Adm Geral - 5.68
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Adm Geral - 5.68
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CGU (Técnico Federal de Finanças)
Noções de Administração Geral - 2023
(Pré-Edital)
Autor:
Stefan Fantini
10 de Novembro de 2022
Índice
1) Teorias da Administração - Multibancas - PDF SIMPLIFICADO
..............................................................................................................................................................................................3
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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Nesta aula estudaremos diversas teorias, conceitos e abordagens diferentes sobre Administração.
Cada uma das teorias que estudaremos “enxerga” a administração sob um prisma específico
diferente.
Não existe teoria “certa” ou “errada”, querido aluno. Todas elas têm o seu valor e nos mostram a
administração sob um ângulo e um foco específico.
Portanto, todas as teorias são aplicáveis, devendo o administrador conhecê-las, no intuito de ter
opções e alternativas para cada situação diferente que enfrentar no dia-a-dia das organizações.
1 - Administração Científica
A Administração Científica foi desenvolvida pelo engenheiro americano Frederick Taylor, entre o
final do século XIX e o início do século XX.
Taylor, no “chão de fábrica”, analisou o trabalho de cada operário e observou que estes operários
aprendiam como executar as tarefas observando os outros operários (colegas de trabalho). Assim,
percebeu a falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho, tendo em vista que
havia diferentes métodos de execução para a mesma tarefa.
Percebeu, ainda, que a gerência desconhecia as rotinas de trabalho e o tempo que era necessário
para a realização de cada atividade.
Taylor concluiu, então, que se devia buscar a “melhor maneira” de fazer cada tarefa e aprimorá-la,
por meio de um estudo capaz de racionalizar o trabalho desses operários, chamado “estudo dos
tempos e movimentos” (motion-time study).
Imagine uma hamburgueria que tenha 8 funcionários (6 cozinheiros, 1 ajudante e 1 caixa). Cada
cozinheiro tem de fazer o lanche completo, do começo ao fim, ou seja: fritar as carnes, abrir os
pães, colocar a maionese, lavar o tomate, e montar o lanche. O ajudante, por sua vez, tem apenas
que fritar as batatas. Os cozinheiros, diversas vezes, acabam deixando a carne queimar
(desperdício), pois estão sobrecarregados com muitas tarefas. Enquanto isso, percebe-se que o
ajudante fica ocioso a maior parte do tempo.
Imagine, agora, que Taylor esteja analisando esse processo. O intuito é avaliar o movimento de
cada funcionário e contar quanto tempo (utilizando cronômetro) cada cozinheiro demora para
fazer cada uma de suas tarefas e quanto tempo o ajudante leva para fritar as batatas. O objetivo é
verificar o movimento de cada funcionário, e cronometrá-lo, a fim de chegar a um “tempo
padrão” e à “melhor maneira” de executar cada tarefa (the best way to do).
Por exemplo: define-se que o tempo para cortar cada pão é de 6 segundos e que a melhor maneira
de cortá-lo é com uma faca de serra e de cima para baixo.
Por exemplo: observou-se que o ajudante, a cada 1 minuto, verifica se as batatas já estão fritas
(mesmo sabendo que elas demoram 10 minutos na fritadeira). Esse movimento de “verificação a
cada 1 minuto” deve ser eliminado (é um movimento inútil). Além disso, verificou-se que um dos
cozinheiros é o mais ágil de todos, pois assim que ele corta o pão ele já coloca a maionese na
sequência. Portanto, tal prática deveria ser padronizada e adotada pelos outros cozinheiros (trata-
se da racionalização de movimentos úteis – abrir pão e colocar maionese na sequência)
Estudo da fadiga humana: Verificou-se que a fagida diminuia a eficiência dos trabalhadores
(diminuição da produtividade, diminuição da qualidade, perda de tempo, etc.). A
1
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: Provas e Concursos, 5ª edição. São Paulo, Manole: 2018, p. 5.
Desenho de cargos e de tarefas: Trata-se de definir o que cada operário irá fazer e como
deve ser feita cada tarefa. Taylor foi o pioneiro na tentativa de definir e estabelecer
racionalmente cargos e tarefas.
Supervisão funcional: Taylor era contra a centralização da autoridade. Para ele, deveriam
existir diversos supervisores, cada um especializado em determinada área. Portanto, os
operários estariam subordinados a diversos supervisores. O operário deve receber
orientação e ordens diárias de vários supervisores, cada um especializado em sua função
específica.
Para Taylor, a organização era tida como um sistema fechado, ou seja, não recebia influências
externas.
Conforme pode se observar, a ênfase da Administração Científica está nas tarefas, e seu objetivo é
o aumento da eficiência e da produtividade.
•Consiste em controlar o trabalho, para se certificar que ele está sendo executado
Controle de acordo com os métodos estabelecidos e planejados.
•Verificar se as metas estabelecidas estão sendo alcançadas.
É inegável que o trabalho de Taylor foi um avanço, sendo Taylor considerado, inclusive, o fundador
da moderna Teoria Geral da Administração (TGA). Contudo, a escola de Administração Científica de
Taylor sofreu muitas críticas. Vejamos, de acordo com Chiavenato, algumas delas2:
2
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014, pp. 69-74.
De início, é importante que você não confunda Teoria Clássica da Administração com Abordagem
Clássica da Administração.
Em regra, a expressão “Teoria Clássica” se refere apenas à teoria de Fayol (que iremos estudar
agora).
Contudo, o CESPE (que hoje não realiza mais concursos públicos, mas tem seu método aplicado
pelo CEBRASPE) vem utilizando o termo Teoria Clássica para se referir à “Abordagem Clássica”, de
maneira “abrangente” (englobando ambos: Taylor e Fayol).
Enquanto a teoria clássica prevê que há uma única melhor forma para executar determinada
tarefa, a teoria contingencial admite que pode haver várias formas distintas e simultaneamente
ideais de se administrar uma mesma situação.
Comentários:
De fato, o mais correto seria dizer que para a Administração Científica (Taylor) há uma única
melhor forma para executar cada tarefa (the best way to do). Ou, pelo menos, utilizar a expressão
“Abordagem Clássica”, para tratar de algo mais “macro”, envolvendo Taylor e Fayol.
Considerando isso, a questão está correta. De fato, conforme iremos estudar mais à frente, a
teoria contingencial admite que há várias formas diferentes para se chegar a um mesmo resultado.
Por sua vez, a Administração Científica defende o “the best way to do”.
Gabarito: correta.
Continuando...
A Teoria Clássica foi fundada na França, em 1916, pelo engenheiro francês Henri Fayol.
O objetivo era o mesmo da Administração Científica: aumentar a eficiência. Contudo, o foco era
diferente. Enquanto a Administração Científica focava na execução das tarefas, a Teoria Clássica se
caracteriza pela ênfase na estrutura organizacional (ou seja, que tipo de estrutura a empresa deve
possuir para alcançar o máximo da eficiência). Esse aumento da eficiência deve ser obtido através
da disposição dos órgãos e departamentos da empresa, e da maneira que eles se inter-relacionam.
Fayol possuía uma visão mais ampla da organização. Ele via os departamentos como partes da
estrutura organizacional. Foi baseado nessa teoria que foram criados os “organogramas”.
Tendo em vista que esta última função da organização (função administrativa) é a responsável por
coordenar e sincronizar todas as outras funções, Fayol se preocupou em definir quais eram as
funções do Administrador. Nesse sentido, de acordo com Fayol3, o processo administrativo é
composto pelas seguintes funções administrativas (funções do administrador): Prever, Organizar,
Comandar, Coordenar e Controlar (mnemônico: POC3 – “póqui3”).
3
(FAYOL, 1971) apud CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: Provas e Concursos, 5ª edição. São Paulo, Manole:
2018, p.11.
Para Fayol os administradores de todas as áreas e níveis – estratégico, tático e operacional - (por
exemplo: diretores, gerentes, supervisores), desempenham essas 05 funções administrativas
essenciais.
Prever
Organizar
Funções
Comandar
Administrativas
Coordenar
Funções
Técnicas Controlar
Funções
FUNÇÕES BÁSICAS DA Comerciais
ORGANIZAÇÃO (DA
EMPRESA) Funções
Financeiras
Funções de
Segurança
Funções
Contábeis
Fayol definiu, ainda, os Princípios Gerais da administração. Para ele os princípios são universais e
maleáveis (ou seja, devem adaptar-se a qualquer lugar, tempo ou situação). Segundo Fayol4, os 14
Princípios Gerais da Administração são:
4
(FAYOL, 1990) apud CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: Provas e Concursos, 5ª edição. São Paulo, Manole:
2018, p.12.
Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a
eficiência. Esta divisão (especialização) pode ser tanto vertical (níveis de autoridade -
hierarquia), como horizontal (departamentalização).
Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham
o mesmo objetivo.
Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da empresa devem
sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas
Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo da
hierarquia em função do princípio do comando.
Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana.
Espírito de equipe: a harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a
organização.
Devido à esta ênfase dada à estrutura organizacional, Fayol destacava a importância de uma
estrutura organizacional linear, ou seja, onde a hierarquia é verticalizada e as ordens são dadas de
cima para baixo (este tipo de estrutura linear está em perfeita simetria com alguns dos princípios
Conceito de homo economicus (homem movido Conceito de homo economicus (homem movido
pelo dinheiro) pelo dinheiro)
Pouca preocupação com aspectos indivíduais Não ignora os problemas humanos da organização,
porém, não consegue dar um tratamento adequado
(humanos) do funcionário
a esses problemas
Supervisão Funcional (operário deve receber Unidade de Comando (empregado deve receber
ordens de vários supervisores diferentes) ordens de apenas um superior)
A Teoria Clássica trouxe grandes contribuições à administração. De fato, ainda é a abordagem mais
utilizada pelos administradores iniciantes, devido possibilitar uma visão simples e ordenada da
organização.
Teoria da máquina: Considera a organização uma máquina: “cada ação, gera uma reação,
de acordo com uma relação pré-determinada”.
Abordagem de sistema fechado: Se preocupa apenas com aquilo que acontece dentro da
organização. Não são levados em consideração aspectos do ambiente externo (ambiente
em que a organização está inserida). Parte do pressuposto de que a organização é composta
por variáveis conhecidas e previsíveis.
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos. É resultado das conclusões da
“Experiência de Hawthorne”, desenvolvida por Elton Mayo, e foi um movimento contrário à Teoria
Clássica da Administração.
5
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014, pp. 90-93.
A Experiência de Hawthorne foi realizada em uma empresa da fábrica Western Eletric, em Chicago,
por Elton Mayo (professor de Harvard) e colaboradores.
Portanto, a conclusão foi de que o aumento da produtividade não estava relacionado com a
intensidade da luz (com fatores físicos do ambiente de trabalho), mas sim com a atenção que
estava sendo dada a esses empregados (fatores psicológicos).
Após essa primeira fase, foram realizadas mais outras 3 fases no experimento.
Continuando...
A ênfase, que antes era nas tarefas (Administração Científica), e na estrutura organizacional (Teoria
Clássica), passou a ser nas pessoas (nos aspectos psicológicos).
A Teoria das Relações Humanas acredita que deve haver uma identidade entre os interesses
pessoais dos empregados e os interesses da organização. Para tanto, deve-se mediar qualquer
conflito que possa surgir.
Algumas conclusões foram retiradas da experiência da Hawthorne. Tais conclusões são as bases da
Teoria das Relações Humanas e foram responsáveis por possibilitarem o delineamento de seus
princípios. As conclusões foram as seguintes6:
A organização também possui grupos informais: Diferentemente dos Clássicos, a Teoria das
Relações Humanas passou a visualizar uma organização composta por grupos informais7.
Uma supervisão mais cooperativa aumenta a eficiência: o supervisor deve ser capaz de
motivar os funcionários, mediante uma abordagem mais amigável e aberta. Esse interesse
“pessoal” dedicado ao funcionário aumenta a eficiência.
6
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014, pp. 108-110. / SOBRAL,
F., & PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro, 4ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2008, p. 50.
7
Os grupos informais são aqueles formados por relações pessoais e pela afinidade entre os membros de uma organização. São
aquelas “panelinhas” (ou grupos) que se formam dentro da empresa e não aparecem no organograma. Esses grupos definem
suas próprias regras, crenças, objetivos, expectativas, etc.
Enfâse exagerada nos grupos informais: a Teoria das Relações Humanas dava muita
atenção aos grupos informais, acreditando que isso repercutiria positivamente na
produtividade individual. Contudo, a boa relação dos grupos informais não é garantia de
aumento de produtividade.
Parcialidade nas conclusões: Se, por um lado, a abordagem clássica não levava em
consideração a administração informal, a Teoria das Relações Humanas foi totalmente o
oposto. Essa teoria se restringiu à organização informal (deixando de lado a organização
formal), obtendo resultados parciais e insatisfatórios.
Manipulação das Relações Humanas: essa forte manipulação das relações humanas
certamente era percebida pelos funcionários, o que gerava instabilidades nos
relacionamentos entre funcionários e organização.
4 - Teoria da Burocracia
A situação era a seguinte: de um lado, havia críticas ao mecanicismo da Teoria Clássica, de outro,
críticas ao romantismo ingênuo da Teoria das Relações Humanas. Era necessária uma teoria que
fosse sólida e abrangente, que servisse de orientação para o trabalho do administrador.
Foi nesse cenário que, em 1940, um grupo de estudiosos buscou, no trabalho de Max Weber,
inspiração para o surgimento da Teoria da Burocracia na Administração.
O modelo burocrático foi criado por Max Weber em 1909. Contudo, foi somente em
1940 (depois da morte de Weber) que alguns estudiosos buscaram aplicar esse modelo
à administração, surgindo, então, a Teoria da Burocracia na Administração.
O modelo de administração burocrático, idealizado por Max Weber, apoia-se em práticas baseadas
na dominação (autoridade) racional-legal. A dominação Racional-legal, também conhecida como
dominação burocrática, decorre da lei, ou seja, da legalidade das normas. O poder (ou autoridade)
está fundamentado em leis que estabelecem os direitos e os deveres dos integrantes de uma
sociedade (ou de uma organização). O poder, e a relação de obediência, não decorrem da
“tradição” (dominação tradicional) e nem dos aspectos pessoais de uma pessoa (dominação
carismática), mas sim das leis ou das normas. As pessoas obedecem porque as normas assim
determinam. Suas características são as regras e a disciplina.
Quando você, meu amigo, for nomeado e se tornar um servidor público, certamente terá um chefe
ao qual estará subordinado. Assim, deverá “obediência” a este chefe. Trata-se de uma dominação
racional-legal. Você irá obedecê-lo pois as normas assim estabelecem. O poder está no cargo, e
não na pessoa que o exerce.
Chiavenato destaca que, para Max Weber, as vantagens da burocracia são as seguintes:8
Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito e por quem, e as ordens e
papéis tramitam pelos canais preestabelecidos.
8 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: Provas e Concursos, 5ª edição. São Paulo, Manole: 2018, pp.42-43.
Redução do atrito entre as pessoas, pois cada funcionário conhece o que é exigido dele e
quais os limites entre suas responsabilidades e as dos outros.
Constância, os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias.
As pessoas, normalmente, têm uma ideia “sombria” do modelo burocrático, devido às disfunções
da burocracia, que foram aparecendo com o passar do tempo.
Excesso de papel: Ora, se tudo deve ser documentado e formalizado de forma escrita,
certamente há um exagero de papelada.
Dificuldade em aceitar mudanças: Se você já trabalhou em uma empresa onde havia algum
funcionário “velho de casa”, sabe bem do que estou falando. Quando a empresa pretende
implantar um novo procedimento, esse funcionário “velho de casa” não reage bem, pois fica
extremamente inseguro.
Excesso de Rigidez: Os processos eram tão rígidos, que não permitiam que os funcionários
inovassem ou fossem criativos.
Despersonalização dos relacionamentos: O funcionário era tratado pelo cargo que ocupava.
Não era mais o “João”, e sim o “Chefe do RH”, causando um excesso de impessoalidade nas
relações entre funcionários (e também nas relações com os clientes).
Perda da visão “macro”: Como as funções são divididas e segregadas, o funcionário perde a
noção do trabalho como um todo e da importância de seu trabalho.
PEGADINHA!
5 - Teoria Estruturalista
A Teoria Estruturalista tem por objetivo analisar a organização como um todo. Enquanto a Teoria
Clássica se preocupava apenas com a organização formal, e a Teoria das Relações Humanas se
concentrava na organização informal, os teóricos da Teoria Estruturalista abordam ambas as
organizações (formal e informal).
De um lado, a Administração Científica dava ênfase apenas nas tarefas; de outro, a Teoria das
Relações Humanas focava nas pessoas. Para os estruturalistas o estudo da administração deveria
ser muito mais amplo, abrangente e complexo do que isso. O foco é na estrutura organizacional e
no ambiente.
Pode-se dizer que a Teoria Estruturalista tem por objetivo promover a interdisciplinaridade entre
a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas, inspirando-se ainda na abordagem
burocrática de Max Weber. Essa Teoria busca considerar e compreender os aspectos que foram
omitidos pelas teorias anteriores. Surge como uma necessidade de eliminar as limitações e
distorções do modelo burocrático.
Essa foi a primeira teoria a abordar o conceito de sistema aberto de organização. Enquanto os
modelos anteriores tinham uma abordagem fechada (racional), voltada para dentro e baseada na
previsibilidade, a Teoria Estruturalista passa a considerar uma abordagem de sistema aberto
(natural), onde também existe a preocupação com o ambiente externo (a organização encontra-se
aberta às influências e imprevisibilidades do meio externo).
O conceito de homo economicus (Teoria Clássica) e homo social (Teoria das Relações Humanas),
são deixados para traz e surge a ideia de um homem organizacional, ou seja, para os
estruturalistas o homem moderno participa simultaneamente de várias organizações, e dentro
delas executa diversos papéis, portanto, deve ser flexível e ter uma personalidade cooperativa e
coletivista. Além disso, o homem organizacional tem a capacidade de adiar recompensas, com o
objetivo ser bem-sucedido nas organizações.
Em resumo, a Teoria Estruturalista busca visualizar e entender a organização como um todo e, para
isso, utiliza-se de diversos ângulos e pontos de vista.
Chiavenato sintetiza muito bem ao dizer que essa abordagem múltipla utilizada pela Teoria
Estruturalista envolve9:
9 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014, p. 292.
Teoria das
Teoria
Teoria Clássica Relações
Estruturalista
Humanas
Ênfase na estrutura Estudo mais abrangente e
organizacional Ênfase nas pessoas
complexo
6 - Teoria Neoclássica
A Teoria Neoclássica surgiu retomando vários dos princípios da Teoria Clássica, com uma visão
mais moderna e flexível, buscando atender às necessidades das organizações, que cresciam e
tornavam-se mais complexas. Seu principal teórico é Peter Drucker, considerado o pai da
administração moderna.
Ênfase nos objetivos e nos resultados: A organização deve ser estruturada, dimensionada e
orientada para alcançar objetivos e produzir resultados. A organização não deve “voltar-se
para si mesma”, para seus processos internos; mas sim deve orientar-se em função de seus
objetivos e resultados. São os objetivos que justificam a existência da organização.
Conceitos ecléticos: Os neoclássicos são ecléicos. Embora a “base principal” seja a Teoria
Clássica, a Teoria Neoclássica absorve os conceitos e ideias de outras teorias administrativas
mais recentes (Relações Humanas, Burocrática, Estruturalista, entre outras).
Os Neoclássicos entendem que organização deve ser considerada, simultaneamente, tanto sob o
ponto de vista da eficácia como da eficiência.
Eficiência – Significa fazer bem alguma coisa. Fazer uma atividade de forma correta. Utilizar os
recursos disponíveis da melhor maneira possível. Está associado à produtividade e ao
desempenho; ao modo de se fazer algo. O foco é INTERNO e relaciona-se aos MEIOS e aos
CUSTOS envolvidos. É a medida de avaliação da utilização dos recursos.
Eficácia – Significa fazer a coisa certa. Fazer aquilo que deve ser feito para que os objetivos sejam
alcançados. É atingir os objetivos ou as metas traçadas, independente dos custos envolvidos. O
foco é EXTERNO e relaciona-se aos FINS. É a medida de avaliação do alcance dos resultados.
Na Teoria Neoclássica também são discutidos conceitos como administração por objetivos,
vantagens e desvantagens da centralização e da descentralização, planejamentos tático,
estratégico e operacional, entre outros.
A Teoria Neoclássica destaca, ainda, alguns princípios fundamentais da organização formal, quais
sejam:
Quanto menor a amplitude de controle (menos subordinados sob supervisão), maior serão
os níveis hierárquicos (logo, a estrutura organizacional será mais “alta”, mais
“verticalizada”).
Por fim, e talvez o ponto mais importante a se destacar, são as funções administrativas (processo
administrativo) sob o ponto de vista Neoclássico.
Você deve lembrar-se que, de acordo com a Teoria Clássica (Fayol), o processo administrativo é
composto pelas seguintes funções administrativas (funções do administrador): Prever, Organizar,
Comandar, Coordenar e Controlar (mnemônico: POC3 – “póqui3”).
Contudo, os Neoclássicos deram uma “repaginada” nessas funções. Para a Teoria Neoclássica, o
processo administrativo é composto pelas seguintes funções administrativas (funções do
administrador): Planejamento, Organização, Direção e Controle (mnemônico: PODC – “pódicê”).
Vale dizer que esta é a visão mais aceita, e considerada a “mais correta” nos dias de hoje.
A Teoria dos Sistemas nasceu a partir da Teoria Geral dos Sistemas (TGS), e seu precursor foi o
biólogo Ludwig Von Bertalanffy.
Para Bertalanffy as divisões que se faz do mundo em diferentes áreas (Física, Química, Biologia,
etc) é muito arbitrária. Para ele, todos os sistemas devem ser estudados globalmente, de forma
integrada, envolvendo todas as áreas, bem como a correlação entre suas partes.
A Teoria de Sistemas (TS) é contra aquele pensamento analítico, que “decompõe” as áreas. Em
outras palavras, é contra o conceito de “cada um no seu quadrado”. A partir da TS surgem novas
ideias, conceitos mais integrados, mais sintéticos, que levam em consideração o “todo”. Por
exemplo: os planetas isolados passam a ser o “sistema solar”; os órgãos digestivos passam a ser o
“sistema digestivo”, etc.
Djalma Oliveira11, em outras palavras, explica que sistema “é um conjunto de partes interagentes
e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e
efetuam determinada função”.
O foco agora estava na relação entre a organização e o ambiente externo, bem como na interação
entre órgãos internos da própria organização. A ideia central é de que as organizações são
sistemas abertos. É como se a organização fosse um sistema “vivo”. O administrador deve
conhecer o mercado externo, a concorrência, os clientes, etc.
A Teoria dos Sistemas ressalta homem funcional. As organizações são “sistemas de papéis”. Nesse
contexto, o homem funcional é um “papel” dentro da organização. Ele realiza um papel, inter-
relacionando-se com as outras pessoas. Além disso, o homem mantém expectativas dos “papéis”
realizados por essas outras pessoas.
10
(Bertalanfy, 1975) apud CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: Provas e Concursos, 5ª edição. São Paulo, Manole: 2018, pp.42-43.
11 OLIVEIRA, Djalma P. R. Teoria Geral da Administração, 3ª edição. São Paulo, Atlas: 2012, p. 224.
Como sistema aberto, a organização está em constante interação com o meio (ambiente externo),
recebendo dele matéria-prima, pessoas, informações, etc., os quais são transformados em
produtos e serviços que, posteriormente, são colocados novamente no ambiente.
Objetivos
Controle
Controle
Por fim, é importante dizer que as organizações, enquanto sistemas abertos, apresentam as
seguintes características:
12
OLIVEIRA (2012) – adaptado.
Entropia negativa: entropia é um processo de desgaste natural, que leva à morte. Portanto,
“entropia negativa” é a força que o sistema faz para se manter vivo. Isso é feito através do
reabastecimento de energia. Ou seja, as organizações devem importar mais energia (do
ambiente) do que exportar.
Equifinalidade: isso significa que não existe apenas um caminho para que o resultado final
seja atingido. A organização, enquanto sistema aberto, possui diversos caminhos diferentes
que são aptos a alcançar o mesmo resultado.
8 - Teoria da Contingência
Assim, são as contingências que indicam o caminho a ser seguido, e indicam de que forma a
organização deve se estruturar. O objetivo é “responder” aos estímulos do ambiente. Essas
contingências externas podem ser positivas (oportunidades) ou negativas (ameaças).
Para Woorward a tecnologia adotada pela organização tem grande influência nesse processo, pois
é ela que determina a estrutura e o comportamento organizacional.
Outro assunto bastante importante quando estudamos sobre a Teoria da Contingência, se refere
aos estudos realizados por Tom Burns e G. M. Stalker. Esses dois sociólogos classificaram as
organizações em dois tipos: “mecanísticas” e “orgânicas”.
13
Burns T, Stalker GM. The management of innovation. Londres, Tavistock, 1961. pp. 5-6. apud CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da
administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014, pp. 504-505.
Foi através dos estudos realizados por Paul R. Lawrence e Jay W. Loesch, entretanto, que nasceu a
Teoria da Contingência. Esses teóricos estudaram quais as características que as organizações
deveriam possuir para poderem enfrentar com maior eficiência as variáveis do ambiente externo
(condições tecnológicas, condições de mercado, etc.).
Nesse sentido, as organizações que obtêm mais sucesso são aquelas que mais se aproximam das
características requeridas pelo ambiente.
Surge ai também a ideia da Adhocracia, um termo criado por Toffler. Para facilitar, pense como um
modelo com características diametralmente opostas às características da Burocracia.
-Mutabilidade e variação das responsabilidades (as responsabilidade não são fixas, isto é,
podem ser alteradas)
Para a Teoria da Contingência o homem (aquele mesmo homo economicus, homo social, homem
organizacional, etc.) é visto como homem complexo. Para a Teoria Contingencial as teorias
anteriores pecam por não levarem em conta toda a complexidade do homem.
-O ambiente organizacional interno interage entre si, e também interage com o ambiente
externo. As demandas externas (incertezas do ambiente) e as características internas da
organização (diferenciação e integração) estão intimamente relacionadas.
-Os aspectos organizacionais internos são variáveis dependentes (ou seja, ocorrem dentro
da organização e “dependem” das características e demandas do ambiente). Por sua vez, as
características do ambiente são variáveis independentes (ocorrem fora da organização).
Chiavenato14 resume muito bem ao dizer que, “a Teoria da Contingência explica que não há nada
de absoluto nos princípios gerais de administração. Os aspectos universais e normativos devem ser
substituídos pelo critério de ajuste constante entre cada organização e o seu ambiente e
tecnologia”.
De fato, foi uma teoria que propiciou diversos aspectos positivos ao “mundo moderno”, tais como:
visualização da complexidade do ambiente no qual a organização está inserida; maior flexibilidade
às organizações; interligação entre organizações (as chamadas organizações “em rede”); etc.
Contudo, essa teoria sofreu algumas críticas, especialmente pelo fato do seu “relativismo
exagerado” (a ideia exagerada de que “tudo depende”).
- Ênfase demasiada no ambiente: a visualização da organização “de fora pra dentro” (do
ambiente para a organização), e a ideia de que é o ambiente que determina as
características da organização, pode soar um pouco exagerado.
14
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014, p. 507.
RESUMO ESTRATÉGICO
Sintetizei todos os principais aspectos de cada uma das Teorias que estudamos em uma tabela
(que está na próxima página), para que seja mais fácil a visualização e a comparação entre as
Teorias.
Principais
Ênfase Organização Homem Sistema Abordagem Características / Palavras-Chave
Teóricos
Estudos de tempos e movimentos / melhor maneira de
Administração Homo Sistema Prescritiva e
Taylor Tarefas Formal fazer algo / divisão do trabalho / especialização /
Científica economicus Fechado Normativa
padronização / incentivos salariais / Analítico
Homo Sistema Prescritiva e Funções Básicas da Administração / Princípios / Unidade de
Teoria Clássica Fayol Estrutura Formal
economicus Fechado Normativa Comando / Sintético
Teoria das
Sistema Prescritiva e Nível de produção é resultado da integração social /
Relações Mayo Pessoas Informal Homo social
Fechado Normativa Importância do conteúdo dos cargos / Aspectos emocionais
Humanas
Homem isolado, Formalismo / Impessoalidade / Hierarquia Funcional /
Teoria da Sistema Prescritiva e
Weber Estrutura Formal que ocupa um Padronização / Previsibilidade / Meritocracia /
Burocracia Fechado Normativa
cargo Profissionalização / Dominação racional-legal
Teoria Thompson Estrutura e Formal e Homem Sistema Explicativa e Sintetizar as teorias anteriores / teoria “integracionista” /
Estruturalista Etizioni ambiente Informal organizacional Aberto Descritiva eliminar distorções da burocracia
Tarefas, Homem
Teoria Formal e Sistema Prescritiva e Ênfase na prática da administração / Eficiência e Eficácia /
Drucker pessoas e organizacional e
Neoclássica Informal Fechado Normativa Conceito ecléticos / PODC
estrutura administrativo
Busca a “real integração” das teorias anteriores /
Teoria dos É um Homem Sistema Explicativa e Organização é um sistema aberto composto por
Bertalanffy Ambiente
Sistemas “sistema” Funcional Aberto Descritiva subsistemas / Constante interação com o ambiente externo
/ Holismo / Globalismo / Resiliência / Homeostase
Sistema
Depende do A estrutura e o funcionamento da organização dependem
Teoria da Ambiente e Homem Aberto e Explicativa e
Woodward ambiente e do ambiente no qual a organização está inserida e da
Contingência Tecnologia Complexo Fechado Descritiva
tecnologia tecnologia / Tudo depende / Tudo é relativo
(depende)
QUESTÕES COMENTADAS
1. (CESPE – PGE-PE – Analista Administrativo de Procuradoria - 2019)
A Escola da Administração Científica deu ênfase, entre outros aspectos, à análise do trabalho e
aos estudos de tempos e movimentos como forma de racionalizar a execução das tarefas pelos
operários; além disso, contemplou algumas ações típicas de administração de recursos
humanos, como o desenho de cargos, os incentivos salariais e os prêmios por produção.
Comentários:
É isso mesmo. Quando falamos em “estudos de tempos e movimentos” estamos diante da escola
de Administração Científica.
Outras características da Administração Científica trazidas pela assertiva são: a racionalização das
tarefas, o desenho de cargos, e o conceito de homo economicus (incentivos salariais e prêmios de
produção).
Gabarito: correta.
Comentários:
Gabarito: errada.
A abordagem das relações humanas no trabalho advém da teoria clássica da administração, que
pauta o trabalho pela produtividade, pelo lucro e pelas capacidades física e fisiológica de
produção.
Comentários:
A abordagem das relações humanas advém da Teoria das Relações Humanas. Foi um movimento
de oposição à Teoria Clássica da Administração.
Gabarito: errada.
Comentários:
Gabarito: errada.
A ciência clássica da administração apresenta um enfoque analítico, que possui uma orientação
linear de causa e efeito.
Comentários:
Lembre-se de que tanto a Administração Científica, quanto à Teoria Clássica, fazem parte da
Abordagem Clássica de Administração.
Portanto, ao responder essa questão, o aluno não deve se ater ao termo “clássica” (o que induziria
a pensar na Teoria Clássica). Essa foi a “pegadinha” do examinador.
Gabarito: correta.
De acordo com a lógica da abordagem dos sistemas, haverá sinergia quando o resultado da
interação entre as partes que compõem um sistema for equivalente à soma dessas partes.
Comentários:
Nada disso!
Uma das ideias da Teoria dos Sistemas é exatamente de que “o todo é maior do que a soma das
partes” (holismo ou sinergia).
Em outras palavras, “o resultado da interação entre as partes que compõem um sistema é maior
do que a soma dessas partes”.
Gabarito: errada.
Comentários:
Vejamos:
Gabarito: errada.
Comentários:
Olha aí, meu amigo. Mais uma vez o CESPE/CEBRASPE utilizou o termo “Teoria Clássica” para
designar a “Abordagem Clássica”.
O mais correto, de fato, seria dizer que a padronização é procedimento típico da Administração
Científica. Ou, então, poderíamos utilizar o termo “Abordagem Clássica”, para nos referirmos a
algo mais abrangente (Taylor + Fayol).
Contudo, como já destaquei durante a aula, o CESPE/CEBRASPE vem utilizando o termo “Teoria
Clássica” como se fosse um sinônimo de “Abordagem Clássica”. Fique atento!
Gabarito: correta.
Comentários:
Exatamente!
Gabarito: correta.
Comentários:
Assertiva perfeita!
Gabarito: correta.
Comentários:
Letra E: errada. Uma das características do modelo burocrático é a formalidade das comunicações
(e não informalidade)
O gabarito é a letra C.
d) a racionalidade e a flexibilidade.
Comentários:
Letra B: correta. Isso mesmo. A assertiva trouxe algumas das características da burocracia.
O gabarito é a letra B.
Comentários:
São os sistemas organizacionais orgânicos que são mais apropriados a situações dinâmicas, com
forte concorrência e imprevisíveis.
Gabarito: errada.
Na visão burocrática, o trabalho realiza-se por meio de funcionários que ocupam cargos com
atribuições oficiais, fixas e ordenadas por meio de regras, leis ou disposições regimentais.
Comentários:
Perfeito! O modelo burocrático é pautado por regras, leis, regulamentos etc. Os funcionários são
“profissionais” e “especialistas”.
Gabarito: correta.
Comentários:
Gabarito: correta.
A função da administração, definida por Fayol, relacionada à análise dos resultados obtidos com
os padrões predeterminados, é denominada
a) controle.
b) planejamento.
c) organização.
d) direção.
e) comando.
Comentários:
Monitorar os resultados, para certificar-se de que tudo está ocorrendo de acordo com as regras
estabelecidas e as ordens dadas, é característica da função Controle.
O gabarito é a letra A.
Comentários:
Conforme vimos, a meritocracia é uma das características inerentes ao modelo burocrático. Além
disso, vimos também que a adhocracia é um modelo “antagônico” ao modelo burocrático.
Contudo, não é pelo fato de eles serem modelos antagônicos que a meritocracia torna-se
incompatível com a adhocracia. Pelo contrário, muitos dos “bons princípios” burocráticos são sim
aproveitados (e compatíveis) pela adhocracia. A meritocracia é um bom exemplo disso.
Gabarito: errada.
Para Taylor, Fayol e seus seguidores, é considerada boa a organização que possui um
organograma detalhado, com ênfase na divisão do trabalho, no planejamento das funções, na
descrição de cargos, nos manuais de tarefas e procedimentos, pois isso gera estruturas flexíveis,
moveis e permanentes.
Comentários:
Mesmo que você nunca tivesse estudado essa matéria conseguiria acertar essa questão (risos).
Veja o que a assertiva traz ao final do enunciado: “estruturas flexíveis, móveis e permanentes”. Ué,
como uma estrutura pode ser flexível, móvel e permanente ao mesmo tempo? Não faz qualquer
sentido!
Além disso, todas as características citadas pela assertiva geram estruturas rígidas e inflexíveis.
Gabarito: errada.
O objetivo dos estudos de Hawthorne, que deram origem à Escola das Relações Humanas, era
a) determinar, por meio de métodos científicos, a tarefa ideal a ser desempenhada pelo
operário conforme o seu perfil.
d) identificar o tipo de estrutura formal da empresa capaz de contribuir para a qualidade de vida
dos trabalhadores.
Comentários:
A Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo, teve por objetivo identificar como a
variação da luminosidade no ambiente de trabalho afetaria a produtividade. Ou seja, o objetivo era
identificar como as condições físicas do trabalho afetam a produtividade dos operários.
O gabarito é a letra C.
c) especialização do trabalho.
Comentários:
O gabarito é a letra C.
Comentários:
Muita calma, querido aluno. Se você respondeu que a assertiva está errada, não se preocupe. Você
está sim entendendo o conteúdo que estamos estudando.
De fato, a Teoria Estruturalista é voltada tanto para as organizações formais quanto para as
organizações informais.
Contudo, a assertiva é bastante capciosa. Em outras palavras, ela quer dizer que: “os estudos da
teoria estruturalistas voltados à organização formal, surgiram como uma necessidade de eliminar
distorções e limitações do modelo burocrático”.
Nesse sentido, podemos dizer, paralelamente, que “os estudos da teoria estruturalista voltados à
organização informal, surgiram para eliminar algumas distorções da Teoria das Relações
Humanas”.
Conseguiu “compreender” o que a assertiva está dizendo? Sim, é uma “sacanagem” a forma que a
banca elaborou essa assertiva. Mas, vamos em frente!
Gabarito: correta.
Comentários:
Isso mesmo!
Simples, meu amigo. Imagine empresas como a APPLE, a UBER ou produtos como o WHATSAPP.
São empresas/produtos que revolucionaram o mercado e modificaram o ambiente. Não é mesmo?
☺
Gabarito: correta.
A abordagem humanista, que se inaugurou com o movimento das relações humanas, tinha o
objetivo de estabelecer um modelo de administração que proporcionasse bem-estar e
qualidade de vida para o trabalhador, mesmo que, para isso, fosse necessário alterar ou reduzir
a produtividade da organização.
Comentários:
A Teoria das Relações Humanas não defende o “bem-estar” dos funcionários em detrimento (em
sacrifício) da “produtividade organizacional”.
expectativas dos empregados (e não simplemente pela capacidade física e fisiológica, individual de
cada empregado, conforme defendia a Teoria Clássica). Quanto maior a integração social, maior a
produtividade.
Gabarito: errada.
Comentários:
Prever
Organizar
Funções
Comandar
Administrativas
Coordenar
Funções
Técnicas
Controlar
Funções
FUNÇÕES BÁSICAS DA
Comerciais
ORGANIZAÇÃO (DA
EMPRESA)
Funções
Financeiras
Funções de
Segurança
Funções
Contábeis
Gabarito: correta.
Dar tratamento com benevolência e justiça às pessoas, sem dispensar a energia e o rigor
necessários, é uma tendência difundida desde a escola clássica de Fayol.
Comentários:
Isso mesmo! Trata-se de um dos Princípios Gerais da Administração defendidos por Fayol:
Gabarito: correta.
Comentários:
Muito cuidado!
De fato, o princípio da divisão do trabalho é um dos princípios estabelecidos por Fayol (Teoria
Clássica).
Contudo, a assertiva trouxe o conceito errado de “divisão do trabalho”. Na verdade, para confundir
o aluno, o examinador “misturou” outros princípios de Fayol (“unidade de comando” e “unidade
de direção”), dentro do conceito de divisão do trabalho.
A divisão do trabalho consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a
eficiência.
A unidade de comando, por sua vez, se baseia na ideia de que cada empregado deve receber
ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única.
Já a unidade de direção, se relaciona ao seguinte conceito: uma cabeça e um plano para cada
conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo.
Gabarito: errada.
Segundo a teoria contingencial, não há modelo organizacional exclusivo nem modelo melhor
que outro porque as organizações são sistemas abertos que necessitam de cuidados, de
administração e tratamento adequados ao tipo de atividade que desempenhem e ao ambiente
em que se encontrem.
Comentários:
Gabarito: correta.
Comentários:
Contudo, o caso narrado pela assertiva não é um exemplo de aplicação do princípio da unidade de
comando.
Segundo o princípio da unidade de comando, cada empregado deve receber ordens de apenas um
superior (ou seja, deve se reportar a apenas um superior hierárquico)
Gabarito: errada.
Interesse geral, equidade, iniciativa e espírito de equipe são princípios universais da teoria da
administração contingencial.
Comentários:
Para a Teoria da Contingência tudo depende do ambiente no qual a organização está inserida.
Portanto, não existem “princípios universais”.
Gabarito: errada.
Comentários:
Gabarito: errada.
Comentários:
A primeira parte da assertiva está correta. De fato, segundo a visão sistêmica, as organizações são
sistemas construídos pelos indivíduos em interação com o ambiente. Contudo, a ênfase da Teoria
de Sistemas é o sistema como um todo, e não apenas o ambiente.
Gabarito: errada.
Nesse cenário, a Escola Clássica, que tem como expoente Henri Fayol, enfatiza
Comentários:
Questão bem tranquila. Bastava que você soubesse que a ênfase, para Fayol, estava na estrutura
organizacional.
Fayol também destacou que processo administrativo é composto pelas seguintes funções
administrativas (funções do administrador): Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar
(mnemônico: POC3 – “póqui3”).
O gabarito é a letra B.
e) os níveis inferiores da organização não são atingidos pela cadeia de comando central, sendo,
assim, necessária a instituição de uma escala de prioridades nesse encadeamento.
Comentários:
Letra B: errada. Para Fayol, cada subordinado deve receber ordens de apenas um superior. É o
princípio unidade de comando.
Letra C: correta. Perfeito. A assertiva traz, corretamente, a definição do princípio da cadeia escalar.
Trata-se da linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo (da hierarquia) em
função do princípio do comando.
Letras D: errada. Para Fayol, a cadeia de comando é vertical (de cima para baixo).
Letra E: errada. Todos os níveis são afetados pela cadeia de comando. É uma cadeia escalar (a linha
de autoridade vai do escalão mais alto até o mais baixo)
O gabarito é a letra C.
a) clássica e burocrática.
b) burocrática e sistêmica.
c) clássica e sistêmica.
d) burocrática e comportamental.
e) estruturalista e sistêmica.
Comentários:
Tanto a abordagem clássica (Fayol e Taylor) quanto Teoria Burocrática (Weber) destacam a
importância da racionalidade técnica, da hierarquia e da especialização para a maximização da
eficiência.
Além disso, a assertiva nos dá outra informação valiosa, qual seja: foco na estrutura organizacional
formal. Nesse sentido, já descartaríamos as letras B, C e D (pois a Teoria Sistêmica visualiza a
organização como um “sistema”). Da mesma forma, não poderia ser nem a Teoria Estruturalista
(letra E) nem a Teoria Comportamental (letra D), pois ambas levam em consideração tanto a
organização formal quanto a organização informal.
O gabarito é a letra A.
III - alcançar, por vários caminhos, o mesmo estado final, partindo de iguais ou diferentes
condições iniciais.
Comentários:
II- importar mais energia do ambiente externo do que expender = Entropia Negativa
III - alcançar, por vários caminhos, o mesmo estado final, partindo de iguais ou diferentes
condições iniciais = Equifinalidade
Não existe apenas um caminho para que o resultado final seja atingido. A organização,
enquanto sistema aberto, possui diversos caminhos diferentes que são aptos a alcançar o
mesmo resultado.
O gabarito é a letra B.
Comentários:
Os incentivos salarias e os prêmios por produção (comissão por produtividade), estão relacionados
ao conceito de homo economicus, adotado pela abordagem clássica da administração.
O gabarito é a letra A.
Comentários:
Letra A: correta. Para a Teoria das Relações Humanas o nível de produção (produtividade) é
resultado da integração social dos funcionários.
Letra B: errada. Pelo contrário. A Teoria das Relações Humanas caracteriza-se pela delegação de
autoridade e confiança nas pessoas.
Letra C: errada. Nada disso! Para a Teoria das Relações Humanas o conceito é de homem social, ou
seja, a motivação econômica é secundária, de modo que as pessoas são motivadas e movidas por
outros aspectos, tais como: aprovação social, reconhecimento, recompensas simbólicas.
O gabarito é a letra A.
Dentre as propostas sugeridas por essa abordagem, formalizadas em 4 princípios, existe uma
concernente ao papel dos gerentes na produção.
Comentários:
Letra A: errada. A Administração Científica visualiza apenas aquilo que acontece dentro da
organização (abordagem de sistema fechado). Não são levados em consideração aspectos do
ambiente externo.
Letra C: errada. Essa assertiva “viajou”. O campo de aplicação da Administração Científica eram as
fábricas. Não há nada disso de “criação artística e artesanal”.
Letra D: errada. Nada disso! Os trabalhadores não tinham autonomia. Eram considerados “simples
operários” que deveriam executar as tarefas de acordo com os padrões estabelecidos.
Letra E: correta. Isso mesmo! A Administração científica buscava maximizar a eficiência através de
regras, padrões e fórmulas (científicas).
O gabarito é a letra E.
A Administração Científica, proposta por Frederick Taylor, ficou marcada por ter sido pioneira
nesse campo de estudos.
Assinale a opção que indica uma inovação proposta pela Administração Científica.
b) Artesanização produtiva.
c) Customização de nichos.
d) Interação mercadológica.
e) Especialização do operário.
Comentários:
A questão nos pergunta qual foi a inovação proposta pela Administração Científica. A resposta é a
Letra E (especialização do operário).
Você poderia me perguntar: “Professor, mas a abordagem de sistema fechado não era uma
característica da Administração Científica?”
Sim, querido aluno. A abordagem de sistema fechado é sim uma característica da Administração
Científica; contudo, não se trata de uma inovação. Essa visão de “estrutura de sistemas fechados”
já existia desde os primórdios da revolução industrial.
Por outro lado, a “especialização do operário” foi uma inovação (e talvez a principal delas) trazida
pela Administração Científica.
O gabarito é a letra E.
a) clássica.
b) comportamentalista.
c) neoclássica.
d) burocrática.
e) sistemática.
Comentários:
O gabarito é a letra D.
LISTA DE QUESTÕES
1. (CESPE – PGE-PE – Analista Administrativo de Procuradoria - 2019)
A Escola da Administração Científica deu ênfase, entre outros aspectos, à análise do trabalho e
aos estudos de tempos e movimentos como forma de racionalizar a execução das tarefas pelos
operários; além disso, contemplou algumas ações típicas de administração de recursos
humanos, como o desenho de cargos, os incentivos salariais e os prêmios por produção.
A abordagem das relações humanas no trabalho advém da teoria clássica da administração, que
pauta o trabalho pela produtividade, pelo lucro e pelas capacidades física e fisiológica de
produção.
A ciência clássica da administração apresenta um enfoque analítico, que possui uma orientação
linear de causa e efeito.
De acordo com a lógica da abordagem dos sistemas, haverá sinergia quando o resultado da
interação entre as partes que compõem um sistema for equivalente à soma dessas partes.
d) a racionalidade e a flexibilidade.
Na visão burocrática, o trabalho realiza-se por meio de funcionários que ocupam cargos com
atribuições oficiais, fixas e ordenadas por meio de regras, leis ou disposições regimentais.
A função da administração, definida por Fayol, relacionada à análise dos resultados obtidos com
os padrões predeterminados, é denominada
a) controle.
b) planejamento.
c) organização.
d) direção.
e) comando.
Para Taylor, Fayol e seus seguidores, é considerada boa a organização que possui um
organograma detalhado, com ênfase na divisão do trabalho, no planejamento das funções, na
descrição de cargos, nos manuais de tarefas e procedimentos, pois isso gera estruturas flexíveis,
moveis e permanentes.
O objetivo dos estudos de Hawthorne, que deram origem à Escola das Relações Humanas, era
a) determinar, por meio de métodos científicos, a tarefa ideal a ser desempenhada pelo
operário conforme o seu perfil.
d) identificar o tipo de estrutura formal da empresa capaz de contribuir para a qualidade de vida
dos trabalhadores.
c) especialização do trabalho.
A abordagem humanista, que se inaugurou com o movimento das relações humanas, tinha o
objetivo de estabelecer um modelo de administração que proporcionasse bem-estar e
qualidade de vida para o trabalhador, mesmo que, para isso, fosse necessário alterar ou reduzir
a produtividade da organização.
Dar tratamento com benevolência e justiça às pessoas, sem dispensar a energia e o rigor
necessários, é uma tendência difundida desde a escola clássica de Fayol.
Segundo a teoria contingencial, não há modelo organizacional exclusivo nem modelo melhor
que outro porque as organizações são sistemas abertos que necessitam de cuidados, de
administração e tratamento adequados ao tipo de atividade que desempenhem e ao ambiente
em que se encontrem.
Interesse geral, equidade, iniciativa e espírito de equipe são princípios universais da teoria da
administração contingencial.
Nesse cenário, a Escola Clássica, que tem como expoente Henri Fayol, enfatiza
e) os níveis inferiores da organização não são atingidos pela cadeia de comando central, sendo,
assim, necessária a instituição de uma escala de prioridades nesse encadeamento.
a) clássica e burocrática.
b) burocrática e sistêmica.
c) clássica e sistêmica.
d) burocrática e comportamental.
e) estruturalista e sistêmica.
III - alcançar, por vários caminhos, o mesmo estado final, partindo de iguais ou diferentes
condições iniciais.
Dentre as propostas sugeridas por essa abordagem, formalizadas em 4 princípios, existe uma
concernente ao papel dos gerentes na produção.
A Administração Científica, proposta por Frederick Taylor, ficou marcada por ter sido pioneira
nesse campo de estudos.
Assinale a opção que indica uma inovação proposta pela Administração Científica.
b) Artesanização produtiva.
c) Customização de nichos.
d) Interação mercadológica.
e) Especialização do operário.
a) clássica.
b) comportamentalista.
c) neoclássica.
d) burocrática.
e) sistemática.
GABARITO
1. CORRETA 15. CORRETA 29. ERRADA
2. ERRADA 16. Letra A 30. ERRADA
3. ERRADA 17. ERRADA 31. ERRADA
4. ERRADA 18. ERRADA 32. Letra B
5. CORRETA 19. Letra C 33. Letra C
6. ERRADA 20. Letra C 34. Letra A
7. ERRADA 21. CORRETA 35. Letra B
8. CORRETA 22. CORRETA 36. Letra A
9. CORRETA 23. ERRADA 37. Letra A
10. CORRETA 24. CORRETA 38. Letra E
11. Letra C 25. CORRETA 39. Letra E
12. Letra B 26. ERRADA 40. Letra D
13. ERRADA 27. CORRETA
14. CORRETA 28. ERRADA
Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: Provas e Concursos, 5ª edição. São Paulo, Manole:
2018.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração, 8ª edição. São Paulo, Atlas: 2011.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução
Digital, 8ª edição. São Paulo, Atlas: 2018.
OLIVEIRA, Djalma P. R. Teoria Geral da Administração, 3ª edição. São Paulo, Atlas: 2012.
ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática
no contexto brasileiro. / Tradução: Rita de Cássia Gomes, 14ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall:
2010.
SOBRAL, F., & PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro, 4ª edição. São Paulo,
Pearson Prentice Hall: 2008.