Fluência Da Fala
Fluência Da Fala
Fluência Da Fala
São Paulo
2021
ii
iii
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Confesso que escrever a sessão de agradecimentos foi meu acalento nos momentos
pessoas queridas que me ajudaram nesse processo foi uma estratégia para os momentos
de desânimo. Não que ele seja triste, mas fazer ciência pressupõe que nunca estejamos na
as nossas certezas intelectuais são desestabilizadas. Por isso, ter pessoas amadas e
Queria iniciar esta seção agradecendo à pessoa que eu escolhi para somar sonhos,
meu melhor amigo, companheiro e amor, Felipe. Obrigada por ser colo quando eu precisei
e por ser estilingue quando necessário. Obrigada por trazer leveza nas horas que eu não
Agradeço aos meus pais, Nilson e Erica, por me ensinarem a manter “a mente aberta,
a espinha ereta, o coração tranquilo”. Vocês me ensinaram a voar alto, a ser íntegra e livre
Agradeço às minhas irmãs, que são as minhas grandes amigas. Obrigada por ouvirem
meus 46.525 áudios, por me defenderem, por estarem presentes em todos os momentos.
Sou muito grata pela amizade que desenvolvemos desde que nascemos. Obrigada por
Grace, que trouxe alegria e ipês para as nossas vidas. Aos meus amados cunhados, pelo
que na reta final do doutorado trouxe suspiro e colorido para as nossas vidas.
v
acadêmico e pessoal. Obrigada por ser mais que uma orientadora acadêmica, por ser
pesquisa onde as pessoas compartilham saberes e, por isso, vão mais longe juntas. A
senhora é uma líder idealizadora e realizadora desse grupo, e espero que nós, que fomos
solícita e divertida. À Fabiola, por ter sido um exemplo de competência e por ser sempre
doce nas palavras, mas nunca deixar de dizer o que é importante. Muito obrigada por me
À Anita, conhecida também como Dranda Ritto, que além de ser uma das mentes
mais brilhantes que eu conheço, é uma amiga generosa. Nossa trajetória juntas é longa e
sou muito grata por compartilhar minha vida acadêmica, profissional e pessoal com você.
deste estudo, sem os quais não teria sido possível concretizá-lo. Vocês são os grandes
motivadores para realizarmos pesquisas sobre este tema. Obrigada por acreditarem no
nosso trabalho.
Aos membros da banca de qualificação, Profa. Dra. Haydée Fiszbein Wertzner, Dra.
Fabiola Juste e Dra. Ana Paula Ritto, pelas inestimáveis e importantes contribuições para
este estudo.
Aos meus amigos que estiveram ao meu lado durante todo o processo. À Beatriz,
Bia, Bião... Você é minha amiga de alma e uma das pessoas que mais admiro. Obrigada
vi
por ser uma mulher tão forte, corajosa, que mesmo tendo medo do combate, não desvia
Às meninas da faculdade, que trazem risada no dia a dia. Vocês são a família que a
USP me deu. Jamais poderia imaginar que na primeira semana de faculdade faria amigas
tão queridas e que estariam comigo para a vida toda. Obrigada pelas conversas e besteiras
diárias.
A todas as outras pessoas que eu não citei nominalmente, mas que fizeram parte
desse processo. Muito obrigada por me ajudarem a viver esse momento da melhor forma
possível.
vii
NORMALIZAÇÃO ADOTADA
desta publicação:
Diário Oficial do Estado de São Paulo, 28 ago 2014; Seção I do Executivo: 59-60.
Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 3a ed. São Paulo:
Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com a List of Journals Indexed in
Index Medicus.
ix
SUMÁRIO
Lista de figuras
Resumo
Abstract
1. APRESENTAÇÃO........................................................................................................1
2. INTRODUÇÃO .............................................................................................................8
3. MÉTODO .................................................................................................................... 17
6. REFERÊNCIAS ..........................................................................................................33
7. ANEXOS ..................................................................................................................... 41
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
O protocolo do Perfil da Fluência da Fala foi publicado em 2000, sendo o protocolo mais
utilizado nacionalmente para avaliar essa habilidade. O objetivo desta pesquisa foi
indivíduos fluentes e em indivíduos gagos. O estudo foi composto por 967 participantes,
com idades entre 2 e 65 anos, residentes no município de São Paulo e na Grande São
que os valores das rupturas gagas foram diferentes entre os grupos analisados. Os valores
das rupturas comuns foram próximos entre os grupos. A análise final dos resultados
permitirá rever as tipologias das rupturas, e, por fim, melhorar a precisão diagnóstica da
gagueira, assim como da fluência. Comparar indivíduos com e sem gagueira nos permitiu
diferenciar os aspectos que são pertinentes à gagueira daqueles que são inerentes à
produção da fala.
xiii
ABSTRACT
Costa JB. Fluency profile assessment protocol: validation of a speech therapy diagnostic
test [thesis]. São Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2021.
The Fluency Profile Assessment Protocol was published in 2000 and is the most widely
used protocol to assess this ability in Brazil. The aim of this research study was to
investigate the types of disfluencies (occurrence, frequency and position) in fluent and
stuttering individuals. This study was composed of 967 participants, aged 2 to 65 years,
living in the city of São Paulo. Participants were initially divided into three groups:
children, adolescents and adults. Subsequently, each group was divided into two
complaints about stuttering. Provisional results show that the stuttering-like disfluencies
values were different between the groups analyzed. Values for the other disfluencies were
similar between the groups. The final analysis of the results will allow us to review the
types of disfluencies, and, finally, improve the diagnostic accuracy of stuttering as well
differentiate aspects that are pertinent to stuttering from those that are inherent to the
1. APRESENTAÇÃO
A temática desta tese surgiu dos anos de experiência avaliando pacientes com queixa
Universidade de São Paulo. O Teste do Perfil da Fluência foi desenvolvido pela Profa.
Dra. Claudia Regina Furquim de Andrade com o objetivo de mapear o perfil da fluência
Perfil da Fluência da Fala em relação às taxas da tipologia das rupturas. Durante a minha
Durante o doutorado tive a oportunidade de escrever três artigos, dois dos quais já
I. Costa JB, Ritto AP, Juste FS, Andrade CRF. Comparação da performance de fala
O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho de fala de pessoas com gagueira
por gênero e idade. Foi analisado o número total de rupturas comuns e gagas. A tarefa de
2
fluentes.
II. Costa JB, Ichitani T, Juste FS, Cunha MC, Andrade CRF. Ensaio clínico de
Participaram do estudo oito indivíduos, seis do sexo masculino e dois do sexo feminino,
grupos: G, que realizou o tratamento para gagueira com a presença de um cão terapeuta
em sala de terapia, e G2, que realizou o mesmo tratamento para gagueira sem a presença
do cão terapeuta. Foi incluído um grupo controle, G3, composto por participantes
fluência da fala. A análise entre os grupos indicou que o G2, grupo que realizou o
evolução e eficácia do tratamento. Para os participantes desta pesquisa não foi observado
Este estudo colabora com a temática do doutorado por duas razões principais. A
quantitativos não indiquem uma melhora comparativa melhor que a do grupo sem o cão,
artigo da mesma autora, listado aqui no número V. A segunda razão foi a metodologia
implícito na terapia.
III. Costa JB, Juste FS, Andrade CRF. Pediatricians’ role when receiving children
419 crianças de idade entre 2:0 e 11:11 (anos:meses) de idade, que foram divididas em
dois grupos: G1 (Grupo Pesquisa, composto por crianças cujos pais apresentavam queixa
de gagueira de seus filhos) e G2 (Grupo Controle, composto por crianças cujos pais não
referiam queixa de gagueira de seus filhos). Foram gravadas amostras de fala espontânea
gagas. As variáveis foram: sexo, idade de início das rupturas, tempo desde o início dos
sintomas, rupturas gagas, atitude familiar, atitude das crianças. Na análise intergrupos,
encontramos diferenças nas variáveis sexo e rupturas gagas, ou seja, a queixa familiar
fluência. O estudo conclui que os pais são sensíveis, percebem e reportam a fala gaga de
para que os pediatras não façam orientações inadequadas sobre a gagueira. Mesmo nos
dias atuais ainda existem profissionais da saúde que, ao receber a queixa familiar, fazem
articulatórias fixas e/ou repetições de sons e sílabas, a criança deve ser imediatamente
avaliar, orientar e tratar as crianças com queixa familiar de gagueira e que apresentem a
porcentagem de rupturas gagas acima de 3%, melhor será o prognóstico dos casos.
Além desses estudos, tive a oportunidade de contribuir com outros quatro artigos,
Science. Um deles já aceito para publicação, porém ainda não publicado. Os outros dois
IV. Juste FS, Sassi FC, Costa JB, Andrade CRF. Frequency of speech disruptions in
Este estudo teve como objetivo analisar a frequência das rupturas da fala em
fluentes. As amostras de fala foram gravadas durante a três diferentes tarefas de fala:
monólogo, leitura individual e leitura em coro. Foram transcritas 200 sílabas fluentes,
ocorreram com maior frequência durante a tarefa de monólogo, leitura individual e leitura
doença de Parkinson. O grupo controle não apresentou diferença entre essas tarefas. O
estudo concluiu que o padrão de gagueira apresentado por indivíduos com doença de
V. Ichitani T, Costa JB, Juste FS, Andrade CRF, Cunha C. Efeitos da presença do
pesquisa foi M, do sexo feminino, 45 anos, casada, com filhos, que cursou o ensino
fonoaudiológico com a presença do cão terapeuta, foi realizada uma entrevista. De acordo
com a análise feita no setting terapêutico e na entrevista com a participante, foi possível
observar que a presença e interação com o cão nas sessões promoveu um ambiente mais
VI. Pinto GC, Juste FS, Costa JB, Ritto AP, Andrade CRF. A influência da
Este artigo teve como objetivo testar a variável hereditariedade para a gagueira do
Participaram deste estudo 200 crianças, de idade entre 2:0 e 12:11 (anos:meses), de ambos
grupos: baixo risco para gagueira, médio risco para gagueira e alto risco para gagueira,
apresentaram familiar de primeiro grau (pai, mãe ou irmãos) com gagueira, conforme
7
mostraram que não houve diferença estatisticamente significativa nas comparações inter
desenvolvimento.
VII. Ávila NSF, Juste FS, Costa JB, Andrade CRF. Ensaio clínico de tratamento – em
três modalidades – para crianças com distúrbios da fluência e gagueira. CoDAS. Aceito
em maio de 2020.
Este estudo teve como objetivo verificar e comparar diferentes tratamentos para a
clínico de tratamento. Participaram deste estudo 93 crianças com idade entre 2:0 e 12:11
(Programa Vermelho) foi o que mostrou maior índice de efetividade (redução das rupturas
gagas e aumento das habilidades de velocidade de fala). Esse programa está baseado na
terapia direta – terapeuta e paciente – com uso de técnicas específicas para gagueira.
8
2. INTRODUÇÃO
stutter and people who do not stutter”. O texto apresentado a seguir visa contribuir para
algumas rupturas que podem refletir uma dificuldade na execução motora dos segmentos
principalmente por rupturas involuntárias no fluxo da fala. As rupturas são os traços mais
óbvios da gagueira e têm sido usadas como um parâmetro para descrever, definir e medir
A classificação das rupturas de fala começou a ser estudada na década de 19305. Por
conta das limitações de transcrição da época, apenas três rupturas foram classificadas:
repetição de sílaba, repetição de palavra e repetição de frase. Desde então, diversos outros
maioria dessas classificações tiveram como base o estudo realizado por Johnson et al.6,
que dividia as rupturas em oito tipos: repetição de parte da palavra (incluía repetição de
durante muito tempo não houve um instrumento objetivo para medir essa desordem. A
medida mais aceita para diagnosticar a gagueira é a porcentagem de rupturas gagas, que
contabiliza o número total de sílabas gaguejadas em um discurso. Ela tem sido utilizada
A escala Sherman-Lewis8 era baseada em nove amostras gravadas de fala gaguejada, que
foram classificadas de leve a grave. A gravação do indivíduo era comparada com uma
das nove gravações da escala. Porém, por se tratar de uma avaliação muito antiga, a
gravação continha apenas o áudio e não a filmagem. Esse procedimento ignorava todo
partir desse modelo, existem as disfluências “within the word” e as “between the word”.
avaliação falha ao generalizar que todas as disfluências “within-word” seriam gagas e que
maior número na fala de indivíduos que gaguejam, elas também seriam encontradas na
Esse seria, segundo o autor, um critério para diferenciar os indivíduos que apresentam
avaliar a gagueira. Entretanto, nenhuma das formas de avaliação citadas contabiliza todos
velocidade de fala são aspectos importantes a serem avaliados e que podem mudar o grau
de severidade do indivíduo.
11
Prolongamento Interjeição
Bloqueio Revisão
Prolongamento Interjeição
Frase incompleta
continua
12
(continuação)
(três ou mais)
(três ou mais)
diagnosticar a gagueira. Mesmo com falhas, essa ainda é a avaliação mais aceita e
gagueira pois, além de contabilizar as rupturas gagas, se preocupa com a duração de cada
ruptura e com os concomitantes físicos, que são os movimentos que o indivíduo faz ao
13
gaguejar (piscar, fazer caretas, apertar os lábios). Porém, o SSI falha ao não contabilizar
fala do indivíduo. Além disso, o SSI é uma avaliação para diagnosticar a gagueira,
alterações da fluência. Foi desenvolvido por Andrade, e sua primeira publicação data de
literatura brasileira, tendo sido citado mais de 300 vezes desde sua publicação, entre
De acordo com o Perfil da Fluência da Fala18, as rupturas no fluxo da fala podem ser
maior frequência na fala de pessoas com gagueira, sendo o componente principal para o
O Perfil da Fluência da Fala se diferencia dos outros protocolos e avaliações por ter
como objetivo avaliar a fluência como um todo e não somente diagnosticar a gagueira.
tipologia das rupturas e a velocidade de fala, mas também os dados do SSI, que são
“fases”. Cada uma dessas fases, com finalidades diferentes, tem objetivos determinados.
está sendo validado com um teste considerado padrão-ouro. O objetivo dessa fase é
determinar a acurácia do teste diagnóstico. Por fim, a última fase tem como objetivo
O protocolo do Perfil da Fluência da Fala já foi validado nas duas primeiras fases. A
terceira fase visa investigar as variáveis avaliadas pelo teste (ocorrência, frequência e
posição das rupturas de fala) em indivíduos fluentes e em indivíduos gagos para melhorar
sua acurácia e precisão no diagnóstico da fluência da fala, e assim comparar com o teste
De acordo com uma pesquisa realizada em 201074, que utilizou o Perfil da Fluência
de Fala para comparar o local das rupturas na fala de 80 crianças (40 crianças com
frequente no primeiro som da primeira sílaba das palavras. Segundo esse estudo, o
prolongamento foi a ruptura do tipo gaga mais frequentemente presente nas sílabas finais
das palavras, em ambos os grupos estudados. O que diferenciou os grupos foi a presença
de prolongamento nas sílabas iniciais das palavras, que ocorreu de forma mais frequente
no grupo de crianças com gagueira. Nesse mesmo estudo, a pausa não foi encontrada em
quase nenhum dos grupos estudados e não houve diferença estatisticamente significativa
entre os grupos.
partir disso, é possível questionar se a pausa seria realmente uma ruptura que permite
deveria incluí-la no grupo das rupturas comuns. Outra observação importante das últimas
pesquisas é a de que o prolongamento em sílaba final foi observado no grupo dos falantes
visa uma maior precisão diagnóstica e a melhoria na efetividade dos tratamentos dessa
desordem.
Portanto, o objetivo desta pesquisa foi rever a tipologia das rupturas do Perfil da
3. MÉTODO
3.1 Participantes
protocolo. A amostra foi randomizada por influência da adesão, ou seja, falantes que se
Participaram do estudo 965 participantes, com idade entre 2:0 e 65:0 (anos:meses),
Inicialmente, os 965 participantes foram divididos por faixa etária: Grupo Crianças,
composto por indivíduos com idade entre 2:0 e 11:11 (anos:meses); Grupo Adolescentes,
composto por indivíduos com idade entre 12:0 e 17:11 (anos:meses); Grupo Adultos,
composto por indivíduos com idade entre 18:0 e 65:0 (anos:meses). Esses grupos foram
São Paulo.
com 3% ou mais de rupturas gagas na análise de fala de acordo com o Perfil da Fluência.
Procuraram atendimento
(N=1019)
Excluídos (N=54)
Não apresentaram documentação
completa; não realizaram a
avaliação completa
Incluídos na pesquisa
(N=965)
Sem queixa Com queixa Sem queixa Com queixa Sem queixa Com queixa
(N=200) (N=252) (N=75) (N=75) (N=136) (N=227)
<3% >3% <3% >3% <3% >3% <3% >3% <3% >3% <3% >3%
N=15 N=42 N=94 N=158 N=6 N=13 N=4 N=32 N=12 N=16 N=83 N=144
8 2 3 0
3.2 Material
inclusão de cada grupo. Foi apresentada uma figura aos participantes e dada a seguinte
ordem: “por favor, olhe para esta figura e me fale tudo o que você quiser sobre ela”. O
discurso só foi interrompido por perguntas e/ou comentários nos casos em que houve a
previsto para cada coleta, foi estabelecido o mínimo de cinco minutos. No caso das
crianças, caso fosse necessário, era filmada uma situação de brincadeira junto com os
responsáveis e a terapeuta.
Para registro e análise das amostras de fala, foram utilizados uma filmadora digital
de alta definição fixada em tripé, notebook para passar os vídeos, fones de ouvido do tipo
O estudo foi realizado com cegamento das transcrições das amostras de fala, para
frases; revisões e palavras não terminadas) e rupturas gagas (repetições de sons e sílabas,
sons ou segmentos).
4. RESULTADOS OBSERVÁVEIS
encontram-se na Tabela 2.
10
6
Sem Queixa <3%
5 Sem Queixa >3%
4 Com Queixa <3%
3 Com Queixa >3%
0
Hesitação Interjeição Revisão Pal não Rep Rep Rep frase
terminada Palavra Segmento
10
9
8
7
6
5
Sem Queixa <3%
4
Sem Queixa >3%
3
2
Com Queixa <3%
Adolescentes, enquanto a média das rupturas gagas nesse grupo consta do Gráfico 4.
25
10
6
Sem Queixa <3%
5 Sem Queixa >3%
4 Com Queixa <3%
3 Com Queixa >3%
0
Hesitação Interjeição Revisão Pal não Rep Rep Rep frase
terminada Palavra Segmento
10
9
8
7
6
5
Sem Queixa <3%
4
Sem Queixa >3%
3
2
Com Queixa <3%
encontram-se na Tabela 4.
26
média das rupturas gagas nesse grupo pode ser observada no Gráfico 6.
10
6
Sem Queixa <3%
5 Sem Queixa >3%
4 Com Queixa <3%
3 Com Queixa >3%
0
Hesitação Interjeição Revisão Pal não Rep Rep Rep frase
terminada Palavra Segmento
10
9
8
7
6
5
Sem Queixa <3%
4
Sem Queixa >3%
3
2
Com Queixa <3%
5. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A tese teve como objetivo rever o Perfil da Fluência da Fala e a variável das
tipologias das rupturas. De modo geral, aos serem analisados os resultados preliminares
temporalização da fala. As rupturas gagas, por sua vez, refletem as habilidades motoras
apresentam esse tipo de ruptura também. Ao observar os resultados, existem dois fatores
que gaguejam apresentam uma maior quantidade de rupturas gagas) e o qualitativo (o tipo
Esse achado é importante, pois demonstra o bloqueio como um marcador para a gagueira.
Em relação às crianças, esse não foi um fator que diferenciou os grupos, o que está de
hesitações, isto é, ele é uma estratégia utilizada para facilitar a coarticulação entre as
29
uma ruptura comum. Ao observar os dados preliminares, pode-se notar que todos os
participantes apresentam esse tipo de ruptura, assim como que participantes sem queixa
para gagueira, mas com porcentagem acima de 3%, nos três grupos de idade, tiveram
maiores índices de prolongamento em fim de palavra. Mesmo que preliminar, esse achado
nos faz questionar se essa deveria ser considerada uma ruptura gaga, considerando que
Nos dados preliminares sobre a pausa, é possível observar que houve pouca diferença
entre os grupos. De acordo com Samani81, a pausa é uma característica temporal da fala,
o que pode interferir em seu fluxo suave e contínuo, além de sugerir uma dificuldade na
precisa para replanejar a fala81. De acordo com essa definição, a pausa seria considerada
uma ruptura comum. Além disso, ao observar os dados das crianças com queixa e com
comuns.
preliminares nos mostram que o grupo com queixa de gagueira e com a porcentagem
estudadas. Este estudo não diferenciou a repetição de palavra monossílaba das palavras
assunto debatido na literatura internacional. Yairi77, um dos autores que defende que a
repetição de palavra monossilábica deve ser contabilizada nas rupturas gagas, usa o
argumento de que a fala não é separada entre sílabas e palavras. De acordo com esse autor,
repetição de sílaba. No entanto, a justificativa sempre aponta para palavras como artigos
normalmente iniciam as frases, e muitas delas são monossilábicas, como, “o”, “a”, “os”,
favorece um diagnóstico mais preciso. Um estudo realizado por Jiang et al.84 comparou
rupturas comuns de rupturas menos típicas (repetição de palavras com mais de duas
monossilábica como um terceiro tipo de ruptura. O objetivo era compreender em qual dos
agrupou as rupturas de fala de acordo com a base neural. Participaram 20 adultos com
gagueira, que tinham como tarefa falar algumas frases. Cada ruptura de fala foi
as rupturas comuns (menos típicas) podem ser separadas com base na atividade cerebral.
O córtex frontal inferior esquerdo e o precuneus bilateral foram mais ativados durante as
rupturas gagas, enquanto o putâmen esquerdo e o cerebelo direito foram mais ativados
durante a produção das rupturas comuns. Por fim, o estudo concluiu que a repetição de
31
outra língua, ou o teste mais utilizado nunca foi realmente validado). Na inexistência de
Fonoaudiológica da Fluência da FMUSP têm sido utilizados por grande parte dos
a validação da fase 1, que seria a adaptação do teste para um novo idioma). A proposta
Essa atitude perpetua um padrão precário de decisão clínica que é falha porque é baseada
no próprio juízo (aqui entra a tão famosa “prática clínica”, que pode estar equivocada),
em alguma base de literatura (quase sempre nacional e muitas vezes defasada em sua
induzir ao erro. Aprimorar um teste como Perfil da Fluência permitirá elevar o índice de
acerto da atividade clínica, com uma abordagem mais precisa, registrando como positivo
Os dados aqui apresentados são uma pequena amostra das possíveis análises do
estudo. Serão realizados testes estatísticos pertinentes, que possivelmente serão: níveis de
identificação de valores preditivos positivo e negativo. Isso contribuirá para o avanço dos
6. REFERÊNCIAS
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7. ANEXOS
PERFIL DA FLUÊNCIA
2 - Velocidade de fala
3 - Frequência de rupturas
4 – Concomitantes físicos
Tipos Pontuação
Desvios de sons
Movimentos faciais
Movimentos de cabeça
Movimentos de extremidades
5 – SSI
Mensagem Expressa
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45
a) Rupturas Comuns
Hesitações: pausa curta (até 3 seg.); parece que o indivíduo está procurando a palavra
(Ex: éh, hã, hum).
b) Rupturas Gagas
Repetição de sílaba: repetição de uma sílaba inteira ou de uma parte da palavra (eu
quero a bababanana // o porporporco é feio // a ambubulancia veio logo).
FONTE: Andrade CRF. Protocolo para a avaliação da fluência da fala. Pró-Fono R Atual Cient.
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