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Materiais de

Construção rumo
à era 4.0

https://youtu.be/IXnWQ_JEI-4
Enquadramento 5
1 O que é a “Indústria 4.0”? 6
2 As ferramentas, as tecnologias, vantagens e benefícios 8
3 Passos a seguir para tornar uma empresa digital 16
4 Modelos de negócio para o sucesso digital 22
4.1 Plataformas de e-Commerce 23
4.2 Procurement na Construção baseado no BIM 28
4.2.1 Plataforma de Gestão de Master Data 33
5 Modelo de avaliação da maturidade da indústria 4.0 36
5.1 Metodologia SHIFT 4.0 37
Bibliografia 44

Projeto n.º POCI-02-0853-FEDER-046457


MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO RUMO À ERA 4.0

Promotor
APCMC – Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção

Conteúdos

Data
2020

3
Enquadramento
O presente trabalho faz parte das atividades do projeto Acresce referir que as circunstâncias da atual situação de
“Speed Up: Materiais de Construção 4.0”, que tem como crise pandémica, COVID-19, evidenciaram a importância das
principal objetivo sensibilizar o tecido empresarial sobre a tecnologias digitais dado que permitiram realizar múltiplas
importância das tecnologias digitais para o desenvolvimen- tarefas de trabalho à distância com vantagens ao nível da fle-
to dos negócios do setor dos materiais de construção (SMC) xibilidade e da produtividade.
bem como informar de forma sucinta a utilidade das ferra-
Ou seja, os efeitos da crise colocaram a digitalização no cen-
mentas digitais que melhor se ajustam às necessidades das
tro das prioridades porque “forçaram” novas formas de or-
empresas.
ganização do trabalho e o desenvolvimento de novas com-
Os conteúdos tiveram em conta o universo e a diversidade petências necessárias para lidar com as tecnologias digitais
dos subsetores do SMC, a complexidade dos seus proces- evidenciando que sem elas não será possível acompanhar a
sos da gestão e o facto das suas atividades se posicionarem evolução dos mercados.
como “interface” fundamental da cadeia de fornecimento da
Importa também referir que o SMC integra o universo da
fileira da construção, atuando como elo de ligação entre pro-
fileira da construção que é fundamental para assegurar o
dutores (fabricantes de materiais de construção, serviços de
desenvolvimento económico e social do país devido ao seu
arquitetura e design, engenheiros, …) e o cliente final (sejam
peso nas contas nacionais, nomeadamente, pelo volume da
eles pequenos e médios empreiteiros sejam consumidores fi-
produção, nível das exportações, valor acrescentado bruto
nais).
(VAB) que representa cerca de 22% do total nacional e, ain-
A complexidade referida decorre sobretudo das exigências da, pelo elevado volume de emprego que gera.
funcionais da gestão logística do SCM, que requer dimen-
Trata-se também de um dos setores com maior impacto am-
são para assegurar capacidade de resposta, flexibilidade e
biental, ao nível do consumo de recursos naturais, do consu-
eficiência organizativa onde o uso de ferramentas digitais é
mo energético e da produção de resíduos, sendo premente a
fundamental para os negócios, designadamente nos proces-
aposta na economia circular e no desenvolvimento de pro-
sos do e-commerce (venda online), EDI – Electronic Data In-
cessos e materiais com maior eficiência energética.
terchange (Intercâmbio Eletrónico de Dados) e na utilização
do BIM – Building Information Modeling (Modelagem de In- Tudo isto justifica a importância e a oportunidade do pre-
formações da Construção), que já estão a ser utilizados em sente trabalho que a APCMC decidiu promover contribuin-
algumas empresas do setor. do para a modernização tecnológica e a competitividade do
setor.
4

5
1 O que é a “Indústria 4.0”?
A “Indústria 4.0” (i4.0) comporta um novo conceito de organi- e em tempo real, as principais variáveis dos negócios (rendi- As revoluções comportaram sempre processos de inovação
zação empresarial porque utiliza as tecnologias digitais para bilidades, produtividade, custos operacionais, eficiência dos disruptiva que determinaram profundas mudanças na organi-
recolher e tratar de forma integrada a informação provenien- maquinismos, etc.) com menor intervenção humana. zação das empresas, no ambiente social, nos fatores de com-
te de diversas fontes (máquinas, processos, pessoas, mercado, petitividade e implicaram investimentos significativos ao
Para caraterizar as revoluções industriais, ao longo dos tem-
…) com o objetivo de gerir e controlar de forma mais eficiente nível da investigação, dos equipamentos da indústria trans-
pos, vejamos o seguinte quadro:
formadora e na qualificação de recursos humanos.

Transformação digital nas empresas portuguesas

1º 2º 3º 4º 75% 5% 20%
Introdução de equipamentos Introdução da produção em Iniciou-se nos anos 70 do século Tem início no século XXI com Estratégia e liderança Nenhuma iniciativa Iniciativas isoladas e
de produção mecânicos impul- massa, divisão de tarefas e a XX, e é caraterizada pela utiliza- utilização alargada das tecno- bem definida geridas por diversos
sionados a água e por energia descoberta da energia elétrica. ção da eletrónica e da informáti- logias digitais de informação e departamentos
a vapor. Iniciou-se no século Iniciou-se no século XIX e está ca de computadores aplicada na comunicação nos processos de
XVIII. associada à produção de veícu- produção automatizada, progra- produção e serviços, integran-
Fonte: Estudo anual de economia e da sociedade digital, edição 2019, ACEPI
los automóvel em série. (Henry mação em memória, etc. É neste do a informação e a gestão dos
Ford – 1863-1947). período que aparecem os primei- equipamentos e serviços de
Saiba mais sobre a Indústria 4.0:
ros exemplos de robots que exe- gestão e controlo, criando o con-
cutam tarefas sem intervenção ceito de fábricas inteligentes.
humana. Baseia-se no desenvolvimento
da 3ª. revolução industrial, na
integração da informação dos
processos para obter maior efi-
ciência organizativa e aumentar
a produtividade.
6

7
2 As ferramentas, As ferramentas digitais objeto de abordagem neste trabalho
são, em nosso entender, as que mais se adequam às necessi- a) diminuir as ineficiências do planeamento;
b) reduzir dos tempos de resposta ao mercado;

as tecnologias,
dades das empresas do SMC porque permitem, por um lado,
promover alterações organizativas de forma gradual e, por c) reduzir custos ambientais (energia e consumos de ma-
outro, evoluir nos conhecimentos sobre as novas tecnologias. teriais);
d) otimizar os meios da gestão logística;

vantagens e benefícios
Tais ferramentas possuem caraterísticas e funcionalidades
e) racionalizar os custos de mão de obra.
específicas, como:

Simultaneamente, a digitalização permite:


• Aplicam-se numa lógica de “fato à medida”, isto é, são 100%
personalizadas em função da atividade da empresa, do tipo • Desenvolver processos de venda online (e-commerce);
de organização, das necessidades de controlo e dos objeti- • Flexibilizar as condições da oferta (produto e serviço) ao
vos para o desenvolvimento dos negócios; mercado;
• Integram-se em plataformas (meios online que permitem li- • Melhorar as capacidades de gestão e saber lidar com siste-
gar entidades de produção, de distribuição e os clientes fi- mas de informação como o BIM (Building Information Mo-
nais e ao mesmo tempo aumentar a eficiência e a flexibilida- deling – Modelagem de Informações da Construção) e ou-
de das atividades comerciais) com aplicações (softwares) tros que serão fundamentais para o desenvolvimento dos
desenvolvidas para cada área do negócio ou departamento negócios.
(produtivo, comercial, administrativo, financeiro, logístico,
obras, montagens, …) que permitem agregar informação e
Importa, ainda, salientar que a utilização de tais ferramentas,
controlar os processos, em tempo real e à distância.
ao reduzir os custos ambientais, contribui para a sustenta-
bilidade ambiental que é prioritária nas estratégias da U.E.
A utilização das ferramentas digitais é uma prioridade porque (União Europeia) plasmadas no Pacto Ecológico Europeu que
contribui para melhorar a produtividade e a rendibilidade das redefine o compromisso de enfrentar os desafios ambientais
empresas pela redução significativa dos desperdícios da orga- como tarefa determinante desta geração.
nização, tais como:
Saiba em que consistem as ferramentas e quais as suas van-
tagens:
8

9
Beacons Big Data Cibersegurança Cloud Computing

(Muitas aplicações de IoT (Internet das Coisas) usam Beacons): A expressão Big Data está associada a um conceito relacio- Está relacionada com ferramentas tecnológicas concebidas Trata-se de tecnologia que usa a conectividade em grande es-
nado com a capacidade tecnológica existente numa empresa para proteger dados da gestão das empresas, colaboradores, cala via Internet para alojar na cloud (nuvem) os mais varia-
São pequenos dispositivos que comunicam com smartphones
para integrar e tratar um grande volume de dados de infor- fornecedores, clientes, etc. dos recursos, programas e informações, permitindo que os
via Bluetooth Low Energy (BLE). Para tal, é suficiente que o
mação estruturados e não estruturados que são gerados pela Nos dias de hoje é crítico proteger os conteúdos dos siste- utilizadores tenham acesso aos mesmos por via de qualquer
cliente tenha uma aplicação instalada que comunique com os
gestão em cada momento. mas de informação e de organização das empresas, sejam computador, tablet ou telemóvel, não sendo necessário efe-
Beacons, o que torna possível, por exemplo, avisar o comer-
de natureza produtiva e pessoal, sejam comercial e logísti- tuar download (é um termo que corresponde à ação de trans-
ciante sempre que o cliente entra na loja, saber por onde se As ferramentas BIG Data (softwares de análise e tratamento
ca, das ameaças de crime cibernético que de um momento ferir dados de um computador remoto para um computador
movimenta ou o que compra. de dados) podem ser variadas e implementadas em qualquer
para o outro podem acarretar graves prejuízos económicos local).
fase dos processos do SMC.
As empresas do SMC que tenham sistemas de Livre Serviço e
e de imagem junto dos mercados. A utilização deste tipo de Os processos organizativos e operativos requerem cada vez
ou grandes espaços de exposição (showroom), podem utilizar A utilização desta ferramenta permite obter informação va-
ferramentas permite implementar sistemas de proteção para mais a partilha de dados de informação entre colaboradores
este dispositivo para orientar os clientes, obter informação liosa sobre dados do negócio, como, vendas por produto ou
promover a segurança e a confidencialidade adequada dos ne- das empresas em diferentes espaços e formas de acesso. A
sobre as suas preferências, divulgar promoções, entre outros, famílias, rendibilidades por produto e mercado, nível de ro-
gócios e seus agentes. tecnologia cloud assegura capacidade, fiabilidade e rapidez no
desde que tenha um sistema de informação que permita co- tação dos stocks, entre outros que são fundamentais para a
O SMC lida diariamente com informação proveniente de ori- tempo de resposta.
municar com o cliente facilitando o seu esforço na decisão de gestão e não são possíveis de tratar manualmente. Por isso,
compra e no seu tempo. são essenciais para: gens diversas e tem responsabilidades como “interface” que Ou seja, promove o desenvolvimento, cada vez maior número
se pretende cada vez mais fiável, entre produtores e consumi- de MES (Manufacturing Execution Systems) baseados em da-
Estudos referem que este tipo de ações se bem concebidas, e ten- • A tomada de decisão sobre qual a melhor ocasião para lan-
dores finais. Ou seja, o SMC está obrigado a assegurar a prote- dos de informação armazenados na cloud e também facilita o
do o foco no cliente, podem aumentar as vendas entre 15 a 20%. çar ou promover novos produtos no mercado;
ção dos dados que utiliza porque dela depende a credibilidade acesso simultâneo aos mesmos na gestão administrativa, lo-
• A definição sobre a estratégia de marketing mais ajustada a
Como funciona? para o exercício das suas funções. gística e na venda.
cada momento e o público-alvo a atingir;
• A definição de como e quando alargar áreas de intervenção O SMC lida diariamente com múltiplas referências de artigos
Saiba mais:
comercial. e o alojamento deste tipo de informação na tecnologia cloud
é essencial para o bom desempenho dos negócios.
Saiba mais:
Saiba mais:
São colocados Estes ligam- Enviam um sinal O vendedor
Beacons estraté- -se através do que abre a app. pode enviar ao
gicamente colo- Bluetooth ao cliente uma va-
cados no espa- smartphone do riedade de infor-
ço comercial. cliente. mação.
10

11
Fonte: www.businessinsider.com
Inteligência Artificial (IA) A Internet das Coisas (Internet of Things) Manufatura aditiva Realidade virtual e aumentada

A IA é uma ferramenta tecnológica que, com base no Big Refere-se à interconexão de múltiplos objetos ligados à in- Diz respeito ao conjunto de tecnologias de impressão que per- O modelo de loja tradicional estritamente focada na venda de
Data, torna possível recolher e selecionar dados sobre os con- ternet que é uma situação cada vez mais presente, por exem- mite criar objetos a partir do zero utilizando modelos digitais. produtos está em declínio. Mais do que adquirir um produto
sumidores, tendo em conta indicadores, como: plo, nos casos de eletrodomésticos, viaturas ou residências, Trata-se de promover a impressão em 3D para apresentar pro- ou serviço, os consumidores procuram cada vez mais solu-
a) o histórico de compras; b) hábitos de pesquisa; c) idade conectados numa rede de recolha e partilha de dados. tótipos de peças ou de projetos de construção, que cada vez ções numa experiência de compra. Isto é, uma tendência for-
ou género do cliente. mais empresas estão a adotar a fim de facilitar ao cliente a vi- temente impulsionada pelas novas gerações de consumidores
A capacidade para monitorizar uma vasta variedade de pro-
sualização da sua encomenda. cada vez mais digitais.
Isto é, permite conhecer o perfil do cliente, as necessidades, dutos e pessoas faz com que a IoT seja uma ferramenta para
rotinas de compra, entre outros, de forma muito precisa. As- impulsionar as vendas no comércio a retalho e tudo indica A relevância da tecnologia 3D decorre também do elevado de- Na era digital, as empresas do comércio a retalho, incluin-
sim, é possível orientar a oferta de produtos para o cliente e que será uma tendência que deverá prevalecer nos próximos sempenho para a oferta (produto, serviço, soluções) à medida do as do SMC, veem-se obrigadas a criar experiências dife-
estruturar campanhas de promoção ajustadas aos seus inte- anos. porque permite reduzir custos a diversos níveis, conceção, lo- rentes e personalizadas para envolvimento dos clientes, ha-
resses ou hábitos de consumo gística, entre outros, e ao mesmo potenciar o aumento da sa- vendo já múltiplos exemplos de incorporação da Realidade
No caso das empresas do SMC, que promovem vendas de apa-
tisfação do cliente. Aumentada e Realidade Virtual nas estratégias de marketing.
Outro exemplo de IA é a utilização de chatbots (ferramen- relhos relacionados com eficiência energética (painéis solares,
São exemplos a possibilidade de visualizar, p.e. salas de banho
ta para conversar com seu cliente em linguagem natural por instalações AVAC, …) para habitações é muito importante co-
Saiba mais: concebidas e equipadas à medida dos espaços reais, testar
meio de aplicativos de mensagens, sites e outras plataformas nhecer o potencial da IoT para monitorizar os equipamentos
produtos de cosmética ou experimentar virtualmente uma
digitais. O cliente poderá responder por diretrizes pré-pro- via internet dado que acrescenta valor à oferta.
peça de roupa.
gramadas com inteligência artificial) para o atendimento au- Os estudos mais recentes mostram que a IoT é uma realidade
tomático, para que a empresa esteja sempre disponível para Estudos recentes apontam que esta forma de apresentar a
crescente, e que em 2020 já existirão 30 mil milhões de dispo-
responder aos clientes a qualquer hora. Tudo isto potencia oferta, mediante experiência virtual do cliente poderá ser
sitivos conectados por esta via.
ganhos de qualidade do serviço e de melhoria do relaciona- um importante fator de diferenciação, ultrapassando fatores
mento com o cliente. Saiba mais: como o preço.

Para as empresas do SMC este tipo de ferramentas propor- Saiba mais:


ciona novas formas de venda e de comunicação com os mer-
cados. As aplicações são diversas podendo ser utilizadas nos
serviços de apoio ao cliente, nas reclamações e na promoção
de oportunidades de vendas omnicanal (canal físico e online)

Saiba mais:
12

13
Robôs colaborativos Principais benefícios esperados pelas empresas portuguesas

Estas ferramentas podem assumir aplicações diversas, mas o


Inovar em produtos/serviços 74%
fundamental é que os dados de informação estejam integra-
dos e sejam tratados de forma holística, para assegurar o con- Envolver e fidelizar clientes 56%
trolo global dos negócios. Aumentar receitas 40%
A utilização das ferramentas digitais comporta importantes Melhorar visibilidade e reputação 29%
benefícios para a gestão das empresas, como sintetiza o Estu- Inovar nos processos de produção e conceção 27%
do Anual da Economia e da Sociedade Digital 2019, que pro-
Desde há muito tempo utilizados para enfrentar as tarefas porcionam ganhos de eficiência organizativa como referem
Expandir para novos mercados, segmentos e geografias 26%
complexas, os robôs oferecem uma gama cada vez maior de os quadros seguintes: Captar e reter os melhores colaboradores 16%
serviços e estão cada vez mais autónomos, flexíveis e cola- Inovar nos processos de marketing 12%
borativos. Eles vão interagir uns com os outros e trabalhar
em segurança com humanos (o termo “cobotics” é utilizado
para descrever robôs que ajudam operadores na realização 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

das suas tarefas). Eventualmente, serão capazes de aprender


com os humanos. Fonte: Estudo anual de economia e da sociedade digital, edição 2019, ACEPI

Saiba mais:

Aumentam a
Aumentam a Reduzem os custos
flexibilidade
produtividade operacionais
organizativa

Otimizam os
Personalizam a oferta processos de gestão
e controlo

Aumentam o grau Aumentam a


de satisfação dos rendibilidade das
clientes vendas
14

15
3 Passos a seguir No atual contexto, e não obstante o ambiente de incerteza e
de económica e social, investir na digitalização das empresas

para tornar uma do SMC é prioritário porque vai no sentido de utilizar, cada
vez mais, as novas tecnologias focadas no cliente essenciais
para a evolução dos negócios.

empresa digital Contudo, a digitalização pode não constituir a prioridade das


prioridades porque outros tipos de carências podem preva-
lecer, por exemplo, a da capitalização das empresas como
se tornou evidente na presente crise pandémica, onde os
apoios às PME têm sido fundamentais para aguentar os ne-
gócios. Mas, vejamos alguns passos ou fases importantes para
a digitalização.

1
Avaliar a situação atual da empresa e ao mesmo tempo definir
prioridades para as mudanças, tendo em conta a dimensão, os
recursos disponíveis (financeiros e humanos) e os objetivos.
Isto é, importa analisar as disponibilidades e o grau de matu-
ridade tecnológica existente para definir as opções a seguir.

A resposta a algumas questões, como as seguintes, podem


ajudar neste tipo de análise:
16

17
2 3
A empresa já possui Que processos? E onde é Recomendações
alguns processos digitais prioritário evoluir? Na área
na gestão? comercial e/ou na logística? Para o objetivo 1
Como e quando pensa iniciar a Diferenciar a oferta:
digitalização? Definir com clareza os objetivos prioritários no quadro duma Definir as prioridades em função dos objetivos e benefícios
Adotar procedimentos como se de um novo negócio se tratasse, isto
Existe alguma ideia sobre Como pretende preparar a estratégia para tornar a empresa digital (no todo ou em par- que as oportunidades suscitam, tendo em conta o gradua-
é: Promover ações de prospeção, ações de marketing digital (novo
o tipo de impactos das organização? Como envolver te). Para o efeito, importa colocar a seguinte questão: lismo e a maturidade tecnológica existente. Isto é, importa
site, participação em plataformas, vendas online, etc.) acompanhar as
novas tecnologias digitais a gestão de topo e assegurar
reações do mercado e da concorrência. fazer bem as escolhas e “não dar maior passo que a perna”.
na cultura da empresa? novas competências, novas
dinâmicas de melhoria e de Nesta fase, é importante assegurar que os líderes e os princi-
controlo...? Para objetivo 2 Como pode a digitalização ajudar as empresas a pais responsáveis da gestão estão alinhados nas prioridades e
Aumentar a flexibilidade e a rendibilidade: ter uma maior aproximação ao cliente final?
Como pensa adquirir informação empenhados nas opções e medidas a implementar, bem como
sobre os impactos referidos? Promover o mapeamento dos processos internos, por departamentos, Como referido anteriormente as ferramentas digitais Big Data na aquisição de competências.
e o apuramento dos desperdícios e/ou ineficiências a eliminar.
A empresa reúne Como otimizar os apoios permitem recolher, armazenar e tratar vasta informação que
Analisar em que medida a utilização das ferramentas digitais podem Assim, a questão a colocar é a seguinte:
condições financeiras financeiros necessários e colmatar ineficiências. torna possível identificar as necessidades e as preferências do
adequadas para suportar manter o equilíbrio financeiro da mercado e criar o perfil do cliente. Assim, possibilitam:
o investimento na empresa.
Para o objetivo 3 Que tipo de formação de competências é
digitalização?
Dar prioridade à resolução das Aumentar as vendas online (e-commerce): necessária para melhor enfrentar os desafios da
carências financeiras. mudança para o digital?
Investir numa plataforma de promoção e venda online, bem como
Quais são os objetivos Podem ser vários, tais como: na reorganização dos processos internos para agilizar as entregas De facto, as experiências conhecidas mostram que o grande
dos investimentos na e dar garantias de cumprimento de prazos. A plataforma deve ter desafio para as empresas não está na implementação das tec-
digitalização? 1. Diferenciar a oferta, pelo
funcionalidades adequadas, designadamente, relatórios sobre o nologias digitais, mas sim na transformação cultural e na fal-
lançamento de um novo
número de visitas, o nível de vendas por visita, rendibilidade das ta de competências para lidar com a mudança.
produto, ou alteração
vendas, reclamações, o grau de satisfação dos clientes.
significa de um já existente, Sobre este tema, o estudo da Global CEO Survey-Industrial
Desenvolver produtos com Inovar o serviço ao cliente
Ter sempre presente: Na transformação digital o foco é o cliente para Manufacturing-2019, refere que:
2. Aumentar a flexibilidade e a base nas especificações para maior satisfação
crescer ou criar um novo modelo de negócio.
rendibilidade por eliminação dos clientes
de desperdícios, p.e. “…investir nas tecnologias digitais apropriadas é importan-
te, contudo o sucesso ou o insucesso não depende apenas
3. Aumentar as vendas online
(e-commerce). da qualidade de algoritmos ou dos programas de análise de
dados, mas principalmente de fatores relacionados com os
recursos humanos”.

O referido estudo, sintetiza o resultado do inquérito efetua-


do junto de responsáveis empresariais, CEO’s, sobre os prin-
Adaptar a oferta às Desenvolver a
necessidades do cliente personalização do cipais problemas com que deparam as empresas para imple-
18

19
marketing em canais de mentar as novas tecnologias digitais.
acesso
As respostas sinalizam que 82% considera que o problema Para complementar sobre a importância da digitalização, e
principal é a “…disponibilidade de competências essenciais”. de acordo com um estudo da consultora PWC Indústria 4.0
Construir a empresa digital (2016) prevê-se que 86% das em- Delinear a Avaliar a maturidade digital e definir objetivos claros para os próximos cinco anos. Traçar
Em síntese, importa definir como promover na formação dos
recursos humanos existentes ou recrutar novos colaborado-
presas alcancem elevados níveis de digitalização até 2020. 1 estratégia de
Indústria 4.0
prioridades em relação às medidas que irão trazer maiores benefícios à empresa e garantir
que estão alinhadas com a restante estratégia.
res especializados. Por isso, esta será altura ideal para delinear uma estratégia di-
gital e de desenvolvimento tecnológico para o SMC que pode

2
As experiências mostram que a forma adequada é recorrer Criar projetos Utilizar processos de “projetos-piloto” para testar e demonstrar o valor acrescentado que
integrar em seis etapas: piloto as mudanças podem trazer à empresa. Depois de reunidos exemplos e as condições de
a entidades especializadas na oferta de formação à medida
sucesso será mais fácil obter a aprovação da gestão da empresa e assegurar investimentos
porque sabem como definir os percursos formativos em fun-
de maior dimensão.
ção das necessidades e das ferramentas tecnológicas a utili-
zar.
Definir as Para criar competências digitais específicas é necessário considerar quatro dimensões:

3
Nos casos de maior complexidade organizativa a solução pas- competências organização, pessoas, processos e tecnologia. Também é necessário desenvolver
sa, eventualmente, pela subcontratação de entidades especia- essenciais estratégias de implementação a fim de motivar as pessoas envolvidas nos processos.
lizadas para implementar um Sistema de Organização Digital necessárias
(SOD) que inclui formação teórica e práticas simuladas com
ferramentas digitais e em ambiente laboral. Desenvolver as Utilizar dados de informação fiáveis para melhorar a oferta e a relação com o cliente

4 competências de
análise de dados
a nível interno
bem como desenvolver ligações diretas entre agentes de decisão e os responsáveis pelo
desenvolvimento de novos sistemas de organização.
Dica

As experiências também mostram que um dos fatores de su-


Gerir de forma A decisão de realizar a transformação digital na empresa deve envolver a liderança da
cesso no uso das ferramentas digitais é manter o foco no que

5
sustentada todo gestão para ser possível criar uma cultura digital onde todos os colaboradores deverão estar
é essencial para o cliente, melhorar o nível da organização e o processo de alinhados com esse objetivo, na forma como pensam e agem, experimentando as novas
das competências a desenvolver bem como a qualidade na re- transformação tecnologias e aprendendo novas formas de executar.
colha da informação.

Planear a sua Os verdadeiros avanços ocorrem quando se procura ativamente entender os


Sintetizando:
6 abordagem comportamentos dos clientes e definir qual o papel da empresa num ecossistema de
cooperação onde se integram parceiros, fornecedores e consumidores com o objetivo de
melhorar a oferta (produto e serviço).
• Os ganhos pela digitalização são devidos a diversos fato-
res que se conjugam para obter maior foco no cliente, na
flexibilidade e eficiência dos processos de gestão e venda.
• A boa adaptação às novas tecnologias digitais depende so-
bretudo da cultura de abertura e participação dos colabora-
dores das empresas para eliminar desperdícios na cadeia
de valor (planeamento, design, produção, logística, …) e ino-
20

21
var processos.
4.I Plataformas de e-Commerce

4 Modelos de Num contexto de inovação de processos de venda, o e-com-


merce é essencial porque corresponde a uma tendência cres-
Acresce referir que perfil dos clientes está em mutação o que
favorece maior abertura para novos modelos de venda digital.

negócio para o
cente que envolve alterações nas estruturas de venda, do É um facto que as novas gerações procuram novos modelos
marketing, da logística e da distribuição. Trata-se de uma for- de relacionamento, de consumo, de informação e de processos
ma de promover novos modelos de negócio (online) que com- de compra, etc., onde o e-commerce se encaixa perfeitamen-

sucesso digital
portam novas formas de venda, de abordagem ao mercado, te porque permite maior facilidade e comodidade ao cliente
de gestão logística e por isso devem ser pensados e realizados para obter informação do mercado, efetuar a compra de qual-
de forma transversal para poder gerar vantagens para as em- quer produto a qualquer hora e em qualquer lugar, utilizando
presas. apenas um smartphone, um tablet ou um computador.

4.I O gráfico abaixo mostra a evolução das empresas que fazem O comércio eletrónico apresenta ainda mais vantagens, tais
comércio eletrónico e importa referir que os dados provisó- como:
rios conhecidos de 2020 apontam para um crescimento ainda
mais acentuado do e-commerce.

Empresas portuguesas que fazem comércio electrónico

Sem limitações
geográficas ou
250 ou mais empregados 45% temporais

50 a 249 empregados 30%


10 a 49 empregados 16% Menor custo de Procedimento célere
operação de compra e venda
Total das empresas 19%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Exposição de todos Facilidade de


Fonte: Estudo anual de economia e da sociedade digital, edição 2019, ACEPI os produtos de monitorização do
forma simples e percurso do cliente
organizada pela loja

Simplicidade de Possibilidade de
comercialização de corte nos custos do
produtos/serviços intermediário
22

23
Não obstante tudo isto, existem alguns desafios relevantes a
enfrentar pelas empresas na implementação de novos mode-
los de negócio baseados no e-commerce que importa ter em
conta. Vejamos alguns desses desafios, como:

Relativamente aos desafios “Meios de pagamento” e “Entrega Em síntese temos que o e-commerce representa um novo mo-
de Produtos” porventura os mais sensíveis para os clientes, delo de negócio que pode desempenhar um papel fundamen-
vejamos o gráfico abaixo do estudo ACEPI 2019 que demons- tal na comercialização e na expansão das vendas. Por isso, re-
Segurança RPGD Meios de pagamento Entrega de produtos
tra a sua importância: comenda-se que as empresas do SMC promovam ações para o
utilizar o e-commerce quer a nível nacional, quer internacio-
nal a fim de tirar o maior partido das suas vantagens.
Sistemas de pagamento online preferidos pelos portugueses

E qual a melhor estratégia para o negócio online?


Pagamento por referência Multibanco 85%
Na medida em que as lojas online ge- O sistema RGPD deve ser implemen- Existem novos métodos e meios de A exigência dos clientes sobre a efi- Existem, principalmente, duas estratégias que as empresas
rem informações sensíveis, nome, tado dado que obriga a sistematizar pagamentos digitais como o Mbway ciência dos processos logísticos das
Cartão de Crédito 72%
podem adotar para vender os seus produtos online:
morada, historial de compras, pala- procedimentos que garantem a con- ou Paypal que requerem adaptações encomendas é cada vez maior. As-
vra-passe ou dados bancários ou de fidencialidade e dos dados pessoais nos processos das empresas porque sim, importa dar garantias ao cliente
Transferência Bancária 69%
cartão de créditodos seus clientes, e a transparência dos processos. Ou são distintos dos métodos de paga- sobre: o cumprimento ods prazos de
Paypal 63% • Desenvolver loja online própria com stock dedicado;
há que garantir a segurança prote- seja, contribui para superar uma par- mento tradicionais por cartão de cré- entrega e também a rapidez e a loca-
gendo os dados dos clientes. te do desafio da segurança e da res- dito ou transferência bancária. Aqui lização da encomenda. • Recorrer a plataformas de e-commerce com elevado volu-
MBWay / MBNet 57%
ponsabilidade das empresas. também se colocam desafios de se-
O foco no cliente requer facilidade e
me de tráfego e vendas: os Marketplace.
gurança. Pagamento no ato da entrega 48%
comodidade.
Outro sistema de pagamento online 29%
Integração multicanal Integração com As caraterísticas dos negócios da maioria das empresas do
das vendas Novas tecnologias CRM e ERP Obrigações legais 0% 20% 40% 60% 80% 100% SMC apontam no sentido de ser mais adequado “desenvolver
loja online própria”. Contudo, importa ver as principais dife-
Fonte: Estudo anual de economia e da sociedade digital, edição 2019, ACEPI
renças entre a Loja própria e o Marketplace:

Modos de entrega preferidos pelos portugueses

Entrega via Postal 92%


Com o e-commerce as empresas ne- O crescimento do mobile e o surgi- De forma a oferecer ao cliente um Num contexto de constantes altera-
cessitam de avaliar a importância mento de novas tecnologias como a serviço de maior qualidade importa ções a nível legal, as empresas de- Entrega via Expresso 81%
das diversas plataformas existentes inteligência artficial e realidade au- analisar o seu perfil de consumo, por vem estar atentas a possíveis modifi-
(website, redes sociais, marketpla- mentada obrigam a adaptações nas isso é necessário ter informações in- cações ou limitações no processo de Levantamento num ponto de entrega 51%
ce) de forma a conseguirem chegar empresas para acompanhar os no- tegradas, por exemplo, nos ERP (En- venda online, como foi o caso do re-
aos clientes alvo. Trata-se de fazer vos tempos. terprise Resource Planning é um sis- gulamento comunitário UE 2018/302 Serviço de entrega da marca 55%
a avaliação das vendas multicanal e tema de gestão que permite acesso com o mote “Contra o Geo-blocking”.
conhecer o seu contributo para a no- Importa ter presente que as novas fácil, integrado e confiável aos dados Levantamento em loja da marca 47%
toriedade e expansão dos negócios. tecnologias determinam mais com- de uma empresa) e CRM (Customer
plexidade para as empresas e mais Relationship Management)  que se 0% 20% 40% 60% 80% 100%
facilidade para os clientes. refere ao conjunto de práticas, es-
tratégias de negócio e tecnologias
focadas no relacionamento com o Fonte: Estudo anual de economia e da sociedade digital, edição 2019, ACEPI
24

25
cliente.) e que exista um cruzamento
de dados entre ambos.
Loja Online VS Marketplace

O que é? Quem pode utilizar?

Loja virtual exclusiva de uma determinada marca, seja ela fabricante, Site mediado por uma empresa e desenvolvido para que vários As empresas que comercializam oferta diversificada e, em alguns Ideal para empresas que desejam alavancar os seus resultados e
seja revendedora. Veja-se, por exemplo, o Leroy Merlin. vendedores possam registar-se e comercializar os seus produtos casos, especializada e de nicho. que pretendem fazê-lo com investimento reduzido. É necessário
pela internet. Alguns dos mais conhecidos são: Amazon, E-bay e Em geral, é indicada para empresas que desejam promover a ter em conta os requisitos da plataforma escolhida, como: título
Walmart. notoriedade da sua oferta, diversificar mercados e personalizar o e descrição de produtos, políticas de trocas e devoluções, prazos
Como funciona? serviço ao cliente. Isto é, adequa-se a estratégias de expansão das de resposta ao serviço de apoio ao cliente, taxas, características e
empresas que pretendem competir no mercado para além do fator fotos das mercadorias.

Funciona mediante a construção ou aquisição de uma plataforma Funciona em ambiente virtual desde 2012, e apresenta preço, contudo, a ter sempre em conta.
para e-commerce, existindo diversas opções no mercado, algumas atualmente diferentes tipos, que variam conforme a área de É necessário ter capacidade para investir na digitalização e nas
delas prontas a utilizar e com cobrança de mensalidade. atuação dos anunciantes e o seu público-alvo. Os principais são: competências dos recursos humanos.
As empresas devem, todavia, ter em atenção alguns detalhes • B2B – transações entre empresas e fornecedores;
fundamentais para garantir que a sua loja virtual funcione da melhor • B2C – venda direta ao consumidor; Prós e Contras
forma possível:
• C2C (Consumer to Consumer) – plataformas que favorecem
• Oferecer o máximo de formas de pagamento, para gerar confiança negócios entre consumidores (ex. OLX);
no cliente e evitar desistências e abandono de carrinho;
• Marketplace de nicho – para negócios de segmentos
• Estudar as melhores alternativas para entrega de encomendas especializados direcionados a um público específico.
(CTT ou empresas de transporte expresso);
• Investir em campanhas de marketing digital para divulgar o seu • Exclusividade; • Maior investimento e, por • Praticidade; • Dependência da plataforma e
A plataforma serve como intermediária, entre o vendedor e o
negócio e alavancar as vendas. • Liberdade de customização; consequência, risco financeiro; • Menos custos; de suas condições;
cliente, cobrando comissão fixa ou variável sobre o volume de
vendas, dependendo do produto ou serviço. É necessário ter em • Possibilidade de trabalhar • O ónus de segurança de dados • Visibilidade; • Concorrência mais agressiva;
Este modelo de negócio pode assentar em várias categorias: conta: com serviços logísticos recai inteiramente sobre a • Menos flexibilidade na hora de
• Diversidade de público;
alternativos; empresa; customizar o domínio ou visual
• B2B (Business to Business) – transações entre empresas e • Aumento das vendas.
fornecedores; • O marketing gera visibilidade • Custos adicionais com meios das páginas.
• Os meios de pagamento disponibilizados aquando da seleção
apenas para a sua marca; de pagamentos;
• B2C (Business to Consumer) – lojas virtuais que vendem da plataforma, conjugando com os objetivos do negócio
diretamente para o consumidor final; e perfil dos consumidores, dado que se trata de um fator • Favorece um relacionamento • Menor alcance.
• Grossista – venda em grandes quantidades e a preços mais determinante na decisão de compra; mais próximo com o cliente e a
baixos, geralmente a retalhistas; • O prazo dos pagamentos, isto é, a data em que o vendedor fidelização.
• Retalhistas – modelo mais comum de venda em pequenas recebe o valor da venda, que varia de acordo com a plataforma
quantidades, geralmente ao consumidor final; escolhida e pode estar entre os 2 e os 45 dias após a Saiba mais sobre o panorama do e-commerce e dos marketplaces aqui:
disponibilização ou entrega do produto.
• E-commerce de produtos físicos, tangíveis;
• E-commerce de produtos digitais (conteúdos e informação como
26

27
e-books, cursos a distância ou softwares, entre outros).
4.II Procurement na Construção
baseado no BIM
O SMC tem vindo a desenvolver-se em modelos de negócio re- Em que consiste o BIM? O BIM está a transformar os negócios da fileira da construção Vejamos algumas situações que importa ter em conta no de-
lativamente estáveis, em grande parte pelas seguintes razões: por via da reorganização da cadeia de valor e porque promo- senvolvimento das atividades do SMC:
ve a coordenação e o planeamento entre atividades e em cada
• A maioria dos materiais de construção não incorpora tec- etapa de um projeto, resultando daí vantagens significativas • Os produtores de materiais de construção devem fornecer
nologia; a nível da eficiência (recursos, tempo, consumos, ecoeficiên- informações dos produtos em formato digital standardiza-
• A indústria está fragmentada em “mercados regionais”, cia) que levam a que grandes empresas de construção, bem do, de forma a permitir que gestores de projeto e arquite-
pelo que é difícil produtos inovadores atingirem a massa como gabinetes de arquitetura e de engenharia, adotem esta tos especifiquem e encomendem produtos através do BIM,
crítica necessária para atingirem sucesso comercial. ferramenta. bem como desenvolver formas para que os construtores
As estratégias de crescimento das empresas do SMC devem efetuem as suas encomendas pelo mesmo canal;
Contudo, o panorama tem vindo a alterar-se, sobretudo, ter em conta o desenvolvimento dos BIM e alguns aspetos • Cada vez mais fornecedores de materiais de construção
devido à aposta em I&D dos materiais de construção (p.e. que podem alterar significativamente as variáveis dos negó- estão a direcionar a sua força de vendas para o online, ao
cerâmicas capazes de carregar telemóveis; janelas fotovol- cios, tais como: invés de se limitarem aos canais tradicionais grossistas, do
taicas e electrocrómicas; tapetes inteligentes que permitem retalho e venda a empreiteiros;
contagem de clientes e, por conseguinte, perceber compor- • O aparecimento de novos concorrentes mais agressivos e
• Startups e algumas empresas estabelecidas no mercado
Fonte: https://www.ft.unicamp.br
tamentos do consumidor, entre outros). Importa, contudo, oferecem já serviços adicionais tais como planeamento,
mais bem preparados para cumprir os requisitos dos BIM;
referir que a tecnologia não está só nestes aspetos, além de montagem e manutenção, dado que os empreiteiros tradi-
• A necessidade de estabelecer relações mais sólidas e de
que uma boa parte dos materiais evoluíram para produtos cionais não se adaptaram ainda à utilização de materiais
BIM significa Building Information Modeling (Modelagem das cooperação com fornecedores ou representantes de em-
industriais ou sistemas de produtos cada vez mais sofisti- inteligentes;
Informações de Construção). Trata-se de softwares de bases presas produtoras de materiais e de equipamentos utiliza-
cados e globalizados. • Alguns produtores de materiais de construção podem to-
de dados, em formato digital, de todos os aspetos a considerar dos na construção;
Em paralelo, graças ao crescimento da utilização de ferra- mar a iniciativa de se expandirem e se tornarem empresas
na edificação de um projeto, permitindo a criação de um • A necessidade de desenvolver novas formas de lidar com
mentas como o BIM, o processo de procurement (função que modelo visual 3D e facilitando a visualização do resultado do com integração vertical. Podem procurar fundir-se com
os clientes utilizando as ferramentas digitais;
engloba as atividades e os processos de aquisição de produtos projeto em estudo. empresas de distribuição e construção e até com fornece-
• A complexidade da gestão logística aumenta devido à in-
e serviços de acordo com critérios pré-estabelecidos) está a O BIM permite ainda apresentar todos os objetos físicos dores de serviços;
corporação de tecnologias BIM e em contraponto aumen-
tornar-se mais simplificado e permite que os clientes benefi- que constituem o edifício, com as respetivas características • Complexidade técnica da construção e dos produtos e sis-
tam as facilidades para os clientes.
ciem de maior transparência no que diz respeito a prazos e físicas, técnicas e comerciais, bem como tornar possível o temas construtivos e exigências de caraterização ambien-
preços. acesso rápido a tempos de transporte e construção, custo do
tal e energética obrigam à existência e disponibilidade de
ciclo de vida e outras variáveis-chave. As empresas do SMC enfrentam um ambiente competitivo
Em que consiste o BIM? fichas técnicas (caraterização, desempenho, manutenção,
diferente devendo, por isso, estar atentos às alterações nos entre outros).
Saiba mais sobre BIM aqui: modelos de negócio que ocorrem noutros setores, a que estão
ligados, e atuar no sentido de se adaptarem, especialmente, à
utilização de ferramentas do tipo BIM.
28

29
BIM
Uma oportunidade para o SMC

Apesar de o BIM se ter generalizado mais em países cujos


projetos públicos obrigam à sua utilização, tais como Reino
As empresas deverão desenvolver as suas bibliotecas de for-
ma a serem compatíveis com diversos softwares o que, desde 2 3
Unido, Estados Unidos da América, Austrália, Coreia do Sul e logo, possibilita a expansão da sua potencial base de clientes
alguns países Nórdicos, é já observável um significativo cres- para além do mercado local/regional e o aumento da compe- Desenvolver novos produtos Transitar para a gestão de edifícios baseada em BIM
cimento de interesse para a sua aplicação em todo o mun- titividade em relação à concorrência.
do, quer em obras de pequena dimensão, quer em empreendi- As vantagens do BIM vão muito além das bibliotecas de obje- A terceira opção para as empresas de materiais de construção
A grande oportunidade, neste âmbito, passa por customizar a
mentos mais complexos. tos. Ao fornecer informação em tempo real sobre aquilo que é ir além da construção e apostar nos serviços.
biblioteca de forma a expressar as características distintivas
é necessário para determinado projeto em cada área, o BIM
Para obter vantagens do BIM é importante que as empresas dos seus produtos e serviços. O seu desenvolvimento envolve O BIM constitui-se como uma ferramenta que permite a ges-
permite que as empresas de materiais de construção dispo-
do SMC desenvolvam processos abrangentes e que permitam três decisões chave: tão integrada das variáveis das obras de construção (proje-
nibilizem produtos e serviços que de outra forma não pode-
a cooperação com outras empresas. to de arquitetura, orçamentação dos materiais, da mão de
I. Escolha do formato para utilização nos diversos sof- riam, designadamente:
obra envolvida, da coordenação das fases do projeto, prazos
Isto é, se outras empresas da fileira já tiverem implementado twares (Autodesk, Revit ou outro) e da classificação a de execução, processos de revisão e controlo de preços, etc. )
a tecnologia ou se estiverem a emergir empresas de gestão adotar (ETIM, IFC ou outra) I. Design
de edifícios públicos, privados, infraestruturas como vias de
de projetos sofisticadas, é mais fácil para o SMC impulsionar Existem ferramentas agregadoras que tornam as bibliote- O BIM permite que fabricantes possam customizar desig-
comunicação, portos, aeroportos, com o objetivo de otimizar
a mudança tendo em conta as oportunidades. Assim, há que cas compatíveis com outras, mas deve-se evitar formatos ns para projetos específicos, o que permite uma monta-
os recursos, cumprir os termos da adjudicação na execução.
equacionar: Que oportunidades surgem então para o SMC e tipos de classificação que impeçam a diferenciação; gem no local mais rápida e eficiente, evitando posteriores
que derivam da utilização exponencial do BIM? reformulações. Utilizando BIM, a informação sobre o andamento da obra
II. Produção ou aquisição do design 3D
pode ser conectada a sensores de monitorização (p.e lâmpa-
As oportunidades concentram-se, maioritariamente, em três A maioria das empresas recorre ao outsourcing para a cria-
II. Robótica das que medem movimento, temperatura, humidade ou ní-
áreas: ção das suas bibliotecas de objetos, contudo poderá ser
O BIM permite que a utilização de robots para assembla- veis de CO2), que podem estar integrados nos materiais que o
benéfico fazê-lo in-house na medida em que ganham fle-
gens de módulos mais complexos seja mais precisa. Existe compõem, otimizando as operações e indo de encontro às ne-
xibilidade para demonstrar como podem responder às ne-
também potencial para desenvolver materiais e serviços cessidades dos utilizadores, bem como possibilitando a oferta
cessidades dos clientes.
de novos serviços.

1
III. Local de disponibilização da biblioteca que funcionem especialmente bem com robôs.
Diversas empresas utilizam plataformas online dedica- A tecnologia BIM permite ainda que fabricantes e comercian-
das a este efeito (p.e. www.bimobject.com; www.bimstore. III. Módulos pré-assemblados tes saibam exatamente onde se localizam os seus produtos na
Aumentar a procura de produtos já existentes com co.uk; www.datbim.com), mas é essencial que disponibili- O BIM assegura um design mais exato e permite um agen- estrutura do edifício, o que auxilia em processos de substitui-
bibliotecas de objetos avançadas e add-ons1 zem as bibliotecas de objetos também nos seus websites. damento mais preciso para que os módulos cheguem ao ção ou manutenção.
As empresas de engenharia, arquitetura e de construção local apenas quando necessários.
É necessário, portanto, que os fabricantes apostem no desen-
É, geralmente, o primeiro investimento porque não requer podem descobrir os produtos de uma empresa de mate-
volvimento de materiais que incorporem sensores e outras
grande esforço financeiro. riais de construção numa das plataformas mencionadas,
ligações inteligentes e que os comerciantes se constituam
mas posteriormente efetuar o download diretamente no
A maioria das bibliotecas de objetos BIM apenas reflete infor- como peritos intermediários, oferecendo serviços operacio-
website do fabricante/comerciante para assegurar a qua-
mação que já se encontra disponível em catálogos, mas a tec- nais que valorizem os benefícios adjacentes aos novos pro-
lidade do objeto BIM. Isto permite ainda às empresas sa-
nologia oferece diversas formas de as empresas melhorarem dutos.
lientar eventuais características especiais, que poderiam
a promoção dos seus produtos.
30

31
ser limitadas pelas plataformas.

1, Programa de computador usado para adicionar funções a outros programas maiores, provendo alguma funcionalidade especial ou muito específica.
Também representa uma
oportunidade para inovar o Como se devem as empresas
Marketing preparar para o BIM?

Tal como os fabricantes de materiais de construção, também Para compreender todas estas oportunidades, as empresas do ver recomendações dos seus produtos e aproveitar os no- Abraçando o BIM, as empresas do SMC poderão melhorar o
os comerciantes podem aproveitar o BIM para construir me- SMC devem ter em conta a natureza holística do BIM. As alte- vos mecanismos de distribuição. A informação constante seu posicionamento competitivo, integrar processos de coo-
lhores bibliotecas de objetos efetuando os seus próprios ad- rações a realizar vão muito além do BIM pois a sua implemen- na biblioteca de objetos deve ser ainda aproveitada para peração enriquecedores, aumentar a sua capacidade de ino-
d-ons. O seu objetivo maior deverá ser oferecer atividades de tação impactará diversas áreas da empresa. Vejamos o que se gerar melhores leads2. vação, bem como expandir os seus negócios e verem surgir
valor acrescentado para empresas de engenharia e constru- deve ser tido em conta: oportunidades em áreas de maior valor acrescentado.
ção que pretendam melhorar a sua oferta para donos de obra. I&D Existem já empresas nacionais do SMC com bibliotecas de
Neste âmbito, os comerciantes devem melhorar as suas com- Estratégia A área de I&D deve também utilizar a biblioteca de objetos
objetos BIM disponíveis:
petências em BIM e aplicá-las àquilo que já conhecem sobre A estratégia deve articular o posicionamento desejado para melhor entender as necessidades emergentes do mer-
as necessidades dos consumidores. cado e reformular os seus projetos em função disso. https://revigres.pt/magazine/biblioteca-de-objetos-bim-da-revigres/
pela empresa em cada uma das oportunidades anterior-
https://www.mapei.com/pt/pt-pt/ferramentas-downloads/bim
O primeiro passo será promover standards BIM comuns atra- mente apresentadas. Quão realístico é apostar nos add-
Produção https://www.tec.sanindusa.pt/index.php?id=82
vés dos quais os comerciantes possam agregar as bibliotecas -ons, na modularização ou em materiais inteligentes? E
qual a dimensão da ameaça ou oportunidade representada É necessário que as equipas afetas a esta área perce-
dos fabricantes. Estes podem ajudar os clientes a navegar pe-
pela standardização e transparência dos preços? bam como o BIM afeta a cadeia de abastecimento. Pos-
las listagens – quer diretamente, quer utilizando os add-ons
Respondendo a estas questões, as empresas podem desen- sivelmente terão de integrar as suas atividades com
desenvolvidos pelo comerciante – e encontrar os produtos
volver um plano de digitalização customizado para explo- as dos arquitetos, engenheiros e empreiteiros, deven-
que melhor correspondem às suas necessidades. Entretanto,
ração do BIM, que pode incluir parcerias para trazer esca- do ser preparados para uma mudança de make-to-stock3
os comerciantes podem digitalizar a sua logística integrando
la, competências e outras aptidões. para make-to-order4;
com o BIM, de forma a possibilitar entrega de produtos just-
-in-time.
Recursos Humanos TI
Para pequenos projetos, alguns comerciantes já utilizam o O grande desafio para esta área é a criação da biblioteca
Pedra basilar do processo de transformação BIM, pelo que
BIM para criar ferramentas de modelação 3D que permitem de objetos, sendo ainda requerido que assegure os devidos
é fulcral a aposta na sensibilização e formação dos Re-
aos seus clientes desenhar edifícios ou divisões específicas e recursos e infraestrutura para suportar a transformação
cursos Humanos, principalmente das áreas Comercial e
escolher os materiais mais adequados por si disponibilizados, BIM. Poderá ainda ser responsável por proteger a proprie-
Marketing, I&D, TI (Tecnologias da Informação) e Sour-
utilizando critérios como eficiência energética ou outros, sem dade intelectual e produzir/manter os conteúdos gradual-
cing, bem como a definição de uma equipa e respetivas
efetuar um investimento avultado em BIM. mente disponíveis online.
responsabilidades na implementação do BIM.
No caso particular dos comerciantes de materiais de constru-
Comercial e Marketing ção, além destas questões, devem procurar prestar serviços
A equipa desta área deverá perceber como enriquecer a bi- de valor acrescentado, de forma a manterem o seu papel de
blioteca de objetos, procurando potenciar as pesquisas pe- intermediários, sob pena de verem diminuir os seus negócios.
los seus produtos e promover valor acrescentado por via
dos add-ons. Havendo uma crescente utilização de BIM no
mercado, a estratégia deve ir sendo ajustada para promo- 2, Geração de leads é um termo de marketing usado para descrever o início do
interesse ou questão de um possível cliente num determinado produto ou servi-
ço de uma empresa.
3, Modelo de produção em que os produtos são fabricados com base em previ-
32

33
sões de procura e enviados para stock, aguardando a chegada de encomendas.
4, Modelo de produção em que os produtos são fabricados conforme encomen-
da, iniciando-se após chegar o pedido.
4.III Plataforma de Gestão
de Master Data

Atualmente, cada agente da cadeia pode ter, em relação a um termos de recursos físicos (poupança de papel, impressões, racterísticas, os dados técnicos, âmbitos de aplicação, durabi-
tipo de produto, um sistema de classificação e codificação armazenagem, comunicações, correios, reciclagem, …), huma- lidade, preço, eficiência, logística, ...).
próprio, que identifica as características e especificações (téc- nos (lançamentos manuais, conferências, envio de informa-
Será por via desta plataforma que será estabelecida a comuni-
nicas ou comerciais) que lhe interessam, no sistema de infor- ções, …) e minimização de erros.
cação com as pares internacionais (em cada país aderente foi
mação que considerar adequado.
Isto requer uma abordagem MDM – Master Data Manage- desenvolvida a sua plataforma central específica) e daí ligação
A APCMC, no âmbito do projeto Speed Up: Materiais de Quando esse produto é transferido para outro interveniente ment, ou seja, uma plataforma central de gestão de bases de a clientes e fornecedores desses mesmos países.
Construção 4.0, encontra-se a desenvolver uma Plataforma (ex: na venda, do fabricante para o grossista, depois para o dados que permita construir e partilhar mundialmente uma
de Gestão de Master Data tendo em vista a integração digital retalhista, depois para o construtor, e assim sucessivamen- versão uniforme e completa de informações, para onde todos
te), ele é sujeito a novo sistema de identificação, que não é os fornecedores exportem os seus dados e da qual os clientes, Saiba mais sobre a classificação ETIM:
dos sistemas de informação das empresas do SMC e a sua in-
teroperabilidade com os restantes agentes da cadeia de valor capaz de comunicar, nem à entrada (fornecedor) nem à saí- por seu lado, importem a informação que precisam de cada
da fileira da construção. da (cliente), com os restantes agentes. Daí que, dois produtos fornecedor, o que motiva o desenvolvimento da Plataforma
da mesma tipologia, dependendo do tratamento a que foram de Gestão de Master Data por parte da APCMC.
Isto porque é essencial que as PME já hoje integrem a econo-
sujeitos ao longo da sua cadeia de comercialização, chegam à
mia digital nas suas organizações e apostem no desenvolvi- Diversos países europeus têm já em funcionamento platafor-
utilização final com uma “radiografia” diferente, uma vez que e sobre a Plataforma de Gestão de Master Data:
mento tecnológico como ferramentas essenciais para se re- mas de Gestão de Master Data para os produtos técnicos a
não respeitam um sistema padronizado de classificação.
posicionarem em segmentos efetivamente valorizados pelos operar de acordo com o sistema de codificação ETIM, platafor- https://www.apcmc.pt/projetos/speed-up-materiais-de-constru-
mercados e em linha com os seus requisitos. Para ajudar a solucionar este problema ao nível do intercâm- mas estas que são geridas por associações, que intermediam a cao-4-0/
bio de dados de produtos técnicos ligados à construção, foi comunicação com a ETIM internacional, apoiam as empresas
Com o desenvolvimento da plataforma, a APCMC pretende
decido criar um modelo uniforme de classificação de pro- nos pedidos de novas codificações, dão suporte a erros ou difi-
promover um salto qualitativo para os materiais de constru-
dutos, ETIM – European Technical Information Model, cuja culdades de adaptação e garantem a qualidade dos dados.
ção, com enormes impactos na eficiência interna dos seus
gestão está a cargo da ETIM Internacional, já em vigor em
processos, tornando possível, por esta via, e à semelhança do Conheça algumas das plataformas já implementadas noutros
empresas de 20 europeus e da América do Norte.
que já é praticado por alguns países concorrentes, a integra- países:
ção com ecossistemas BIM de agentes da fileira da construção A classificação do produto em si não é um “produto final’, mas
de qualquer parte do mundo. oferece uma estrutura que permite uniformizar os elemen- • Alemanha: https://www.arge.de/
tos técnicos essenciais do produto (aspetos dimensionais, re-
Todavia, o BIM como ecossistema em pleno funcionamento Disponível desde 2016, é utilizada por 80% dos grossistas (ar-
quisitos específicos de cada país, campos de codificação para
na fileira só ocorrerá quando, a montante, os fabricantes e co- tigos sanitários e AVAC) e disponibiliza 2,7 milhões de produ-
BIM, …) em que apenas varia a língua utilizada.
merciantes de materiais de construção forem capazes de for- tos de mais de 200 fabricantes.
necer digitalmente os seus inputs (a projetistas, arquitetos, Mas não basta respeitar o sistema de classificação e conti-
designers, engenheiros, construtores, instaladores, promoto- nuar a executar penosamente de forma manual os processos • Países Baixos: https://www.2ba.nl/
res imobiliários, fabricantes e comerciantes de materiais, …), de atualização dos dados nos sistemas de informação inter-
As empresas do SMC, para serem competitivas, têm de re-
numa linguagem que seja universal e inteligível, para que to- nos e a partilhar esses dados em tabelas EXCEL ou catálogos
cuperar o atraso em relação aos seus concorrentes interna-
dos possam tirar o devido proveito dos investimentos na área de produtos em papel.
cionais, adotando estes novos processos colaborativos, con-
digital, acedendo de qualquer ponto e a qualquer hora a infor- Esta transição será realizada por via da utilização de ferra- cretizando a interoperabilidade com clientes e fornecedores,
mação permanentemente atualizada. mentas Electronic Data Interchange (EDI), que permite a in-
34

35
através da automatização dos seus processos de fornecimen-
teroperabilidade entre sistemas, com enormes vantagens em to e receção de dados via suportes standard (objetos BIM, ca-
5 Modelo de 5.I Metodologia SHIFT 4.0
Descrição do modelo

avaliação da
maturidade da Recursos
Humanos
Estratégia &
Organização

indústria 4.0
O IAPMEI, I.P. – Agência para a Competitividade e Inovação
disponibiliza no seu website a ferramenta de autodiagnóstico
SHIFT to 4.0, desenvolvida pelo ISQ – Instituto de Soldadura Serviços
Fábrica
e Qualidade, que se trata de um questionário que permite per- baseados
inteligente
em dados
ceber o nível de conhecimento e estado de maturidade da i4.0
nas empresas, apoiando-as, depois, no desenho de ações que
respondam às suas necessidades.

Tem por intuito ser uma ferramenta de autodiagnóstico de Produtos Operações


inteligentes inteligentes
suporte a decisões que visem a implementação de ações e a
realização de investimentos no âmbito i4.0. Após submissão
do inquérito as empresas recebem imediatamente um relató-
rio de análise aos seus dados, gerado automaticamente.
O modelo de avaliação da maturidade i4.0 foi adaptado à rea-
Benefícios para as empresas lidade portuguesa a partir do modelo IMPULS promovido
pela VDMA5 e desenvolvido pelo IW Consult da Cologne Ins-
titute for Economic Research e pela FIR da RWTH da Univer-
• Conhecimento do seu estado de maturidade i4.0.
sidade de Aachen.
• Obter um documento de reflexão (relatório do autodiag-
É suportado na avaliação de 6 dimensões da empresa que
nóstico SHIFTo4.0) orientador do caminho a seguir.
constituem a essência da i4.0: estratégia e organização, fábri-
ca inteligente, operações inteligentes, produtos inteligentes,
36

37
serviços baseados em dados, e recursos humanos.
5, Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais
Níveis de maturidade •

Cada uma das dimensões é constituída por diversos temas As empresas podem ser classificadas nos níveis 0 a 5 de acor-
que permitem conhecer a condição dessa dimensão, num to- do com a sua maturidade demonstrada no autodiagnóstico
tal de 18 temas para as 6 dimensões. SHIFTo4.0.

Nível 5 Executor de topo

Competências Estratégia
Nível 4 Especialista LÍderes
existentes
Investimento
Nível 3 Experiente
Aquisição de
competências Gestão
& Inovação Nível 2 Intermédio Aprendizes

Recursos Estratégia
Serviços Nível 1 Iniciado
Humanos & Organização Modelos
baseados Recém-chegados
digitais
em dados Nível 0 Excluído

Infraestrutura
Fonte de Serviços de equipamento
receita baseados Fábrica
em dados inteligente A classificação final da maturidade é obtida através da média
Utilização de
dados ponderada, da seguinte forma: Estratégia e organização: 25%,
fábrica inteligente: 14%, operações inteligentes: 10%, produ-
Nível de
Sistemas TI tos inteligentes: 19%, serviços baseados em dados: 14% e re-
utilização
Produtos Operações cursos humanos: 18%.
inteligentes inteligentes

Cloud
Funcionalidade
TIC
Segurança
TI
Processos
Análise de dados Partilha autónomos
durante a utilização de
informação
25% 19% 18% 14% 14% 10%
Estratégia e Produtos Recursos Fábrica Serviços Operações
Organização inteligentes Humanos Inteligente baseados em Inteligentes
38

39
dados
O nível de maturidade de cada uma das dimensões é baseado Cada tema é classificado de acordo com os requisitos míni- Para aceder bastará clicar aqui e responder às questões coloca-
na menor classificação obtida por um ou mais temas dentro mos pré-estabelecidos para esse tema. das. Após o preenchimento a empresa receberá um conjunto de
dessa dimensão. recomendações, tal como o exemplo seguinte.

es Estraté
xistent gia
c ias E
etên Estratégia & Infraestrutura Operações Produtos Serviços basea- Recursos
mp
Co I nv
es Organização Inteligente Inteligentes Inteligentes dos em dados Humanos
tim
en
ias to
nc
tê Nível 2 i4.0 faz parte da Infraestrutura de Ainda não foram Os dados reco- Ainda não foi atin- O conjunto de
pe
m
Co Ge orientação es- equipamento não dados passos lhidos são anali- gido o nível de uti- competências es-
de

tratégica da em- está completa- para a partilha de sados ou usados lização dos dados pecíficas i4.0 ain-

st
ão
ão

presa, mas não mente ligada aos informação com para otimizar pro- entre 20% a 50%. da não foi adqui-

&
uis

In
os Estraté

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está definida uma sistema TI. parceiros exter- dutos ou proces- rida em algumas


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estratégia espe- A infraestrutura nos. sos. áreas chave.
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pacidade limitada

Dig
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de atualização.
ç os


s
Servi

ado

Infrae mento
Equip
iços baseados em d

Definir e imple- Planear e instalar Alargar a partilha Analisar sistema- Aumentar o nível Efetuar avaliações

struras de
Recomen-


a
Fábrica Inteligente
Fonte de Receita

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ilização Partilha de
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41

informação

Bibliografia

Estudo anual da economia e da sociedade digital edição, 2019. ACEPI

Metodologia de Estudo SHIFT to 4.0. IAPMEI

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