 15.7- Linha de energia para escoamento a seção plena p. 660 Mays, Water
A altura crítica em um bueiro seção retangular pode ser calculada pela seguinte Resources Engineering from Normann et al. (1985).
equação:
Exemplo 15.13
Para bueiros de seção circular a melhor maneira para se obter a altura crítica é usar
nomogramas já existentes e de amplo conhecimento, como o citado no livro de Drenagem
Urbana, editada pela CETESB e DAEE de São Paulo em 1980.
Exemplo 15.14
Calcular a carga na entrada de um bueiro, considerando a seção de controle na saída
sendo fornecidos a perda de carga total H= 0,81m, o comprimento L=36,6m a declividade
S=0,005m/m e a altura ho já calculada de ho= 1,17m.
A Figura (15.7) mostra a linha de energia considerando V2/2g (EGL) e não
considerando (HGL).
HW = H + ho - L. S
HW = 0,81+ 1,17 - (36,6. 0,005) =0,81 + 1,17 - 0,18 = 1,80m
Figura 15.8- Velocidade no bueiro na entrada (a) e na saida (b) conforme Normann et al.
(1985) p. 663 do Mays, Water Resources Engineering
15-314 15-315
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Quando a seção de controle é na entrada, deve-se seguir a Figura (15.8) no item a) e Terceiro passo: selecionamos uma seção.
deverá ser considerado a profundidade normal yn=dn=d. Escolhemos uma seção retangular com largura de 2,0m e altura de 1,50m.
Quando a seção de controle é na saída do bueiro, deve-se usar o procedimento b) da
Figura (15.8) que é mais complicado e que deve ter os seguintes procedimentos. Quarto passo: cálculo da carga de controle supondo a seção na entrada HW=HWi
Considerando uma seção retangular cuja altura do bueiro é D, o tailwater TW, dc é a Primeiramente calculamos a relação:
profundidade crítica e d é a profundidade do bueiro que nós consideraremos quando vamos (Q/ A D 0,5) 2,21
calcular a velocidade no mesmo.
Devemos comparar TW, D e dc com o seguinte critério, que consta no livro (11,33/ (1,5 . 2,0) 1,5 0,5) = 3,08 > 2,21
Hydraulic Design Handbook do Larry W. Mays, capítulo 15.14.
Portanto, usamos a Equação (15.21).
Se TW < dc então se adota d=dc
(HWi /D) = c . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) 2 + Y + Z
Se TW > dc e TW < D se adota d=TW
Usando a Tabela ( 15.5) achamos os coeficientes c, Y e adotamos Z=-0,5.S
Se TW > D se adota d=D
c= 0,0314
Exemplo 15.15 quando o controle está na saida Y=0,82
Qual o valor da altura de água no bueiro que será adotado, quando o tailwater Z= -0,5. S = - 0,0075
Tw=1,40m dc= 1,34m e altura de D=1,50m. Substituindo os valores:
Como TW >dc e como TW < D adota-se d=1,40m que é o valor de TW. (HWi /D) = c . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) 2 + Y + Z
Portanto, o valor a ser considerado para o cálculo da velocidade é d=1,40m (HWi /1,50) = 0,0314 . ( 1,811. 11,33/ 3,00 . 1,5 0,5 ) 2 + 0,82 – 0,0075 = 1,79
HWi= 1,5 . 1,79 =2,69m
Exemplo 15.16 quando o controle está na saida
Qual o valor da altura de água no bueiro que será adotado, quando o tailwater Portanto HWi= 2,69m
Tw=0,87m dc= 1,34m e altura de D=1,50m.
Como TW <dc adota-se d=1,34m que é o valor de dc. Portanto, o valor a ser Quinto Passo: achar a carga na entrada quando o controle é na saída
considerado para o cálculo da velocidade é d=1,34m O tailwater TW=0,90 é fornecido no problema. O TW pode ser calculado no trecho a
jusante do bueiro por backwater computation ou é a profundidade normal.
Calculamos a profundidade crítica dc
Exercício 15.17- Aplicação do método semi-empírico do Federal Highway dc = [ (Q/ B)2 / g ] (1/3)
Administration (FHWA) dc = [ ( 11,33/ 2,00)2 / 9,81 ] (1/3) = 1,49m
Um bueiro de concreto armado com 60m de comprimento deve conduzir a vazão de
Q=11,33m3/s para tempo de retorno de 50anos e a declividade do bueiro é S=0,015m/m e Achamos a média entre dc e D.
n=0,012. (dc+D)/2 = (1,49 + 1,50)/2 = 1,49m
A conta de fundo do bueiro é 140m, a cota da estrada 155m e a cota máxima que a O valor de ho será o maior entre TW e a média obtida
enchente pode atingir é 150m. ho = maior [ TW, ( D +dc )/2 ]
Foi arbitrado para o bueiro a largura de B=2,0m e altura D=1,50m. ho = maior [ 0,90, 1,49]
O canal à jusante do bueiro tem 3,00m x 3,00m. ho=1,49m
Primeiro passo: Determinação da vazão de pico usando os conceitos de Hidrologia O valor de Ke é tirado da Tabela (15.8) sendo ke=0,2.
Foi usado o período de retorno de 50anos e achada a vazão de pico na bacia na seção
em questão sendo Q= 11,33m3/s. Vamos a carga H supondo que o bueiro funcione a seção plena.
Sendo a área da seção A= 3,00m2 a velocidade será V= 11,33/ 3,00 =3,78m/s
Segundo passo: dimensões a jusante do bueiro O perímetro molhado P= 2,00 . 2 + 1,5 . 2 =7,00m
As dimensões a jusante do bueiro é de seção retangular com 3,00m de largura por O raio hidráulico R= A/P = 3,00/ 7,00 = 0,43m
3,00m de altura. O coeficiente de Manning adotado segundo a Tabela (15.7) para concreto é n=0,012
O termo V2/ 2g = 3,782/ 2. 9,81 =0,73
15-316 15-317
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
A parcela da perda de carga distribuída hf será: A conta de fundo do bueiro é 140m, a cota da estrada 155m e a cota máxima que a
enchente pode atingir é 150m.
H = [ 1 + Ke + (20 n2 L ) / R 1,33 ] . V2/2g Foi arbitrado para o bueiro a largura de B=3,50m e altura D=2,50m.
O canal à jusante do bueiro tem 3,00m x 3,00m.
H = [ 1 + 0,02 + (20 0,0122 .60 ) / 0,43 1,33 ] . 0,73= 1,43m
Primeiro passo: Determinação da vazão de pico usando os conceitos de Hidrologia
Sétimo Passo: calculo da carga na entrada supondo o controle na saida Foi usado o período de retorno de 50anos e achada a vazão de pico na bacia na seção
Vamos achar a carga na entrada supondo o controle na saida, conforme hipótese inicial. em questão sendo Q= 11,33m3/s.
HW = H + ho - L. S
HWout= 1,43 + 1,49 - (60,0 . 0,015) = 2,02m Segundo passo: dimensões a jusante do bueiro
Portanto a carga HWout devido a suposição do controle na saída é 2,02m. As dimensões a jusante do bueiro é de seção retangular com 3,00m de largura por
3,00m de altura.
Oitavo passo: verificação onde está o controle do bueiro
A carga HW calculada supondo a carga na entrada HWi= 2,69m e a carga na entrada Terceiro passo: selecionamos uma seção.
supondo o controle na saída é de HWout = 2,02m. Conforme recomendação da FHWA, deve- Escolhemos uma seção retangular com largura de 3,5m e altura de 2,50m.
se tomar o maior dos dois e, portanto a conclusão é que o controle está na entrada e a carga
HW a ser considerada deverá ser de 2,69m. Quarto passo: cálculo da carga de controle supondo a seção na entrada HW=HWi
Primeiramente calculamos a relação:
Nono passo: verificação de que a cota não ultrapasse o limite imposto (Q/ A D 0,5) 1,93
A cota na geratriz inferior do bueiro é 140,00m e somando 2,69m teremos a cota de
142,69m que é menor que a cota de 145m admitida como máximo a ser atingida. (11,33/ (3,5 . 2,5) 1,5 0,5) = 0,82 <1,93
Décimo passo: calculo da velocidade na saída do bueiro Portanto, usamos a Equação (15.22).
Como se trata de controle na entrada a velocidade deverá ser levado em conta a Figura
(15.8) e, portanto deverá ser usada a profundidade normal do bueiro de seção retangular. (HWi /D) = ( Hc/ D) + K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M + Z para (Q/ A D 0,5) 1,93
O calculo é feito por tentativas para se achar o valor de yn do bueiro, tendo-se a vazão,
a declividade e coeficiente de rugosidade de Manning.
O valor da profundidade normal yn= 0,91m e a velocidade na seção de saída é Usando a Tabela (15.5) achamos os coeficientes K, M e adotamos Z=-0,5.S
V=6,23m que é muito grande, pois deveria ser no máximo de 5m.
A melhor solução é aumentar a largura da seção para diminuir a velocidade.
K=0,7950
Décimo primeiro passo: verificação da necessidade de rip-rap M=0,667
É necessário comparar a velocidade no bueiro de 6,23m/s com a velocidade a jusante Z= -0,5. S = - 0,0075
do bueiro que é obtida pela seção que foi fornecida de 3,00x 3,00 e cujo valor é v= dc = [ (Q/ B)2 / g ] (1/3)
11,33/(3*0,90) = 4,19m/s. dc = [ ( 11,33/ 3,50)2 / 9,81 ] (1/3) = 1,02m
Fazemos a relação entre as mesmas: 6,23m/s / 4,19m/s =1,45< 1,50, portanto como é
menor que 1,50 não precisa de riprap na saída do bueiro. Vc= Q/A = Q/ (dc . largura)= 11,33/(1,02 . 3,50) =3,17m/s
Décimo segundo passo: recalcular tudo novamente Mas Hc=dc + Vc2 / 2.g =1,02 + 3,17 2 / (2. 9,81) = 1,53m
Como a velocidade no bueiro foi de 6,22m/s> 5m/s, devemos aumentar a seção e
recomeçar todos os cálculos novamente. Substituindo os valores:
(HWi /D) = ( Hc/ D) + K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M + Z
Exercício 15.18- Aplicação do método semi-empírico do Federal Highway (HWi /D) = ( 1,53/ 2,50) + 0,7950 . ( 1,811. 11,33/ 8,75 . 2,5 0,5 ) 0,667 - 0,0075
Administration (FHWA)
Um bueiro de concreto armado com 60m de comprimento deve conduzir a vazão de (HWi /D) = 1,25
Q=11,33m3/s para tempo de retorno de 50anos e a declividade do bueiro é S=0,015m/m e (HWi /2,50) = 1,25
n=0,012. HWi= 1,25 . 2,50 =2,19m
15-318 15-319
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Vamos a carga H supondo que o bueiro funcione a seção plena. Décimo segundo passo: recalcular tudo novamente
Sendo a área da seção A= 8,75m2 a velocidade será V= 11,33/ 8,75 =1,29m/s Apesar da velocidade no bueiro 5,78m/s> 5m/s, podemos aceitar a seção considerada
O perímetro molhado P= 3,50 . 2 + 2,5 . 2 =12,00m no inicio, ou seja 3,50m de largura por 2,50m de altura.
O raio hidráulico R= A/P = 8,75/ 12,00 = 0,73m
O coeficiente de Manning adotado segundo a Tabela (15.8) para concreto é n=0,012
O termo V2/ 2g = 1,292/ 2. 9,81 =0,09
A parcela da perda de carga distribuída hf será: Exercício 15.19- Aplicação do método semi-empírico do Federal Highway
Administration (FHWA)
H = [ 1 + Ke + (20 n2 L ) / R 1,33 ] . V2/2g Um bueiro de concreto armado com 200m de comprimento deve conduzir a vazão de
Q=11,33m3/s para tempo de retorno de 50anos e a declividade do bueiro é S=0,005m/m e
H = [ 1 + 0,02 + (20 0,0122 .60 ) / 0,73 1,33 ] . 0,09= 0,14m n=0,012.
Importante observar que a mudamos a declividade e o comprimento para dar um
Sétimo Passo: calculo da carga na entrada supondo o controle na saida exemplo de aplicação com controle na saída.
Vamos achar a carga na entrada supondo o controle na saida, conforme hipótese inicial. A conta de fundo do bueiro é 140m, a cota da estrada 155m e a cota máxima que a
HW = H + ho - L. S enchente pode atingir é 150m.
HWout= 0,14 + 1,76 - (60,0 . 0,015) = 1,00m Foi arbitrado para o bueiro a largura de B=1,70m e altura D=1,70m.
Portanto a carga HWout devido a suposição do controle na saída é 1,00m. O canal à jusante do bueiro tem 3,00m x 3,00m.
Oitavo passo: verificação onde está o controle do bueiro Primeiro passo: Determinação da vazão de pico usando os conceitos de Hidrologia
A carga HW calculada supondo a carga na entrada HWi= 2,19m e a carga na entrada Foi usado o período de retorno de 50anos e achada a vazão de pico na bacia na seção
supondo o controle na saída é de HWout = 1,00m. Conforme recomendação da FHWA, deve- em questão sendo Q= 11,33m3/s.
se tomar o maior dos dois e, portanto a conclusão é que o controle está na entrada e a carga
HW a ser considerada deverá ser de 2,19m. Segundo passo: dimensões a jusante do bueiro
As dimensões a jusante do bueiro é de seção retangular com 3,00m de largura por
Nono passo: verificação de que a cota não ultrapasse o limite imposto 3,00m de altura.
A cota na geratriz inferior do bueiro é 140,00m e somando 2,19m teremos a cota de
142,19m que é menor que a cota de 145m admitida como máximo a ser atingida. Terceiro passo: selecionamos uma seção.
Escolhemos uma seção retangular com largura de 1,70m e altura de 1,70m.
15-320 15-321
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
15-322 15-323
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Primeiro passo: Determinação da vazão de pico usando os conceitos de Hidrologia Portanto HWi= 3,03m
Foi usado o período de retorno de 100anos e achada a vazão de pico na bacia na seção
em questão sendo a metadade de 40m3/s ou seja Q= 20,00m3/s. Quinto Passo: achar a carga na entrada quando o controle é na saída
O tailwater TW=1,00 é fornecido no problema. O TW pode ser calculado no trecho a
Segundo passo: dimensões a jusante do bueiro jusante do bueiro por backwater computation ou é a profundidade normal.
O canal à jusante do bueiro seção trapezoidal com 3,00m de base, altura de 2,00m e Calculamos a profundidade crítica dc
9,00m de largura na parte superior. A área é de 16m2. dc = [ (Q/ B)2 / g ] (1/3)
dc = [ ( 20,00/ 2,50)2 / 9,81 ] (1/3) = 1,87m
Terceiro passo: selecionamos uma seção.
Escolhemos uma seção retangular com largura de 2,50m e altura de 2,50m. Achamos a média entre dc e D.
(dc+D)/2 = (1,87 + 2,50)/2 = 2,18m
Quarto passo: cálculo da carga de controle supondo a seção na entrada HW=HWi O valor de ho será o maior entre TW e a média obtida
Primeiramente calculamos a relação: ho = maior [ TW, ( D +dc )/2 ]
(Q/ A D 0,5) 1,93 ho = maior [ 1,00, 2,18]
ho=2,18m
(20,00/ (6,25 . 1,5) 1,5 0,5) = 2,02
Observar que o valor da relação obtido foi de 2,02 que não é menor que 1,93 e não é maior O valor de Ke é tirado da Tabela (15.8) sendo ke=0,2.
que 2,2. Vamos então supor que o valor obtido seja menor que 1,93 em que funcionará como
vertedor, Vamos a carga H supondo que o bueiro funcione a seção plena.
Sendo a área da seção A= 6,25m2 a velocidade será V= 20,00/ 6,25 =3,20m/s
Portanto, usamos a Equação (15.22). O perímetro molhado P= 2,50 . 2 + 2,5 . 2 =10,00m
O raio hidráulico R= A/P = 6,25/ 10,00 = 0,68m
(HWi /D) = ( Hc/ D) + K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M + Z O coeficiente de Manning adotado segundo a Tabela (15.7) para concreto é n=0,015
O termo V2/ 2g = 3,202/ 2. 9,81 =0,52
A parcela da perda de carga distribuída hf será:
Usando a Tabela (15.25) para seçao retangular com muros de ala alargado de 30º a 75º
achamos os coeficientes K, M e adotamos Z=-0,5.S H = [ 1 + Ke + (20 n2 L ) / R 1,33 ] . V2/2g
15-324 15-325
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Oitavo passo: verificação onde está o controle do bueiro As dimensões a jusante do bueiro é de seção retangular com 3,00m de largura por
A carga HW calculada supondo a carga na entrada HWi= 3,03m e a carga na entrada 3,00m de altura.
supondo o controle na saída é de HWout = 2,76m. Conforme recomendação da FHWA, deve-
se tomar o maior dos dois e, portanto a conclusão é que o controle está na entrada e a carga Terceiro passo: selecionamos uma seção.
HW a ser considerada deverá ser de 3,03m. Escolhemos uma seção com diâmetro de 2,00m.
Nono passo: verificação de que a cota não ultrapasse o limite imposto Quarto passo: cálculo da carga de controle supondo a seção na entrada HW=HWi
A cota na geratriz inferior do bueiro é 910,00m e somando 3,03m teremos a cota de Primeiramente calculamos a relação:
913,03m que é menor que a cota de 914m admitida como máximo a ser atingida. (Q/ A D 0,5) 1,93
Décimo passo: calculo da velocidade na saída do bueiro (8,13/ (3,1416 . 2,0 0,5) = 1,83 <1,93
Como se trata de controle na entrada a velocidade deverá ser levado em conta a Figura
(15.8) e, portanto deverá ser usada a profundidade normal do bueiro de seção retangular. Portanto, usamos a Equação (15.22).
O calculo é feito por tentativas para se achar o valor de yn do bueiro, tendo-se a vazão,
a declividade e coeficiente de rugosidade de Manning. (HWi /D) = ( Hc/ D) + K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M + Z
O valor da profundidade normal yn= 1,51m e a velocidade na seção de saída é
V=5,30m que é grande, pois deveria ser no máximo de 5m.
Usando a Tabela (15.5) achamos os coeficientes K, M e adotamos Z=-0,5.S
Décimo primeiro passo: verificação da necessidade de rip-rap K=0,0340 ( entrada projetante, bueiro com chapas)
É necessário comparar a velocidade no bueiro de 5,30m/s com a velocidade a jusante M=1,50
do bueiro que é obtida pela seção que foi fornecida de 3,00x 3,00 e cujo valor é v= 40,00/(16) Z= -0,5. S = - 0,00545
= 2,50m/s.
Fazemos a relação entre as mesmas: 5,30m/s / 2,50m/s =2,12 > 1,50, portanto como é Para calcular yc da seção circular usamos estimativa:
maior que 1,50 precisa de riprap na saída do bueiro.
= Q2 / g = 8,132 / 9,81
Décimo segundo passo: recalcular tudo novamente yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25
Aceitamos a seção considerada de 2,50m x 2,50m x 2. yc = (1,01 / 2,00 0,26) . (8,13 2 / 9,81) 0,25
yc=1,36m
Para achar a velocidade critica, usamos as relações do livro “Previsão de Consumo de
Exercício 15.21- Aplicação do método semi-empírico do Federal Highway Água” p.209.
Administration (FHWA) Achamos Vc= 4,10m/s
Um bueiro de PVC Tigre denominado Ribloc com diâmetro de 2,00m e 100m de
comprimento deve conduzir a vazão de Q=8,13m3/s para tempo de retorno de 100anos e a Mas Hc=dc + Vc2 / 2.g =1,36 + 4,10 2 / (2. 9,81) = 2,22m
declividade do bueiro é S=0,0109m/m e n=0,010 (PVC). Local: Terra Preta, Mairiporã,
Córrego Terra Preta, 2001. Substituindo os valores:
A conta de fundo do bueiro é 932,00m, a cota da estrada 936,00m e a cota máxima que (HWi /D) = ( Hc/ D) + K . ( 1,811. Q/ A . D 0,5 ) M + Z
a enchente pode atingir é 935,00m. (HWi /D) = ( 2,22/ 2,00) + 0,0340 . ( 1,811 . 8,13/ 3,1416 . 2,0 0,5 ) 1,50 - 0,00545
Foi arbitrado para o bueiro o diâmetro 2,00.
O canal à jusante do bueiro tem 3,00m x 3,00m. (HWi /D) = 1,31
(HWi /2,00) = 1,31
Primeiro passo: Determinação da vazão de pico usando os conceitos de Hidrologia HWi= 1,31 . 2,00 =2,62m
Foi usado o período de retorno de 100anos e achada a vazão de pico na bacia na seção
em questão sendo Q= 8,13m3/s. Portanto HWi= 2,62m
Segundo passo: dimensões a jusante do bueiro Quinto Passo: achar a carga na entrada quando o controle é na saída
15-326 15-327
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Sétimo Passo: calculo da carga na entrada supondo o controle na saida Escolhendo então uma das seções comercial usada na Prefeitura Municipal de São
Vamos achar a carga na entrada supondo o controle na saida, conforme hipótese inicial. Paulo com 3,50m de largura e altura de 2,50m, o valor da carga H que adotaremos será a
HW = H + ho - L. S altura do bueiro menos 0,30m ou menos 0,50m.
HWout= 0,66 + 1,68 - (100 . 0,0109) = 1,25m Adotamos a altura do bueiro menos 0,5m ou seja 2,50m – 0,50m = 2,00m=H.
Sendo B=3,50m e H=2,00m o valor de Q= 1,53 . 3,50 . 2 1,5 = 15,15m3/s
Oitavo passo: verificação onde está o controle do bueiro Como o valor achado 15,15m3/s > 11,33m3/s aceitamos para inicio dos cálculos a
A carga HW calculada supondo a carga na entrada HWi= 2,62m e a carga na entrada seção 3,50 x 2,50. O bueiro assim dimensionado estará provavelmente superdimensionado.
supondo o controle na saída é de HWout = 1,25m. Conforme recomendação da FHWA, deve- Os cálculos usados nas seções de controle na entrada e seção de controle na saída
se tomar o maior dos dois e, portanto a conclusão é que o controle está na entrada e a carga deverão ser feitos para as devidas averiguações até atingir a dimensão mais econômica que
HW a ser considerada deverá ser de 2,62m. satisfaça as condições de construção do bueiro, sendo uma dela o nível máximo que poderá
ser atingido.
Nono passo: verificação de que a cota não ultrapasse o limite imposto A Tabela (15.9) considera as aduelas padrões usadas pela Prefeitura Municipal de São
A cota na geratriz inferior do bueiro é 932,00m e somando 2,62m teremos a cota de Paulo e com pré-dimensionamento supondo a mesma sendo um vertedor com a lâmina de
934,62m que é menor que a cota de 935,00 admitida como máximo a ser atingida. água de 0,5m abaixo do diâmetro e com carga igual a 1,2. D.
Décimo passo: calculo da velocidade na saída do bueiro Tabela 15.9- Vazão máxima de aduelas de concreto da Prefeitura Municipal de São
Como se trata de controle na entrada a velocidade deverá ser levado em conta a Figura Paulo (PMSP), considerando como se fosse vertedor usando fórmula de Chaudhry Q=
(15.8) e, portanto deverá ser usada a profundidade normal do bueiro de seção retangular. (2/3) . C . B. H . (2/3 . g . H) 0,5 com H igual a altura do bueiro menos 0,50m e C=0,90 e
O calculo é feito por tentativas para se achar o valor de yn do bueiro, tendo-se a vazão, H=1,2D.
a declividade e coeficiente de rugosidade de Manning. Vazão máxima Vazão máxima
Usando a Tabela (4.3) a (4.6) do Capítulo 4 achamos a profundidade normal Aduela de concreto Largura Altura H= D - 0,5 H=1,2.D
PMSP (m) (m) (m3/s) (m3/s)
yn=0,88m e a velocidade correspondente V=6,21m/s.
Seção de 2,00 x 1,50m 2 1,5 3,07 7,41
.
15-328 15-329
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Seção circular
Q= K0 A0 (2 g h) 0,5
sendo:
15-330 15-331
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 15.11- Vazão máxima de tubo de PVC considerando o tubo funcionando Com y=0,5m obtemos yn=0,8m
como orifício com altura de 1,2D ou como vertedor circular com altura 0,75D. Com y=0,7m obtemos yn =0,82m
Com y=0,8m obtemos yn=0,86m
Diametro Área da seçao Orifício vertedor circular Com y=0,87m obtemos yn= 0,87m
circular plena Carga H= 1,2D Carga H= 0,75D
(mm) (m) (m2) (m3/s) (m3/s) Por tanto, o valor achado da profundidade normal yn=0,87m
300 0,3 0,07 0,12 0,04 A área molhada será:
400 0,4 0,13 0,24 0,09
500 0,5 0,20 0,42 0,16 A= (B + z. y) = (2,10 + 0. 0,87) .0,87 = 1,827m2
600 0,6 0,28 0,66 0,25
700 0,7 0,38 0,97 0,37 V= Q/A = 11,33/ 1,827 = 6,22 m/s
800 0,8 0,50 1,35 0,52
900 0,9 0,64 1,82 0,69
1000 1 0,79 2,36 0,90 15.11 Aduelas de concreto
1100 1,1 0,95 3,00 1,15 As seções de concreto armado de galeria pré-moldada usalmente pela Prefeitura
Municipal de São Paulo (PMSP) e adotadas em Guarulhos estão na Tabela (15.12).
1200 1,2 1,13 3,73 1,42
As aduelas de modo geral são assentadas sobre camada de 50cm, sendo 30cm de
1500 1,5 1,77 6,51 2,49
rachão, 10cm de pedra britada nº 3 e 10cm de lastro de concreto magro.
1800 1,8 2,54 10,27 3,92
2000 2 3,14 13,37 5,11 Tabela 15.12- Aduelas da PMSP e da Prefeitura Municipal de Guarulhos
2500 2,5 4,91 23,35 8,92 Aduelas de concreto da PMSP
3000 3 7,07 36,83 14,07 Seção de 1,70 x 1,70m
Seção de 2,00 x 1,50m
Seção de 2,00 x 1,50m
Seção de 2,00 x 1,50m
15.10 Profundidade normal de seção trapezoidal ou seção retangular Seção de 2,00 x 2,20m
Seção de 2,00 x 2,20m
Uma maneira prática de se calcular a profundidade normal é através da equação da
Seção de 2,10 x 2,10m
continuidade, da equação de Manning e da equação que fornece o raio hidráulico em função
Seção de 2,50 x 2,50m
da altura y e com a declividade 1 (um) na vertical e z na horizontal teremos:
Seção de 3,00 x 3,00m
Seçao de 3,40 x 3,10m
yn= ( Q. n / S 0,5) (3/5) . [ (B + 2. y . ( 1 + z 2) 0,5] 0,4 / ( B + z .y )
Seção de 3,50 x 2,50m
Exemplo 15. 19 Seção de 3,50 x 2,50m
Calcular a altura normal yn de um canal de seção retangular sendo dados: n=0,012
S=0,015m/m D=1,50m (altura) B=2,10m (largura da base) vazão de pico Q=11,33m3/s.
O comprimento de cada aduela de comprimento usualmente é de 1,00m. A espessura
Como a seção é retangular z=0. Fazendo-se as substituições teremos: varia com a altura do aterro, devendo ser consultado o fabricante.
As aduelas podem ser duplas ou triplas, bastando dividir-se a vazão por dois ou três
yn= ( Q. n / S 0,5) (3/5) . [ (B + 2. y . ( 1 + z 2) 0,5] 0,4 / ( B +z .y ) respectivamente.
Para seções maiores que 6m deverá ser pensado em execução de pontes e não de
yn= ( 11,33 . 0,012 / 0,015 0,5) (3/5) . [ (2,10 + 2. y . ( 1 + 0 2) 0,5] 0,4 / ( 2,10 + 0 .y ) bueiro.
Existem firmas que fazem galerias pré-moldadas de concreto armado de acordo com
O cálculo é feito por tentativa até que o valor de yn=y. os seguintes padrões:
15-332 15-333
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 15.13- Aduelas padrão usadas na região metropolitana de São Paulo Tabela 15.14-Aduelas de concreto pré-moldado fornecido pela firma ACA, com
fornecida por fabricante. comprimento de 1,00m. A espessura da aduela depende da carga sobre a mesma.
Seção Espessura Comprimento Volume Peso Aduelas de concreto armado com 1,00m de largura
(largura x altura) (m) (m) (m3) (kg/peça) (largura x altura) em metros
1,50 x 1,50 0,15 1,50 1,04 3.750 1,00 x 1,00
2,00 x 1,50 0,15 1,50 1,19 4.300 1,50 x 1,00
2,00 x 2,00 0,15 1,50 1,34 4.800
2,00 x 2,00 0,20 1,50 1,80 6.500
1,50 x 1,50
2,00 x 2,00 0,25 1,50 2,30 8.300 2,00 x 1,00
2,50 x 1,50 0,15 1,50 1,34 4.800 2,00 x 1,50
2,50 x 2,00 0,15 1,50 1,49 3.600 2,00 x 2,00
2,50 x 2,00 0,20 1,00 2,00 4.800 2,50 x 1,50
2,50 x 2,50 0,15 1,00 1,68 4.000
2,50 x 2,50 0,20 1,00 2,24 5.380
2,50 x 2,00
2,50 x 2,50 0,25 1,00 2,83 6.750 2,50 x 2,50
3,00 x 1,50 0,15 1,00 1,49 3.600 3,00 x 1,00
3,00 x 1,50 0,20 1,00 2,00 4.800 3,00 x 1,50
3,00 x 2,00 0,15 1,00 1,64 4.000 3,00 x 2,00
3,00 x 2,00 0,20 1,00 2,24 5.400
3,00 x 3,00
3,00 x 2,50 0,15 1,00 1,82 4.370
3,00 x 2,50 0,20 1,00 2,44 5.860 3,50 x 2,00
3,00 x 3,00 0,20 1,00 2,64 6.340 3,50 x 2,50
3,00 x 3,00 0,25 1,00 3,33 8.000 4,00 x 1,50
3,00 x 3,00 0,35 1,00 4,77 11.500
3,50 x 1,50 0,20 1,00 2,24 5.400 A espessura das aduelas são em média de 0,15m, 0,18m, 0,20m 0,25m 0,30
3,50 x 2,50 0,20 1,00 2,64 6.340
3,50 x 3,00 0,25 1,00 3,58 8.600
dependendo da altura do aterro sobre as mesmas e da carga rolante. O usual é espessura de
3,50 x 3,00 0,35 1,00 5,12 12.300 0,20m.
3,50 x 3,50 0,25 1,00 3,83 9.200 O peso do concreto armado é de 2.400kg/ m3.
4,00 x 2,50 0,25 1,00 3,58 8.600 O custo do metro cúbico do concreto armado é aproximadamente R$ 451,00/m3 ou
seja US$ 188/m3 (1US$ = R$ 2,4 março/ 2002).
Em Arujá temos a firma ACA- Indústria, Comércio e Construção Ltda que fabrica
aduelas pré-moldadas de concreto armado (011- 4654-1188 ).
Exemplo 15.20
Os modelos de aduelas fabricados pela ACA são: Portanto, para se estimar o custo de uma aduela de 1,50 x 1,50 x 1,00 com espessura
de 0,15m achamos o volume de concreto.
Volume de concreto = (1,50 + 0,15+0,15) x 1,00 x 0,15 x 2 + 1,50 x 1,00 x 0,15x2 = 0,99m3
15-334 15-335
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Diâmetros comerciais:
1,2m;1,60m; 1,8m; 2,0m; 2,2m; 2,4m; 2,6m; 2,8m; 3,0m; 3,2m; 3,4m; 3,6m; 3,8m;
4,0m; 4,2m; 4,4m; 4,6m; 4,8m; 5,0m;
15-336 15-337
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 15.16- Preço unitário e peso por metro de Tubos de PVC Ribloc conforme
o diâmetro e o tipo de perfil escolhido.
Diâmetro Perfil Peso por metro Preço unitario
(mm) (kg/m) (US$/m)
Processo de Fabricação
Os perfis de PVC são produzidos por um processo de extrusão e possuem em suas Comparação de custos
bordas encaixes macho-fêmea que propiciam o seu intertravamento durante o processo de Para efeito de comparação de custos de uma aduela de concreto de 2,00m x 2,00m
enrolamento helicoidal. Além do intertravamento mecânico, os perfis são também soldados com 0,15m de espessura e 1,00m de comprimento por peça com um tubo de PVC Tigre
quimicamente, através da aplicação de um adesivo naquele encaixe, o que garante a Ribloc com 2,00m de diâmetro.
estanqueidade da junta helicoidal assim formada (Fonte:Tigre). O comprimento da tubulação foi admitido ser de 100m.
O enrolamento dos perfis de PVC é efetuado por intermédio de um equipamento de Para as aduelas de concreto foi previsto que a deve ter 0,50m de rachão, 0,15m de
pequeno porte, capaz de fabricar tubos de diferentes diâmetros e comprimentos. Essa pedra britada número 3 e 0,10m de lastro de concreto. Para o tubo de PVC foi previsto que o
simplicidade e versatilidade do equipamento permitem que a fabricação dos tubos seja tubo foi asssente sobre manta geotextil e sobre a mesma tem camada de pedra britada némero
efetuada na própria obra, sendo também possível o fornecimento dos tubos já confeccionados 2 ou 3. Os tubos são assentes sobre a camada de pedra britada.
(Fonte:Tigre). Na Tabela (15.17) estão o preço do tubo de PVC Rib loc que para 100m custará US$
O coeficiente de Manning para os tubos de PVC Rib Loc pode ser usado n=0,009. 66.242,78 enquanto que na Tabela (15.18) estão as aduelas de concreto com 2,00m x 2,00m
Na Tabela (15.15) estão os preços por metro linear de tubos circulares de PVC Tigre que custaria US$ 72.646,53. Havendo, portanto uma vantagem para os tubos de PVC Ribloc.
Rib Loc feitos no Brasil. Existe quatro tipo de perfis, que são o 112BR, 140BR1, 140BR2 e
168BR.
15-338 15-339
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 15 Bueiros Capítulo 15 Bueiros
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 15.17- Planilha de orçamento de bueiro com comprimento de 100m Tabela 15.18- Planilha de orçamento de bueiro com comprimento de 100m
executado em tubos Tigre PVC Rib Loc de 2,00m de diâmetro. executado em aduelas de concreto 2,00m x 2,00m com 0,15m de espessura
Dada uma seção de um bueiro e variando a vazão e a carga colocando-se num gráfico
teremos a curva de perfomance. Ela é utilizada quando realmente necessário, e queremos
examinar o que aconteceria com vazões diferentes da vazão de projeto. Examina-se inclusive
a passagem de água sobre a estrada ou rodovia.
15-340 15-341
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 16 Análise de beneficio custo Capítulo 16 Análise de beneficio custo
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
Capítulo 16
Análise de beneficio custo 16.1 Introdução
16.2 Custos
16.3 Custos diretos
16.4 Custos indiretos
“O que brilha mais que o ouro- resposta: a luz. O que brilha mais 16.5 Custos médios
que a luz? –resposta: a troca de idéias. 16.6 Inclusão das bacias de detenção no plano de macrodrenagem
16.7 Benefícios
Goethe, poeta alemão 16.8 Benefícios anuais de evitar os danos diretos
16.9 Benefícios anuais de evitar os danos ocasionados pelo tráfego
16.10 Análise beneficio custo
16-340 16-341
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 16 Análise de beneficio custo Capítulo 16 Análise de beneficio custo
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Conforme Wanielista,1993 citado por Canholi em sua tese de doutoramento na Escola Canholi, 1995 apresenta na Tabela (16.1) preços médios em dólar americano.
Politécnica da Universidade de São Paulo em 1995, o custo de um sistema de drenagem
urbana pode ser classificado em três categorias básicas: Tabela 16.1-Estimativa dos preços unitários médios
Serviços unid Preço unitário
investimento; US$
3
operação/manutenção e Escavação mecânica para valas m 4,50 a 5,10
riscos. Escavação mecânica de córrego m3 2,50 a 2,80
Carga e remoção de terra a distância média de 20km m3 14,00 a 15,00
Os custos de investimento incluem os desembolsos necessários para os estudos, Fornecimento de terra incluindo carga, escavação e transporte até a m3 16,00 a 17,00
distância média de 20km
projetos, levantamentos, construção, desapropriações e indenizações. Referem-se portanto aos Compactação de terra média no aterro m3 3,50 a 3,80
custos de implantação da solução. Demolição de pavimento asfáltico m2 5,00 a 5,50
Os custos de operação e manutenção, referem-se às despesas de mão de obra, Pavimentação m2 38,00 a 40,00
equipamentos, combustíveis e outras, relativas à execução dos reparos, limpezas, inspeções e Fornecimento e assentamento de paralelepípedo m2 29,00 a 31,00
revisões necessárias durante toda a vida útil da estrutura. Fornecimento e assentamento de tubos de concreto armado CA-2, m 146,00 a 150,00
Os custos dos riscos, referem-se aos valores correspondentes aos danos não evitados, diâmetro 1,00m
Boca de lobo simples un 400,00 a 420,00
ou seja, aos custos devidos aos danos residuais relativos a cada alternativa de proteção. Pode
Poço de visita un 640,00 a 660,00
tanto ser medido pela estimativa dos danos como pelos custos de recuperação da área afetada. Escoramento com perfis metálicos m2 87,00 a 100,00
Os custos ainda podem ser classificados em: Concreto armado moldado “in loco” (inclui formas e armaduras) m3 420,00 a 480,00
Custos diretos Fornecimento e colocação de gabião tipo caixa m3 142,00 a 158,00
Custos indiretos Fornecimento e escavação de estaca de concreto para 30 ton. m 40,00 a 45,00
Fonte: Canholi, tese de doutoramento EPUSP, 1995
16.3 Custos diretos
Os custos diretos envolvem as obras civis, os equipamentos elétricos e mecânicos, a Exemplo 16.1
relocação das interferências, as desapropriações e os custos de manutenção e operação.
São os custos diretamente alocáveis às obras. São de quantificação simples, a partir da Em São Paulo é comum para determinação dos custos das obras o uso da Tabela de
elaboração de um projeto detalhado e do cadastro pormenorizado das obras de infra-estrutura custos unitários da Secretaria de Vias Públicas do município de São Paulo, publicada no
existente (gás, eletricidade, telefone, água, esgoto) que serão afetadas pelas obras. Diário oficial do município (DOM).
Os custos de manutenção podem ser estimados, através de previsões da periodicidades Os custos que vamos apresentar são de outubro de 1999 e apresentados no Diagnóstico
e equipes/equipamentos necessários para as realizações de tais serviços. da bacia superior do ribeirão dos Meninos que faz parte do plano diretor de macrodrenagem
da bacia hidrográfica do Alto Tietê.
16.4 Custos indiretos Vamos reproduzir como exemplo os custos previstos do reservatório de detenção
denominado TM8- do ribeirão dos Meninos em São Paulo elaborado em 1999 pelo DAEE
Os custos indiretos são relativos á interrupções de tráfego, dos prejuízos ao comércio, estão na Tabela (16.2).
às adequações necessárias ou custos não evitados no sistema de drenagem a jusante, bem
como os danos não evitados no período construtivo.
16-342 16-343
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 16 Análise de beneficio custo Capítulo 16 Análise de beneficio custo
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Preços Exemplo 16.2 Caso do piscinão do Pacaembu na praça Charles Muller em São Paulo
Unidade Quantidade
Serviços 1US$= R$ 1,936 O custo estimado do reservatório de detenção coberto com volume de 74.000m3 foi de
Unitário Total US$ 8 milhões.
Movimento de terra (US$) (US$) Caso fosse feito a alternativa convencional em galerias além dos problemas de tráfego
Limpeza do terreno, inclusive da camada vegetal m2 18.000 0,16 2.882,23 seriam gastos US$ 20 milhões. O prazo da obra seria de 2 anos e a interrupção do tráfego por
Demolição de concreto armado m3 384 41,52 15.943,14
Escavação mecânica m3 96.190 1,95 187.808,99
atraso médio de 15 minutos ocasionaria prejuízo mensal de US$ 700 mil/ mês (Canholi, 1994
Fornecimento de terra, incluindo escavação e transporte m3 1.154 4,64 5.360,01 Revista de Engenharia do Instituto de Engenharia de São Paulo).
Compactação mecânica de solo m3 1.154 1,65 1.907,90 Caso fosse feito um túnel ao invés da galeria, o custo da mesma seria de US$
Remoção de solo até distância média de 10km m3 96.190 3,11 299.103,20 35milhões.
Bola fora e espalhamento do material m3 96.190 0,87 83.470,66 É importante observar que foram verificadas varias alternativas para a escolha
Estruturas definitiva do reservatório de detenção.
Concreto estrutural m3 939 69,50 65.250,48
Fornecimento e aplicação aço CA-50 kg 82.861 0,81 66.768,00 16.7 Benefícios
Forma comum, exclusive cimbramento m2 2.536 8,17 20.726,16
Cimbramento de altura maior que 3m m3 202 6,08 1.225,64
Estaca de concreto para 30 ton. m 194 17,71 3.443,17 Para a análise dos benefícios vamos usar os estudos do DAEE contido no diagnóstico
Fornecimento e colocação de geotêxtil OP-30 ou m2 998 1,19 1.185,11 do ribeirão dos Meninos em São Paulo de 1999.
MT300 com 300g/m2 ou similar Provavelmente, a quantificação dos benefícios decorrentes da implantação de uma
Fornecimento e colocação de gabião tipo colchão Reno m2 560 15,06 8.434,71 obra de drenagem urbana constitui-se numa das atividades mais complexas dentro do
Fornecimento e colocação de gabião caixa m3 586 58,94 34.539,49 planejamento destas ações. Isto porque a tangibilidade de tais benefícios é restrita.
Fornecimento e assentamento de paralelepípedo m2 4.320 14,40 62.211,57
Um dos enfoques mais adotados refere-se à quantificação dos danos evitados quanto
Equipamentos e dispositivos acessórios
Fornecimento e colocação de grade de retenção Vb 1 16528,93 16.528,93 aos bens, propriedades, atrasos nos deslocamentos e demais prejuízos.
Paisagismo e urbanização As questões relativas aos benefícios decorrentes da redução nos índices de doenças e
2
Plantio de grama em placas m 21.600 1,66 35.925,62 mortalidade, melhoria das condições de vida e impactos na paisagem são de quantificação
Gradil de ferro, incluindo pintura m 691 159,19 110.000,29 bem mais difícil, porém mesmo assim deve ser buscada a sua avaliação.
Implantação de passeio de concreto m2 829 18,14 15.045,00 Outra alternativa para a definição dos benefícios monetários do controle das
sub-total 1.892.061,56 inundações consiste numa simulação do mercado. A simulação consiste na verificação de
Serviços eventuais (15%) 283.809,23
Total dos serviços 2.175.870,79
quanto os indivíduos atingidos estariam dispostos a pagar, para prevenir os danos que as
Custos indiretos inundações provocam. Essa quantia seria igual, no máximo, ao dano esperado na área.
Projetos (6%) 130.552,25 Os danos são estabelecidos através de uma avaliação feita na área inundada, incluindo
Canteiro de obras (2%) 43.517,42 os seguintes itens: danos causados às edificações, equipamentos, produção, processo
BDI (40%) 870.348,32 produtivo, pessoas e bens em geral. Outros danos a serem levados em conta são os que, apesar
Total dos custos indiretos 1.044.417,98 de não serem da área diretamente afetada, atingem tanto o processo produtivo como as
Total geral 3.220.288,77 pessoas da comunidade, através de sobrecargas no sistema viário, e equipamentos públicos
Fonte: DAEE,1999
fora da área afetada, por aumento de tempo e de custo dos deslocamentos.
16.6 Inclusão das bacias de detenção no plano de macrodrenagem
16.8 Benefícios anuais de evitar os danos diretos
No estado de Alagoas na cidade de Maceió foi apresentado por Pedrosa e Tucci,1998
um estudo de macrodrenagem da bacia do Tabuleiro com área de 40 km2. Os danos da área diretamente afetada podem ser estimados a partir de danos históricos
A bacia foi dividida em 9 subbacias e usado o modelo SCS (Soil Conservation levantados na área inundada em estudo ou, mais expeditamente, através de fórmulas
Service). empíricas definidas para situações de inundação similares.
Foram usados períodos de retorno de 5anos, 10anos, 25anos e 50anos. Foram feitas
comparações do modelo usando o sistema tradicional com canais e galerias e de um novo
modelo, usando reservatórios de detenção. Foram feitas 4 alternativas onde a inclusão das
16-344 16-345
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 16 Análise de beneficio custo Capítulo 16 Análise de beneficio custo
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Os danos indiretos são quase sempre estimados como uma fração do dano direto, U = proporção entre a área de ocupação da área de ocupação desenvolvida e a área
através de percentuais definidos em levantamentos realizados em vários episódios de total inundada;
inundação pesquisados.
Em levantamentos realizados no Brasil, por Vieira (1970) e pela COPLASA, para o A = área inundada.
DAEE (1969), os danos indiretos estimativos são da ordem de 20% dos danos diretos totais.
No trabalho de KATES: "Industrial Flood Losses: damage estimation in Leligh
Valley", citado nos trabalhos de JAMES e LEE (1971), os danos indiretos estimados como Serão adotados os seguintes critérios para a definição dos benefícios monetários decorrentes
uma porcentagem dos danos diretos, de acordo com o tipo de ocupação. Na Tabela (16.3) são do controle das inundações:
apresentadas estas percentagens. Para o cálculo do valor do benefício anual, considerou-se dois tipos de inundação, com
suas respectivas alturas médias de lâmina d’água e periodicidade de ocorrência.
Tabela 16.3- Percentual dos danos indiretos sobre danos diretos . Área de inundação 1:
Ocupação Percentual de danos indiretos sobre danos diretos inundada duas vezes por ano (anualmente a freqüência será 2)
Área residencial 15
A1 = 578.000m2 (exemplo do ribeirão dos Meninos)
Área comercial 37
Industrial 45 . Área de inundação 2 :
Serviços 10 inundada uma vez a cada dez anos (anualmente a freqüência será 0,1)
Propriedades públicas 34 A2 = 1.400.000m2 (exemplo do ribeirão dos Meninos)
Agricultura 10
Auto Estradas 25 Também foi considerado um evento anual, no qual a inundação provoca danos somente no
Ferrovias 23 tráfego (exemplo do ribeirão dos Meninos).
Médias 25 Parâmetros adotados:
Fonte: DAEE,1990 Valor de mercado dos imóveis, por unidade de área (Me), igual a US$310,00/ m2 no trecho
ao longo da av. Faria Lima (exemplo) e US$154,96/ m2 no trecho a montante da galeria.
Neste custo estão considerados o valor do terreno e da construção.
Em áreas de grande circulação de veículos é importante considerar os custos de Custo indireto de 20% do custo direto, que reflete a experiência brasileira e fica próximo
interrupção ou atraso no tráfego. do valor médio encontrado por Kates;
Com relação à definição dos danos diretos, uma das formas mais práticas é a equação A taxa média de ocupação adotada (U) foi de 15% para o trecho a montante da galeria e
do dano agregado, desenvolvida por James e Lee, 1971, citada por Tucci,1994 e de 40% para o trecho ao longo da av. Faria Lima (exemplo), que parece bastante
Canholi,1995. representativa para a área sujeita a inundação.
Nesta equação, apresentada a seguir, é suposto que os danos diretos em edificações nas
áreas urbanas, incluindo o conteúdo, e áreas adjacentes tais como jardins e quintais, variem 16.9 Benefícios anuais de evitar os danos ocasionados ao tráfego
linearmente com a altura da inundação e com o coeficiente Kd. Supõe-se crescimento linear
para áreas de inundações pouco profunda. Em áreas de grande circulação de veículos é importante considerar os custos de
interrupção ou atraso no tráfego.
Cd = Kd . Me . h . A (Equação 16.1) Devido à redução na velocidade média, aceita-se em geral que triplicam-se os custos
onde: normais de operação dos veículos, resultando os valores abaixo:
Cd = dano direto. O custo indireto usado comumente no Brasil é de 20% daí Cd x 1,2 Veículos particulares US$ 0,13/km -> US$ 0,40/km US$ 0,27/km (DAEE,1999)
será o custo direto mais o custo indireto; Veículos comerciais (caminhões) US$ 0,77/km -> US$ 2,32/km US$ 1,55/km
O tempo perdido pelos passageiros dos veículos e motoristas durante as interrupções
Kd = 0,15/m = fator determinado pela análise dos danos de inundações ocorridas ou de tráfego pode ser economicamente quantificado da seguinte forma:
seja dos dados históricos JAMES (1964). O valor de Kd é obtido pela relação entre os Veículos particulares US$ 3,10/h/passageiro (DAEE,1999)
danos marginais em relação à profundidade h (Canholi,1995); Ônibus e caminhões US$ 1,03/h/passageiro (DAEE 1999)
Considerar-se-á a média de 1,5 passageiro por veículo particular e 50 passageiros por
Me = valor de mercado das edificações por unidade de área. No caso do ribeirão dos
ônibus, assim como um período médio de tempo perdido de 2,5h para o evento de ocorrência
Meninos Me =US$ 310,00/m2 no trecho da av. Faria Lima e Me =US$ 154,996/m2 no
bianual e de 3,5 para o evento de TR=10anos (DAEE,1999).
trecho a montante da galeria;
Deve-se dispor das quantidades e tipos de veículos afetados em cada inundação, bem
h = profundidade média da inundação; como o tempo de congestionamento para a determinação dos valores totais dos prejuízos.
Para imóveis residenciais: as perdas relativas aos imóveis dizem respeito aos possíveis
danos materiais que devem ser avaliados como custo de reposição ou assimilados a uma perda
16-346 16-347
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 16 Análise de beneficio custo Capítulo 16 Análise de beneficio custo
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
de receita de locação devido ao risco de inundação. Em alguns estudos foi adotada uma perda Para os caminhões teremos:
de aluguel entre US$ 10,00/ mês e US$ 80,00/ mês, por residência com risco de inundação, de 840 caminhões x US$ 1,03/h/passag x 2,5h/passag x 1,5passag/caminhão=US$3245
acordo com o tipo de construção. Em resumo os custos dos veículos, ônibus e caminhões será a soma de
Exemplo 16.3 US$ 134.432,00 + US$ 883.225 +US$ US$ 3.245 = US$ 1.020.901
Portanto na Tabela (16.4) o valor na primeira linha relativa ao tráfego é de
Como exemplo vamos citar o ribeirão dos Meninos. Em relação ao número total de US$1020.901
veículos para a área afetada, serão adotados os seguintes valores, segundo dados da prefeitura
municipal de São Bernardo do Campo (valores médios) : Os custos dos prejuízos devidos a inundações devem ser somados aos custos de perda
. Veículos particulares 8.260 de tempo das pessoas chamados de perdas no tráfego.
. Ônibus 4.900 A soma deverá ser multiplicada pela freqüência de inundação. Assim na primeira linha
. caminhões 840 da Tabela (16.4) há inundação a cada dez anos e nas terceiras e quarta linhas há inundação
Solução duas vezes por ano.
Para se obter a primeira linha da Tabela (16.4). Fazendo-se as obras teremos anualmente os benefícios de US$ 8.861.056.
Trata-se de trecho a montante da galeria com área de 427.280m2, mas a taxa média de
ocupação adotada U é de 15% ou seja 0,15 então teremos:
427.280m2 * 0,15 = 64.092m2 que é a área que realmente será inundada 16.10 Análise beneficio custo
Para esta área que será inundada e sendo a montante da galeria o preço da construção é
de US$ 154,96/m2 . Conforme Canholi,1995 é recomendado em projetos urbanos de macro-drenagem a
Considerando o coeficiente Kd=0,15 e considerando que a altura média de inundação análise de benefício - custo devido a necessidade de se definir em bases racionais os riscos do
é de 0,40m. projetos; comparar as soluções alternativas; quantificar economicamente os custos e
Considerando ainda que se multiplicarmos o valor por 1,20 já teremos embutido o benefícios esperados e fornecer subsídios aos órgãos de decisão e definição das prioridades.
custo indireto temos: Os benefícios podem ser primários e secundários.
64.092m2 x US$ 154,96/m2 x 0,40 x 0,15 x 1,20 = US$ 715.076 Os benefícios primários são definidos como os valores dos produtos e serviços que
afetam diretamente o projeto, enquanto que os benefícios secundários são definidos como os
Tabela 16.4 - Estimativa dos benefícios anuais (danos evitados) benefícios macroeconômicos regionais de empregos e despesas que podem ser atribuídos ao
Soma dos projeto.
Área Custo
Altura média Tráfego custos das
Ocupação direto+custo Benefício Anual Os efeitos podem ser tangíveis e intangíveis.
de Inundação inundações Freqüência.
Trecho A indireto
h mais Inund. Os efeitos intangíveis são aqueles que não são suscetíveis de uma avaliação monetária,
U Cd x 1,20
(m2) (US$) tráfego
(m2 ) (US$) (US$) tais como a inundação de uma igreja ou um monumento histórico. Vários projetos nos Estados
(US$)
Montante da galeria 427.280 0,4 0,15 715.076 1.020901 1.735.976 0,1 173.598 Unidos foram inviabilizados por não terem prestado atenção aos efeitos intangíveis.
Av. Faria Lima 980.926 0,4 0,40 8.755.373 1.026.317 9.781.690 0,1 978.169 A análise de benefício-custo faz parte do denominado “Sub-comittee on evaluation
Montante da galeria 153.185 0,2 0,15 128.182 733.084 861.266 2 1.722.531
standards, inter agency committee on water resources, proposed practices for economic
Av. Faria Lima 424.341 0,2 0,40 1.893.753 733.084 2.626.837 2 5.253.674
Montante da galeria - 733.084 733.084 1 733.084
analysis of rivers basin projects, Washington, DC, may 1958 - Green Book” elaborado pela
Total 8.861.056 Harvard e muito usado nos Estados Unidos e sendo bastante divulgado no Brasil pelo
Fonte: DAEE, 1999 (1US$=R$ 1,936 outubro de 1999) professor dr. José Meiches da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1966.
Os grandes problemas que houveram com análise de beneficio-custo (Holmes, 1972 in
Vamos calcular os prejuízos causados no tráfego pelas inundações. Moreau, 1996 in Mays,1996) foram:
Consideramos que para cada inundação sejam prejudicados 8.260 veículos particulares - Estimativa exagerada dos benefícios e estimativa muito baixa de custos dos
e sendo a média de 1,5 passageiros/veículos e considerando e de 3,5h de tempo perdido para planejadores;
período de retorno de 10anos e sendo o custo por passageiro de US$ 3,10 teremos: - O uso exagerado dos benefícios secundários para justificar os projetos,
- Tratamento inadequado dos benefícios e custos intangíveis;
8.260 veículos/inundação x 1,5passag./veículo x 3,5h/passag.x US$3,1/h= US$ 134.432,00 - Falhas na avaliações das alternativas, especialmente das alternativas não estruturais
para controle de inundação.
Para os ônibus teremos: O conceito de análise de beneficio-custo é usado nos Estados Unidos desde 1920,
4.900 ônibus x 50 passag./ônibus x 3,5h/passag. x US$1,03h/passag= US$ 883.225 sendo elaborados 308 projetos de 1920 a 1930.
16-348 16-349
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 16 Análise de beneficio custo Capítulo 16 Análise de beneficio custo
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
A definição exata de beneficio e custo só foi feita em 1936, conforme o Flood Control Portanto, com base na Tabela (16.4), tem-se a relação benefício/custo de 2,73 para
Act. TR=25anos.
Em 1950 foi criado por um comitê o famoso Green Book com Proposed Practices for
Economic Analysis of River Basin Projects. Em 1958 o Green Book foi revisado.
Em 1977 o presidente Carter nos Estados Unidos irritou o
Congresso dos Estados Unidos, exigindo estudos de análise de beneficio-custo em 60 projetos
autorizados pelo Congresso.
Os estudos de análise de beneficio/custo foram feitos pelo USACE (US Army Corps of
Engineers) e USGS (US Geological Survey) que recusaram 19 projetos e 14 projetos
questionáveis foram colocados de lado (Professor David H. Moreau capítulo 4 in Water
Resources Handbook, Larry W. Mays, 1996).
Quando Ronald Reagan assumiu a presidência nos Estados Unidos abandonou a
recusa dos projetos baseados somente nos princípios de benefício-custo. Estabeleceu que ”os
objetivos nacionais do desenvolvimento econômico consiste em proteger o meio ambiente da
nação”.
Até hoje a análise de beneficio-custo é usada com bastante critério, para que não se
cometam as falhas de uma superestimaçao dos benefícios e subestimação dos custos.
Existem três maneiras práticas de se tratar com análise de beneficio-custo. A primeira
é maximizar as diferenças de custos, a segunda é maximizar a relação beneficio/custo e a
terceira é minimizar a relação custos/benefícios, usada pelo DAEE de São Paulo.
Máximo relação (benefícios / custos)
Máxima diferença (benefícios - custos)
Mínima relação (custos / benefícios)
Exemplo 16.4- ribeirão dos Meninos
Sendo o custo da obra de US$ 24.982.585 e considerando juros de 12% ao ano e
período de 20 anos, o fator anual de recuperação do capital será (Mays e Tung, 1992 p.25).
i . (1 + i ) n
fator = ---------------------
(1+i )n - 1
sendo:
n=20anos
juros anual = i = 0,12 (12% ao ano)
fator = 0,13
e sendo o custo das obras de US$ 24.982.585 para TR=25anos, o valor da amortização anual
será : US$ 24.982.585x 0,13 = US$ 3.247.736/ano
Considerando que os benefícios são US$ 8.861.597 e a relação beneficio / custo será
igual a : B / C = US$ 8.861.597 / US$ 3.247.736 = 2,73
onde:
B = benefício anual da alternativa (US$)
C = custo anual do Investimento (US$)
16-350 16-351
Cálculos hidrológicos e h idraulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e h idraulicos para obras municipais
Capítulo 17 Manutenção e Operação Capítulo 17 Manutenção e Operação
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Capítulo 17 Ordem Assunto Página
Manutenção e operação
17.1 Gerenciamento de sistema de drenagem
17.2 Gerência de Drenagem
Sfumato (literalmente “esfumado”) - disposição para aceitar a 17.3 Manutenção e Operação
ambigüidade, o paradoxo e a incerteza.
Leonardo Da Vinci
17-351 17-352
Cálculos hidrológicos e h idraulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e h idraulicos para obras municipais
Capítulo 17 Manutenção e Operação Capítulo 17 Manutenção e Operação
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
17.2 Gerência de Drenagem a) se o período de detenção for longo e especialmente se for liberado o acesso de
crianças às vizinhanças do reservatório, é conveniente a instalação de cercas;
O trabalho apresentado de Gerenciamento de Sistemas de Drenagem Urbana no XIII b) Se o reservatório for escavado em cota bastante inferior, deve haver previsão de
Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos realizado em Belo Horizonte, pelos engenheiros guard-rails;
João Sérgio Cordeiro e Paulo Vaz Filho, salientaram que o bom funcionamento de um c) Devem ser previstos acessos permanentes ao fundo do reservatório e
sistema de drenagem depende do perfeito relacionamento com uma série de sub-sistemas, especialmente às estruturas de entrada e saída;
além de depender de bom conhecimento de hidráulica e hidrologia. d) Os requisitos estéticos ou paisagísticos são de grande importância e devem ser
O perfeito entendimento entre hidráulica, hidrologia, segurança, manutenção, limpeza estabelecidos e cumpridos com rigor;
publica, saúde etc são os fatores fundamentais para se ter a solução do problema. e) Bacias de detenção com espelho d’água permanente, devem prever dispositivos
Cordeiro e Vaz Filho, 1999 fizeram as seguintes inter-relações para a gerência de para drenagem completa para remoção dos sedimentos;
drenagem: f) Caso se queira áreas planas para recreação devem ser previstos sistemas de
drenagem sub-superficial;
- Hidrologia g) Reservatórios subterrâneos ou túneis-reservatórios devem prever acessos para
- Saúde limpeza mecanizada;
- Hidráulica h) As bacias de detenção devem prever um adequado volume de espera para
- Limpeza pública sedimentos de forma a reduzir a periodicidade de limpeza;
- Redes de água e esgoto sanitário i) Os reservatórios com água permanente devem prever lâminas que não favoreçam a
- Recurso político proliferação de plantas aquáticas;
- Pavimentação
17-353 17-354
Cálculos hidrológicos e h idraulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 17 Manutenção e Operação Capítulo 18- Medidas não estruturais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
j) O projeto das grades e cercas próximas das estruturas de saída pode em sentido
contrario, prejudicar a sua operação hidráulica pelo tamponamento ou obstrução
das mesmas por detritos. O projeto deve avaliar convenientemente estes aspectos e
eventualmente optar por outras soluções mais criativas, como a inserção de taludes
íngremes e áreas isoladas por vegetação que cumpram as funções de isolamento
sem os problemas descritos;
k) As estruturas de controle de preferência, não devem possuir dispositivos móveis ou
controlados. Comportas, operadas eletricamente ou manualmente devem ser
evitadas.
Não existem normas nas prefeituras e nos estados brasileiros a respeito de manutenção
de reservatórios de detenção. Vamos mostrar algumas normas usadas no Estado de New
Jersey nos Estados Unidos.
O reservatório de detenção e os componentes do mesmo, deverá ser inspecionado no
mínimo uma vez cada seis meses.
A remoção de lixo e outros depósitos nas bacias de detenção, deverão ser removidos
no mínimo a cada seis meses.
No mínimo a cada ano deverá ser feito o corte de grama e replantio para o
embelezamento da paisagem.
Um dos grandes problemas que estamos vivendo atualmente a respeito dos piscinões é
sobre a gestão dos mesmos. Quem é responsável pela manutenção e operação? Quem paga as
despesas pesadas para a retirada dos sedimentos depositados, a segurança e a energia elétrica Capítulo 18
usado quando necessário o bombeamento?
Medidas não estruturais
“Não existe o conhecimento absoluto, sem erro, absolutamente certo. Tudo o
que existe é provisório. A posse do conhecimento é a procura da verdade”
Karl Popper, filósofo austríaco
17-355 18-356
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 18- Medidas não estruturais Capítulo 18- Medidas não estruturais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
18.1 Introdução
O município de São Paulo está coberto pelo Sistema de alerta a inundações de São
Paulo ( SAISP), operado pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH).
O SAISP monitora a precipitação e os níveis de rios na Bacia do Alto Tietê, para gerar
previsões de chuva e de inundações. O monitoramento é feito pelo Radar meteorológico de
São Paulo e por uma rede telemétrica.
O SAISP emite boletins de previsão a cada cinco minutos e envia as informações para
diversas entidades que atuam na área de controle de cheias.
A central de operação do SAISP está instalada na cidade universitária, junto ao Centro
Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos (CTH) do DAEE. Todas as informações do
SAISP são enviadas para os usuários via internet, pelo endereço: www.cth.usp.br
18-357 18-358
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 18- Medidas não estruturais Capítulo 18- Medidas não estruturais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
de veículo de transporte para toneladas de objetos lançados pelos habitantes, tais como
18.5 Plano de contingência carcaças metálicas, pneus, vasilhames plásticos e outros produtos não degradáveis.
Se, além disso, considerarmos os efeitos da poluição difusa na bacia, podemos
A grande cheia em São Paulo de 1991 resultou na criação de um Grupo Executivo concluir sem mais que não basta ter áreas ou dispor de aterros sanitários ou incineradores se
composto pelo governo do estado e pelo município de São Paulo, visando estabelecer um não houver conscientização da população e estímulos para diminuir drasticamente a utilização
plano de ações mitigadoras de caráter reativo, emergenciais e de curto prazo. dos cursos d’água como receptores e transportadores de lixo.
Foram propostos os seguintes planos emergênciais decorrentes do plano de contingências: Algumas medidas locais compromissadas com a comunidade, desde que
Programa alternativo de transporte, circulação e acessos; implementadas continuamente ao longo de anos, poderão contribuir para a melhoria dessa
Programa de salvamento e de assistência à população atingida por inundações ou situação.
escorregamentos; A coleta seletiva de lixo e a comercialização de resíduos recicláveis (vidros, plásticos
Programa de desinterdição e limpeza de áreas afetadas; e latas) tem surtido efeito, na microescala, em diversas localidades, podendo esta experiência
Programa de controle sanitário e epidemiológico nas áreas afetadas; ser extrapolada para qualquer bacia.
Programa de comunicação preventiva e de orientação.
18.8 Coleta e tratamento de efluentes domésticos e industriais
18.6 Intensificação de medidas de controle na bacia - impermeabilização de grandes O ideal de cada bacia é que existisse uma rede coletora de esgotos sanitários e
áreas coletores tronco ao longo dos cursos d’água a fim que o lançamento dos mesmos não fosse
aos córregos e rios e sim para uma estação de tratamento.
É notória a necessidade de se propor medidas que possibilitem controlar o processo de
urbanização que vem se observando na bacia. 18.9 Controle do reuso da água
Um dos primeiros pontos que requer atenção é a necessidade de integrar os
instrumentos de licenciamento e outorga já existentes. Na região metropolitana de São Paulo é comum uma grande concentração de
É comum observar que muitas ações de significativo impacto à permeabilidade do solo indústrias que captam águas superficiais e subterrâneas.
se realizam sem o devido conhecimento dos empreendedores quanto aos efeitos e quanto aos Sucedem-se às captações, os lançamentos de efluentes em série, constituindo-se, ao
procedimentos necessários para implantar seus empreendimentos. longo dos rios, uma sucessão de captações e lançamentos por usuários de jusante. Trata-se,
É necessário, portanto, que anteriormente ao projeto de qualquer obra que interfira na portanto, de bacias onde a vazão de base é o produto de águas residuárias.
permeabilidade da bacia, o empreendedor consulte obrigatoriamente as instâncias de É importante que esta forma de reuso seja devidamente controlada no sentido de se
planejamento urbano (prefeituras municipais, por exemplo) seguindo-se o departamento de evitar que os rios e córregos venham a se tornar rios urbanos intermitentes, por conta da super
Águas e Energia Elétrica e os órgãos que compõem a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. exploração hídrica e da degradação da qualidade.
Os procedimentos de licenciamento ambiental, de uso do solo e de outorga na bacia
ainda são realizados de maneira independente e não integrada. Isto desistimula os
empreendedores a cumprir esse conjunto de exigências em função da demora ao atendimento
e pouca praticidade na proposição de recomendações.
Seria conveniente que o licenciamento de empreendimentos capazes de impactar o
regime de cheias ficasse à cargo de um colegiado composto pelos órgãos do poder concedente
e por representantes do sub comitê.
Estima-se que cada habitante da RMSP produza, em média, 1kg de resíduos sólidos
por dia, que resulta num total de 16.000ton/dia de lixo que necessitam de um processamento
adequado.
Sabe-se que, em função das limitações dos serviços públicos e da carência dos
mesmos na periferia, uma parte dos resíduos sólidos, de quantificação ignorada, acaba por
atingir a área de drenagem, fluindo até os rios da bacia.
Consequentemente, além dos efeitos deletérios da contaminação das águas fluviais por
esgotos domésticos e industriais, os cursos d’água da bacia do rio Tamanduateí, córrego
Pirajussara, córrego Aricanduva, rio Cabuçu de Cima, rio Baquirivu-Guaçu e outros servem
18-359 18-360
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
19-361 19-362
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Vamos apresentar a fórmula de Manning para seção qualquer nas unidades Sistema
Internacional (S.I): Exemplo 19.1: galeria de 1,5m de diâmetro
Calcular a vazão pela fórmula de Manning sendo dados o diâmetro D=1,50m
Q=( n-1) . A . R2/3 . S1/2 declividade S=0,007m/m (0,7%) e rugosidade de Manning n=0,014.
Entrando na Equação acima temos:
Q= vazão (m3/s);
A= área molhada da seção (m2) Q= (0,312) . ( n-1 ) . D8/3 . S1/2 = (0,312) . ( 0,014-1 ) . 1,508/3 . 0,0071/2
R= raio hidráulico (m);
S= declividade (m/m). Q= 5,5 m3/s
Portanto uma galeria com 1,5m de diâmetro com declividade de 0,007m/m pode
Para galeria circular seção plena: conduzir a vazão de 5,5 m3/s. Vejamos agora a velocidade:
Usando a equação da continuidade:
Q= (0,312) . ( n-1 ) . D8/3 . S1/2
4.Q
sendo: V =-------------- (Equação 19.1)
Q= vazão (m3/s);
. D2
n=coeficiente de rugosidade de Manning;
D= diâmetro da tubulação (m);
4.Q 4 . (5.5)
S=declividade (m/m).
V=--------------- = -------------------- = 3,11 m/s < 5 m/s
2
.D 3,14 . (1.52)
19-363 19-364
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Portanto, a velocidade é 3,11 m/s que é menor que o máximo admitido de 5 m/s e é Tabela 19.3- Diâmetros da tubulação de concreto em função da declividade e da vazão
maior que o mínimo de 0,60 m/s. considerando a rugosidade de Manning n=0,013
Tirando-se o valor de D da fórmula de Manning para tubos circulares para seção plena Diâmetro
temos: (m)
Vazões
3/8 0,5% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
D = (Q . n )/ ( 0,312 . S1/2) (Equação 19.2)
3
(m /s) 0,005 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
Exemplo (19.2) calcular o diâmetro. 1,5 0,95 0,84 0,74 0,68 0,65 0,62 0,60 0,58 0,57 0,56 0,54
Calcular o diâmetro para uma tubulação de concreto com n=0,014 vazão de 2 m3/s e
declividade de 0,007m/m. Conforme Equação (19.2) temos: 2,0 1,06 0,93 0,82 0,76 0,72 0,69 0,67 0,65 0,63 0,62 0,61
2,5 1,16 1,02 0,89 0,83 0,78 0,75 0,73 0,71 0,69 0,67 0,66
D = (Q . n )/ ( 0,312 . S1/2) 3/8 = (2 .0,014 )/ ( 0,312 . 0,0071/2) 3/8
D= 1,03 m 3,0 1,24 1,09 0,95 0,88 0,84 0,80 0,78 0,75 0,74 0,72 0,71
Como o diâmetro de 1,30m não é comercial, temos que usar D=1,0m
3,5 1,31 1,15 1,01 0,94 0,89 0,85 0,82 0,80 0,78 0,76 0,75
Calculemos então a velocidade pela equação da continuidade.
4.Q 4.2 4,0 1,38 1,21 1,06 0,99 0,93 0,90 0,87 0,84 0,82 0,80 0,79
V=--------------- = -------------------- = 2,55m/s < 5 m/s
4,5 1,44 1,27 1,11 1,03 0,98 0,94 0,90 0,88 0,86 0,84 0,82
. D2 3,14 . 1.02
5,0 1,50 1,32 1,16 1,07 1,02 0,97 0,94 0,91 0,89 0,87 0,86
A velocidade de 2,55m/s é maior que o mínimo de 0,60 m/s e menor que o máximo de
5 m/s. Aqui é importante salientar que há um pequeno erro, pois o tubo não está trabalhando 5,5 1,55 1,36 1,20 1,11 1,05 1,01 0,98 0,95 0,92 0,90 0,89
realmente a seção plena com o diâmetro de 1,0m.
Para calcular corretamente teríamos que usar a fórmula de Manning citada logo no 6,0 1,61 1,41 1,24 1,15 1,09 1,04 1,01 0,98 0,95 0,93 0,92
início para um tubo ou canal de seção qualquer. Calculando mais precisamente o tubo
6,5 1,65 1,45 1,28 1,18 1,12 1,07 1,04 1,01 0,98 0,96 0,94
achamos y/d=0,33 com altura da lâmina dágua igual a 0,5 m e velocidade real de 0,73 m/s.
O erro porem cometido é pequeno, segundo Ven Te Chow (1988) podendo ser 7,0 1,70 1,49 1,31 1,22 1,15 1,10 1,07 1,04 1,01 0,99 0,97
desprezado. Caso queira deverá ser feito o cálculo mais correto usando a fórmula de Manning
para qualquer seção. 7,5 1,75 1,53 1,35 1,25 1,18 1,13 1,10 1,06 1,04 1,02 1,00
A Tabela (19.3) apresenta os diâmetros de tubulações de concreto em função da
declividade e da vazão. Foi considerando a rugosidade de Manning n=0,013. Sempre deverá 8,0 1,79 1,57 1,38 1,28 1,21 1,16 1,12 1,09 1,06 1,04 1,02
ser verificada a velocidade que deverá ser menor ou igual a 5m/s. Em casos especiais poderá
chegar até 6m/s. Lembremos também dos tubos comerciais existentes que são praticamente 8,5 1,83 1,61 1,41 1,31 1,24 1,19 1,15 1,12 1,09 1,06 1,04
padronizados.
9,0 1,87 1,64 1,44 1,34 1,27 1,21 1,17 1,14 1,11 1,09 1,07
9,5 1,91 1,68 1,47 1,36 1,29 1,24 1,20 1,16 1,13 1,11 1,09
10,0 1,94 1,71 1,50 1,39 1,32 1,26 1,22 1,19 1,16 1,13 1,11
10,5 1,98 1,74 1,53 1,42 1,34 1,29 1,24 1,21 1,18 1,15 1,13
11,0 2,02 1,77 1,55 1,44 1,36 1,31 1,26 1,23 1,20 1,17 1,15
11,5 2,05 1,80 1,58 1,46 1,39 1,33 1,29 1,25 1,22 1,19 1,17
19-365 19-366
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
12,0 2,08 1,83 1,61 1,49 1,41 1,35 1,31 1,27 1,24 1,21 1,19
12,5 2,11 1,86 1,63 1,51 1,43 1,37 1,33 1,29 1,26 1,23 1,21 19.3 Dimensionamento de galeria circular parcialmente cheia,
13,0 2,15 1,88 1,65 1,53 1,45 1,39 1,35 1,31 1,28 1,25 1,22 A tubulação transversal de uma galeria pode funcionar a seção plena ou a seção
variável, onde o valor da lâmina dágua y é menor que o diâmetro.
13,5 2,18 1,91 1,68 1,56 1,47 1,41 1,37 1,33 1,29 1,27 1,24
Para tubos circulares a relação da lâmina d água com o diâmetro y/D =0,85 fornece a
14,0 2,21 1,94 1,70 1,58 1,49 1,43 1,38 1,35 1,31 1,28 1,26 mesma vazão que a seção plena. A vazão máxima de um tubo circular ocorre
aproximadamente a y/D=0,93.
14,5 2,24 1,96 1,72 1,60 1,51 1,45 1,40 1,36 1,33 1,30 1,27
15,0 2,26 1,99 1,75 1,62 1,53 1,47 1,42 1,38 1,35 1,32 1,29 Uma maneira prática de se calcular os parâmetros hidráulicos é usar as Tabelas
(19.4), (19.5), (19.6) e (19.7) elaboradas pelos professores Ariovaldo Nuvolari e Acácio Eiji
15,5 2,29 2,01 1,77 1,64 1,55 1,49 1,44 1,40 1,36 1,33 1,31
Ito da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP) e citado no livro Neto, Araújo, Ito,
16,0 2,32 2,04 1,79 1,66 1,57 1,51 1,46 1,41 1,38 1,35 1,32 1998.
Na prática existem dois tipos básicos de problema.
16,5 2,35 2,06 1,81 1,68 1,59 1,52 1,47 1,43 1,40 1,36 1,34
Dados Q, n, S , D achar y= ?
17,0 2,37 2,08 1,83 1,70 1,61 1,54 1,49 1,45 1,41 1,38 1,35
Dados y , n , S , D achar Q= ?
17,5 2,40 2,11 1,85 1,71 1,62 1,56 1,51 1,46 1,43 1,40 1,37 Onde:
18,0 2,42 2,13 1,87 1,73 1,64 1,57 1,52 1,48 1,44 1,41 1,38 Q= vazão no coletor em m3/s;
Nota: 1) deverá ser verificado a velocidade que deverá menor ou igual a 5m/s. n= coeficiente de rugosidade de Manning ;
2) Deverá ser escolhido o diâmetro comercial existente.
S= declividade do coletor em m/m;
19.2 Fórmula de Manning para seção circular plena Y= lâmina dágua em m;
Para seção circular plena R=D/4, nas unidades Sistema Internacional (SI) temos: D= diâmetro da tubulação em m.
Exemplo 19.8- primeiro problema: Dados Q, n, S , D achar y= ?
V= (1/n) x 0,397x (D 2/3) (S ½) (Equação 19.3)
Dados:
Q= (1/n) x 0,312 x (D 8/3) (S ½) (Equação 19.4) Vazão na galeria de águas pluviais = 600 L/s = 0,60m3/s;
Tubos de concreto armado com D=1,00m n=0,015;
Sendo:
V= velocidade (m/s); Declividade S=0,003m/m.
R= raio hidráulico (m); Comecemos calculando o parâmetro adimensional da Tabela (19.4).
S= declividade (m/m);
n= coeficiente de rugosidade de Manning; Q . n / (D 8/3 . S ½ )= (0,6 . 0,015) / 1 8/3 . 0,003 ½ =0,164317
D= diâmetro do tubo (m);
Q= vazão (m3/s).
Consultando a Tabela (19.4) entrando com o número 0,164317 achamos y/D = 0,52.
Exemplo 19.3-dado a declividade S=0,007 m/m n=0,025 D=1,5m. Achar a velocidade Como o valor de D=1,00m teremos:
média. y= D x 0,52 = 1,0 x 0,52 = 0,52m (altura da lâmina dágua)
Usando a Equação (19.3) temos:
A velocidade média V.
2/3 ½ 2/3 ½
V= (1/n) x 0,397x (D ) (S ) = (1/0,025) x 0,397x (1,5 ) (0,007 ) =1,74 m/s Da Tabela (19.6) usando y/D = 0,52 achamos o número 0,4034.
19-367 19-368
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
2/3
V. n /D . S ½ =0,4034 R = (V. n / (S 1/2) )3/2 = ((1,76 . 0,015)/(0,002 ½ )) 3/2 = 0,45 m
onde
2/3
V= (0,4034*D . S ½)/n = (0,4034 . (1^2/3) .(0,003^1/2))/0,015 = 1,47 m/s.
Pela fórmula de Manning,
V= ( /n) R 2/3 S ½ Tabela 19.4-Condutos circulares
isolando o valor do raio hidráulico y/D Q . n / (D 8/3. S ½) y/D Q . n / (D 8/3. S ½)
0,01 0,0001 0,51 0,1611
0,02 0,0002 0,52 0,1665
R = (V. n / (S 1/2) )3/2 = ((1,47 . 0,015)/(0,003 ½ )) 3/2 = 0,26m 0,03 0,0005 0,53 0,1718
0,04 0,0009 0,54 0,1772
0,05 0,0015 0,55 0,1825
Exemplo 19.4- segundo problema: Dados y , n , S , D achar Q= ? 0,06 0,0022 0,56 0,1879
0,07 0,0031 0,57 0,1933
Dados: 0,08 0,0041 0,58 0,1987
Vazão no coletor predial = ? m3/s; 0,09 0,0052 0,59 0,2040
0,10 0,0065 0,60 0,2094
n=0,015; 0,11 0,0079 0,61 0,2147
0,12 0,0095 0,62 0,2200
D=1,5m. 0,13 0,0113 0,63 0,2253
S=0,002 m/m 0,14 0,0131 0,64 0,2305
0,15 0,0151 0,65 0,2357
y=1,2m (altura da lâmina dágua) 0,16 0,0173 0,66 0,2409
0,17 0,0196 0,67 0,2460
0,18 0,0220 0,68 0,2510
Solução: 0,19 0,0246 0,69 0,2560
0,20 0,0273 0,70 0,2609
Como temos a altura da lâmina dágua y=1,2m então temos a relação y/D 0,21 0,0301 0,71 0,2658
y/D = 1,2/1,5 = 0,80m 0,22 0,0331 0,72 0,2705
0,23 0,0362 0,73 0,2752
Entrando na Tabela (19.4) com y/d=0,80 obtemos 0,3046 0,24 0,0394 0,75 0,2797
0,25 0,0427 0,75 0,2842
0,26 0,0461 0,76 0,2885
Q . n / (D 8/3 . S ½ )= Q . 0,015 / 1,5 8/3 . 0,002 ½ = 0,3046 0,27 0,0497 0,77 0,2928
0,28 0,0534 0,78 0,2969
0,29 0,0571 0,79 0,3008
Q= (0,3046/0,015) . 1,5 8/3 . 0,002 ½ =2,68m 3/s 0,30 0,0610 0,80 0,3046
Fonte: Netto, Fernandez, Araujo e Ito, 1998
Portanto, a vazão é 2,68m 3/s.
Procuremos o valor da velocidade média.
Da Tabela (19.6) achamos o número 0,4390 relativo a y/D= 0,80
2/3
V. n /D . S ½ =0,4523
donde
2/3
V= (0,4523 .D . S ½)/n = (0,4523 . (1,5^2/3) .(0,002^1/2))/0,015 = 1,76 m/s.
Pela fórmula de Manning, tiremos o valor do raio hidráulico.
V= ( /n) R 2/3 S ½
19-369 19-370
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
19-371 19-372
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
19-373 19-374
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
19-375 19-376
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Poços de visita
O poço de visita tem a função primordial de permitir o acesso às canalizações para
efeito de limpeza e inspeção, de modo que se possam mantê-las em bom estado de
funcionamento.
Deverão atender as mudanças de direção, de diâmetro e de declividade, a coleta das
águas das bocas de lobo, ao entroncamento das diversas galerias (máximo de 4 , sendo 3
entradas e uma saída) Quando a diferença de nível entre o tubo afluente e efluente for superior
a 0,70m, o poço de visita será denominado de quebra. O espaçamento máximo recomendado
para os poços de visita é apresentado na Tabela (19.8).
19-377 19-378
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
onde
19-379 19-380
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Para a primeira hipótese, admite-se a declividade da rua (seção transversal) de 3% e 19.7 Bocas de Lobo
altura da sarjeta h1= 0,15 m.
Para a segunda hipótese admite-se declividade de 3% e h2=0,10m. As bocas de lobo podem ser classificadas em três grupos principais: bocas ou ralos de
guia, ralos de sarjetas(grelhas) e ralos combinados. Cada tipo inclui variações quanto a
O dimensionamento hidráulico é feito pela fórmula de Manning: depressões (rebaixamento) em relação ao nível da superfície normal de perímetro e ao seu
número.
Q=( n-1) . A . R2/3 . S1/2
19-381 19-382
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Quando a altura da lâmina da água é menor que a abertura da guia. As grelhas funcionam como um vertedor de soleira livre, para profundidade de lâmina
Quando a água se acumula sobre a boca de lobo, gera uma lâmina de água com altura até 12cm.
menor do que a abertura da guia. Esse tipo de boca de lobo pode ser considerado um vertedor A vazão é calculada pela Equação (19.9):
e a capacidade de engolimento será:
Q = 2,91 . A. y1/2 (Equação 19.9)
3/2
Q = 1,7 . L . y (Equação 19.7) onde:
sendo: Q= vazão em m3/s;
Q= vazão de engolimento (m3/s); A= área da grade excluídas as áreas ocupadas pelas barras em m2;
L=comprimento da soleira (m); y= altura de água na sarjeta sobre a grelha.
y=altura de água próximo a abertura da guia (m).
tiramos o valor de L e teremos: Calcular as tubulações de concreto para captação de águas de chuvas do trecho do
coletor EB que drena a sub-bacia III com um período de retorno de 5 anos. A sub-bacia tem
L=( Q/1,7 ) / y3/2 uma área de 1,6 ha, o coeficiente de escoamento C=0,60 e o tempo de escoamento superficial
inicial é ts=10 minutos.
L=(0,094/1,7)/(0,10)3/2
L=1,75 m
Portanto, haverá necessidade de um comprimento de 1,75 m de soleira. Pode-se adotar duas
bocas de lobo com L=1,0m cada e guia com h=0,15m e depressão de 5 cm.
Quando a largura de água sobre o local for maior do que o dobro da abertura da guia.
onde:
Q= vazão de engolimento da boca de lobo (m3/s);
L=comprimento da abertura (m);
h= altura da guia (m);
yt= carga da abertura da guia (m)
h= altura da guia (m).
19-383 19-384
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Sendo:
I= intensidade média da chuva em L /s. ha;
Tr = período de retorno em anos;
IV V
III t=duração da chuva em minutos.
B
I= 370,31 L/s.ha
sendo:
Q=0,3555 m3/s;
n=0,015;
D
S=0,0064.
3/8
D = (0,3555. 0,015 )/ ( 0,312 . 0,00641/2)
D=0,56 m
1 Q= Área . Velocidade
Figura 19.16- Esquema de galerias de águas pluviais V=Q/Área= 0,3555/( . 0,602/4)= 1,26 m/s
O valor de velocidade é tolerável pois é maior que 0,60 m/s e menor que 5 m/s.
19-385 19-386
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
É importante notar que há um erro quando foi determinada a velocidade, pois, suposto Temos dois tempos de escoamento superficiais tI= 5 minutos e tII=7 minutos e será
a seção plena, o que não é. Pode-se fazer cálculo mais apurado para se determinar o valor da usado o maior, isto é, 7 minutos que é o maior dos dois. Fazemos então que tempo de
velocidade. escoamento superficial é no caso o tempo de concentração para início do tramo AB.
Portanto, tc=7 minutos para o escoamento das bacias I e II.
A área total drenada é de 0,80 ha + 1,20 ha = 2,00 ha.
Cálculo das galerias de águas pluviais AB, BC, CD.
Façamos de conta que são conhecidos a área em ha, os coeficientes de escoamento Consideremos a fórmula da intensidade de chuva devido a Paulo Sampaio Wilken,
superficial C e o tempo de escoamento superficial de cada sub-bacia,conforme quadro com Tr= 5 anos e t=tc=10 minutos. Vamos supor também que n=0,015 e que a declividade da
abaixo: tubulação EB é 0,0064 m/m.
19-387 19-388
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
A velocidade das águas pluviais na rede AB é feita usando a equação da continuidade I= 314,83 L/s.ha
com o diâmetro D=0,70m. Usando a fórmula racional:
Consideremos a fórmula da intensidade de chuva devido a Paulo Sampaio Wilken, O tramo CD captará toda as sub-bacias. Vamos examinar o maior tempo que teremos
com Tr= 5 anos e t=tc=15 minutos. Vamos supor também que n=0,015 e que a declividade da até o ponto C. Como até B tínhamos o tempo de 15 minutos e o tempo pela galeria é de 1,94
tubulação BC é 0,0064 m/m. minutos, teremos até o ponto C o total de15+1,094=16,094 minutos.
19-389 19-390
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
CD 135 0,0064 10,8 6,12 16,09 304,96 1,8664 1,04 1,10 1,94 1,096
Sendo:
I= intensidade média da chuva em L /s. ha;
Tr = período de retorno em anos;
t=duração da chuva em minutos.
I= 304,96 l/s.ha
Usando a fórmula racional:
sendo:
Q=1,86635 m3/s;
n=0,015;
S=0,0064 m/m
3/8
D = (1,86635. 0,015 )/ ( 0,312 . 0,00641/2)
D=1,04 m
A velocidade das águas pluviais na rede CD é feita usando a equação da continuidade com o
diâmetro D=1,10m.
Q= Área . Velocidade
V=Q/Área= 1,86635/( . 1,102/4)= 1,99 m/s
O valor de velocidade é tolerável, pois é maior que 0,60 m/s e menor que 5 m/s.
19-391 19-392
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 19 Galerias de águas pluviais Capítulo 19 Galerias de águas pluviais
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
19-393 19-394
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 20- Método de Denver Capitulo 20- Método de Denver
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 20
Método de Denver
20-394 20-395
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 20- Método de Denver Capitulo 20- Método de Denver
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Capítulo 20- Método de Denver
Ordem Assunto Página
20.1- Introdução
20.1 Introdução
sendo:
tp= tempo de retardamento do hidrograma unitário medido do centro da chuva unitária até o
pico do hidrograma (horas);
L= comprimento do talvegue da bacia desde as nascentes até a seção de controle (km);
Lcg= comprimento que vai desde o centro de gravidade da bacia até a seção de controle,
acompanhando o talvegue (km);
S= média ponderada das declividades do talvegue (m/m) conforme Equação (20.3).
Ct= coeficiente que está relacionado com a porcentagem de impermeabilização da bacia
conforme Figura (20.2).
Conforme SCS o valor de tp= 0,6 . tc podemos achar o tempo de concentração após
acharmos o valor de tp. Na prática obtém-se pelo método cinemático um valor melhor do
tempo de concentração tc e depois multiplicando-se por 0,6 obtém-se o valor de tp.
20-396 20-397
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 20- Método de Denver Capitulo 20- Método de Denver
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
S= [ (0,5 . 0,007 0,24 + 1,00 . 0,005 0,24 +.1,50. 0,0019 0,24..) / ( 0,50 +1,00 +1,50) ] 4,17
S=0,0533m/m
Figura 20.1- Determinação do fator de Pico P em função da área impermeável em porcentagem tp= 0,637 . Ct [ L. Lcg / S 0,5] 0,48
D tp /3 (Equação 20.4)
Exemplo 20.1- Achar a declividade média ponderada com L1= 0,50km L2= 1km e L3= Vazão de pico do hidrograma unitário por unidade de área da bacia qp (m3/s x km2).
1,5km e S1= 0,007m/m S2= 0,005m/m e S3= 0,0019 m/m.
A vazão de pico é dada pela Equação (20.6).
Usando a Equação (20.3) temos:
20-398 20-399
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 20- Método de Denver Capitulo 20- Método de Denver
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 20.5- Calcular a vazão de pico unitário sendo tp= 0,225h e Cp=0,49
Vazão de pico do hidrograma unitário Figura 20.3- Hidrograma unitário do Método de Denver (Colorado Urban Hydrograph Procedure-
CUHP)
A vazão de pico do hidrograma unitário Qp é obtido usando a Equação (20.8).
Para se montar um hidrograma conforme recomendações do CUHP tempos que
Qp= qp . A (Equação 20.8) calcular W50% e W75%, corresponde respectivamente ao tempo dentro da curva de 50% e
75% da vazão de pico.
Sendo:
Qp= vazão de pico do hidrograma unitário (m3/s); W50% = 2,15/ qp (horas) (Equação 20.9)
qp= vazão de pico do hidrograma unitário por unidade de área da bacia (m3/s x km2) e
A= área da bacia (km2).
W75% = 1,12/ qp (horas) (Equação 20.10)
Exemplo 20.7- Calcular a largura em minutos corresponde a 50% da vazão e 75% da vazão
de pico do hidrograma sendo qp= 6,0 m3/s x km2.
20-400 20-401
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 20- Método de Denver Capitulo 20- Método de Denver
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
m=0,35. W50% a esquerda da vazão de pico e para a direita da vazão de pico teremos anteriormente. As chuvas excedentes em centímetros também deverão ser coerentes, isto é,
n=0,65. W50%. estar de 10 em 10min.
Para W75% teremos: Tabela 20.1- Valores de W50% e W75% para o gráfico
Determinação de W50% e W75% Tempo
m=0,45 . W75% a esquerda da vazão de pico e n= 0,55 . W75% (min)
W50%= (2,15/ qp)*60 73,87
Exemplo 20.8 m=0,35 x W50% 25,85
n=0,65 x W50% 48,01
Para W50% de 22,05min teremos a esquerda m=0,35 x 22,05 = 7,72min e n=0,65x W75%= (1,12/qp)*60 38,48
22,05= 14,33min. m=0,45 x W75% 17,32
n=0,55 * W75% 21,16
Para W75% de 11,26min o valor a esquerda m=0,45x11,26= 5,07min e a direita
n=0,55 x 11,26= 6,19min.
Volume do hidrograma unitário
Exercício 20.9- Calcular a vazão de pico usando o Método de Denver para área de drenagem O volume em m3 do hidrograma unitário para uma chuva excedente de 1cm e’:
de 17,2km2, 9,7km de comprimento do talvegue, 4,85km comprimento até o centro de
gravidade, declividade média de 0,47% (0,0047m/m), área impermeável de 50%, número da V= A (km2) x 1cm
curva CN=85. (Pallos, bacia do córrego Rincão).
Como a área impermeável é de 50% então entrando no gráfico da Figura (20.2) Exemplo 20.10- Calcular o volume do hidrograma unitário com chuva excedente padrão de
obtemos Ct=0,085. 1cm, sendo a área da bacia de 17,2km2.
20-402 20-403
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 20- Método de Denver Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 20.3- Hidrograma da cheia pelo Método de Denver para a bacia com 17,2km2,
chuva de 2h em intervalos de 10min.
Hidrograma 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 soma
tempo unitário 0,19 1,79 1,72 1,01 0,63 0,47 0,41 0,25 0,22 0,22 0,14 0,07 7,12cm
(min) (m3/s ) (m3/s)
0 0,00 0,00 0,00
10 2,79 0,54 0,54
20 5,58 1,07 4,99 6,06
30 8,37 1,61 9,98 4,80 16,39
40 11,16 2,15 14,97 9,59 2,81 29,52
50 13,95 2,68 19,96 14,39 5,62 3,50 46,16
60 20,45 3,93 24,96 19,19 8,43 5,25 3,95 65,70
70 25,84 4,97 36,58 23,98 11,24 6,99 5,27 4,60 93,63
80 29,92 5,76 46,22 35,15 14,05 8,74 6,58 5,74 3,51 125,76
90 26,38 5,07 53,53 44,42 20,59 12,82 9,65 8,42 5,14 4,42 164,06
100 22,83 4,39 47,18 51,45 26,02 16,19 12,19 10,64 6,50 5,59 5,60 185,75
110 19,97 3,84 40,84 45,35 30,14 18,75 14,12 12,32 7,53 6,47 6,48 4,33 190,16
120 17,17 3,30 35,72 39,25 26,56 16,53 12,44 10,86 6,64 5,70 5,71 3,82 1,91 168,44
130 14,74 2,84 30,72 34,33 22,99 14,31 10,77 9,40 5,74 4,93 4,94 3,30 1,65 145,92
140 13,55 2,61 26,37 29,52 20,11 12,51 9,42 8,22 5,02 4,32 4,33 2,89 1,45 126,77
150 12,36 2,38 24,24 25,35 17,29 10,76 8,10 7,07 4,32 3,71 3,72 2,48 1,24 110,67
160 11,17 2,15 22,11 23,30 14,85 9,24 6,96 6,07 3,71 3,19 3,19 2,13 1,07 97,97
170 9,98 1,92 19,98 21,25 13,65 8,49 6,39 5,58 3,41 2,93 2,94 1,96 0,98 89,49
180 8,79 1,69 17,85 19,21 12,45 7,75 5,83 5,09 3,11 2,67 2,68 1,79 0,89 81,02
190 7,60 1,46 15,72 17,16 11,25 7,00 5,27 4,60 2,81 2,41 2,42 1,62 0,81 72,54
200 6,41 1,23 13,59 15,11 10,05 6,26 4,71 4,11 2,51 2,16 2,16 1,44 0,72 64,06 Capítulo 21
210 5,22 1,00 11,46 13,06 8,85 5,51 4,15 3,62 2,21 1,90 1,90 1,27 0,64 55,58 Método do SCS
220 4,03 0,77 9,33 11,02 7,65 4,76 3,59 3,13 1,91 1,64 1,65 1,10 0,55 47,10
230 2,84 0,55 7,20 8,97 6,45 4,02 3,02 2,64 1,61 1,39 1,39 0,93 0,46 38,62
240 1,64 0,32 5,07 6,92 5,25 3,27 2,46 2,15 1,31 1,13 1,13 0,75 0,38 30,15
250 0,45 0,09 2,94 4,87 4,05 2,52 1,90 1,66 1,01 0,87 0,87 0,58 0,29 21,67
260 0,00 0,00 0,81 2,83 2,86 1,78 1,34 1,17 0,71 0,61 0,61 0,41 0,21 13,33
20-404 21-404
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
21.1- Introdução
O método do SCS (Soil Conservation Service) é mais conhecido nos Estados Unidos e
o mais aplicado. É aplicado para áreas que variam de 3km2 a 250km2.
Está baseado no conceito de hidrograma unitário que foi proposto pela primeira vez
em 1932 por Sherman usando 1cm para a chuva excedente para as unidades do Sistema
Internacional (SI). O termo unitário foi usado por Sherman para denominar a unidade do
tempo mas com o tempo foi interpretado como a unidade da chuva excedente de1cm (Ven Te
Chow, Maidment e Mays, 1888, p. 214). Snyder desenvolveu o hidrograma unitário sintético
em 1938.
Conforme Linsley, Kohler e Paulhus, 1982, o hidrograma unitário segundo Sherman é
típico para cada bacia. Um hidrograma unitário de uma bacia não serve para outra. O
SUMÁRIO hidrograma unitário pode ser definido como o hidrograma resultante de um escoamento
superficial de 1cm de uma chuva com uma determinada duração.
Ordem Assunto Na prática para se obter o hidrograma unitário é necessário a análise das precipitações
e vazões daquela bacia em estudo. Como usualmente não temos estes dados, o que fazemos é
21.1 Introdução
usar fórmulas empíricas, quando então teremos o que chamamos de hidrograma sintético.
21.2 Hidrograma unitário
21.3 Hidrograma unitário sintético curvilíneo e triangular No hidrograma sintético, segundo Porto, 1995, é determinado a vazão de pico e a
21.4 Convolução forma do hidrograma baseado em um triângulo tendo as características físicas da bacia.
21.5 Projetos com hidrograma unitário
21.2 Hidrograma unitário
As hipóteses básicas do hidrograma unitário segundo Drenagem Urbana, 1986, p.142
e da MCCuen, 1998 são as seguintes:
21-405 21-406
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Sendo:
ta= tempo de ascensão ou seja o tempo base do hidrograma unitário
D= duração da chuva unitária.
Tempo de concentração tc
É o tempo decorrido deste o término da chuva até o ponto de inflexão no trecho
descendente do hidrograma.
Conforme Ven Te Chow, 1988 p. 229 o Soil Conservation Service (SCS) após estudos
em um quantidade muito grande de pequenas e grandes bacias mostraram que
aproximadamente vale a seguinte relação:
ou seja
21-407 21-408
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
0,70 0,820
0,80 0,930 Tabela 21.2- Hidrograma unitário triangular adimensional conforme Wanielista p.218
0,90 0,990 t/tp Q/Qp
1,00 1,000 0,00 0,00
1,10 0,990 0,10 0,10
1,20 0,930 0,20 0,20
1,30 0,860 0,30 0,30
1,40 0,780 0,40 0,40
1,50 0,680 0,50 0,50
1,60 0,560 0,60 0,60
1,70 0,460 0,70 0,70
1,80 0,390 0,80 0,80
1,90 0,330 0,90 0,90
2,00 0,280 1,00 1,00
2,20 0,207 1,10 0,94
2,40 0,147 1,20 0,88
2,60 0,107 1,30 0,82
2,80 0,077 1,40 0,76
3,00 0,055 1,50 0,70
3,20 0,040 1,60 0,64
3,40 0,029 1,80 0,52
3,60 0,021 2,00 0,40
3,80 0,015 2,20 0,28
4,00 0,011 2,40 0,16
4,50 0,005 2.60 0,04
5,00 0,000 2.80 0,00
Nota: t/tp = 2,67
21-409 21-410
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
21.4 Convolução
Vazão de pico do Hidrograma unitário Qp
Segundo McCuen, 1998 o processo segundo o qual a chuva de projeto é combinada
com a função de transferência para produzir o hidrograma do escoamento superficial é
Qp = 2,08 . A/ ta
chamado de convolução. Conceitualmente convolução é o processo de multiplicação,
translação do tempo e adição.
Qp= 2,08 . 3,42 km2 / 1,311h = 5,42m3/s
No processo dito de convoluçao o hidrograma unitário em cada incremento de tempo é
multiplicado pela chuva excedente no tempo especificado. Teremos então a multiplicação,
Tempo da base (tb) do hidrograma unitário suposto triangular
translação e adição.
A melhor maneira de se explicar a convolução é mostrar o Exemplo (21.1).
tb= 2,67 . ta = 2,67 . 78,70min = 210,14min
21-411 21-412
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
5,00
Vazão em m3/s
0,00 0,00 1,00
7,37 0,16
0,00
14,74 0,54
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00
22,11 1,03
29,48 1,68 Tempo em minutos
36,85 2,55
44,22 3,58
51,59 4,45
58,96 5,04
66,33 5,37 Figura 20.3- Hidrograma unitário sintético do SCS para a bacia com área de 3,42km2 com duração de
73,70 5,42 chuva de 10min e chuva excedente de 1cm.
81,07 5,37
88,44 5,04
95,81 4,66 Chuva excedente ou chuva efetiva
103,19 4,23 Para se obter o escoamento superficial, ou seja, o runoff ou a chuva excedente é muito
110,56 3,69 usado o número da curva CN. A maneira de se obter a chuva excedente que está na coluna 6
117,93 3,04 da Tabela (21.3) mais usada é o método do número da curva CN adotado pelo SCS e que está
125,30 2,49 explicado neste livro no Capítulo 7.
132,67 2,12 Para se achar a chuva excedente é necessário a precipitação acumulada conforme se
140,04 1,79 pode ver na coluna 4 pode ser obtido facilmente usando a função SE da planilha eletrônica
147,41 1,52 Excel da Microsoft.
162,15 1,12
176,89 0,80
191,63 0,58 Tabela 21.3- Chuva excedente obtida pelo número da curva CN=67. Foi usado
206,37 0,42
hietograma conforme Huff 1º quartil com 50% de probabilidade. A equação da chuva é
221,11 0,30
de Martinez e Magni, 1999 para Tr=25anos com precipitação para chuva de 2h de
235,85 0,22
85,1mm
250,59 0,16 Tempo HUFF 1º Q Precipitação Total Chuva excedente
265,33 0,11 50% P Por faixa Acumulado acumulada por faixa
280,07 0,08 Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
294,81 0,06 (min) (%) mm mm mm mm
21-413 21-414
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
21-415 21-416
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capitulo 21- Método do SCS
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Tabela 21.4- Hidrograma da cheia da bacia de 3,24km2 usando chuva excedente calculada pelo
numero da curva CN com chuva de 2h e hietograma de Huff 1º quartil com 50% de Hidrograma de cheia
probabilidade e período de retorno de 25anos, com 85,1mm da fórmula de Martinez e Magni,
1999. 12,00
Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col Col
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Temp Hidrograma 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 soma Vazão de Hidrogr 10,00
o unitário- base ama
(min) Chuva excedente em cm devido a chuva de 2h obtida pelo numero da curva CN=67 8,00
0,000 0,067 0,419 0,362 0,258 0,208 0,191 0,120 0,106 0,108 0,073 0,037 1,95
3 3 3 6,00
(m /s) (m /s) (m /s)
0 0,00 0,00 0,5 0,50
4,00
10 0,30 0,00 0,00 0,5 0,50
Vazão (m3/s)
20 0,89 0,00 0,02 0,02 0,5 0,52 2,00
30 1,74 0,00 0,06 0,13 0,19 0,5 0,69
0,00
40 2,99 0,00 0,12 0,37 0,11 0,60 0,5 1,10
0 50 100 150 200 250 300 350 400
50 4,26 0,00 0,20 0,73 0,32 0,23 1,48 0,5 1,98
60 5,09 0,00 0,29 1,25 0,63 0,45 0,36 2,98 0,5 3,48 Tempo em minutos
70 5,40 0,00 0,34 1,79 1,08 0,77 0,62 0,57 5,17 0,5 5,67
80 5,38 0,00 0,36 2,13 1,54 1,10 0,89 0,81 0,51 7,35 0,5 7,85
90 4,96 0,00 0,36 2,26 1,84 1,31 1,06 0,97 0,61 0,54 8,96 0,5 9,46 Figura 21.4- Hidrograma de cheia
100 4,42 0,00 0,33 2,25 1,95 1,39 1,12 1,03 0,65 0,57 0,58 9,89 0,5 10,39
110 3,73 0,00 0,30 2,08 1,95 1,39 1,12 1,03 0,65 0,57 0,58 0,39 10,04 0,5 10,54
120 2,88 0,00 0,25 1,85 1,80 1,28 1,03 0,95 0,60 0,52 0,54 0,36 0,18 9,36 0,5 9,86
130 2,25 0,00 0,19 1,56 1,60 1,14 0,92 0,84 0,53 0,47 0,48 0,32 0,16 8,22 0,5 8,72
140 1,79 0,00 0,15 1,21 1,35 0,96 0,78 0,71 0,45 0,39 0,40 0,27 0,14 6,81 0,5 7,31
O volume total na bacia de 3,24km2 é igual a somatória das vazões na coluna 15 que é
150 1,45 0,00 0,12 0,94 1,04 0,74 0,60 0,55 0,35 0,30 0,31 0,21 0,11 5,28 0,5 5,78
de 97,22 m3/s e que multiplicado por 10min obteremos:
160 1,18 0,00 0,10 0,75 0,82 0,58 0,47 0,43 0,27 0,24 0,24 0,16 0,08 4,14 0,5 4,64
170 0,95 0,00 0,08 0,61 0,65 0,46 0,37 0,34 0,22 0,19 0,19 0,13 0,07 3,31 0,5 3,81
180 0,75 0,00 0,06 0,49 0,52 0,37 0,30 0,28 0,17 0,15 0,16 0,11 0,05 2,68 0,5 3,18
Volume= 97,22m3/s x 10min x 60= 58.329m3
190 0,60 0,00 0,05 0,40 0,43 0,30 0,25 0,23 0,14 0,12 0,13 0,09 0,04 2,17 0,5 2,67
Como Área A=3,24km2=324ha=324x10.000m2
200 0,49 0,00 0,04 0,32 0,34 0,24 0,20 0,18 0,11 0,10 0,10 0,07 0,04 1,74 0,5 2,24 A altura excedente sobre a bacia será:
210 0,39 0,00 0,03 0,25 0,27 0,19 0,16 0,14 0,09 0,08 0,08 0,05 0,03 1,39 0,5 1,89 Excedente= volume/área em m2 = 58.329m3/ 324x 10.000m2 = 0,018m= 1,8cm
220 0,31 0,00 0,03 0,20 0,22 0,16 0,13 0,12 0,07 0,06 0,07 0,04 0,02 1,11 0,5 1,61
230 0,25 0,00 0,02 0,16 0,18 0,13 0,10 0,09 0,06 0,05 0,05 0,04 0,02 0,90 0,5 1,40 Em conclusão: a vazão para dimensionamento do bueiro é de 10,54m3/s.
240 0,20 0,00 0,02 0,13 0,14 0,10 0,08 0,07 0,05 0,04 0,04 0,03 0,01 0,71 0,5 1,21
250 0,16 0,00 0,01 0,10 0,11 0,08 0,06 0,06 0,04 0,03 0,03 0,02 0,01 0,57 0,5 1,07
260 0,13 0,00 0,01 0,08 0,09 0,06 0,05 0,05 0,03 0,03 0,03 0,02 0,01 0,46 0,5 0,96 21.5 Projetos com Hidrograma unitário
270 0,10 0,00 0,01 0,07 0,07 0,05 0,04 0,04 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,37 0,5 0,87 McCuen aconselha a aplicação do hidrograma unitário ao invés dos métodos de picos
280 0,08 0,00 0,01 0,05 0,06 0,04 0,03 0,03 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,29 0,5 0,79 de descargas. Estes eram usados quando não havia os microcomputadores, mas hoje é
290 0,07 0,00 0,01 0,04 0,05 0,03 0,03 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,00 0,24 0,5 0,74 preferível usar os métodos do hidrograma unitário que produz resultados mais precisos.
300 0,06 0,00 0,00 0,03 0,04 0,03 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,19 0,5 0,69 McCuen, 1998 salienta ainda a dificuldade de se fazer um critério do método pela
310 0,05 0,00 0,00 0,03 0,03 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,15 0,5 0,65 área da bacia, pois para uma bacia pequena e muito pequena é difícil demarcar o que é bacia
320 0,04 0,00 0,00 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,12 0,5 0,62
pequena e o que é bacia muito pequena.
330 0,03 0,00 0,00 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,10 0,5 0,60
McCuen, 1998 salienta que o uso do hidrograma unitário deve ser usado quando uma
340 0,02 0,00 0,00 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,09 0,5 0,59
ou mais condições existe:
350 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,5 0,57
- armazenamento significativo;
360 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,05 0,5 0,55
Soma= 97,22 0,5
- Diferenças de solo, uso do solo, topografia ou características das chuvas;
Volume=58329 m3
- Projetos onde a subdivisão da bacia é necessária e
- Locais onde existem restrições para o escoamento como pontes para as
inundações.
21-417 21-418
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capitulo 21- Método do SCS Capítulo 22- Bibliografia e livros consultados
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 22
Bibliografia e livros consultados
Connessione- reconhecimento e a apreciação da interconexão de todas as
coisas e fenômenos. Pensar globalmente.
Leonardo Da Vinci
21-419 22-418
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 22- Bibliografia e livros consultados Capítulo 22- Bibliografia e livros consultados
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 22- Bibliografia e livros consultados -EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Drenagem
Urbana. PHD-411- Saneamento I, Professor Dr. Eluizio de Queiroz Orsini e Pedro Além
Sobrinho. São Paulo: EPUSP.
-ABRH- CETESB. Drenagem Urbana. 2a ed. São Paulo: CETESB, 1980, 468 p.s. -EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Escoamento
-ALFREDINI, PAOLO. Transporte de sedimentos. Notas de aulas do Departamento de em Canais. PHD-311- Hidráulica Geral, São Paulo: EPUSP.
Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo PHD- -EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Hidrologia
311 Hidráulica I. São Paulo: EPUSP, 1993, 41 p.s. Estática. PHD-307- Hidrologia Aplicada. São Paulo: EPUSP,1994.
-AKAN, A OSMAN. Urban Stormwater Hydrology. Lancaster, Pennsylvania: Technomic, -EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Hidrologia
1993, ISBN 0-87762-967-6, 268 pp. Aplicada. PHD-307- Hidrologia Aplicada. São Paulo: EPUSP.
-BRAGA, BENEDITO; TUCCI, CARLOS, TOZZI, MARCOS. Drenagem Urbana- -ESTRELLA, GUILHERMO SANCHEZ. Sistema Internacional de Unidades- pesos e
gerenciamento, simulação e controle. Rio Grande do Sul: Editora da Universidade, 1a ed. medidas, conversões. São Paulo: Editora Andina, 3a ed. 1980, 163 p.s.
1998, ISBN 85-7025-442-3, 203p.s. -FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Introduction to Highway
-CANHOLI, ALUÍSIO PARDO. Dimensionamento de soluções não convencionais em Hydraulics, august 2001, Publication FHWA NHI 01-019, U. S. Department of
drenagem urbana. Seminário de Hidráulica Computacional Aplicada a Problemas de Transportation, 280 p.
Drenagem Urbana. São Paulo: 1994 ou 1995. -FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Hydraulics Design of Highway
-CANHOLI, ALUÍSIO PARDO. O reservatório para controle de cheias da av. Pacaembu, Culverts, september 2001, Publication FHWA NHI 01-020, U. S. Department of
Revista do Instituto de Engenharia número 500 de 1994. São Paulo: IE, 1994. Transportation, 480 p.
-CANHOLI, ALUÍSIO PARDO. Soluções Estruturais e não-convencionais em drenagem -FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION (FHWA). Best Management Practices for
urbana. Tese de doutoramento apresentado na EPUSP em 1995. São Paulo: EPUSP, 1995. Erosion and Sediment Control, june 2001, Publication FHWA FLP-94-005, U. S. Department
-CHAUDHRY, HANIF M. Opens-Channel Flow. New Jersey: Prentice-Hall, 1993, ISBN 0- of Transportation, 280 p.
13-637141-8, 483 p. -FENDRICH, ROBERTO et al. Drenagem e Controle da erosão urbana. 4a ed. Curitiba:
-CHIN, DAVID A. Water- Resources Engineering. New Jersey: Prentice Hall, 2000, ISBN 0- Editora Universitária Champagnat, 1997, 486 p., ISBN 85-7292-027-7
201-35091-2, 750 p.s. -FERNANDEZ, MIGUEL FERNANDEZ, ARAUJO, ROBERTO DE E ITO, ACÁCIO EIJI.
-CHOW, VEN TE . Open-channel Hydraulics. New York: McGraw-Hill,1985, ISBN 0-07- Manual de Hidráulica. 8a ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1998, 669 p.
y85906-X, 680 p. -FETTER, C. W. Applied Hydrogeology. 3a ed. New Jersey: Prentice Hall, 1994, ISBN 0-02-
-CHOW, VEN TE, MAIDMENT, DAVID R. E MAYS, LARRY W., Applied Hydrology, 336490-4, 691 p.s.
New York: McGraw-Hill,1988, 572 p. ISBN 0-07-100174-3. -GARCEZ, LUCAS NOGUEIRA e ALVAREZ, GUILLERMO ACOSTA. Hidrologia. 2a ed.
-CORDEIRO, JOÃO SÉRGIO e VAZ FILHO, PAULO. Gerenciamento de sistemas de São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1988, 291 p.
drenagem urbana- uma necessidade cada vez mais intensa. XIII Simpósio Brasileiro de -GARCEZ, LUCAS NOGUEIRA. Hidrologia, São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda,
Recursos Hídricos realizado em Belo Horizonte 28/11/99 a 2/12/99, 13 p.s, ABRH. 1967, 249 p.
-DAEE- DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA, Revista DAEE. São -INTERNET vários sites sobre reservatórios de detenção.
Paulo: DAEE, outubro/1998, p.31 a 38. -KUNDZEWICZ, Z. W. e KACZMARCK, Z. Coping with Hydrological Extremes.
-DAEE- DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA, Revista DAEE. São International Water Resources Association (IWRA), Water International, V. 25, N. I, p. 66-
Paulo: DAEE, abril/1999, p.4 a 9. 75, March 2000.
-DAEE- DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA. Plano Diretor de -LENCASTRE, ARMANDO. Hidráulica Geral. Lisboa: Hidroprojecto, 1983,654 p.s, Edição
Macrodrenagem do Alto Tietê, São Paulo: dezembro 1998. Luso-Brasileira,.
-DAEE- DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA. Plano Diretor de -LINSLEY, RAY K., KOHLER, MAX A. , PAULHUS, JOSEPH L. H., Hidrology for
Macrodrenagem do Alto Tietê. Diagnóstico do rio Alto Tietê entre barragem Edgard de Engineers, 1982, McGraw-Hill, 3a ediçao ISBN 0-07-066389-0.
Souza e barragem da Penha, rio Aricanduva, córrego Pirajussara, córrego dos Meninos, rio -LINSLEY, RAY K; FRANZINI, JOSEPH B. et al. Water Resources Engineering. 4a ed.
Baquirivu-guaçu, São Paulo: http:www.daee.sp.gov.br, dezembro 1999, superintendente do New York: McGraw-Hill, 1992, ISBN 0-07-112689-9, 841 p.
DAAE Engenheiro José Bernardo Ortiz. -LLORET RAMOS,CARLOS. Mecânica do transporte de sedimentos e do escoamento em
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). Orificios, leito móvel. Dissertação de mestrado apresentado na Escola Politécnica da Universidade de
bocais e vertedores. PHD-311- Hidráulica I. professor livre docente Paolo Alfredini.. São São Paulo no ano de 1984. São Paulo: EPUSP, 1984, 331 p.s.
Paulo: EPUSP, 1998, 29 p.s. -LLORET RAMOS, CARLOS. HELOU, GISELA COELHO NASCIMENTO, BRIGHETTI,
-EPUSP (ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO). GIORGIO. Dinâmica de transporte sólido nos rios Tietê e Pinheiros na região metropolitana
Precipitação. PHD-311- Hidrologia Básica. São Paulo: EPUSP. de São Paulo. Anais 5 do Xº Simpósio Brasileiro de Recursos Hidricos-Gramado-Rio Grande
do Sul, p.s 257-263, 1993.
22-419 22-420
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 22- Bibliografia e livros consultados Capítulo 22- Bibliografia e livros consultados
Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br Eng Plínio Tomaz 5/5/2002 pliniotomaz@uol.com.br
-LLORET RAMOS, CARLOS. HELOU, GISELA COELHO NASCIMENTO, IKEDA, -RIGHETTO, ANTONIO MAROZZI. Hidrologia e Recursos Hídricos. 1a ed. São Carlos:
LUIZ EDUARDO DE SOUZA. Campanhas hidrosedimentométricas na região Escola de Engenharia de São Carlos-USP, 1998, 819 p.
metropolitana de São Paulo. Anais 5 do Xº Simposio Brasileiro de Recursos Hidricos- -SETZER, JOSÉ E PORTO, RUBEM LA LAINA. Tentativa de avaliação de escoamento
Gramado-Rio Grande do Sul, p.s 48-256, 1993. superficial de acordo com o solo e o seu recobrimento vegetal nas condições do Estado de
-MAGNI, LUIZ GOI. Estudo Pontual de Chuvas Intensas. Dissertação apresentada a Escola São Paulo. São Paulo: Boletim Técnico do DAEE, maio/agosto de 1979, p. 81 a 103.
Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção de titulo de mestre em engenharia, no -SILVESTRE, PASCHOAL. Hidráulica Geral. Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e
ano de 1984, 160 p. Científicos, 1983, 316 paginas, ISBN 85-216-0199-9
-MAGNI, NELSON LUIZ GOI e MERO,FELIX. Precipitações Intensas no Estado de São -SOUZA PINTO, CARLOS DE. Curso básico de mecânica dos solos. São Paulo: Oficina de
Paulo. São Paulo: EPUSP e CTH, 1986, ISBN 0102-5821, Boletim, 95 p. Textos, 2000, 247 p.s.
-MAIDMENT, DAVID R. Handbook of Hydrology. New York: McGraw-Hill, 1993, ISBN -SPIRN, ANNE WHISTON. O jardim de granito- a natureza no desenho da cidade.. São
0-07-039732-5, Paulo: Edusp, 1995, ISBN:85-314-0158-5, 360pp.
-MARSH, WILLIAM M. Landscape Planning Environmental Applications. 3a. ed. New -TERSAGHI, KARL. PECK, RAPH B. Mecânica dos solos na prática da engenharia. Rio de
York: John Wiley & Sons, 1998, 434 p. Janeiro: Livro Técnico, 1962, 659 p.s.
-MARTINS, JOSÉ AUGUSTO. Notas de aula de Curso de Pós Graduação na Escola -TOMAZ, PLÍNIO. A Conservação da Água. São Paulo: Editora Parma, 1999, 294 p.s.
Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. -TUCCI, CARLOS E. M. CAMPANA, NÉSTOR A.Estimativa de área impermeável de
-MAYS, LARRY W. E TUNG, YEOU-KOUNG. Hydrosystems-Engineering & macrobacias urbanas. Revista Brasileira de Engenharia. Caderno 2 volume 2 número 2,
Management. New York, McGRaw-Hill,1992, 530pp. dezembro de 1994.
-MAYS, LARRY W. Water Resources Engineering. New York: John Wiley & Sons, 2001, 1a -TUCCI, CARLOS E.M. et al. Hidrologia. 1a ed. Porto Alegre: Ed. da Universidade: ABRH,
ed. ISBN 0-471-29783-6 761p.s. 1993, ISBN 85-7025-298-6, 943 p.
-MAYS, LARRY W. Hydraulic Design Handbook. New York: McGraw-Hill,1999, ISBN 0- -TUCCI, CARLOS E.M.; PORTO, RUBEM LA LAINA e BARROS, MÁRIO T. DE.
07-041152-2 Drenagem Urbana. Porto Alegre: Editora da Universidade, 1995, ISBN 85-7025-364-8, 428
-MEICHES, JOSÉ. Contribuição para o estudo do aproveitamento para finalidades múltiplas p.s.
de cursos de água. Revisão geral dos problemas associados à utilização de recursos hídricos. -TUCCI, CARLOS E. M. Coeficiente de escoamento e vazão máxima de bacias urbanas.
São Paulo, 1966, EPUSP, 133 p.s. Tese apresentado a EPUSP em 1966. Revista Brasileira de Recursos Hídricos volume 5 número 1 janeiro/março 2000, p.s 61 a 68.
-MCCUEN, RICHARD H. Hydrologic Analysis and Design, 2a ed. New Jersey: Prentice- Porto Älegre: ABRH, 2000.
Hall, 1998, ISBN 0-13-134958-9, 814 p. -TUCCI, CARLOS E. M. Modelos Hidrológicos. 1a ed. ISBN 85-7025-445-8 1998, 669 p.s.
-NATHANSON, JERRY. Basic Environmental Technology- Water Supply, Waste Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998.
Management and Pollution Control, 3a ed. New Jersey: 2000, Prentice-Hall, 513 p. ISBN 0- -UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE (USDA). Urban Hydrology for
13-082626-X. Small Watersheds. TR-55. Junho 1986. Atualizado no apêndice A em janeiro de 1999. Natural
-NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Flood Risk Management and the American River Resources Conservation Services (NRCS).
Basin- na evaluation. Washington: National Academy Press, 1995, ISBN 0-309-05334-X, -URBONAS, R. BEM e RESNER, LARRY A, Hidrology design for urban Drainage and
235pp. Flood Control, in Maidment, David R., Handbook of Hydrology, cap. 28, New York:
-PEDROSA, VALMIR. TUCCI, CARLOS E. M. O controle da drenagem urbana: tabuleiro McGraw-Hill, 1993, ISBN 0-07-039732-5.
dos Martins, Maceió, Alagoas. In BRAGA, BENEDITO. TUCCI, CARLOS. TOZZI, -VILLELA, SWAMI MARCODES e MATTOS, ARTHUR. Hidrologia Aplicada. São Paulo:
MARCOS. Drenagem Urbana-gerencialmento, simulação e controle. Porto Alegre: ABRH, McGraw-Hill, 1975, 245 p.
1998, 203 p.s. -WANIELISTA, MARTIN, KERSTEN, ROBERT e EAGLIN, RON, Hydrology: Water
ORVIS, J. WILLIAM. Excel for Scientists and engineers. São Francisco: Sybex, 2a ed., ISBN Quality and Quality Control. 2a. ed. New York: John Wiley & Sons, 1997, 567 p., ISBN 0-
0-7821-1761-9, 1996, 547 p. 471-07259-1.
-PALLOS, JOSÉ CARLOS F. e THADEU, MARIO LEME DE BARROS. Análise de -WILKEN, PAULO SAMPAIO, Engenharia de Drenagem Superficial, São Paulo:
métodos hidrológicos empregados em projetos de drenagem urbana no Brasil. ABRH: 1997, CETESB,1978.
9p. Vitória, Espírito Santo, 16 a 20 de novembro de 1997. -ZAHED E MARCELLIN (1995) in Drenagem Urbana. Porto Alegre: Editora da
-PILGRIM, DAVID H. E CORDERY, IAN, Flood Runoff in MAIDMENT, DAVID R., Universidade, 1995, ISBN 85-7025-364-8, 428 p.
Handbook of Hydrology, cap. 9, New York: McGraw-Hill, 1993, ISBN 0-07-039732-5.
-PINTO, NELSON L. DE SOUZA et al, Hidrologia Básica, São Paulo: Editora Edgard
Blucher Ltda, 1976.
-QUINTELA, ANTÔNIO DE CARVALHO. Hidráulica. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbernkian, 1981, 539 p.
22-421 22-422