Apostila Tefp
Apostila Tefp
Apostila Tefp
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
APOSTILA 0002/2015
PARA O DESENVOLVIMENTO
CURSO:
TRANSFORMADORES – ENSAIOS DE FABRICA –
INSPEÇÃO (PRÁTICO)
ESCOPO:
ENSAIOS DE ROTINA
ENSAIOS DE TIPO
ENSAIOS ESPECIAIS
ROBERTO DE AGUIAR
ROBERTO DE AGUIAR
CREA: 91137/TD (PR)
SUMÁRIO
1
NORMAS ......................................................................................................................................... 3
2
DOCUMENTAÇÃO .......................................................................................................................... 4
3
CARACTERÍSTICAS NOMINAIS – ELÉTRICAS ............................................................................ 4
4
CARECTERÍSTICA CONSTRUTIVAS DOS TRANSFORMADORES............................................. 6
5
ENSAIOS NO PAPEL ISOLANTE ................................................................................................. 10
6
ÓLEO ISOLANTE .......................................................................................................................... 12
6.1
Principais características físicas, químicas e elétricas do óleo ............................................... 13
6.2
Analise dos gases dissolvidos no óleo isolante ...................................................................... 18
7
CALDERARIA ................................................................................................................................ 20
8
UMIDADE RELATIVA DA SUPERFÍCIE ISOLANTE (URSI):........................................................ 22
9
ACESSORIOS ............................................................................................................................... 23
10
ENSAIOS ELETRICOS................................................................................................................ 29
11
ENSAIOS DE ROTINA ................................................................................................................ 30
11.1
Resistência Elétrica dos Enrolamentos ................................................................................. 30
11.2
Relação de transformação .................................................................................................... 35
12
MEDIÇÃO DE PERDAS EM TRANSFORMADORES ................................................................. 38
12.1
Medição de Perdas em Vazio ............................................................................................... 39
12.2
Medição das Perdas sob Carga ............................................................................................ 42
12.3
Ensaio de Elevação de Temperatura .................................................................................... 47
12.4
Resistência do Isolamento .................................................................................................... 52
12.5
Ensaios Dielétricos de Rotina ............................................................................................... 53
12.5.1
Tensão suportável à freqüência industrial (tensão aplicada); ........................................ 54
12.5.2
Tensão induzida – curta e longa duração; ..................................................................... 55
12.5.3
Tensão induzida com medição de descargas parciais ................................................... 57
13
ENSAIOS DE IMPULSO .............................................................................................................. 59
13.1
Ensaio de impulso atmosférico ............................................................................................. 61
13.2
Ensaio de impulso de manobra ............................................................................................. 74
14
ENSAIOS DE TIPO ...................................................................................................................... 77
14.1
Nível de ruído ........................................................................................................................ 77
15
ENSAIOS ESPECIAIS ................................................................................................................. 80
15.1
Fator de Potência do Isolamento. ......................................................................................... 80
15.2
Impedância Sequência Zero em Transformadores Trifásicos............................................... 82
15.3
Tensão de Radiointerferência (RIV). ..................................................................................... 83
15.4
Medição de resposta em frequência. .................................................................................... 84
15.5
Medição de Descargas Parciais ............................................................................................ 87
16
LITERATURA DE REFERÊNCIA: ............................................................................................... 91
1 NORMAS
Normas NBR
• NBR 5356 Transformador de Potência – Especificação.
• NBR 5380 Transformador de Potência - Método de Ensaio.
• NBR 16126- Projeto mecânico para transformadores e reatores de potência.
2 DOCUMENTAÇÃO
Característica nominal
Conjunto de valores numéricos atribuídos às grandezas que definem o funcionamento de um
transformador, e que servem de base para os valores garantidos pelo fabricante e para os ensaios.
Grandezas nominais
Grandezas ( tensão, corrente, etc.) cujos valores numéricos definem as características nominais.
Tensão nominal é o nível de tensão elétrica a qual estão submetidos os equipamentos em regime
normal de operação.
Nível de isolamento
O nível de isolamento de um equipamento é definido pelo conjunto de tensões suportáveis nominais,
aplicadas ao equipamento durante os ensaios e definidas em normas para esta finalidade, que
caracterizam a suportabilidade dielétrica da isolação.
Generalidades
• Altitude não superior a 1 000 m.
• A temperatura do ar ambiente não inferior a -25°C e não superior a 40°C e temperatura
média, em qualquer período de 24 h, não superior a 30°C.
• A forma de onda da tensão de alimentação deve ser praticamente senoidal.
• Para transformadores trifásicos, as tensões de alimentação trifásicas devem ser praticamente
simétricas.
• Meio Ambiente
- Poluição
- Abalo sísmico
• Condições especiais:
- Altitude elevada,
- Temperatura muito elevada ou muito baixa,
- Umidade elevada,
- Atividade sísmica,
- Grau de poluição severo,
• Podem, também ser consideradas: condições de transporte, armazenagem e instalação, tais
como limites de massa ou de dimensões.
Informações do fabricante
• Número de série
• Tipo
• Norma
• Ano de Fabricação
• Ordem de compra
• Referencia do manual de instrução.
TRANSFORMADOR IDEAL
V1 N1 I2
----- = ----- = -----
V2 N2 I1
Núcleo
Composto por chapas de aço silício, laminadas a frio. Seus grãos são orientados no sentido da
laminação.
A espessura das lâminas varia de 0,3 a 0,4 mm. Ambas as faces são isoladas com silicato de
magnésio. Em transformadores com tensões e potências elevadasé adicionado verniz sobre o
tratamento. A finalidade é diminuir as perdas do transformador.
Enrolamentos
Fabricados com barras de cobre eletrolítico, de secção retangular, geralmente revestidos com verniz
e/ou papel.
As bobinas são montadas sobre cilindros,de material isolante, de elevada rigidez isolante e
mecânica.
Sistema de isolamento
APOSTILA CURSO: Transformadores – Ensaios de Fabrica – Inspeção (Prático) LACTEC PÁGINA 9 de 91
DOCUMENTO Nº
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
APOSTILA 0002/2015
PARA O DESENVOLVIMENTO
O material sólido “isola” porque possui a capacidade de suportar tanto os esforços elétricos como
mecânicos decorrentes das tensões utilizadas.
O método consiste basicamente do tratamento químico dos cavacos de madeira com NaOH
(hidróxido de sódio, soda cáustica) ou NaS (sulfeto de Sódio) para a liberação da celulose da lignina
através da dissolução do segundo composto. A pasta resultante é secada resultando no papel.
Todo o sistema de isolamento sólido dos transformadores são importantes, mais e o material
utilizado para isolamento das bobinas que determina a vida útil do transformador.
De agora em diante quando nos referirmos a isolamento sólido e/ou papel, estaremos nos referindo
ao papel kraft utilizado no isolamento das bobinas.
Grau de polimerização:
Acidez e alcalinidade:
Teste de tração:
Teste de tração: Estabelece a quantidade de energia que pode ser absorvida por uma amostra de
papel até que a mesma se rompa
6 ÓLEO ISOLANTE
O uso de óleo mineral em transformadores remonta a 1892, de lá para cá outros materiais foram
testado, porém o óleo mineral tem permanecido como principal material utilizado como
isolante/refrigerante em transformadores.
2. Óleo Isolante
A partir do petróleo bruto ou crú, como é conhecido, chega-se ao óleo mineral isolante através de
destilação fracionada e tratamento físico-químico para acabamento final.
O petróleo possui também não hidrocarbonetos, que podem ter uma estrutura similar aos
hidrocarbonetos, com os átomos de carbono substituídos por um, dois ou mais átomos de enxofre
(de menos de 1 até 20%), nitrogênio (máximo 0,8%) e oxigênio. Essa mistura é chamada de
heterocomposto. Os não-hidrocarbonetos do óleo do transformador incluem os ácidos naftênicos,
ésteres, álcoolis, compostos asfálticos, bem como compostos orgânicos contendo enxofre e
nitrogênio.
Alguns compostos que contêm aminoácidos e grupos de fenol juntos, agem como antioxidantes nos
óleos dos transformadores e são assim desejáveis, visto que são compostos de enxofre
termicamente estáveis.
A ausência de enxofre e de seus compostos instáveis é necessária para evitar a corrosão do cobre
em contato com o óleo.
Apesar de pequena percentagem de compostos de nitrogênio, eles desempenham um papel
importante no processo de oxidação.
Os ácidos naftênicos também estão presentes, entretanto a maioria deles é removida durante a
purificação. Os óleo de transformadores podem conter quantidades muito pequenas de ácidos das
séries alifáticos e aromáticos e compostos de peróxidos.
Pode-se ver, então que o óleo de transformador como produto final deve ser relativamente isento de
todos os compostos mencionado.
Ponto de Anilina:
Este ensaio consiste em misturar uma amostra de óleo isolante com anilina e aquecer sob agitação
até que os dois produtos se misturem de forma homogênea. A temperatura em Celsius onde ocorre a
mistura é chamada de Ponto de Anilina. A anilina é um composto aromático leve e mistura-se bem
aos aromáticos leves presentes no óleo isolante. Assim, quanto maior o teor de aromáticos leves no
óleo, menor será a temperatura de mistura e vice-versa.
Os compostos aromáticos leves são facilmente oxidados nas condições de operação dos
transformadores. O limite inferior procura garantir que o teor destes compostos não seja excessivo
para que não ocorra a rápida oxidação da massa de óleo.
Por outro lado, os compostos aromáticos leves atuam como inibidores naturais, quando presentes
em pequenas quantidades, por isso é também estabelecido um limite superior para garantir que o
produto possua aromáticos leves capazes de inibir o processo de oxidação dos demais
hidrocarbonetos.
Cor:
Este ensaio consiste em comparar a cor de uma amostra do óleo, com uma série de padrões de
cores pré definidas.
Os hidrocarbonetos que constituem o óleo são incolores. Assim, quanto melhor for o processo de
refino, mais clara será a cor do produto final.
Pontos de Fulgor
São ensaios simples que informam sobre os extremos da faixa de peso molecular dos
hidrocarbonetos existentes no óleo avaliado. O ensaio de Ponto de Fulgor (Vaso Cleveland) consiste
em aquecer o óleo isolante e, simultaneamente, expô-lo à ação de uma chama próxima à superfície
do produto. Com o aquecimento, os compostos voláteis presentes no óleo irão vaporizar até que
inflamarão sob a ação da chama. A temperatura onde ocorre a chama (Flash) é tomada como o
ponto de Fulgor.
Assim, podemos concluir que este ensaio é uma determinação indireta da quantidade de compostos
voláteis presentes na amostra de óleo. Quanto maior for o teor de voláteis, menor será o Ponto de
Fulgor.
É estipulado um valor mínimo como forma de garantir um teor máximo de voláteis.
Ponto de Fluidez
O ensaio de Ponto de Fluidez consiste em resfriar uma amostra do óleo isolante até que cesse seu
escoamento pela ação da gravidade. A temperatura em Celsius onde isto ocorre é tomada como o
Ponto de Fluidez.
Os hidrocarbonetos de alto peso molecular e cadeia reta são os mais sensíveis à diminuição da
temperatura e, portanto, mais elevado será o Ponto de Fluidez quanto maior for o teor destes
compostos na amostra.
Observamos portanto, que os ensaios de ponto de fulgor e ponto de fluidez em conjunto visam
garantir que o produto foi obtido a partir do refino da faixa correta de destilação do petróleo.
Densidade e Viscosidade:
Estes dois ensaios tem o mesmo objetivo dos 2 anteriores. A densidade é a medida da quantidade
de massa por volume dos materiais e a Viscosidade é a medida da força necessária para o
escoamento de um líquido.
Ambas as propriedades são função, nos hidrocarbonetos, do seu peso molecular.
O conjunto de ensaios até aqui descrito destina-se, como podemos ver, exclusivamente a avaliação
da qualidade de fabricação do produto.
Tensão Interfacial:
Este ensaio é feito colocando-se uma camada de óleo isolante sobre uma camadade água e, em
seguida, fazendo-se um anel de platina imerso na água passar para a camada de óleo. A força
necessária para fazer com que o anel rompa a superfície da água é tomada como a Tensão
Interfacial Óleo/Água.
A água é o óxido de hidrogênio, portanto, um material altamente oxigenado e de elevada polaridade
molecular. Os hidrocarbonetos, por outro lado, são substancias de muito baixa polaridade em sua
molécula e não oxigenadas.
Assim, quanto mais puro for o óleo, menor será sua interação com a camada de água e mais alto
será o valor obtido para o ensaio. Um valor mínimo garante baixos teores de substancias oxigenadas
e polares no produto.
Este ensaio é de grande importância na avaliação das condições de operação dos óleos minerais.
Rigidez Dielétrica:
Os hidrocarbonetos que compõem o óleo isolante, por apresentarem polaridade elétrica muito baixa,
possuem uma Rigidez Dielétrica “intrínseca” extremamente elevada. Esta resistência ao impacto é
sensivelmente diminuída pela presença de impurezas polares, como a água e outros oxigenados, e
sólidas, como partículas microscópicas.
Vemos, portanto, que este ensaio objetiva verificar a pureza do produto e, por conseguinte, a
qualidade dos processos de fabricação, transporte e manuseio.
Perdas Dielétricas:
Este ensaio consiste na determinação da tangente ou seno do angulo de fase entre tensão e
corrente quando se aplica uma tensão a 60 Hz no óleo a analisar. A amostra é colocada entre os 2
eletrodos de um capacitor e, em seguida é aplicada uma tensão constante a uma temperatura fixa. A
leitura obtida para os parâmetros acima é tomada como o fator de Perdas Dielétricas. Como no caso
anterior, o valor de perdas intrínseco aos hidrocarbonetos é extremamente baixo e é alterado pela
presença de impurezas. Neste caso, por ser um ensaio executado em condições de equilíbrio é
sensível também às impurezas solúveis, que não interferem na Rigidez Dielétrica.
Estabilidade à Oxidação:
Neste ensaio, a amostra de óleo é submetida a aquecimento a 100 Celsius, com borbulhamento de
oxigênio e em presença de catalisador de cobre. Ao final de 164 horas a amostra é retirada do
sistema e determina-se o seu teor de borra e índice de acidez.
A borra, é um produto da oxidação dos hidrocarbonetos. Também os produtos ácidos determinados
pelo índice de acidez são resultantes da sua oxidação.
Este ensaio visa, portanto, avaliar a estabilidade química da amostra em estudo.
É muito importante observar que este ensaio não guarda nenhuma relação com o processo real de
oxidação do isolante no transformador. Trata-se apenas de uma medida da qualidade de fabricação
do produto e indica uma tendência à oxidação mais rápida ou mais lenta.
Enxofre Corrosivo:
É um ensaio simples que consiste em imergir uma pequena tira de cobre polido na amostra de óleo
e, após submeter o conjunto a aquecimento sob atmosfera de Nitrogênio por 16 horas a 140 Celsius,
observar o aparecimento de manchas negras de sulfeto de cobre na superfície da tira.
Seu objetivo é verificar a eficiência da remoção dos compostos de enxofre durante o processo de
refino.
O objetivo deste ensaio é apenas o de verificar a presença e teor de aditivo antioxidante na amostra
de óleo, por meios químicos. Sua importância reside no fato de que um óleo isolante contendo este
tipo de aditivo irá apresentar excelentes resultados no ensaio de Estabilidade à Oxidação, impedindo
a verificação da real estabilidade química do produto original.
No caso dos óleos adquiridos com este aditivo, é necessário verificar se o teor é aquele especificado
por ocasião da compra.
Teor de Água:
No caso dos óleos novos, este ensaio visa verificar a qualidade dos processos de fabricação e
transporte e manuseio do produto.
É uma determinação por via química da quantidade total de todos os compostos capazes de reagir
com solução alcoólica de Hidróxido de Potássio. Todos os compostos ácidos, ou que possam dar
reação ácida nestas condições, irão ser determinados por este método.
Assim, iremos determinar a presença de compostos oxigenados, sulfurados e outros. Para óleos
novos, irá também verificar a qualidade dos processos de refino e fabricação.
Os óleos de origem mineral foram os primeiros produtos desenvolvidos para utilização como fluido
refrigerante em transformadores. Portanto, os projetos básicos da maioria dos transformadores
isolados a óleo são baseados nas suas propriedades e os fluidos desenvolvidos para aplicações
especiais, que estudaremos a seguir, procuram aproximar-se de suas características. Assim, a
compreensão das propriedades dos óleos minerais é essencial para o perfeito entendimento dos
demais.
Normalmente todo bom condutor de eletricidade também é um bom condutor de calor e vice-versa,
todo bom isolante em geral é também um isolante térmico. O óleo ideal deveria possuir portanto
virtudes opostas para ser usado como fluido de resfriamento, ou seja, deveria ser um bom isolante e
ao mesmo tempo um bom condutor térmico. Na verdade o óleo utilizado é um bom isolante e um
razoável condutor de calor, sendo esta função muito auxiliada pela existência dos radiadores. Nos
transformadores normalmente a dissipação térmica se da aproximadamente 97% pelos radiadores,
ficando o restante a cargo das paredes do tanque, agindo o óleo como transportador do calor.
Uma função importante do óleo normalmente desprezada é a de proteger o papel, exigindo como
característica uma grande estabilidade térmica.
A partir de 1976 esses óleos ascaréis passaram a ser abandonados, pois não eram biodegradáveis,
apresentavam características tóxicas bioacumulativas.
Foi então estabelecida legislação, proibindo o uso do mesmo e determinando prazos para que óleos
ascaréis em utilização fossem totalmente eliminados.
A presença de enxofre corrosivo no óleo isolante de transformadores é bastante critica, uma vez que
a extensão dos danos decorrentes da reação com o cobre é severa a ponto de provocar a falha do
equipamento.
Existem várias técnicas para análises dos gases dissolvidos em óleo isolante, porém reconhece-se
que a análise e a interpretação dos significados não é uma ciência, mais uma arte sujeita a
variabilidade.
APOSTILA CURSO: Transformadores – Ensaios de Fabrica – Inspeção (Prático) LACTEC PÁGINA 18 de 91
DOCUMENTO Nº
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
APOSTILA 0002/2015
PARA O DESENVOLVIMENTO
Através da análise dos gases dissolvidos no óleo isolante é possível avaliar a condição de operação
do isolamento de um transformador de potência, com a identificação de eventuais processos de falha
que possam estar ocorrendo. Os processos identificáveis têm como origem o sobreaquecimento do
isolamento ou a ocorrência de descargas elétricas em seu interior.
7 CALDERARIA
Vedações
A borracha nitrílica é o material mais utilizado na confecção de vedações;
As borrachas nitrílicas com formulação controlada, de modo geral, apresentaram bons resultados;
O problema é garantir a continuidade da qualidade da formulação e do processo fabril das borrachas;
A realização de ensaios físico-químicos nos materiais é necessária para garantir a qualidade do
produto. O ensaio de compatibilidade do material com ó óleo com o qual entrará em contato quando
em uso é fundamental
Neste ensaio, a pressão é aplicada por meio de ar comprimido ou nitrogênio, secos, agindo sobre a
superfície do óleo, e é lida num manômetro instalado entre a válvula de admissão do ar e o
transformador. Esta pressão deve manter-se constante durante o tempo de aplicação especificado.
O método tradicionalmente utilizado por Empresas de Energia para a medição do teor de umidade da
isolação sólida é conhecido como URSI (Umidade Relativa da Superfície da Isolação).
As restrições ao método são, além da exigência de retirada do óleo isolante, como o próprio nome já
diz, avalia apenas a umidade da superfície e não de toda a massa do papel.
Ponto de orvalho designa a temperatura à qual o vapor de água presente no ar ambiente passa ao
estado líquido na forma de pequenas gotas por via da condensação, o chamado orvalho.
9 ACESSORIOS
Ensaios
• Funcionais (F)
• Resistência de isolamento (R)
• Certificado fabricante (C)
• Ajuste conforme ensaio e/ou especificação (A)
Elevação de temperatura
Os limites de elevação de temperatura dados a seguir são válidos para transformadores de isolação
sólida definida como “Classe A” de acordo com NBR 7034 e imersos em óleo mineral ou um líquido
sintético com ponto de fulgor não superior a 300ºC (primeira letra código :O).
Os limites de elevação de temperatura para os transformadores do tipo seco com diversos tipos de
isolação são dados pela norma NBR 10295.
Durante este ensaio o transformador não é submetido a tensão nominal e a corrente nominal
simultaneamente, mas às perdas totais calculadas, previamente obtidas pelas duas determinações
separadas das perdas, isto é as perdas em carga a temperatura de referência e as perdas em vazio.
• objetivo do ensaio é duplo.
− Estabelecer a elevação de temperatura do topo do óleo em regime estável com dissipação das
perdas totais.
− Estabelecer a elevação de temperatura média dos enrolamentos à corrente nominal com a
elevação de temperatura do topo do óleo determinada acima.
Nível de oleo (F e R)
• Resistência de Isolamento
• Funcional.
• Medição das correntes dos motores
Quando houver comutador de derivações em carga, este deve estar completamente montado no
transformador. A sequência de operações seguinte deve ser efetuada sem nenhuma falha:
10 ENSAIOS ELETRICOS
- Ensaio especial : Ensaio outro que não ensaio de tipo nem de rotina, realizado mediante acordo
entre fabricante e comprador.
ENSAIOS DE ROTINA
- ENSAIOS DE TIPO
- Elevação de Temperatura
- Nível de Ruído
- ENSAIOS ESPECIAIS
11 ENSAIOS DE ROTINA
Este ensaio visa verificar a resistência dos contatos, apertos, conexão, contatos do comutador, etc.,
e determinar a resistência elétrica de cada enrolamento que multiplicado pela corrente de fase ao
quadrado (I2) resultará nas perdas ôhmicas utilizadas no cálculo das perdas totais.
Em todas as medições de resistência, cuidados devem ser tomados para se reduzir ao mínimo os
efeitos de auto-indutância.
Desligar o voltímetro (ou galvanômetro, no caso de empregar ponte) antes de chavear a fonte de
corrente.
• Tentar saturar o núcleo. Isto acontece tipicamente quando a corrente de teste é de cerca de
1% da corrente nominal corrente.
• Nunca ultrapasse 15% da corrente nominal. Isso pode causar leituras erradas devido ao
aquecimento do enrolamento
• Se a corrente de teste for muito baixa, resistência medida não será consistente (dependendo
da condição magnética antes do inicio do ensaio)
Resultado esperado
Padrão de fábrica, permite uma diferença máxima de 0,5% a partir da média dos três enrolamentos.
O ensaio de relação de transformação, também conhecido como TTR, mede a relação entre espiras
de dois enrolamentos, como a relação entre espiras entre dois enrolamentos (N1 e N2) e diretamente
proporcional à relação de tensão desses mesmos enrolamentos (V1 e V2), é correto afirmar que o
ensaio mede a relação de tensão entre dois enrolamentos.
O ensaio mede com um alto grau de precisão, a relação de tensão (razão V1/V2) entre o primário e o
secundário do transformador. Este ensaio também verifica a polaridade, confirma o deslocamento
angular e os degraus de tensão do comutador de tapes. Também pode ser usado como uma
ferramenta de investigação para verificar se os enrolamentos apresentam curto entre espiras ou se
os enrolamentos estão abertos.
A maioria dos instrumentos atuais são automáticos e apresentam digitalmente o valor da relação,
valor da corrente de excitação e outras informações.
H1 H2 H1 H2
Polaridade
É a marcação existente nos terminais (dos enrolamentos) dos transformadores indicando o sentido
da circulação da corrente em um determinado instante. X1 X2 X2 X1
H1 H2 H1 H2
v v
X2 X1
X1 X2
H2 H1-X1 X2 H2 H1-X2 X1
Deslocamento angular
O deslocamento angular em transformadores trifásicos traduz o ângulo entre os fasores das tensões
(e, consequentemente, das correntes) de fase do enrolamento de menor tensão em relação ao
enrolamento de maior tensão.
Assim, para que se possa determinar o defasamento angular se faz necessário elaborar primeiro o
diagrama fasorial correspondente, lembrando que o defasamento angular é medido do enrolamento
de tensão inferior (X) para o enrolamento de tensão superior (H) no sentido anti-horário.
As resistências ôhmicas variam com a temperatura e por isso devem ser medidas sempre
com uma referência à temperatura na qual estão sendo medidas. Usualmente, faz-se a
leitura da resistência numa dada temperatura e depois a converte para uma temperatura de
referência, que para o caso de transformadores de distribuição é 75ºC. A fórmula para a
conversão, e que vale apenas para condutores de cobre, é:
234,5 + T '
R' = R ⋅
234,5 + T
onde,
R’ – resistência na temperatura de referência (75ºC);
T’ – Temperatura de referência;
T – Temperatura em que foi realizado o ensaio;
R – Resistência medida.
O ensaio deve ser conduzido de maneira a se ter uma rápida estabilização da corrente.
Demora na estabilização da corrente ocasiona elevação da temperatura do enrolamento.
Como a temperatura do enrolamento, quando da medição da resistência a frio, é tomada
igual à temperatura média do óleo, a consideração de uma temperatura para enrolamento
menor do que sua temperatura real faz com que a temperatura do enrolamento calculada a
partir da medição de sua resistência seja menor.
O enrolamento apresenta resistência e indutância. A energização de um circuito com
resistência e indutância através de uma fonte de corrente contínua conduz a circulação de
uma corrente que cresce exponencialmente com uma constante de tempo dada pela relação
entre a indutância do circuito e sua resistência. A indutância se comporta inicialmente como
um circuito aberto e, depois de certo tempo, se comporta como um curto circuito.
Para a medição da temperatura do topo do óleo, visando estimar a temperatura média dos
enrolamentos, o transformador deverá permanecer desenergizado, em ambiente fechado,
livre de correntes de ar, por tempo suficiente até o equilíbrio térmico do conjunto.
Em ambientes com circulação de ar, a dispersão das medidas da resistência dos
enrolamentos aumenta, tornando imprecisa a estimativa da temperatura média dos
enrolamentos pela temperatura ambiente. Assim, a estimativa da temperatura média dos
enrolamentos através da temperatura ambiente pode provocar erros significativos no
cálculo das perdas em carga referidas à 75ºC e, em particular, no ensaio de elevação de
temperatura do transformador.
As perdas em vazio e a corrente de excitação devem ser referidas a tensão senoidal pura,
com fator de forma 1,11. As perdas em vazio devem ser medidas com tensão nominal na
derivação principal, ou, quando medidas numa outra derivação, com a respectiva tensão de
derivação, na frequência nominal.
É importante observar que a correção das perdas medidas em vazio para uma base
senoidal, através do método do voltímetro de valor médio, exige que os voltímetros sejam
conectados de maneira a medir a tensão aplicada entre os terminais de cada fase do
enrolamento. Assim, se o enrolamento energizado estiver ligado em triângulo, os voltímetros
devem ser conectados entre os terminais de linha. Se o enrolamento energizado estiver
ligado em estrela, os voltímetros deverão ser conectados entre os terminais de linha e o
neutro. Essa precaução se deve ao fato de que as formas de onda das tensões entre fases
não são, necessariamente, iguais às das tensões fase-neutro.
Mesmo com uma tensão de alimentação senoidal, esta pode ser distorcida pelos
harmônicos que existem na corrente de excitação, dos quais o terceiro, o quinto, o sétimo e
o nono são predominantes. Para a medição das perdas em vazio com uma tensão com
forma de onda distorcida, deve-se introduzir uma correção no valor medido das perdas, para
referi-las à tensão senoidal pura. Isto é válido para transformadores monofásicos e também
para transformadores trifásicos, quando o enrolamento em triângulo é energizado. Se todos
os enrolamentos são ligados em estrela, a correção não é possível. Neste caso, a soma do
quinto e do sétimo harmônicos não deve exceder 5% da tensão de linha, e para verificação
deve ser obtido um oscilograma de tensão.
Anotam-se, simultaneamente, os valores de frequência, tensão eficaz, potência, tensão
média e corrente. Após desligar o transformador sob ensaio, faz-se nova leitura do
wattímetro, a qual é subtraída da anterior, e corresponde às perdas no circuito de medição.
As perdas em vazio consistem, principalmente, das perdas por histerese e por correntes de
Foucault (parasitas), e são função do valor, frequência e de forma de onda da tensão de
alimentação.
As perdas por histerese são função do valor máximo da densidade de fluxo, a qual é função
do valor médio da tensão de alimentação (Vmed), enquanto as perdas por corrente de
Foucault (parasitas) são função do valor eficaz da tensão de alimentação (Vef).
Em consequência, a correção acima mencionada só é possível se os valores médio e eficaz
da tensão de alimentação forem medidos. A tensão nominal deve ser ajustada pelo
voltímetro de valor médio. A correção a ser feita nas perdas em vazio medidas é:
100
W0 = Wm ×
Wh % + kW f %
2
⎛ Vef ⎞
k = ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ Vmed ⎠
sendo:
W0 = perdas em vazio corrigidas para a tensão senoidal pura, em W;
Wm = perdas em vazio medidas, em W;
W h = perdas por histerese, em %, relativas a Wm ;
W f = perdas por correntes de Foucault, em %, relativas a Wm ;
V ef = valor eficaz da tensão de alimentação, em V;
Vmed = valor médio da tensão de alimentação, em V.
W h (%) W f (%)
50 50
b
Po = Ph + Pp = a.Vmed
medição de perdas em vazio, mostram que a corrente de excitação também pode ser
adequadamente expressa, em função dos valores médio e eficaz da tensão de ensaio, por
( B'
I exc = 12 ⋅ A'⋅Vmed + A' '⋅VefB '' )
Os parâmetros a e b da expressão definida para as perdas em vazio e A’, B’, A’’ e B’’ da
expressão da corrente de excitação são mostrados na Tabela 3 para o transformador de
45 kVA, tomado como exemplo.
TABELA 3 – EXEMPLO DOS DADOS OBTIDOS DURANTE A MEDIÇÃO DAS PERDAS A VAZIO
fluxos dispersos estabelecidos pela corrente de carga (que dependem da temperatura das
partes metálicas onde são induzidas as correntes parasitas).
O arranjo utilizado para a realização do ensaio de medição de perdas em carga é
mostrado na Figura 4. As medições devem ser executadas rapidamente para a elevação
de temperatura dos enrolamentos não causar erros significativos.
A TC
W V TP
A H 1 x1
N
B TC B
H 2 x2
W V TP H 3 x3
A
N
C TC C
W V TP
A
N
A
As perdas em carga, na temperatura desejada (q’), são então calculadas pela equação:
sendo:
z = Impedância de curto-circuito, referida ao enrolamento sob tensão, Ω;
ez = Tensão de curto-circuito, referida ao enrolamento sob tensão, V;
In = Corrente nominal do enrolamento, A;
r = Componente resistiva, Ω;
x = Componente reativa, Ω.
A componente resistiva varia com a temperatura, enquanto que a componente reativa não
varia. Assim, quando se deseja converter a impedância de curto-circuito de uma
temperatura θ para outra temperatura de referência θ ' , calcula-se o novo valor da
componente resistiva através das equações:
W E' WE'
r' = r '% = × 100
I n2 I n2
A Tabela 4 mostra um exemplo dos dados obtidos durante a medição de perdas em carga
realizada no transformador de 45 kVA, tomado como exemplo.
várias derivações, deve-se realizar o ensaio naquela com maiores perdas totais, em geral
a derivação de menor tensão.
Nesse arranjo de ensaios, através do qual se introduz no transformador suas perdas
totais, o transformador também absorve uma quantidade significativa de energia reativa
que é bem maior que a energia ativa decorrente das perdas. Assim sendo, para realizar o
ensaio deve-se dispor de fonte de tensão regulada com capacidade suficiente para suprir
tanto as perdas ativas como as perdas reativas. Os laboratórios que fazem ensaios de
transformadores de maior potência, a potência reativa é obtida ou complementada através
de banco de capacitores instalados entre a fonte e o transformador sob ensaio.
A Tabela 10 mostra a evolução da elevação de temperatura do óleo isolante de um
transformador de distribuição 13.800-220/127 V, 45 kVA, com perdas ativas totais de
1023,4 W, conforme exemplo da Tabela 5. Verifica-se que a elevação de temperatura
determinada para o óleo isolante corresponde a 45,2 ºC, medido às 7:54 horas, porém
seriam necessárias apenas 8 horas de ensaio para satisfazer o critério de estabilização de
temperatura (a partir das 22:54 horas), prescrito pela norma da ABNT (ver Figura 5). A
constante de tempo de aquecimento do óleo no transformador foi calculada em 2,4 horas.
50
45
40
Elevação
de
Temperatura
(ºC)
35
30
25
20
15
10
0
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16
Tempo (h)
01:15 73,32
01:30 73,23
01:45 73,15
02:00 73,06
02:15 72,98
02:30 72,9
02:45 72,83
03:00 72,75
03:15 72,68
03:30 72,61
R E S IS T Ê N C IA
D O
E N R OLA M E N T O
N O
IN S T A N T E
Z E R O T E M P E R A T U R A
D O
E N R OLA M E N T O
N O
IN S T A N T E
Z E R O
73,711 Ω 68,1 °C
E LE V .
T E M P E R A T U R A
E N R OLA M E N T O
/
Ó LE O E LE V .
T E M P E R A T U R A
Ó LE O
/
A M B IE N T E E LE V .
T E M P E R A T U R A
E N R OLA M E N T O
/
A M B IE N T E
Este ensaio não constitui critério para aprovação ou rejeição do transformador, conforme NBR 5356.
Por ser uma simples medição sem valor de referência, geralmente verificamos a existência de falhas
grosseiras (curto entre enrolamentos ou entre enrolamento e massa) no isolamento.
O ensaio é realizado em corrente contínua. Pelos critérios da NBR 5356, mede-se a resistência do
isolamento com um megaohmímetro de 1.000V, no mínimo, para enrolamentos de tensão máxima do
equipamento igual ou inferior a 72,5kV e de 2.000V para tensões superiores. Porém os instrumentos
atuais possibilitam a aplicação de potencias na ordem de ate 10.000V
Podem ser classificados como rotina, tipo ou especial conforme tabela abaixo:
Este ensaio visa verificar a isolação e distâncias elétricas de alta e baixa tensão contra a massa
(tanque, viga, tirantes, etc.).
Deve ser aplicada a tensão de ensaio correspondente ao nível de isolamento especificado de acordo
com as tabelas 2 da NBR 5356 entre os terminais do enrolamento e a terra sem que se produzam
descargas disruptivas e sem que haja evidência de falha.
Se o enrolamento possuir bucha de neutro, o valor da tensão a ser aplicada ficará limitada ao
isolamento do neutro.
O ensaio de tensão induzida tem por finalidade a verificação do isolamento entre os enrolamentos de
AT e BT, e entre ambos e a massa. Entretanto, o fato conhecido é que pode ocorrer defeito de
isolamentos entre as próprias espiras de um mesmo enrolamento.
Aplica-se uma tensão igual ao dobro da tensão de derivação utilizada no ensaio com o circuito em
vazio, porém, este valor não pode ultrapassar ao valor correspondente ao nível de isolamento
especificado na tabela 2 da NBR 5356.
Transformadores de tensão máxima do equipamento igual ou inferior à 170kV devem ser capazes de
suportar o ensaio de tensão induzida de curta duração sem que produzam descargas disruptivas e
sem que haja evidência de falha. A duração do ensaio deve ser de 7.200 ciclos com frequência de
ensaio não inferior à 120Hz e não superior à 480Hz.
A frequência do ensaio deve ser aumentada para não saturar o núcleo já que será aplica do um valor
em torno do dobro da tensão nominal.
Não deve haver durante o ensaio nenhuma ocorrência de curto circuito ou evidência de falha no
transformador.
CIRCUTO DE ENSAIO
Para tensões Um > 72,5kV, o ensaio de tensão induzida é normalmente feito com medição de
descargas parciais. A medição de descargas parciais durante toda a duração do ensaio é uma
ferramenta valiosa. O aparecimento de descargas parciais durante o ensaio pode indicar uma
deficiência no isolamento antes que ocorra a ruptura. Este ensaio verifica uma operação livre de
descargas parciais durante as condições operacionais.
Os níveis de DP medidos devem ser inferiores a 300 pC e não podem apresentar tendência de
aumentos expressivos durante a medição.
Não deve haver indícios de falhas ou descargas disruptivas nos enrolamentos ensaiados.
Ocorrendo descargas parciais elevadas, deve ser verificado se estas são realmente provenientes do
interior do transformador.
13 ENSAIOS DE IMPULSO
Vários ensaios de alta tensão são usualmente realizados com o gerador de impulso destacando-se
os ensaios de impulso atmosférico e impulso de manobra, pelos quais se simula, em laboratório,
sobretensões de elevada ordem, originadas, respectivamente, por descargas atmosféricas e surtos
provenientes de chaveamentos no sistema de potência. O ensaio aplicado, por exemplo, a um
transformador de força, cuja tensão nominal do enrolamento de tensão superior é de 550 kV, exige a
aplicação de tensões da ordem de 1550 kV para o ensaio de impulso atmosférico e, de 1250 kV para
o ensaio de impulso de manobra.
A Figura 1 apresenta o arranjo típico utilizado por laboratórios de alta tensão para a realização de
ensaios de impulso. Ao fundo, no centro da fotografia, aparece um gerador de impulso de 3,2 MV -
160 kJ, à esquerda um divisor de tensão misto de 3,2 MV, ao fundo, no lado direito do gerador de
impulso, um centelhador de corte com esferas de 1000 mm de diâmetro e, em primeiro plano na
fotografia, o objeto sob ensaio, um centelhador de 138 kV.
Os impulsos atmosféricos caracterizam-se por possuir forma de onda padronizada como 1,2/50,
sendo o tempo virtual de frente igual a 1,2 µs ± 30 % e o tempo virtual de cauda equivalente a 50 µs
± 20 %. A sua caracterização é feita com base na amplitude da onda de tensão, nos tempos virtuais
de frente e de cauda e, eventualmente, no tempo virtual até a disrupção, se o objeto sob ensaio não
suportar a aplicação do impulso de tensão. A determinação dos tempos virtuais, conforme mostrado
na Figura 2, é realizada em função do zero virtual O’, definido pela reta que passa pelos pontos
correspondentes a 30 % e 90 % do valor de crista, na frente da onda de impulso.
100%
90%
50%
30%
t
O
TEM PO V R
I TU A L D E FR EN TE (1 2
, us )
TEM PO V R
I TU A L D E C AUD A (50 u s )
O '
O tempo virtual de frente é determinado pelo produto da constante 1,67 e do intervalo de tempo
definido pelos instantes de 30% e 90% do valor de crista da onda de impulso atmosférico. De modo
similar, o tempo virtual de cauda é definido pelo intervalo de tempo compreendido entre o zero virtual
O’ e o instante em que a tensão tenha sido reduzida para 50% do valor de crista.
Se houverem oscilações sobrepostas na crista ou na frente da onda de impulso, cujo período seja
inferior a 1 µs (freqüência superior a 0,5 MHz), a determinação dos instantes correspondentes a 30%
e 90% do valor de crista de impulso, para fins de caracterização da forma de onda, deverá ser
realizada tomando-se como base a linha média traçada por entre os pontos extremos das oscilações,
suavizando deste modo a forma de onda de impulso medida. De qualquer modo, oscilações
presentes no sinal de impulso, próximas da crista, não devem exceder ao limite de 5% do valor de
crista determinado.
Para impulsos atmosféricos, é padronizada a técnica de medição de tempos virtuais em vez dos
valores reais, em face à dificuldade de determinação exata do momento da aplicação do impulso, já
que o mesmo pode ser influenciado pelo transitório de disparo dos vários estágios do gerador de
impulso, principalmente quando a caracterização da forma de onda é realizada com antigos sistemas
de medição. Para impulsos de manobra, com forma de onda padronizada de 250/2.500, a frente de
onda é muito mais lenta que no caso dos impulsos atmosféricos, os tempos virtuais e reais
praticamente coincidem, sendo, por isso, adotada apenas a medição dos tempos reais.
essas duas distribuições até que seja completamente dissipada no enrolamento do transformador.
Em certas circunstâncias, tais oscilações internas podem provocar o aparecimento de tensões em
relação à terra de até duas vezes a amplitude do impulso aplicado.
As formas de onda aplicadas aos ensaios de impulso foram inicialmente padronizadas em 1937, pela
AIEE-EEI-NEMA, tomando-se como base os registros de distúrbios no sistema elétrico, provenientes
de quedas de raios. Definiu-se, então, que estes distúrbios poderiam ser representados por três tipos
de impulso: ondas plenas, ondas cortadas e frentes de onda. Ainda que os distúrbios provocados por
raios não possuam sempre essas formas de onda, o emprego de formas de onda padronizadas torna
possível estabelecer limites mínimos de suportabilidade que os transformadores devem atender.
V
C u rva T e n são x T em po
F re n e
t
de O n da C o r a
t da O n da P e
l na
O n da
Impulsos plenos simulam distúrbios do tipo atmosférico, que se propagam por um certo comprimento
da linha de transmissão antes de atingir o transformador. Neste instante, o surto de tensão cresce do
zero até a crista em torno de 2 µs e decai até o tempo de meio valor em 50 µs, com
aproximadamente a forma de onda 1,2/50 padronizada.
De acordo com a Figura 3, as três formas de onda padronizadas possuem diferenças nas durações e
nas taxas de crescimento e de decaimento da sobretensão, solicitando de modo diferenciado a
isolação dos enrolamentos do transformador. A onda plena, por sua maior duração, causa o
desenvolvimento de oscilações mais intensas ao longo do enrolamento e, em conseqüência, provoca
maiores solicitações tanto nas isolações entre espiras como entre seções do enrolamento, além de
desenvolver elevadas tensões entre partes do enrolamento e entre enrolamento e massa (tanque,
núcleo e enrolamentos adjacentes). As ondas cortadas não provocam oscilações tão intensas como
as ondas plenas, porém, pela sua amplitude superior, geram tensões mais elevadas especialmente
nas porções iniciais do enrolamento e, em decorrência da queda abrupta da tensão aplicada no
momento do corte, produzem maiores solicitações nas isolações entre espiras e entre seções do
enrolamento. Nos impulsos de frente de onda a duração é ainda menor, entretanto, devido sua
amplitude e taxa de crescimento bastante elevadas, causam respectivamente severas solicitações na
isolação entre enrolamento e massa e entre espiras do enrolamento, particularmente em sua região
inicial.
O nível de isolamento dos enrolamentos deve corresponder ao valor especificado pelo comprador do
transformador, de acordo com as prescrições da norma NBR 5356/93. A tabela a seguir indica alguns
valores usuais de níveis de isolamento recomendados para a realização de ensaios de impulso
atmosférico e impulso de manobra.
Cada um dos terminais de linha dos enrolamentos do transformador deve ser submetido a seguinte
seqüência de impulsos atmosféricos:
Quando aplicados ao terminal de neutro, a seguinte seqüência de impulsos deve ser aplicada, com o
valor especificado para o impulso pleno correspondente ao nível de isolamento do terminal de neutro,
conforme norma ABNT NBR 5356/93:
Salvo especificação para a realização do ensaio com o transformador ligado em uma derivação em
particular, é recomendado usar as derivações extremas e a principal, utilizando uma derivação
diferente para cada um dos terminais de linha de um transformador trifásico ou em cada um dos
transformadores monofásicos que compõem um banco trifásico. A ligação dos enrolamentos não
ensaiados, entretanto, deve corresponder à maior tensão.
Ainda que os circuitos equivalentes simplificados não sejam adequados para estudar a distribuição
dos transitórios de tensão ao longo do enrolamento, servem para explicar o comportamento do
enrolamento quando submetido a surtos de tensão.
A
A
5 4 3 2 1
5 4 3 2 1
B B
6 7 8 9 10
6 7 8 9 10
C C
15 14 13 12 11
15 14 13 12 11
D D
16 17 18 19 20
16 17 18 19 20
E E
(a ) (b )
Após simplificações sucessivas, o diagrama equivalente de uma seção do enrolamento pode ser
representado de acordo com a Figura 5.
B C D E
A
Cg
α=
Ct
1.0
V (p.u.)
0.8
0.6
α=0
0.4
α=1
α=5
0.2
α=10
0.0
1.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0
x/l
Pode-se observar que quanto maior for o fator α , menos uniforme será a distribuição da tensão ao
longo do enrolamento. Para α=10, verifica-se que aproximadamente 60 % da tensão aplicada entre
terminal de entrada e neutro fica distribuída nos primeiros 10 % do enrolamento, ou seja, a isolação
entre espiras da porção inicial do enrolamento fica sujeita a elevadas solicitações dielétricas, o que
explica a sistemática ocorrência de avarias na entrada do enrolamento quando o transformador é
atingido por um surto de tensão.
A seqüência de impulsos padronizada deve ser aplicada sucessivamente a cada terminal de linha do
enrolamento sob ensaio. No caso de transformadores trifásicos, os demais terminais de linha do
enrolamento sob ensaio devem ser aterrados diretamente ou por meio de impedâncias de baixo
valor, como um derivador (shunt) para a medição da corrente desenvolvida no enrolamento, de forma
a limitar a tensão neles a 75 % de sua tensão suportável nominal sob impulso atmosférico. Se o
enrolamento possuir terminal de neutro, este deve ser aterrado diretamente ou por meio de uma
impedância de baixo valor.
O tanque do transformador e seu núcleo devem ser aterrados diretamente, exceto quando se deseja
medir a corrente de impulso através do tanque.
Quando o enrolamento de baixa tensão não estiver sujeito, em operação normal, a surtos
atmosféricos provenientes do sistema de baixa tensão, este enrolamento pode ser ensaiado pelo
método do impulso transferido a partir do enrolamento de alta tensão. Neste caso, os terminais do
enrolamento de baixa tensão são aterrados por meio de resistores com valores inferiores a 500 Ω, de
modo que a amplitude do impulso transferido entre o terminal de linha e terra ou entre terminais de
linha seja tão elevada quanto possível, sem ultrapassar a tensão suportável nominal desses
terminais.
APOSTILA CURSO: Transformadores – Ensaios de Fabrica – Inspeção (Prático) LACTEC PÁGINA 66 de 91
DOCUMENTO Nº
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
APOSTILA 0002/2015
PARA O DESENVOLVIMENTO
Quando o ensaio é aplicado ao terminal de neutro, a seqüência de impulsos padronizada para este
terminal pode ser aplicada diretamente a ele, com os terminais de linha aterrados diretamente, ou
nos terminais de linha interligados, com o neutro aterrado por meio de um resistor de valor
adequado, a fim de desenvolver a tensão suportável nominal de impulso atmosférico no terminal de
neutro. Quando empregada a segunda alternativa para o ensaio do terminal de neutro, este deve
preceder o ensaio dos terminais de linha e, além disso, a amplitude do impulso aplicado nos
terminais de linha não deve exceder a 75 % do seu nível de isolamento nominal.
Uma alta capacitância do objeto sob ensaio pode provocar oscilações na frente da onda de impulso
atmosférico, enquanto que um valor baixo de indutância no equipamento de ensaio reduz
significativamente o tempo virtual até o meio valor. Transformadores com indutância superior a 100
mH, comportam-se como se fossem puramente capacitivos e a redução provocada no tempo virtual
até o meio valor não é significativa. Para enrolamentos com indutância na faixa de 20 mH a 100 mH,
o ajuste da forma de onda é obtido aumentando-se a resistência de cauda do gerador de impulso,
com valor entre duas e dez vezes superior ao usual.
Em equipamentos com indutância inferior a 20 mH, a dependência do tempo virtual até o meio valor
e a resistência de cauda praticamente inexiste e, neste caso, a constante de tempo do circuito passa
a ser função da indutância do objeto sob ensaio, da capacitância do gerador de impulso e do valor da
resistência de frente. Quatro métodos alternativos podem ser empregados:
A interligação dos terminais de mesmo nível de isolamento produz elevada solicitação na isolação
entre enrolamento e massa, mas de baixa intensidade na isolação entre espiras e entre partes do
enrolamento ensaiado. A Figura 7 mostra o circuito equivalente simplificado do gerador de impulso e
do enrolamento ensaiado do transformador, constituído apenas de duas seções iguais do
enrolamento, onde Lt representa a indutância de cada seção do enrolamento, Ct a capacitância entre
terminais de cada seção e Cg a capacitância da seção para a terra.
SF Rs
Lt Lt
A B
Cs Rp C f C t C t
Cg Cg Cg
Quanto menor os valores das capacitâncias Ct em relação a Cg maior a amplitude das oscilações e
menos uniforme será a distribuição das tensões ao longo do enrolamento. Para exemplificar,
considere-se a aplicação do ensaio de impulso atmosférico em um dos terminais do enrolamento de
APOSTILA CURSO: Transformadores – Ensaios de Fabrica – Inspeção (Prático) LACTEC PÁGINA 67 de 91
DOCUMENTO Nº
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
APOSTILA 0002/2015
PARA O DESENVOLVIMENTO
Assumindo-se que a raiz quadrada da relação entre as capacitâncias Cg e Ct seja 6,2 (fator α), a
distribuição das tensões ao longo de 10 seções iguais do enrolamento ensaiado está apresentada na
Figura 8, obtida por simulação digital com o gerador de impulso adequadamente ajustado para
aplicação da forma de onda padronizada.
0.0
Tensão (p.u.)
-0.5
-1.0
-1.5
A 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B
-2.0
0 30 60 90 120 150
Tempo (us)
A B
Cs Rp C f C t C t Rg
Cg Cg Cg
0.00
Tensão (p.u.)
-0.25
-0.50
-0.75
A 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B
-1.00
0 30 60 90 120 150
Tempo (us)
Neste caso, observa-se que o impulso aplicado solicita tanto as isolações entre espiras e entre seções
do enrolamento quanto a isolação entre enrolamento e massa. Valores elevados do resistor de
aterramento, entretanto, podem solicitar em excesso a isolação entre algumas seções do enrolamento
e a massa.
0.50
Tensão (p.u.)
0.25
0.00
-0.25
-0.50
-0.75
A 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B
-1.00
0 30 60 90 120 150
Tempo (us)
Na simulação digital da Figura 11, empregando-se o mesmo transformador analisado nos métodos
de ligação anteriores, porém com seu terminais não ensaiados diretamente aterrados, o melhor
ajuste do gerador de impulso possibilita a realização do ensaio apenas com tempo virtual de meio
valor de aproximadamente 17 µs.
Neste caso, a aplicação do impulso solicita com maior grau as isolações entre espiras e entre seções
do enrolamento, porém, não sustenta a solicitação na isolação entre enrolamento e massa. A
realização de ensaios de baixa freqüência, após o ensaio de impulso atmosférico, entretanto, produz
solicitações adequadas para avaliação da isolação entre enrolamento e massa. Além disso, o
método possibilita a medição da corrente que se desenvolve no enrolamento ensaiado e a detecção
de eventuais defeitos com boa sensibilidade.
Alternativamente, o ajuste do tempo de meio valor pode ser facilitado inserindo-se no circuito de
ensaio um indutor de aproximadamente 100µH a 400µH, em paralelo ao resistor de frente RS do
gerador de impulso, conforme circuito equivalente da Figura 12.
Ld
SF Rs
Lt Lt
A B
Cs Rp C f C t C t
Cg Cg Cg
A inserção de uma rede indutiva/resistiva entre o gerador de impulso e o enrolamento sob ensaio
pode facilitar o ajuste da forma de onda padronizada. Neste arranjo, a energia transferida do gerador
de impulso é armazenada pelo indutor durante a frente do impulso aplicado, sendo transferida para o
enrolamento durante a formação da cauda da onda. Este método de ensaio é especialmente útil para
a realização de ensaios de impulso atmosférico em enrolamentos de baixa tensão de
transformadores elevadores de grande porte.
0.75
Tensão (p.u.)
0.50
0.25
0.00
-0.25
-0.50
-0.75
-1.00
A 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B
-1.25
0 30 60 90 120 150
Tempo (us)
O transformador deve suportar a aplicação do ensaio de impulso atmosférico sem que se produzam
descargas disruptivas internas ou que hajam evidências de defeito. Apesar de não existir nenhum
método disponível para o adequado diagnóstico de falhas, a experiência acumulada na realização de
ensaios de impulso em diversas unidades, aliada ao emprego de métodos alternativos, permite
identificar eventuais defeitos no ensaio de transformadores.
CS
I =V
Lt
O tempo de varredura de impulsos plenos com valor reduzido deve ser igual ao de valor
especificado, sendo em geral suficientes varreduras de 50 µs a 100 µs para o registro da tensão
aplicada e de 50 µs a 500 µs para o registro da respectiva corrente.
§ Falha na isolação do enrolamento para a terra, quando qualquer dos impulsos plenos se
apresentar com a forma de onda cortada. Se o colapso da tensão ocorre dentro de
aproximadamente 1 µs, o defeito deve estar localizado no início do enrolamento ou em sua
bucha de alta tensão. Se a taxa de decaimento da tensão, durante o corte, é mais lenta
parte do enrolamento também está incluído no defeito.
§ Distorções na forma de onda da tensão podem indicar falha em parte da isolação do
enrolamento ou na bucha do terminal ensaiado. O tempo de ocorrência da discrepância
pode servir como guia para a localização aproximada do defeito.
§ Discrepâncias momentâneas próximas da crista do impulso são freqüentemente causadas
por descarga parcial na bucha do terminal ensaiado.
§ Curto-circuito de parte do enrolamento usualmente, mas não sempre, reduz o tempo de
meio valor do impulso aplicado.
§ Discrepâncias na corrente, durante os primeiros 2 µs, devem ser desprezados pela grande
probabilidade de terem sido provocadas no transitório de disparo do gerador de impulso.
Além desse tempo, falhas na isolação entre espiras e entre seções do enrolamento tendem
a aumentar a amplitude da corrente.
§ Mudanças aleatórias na corrente, indicadas no oscilograma por pequenos picos ou
oscilações rápidas podem ser geradas por problemas de aterramento ou imperfeição nas
conexões do circuito de ensaio.
§ Oscilações de alta freqüência superpostas no traço da corrente, sem modificação de sua
forma, podem indicar falha no aterramento do núcleo do transformador, ou a ocorrência de
descargas parciais na bucha do transformador.
Discrepâncias nos impulsos cortados podem indicar:
§ Oscilações intensas na região próxima da crista do impulso em apenas um dos registros do
impulso cortado com valor especificado é usualmente indicativo de falha na isolação interna
do transformador.
§ Mudança na taxa de colapso da tensão, no instante do corte, ou a ocorrência de corte não
provocada pela operação do centelhador de corte são evidências de falha.
§ Para evitar descargas disruptivas na isolação externa da bucha do transformador, a tensão
de descarga da bucha dever ser aumentada por meios apropriados.
§ O intervalo de tempo entre a aplicação do último impulso cortado com valor especificado e
os impulsos plenos finais deve ser minimizado para evitar a recuperação da isolação,
eventualmente danificada na aplicação das ondas cortadas.
§ Alterações significativas no tempo de corte dificultam a identificação de eventuais defeitos
após o corte. Os registros dos dois últimos impulsos plenos com valor especificado,
constituem critério suplementar de detecção de falha, porém, não são suficientes para
avaliação do ensaio de impulso cortado.
Se houver dúvidas na interpretação de discrepâncias nos registros, devem ser feitas, no máximo,
três aplicações com o tipo de impulso em dúvida, ou repetida a seqüência completa de impulsos
padronizada para o terminal em questão. Se tais discrepâncias persistirem, elas devem ser
investigadas.
Guias para ensaios de impulso, publicados por entidades normativas nacionais e internacionais,
apresentam oscilogramas com defeitos típicos registrados durante a aplicação do ensaio de impulso
atmosférico e impulso de manobra em transformadores. Para exemplificar a metodologia
recomendada para a identificação de defeitos, as Figuras 14 e 15 apresentam os oscilogramas de
tensão e corrente oriundos da aplicação de impulsos plenos e cortados, respectivamente, no
enrolamento de baixa tensão de um transformador de 40 MVA, 230 / 69 / 13,8 kV. Os oscilogramas
foram obtidos a partir de simulação digital, sobrepondo os registros determinados para as condições
com e sem defeito introduzido, no instante 10 µs.
Neste caso, simulou-se a ocorrência de curto-circuito entre os terminas da sétima seção de um
enrolamento constituído de dez 10 seções idênticas. O arranjo de ensaio empregado está de acordo
com o circuito equivalente apresentado na Fig. 12.
0.6
Tensão (p.u.)
0.4
0.2
0.0
-0.2
-0.4
-0.6
-1.2
0 30 60 90 120 150
Tempo (us)
0.6
Tensão (p.u.)
0.4
0.2
0.0
-0.2
-0.4
-0.6
-1.2
0 30 60 90 120 150
Tempo (us)
Quando linhas de transmissão com tensão de operação de 500 kV e superiores foram introduzidas
no sistema elétrico de potência, tornou-se aparente que os surtos de chaveamento possuíam grande
importância para o adequado dimensionamento do sistema. Sobretensões de elevado valor e de alta
freqüência podem resultar durante a manobra de linhas de transmissão nessas tensões de operação.
De modo geral, quanto maiores a tensão de operação do sistema e o comprimento da linha de
transmissão, mais elevada a amplitude dos surtos de manobra. A forma de onda observada depende
das características do sistema elétrico, porém, os tempos até a crista e a duração total dos surtos de
manobra são bem superiores àqueles verificados para os surtos atmosféricos.
Uma vez que os tempos até a crista e a duração total dos surtos de manobra são superiores às
durações típicas apresentadas pelos surtos atmosféricos, a distribuição de tensões ao longo do
enrolamento do transformador será mais uniforme. A distribuição de tensões é determinada pelo
acoplamento magnético dos enrolamentos do transformador, aproximando-se da distribuição
uniforme de tensões determinada quando os enrolamentos são alimentados em baixa freqüência.
A forma de onda dos impulsos de manobra está compreendida entre as formas de onda definidas
para os impulsos atmosféricos e para os ensaios de baixa freqüência. Assim sendo, transformadores
que suportam a aplicação dos ensaios de baixa freqüência e de impulso atmosférico, deveriam
suportar também a aplicação do ensaio de impulso de manobra, se a amplitude destes impulsos
correspondesse entre 80% e 85% da tensão suportável nominal sob impulso atmosférico.
Experiência da indústria, entretanto, demonstra que a consideração anterior não é verdadeira em
todos os casos, sendo então recomendada a realização do ensaio de impulso de manobra para a
avaliar adequadamente a suportabilidade de transformadores, especialmente quando operam em
sistemas com tensão máxima de operação de 362 kV e superiores. A tensão suportável de impulso
de manobra geralmente adotado é de 83 % do valor correspondente para impulsos atmosféricos.
100%
90%
t
a
t tf b
t tc
Para a obtenção de formas de onda com tempo até a primeira passagem pelo zero de 1000 µs, o
núcleo do transformador deve ser previamente magnetizado com a polaridade oposta dos impulsos
de manobra aplicados. A magnetização prévia do núcleo pode ser obtida pela aplicação de corrente
contínua de baixa intensidade através do enrolamento, ou pela aplicação de impulsos de manobra de
valor reduzido com polaridade oposta. Se estas providências não forem suficientes, um tempo até a
primeira passagem pelo zero inferior a 1000 µs pode ser aceito.
O nível de isolamento dos enrolamentos deve corresponder ao valor especificado pelo comprador do
transformador, de acordo com as prescrições da norma NBR 5356/93. Como as tensões induzidas
nos diferentes enrolamentos do transformador são aproximadamente proporcionais às relações entre
espiras, a tensão de ensaio deve ser determinada pelo enrolamento com tensão de operação mais
elevada. A tabela apresentada no item 2.2 indica alguns valores usuais para o ensaio de impulso de
manobra.
Cada um dos terminais de linha dos enrolamentos do transformador deve ser submetido a seguinte
seqüência de impulsos de manobra:
Os impulsos de manobra devem ser aplicados diretamente pelo gerador de impulso aos terminais de
linha do enrolamento sob ensaio, ou, então a um enrolamento de tensão inferior, de modo que a
tensão de ensaio seja transferida indutivamente ao enrolamento de maior tensão nominal de
operação. De qualquer modo, a tensão suportável sob impulso de manobra deve ser determinada
pelo terminal ensaiado do enrolamento com tensão de operação mais elevada.
Enrolamentos trifásicos devem ser ensaiados fase por fase. O neutro deve ser aterrado e o
transformador ligado de tal forma que nos demais terminais de linha do enrolamento ensaiado seja
desenvolvida tensão de polaridade oposta e com a metade da amplitude do impulso de manobra
aplicado, ou seja, com tensão entre fases equivalente a 1,5 vezes a tensão aplicada entre fase e
neutro. Neste caso, para evitar oscilações que provoquem o aparecimento de tensões superiores é
possível aplicar cargas resistivas nos terminais não ensaiados do enrolamento sob ensaio. Os
demais enrolamentos não diretamente ensaiados devem ser adequadamente aterrados em um
terminal, mas não curto-circuitados.
O transformador deve suportar a aplicação do ensaio de impulso atmosférico sem que se produzam
descargas disruptivas internas ou que hajam evidências de defeito.
Eventuais falhas nas isolações do transformador podem ser primariamente avaliadas pela análise
dos oscilogramas de tensão dos impulsos aplicados. Defeitos nas isolações entre espiras e entre
seções do enrolamento, mesmo nos enrolamentos não diretamente ensaiados, causam
discrepâncias significativas nos oscilogramas de tensão. Oscilogramas de corrente não são
geralmente necessários para a detecção de defeitos, porém, podem fornecer informações úteis no
diagnóstico do defeito.
Ainda que a superposição dos impulsos plenos com valor reduzido e com valor especificado não seja
prática usual, as formas de onda de todos os impulsos aplicados devem coincidir até o ponto de
saturação do núcleo do transformador. O transformador é considerado aprovado no ensaio de
impulso de manobra, se não ocorrer variação brusca da tensão aplicada. A saturação do núcleo do
transformador não se constitui em falha e ocorre em tempos relativamente longos, com forma de
onda similar a apresentada na Figura 16.
14 ENSAIOS DE TIPO
O ruído acústico gerado por um transformador tem por origem as suas vibrações eletromecânicas, o
sistema de ventilação, o chaveamento e o efeito Corona, entre outros. Destes, as vibrações
eletromecânicas e o sistema de ventilação são os que mais contribuem para o ruído. O ruído do
sistema de ventilação geralmente é encoberto pelo ruído gerado pela vibração eletromecânica do
transformador.
O objetivo deste ensaio é verificar a intensidade sonora gerada pelo transformador e seus
acessórios.
O ensaio de nível de ruído é realizado através do mesmo circuito elétrico de perdas em vazio.
Durante a aplicação de tensão nominal em um dos enrolamentos são feitas, no mínimo, 8 medições
ao redor do transformador. A faixa de freqüência de medição deve ser a mesma da sensibilidade do
ouvido humano.
15 ENSAIOS ESPECIAIS
• Toda vez que dois condutores estão em diferentes potenciais, há uma capacitância entre
eles. Excelentes materiais dielétricos irão consumir pouca energia na carga e descarga
capacitiva, que ocorre em um sistema de corrente alternada. A corrente de carga é expressa
em volts amperes, e sob condições ideais, é completamente devolvido ao sistema em cada
ciclo completo. Figura abaixo ilustra essa condição.
O ensaio de fator de potência é realizado através da medição do total volt-amperes aplicado pelo
sistema. Uma ponte de capacitância ou resistiva, ou ainda uma combinação das duas é usado para
separar os componentes resistivos e reativos. O fator de potência é então expresso como uma
proporção da energia resistiva que é consumido na forma de calor (Watts).
O fator de potência também pode ser expresso como uma função (co-seno) de ângulo de fase entre
a tensão aplicada e a corrente resultante. Se o isolamento foi puramente resistivo, a corrente terá o
mesmo ângulo de fase que a tensão que foi aplicada (deslocamento entre a corrente e a tensão seria
zero). O cosseno de 0o é 1, o que representa um fator de potência de 100 por cento.
Se o isolamento for puramente capacitivo (condição ideal), teremos uma defasagem entre corrente e
tensão 90 graus. O cosseno de 90 graus é zero, o que representa um fator de potência zero por
cento. A situação ideal é um isolante puramente capacitivo, a existência de um componente resistivo
vai produzir um ligeiro deslocamento angular (um fator de potência aceitável, em torno de 1 por cento
corresponde a um ângulo de fase de 89,43 graus, ou um deslocamento da condição ideal de 0,57
graus).
Qualquer meio isolante terá um fator de potência mensurável. Ensaios de fator de potência são
realizados em transformadores, buchas, disjuntores, e até no óleo isolante (um recipiente especial é
usado para fornecer um ambiente controlado). Medições de fator de potência em buchas são
especialmente úteis, as buchas maiores têm um tap especial que fornece um ponto de referência
padrão entre o condutor e a massa (flange, ponto aterrado).
A impedância de sequência zero é medida somente em enrolamentos ligados em estrela com neutro
acessível. Nas demais ligações, a impedância de sequencia zero é infinita.
Por definição, a impedância de zero "Z0"; é três vezes a impedância medida quando circula uma
corrente na frequência nominal entre os terminais das três fases ligadas em paralelo e o terminal de
neutro.
Os sistemas de alta tensão geram campos eletromagnéticos de baixa frequência, 60Hz, como
também campos eletromagnéticos de alta frequência, a níveis de MHz, devido à existência,
principalmente, do efeito corona em equipamentos de alta tensão.
Todos estes fatores provocam problemas de interferência entre equipamentos: telefones que
sintonizam rádios, celulares que alteram balanças eletrônicas, banco de dados alterados por pulsos
de radar, etc, ocasionando uma quantidade enorme de interferências eletromagnéticas.
O ensaio é realizado com o transformador no tap de maior tensão, aplicando-se 10% acima deste
valor com frequência nominal. O transformador deve estar totalmente montado e com seus
respectivos acessórios (conectores, pára -raios, etc.).
O ensaio de FRA é a relação entre duas grandezas características do objeto de teste, sejam estas
grandezas, tensões, correntes, tensão e corrente, etc. em uma faixa de freqüências especificadas.
Na figura 1 a seguir temos um circuito básico do ensaio de SFRA, onde o objeto de teste está
representado como um transformador de potência.
H1 H2
X1 X2
No arranjo de ensaio, aplicamos uma tensão senoidal entre a fase H1 e terra via o gerador de sinais
G.S. A medida da tensão aplicada U1 é feita pelo canal CH1 do osciloscópio, cuja impedância interna
é 50Ω. O sinal transferido U2 entre a fase H2 e terra é medido pelo canal CH2 do osciloscópio,
também em 50Ω.
No circuito da figura 1 e seu equivalente da figura 2, observamos que a medida de H é também uma
medida indireta da impedância terminal Zt, ou seja, entre os terminais H1 e H2 do enrolamento de
AT.
⎛ 50 ⎞
H = 20 * log⎜ ⎟
⎝ 50 + Zt ⎠
Da mesma forma que H, Zt é uma grandeza complexa com módulo e ângulo. Ela é facilmente
medida pelo mesmo equipamento que mede a função de transferência H. Uma vez obtendo-se a Zt,
o cálculo da admitância Yt é imediato. Ambas funções também podem ser empregadas como curvas
características do equipamento.
Um outro arranjo de ensaio também pode ser executado, como podemos ver na figura 3 a seguir:
H1
X1
H2 X2
Este ensaio é conhecido como resposta em freqüência ou ensaio de relação de transformação com
variação de freqüência. Podemos ver agora que o sinal aplicado pelo G.S. é no enrolamento H1-H2,
induzindo ou transferindo uma tensão U2 no enrolamento X1-X2 simulando o funcionamento normal
do transformador. Note que as impedâncias de entrada dos canais do osciloscópio estão agora na
posição de 1 MΩ. A relação é dada pela equação a seguir e ela pode ser normalizada pela relação
nominal do transformador.
U1
k=
U2
Conexões de ensaio
O ensaio de descargas parciais é um ensaio não destrutivo cuja finalidade é medir o nível de
descargas parciais em um determinado equipamento numa dada tensão, onde existem diversos tipos
de isolamentos envolvidos (sólido, líquido e gasoso). De maneira geral, o nível de descarga parcial
medido deve estar abaixo de um valor prefixado por norma ou especificação do equipamento
ensaiado.
Uma Descarga Parcial (DP) é caracterizada como uma descarga elétrica de pequena intensidade
que ocorre em uma região de imperfeição de um meio dielétrico sujeita a um campo elétrico, onde o
caminho formado pela descarga não une as duas extremidades dessa região de forma completa. A
ocorrência de descarga parcial depende da intensidade do campo aplicado nas extremidades desse
espaço, além do tipo de tensão de teste aplicada (tensão alternada, tensão contínua, sinal transitório
ou impulso).
NOMENCLATURA
O termo descarga parcial é um termo genérico dentro do grupo de descargas em gases,
como podemos ver no diagrama a seguir:
16 LITERATURA DE REFERÊNCIA: