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Teorico

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Química Inorgânica

Teórica e Experimental
Material Teórico
Eletroquímica

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Eletroquímica

• Eletroquímica – Introdução;
• Reações de Oxidorredução;
• Tipos de Pilha.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Mostrar ao aluno como funciona o processo químico da eletrólise.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Eletroquímica

Eletroquímica – Introdução
Eletroquímica é o ramo da Química interessado na interrelação entre as varia-
ções elétricas e químicas que são causadas pela passagem de corrente elétrica.
Na verdade, a eletroquímica é uma ciência multidisciplinar que pode ser aplica-
da a uma variedade de campos dentro das ciências físicas, químicas e biológicas.
As reações da eletroquímica ocorrem usualmente em meios aquosos. A separação
das cargas é sempre associada com transferências de cargas, que podem ocorrer
de forma homogênea em solução entre diferentes espécies químicas ou de forma
heterogênea, sobre a superfície de eletrodos. A eletroquímica, atualmente, tem uma
ampla área de interesse, incluindo a conversão de energia e armazenagem em cé-
lulas a combustível e baterias de íons de lítio (Li+); eletrossíntese, que cobre desde
síntese orgânica e a eletrodeposição de superfícies homogêneas como também de
superfícies nanoestruturadas; corrosão; a química eletroanalítica, no sentido clássico
de detecção de analitos como também no teste de informação mecânica referentes
a reações de oxidação/redução de espécies eletroativas em escalas nanométricas.

Quando uma reação química é causada por uma corrente elétrica suprida externa-
mente, tal como em uma eletrólise, ou se uma corrente elétrica é produzida por uma
reação química espontânea como em uma bateria, ela é chamada de reação eletro-
química. As reações químicas em que elétrons são
transferidos diretamente entre moléculas e/ou áto-
mos são chamadas de reações de oxidação-redu-
ção (ou Redox). Em geral, a eletroquímica descreve
reações globais quando reações redox individuais
são separadas, porém conectadas por um circuito
elétrico externo e um eletrólito intermediador.

Como Ciência que estuda a interação da eletri-


cidade com as reações químicas (ATKINS, 2006),
pode-se dizer que a eletroquímica iniciou-se no ano
de 1800 com o físico Alessandro Volta, baseando-
-se a construção de sua pilha supondo que a ele-
tricidade tinha origem nos metais (veja Figura 1).
Construiu, então, a pilha elétrica, um dispositivo
que produzia eletricidade contínua. Nesse senti-
do, a Figura 1 ilustra discos de zinco e de cobre,
separados por discos de feltro (tecido rústico)
ou discos de papelão, embebidos em salmoura.
Esse dispositivo produzia eletricidade quando
eram ligadas sua parte inferior com a parte supe-
rior por intermédio de um fio condutor. Figura 1 – Pilha de Volta
Fonte: iStock/Getty Images

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Figura 2 – Foto do arranjo original da pilha de Daniell, inventada em 1836
Fonte: Wikimedia Commons

Em 1836, um meteorologista e químico inglês chamado Jonh Frederic Daniell


inventou uma bateria, conhecida no Brasil como pilha de Daniell, que original-
mente era formada por copinhos de cobre cheios com uma solução de sulfato de
cobre (CuSo4), em que foi imersa em um recipiente feito de louça de barro não
vitrificado cheio de ácido sulfúrico e um eletrodo de zinco.

Daniell estava procurando uma forma de resolver o problema de formação de


bolhas de hidrogênio que existia na pilha voltaica e sua solução foi usar um segundo
eletrólito para consumir o hidrogênio produzido pelo primeiro. O sulfato de zinco
pode ser substituído por ácido sulfúrico.

A pilha de Daniell foi um grande avanço para a tecnologia existente usada no


começo do desenvolvimento da bateria elétrica. Uma variante subsequente da pi-
lha de Daniell foi chamada de pilha de gravidade foi inventada em 1860 por um
francês chamado Callaud e tornou-se popular ao ser utilizada na telegrafia elétrica.

A pilha de Daniell tem também uma base histórica para a definição contemporâ-
nea do volt, que é a unidade de tensão elétrica e de força eletromotriz adotada no
Sistema Internacional de Unidades. A definição atual é que uma pilha de Daniell a
25ºC gera um potencial padrão de 1,10 V.

Entendendo o fenômeno químico da Pilha de Daniell


Na pilha de Daniell, como já dissemos, os eletrodos de cobre e zinco são imersos
em uma solução de CuSO4 e ZnSO4, respectivamente. No anodo, o zinco é oxida-
do pela seguinte semirreação:

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UNIDADE Eletroquímica

elétrons

ponte de de sal
íons de zinco íons de sulfato

eletrodo de eletrodo de
zinco cobre

sulfato de sulfato de
zinco (–) (+) cobre (II)
anada catado
(oxidação) (redução)

Figura 3 – As duas meias células da pilha de Daniell em demonstrações de laboratório


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Zn(s) → Zn2+(aq) + 2e− . (Potencial padrão de eletrodo: −0.7618 V )

No catodo, o cobre é reduzido, ocorrendo a seguinte semirreação:

Cu2+(aq) + 2e− → Cu(s) . (Potencial padrão de eletrodo: +0.340 V )

A reação total sendo:

Zn(s) + Cu2+(aq) → Zn2+(aq) + Cu(s) . (Voltagem do circuito aberto: 1.1018 V )

Nas demonstrações em laboratório, uma forma da pilha de Daniell conhecida


como “de duas semipilhas” é muito usada devido à sua simplicidade. As duas semi-
pilhas, cada uma suporta metade da reação total descrita. Um fio e uma lâmpada
podem ser conectados a dois eletrodos. Eléctrons que são retirados do anodo de
zinco viajam através do fio, fornecendo uma corrente elétrica que faz acender a
lâmpada. Em tal pilha, o movimento dos íons contrários executa um papel im-
portante. Tendo uma carga negativa, os ânions acumulam-se em torno do anodo
para manter a carga neutra. Inversamente, no catodo, os cations de cobre (II) se
acumulam para neutralizar a carga elétrica. Esses dois processos acompanham a
acumulação de cobre sólido no catodo e a corrosão do eletrodo de zinco para a
produção de cátions de zinco na solução.

Uma vez que nenhuma semirreação irá ocorrer independentemente da outra,


as duas semipilhas deverão estar conectadas em uma forma que permita que os

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íons se movam livremente para lá e para cá. Assim, uma barreira porosa ou um
disco de cerâmica, qualquer um pode ser usado para separar as duas soluções
para permitir o fluxo dos íons sulfato. Quando as semipilhas são dispostas em
dois reservatórios inteiramente diferentes e separados, uma ponte salina é sempre
usada para ligar as duas semipilhas. A ponte salina contém, tipicamente, uma alta
concentração de nitrato de potássio (um sal que não interferirá quimicamente com
a reação na outra semipilha). Nesta pilha de Daniell, durante a descarga, ânions
nitrato na ponte salina se movem na semipilha de zinco a fim de balancear o au-
mento de íons Zn2+. Ao mesmo tempo, íons potássio da ponte salina movem-se
na semipilha de cobre a fim de substituir os íons Cu2+ que estão sendo precipitados
sobre o eletrodo de cobre.

Na pilha de Daniell, a barreira porosa não pode evitar o fluxo de íons de cobre
para dentro da semipilha de zinco. Daí, a recarga (a reversão de fluxo de corrente
por uma fonte externa de força eletromotriz) é impossível, pois, se o eletrodo de
zinco é constituído para tornar-se o catodo, íons de cobre, em vez de íons de zinco,
serão descarregados por conta de seus potenciais menores.
• Resumo (Pilha de Daniell): O primeiro eletrodo é formado por uma placa
de zinco que fica mergulhada em uma solução de sulfato de zinco. O segundo
eletrodo é formado por uma placa de cobre metálico (Cu(s)) mergulhada em
uma solução que contém cátions de cobre (Cu2+(aq)), em uma solução de sulfato
de cobre (CuSO4(aq)). Os dois eletrodos são interligados por um circuito exter-
no – ponte salina de nitrato de potássio KNO3 e uma lâmpada – que, ao se
acender, indica a passagem de corrente elétrica. Depois de algum tempo, ao
se observar o sistema, nota-se que sobre a placa de cobre aparecem partículas
e que a placa de zinco perde massa.

Figura 4 – Pilha de Daniell feita com outros eletrólitos


Fonte: aulasdequimica.com.br

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UNIDADE Eletroquímica

Tais alterações ocorreram porque as reações de oxidorredução entre os dois ele-


trodos levaram à transferência de elétrons do Zn para o Cu, já que o zinco é mais
reativo que o cobre.
Concluindo, o zinco metálico sofreu oxidação, ou seja, perdeu elétrons. E o cobre
menos reativo que o zinco sofreu redução, ganhando elétrons.

Reação global da pilha de Daniell:


• Semirreação do anodo: Zn(s) ↔ Zn2+(aq) + 2 e–
• Semirreação do catodo: Cu2+(aq) + 2 e–

Cu2+(aq) + Zn(s) ↔ Zn2+(aq) + Cu(s)

Reações de Oxidorredução
As reações de oxirredução (ou oxidorredução ou redox) ocorrem com transfe-
rência de elétrons entre as espécies químicas envolvidas. Isto é, sempre que um
elemento perde elétrons, sofre oxidação, e o outro que recebe esses elétrons, sofre
redução. Com isso, em um processo de oxirredução ocorrem, simultaneamente,
perda e ganho de elétrons.
As reações de oxidorredução ocorrem com frequência ao nosso redor. As plan-
tas que fazem fotossíntese, a corrosão metálica, a metabolização de alimentos, o
envelhecimento de células e tantos outros exemplos fazem parte da eletroquímica
e, portanto, das reações de oxirredução.

Reações de Oxidorredução
Os fenômenos de transferência de elétrons, redução, oxidação e variação do nú-
mero de oxidação dos elementos (Nox) ocorrem também em compostos orgânicos
e sistemas biológicos.

Importante! Importante!

A partir de agora é preciso memorizar alguns conceitos – para tanto, observe o Quadro 1
e Figura 5.

Quadro 1 – Regras para definir agentes de reação de oxidorredução


Agente redutor Agente oxidante
Sofre oxidação Sofre redução
Provoca redução Provoca oxidação
Perde elétrons Ganha elétrons
Seu Nox aumenta Seu Nox diminui
Fonte: Acervo do Conteudista

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Oxidação – envolve perda de elétrons

Redução – envolve ganho de elétrons

Elementos isolados e substâncias simples:


Nox zero

A soma de todos os Nox de uma molécula


será zero

Metais alcalinos terrosos e zinco (Zn): Nox +2

Todos os metais alcalinos e prata (Ag)


terão Nox +1
Nox

O oxigênio apresenta número de oxidação igual a -2,


em todas as combinações com outros elementos,
exceto nos peróxidos, quando esse valor é -1

Calcogênios: Nox -2
Alumínio (Al): Nox +3

A soma do Nox em íon sempre será


a própria carga do íon

Íons compostos: Nox igual a carga do íon –


por exemplo, íon fosfato PO4 -3 terá Nox -3

Halogênios: Nox -1
Figura 5 – Regras para calcular Nox

Cálculo do Número de Oxidação – Identificação de Reação


Para identificar se uma reação é de oxidorredução, torna-se necessário observar
o Nox de cada elemento participante como reagente e como produto. Se houver
alguma alteração no Nox de algum elemento participante de reagente(s) em relação
ao Nox do mesmo elemento no setor de produto(s), seja essa alteração um aumen-
to ou uma diminuição do Nox, trata-se de uma reação de oxidorredução.

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UNIDADE Eletroquímica

Ademais, se o Nox aumentou, o elemento sofreu oxidação; se diminuiu, signifi-


ca que o elemento sofreu redução.

Exemplos:
1. Nox dos elementos na molécula da água:

..
H . . O. . . . H
+1 +1
–2

Você pode se perguntar: Como saber o Nox de cada elemento?


Explor

Depois de pensar um pouco a respeito, observe o Quadro 2.

Quadro 2 – Números de oxidação dos elementos


Elementos Situação Nox
Metais alcalinos
Em substâncias compostas +1
(Li, Na, K, Rb, e Cs)
Metais alcalinoterrosos
Em substâncias compostas +2
(Be, Mg, Ca, Sr e Ba)
Prata: Ag Em substâncias compostas +1
Zinco: Zn Em substâncias compostas +2
Alumínio: Al Em substâncias compostas +3
Em sulfetos (quando enxofre for o
Enxofre: S elemento mais eletronegativo)
-2

Halogênios Em halogenetos (quando o halogênio


-1
(F, Cl, Br, I) for o elemento mais eletronegativo)
Ligado a ametais (quando o hidrogênio
estiver ligado a um elemento mais +1
eletronegativo que ele)
Hidrogênio: H
Ligado a metais (quando o hidrogênio
estiver ligado a um elemento menos -1
eletronegativo que ele)
Na maioria das substâncias compostas +2
Em peróxidos -1
Oxigênio: O Em superóxidos -1/2
+2
Em fluoretos
+1
Fonte: Acervo do Conteudista

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2. Nox dos elementos no ácido sulfúrico (H2SO4).

Dados: H = +1, O = –2

Agora, calcule o Nox do oxigênio:


H2 S O4
2x1= 2 4 x –2 = –8

Como a soma de todos os Noxs deve ser igual a 0, o Nox do S = +6:


Nox +2 +6 –8 = 0
H2 S O4

Importante! Importante!

A seguir: perceba que o Nox do oxigênio como reagente é –2, mas, como produto, passou a
0. O Nox aumentou. Significa que o oxigênio perdeu 2 elétrons, ou seja, que ele se oxidou.
Já o Nox do hidrogênio reagente diminuiu de +1 para –1, logo, reduziu, ganhando os
dois elétrons que o oxigênio perdeu.

Veja uma reação de oxidorredução:

+4 –2 +1 –2 +4 –1 –2 0
A) 6 CO2+ 6 H2O  C6H12O6 + 6 O2

+2 –2 +2 –2 0 +4 –2
B) FeO + CO  Fe + CO2
Explor

Assista ao vídeo de um prego sofrendo oxidação, disponível em: https://youtu.be/WPzErdAYifo.

Balanceamento de Reações de Oxidorredução


O método da semirreação
Equações químicas balanceadas descrevem de maneira acurada as quantidades
de reagentes e de produtos em reações químicas. Elas servem como uma base
estequiométrica ao mostrar como os átomos e as massas são conservados durante
as reações. Reações de oxidação e de redução precisam ser balanceadas tal qual as
outras reações, mas as reações de oxidorredução são quase sempre mais comple-
xas em relação a tarefa de balanceamento.

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UNIDADE Eletroquímica

O balanceamento das reações redox envolve não apenas átomos, mas também
cargas positivas e negativas. Balancear somente átomos ou somente cargas não
constitui um processo difícil, mas o processo complica-se quando ambos necessi-
tam ser balanceados simultaneamente. Os químicos desenvolveram uma forma de
balancear as reações redox em um processo organizado e direto.

As reações redox que são difíceis de balancear podem ser trabalhadas de forma
mais fácil se o processo de oxidação e redução forem considerados separadamente
ao invés de serem considerados juntos. No método da semirreação (alguns a cha-
mam de meia reação), ou método de íon-elétron, a reação redox é dividida em duas
partes hipotéticas chamadas semirreações. A semirreação de oxidação trata com
todas as substâncias que se tornam oxidada e todos os elétrons que elas perdem.
A semirreação de redução envolve todas as substâncias que se tornam reduzidas e
todos os elétrons que são ganhos.

O método da semirreação consiste de oito passos que auxiliam no balancea-


mento das reações de maneira organizada. Esse método pode reduzir o trabalho de
balanceamento até de reações complicadas, tal como a reação entre ácido nítrico
(HNO3) e óxido de cobre (II), em uma série de procedimentos tratáveis.

HNO3 + Cu2O → Cu(NO3)2 + NO + H2O

Passo 1: Coloque os números de oxidação (Nox) de todos os átomos e, então,


determine quais átomos foram oxidados e quais foram reduzidos. Uma vez que
os Nox’s do hidrogênio e do oxigênio permanecem inalterados nesta reação em
particular, deixe-os de lado por enquanto e mantenha o foco nos outros átomos.
A fim de discernir entre cargas de íons e nox de elementos, as cargas dos íons são
escritas com a designação das cargas após o numeral (por exemplo, 3-), enquan-
to os nox’s são escritos com a designação da carga precedendo o numeral (por
exemplo, +5). Isso ajudará a evitar confusão quando se está tratando de reações
contendo íons.

Importante! Importante!

Se há uma regra que pode ser quebrada é exatamente essa que acabamos de apresentar,
desde que se tenha controle do que se está fazendo, sem qualquer espécie de confusão.
Tal regra, contudo, é muito útil para a pessoa que está iniciando o aprendizado de
balanceamento de equações redox.

+5 +1 +2+5 +2
HNO3 + Cu2O → Cu(NO3)2 + NO + H2O

Nesta reação, o número de oxidação do nitrogênio varia de +5 no ácido nítrico


para +2 no óxido de nitrogênio (II), de forma que o nitrogênio é reduzido (red:
ganha 3 eletrons). O nox do cobre varia de +1 no óxido de cobre (I) para +2 no
nitrato de cobre (II). Assim, o cobre é oxidado (oxi: perde 1 elétron)

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Passo 2: Escreva uma semirreação para o processo de oxidação e uma para
o processo de redução. Chame cada semirreação de oxi e a outra de red que isto
ajudará a mantê-las separadas conforme elas são balanceadas nos próximos passos.
As semirreações incluem somente aquelas substâncias que foram ou oxidada ou
reduzida. Uma vez que o nox do cobre foi de +1 para +2, ele perdeu um elétron;
assim, ele foi oxidado (oxi). Todos os compostos com átomos de cobre devem ser
incluídos na semirreação de oxidação.

(oxi) Cu2O → Cu(NO3)2

A semirreação de redução inclui apenas aquelas substâncias contendo os átomos


que são reduzidos. O nox do nitrogênio passou de +5 para +2 pelo ganho de três
elétrons (red). Note que embora o nitrato de cobre (II) contenha nitrogênio, ele não
é incluído na semirreação de redução porque nitrogênio no nitrato de cobre (II) não
foi reduzido (o nox manteve-se em +5).

(red) HNO3 → NO

Passo 3: Faça o balanceamento dos átomos que foram reduzidos ou oxidados


em duas semirreações por inspeção. Um coeficiente 2 foi adicionado do lado direi-
to da semirreação de oxidação para balancear os átomos de cobre. Na semirreação
de redução, os átomos de nitrogênio já foram balanceados.

(oxi) Cu2O → Cu(NO3)2

(red) HNO3 → NO

Passo 4: Balanceie todos os outros átomos por inspeção. A maioria das reações
redox (pelo menos todas as que serão consideradas nesta Unidade) ocorrem em
soluções ácidas em que há um suprimento ilimitado de íons hidrogênio e também
de moléculas de água. Quando necessário, estes podem ser adicionados a um dos
lados da equação ou ao outro. Se oxigênio adicional é necessário para balancear a
reação, adicione água. Se hidrogênio adicional é necessário, adicione íons hidrogê-
nio. Na semirreação de oxidação (oxi), a adição de 4 ao HNO3 do lado esquerdo é
necessário para balancear os átomos de nitrogênio.

(oxi) 4HNO3 + Cu2O → 2Cu(NO3)2

O oxigênio extra do lado esquerdo pode ser balanceado pela adição de uma mo-
lécula de água do lado direito. Os hidrogênios excedentes podem ser balanceados
pela adição de dois íons hidrogênio também do lado direito.

(oxi) 4HNO3 + Cu2O → 2Cu(NO3)2 + H2O + 2H+

O balanceamento da semirreação de redução (red) envolve o balanceamento dos


átomos de hidrogênio e de oxigênio e é feito usando água e íons hidrogênio.

(red) HNO3 + 3H+ → NO + 2H2O

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UNIDADE Eletroquímica

Passo 5: Balanceie as cargas em cada semirreação adicionando-se elétrons até


que a carga total seja a mesma em ambos os lados. Nota: A carga total não tem
de ser igual a zero.

(oxi) 4HNO3 + Cu2O → 2Cu(NO3)2 + H2O + 2H+ + 2e–

Nessa semirreação de oxidação, a carga total do lado esquerdo é zero e o lado


direito é +2 dos íons hidrogênios que adicionamos anteriormente. Portanto, dois
elétrons devem ser adicionados ao lado direito para tornar sua carga nula.

Na semirreação de redução, a carga total do lado direito é zero e o lado esquer-


do é +3. Então, três elétrons devem ser adicionados ao lado esquerdo para igualar
as cargas. Agora, ambas as semirreações estão balanceadas e as cargas totais de
cada lado também são iguais.

(red) HNO3 + 3H+ + 3e– → NO + 2H2O

Passo 6: Multiplique cada semirreação por um número inteiro apropriado, de


modo que o número de elétrons produzido pela semirreação de oxidação é iguala-
do ao número usado na semirreação de redução.

Neste caso em questão, multiplique todos os coeficientes da semirreação de


oxidação por três.

(oxi) 12HNO3 + 3Cu2O → 6Cu(NO3)2 + 3H2O + 6H+ + 6e–

Para fazer com que ambas as semirreações apresentem o mesmo número de


elétrons, multiplique todos os coeficientes na semirreação de redução por dois.

(red) 2HNO3 + 6H+ + 6e– → 2NO + 4H2O

Passo 7: Some as duas semirreações de oxidação e de redução. Some os reagen-


tes de ambas as semirreações e coloque o resultado do lado esquerdo. Os produtos
de ambas as semirreações devem ser somados também e colocados do lado direito.

(oxi) 12NHO3 + 3Cu 2 O  6Cu(NO3 ) 2 + 3H 2O + 6H + + 6e-


(red) 2HNO3 + 6H + + 6e-  2NO + 4H 2 O
14HNO3 + 3Cu 2 O  6Cu(NO3 ) 2 + 2NO + 7H 2 O

Passo 8: Cancele todas as quantidades que aparecem em ambos os lados da


reação total (ou global). Já fizemos!

A reação finalmente está balanceada. O resultado é o mesmo que o obtido por


outros métodos. Às vezes é mais econômico em termos de passos do que outros
balanceados meramente por inspeção, mas há métodos que podem levar ao re-
sultado de forma mais direta, porém podem levar o iniciante a cometer erros que
fazem com que ele demore a chegar ao resultado. Contudo, este método de oito
passos é sempre confiável e raramente causa problemas ao iniciante.

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Exemplo Resolvido
Íons sulfito e íons permanganate podem reagir para formar íons sulfato e íons
manganês. Balanceie esta reação usando o método da semirreação.

SO32– +MnO4– → SO42– + Mn2+

Solução
Passo 1: Marcar os nox’s dos elementos e determinar quais átomos estão redu-
zindo e quais estão se oxidando.

+4 +7 +6
SO32– +MnO4– → SO42– + Mn2+

O enxofre perdeu 2 elétrons (oxi), de modo que ele sofreu oxidação; o manga-
nês ganhou 5 elétrons (red), o que significa que sofreu redução.

Passo 2: Identificar as semirreações:

(oxi) SO32– → SO42–


(red) MnO4– → Mn2+

Passo 3: Balanceie os átomos que foram reduzidos/oxidados em cada uma das


semirreações. Nas duas semirreações, os átomos já estão balanceados.

Passo 4: Balanceie os átomos restantes nas semirreações usando água e H+


onde quer que seja necessário:

(oxi) SO32– + H2O → SO42– +2H+


(red) MnO4– + 8H+ → Mn2+ +4H2O

Passo 5: Balanceie as cargas de cada semirreação. Há um –2 do lado esquerdo


de (oxi) e zero do lado direito (o +2 dos íons hidrogênio cancelarão o –2 do íon
sulfato). Lembre-se de que as cargas não necessitam ser iguais a zero, mas elas
precisam ser iguais. Portanto, 2 elétrons podem ser adicionados ao lado direito
para igualar as cargas.

(oxi) SO32– + H2O → SO42– + 2H+ + 2e–

Para a (red), o lado direito da semirreação tem uma carga +2; o lado esquerdo
tem uma carga +7, que é a soma de –1 do íon permanganato com +8 dos 8 íons
hidrogênio. Portanto, para igualar a carga de +2 do lado direito, 5 elétrons são
adicionados do lado esquerdo.

(red) MnO4–+ 8H+ + 5e– → Mn2+ + 4H2O

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UNIDADE Eletroquímica

Passo 6: Multiplique todos os coeficientes de ambos os lados de ambas semirre-


ações de modo a cancelar o número de elétrons.

(oxi) 5SO32– + 5H2O → 5SO42– + 10H+ + 10e–


(red) 2MnO4–+ 16H+ + 10e– → 2Mn2+ + 8H2O

Passo 7: Some as duas semirreações e cancele os elétrons.

(oxi) 5SO32- + 5H 2 O → 5SO 4 2- + 10H + + 10e-


(red) 2MnO 4- + 16H + + 10e- → 2Mn 2+ + 8H 2 O
5SO32- +2MnO 4- + 6H + → 5SO 4 2- + 2Mn 2+ + 3H 2 O

Passo 8: Cancele todos as quantidades passíveis de cancelamento. A reação


total finalmente aparece balanceada.

Resumo: Reações redox e balanceamento de reações eletroquímicas


O balanceamento de reações químicas consiste em determinar os coeficientes
estequiométricos, objetivando igualar a quantidade de átomos reagentes com os
átomos dos produtos. Assim como nas demais reações, o número total de elétrons
fornecidos pelo agente redutor deve ser igual ao número total de elétrons recebidos
pelo oxidante.

Observe:

Nox diminuiu de +4 para 0 (redução) para o manganês:

Nox: +4 –2 0 0 +2 –2
MnO2 + 2C Mn + CO2

Nox aumentou de 0 para +2 (oxidação) para o carbono.

O manganês (Mn) é o agente oxidante e o carbono (C) é o agente redutor.

Exercícios Resolvidos:
1. Faça o balanceamento da reação de oxidorredução a seguir:

O ferro (Fe) teve o nox reduzido, sofrendo redução (red), pois passou de +3 para 0:

+3 +2 0 +4
Fe2O3 (s) + CO (g) Fe (s) + CO2 (g)

O carbono (C) perdeu 2 elétrons e foi oxidado, pois passou de +2 para +4.

Faça o balanceamento por inspeção:

Fe2O3 (s) + 3CO (g) → 2Fe (s) + 3CO2 (g); confirme se o número de átomos nos
reagentes é igual ao dos produtos (R = P).

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2. Faça o balanceamento da reação a seguir:

K2 Cr2 O7 + SnCL2 + HCl KCL + CrCl3 + SnCL4 + H2O

Comece pelo nox de cada elemento:

K2Cr2O7 :

K: +1 e atomicidade 2 (+1.2 = +2)

O: –2 e atomicidade 7 (–2.7 = –14) . Assim, –14 + 2 = -12 e, portanto, o Cr = +6 .

Cr tem dois átomos: (6.2 = 12)

+2+12–14 = 0

K2Cr2O7

Fazendo o mesmo para os outros compostos, temos o Quadro 3:

Quadro 3
SnCl2 HCl KCl
Sn = +2 e Cl = –1 H = +1 e Cl = –1 K = +1 e Cl = –1
CrCL3 SnCL4 H 2O
Cr = +3 e Cl = –1 Sn = +4 e Cl = –1 H = +1 e O = –2

O elemento que sofreu oxidação: Sn de +2 para + 4: Δ=2.

O elemento que sofreu redução: Cr de +6 para + 3: Δ=3.

Agora, volta-se à equação e observa-se cada composto.

O estanho (Sn), como reagente e como produto, apresenta atomicidade 1.

O cromo (Cr) do composto K2Cr2O7 apresenta maior atomicidade de Cr do que


CrCl3, portanto, atomicidade = 2.

Multiplicam-se os valores de atomicidade de cada elemento para descobrir quan-


tos elétrons foram liberados e quantos foram recebidos.

Observe:

SnCl2 liberou 2 elétrons.

K2Cr2O7 recebeu 6 elétrons.

Simplificando 2 e 6 por 2:

Temos 1 elétron liberado por SnCl2

3 elétrons recebidos pelo K2Cr2O7.

Na reação, frente ao SnCl2 colocamos o índice 3 – três elétrons – e na frente do


K2Cr2O7 colocamos índice 1 – porque 1 mol de K2Cr2O7 libera 3 elétrons.

Temos, então, 3 elétrons liberados e 3 recebidos.

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UNIDADE Eletroquímica

K2 Cr2 O7 + 3SnCL2 + 14HCl → 2KCL + 2CrCl3 + 3SnCL4 + 7H20

3. Realize o balanceamento da reação de oxidorredução:

Cu(s) + HNO3(aq) → Cu (NO3)2(aq) + NO(g) + H2O(l)

Primeiro passo: determinar o Nox:

Fe(s) + H N O3(aq) → Fe (NO3)2(aq) + NO(g) + H2O(l)


↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
0 +1, +5, –2 +2, +5, –2 +2, –2 +1, –2

Conclusões: o ferro (Fe) sofreu oxidação e o nitrogênio (N) sofreu redução.

HNO3 é o agente oxidante e o Fe é o agente redutor.

Segundo passo: determinar a variação do nox (Δ) para verificar o número de


elétrons transferidos:

Fe: Δ = 2 – 0 = 2
N: Δ = 5 – 2 = 3

Terceiro passo: inverter os valores dos Δ’s pelos coeficientes das substâncias.

A variação do Nox (Δ) do Fe foi igual a 2; logo, esse será o coeficiente da subs-
tância que contém o nitrogênio (N).

A variação do Nox (Δ) do N foi 3, portanto, este será o coeficiente de reagentes


e produtos que tem ferro (Fe).

Então:

Fe(s) + HNO3(aq) → 3 Fe (NO3)2(aq) + 2 NO(g) + H2O(l)

Quarto passo: continuar balanceando por inspeção.

Faça os cálculos e certifique-se de que os coeficientes estão certos:

3 Fe(s) + 8 HNO3(aq) → 3 Fe (NO3)2(aq) + 2 NO(g) + 4 H2O(l)

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Tipos de Pilha
Pilha Comum – Seca
Aprendemos que as reações de oxirredução podem fornecer energia elétrica
como resultado da reação completa. A pilha de Volta e a pilha de Daniell são
pilhas baseadas em substâncias líquidas, ambas deram surgimento a um arranjo
interconectado de pilhas, o qual recebeu o nome de bateria. A bateria mundial-
mente conhecida foi uma bateria compacta e prática feita de chumbo, com célu-
las mergulhadas em ácido sulfúrico, conhecida como bateria de Edson (o mesmo
Edson inventor da lâmpada elétrica). Essa bateria é usada em veículos automotores.
Ela é chamada compacta em comparação com as baterias utilizadas em mineração,
que eram do tamanho de uma sala.

A reação típica da bateria de Edson é:

Pb + PbO2 + 2H2SO4 → 2PbSO4 + 2H2O

Apesar da bateria de Edson ser chamada de compacta, ela não é nem um pouco
prática para ser utilizada no dia a dia como, por exemplo, para se acender um fa-
rolete. São vários os motivos: grande, pesada, perigosa (usa ácido sulfúrico), forma
hidrogênio em um de seu polos (gás explosivo), o descarte é problemático, pois
contamina as águas e o solo, por ser feita de chumbo (o chumbo é muito tóxico) e,
como utiliza líquido, pode vazar. Logo, a necessidade de uma fonte de eletricidade
que fosse compacta, sem grandes perigos e seca tornou-se evidente.

Os dispositivos capazes de produzir corrente elétrica, as pilhas, funcionam quan-


do ocorrem reações de oxidação e redução. Dentro de uma pilha, os elétrons pas-
sam de um dispositivo para outro, produzindo energia.

A pilha seca não será isenta de passar por esses processos, porém ela será cons-
truída de tal forma que os problemas, principalmente na utilização do ácido sulfúrico,
serão em grande parte contornados.

A primeira pilha seca foi desenvolvida por Leclanché (1866) e ela produziu uma
voltagem (termo coloquial que significa a diferença de potencial elétrico entre dois
pontos) em torno de 1,5 V e com os seguintes componentes:
• Anodo: formado por uma placa de zinco metálico, que é oxidado, pois há uma
perda de elétrons. Assim, é o polo negativo da pilha. A semirreação referente
a oxidação é:

Zn(s) → 2 e– + Zn2+(aq)

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UNIDADE Eletroquímica

• Catodo: formado por uma pasta com dióxido de manganês (MnO2), cloreto
de amônio (NH4Cl), água e amido, é o polo positivo da pilha e compõe a
semirreação de redução:

2 MnO2 (aq) + 2 NH41+ (aq) + 2 e– → Mn2O3(s) + 2 NH3(g) + H2O(l)

Observe a Figura 6 para uma representação do interior de uma pilha seca.

Figura 6 – Pilha seca por dentro


Fonte: iStock/Getty Images

Com a evolução tecnológica dos aparelhos eletrônica da chamada microele-


trônica e a necessidade de miniaturização maior de aparelhos eletrônicos, outras
formas de pilhas e baterias foram surgindo e, atualmente, a pesquisa em busca de
novas formas mais eficientes de produzir a energia elétrica por intermédio de rea-
ções químicas está “explodindo” em decorrência da utilização de carros elétricos,
celulares, tablets e notebooks e de novos produtos eletrônicos que necessitem de
uma fonte portátil de energia, tais como os marca passos cardíacos e cerebrais.

Pilha Alcalina
Recebe este nome por apresentar como um de seus componentes um metal,
por exemplo, o potássio, que utilizado na forma de hidróxido de potássio (KOH).

O padrão é o mesmo que o de uma pilha comum, formada de zinco, no polo


negativo, e carbono, no polo positivo. As duas substâncias, quando em contato por
meio de uma mistura de dióxido de manganês, carbono, cloreto de zinco e amônio,
fornecem energia. Já quando os polos positivo e negativo são ligados – na parte
externa da pilha –, ocorre uma reação química em que o zinco libera elétrons que
atravessam o circuito externo.

A pilha alcalina funciona de modo idêntico, mas usando hidróxido de potássio


no lugar do cloreto de amônio. Por suas características, essa substância alcalina, ao
invés de ácida, realiza a transferência de elétrons com mais facilidade. Daí o nome
da pilha.
• Anodo: geralmente formado por uma placa de zinco, cádmio ou outros metais.

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• Catodo: formado também por uma mistura pastosa com óxidos de alguns metais,
mas com a presença de cloreto de potássio (KCl) em vez do cloreto de amônio.

Essa pilha apresenta as mesmas aplicações de uma pilha comum.

Pilha de Lítio e Iodo


Pilha alcalina capaz de produzir uma voltagem em torno de 2,8 V, apresentando
os seguintes componentes:
• Anodo: formado por uma placa de lítio.
• Catodo: formado por um complexo de iodo.

É utilizada em aparelhos de marca passo, por exemplo.

Pilha de Mercúrio e Zinco


Pilha alcalina capaz de produzir uma voltagem em torno de 1,35 V, apresentan-
do os seguintes componentes:
• Anodo: formado por uma placa de zinco.
• Catodo: formado por uma pasta com óxido de mercúrio (HgO).

Essa pilha é muito utilizada em relógios e calculadoras, por exemplo.

Substância oxidante: pode ser definida como um composto que libera oxigê-
nio e, desta forma, sustenta a reação. Um exemplo de substância altamente oxi-
dante é a popular água oxigenada (H2O2), que recebe o nome técnico de peróxido
de hidrogênio. Outro caso é o do ácido sulfúrico (H2SO4), o qual em altas concen-
trações é extremamente perigoso; assim como F, Cl, Li, O2, MnO4, Cr2O7 e NO3.

Eletrólise
É o processo físico-químico no qual uma corrente elétrica é convertida em ener-
gia química com a formação de substâncias simples. O processo ocorre com uma
reação não espontânea e a corrente elétrica é fornecida por uma pilha. Para refor-
çar, vamos apresentar os principais pontos da Eletrólise.

Principais pontos
• Eletrólise é a decomposição de um eletrólito pela corrente elétrica. Todo o
processo é executa em uma célula eletrolítica (em laboratório, é possível fazer
em um tubo de ensaio);
• Um eletrólito é um composto fundido ou a solução de um composto, que con-
duz uma corrente elétrica e é decomposto por ela;
• Os eletrólitos contêm íons que são átomos carregados eletricamente, ou radi-
cais carregados (grupos de átomos) que carregam corrente elétrica. Exemplos:
Na+, OH–, COOH–.

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UNIDADE Eletroquímica

Eletrólitos fortes consistem totalmente de íons, isto é, são completamente ioni-


zados. Por exemplo: todos os sais, ácidos fortes e álcalis. Eles possuem condutivi-
dade elétrica muito alta.

Eletrólitos fracos consistem principalmente de moléculas com relativamente


poucos íons, como, por exemplo, os ácidos fracos e as bases fracas, como o ácido
etanoico e a amônia aquosa. Em solução, uma grande proporção das moléculas
permanecem não dissociadas.

NH3(aq) + H2O(l) → NH4+(aq) + OH–(aq)

Os eletrodos na célula eletrolítica são os anodo (+) e catodo (-).

Alguns termos
• Há a completa dissociação (quebra) da molécula de cloreto de sódio no estado
sólido em cátion Na+ e o íon Cl–, a uma temperatura de 800º C. Este é um tipo
de eletrólise ígnea, ou também chamado de “seca”;
• Eletrólise aquosa, o soluto (NaCl) está dissociado em água. O sal, com a pas-
sagem de corrente elétrica, produz a soda cáustica (NaOH), ou hidróxido de
sódio, gás hidrogênio (H2) e gás cloro (Cl2).
»» Dissociação do NaCl: 2 NaCl– → 2 Na+ + 2 Cl–
»» Autoionização da água: 2 H2O → 2 H+ + 2 OH–
»» Semirreação no cátodo: 2 H+ + 2e– → H2
»» Semirreação no ânodo: 2 Cl– → Cl2 + 2e–
»» Reação global: 2 NaCl– + 2 H2O → 2 Na+ + 2 OH– + H2 + Cl2
• O processo chamado de galvanoplastia é um tipo de eletrólise. Trata-se do
recobrimento de objetos com uma fina camada de metal. Por exemplo:
»» Niquelação: recobrimento de um objeto com níquel.
»» Cobreação: recobrimento de um objeto com cobre.
»» Cromação: recobrimento de um objeto com cromo.

Durante o processo, íons são transferidos de um metal imerso em um substrato


para outra superfície por meio da eletrólise.

O vídeo disponível em: https://youtu.be/sj3JFfvnJw4, ilustra, de forma clara e objetiva, um


Explor

processo de niquelação de metais.

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Corrosão
Corrosão é um fenômeno destrutivo que, além de seus efeitos econômicos, é um
detrimento à aparência de peças metálicas e, em alguns casos, pode causar falhas
de componentes estruturais ou em componentes de equipamentos. Ela ocorre pra-
ticamente em todos os meios ambientais.

A corrosão de metais ocorre de várias formas: primeiramente, pode ocorrer um


ataque global à superfície, que lentamente reduz a espessura ou peso do metal;
em segundo lugar, em vez de um ataque global, áreas isoladas poderão ser afe-
tadas, produzindo linhas de fraqueza, em decorrência da diferença de resistência
após a ação corrosiva, produzindo a familiar corrosão localizada; em terceiro lugar,
também pode ocorrer com contornos granulares, com pequenos pontos que vão
aparecendo na superfície.

Metais e suas ligas tendem a entrar em união química com os componentes de


um meio corrosivo para formar compostos estáveis similares a aqueles encontrados
na natureza. Quando perda de metal ocorre dessa forma, o composto formado é
chamado de produto de corrosão. Usos de materiais resistentes à corrosão, a
aplicação de camadas protetoras ou o controle do meio ambiente são alguns dos
métodos de combate à corrosão. A seleção de materiais ou métodos de proteção
deve ser determinada para cada condição ambiental e dentro dos limites prescritos
economicamente. A experiência passada e testes de laboratório podem servir como
guia nessa seleção, mas a exposição sob condições reais é estritamente necessária.

No processo de corrosão ocorre uma troca de elétrons entre um elemento quí-


mico do material e um do meio. A transferência de elétrons entre o material é des-
crita pela reação redox. Na reação redox, as semirreações de oxidação – em que
o elemento perde elétrons e aumenta o seu número de oxidação – e de redução
– quando o elemento recebe elétrons e reduz o seu número de oxidação – ocorrem
simultaneamente (Figura 7).

A corrosão química pode ser seca, quando ocorrem em contato direto entre o
material e o agente corrosivo, tais como oxigênio, halogênios (cloro, iodo, bromo
etc.), sulfeto de hidrogênio, nitrogênio, dióxido de enxofre líquido e anidro (sem
água), ficando em proximidade imediata com a superfície do metal (Figura 8) ou
por via úmida em solução aquosa.

Ocorre devido a existência de áreas “anódicas” e áreas “catódicas” entre as


quais há fluxo de corrente em decorrência da solução condutora.

Esse tipo de corrosão ocorre:


• onde um líquido conductor está em contato com o metal ou
• quando dois metais dissimilares ou ligas são imersas total ou parcialmente em
uma solução.

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UNIDADE Eletroquímica

Diferentes tipos de reações eletroquímicas dependendo da natureza química do


meio ambiente são dadas a seguir:

Meio neutro:
Anodo: M → Mn+ + ne–

(Reação anódica): Mn+ + nOH– → M(OH)n produto da corrosão

Catodo:

(Reação catódica): O2 + 2H2O + 4e– → 4OH–

Por exemplo, a formação da ferrugem ocorre pela reação entre ferro metálico e
oxigênio do ar e umidade, com a produção de hidróxido de ferro.

Figura 7 – Corrosão por via úmida


Fonte: iStock/Getty Images

Meio ácido:
Anodo: M → Mn+ + ne–

Catodo: 2H+ + 2e– → H2

Figura 8 – Tipo de corrosão por via seca


Fonte: iStock/Getty Images

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Qual a diferença entre pilha comum e alcalina?
RABÓCZKAY, T. Qual a diferença entre pilha comum e alcalina?
https://goo.gl/Gf75DM

Livros
Princípios de Química: questionando a vida moderna o meio ambiente
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida
moderna o meio ambiente. 3 ed. Guanabara Koogan, 2006.
Química geral: conceitos essenciais
CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre, RS: Grupo A
Editorial, 2010.
Química geral
CHRISTOFF, P. Química geral. Curitiba, PR: Intersaberes, 2015. DIAS, GUSTAVO
Eletroquímica.
Química inorgânica
HOUSECROFT, C. E.; SHARPE, A. G. Química inorgânica. v. 1. 4. ed. Rio de
Janeiro: Grupo GEN, 2013.
Química geral
ROSENBERG, J. L.; EPSTEIN, L. M.; KRIEGER, P. J. Química geral. Porto Alegre,
RS: Grupo A, 2013. (Col. Schaum).

Vídeos
Eletroquímica
AZELLINI, GIANLUCA.
https://goo.gl/RAiGYK
Introdução detalhada de Eletroquímica, Nox, oxidação e redução
Química com G.
https://youtu.be/GYcXsqIKk18

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UNIDADE Eletroquímica

Referências
BROWN, T. L.; LEMAY JUNIOR, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a Ciência
central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. [e-book]

GARRITZ RUIZ, A.; CHAMIZO GUERRERO, J. A. Química. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2003. [e-book]

KOTZ, J. C.; WEAVER, G. C.; TREICHEL JUNIOR, P. M. Química geral e rea-


ções químicas. 5. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. [e-book]

LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher,
2011. [e-book]

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