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Emergência XABCDE - Resumo

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@lealbmari ENF 06

Emergência
Emergência
XABCDE DO TRAUMA

 O que é? B – Breathing (respiração)


C – Circulation (circulação)
É um mnemônico que padroniza o atendimento
D – Disability (incapacidade)
inicial ao paciente politraumatizado e define
E – Exposure (exposição)
prioridades na abordagem ao trauma, no sentido
de padronizar o atendimento. Ou seja, é uma
forma rápida e fácil de memorizar todos os ➧ (X): EXANGUINAÇÃO
passos que devem ser seguidos com o paciente
CONTENÇÃO DE HEMORRAGIA
em politrauma.
EXTERNA GRAVE.
Cada letra do XABCDE corresponde a uma
Essa abordagem deve ser antes mesmo do manejo
avaliação a ser realizada nesse atendimento, que
das vias aérea uma vez que,
deverá seguir uma ordem específica, somando-se
epidemiologicamente, apesar da obstrução de
então 6 etapas.
vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um
curto período de tempo, o que mais mata no
trauma são as hemorragias graves.
A hemorragia deve ser estancada imediatamente
com pressão manual ou, dependendo do local,
torniquete (que vem com o risco de isquemia do
membro caso seja mantido por muito tempo –
avaliar se há risco de vida caso não realizado).

➧ (A): VIAS AÉREAS E COLUNA


Durante o primeiro contato com a vítima, aplica- CERVICAL
se o ABCDE a fim de garantir sua estabilização, Na avaliação inicial de um paciente traumatizado,
sendo que qualquer lesão maior será monitorada primeiro inspecione as vias aéreas para verificar
com a devida atenção até a chegada a um hospital permeabilidade.
ou centro de atendimento apropriado.
Essa avaliação rápida na busca por sinais de
O protocolo tem como principal objetivo reduzir obstrução inclui a inspeção de corpos estranhos,
índices de mortalidade e morbidade em identificação de fraturas faciais, mandibulares
vítimas de qualquer tipo de trauma.  e/ou traqueais e laríngeas (ou quaisquer outras
que possam obstruir a VA).

 Etapas Em caso de ausência de respostas deve-se realizar


as manobras Jaw-Thrust (projeção da
Do inglês: mandíbula) e Chin Lift (elevação do queixo)
para avaliar presença de corpo estranho. Após
X – Exsanguination (exanguinação)
analisar a via aérea com as manobras acima,
A – Airway (via aérea)
devemos usar a cânula de Guedel (ou cânula fluxo aéreo pulmonar. A inspeção visual e a
orofaríngea) para manter a via aérea pérvia. palpação podem detectar lesões na parede
torácica que podem comprometer a ventilação. A
percussão do tórax também pode auxiliar na
identificação de anormalidades (mas durante uma
ressuscitação ruidosa pode ser imprecisa). Todo
paciente de trauma deve receber oxigênio
suplementar. Se não houver intubação, ele deve
ser fornecido via BVM (bolsa válvula máscara –
ambu) para oxigenação ideal. Use um oxímetro
de pulso para monitorar a saturação.

OBS: em alguns casos também pode ser feito ventilação


com bolsa-válvula-máscara (AMBU) ou máscara de O2 OBS: alterações detectadas nessa etapa podem
não reinalante. indicar pneumotórax hipertensivo, hemotórax
maciço, pneumotórax aberto, lesões traqueais e
No A também, realiza-se a proteção da coluna
brônquicas.
cervical. Em vítimas conscientes, a equipe de
socorro deve se aproximar da vítima pela frente,
para evitar que mova a cabeça para os lados ➧ (C): CIRCULAÇÃO COM CONTROLE
durante o olhar, podendo causar lesões HEMORRÁGICO
medulares. A imobilização deve ser de toda a
coluna, não se limitando a coluna cervical. Para Nessa etapa devemos identificar choque e manter
isso, uma prancha rígida deve ser utilizada. a circulação avaliando 4 parâmetros: pele, pulso,
Por fim, antes de passar o colar cervical, devemos perfusão, pressão arterial e nível de consciência.
avaliar o pescoço através da inspeção e palpação O “C” refere-se a hemorragias internas
para afastar pneumotórax hipertensivo: (diferentemente do “X”, que refere-se a
hemorragia externa), onde deve-se investigar
→ Traqueia centralizada; perdas de volume sanguíneo não visível,
analisando os principais pontos de hemorragia
→ Lesões; interna no trauma (pelve, abdômen, retroperitônio
→ Enfisema subcutâneo; e ossos longos), avaliando sinais clínicos de
hemorragia citados acima.
→ Estase de jugular; Assim, apalpar, verificar o dorso e identificar de
→ Dor a palpação cervical. onde surgiu a hemorragia é o primeiro passo para
sua contenção. Em alguns casos é necessário
➧ (B): RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO exame de imagem, como o USG FAST. O
Depois de garantir a permeabilidade das vias manejo pode incluir drenagem torácica e
respiratórias, é preciso aferir se o paciente está, aplicação de um dispositivo estabilizador pélvico
de fato, respirando bem. e/ou talas nas extremidades. 
Em caso de identificação de choque deve-se
Nessa etapa devemos realizar inspeção, realizar reposição volêmica por meio de dois
palpação, ausculta e percussão. acessos periféricos calibrosos (de 500 em 500
mL) com SF a 0,9% ou SRL (isotônico).
Para inspecionar corretamente a distensão venosa
jugular, a posição da traqueia e a expansão da ➯ CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE
parede torácica, exponha o pescoço e o tórax do HIPOVOLÊMICO:
paciente. Realize a ausculta para se certificar do
manchas na pele etc. A parte do corpo que não
está exposta pode esconder a lesão mais grave
que acomete o paciente.
Nesse procedimento, é comum que a temperatura
do corpo baixe, deixando o paciente mais
suscetível à hipotermia. Como a hipotermia é
uma complicação potencialmente letal em
pacientes de trauma, é necessário implementar
medidas para evitar a perda de calor corporal.
Portanto, antes da remoção da vítima para o
➧ (D): DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA atendimento, é preciso garantir que sua
temperatura esteja estável.
Uma avaliação primária do nível de consciência Após a avaliação, cobrir o paciente com
da vítima deve ser determinada no momento do cobertores quentes para evitar que ele
primeiro atendimento para que, depois, seja desenvolva hipotermia.
encaminhada e classificada pela Escala de
Glasgow. Nessa fase, o objetivo principal é
minimizar as chances de lesão secundária pela
manutenção da perfusão adequada do tecido
 Avaliação secundária
cerebral. A avaliação secundária não deve ter início até
A ECG é um método rápido, simples e objetivo que o XABCDE do trauma primário esteja
de determinar o nível de consciência. Depois da concluído, os esforços de ressuscitação estejam
primeira classificação, o paciente deve passar por em andamento e a melhora dos sinais vitais do
um novo teste ao chegar na unidade de paciente tenha sido demonstrada.
atendimento.
A avaliação secundária examina da cabeça aos
pés o paciente vítima de trauma – ou seja, faz
uma história completa que inclui exame físico e
reavaliação periódica de todos os sinais vitais.

➧ Anamnese
O AMPLE [alergias, medicações,
doenças prévias, última refeição (“last
meal”), eventos relacionados ao trauma] é um
bom mnemônico para o que se deve perguntar na
anamnese direcionada ao trauma.

➧ Exame Físico
Durante a avaliação secundária, o exame físico
➧ (E): EXPOSIÇÃO TOTAL DO PACIENTE segue a sequência: cabeça; estruturas
bucomaxilofaciais; coluna cervical e pescoço;
Na última etapa, deve-se expor o paciente (retirar
tórax, abdome e pelve; períneo, reto e vagina;
roupas e objetos) para identificar fraturas e
sistema musculoesquelético e sistema
hemorragias. Para facilitar o trabalho e impedir
neurológico. Todos esses sistemas devem ser
novos traumas, corta-se a roupa. O socorrista
deve analisar sinais de trauma, sangramento,
avaliados de forma minuciosa e direcionada ao
trauma.

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